Basquete: Treinamento da Força Funcional (2a. Edição)

Page 1

ADRIANO VRETAROS

BASQUETE: TREINAMENTO DA FORÇA FUNCIONAL

2021


ADRIANO VRETAROS

BASQUETE: TREINAMENTO DA FORÇA FUNCIONAL

2a. Edição – São Paulo Edição do Autor 2021


CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Esta obra foi desenvolvida nos termos da Creative Commons Attribution International License. Autorizo a reprodução parcial desta obra para fins de ensino e pesquisa, desde que seja citada esta fonte originária e com os devidos créditos (autor, título e ano). Este eBook não pode ser transmitido por qualquer meio e\ou mídia visando fins comerciais sem a devida autorização do autor.

VRETAROS, Adriano 310 páginas – 2021 BASQUETE: Treinamento da Força Funcional Inclui Bibliografia 2a. Edição ISBN: 455-20201228123746 eBook Basquete, Treinamento de Força, Treinamento Funcional, Treinamento Esportivo São Paulo – BRASIL



PREFÁCIO

A ideia de redigir este manuscrito surgiu após verificar que na literatura internacional, notadamente norteamericana, se pode encontrar uma séries de títulos sobre a preparação física voltada ao basquete, enquanto nós brasileiros ficamos carentes de publicações significativas. As obras em língua portuguesa que tratam sobre o treinamento da força voltado ao basquete, ficam restritas na maioria das vezes em artigos, dissertações e teses, que abarcam somente uma problemática específica. Na prática profissional, sempre considerei o treinamento da força como um pré-requisito essencial para o atleta evoluir em outras capacidades biomotoras. Neste aspecto, o uso da metodologia funcional com suas particularidades, poderia agregar enorme valor no rendimento dos basquetebolistas em seus diferentes níveis de atividade (categorias de base, amadores, profissionais, e\ou masters). Assim, ao longo de um determinado período, reuni alguns artigos científicos, livros e manuscritos sobre a temática, para redigir cuidadosamente este eBook. Espero que a leitura deste eBook contribua de alguma forma para obtenção de subsídios relevantes, aprimorando a filosofia de trabalho dos preparadores físicos que atuam no basquete.

Adriano Vretaros 1


NOTA DA 2a. EDIÇÃO

Apesar do pouco tempo disponibilizado online, senti uma inquietação interna quanto a alguns fatores que poderiam estar inclusos neste eBook. Assim, analisei capítulo por capítulo, e decidi corrigir alguns detalhes importantes assim como, acrescentar material científico vasto para reforçar e tornar este manuscrito mais relevante. Espero que esta segunda edição possa contemplar algumas dúvidas pendentes e, apresentar novos olhares durante a elaboração dos programas de treino da força funcional direcionada aos basquetebolistas.

2


SOBRE O AUTOR

Adriano Vretaros • Pós-Graduado em Bases Fisiológicas e Metodológicas do Treinamento Desportivo – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) • Licenciatura Plena em Educação Física – Universidade do Grande ABC (UNIABC) • Preparador Físico de Alto Rendimento • Contato: avretaros@gmail.com

REDES SOCIAIS: • Instagram:@adrianovretaros • Twitter: @adrianovretaros • Facebook: @adrianovretaros01

3


SUMÁRIO

• Prefácio

01

• Nota da 2a. Edição

02

• Sobre o autor

03

• Sumário

04

• Lista de abreviaturas

07

• Lista de figuras

09

• 1.0- Introdução

13

• 2.0- Características do basquete

17

• 3.0- Controle motor no basquete

21

• 14.0- Preparação física no basquete

31

• 5.0- Princípios biológicos do treinamento desportivo

42

• 5.1- Princípio da individualidade biológica

43

• 5.2- Princípio da adaptação

45

• 5.3- Princípio da sobrecarga

48

• 5.4- Princípio da progressividade

50

• 5.5- Princípio da interdependência volume-intensidade 52

4


• 5.6- Princípio da especificidade

53

• 5.7- Princípio da concorrência

54

• 5.8- Princípio da treinabilidade

56

• 5.9- Princípio da variabilidade

57

• 5.10- Princípio da desadaptação

58

• 5.11- Princípio da continuidade

62

• 6.0- A força

63

• 7.0- Força funcional no basquete

68

• 8.0- Adaptação anatômica

79

• 9.0- Hipertrofia

82

• 10.0- Força máxima

90

• 11.0- Potência (força explosiva)

98

• 12.0- Resistência de potência

117

• 13.0- Microdose de treinamento

122

• 14.0- O salto vertical

126

• 15.0- Treinamento do núcleo corporal

139

• 16.0- Avaliações no programa da força funcional

148

• 17.0- Periodização

152

• 18.0- Controle das cargas de treinamento

164

• 19.0- Lesões no basquete

181

5


• 20.0- Lesões no tendão de Aquiles

197

• 21.0- Lesões de tornozelo

201

• 22.0- Lesões de joelho

206

• 23.0- Lesões de quadril

211

• 24.0- Lesões na coluna vertebral

217

• 25.0- Lesões no ombro

221

• 26.0- Lesões na cabeça, mão, punho e dedos

226

• 27.0- Gerenciando as lesões

225

• 27.1- Plataforma corretiva

229

• 27.2- Plataforma preventiva

231

• 27.3- Plataforma preditiva

236

• 28.0- Referências bibliográficas

240

6


LISTA DE ABREVIATURAS

ACB – Liga Espanhola de Basquete ACWR - relação carga aguda/carga crônica ATP – trifosfato de adenosina BRUMS - Brunel Mood Scale CAE – ciclo alongamento encurtamento CMJ – countermovement jump CMJ AS – countermovement jump arm swing cm- centímetros CPK – fosfocreatinaquinase DJ – drop jump EDP – escala de dor percebida EVA – etileno acetato de vinila FC – frequência cardíaca HMB - ácido beta-hidroxi-beta-metilbutírico IGF – insulin-like growth factor IFR – índice de força relativa IFRT – índice de força reativa IMTP – isometric mid-thigh pull 7


LCA – ligamento cruzado anterior LESS - landing error scoring system m- metro m²- metro quadrado MMSS – membros superiores MMII - membros inferiores NBA – National Basketball Association NCAA – National Collegiate Athletic Association NBB – Novo Basquete Brasil PAR-Q - Physical Activity Readiness Questionnaire PSE- escala de percepção subjetiva de esforço RM- repetições máximas SEBT - star excursion balance test SJ – squat jump s-PSE – multiplicação da PSE pelo tempo de duração da sessão de treino s- segundos TDF – taxa de desenvolvimento da força TQR – questionário Total Quality Recovery WNBA – Women´s National Basketball Association YBT – y-balance test

8


LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Relação entre a solicitação da tarefa, a variabilidade de prática e a inteferência contextual que pode ser aplicada no basquetebol Figura 02 - Situação de ensino-aprendizagem-treinamento no qual os jogadores de basquete enfrentam por meio de competência motora Figura 03 -Fatores do treinamento tendo como alicerce a preparação física Figura 04. Forma desportiva no basquete Figura 05 - Efeito da heterocronicidade da forma física no basquetebol Figura -06 - Treinamento estruturado no basquete Figura 07 - Adaptações produzidas de acordo com o estímulo de treinamento Figura 08 - Fenômeno da supercompensação Figura 09 - Princípio da progressividade das cargas Figura 10 - Efeitos do treinamento da força funcional no basquete Figura 11 - Aplicação da força funcional em jogadores de basquete Figura 12 - Curva força-velocidade com o objetivo de desenvolvimento da força máxima Figura 13 - Curva força-velocidade objetivando o desenvolvimento da potência Figura 14 - Curva força-velocidade objetivando o desenvolvimento da potência e da força máxima 9


Figura 15 - Curva força-velocidade e seus respectivos espectros (força máxima, força-velocidade, velocidade-força, força reativa e velocidade) Figura 16 - Efeito agudo de três protocolos do treinamento complexo sobre o tempo de voo do passe de peito Figura 17 - Exemplo do efeito da fadiga na resistência da força de salto vertical durante um jogo de basquete Figura 18 - Resultados do Teste de Venegas em um jogador de basquete adulto durante três temporadas consecutivas Figura 19 - Tripla extensão (salto vertical) e tripla flexão (aterrissagem) Figura 20. Análise do comportamento de três tipos de salto vertical durante uma temporada Figura 21 - Relação entre os ganhos na altura do salto vertical e o número de sessões de treinamento Figura 22 - Músculos que compõem o core Figura 23 - Efeitos do treinamento do core em jogadores femininas de basquete Figura 24 - Divisão da periodização usando modelo clássico simples (microciclos, mesociclos, e macrociclo) e seus respectivos períodos (pré-temporada, temporada e fora de temporada) Figura 25. Relação entre magnitude e quantidade de picos que podem ser obtidos durante a periodização da temporada Figura 26 - Tipos de microciclos que podem ser adotados conforme a necessidade de estimulação fisiológica das cargas de treinamento 10


Figura 27 - Possíveis variações sequenciais de microciclos durante a periodização Figura 28 - Monitoramento de um macrociclo de 34 semanas em jogadores de basquete juniores Figura 29 - Um exemplo típico da periodização das manifestações da força durante um macrociclo (adaptação anatômica - AA, hipertrofia - H, força máxima - FM, potência - P e, resistência de força – RP) Figura 30 - Características das variáveis da carga física (externa e interna) Figura 31 - Representação esquemática da carga aguda (semana atual de treinamento) e a carga crônica (quatro semanas anteriores) Figura 32. Variações do paradigma “3:1” na distribuição semanal das cargas de treinamento Figura 33 - Monitoramento do índice de monotonia durante um macrociclo constituído de 20 microciclos e 52 sessões de treinamento Figura 34 - Linha do tempo na prescrição das cargas de treinamento e os efeitos dos dois tipos de overreaching (funcional e não-funcional) Figura 35 - Comportamento hormonal durante uma temporada Figura 36 - Relação entre capacidades biomotoras, cargas de treinamento e o risco de lesão Figura 37 - Itens e pontuações do questionário Total Quality Recovery (TQR) Figura 38 - Conjunto de estratégias para melhorar o desempenho e reduzir o

risco de lesões nos jogadores Figura 39 - Controle das cargas de treino e lesões durante uma temporada 11


Figura 40 - Classificações das lesões esportivas no basquete (agudas e crônicas) Figura 41 - Custos das lesões no basquete Figura 42 - Complexa interação de fatores que podem resultar ou não em uma lesão nos jogadores de basquete Figura 43 - Sistema dinâmico complexo não-linear multinível das lesões esportivas Figura 44 - Número de lesões (n) durante nove meses de intervenção do programa FIFA 11+ no aquecimento dos jogadores de basquete Figura 45 - Localização das lesões por zona da quadra no basquete universitário Figura 46 - Estratégias para prevenção de lesões do tornozelo no basquete Figura 47 - Lesões no quadril em jogadores da NBA Figura 48 - Plataformas de gerenciamento das lesões no basquete Figura 49 - Plano de ação para prevenir lesões Figura 50 - Resumo das plataformas de gestão das lesões esportivas

12


1.0- INTRODUÇÃO

Existe uma busca constante na área das ciências do esporte para aprimorar os meios e métodos de treinar atletas para as diferentes capacidades biomotoras (Bompa & Haff, 2012; Platonov, 2008; Roden et al, 2014). Na prescrição dos programas contemporâneos da preparação física conhecer o sistema energético, fibra muscular recrutada, biomecânica dos movimentos, riscos de lesões, e especificidade dos treinos no desporto em que se está inserido, é uma necessidade fundamental para obter sucesso (Santos, 2006; Kraemer et al, 2015). O treinamento da força é considerado a base para o desenvolvimento de outras capacidades biomotoras e também uma ferramenta para reduzir o risco das lesões esportivas (Platonov, 2008; Faigenbaum & Myer, 2010; Bompa & Haff, 2012; Ratamess, 2015; Fleck & Kraemer , 2017; Árnason, 2017; Lauersen et al, 2018). Os esforços breves e intensos com variados ritmos, seguidos de tarefas com movimentações em diferentes planos, mudanças de direção, saltos e aterrissagens, tornam o basquete um esporte que solicita da força funcional (Moreira et al, 2003; Santos, 2006; Patel & Horne, 2017). No basquete, nota-se que em todas as ações motoras realizadas pelos jogadores a força está presente. Podemos citar algumas expressões da força que se manifestam no

basquetebol:

acelerações

(força

horizontal 13

concêntrica

predominante),


desacelerações (força horizontal excêntrica predominante), saltos (força vertical nos regimes concêntrico e excêntrico), deslocamentos laterais (a força horizontal no regime concêntrico, excêntrico e isométrico), movimentos rotacionais (força multiplanar), entre outros. Sem dados concretos para comprovar, mas por meio de um olhar clínico apurado, ao verificarmos o somatotipo predominantemente ectomorfo dos basquetebolistas das décadas de 1960-1970, para os dias recentes, nota-se uma tendência atual para um perfil mais mesomorfo. Podemos especular que essa “evolução” se deve a uma série de fatores e, entre tantos, o desenvolvimento nos meios e métodos de treinamento da força. Nesta linha de raciocínio, Santos (2006) retrata que inspirados no estilo de jogo da NBA (National Basketball Association), que privilegia o contato físico, a força e potência muscular dos jogadores, os preparadores físicos começaram a valorizar o componente físico da força funcional. Ao revisar a literatura sobre o assunto, podemos verificar que o treinamento de força no basquetebol tem apresentado resultados positivos no desempenho de diferentes capacidades biomotoras vitais em jogadores jovens e adultos, como força explosiva, agilidade, equilíbrio, força máxima e velocidade (Chaouachi et al, 2009; Abdelkrim et al, 2010; Ignjatović et al, 2011; Rice et al, 2016; Patel et al, 2017; Cherni et al, 2019; Bouteraa et al, 2020; Ozen et al, 2020). Além disso, em jogadores de basquete, o treinamento de força funcional ajuda a manter padrões de movimento básicos eficientes, melhorando assim o desempenho. 14


O treinamento de força específico para membros inferiores de jogadores de basquete reduz os sintomas de fadiga que ocorrem nos momentos finais dos jogos e, reduz o risco de lesões (Sato et al, 2017). Segundo Patel et al (2017), a força é uma habilidade biomotora que necessita de treinamento ao longo da temporada dada a sua importância para os jogadores de basquetebol. Portanto, o treinamento da força funcional para padrões de movimento e não para músculos, deve nortear o trabalho do preparador físico inserido no contexto do

basquete.

Os

padrões

básicos

de

movimento

como

puxar/empurrar

horizontalmente, puxar/empurrar verticalmente, dominância do joelho, dominância do quadril, fortalecimento do core e, prevenção das lesões, fazem parte da estrutura de tarefas do treinamento da força funcional. Além disto, um treinamento da força funcional deve proporcionar uma diminuição da massa de gordura, aumento nos níveis da força, ganhos de massa magra, aumento no volume muscular (hipertrofia) e, melhorias no rendimento dos basquetebolistas (Rosa et al, 2017). Levando em consideração que a força motora pode contribuir para o desempenho das diferentes tarefas motoras utilizadas no basquetebol, este manuscrito busca discutir os conceitos inerentes relacionados ao desenvolvimento do treinamento da força funcional específica para basquetebolistas. Assim, neste texto iremos abordar os conceitos básicos da força, suas várias manifestações (adaptação anatômica, hipertrofia, força máxima, potência e resistência

15


de potência), periodização, controle das cargas e, lesões musculoesqueléticas envolvidas no basquetebol.

16


2.0- CARACTERÍSTICAS DO BASQUETE

O basquete é um esporte coletivo que envolve habilidades motoras abertas, de invasão de territorial, jogado numa quadra de dimensões oficiais na proporção 28x15 metros (equivalente a 420m²), com o objetivo de obter mais pontos através de arremessos direcionados na cesta do oponente. Cada equipe é composta por cinco jogadores e, existem duas cestas para pontuação cada uma suspensa a 3.05 metros de altura, localizadas no fundo da quadra. A pontuação varia de um até três pontos conforme a distância do arremesso. A bola de jogo é manuseada somente com as mãos, possui circunferência de 74.9 centimetros e pesa 623 gramas, para jogadores masculinos e, 72,3 centímetros e 566 gramas, para o feminino. Em relação a distribuição temporal das partidas, o jogo é dividido em quatro quartos de dez minutos, totalizando quarenta minutos, no qual entre o segundo e terceiro quarto existe um intervalo de quinze minutos. No tocante a dinâmica, a equipe em posse da bola tem vinte e quatro segundos de tempo para realizar tentativa de arremesso na cesta do oponente. A equipe com a posse da bola deve levar a bola de ataque dentro do tempo limite de oito segundos para o lado adversário da quadra. Também, um jogador não poderá permanecer na área restritiva da equipe oponente por mais de três segundos, enquanto sua equipe se encontra com a bola em jogo para tentativas de arremessos (CBB, 2020). 17


Cada jogador na equipe possui um função tática distinta, a saber: posição 1 (armador, point guard), posição 2 (ala-armador, shooting guard), posição 3 (ala, small forward), posição 4 (ala-pivô, power forward) e, posição 5 (pivô, center). Normalmente, as posições 1 e 2 são denominadas como fundo de quadra (backcourt, defesa) e as posições 3,4, e 5 como frente de quadra (frontcourt, ataque) (Stojanovic et al, 2017). Os armadores (guards) realizam a organização ofensiva e defensiva das jogadas. Os alas (forwards) ajudam na organização e são responsáveis pelos contraataques. Por último, os pivôs (centers) acabam ocupando a posição próxima a cesta usando a sua vantagem em estatura e massa corporal para lidar com os rebotes (Salgado Sánchez, 2009). Durante uma partida, os jogadores de basquete percorrem uma distância total em torno de 2.0 até 7.0 quilometros, conforme a categoria (elite, sub-elite, base). Em basquetebolistas da elite, o número de acelerações é de 43 a 145 por partida e, as desacelerações variam de 24 a 95. Nestes diferentes deslocamentos, a velocidade de corrida dos armadores (3.3+\-1.1 m.min-¹) é superior a dos alas (2.2+\-1.9 m.min-¹) e dos pivôs (1.1+\-1.6 m.min-¹) (Petway et al, 2020). Entre os fundamentos essenciais para um jogador de basquete podemos mencionar os mais básicos: empunhadura (bola deve ser segura com os dedos), controle de bola, controle de corpo (finta, giro, mudanças de direção, mudanças de ritmo, paradas bruscas, corridas de frente, corrida de costas, e corridas laterais), passes (passe de peito, passe picado, passe por cima da cabeça, passe lateral com uma 18


mão e passe por trás), drible, arremessos, saltos, e aterrisagens (Maes et al, 2014; Dos Santos et al, 2017). Durante uma partida, os dez jogadores em quadra encontram-se num espaço reduzido no qual usam suas diversas habilidades motoras para fugir da marcação dos oponentes e, tentar por meio de arremessos precisos, pontuar a seu favor. Com isso, podemos afirmar que o basquetebol exige dos jogadores um raciocínio rápido, precisão, agilidade, força e potência para conseguir efetuar suas tarefas motoras com êxito. Dentre os elementos fundamentais determinantes para a unidade do jogo formal de basquetebol, temos o trinômio cooperação, oposição e a finalização (Tavares & Veleirinho, 1999). Pode-se verificar que nas ações dinâmicas ocorridas nas partidas existem elementos estruturais, que por meio de ações ofensivasdefensivas e\ou defensivas-ofensivas requerem dos jogadores tomadas de decisão por intermédio das suas habilidades técnico-táticas adquiridas ao longo dos treinamentos. Além disso, no basquete profissional, ocorre toda uma dinâmica de alta variabilidade e imprevisibilidade nas ações motoras dos jogadores, norteadas por reações contínuas rápidas em todos os momentos das partidas (Vukasevic et al, 2020). Uma característica de destaque nos jogadores de basquete é o seu perfil antropométrico. São jogadores que possuem uma estatura elevada em relação a média populacional de não-atletas. Tanto é, que no processo de seleção dos talentos para a modalidade, a estatura é um pré-requesito considerado importante para determinação 19


das funções táticas durante o período de especialização esportiva (Dežman et al, 2001; Granja & Frómeta, 2018). Na literatura, os autores revelam que é comum colocar jogadores de estatura elevada e mais pesados próximos a cesta (posição 4 e 5). Os jogadores de estatura inferior tendem a ficar com as outras posições táticas (Abdelkrim et al, 2007; Ramos et al, 2010; Delextrat & Kraiem, 2013). Por exemplo, para se ter uma noção da estatura elevada no alto nível da modalidade, na NBA temos o senegalês Tacko Fall com seus 2,28m de estatura, do Boston Celtics, e também, podemos mencionar Boban Marjanovic, atleta do Dallas Mavericks, com seus 2,25m. De acordo com Boone & Bourgious (2013) os pivôs são maiores e mais pesados que os alas e armadores e, somado a isto, os armadores tem um perfil de serem menores e mais leves quando comparados aos alas e pivôs. Enfim, o sucesso de um jogador no basquetebol é dependente de uma combinação de aspectos: técnico, tático, neuromuscular, orgânico-energético, psicocognitivo, nutricional, maturacional, organizacional-estrutural, cultural e social. Estes aspectos podem ser analisados e entendidos individualmente ou conjuntamente e, o grau de integração dos mesmos seria o elemento decisivo (Dežman et al, 2001; Moreira & Paes, 2011).

20


3.0- CONTROLE MOTOR NO BASQUETE

O controle dos movimentos voluntários tem como órgão governador, o sistema nervoso central, uma instituição de alta complexidade (Platonov, 2008; Ré & Bojikian, 2011; Magill, 2011). Através da interação entre o sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal) com o sistema nervoso periférico (nervos cranianos e raquidianos) se consegue estabelecer uma organização que regula o movimento humano. Esse sistema de controle do movimento ocorre numa combinação de reações inconscientes juntamente com elementos que permitem a correção de forma consciente (Platonov, 2008). O cérebro visto como um mecanismo central de controle neural do movimento regula o influxo de informações eferentes e aferentes, para que o indivíduo consiga executar com a devida maestria suas habilidades motoras (McArdle et al, 2011). Quatro áreas do córtex cerebral possuem relevância no arranjo comportamental do movimento humano, são elas: córtex motor principal, área pré-motora, área motora suplementar, e lobo parietal. No córtex motor principal ocorre a coordenação de movimentos para habilidades motoras finas e, também ajusta o controle da organização postural. A área pré-motora participa do controle rítmico do movimento. O controle de movimentos sequenciais é desempenhado pela área motora 21


suplementar. Por fim, o lobo parietal encarrega-se de integrar o córtex motor principal, área pré-motora, e a área motora suplementar antes e durante a concretização do movimento (Magill, 2011). Para execução de uma habilidade motora, é preciso a requisição de capacidades biomotoras (coordenativas e condicionantes). Esta demanda é dependente dos seguintes fatores: características do executante, contexto, e tarefa a ser executada. (Ré & Bojikian, 2011). Uma atividade cognitiva dinâmica e atenção elevada é que permite assimilar programas motores novos e extremamente complexos (Platonov, 2008). O cerebelo tem uma função determinante para execução de movimentos precisos, pois tem uma interação com áreas do córtex cerebral (Magill, 2011). De acordo com Park et al (2009) a aprendizagem e retenção das habilidades motoras utilizadas em uma modalidade desportiva envolve a plasticidade estrutural e funcional do cerebelo, mostrando que a aquisição de habilidades motoras específicas do basquetebol faz com que ocasione um aumento morfológico dos lóbulos vermianos, quando comparado aos indivíduos saudáveis não-praticantes de basquete. A base para execução de qualquer habilidade motora regida pelo sistema nervoso central são as capacidades coordenativas. Entende-se como coordenação motora uma integração funcional do sistema nervoso central e do aparato musculoesquelético, propiciando condições operacionais para organizar e controlar os movimentos (Ré & Bojikian, 2011).

22


O arcabouço técnico de habilidades motoras específicas da modalidade esportiva somente será eficiente quando o atleta for capaz de controlar e ter domínio das ações voluntárias especializadas. Neste sentido, a repetição sistematizada dos movimentos leva a automatização, favorecendo a construção de suas estruturas coordenativas para o desenvolvimento da habilidade específica (Platonov, 2008). Conforme o movimento torna-se mais automatizado, mais eficaz, e racional, é melhorada sua tomada de decisão para a execução da tarefa (Platonov, 2008; Magill, 2011). Na teoria do controle motor, a variabilidade de prática apregoa que ao efetuar muitas variações de uma mesma habilidade, o efeito da aprendizagem acaba gerando uma versão mais efetiva daquela ação motora inicial que foi treinada (Landin et al, 1993). Isso vai de encontro com a concepção de que treinar as habilidades motoras do basquete em uma situação onde exista constrangimentos semelhantes ao que ocorrem nas partidas (com pressões constantes de ordem temporal, espacial e de oposição) permitiria uma evolução no controle motor devido a exigência adaptativa situacional (Robalo, 2012). Braga (2017) apregoa que no processo de ensino-aprendizagem- treinamento dos jogos deportivos coletivos, podemos dividir um treino técnico-tático em quatro fases marcantes: fase anárquica (nível fraco, no qual a atenção está focada na bola, verbalização exagerada, sem percepção dos elementos ao redor), fase de descontração (entendimento sobre a ocupação do espaço de jogo e ênfase na visão periférica), fase da estruturação (comunicação gestual, ocupação racional dos espaços e controle 23


proprioceptivo), e fase da elaboração (estratégias de equipe, comunicação motora, e polivalência funcional). Diante de um cenário de ensino-aprendizagem-treinamento, dois processos da teoria desenvolvimentista permitem adaptações evolutivas: a assimilação e a acomodação. Na assimilação, a interpretação de novas informações orinundas do meio externo incorporam-se as estruturas cognitivas existentes. A acomodação são adaptações que o indivíduo realiza no seu repertório motor quando novas informações são acrescentadas ao ambiente (Gonçalves et al, 2010). O basquete reivindica ações motrizes individuais e coletivas, caracterizando uma modalidade de jogo altamente ofensivo e de complexidades coordenativas. Possui um ritmo de grande intensidade, jogado em curtos espaços de tempo, necessitando de precisão, controle das ações motoras, equilíbrio, técnica e velocidade (Lippert et al, 2007). O passe e suas respectivas variações (passe de peito com duas mãos, passe de peito com uma mão, passe picado, passe de ombro, passe acima da cabeça, entre outros) são considerados como habilidades motoras específicas no basquete. O passe é usado para uma interação coletiva entre jogadores de uma mesma equipe, pois serve para manter a posse de bola e criar situações mais favoráveis de arremesso. Jogadores de basquete com menos erros nos passes tendem a adquirir a posição de titularidade nas equipes (Maimón et al, 2020). Equipes de ponta no basquete são boas em utilizar o passe e a recepção para controlar o ritmo de jogo e impor seu estilo em quadra. Para conseguir efetuar tal 24


proeza é necessário realizar ataques com maior tempo de posse de bola e número de passes (Courel-Ibañez et al, 2013). Existe um grau de contribuição do condicionamento físico na habilidade do passe. Na revisão sistemática de Maimón et al (2020) são apontadas alguns fatores do condicionamento físico sobre o passe, a saber: exercícios de alta intensidade tendem a melhorar a habilidade de passe, treinar passes em um contexto específico é superior ao contexto não específico, condicionamento físico para aprimorar os passes devem ser realizados de acordo com a posição tática do jogador, a retenção e transferência das tarefas nos exercícios para passe são melhores aproveitadas em situação de interferência contextual, e a imprevisibilidade nas tarefas motoras cria maior tempo de reação nos passes. No estudo de Matthews et al (2009) o tempo de voo do passe de peito foi aprimorado através do treinamento complexo usando carga elevadas (85% de 1RM no supino). Parece que treinos de jogos simulados no qual as equipes jogam sobre pressão, igual a uma partida real, demonstram ser um ambiente favorável para aprimorar a habilidade de passe dos jogadores de basquete (Maimón et al, 2020). O arremesso é uma habilidade motora especializada de grande importância comumente utilizada pelos jogadores de basquete. O movimento de arremessar está associado a uma maior precisão, velocidade, proteção contra marcação e permite sua atuação em diversas distâncias da cesta (Okazaki et al, 2013). O arremesso representaria a finalização de um ataque, que pode ou não ser bem sucedida (Oliveira & Oudejans, 2005). 25


Conforme Gonzalez (2008) o arremesso pode ocorrer de forma estacionária ou em movimento. Podemos dizer que são seis os arremessos básicos usados pelos basquetebolistas: estacionário com uma das mãos, lance livre, em suspensão, três pontos, de gancho, e a bandeja. Um arremesso biomecanicamente efetivo é dependente de uma apropriada coordenação entre segmentos articulares envolvidos na tarefa, além da capacidade de gerar força e velocidade (Okazaki et al, 2008). Podemos especular que nenhum arremesso é idêntico ao outro, por mais treinado que seja o basquetebolista. Ao longo do processo de ensino-aprendizagem-treinamento, o jogador lapida o seu arremesso de acordo com as pistas relevantes para solucionar a tarefa motora (Oliveira & Oudejans, 2005). Em adição, conforme o cenário que vislumbra em quadra, o jogador pode efetuar o arremesso de diversas maneiras (Gonzalez, 2008). O arremesso é dependente da aptidão de força funcional dos basquetebolistas. De acordo com Pojskić et al (2014), jogadores de basquete com fraco desenvolvimento da força e potência ativam mais grupos musculares quando fadigados, gerando compensações na execução do movimento, afetando a distância e acurácia final do arremesso. Meneses et al (2016) compararam o desempenho técnico-tático das equipes do campeonato brasileiro (NBB) durante três temporadas (2009-2010, 2010-2011, e 2011-2012). Os autores encontraram uma diminuição no número de arremessos de

26


três pontos e, valorização dos arremessos de dois pontos com o decorrer das temporadas. Um programa de treinamento da força com o uso de medicine ball (3,4, e 5-kg) melhorou a precisão do arremesso em jovens jogadores de basquete (Rosa et al, 2017). A precisão do passe e do arremesso diminuem em condições de fadiga (Maimón et al, 2020). O drible surge como outro fundamento complementar no basquete. É o único meio em que o jogador tem para efetuar deslocamentos na quadra (Gonzalez, 2008). O mesmo pode ser empregado para retirar a bola de uma zona de congestão, avançar para a zona de ataque, infiltração para a cesta, melhorar posição de passe, e criar condição de arremesso (Almeida, 2015). O autor apresenta os tipos de drible: drible de progressão, drible de proteção, drible de velocidade, e drible com ambas as mãos. O quarto fundamento para discussão é o rebote. O rebote é uma situação tática em que a bola ao ser arremessada na cesta não entra e, então, a mesma é disputada entre jogadores da defesa (rebote defensivo) e do ataque (rebote ofensivo). Um aspecto crucial no rebote é o tempo de queda (timing) que deve ser calculado pelos jogadores, para que os mesmos possam executar um salto potente no momento apropriado. Os jogadores devem exercitar suas capacidades perceptivas de melhor posicionamento para poder pegar ou bloquear um rebote (Gonzalez, 2008).

27


Os dois tipos de rebotes devem ser ensinados e treinados de maneiras diferentes. Todavia, a melhora na organização de um tipo de rebote acaba auxiliando no aprimoramento do outro (Gonzalez, 2008). As habilidades motoras específicas do basquete que foram mencionadas (passe, arremesso, drible e rebote) podem ser progredidas em termos de desempenho, com a inclusão de variações nas características do movimento e, do contexto, na situação de ensino-aprendizagem-treinamento (Magill, 2011). Para se atingir este objetivo a longo prazo, deve-se criar uma relação entre a solicitação da tarefa, a variabilidade de prática e a inteferência contextual (Ré & Bojikian, 2011).

28


Figura 01. Relação entre a solicitação da tarefa, a variabilidade de prática e a inteferência contextual que pode ser aplicada no basquetebol (Adaptado de Ré & Bojikian, 2011)

No entendimento do controle motor e da teoria do crescimento e desenvolvimento corporal, um aspecto que não pode passar desapercebido é que um treinamento multifacetado em jovens basquetebolistas antecede a especialização (Moreira & Paes, 2011; Gallahue et al, 2013). Seja nos basquetebolistas jovens e\ou adultos, o objetivo do controle das habilidades motoras é buscar uma automatização e, o devido refinamento dos conteúdos já adquiridos, para que se possa gerar a aprendizagem de novas tarefas com maior grau de complexidade (Rodrigues, 2014). Em inúmeras situações táticas nas partidas, os jogadores de basquete precisam estar resolvendo questões momentâneas, previsíveis ou não. A solução estaria atrelada aos sistemas de jogo ofensivos e defensivos, como também nas ações individuais e coletivas, para poder enfrentar acertadamente aquela determinada situação-problema (Araújo, 2018). Por último, resumidamente, os jogadores de basquete na condição ensinoaprendizagem-treinamento, necessitam realizar uma tarefa motora, porém se defrontam com diversos contextos situacionais complexos, no qual sem uma competência motriz aprimorada não conseguiriam atingir soluções concretas.

29


Figura 02. Situação de ensino-aprendizagem-treinamento no qual os jogadores de basquete enfrentam por meio de competência motora

30


4.0- PREPARAÇÃO FÍSICA NO BASQUETE

Nos tempos atuais, o esporte é tido como um fenômeno moderno da necessidade humana de confrontação e o êxito sobre outro oponente (Juki ć et al, 2018). O crescimento e a popularidade da atividade esportiva estimulou pesquisas no campo teórico-metodológico e, também médico-biológico da preparação desportiva. Isso traduziu-se em fundamentos científicos sólidos para edificar programas de treinamentos consistentes, inovadores e sustentáveis (Platonov, 2008). A preparação física desportiva contemporânea pode ser tratada como um fenômeno de alta complexidade, dividido em processos (meios e métodos de treinamento) e produto final (resultados em competições). As explicações acerca de como implementar um programa bem sucedido de preparação desportiva em um esporte como o basquete, derivam da fundamentação teórica de uma diversidade de áreas correlatas da ciência do esporte e, oscila entre a arte e intuição do preparador físico (Gomes, 2009; Platonov, 2008). Alguns autores argumentam que o segredo na melhoria dos aspectos técnicotáticos e psicológicos de uma modalidade esportiva está intrinsicamente relacionado com uma boa base de preparação física (Gomes, 2009; Bompa & Haff, 2012).

31


Entretanto, vale dizer que estes aspectos não devem ser fragmentados, mas sim, vistos de forma complementar (Beneli et al, 2006). Quando assistimos aos basquetebolistas das diferentes ligas como a NBA, WNBA (Women's National Basketball Association), NCAA (National Collegiate Athletic Association), NBB (Novo Basquete Brasil), ACB (Liga Espanhola de Basquete) entre outras, treinando e competindo em alto nível, existe por trás toda uma estruturação dos programas de preparação física que fundamentam o desempenho técnico-tático.

Figura 03. Fatores do treinamento tendo como alicerce a preparação física (Adaptado de Bompa & Haff, 2012) 32


Uma preparação física bem direcionada norteia-se em princípios pedagógicos gerais e específicos para poder orientar melhores práticas e almejar o caminho da vitória. Os princípios pedagógicos gerais envolvem especialmente a atitude, consciência, caráter, e personalidade do atleta. Nos princípios pedagógicos específicos, encontramos as características essenciais da respectiva modalidade (Gomes, 2009). Nesta abordagem sobre a preparação física no basquete, devemos salientar que existem diferenças conceituais e práticas entre a “forma física” e a “forma desportiva”. Apesar do uso de terminologias conflitantes na literatura consultada, no nosso entendimento, a forma física, representada pelos trabalhos de preparação física, é apenas uma “gaveta” dentro de um universo maior que é a forma desportiva. A forma desportiva é um sistema complexo e amplo que envolve os aspectos técnicos, táticos, físicos e psicológicos de uma determinada modalidade interpretados tanto de forma individual como coletiva (Platonov, 2008; Gomes & Souza, 2008; Ribeiro, 2009; Afonso & Fernandes, 2011; Bompa & Haff, 2012). Não obstante a forma física suprir algumas necessidades dos aspectos técnicos, táticos e\ou psicológicos do basquete, se um destes aspectos estiver deficitário, a forma desportiva pode ser afetada. Por exemplo, um basquetebolista jovem que possui uma boa forma física, porém com deficiências na habilidade técnica do arremesso. Este jogador pode conseguir realizar um bom salto vertical no momento de arremessar (forma física). Contudo, a precisão deste arremesso fica comprometida 33


pela falta de habilidade técnica específica. Então, a forma desportiva (conjunto somatório de aspectos técnicos, táticos, físicos e psicológicos) fica prejudicada.

Figura 04. Forma desportiva no basquete

Um sistema bem estruturado de treinamento que busca a otimização do desempenho explora uma gama de disciplinas (fisiologia, pedagogia, nutrição, estatística, biomecânica, etc). Esse sistema de treinamento é organizado e metodologicamente agrupado de teorias, considerando o pano de fundo social e cultural de uma nação (Bompa & Haff, 2012).

34


Jukić et al (2018) reportam que um sistema de preparação esportiva eficiente depende da habilidade dos gestores e da competência dos profissionais envolvidos, para que as tomadas de decisões operacionais de cada atividade justifiquem o alto investimento. Após estruturar o sistema de treinamento é preciso desenvolver o modelo de treino. O modelo de treinamento é um processo longo e contínuo que engloba a análise, avaliação, e modificação do plano de treinamento com base em comportamentos dos parâmetros fundamentais de desempenho. Será pautado numa análise das necessidades reais do atleta que se conseguirá elevar a probabilidade de desempenho atlético à níveis superiores. No modelo de treinamento, deve-se centrar na especificidade e individualização dos programas de treino que são adotados (Bompa & Haff, 2012). A preparação física provoca mudanças morfofuncionais no atleta, por isso a obediência a leis e princípios capitais que permitam uma adequada solução das tarefas a serem executadas, nos levam à disciplinas integradas com uso de abordagens sistêmicas (Gomes, 2009; Platonov, 2008). Isto posto, convêm assinalar que a maestria esportiva fica cada vez mais dependente das particularidades individuais dos atletas, assim como, na qualidade dos sistemas de preparação. Desse modo, conhecimentos científicos e experiências práticas contribuem para estruturação adequada do processo de treinamento e aperfeiçoamento contínuo dos elementos mais complexos (Platonov, 2008).

35


É preciso refletir que, na atualidade, quando contemplamos um vídeo no youtube dos jogadores de basquete da NBA se exercitando físicamente, estamos nos deparando com questões microestruturais (sessões de treinamento e exercícios). Todavia, cabe ressaltar que as questões macroestruturais (sistemas, meios, métodos, modelos, etc) estão orientado a orquestração do treinamento. Todo o processo de desenvolvimento da preparação física em qualquer atividade esportiva envolve formação e aperfeiçoamento gradual dos jovens talentos (Gomes, 2009; Leite & Sampaio, 2012). A preparação física dos jogadores de basquete jovens deve ser inclinada a multilateralidade, com pensamento a longo prazo. Após um alicerce multifacetado de desenvolvimento das capacidades biomotoras coordenativas e condicionantes, é que se introduz a especialização. Para se atingir a especialização, a idade cronológica e maturacional do atleta deve ser observada (Moreira & Paes, 2011; Leite & Sampaio, 2012; Bompa & Haff, 2012). Sobre este quesito, Leite & Sampaio (2012) ao estudarem o desenvolvimento a longo prazo de jovens jogadores portugueses de basquete, recordam da regra dos dez anos (ou equivalente a 10,000 horas) de prática contínua deliberada para se adquirir a maestria esportiva. Com isso em mente, de nada adianta os treinadores e preparadores físicos das categorias de base acelerarem a especialização esportiva precoce no basquete visando resultados imediatistas. Por exemplo, neste contexto, Nascimento (2020) ao investigar os efeitos do treinamento da força em crianças e adolescentes, alerta que seria interessante 36


considerar os períodos sensíveis de desenvolvimento físico e motor na aplicabilidade das cargas da preparação física. No lado oposto aos jovens atletas, temos os jogadores de basquete da elite. Esportes de alto rendimento como o basquete, estão sujeitos a uma série de fatores intervenientes no andamento natural da preparação física. São eles: calendário competitivo congestionado (excessivo número de jogos), número grande de viagens (atrapalhando o ritmo circadiano dos jogadores), extrema pressão pública (mídia, fans, etc), tempo insuficiente para elaborar treinos a longo prazo, mudanças frequentes de treinadores e atletas, escassos períodos para adoção de estratégias regenerativas, gestores despreparados, falta de cultura interna, entre outros aspectos (Gitti & Bastos, 2013; Jukić et al, 2018; Caparrós et al, 2018; Esteves et al, 2020; Fox et al, 2020; Jukić et al, 2020; Huyghe & Calleja-Gonzalez, 2020; Huyghe et al, 2020). Os fatores referidos anteriormente criam oscilações no pico de desempenho coletivo e individual, aumento no risco de lesões, queda do sistema imunológico dos jogadores, questões psico-sociais entre os membros da equipe, eventos negativos na vida privada dos jogadores, e a impossibilidade de prospectar programas de médio e longo prazo (Jukić et al, 2018). Outra problemática é que o desdobramento da preparação física no basquete hesita entre a necessidade coletiva ou individual. O comportamento da forma física individual de cada jogador não coincide com a curva de desempenho da equipe. Este

37


efeito fisiológico muito comum em esportes coletivos recebe a atribuição de heterocronicidade da forma física (Jukić et al, 2020).

Figura 05. Efeito da heterocronicidade da forma física no basquetebol (Adaptado de Jukić et al, 2020)

A heterocronicidade da forma física acaba ocorrendo no basquete, assim como em outros esportes coletivos, devido ao uso de cargas uniformizadas para toda a equipe sem observar criteriosamente a resposta individual de cada jogador. Existem jogadores mais responsivos e, outros menos responsivos, a uma mesma carga. As respostas adaptativas de cada atleta parecem ter relação com as necessidades fisiológicas individuais (Jukić et al, 2020). O mesmo autor sugere que em esportes 38


coletivos como o basquete, cada vez mais os preparadores físicos se atentem na personalização das cargas e até nos tipos de testes físicos empregados. Nesta perspectiva, os efeitos de um programa devidamente personalizado em atletas de esporte coletivo podem ser vistos no médio e longo prazo, como a redução no número de lesões, menor tempo de afastamento quando lesionado, melhor condicionamento físico, maior minutagem em partidas, melhora nos índices técnicos, etc (Grazioli et al, 2019). É diante deste quadro de difícil manipulação da forma física, frente a um calendário extenso com jogos congestionados, que o preparador físico inserido no basquete monitora as cargas de treinamento individuais dos jogadores, objetivando uma estabilidade no desempenho geral da equipe. A performance no basquete é arranjada por meio da treinabilidade das capacidades biomotoras condicionantes (integração dos sistemas energéticos, metabólicos e mecânicos) e coordenativas (interação entre o sistema nervoso central e o sistema sensorial) (Vretaros, 2016). No quesito capacidades biomotoras condicionantes, o basquete requer a resistência (anaeróbica alática, anaeróbica lática e aeróbica), a força (resistência muscular localizada, hipertrofia, força máxima, potência e resistência de potência), a velocidade (reação, movimento e deslocamento), a agilidade (linear, multidirecional e reativa) e a flexibilidade-mobilidade. Por outro lado, nas capacidades biomotoras coordenativas

temos

o

domínio

espaço-temporal,

coordenação

olho-mão,

coordenação olho-pé, coordenação geral, orientação espacial, orientação temporal, 39


ritmo, precisão, descontração total e diferencial, e o equilíbrio (estático, dinâmico e recuperado) (Branco, 2005; Beneli et al, 2006; Delextrat et al, 2009; Bossi, 2011; Bompa & Haff, 2012; Dantas, 2014; Spiteri et al, 2014; Rodrigues, 2014; Scanlan et al, 2014; Silva, 2014; Almeida, 2015; Cole & Panariello, 2016; Notarnicola et al, 2017). Durante as diferentes fases da temporada, as capacidades biomotoras primordiais ao basquete devem ser estimuladas em conformidade com o modelo de periodização selecionado, buscando uma progressiva adaptação às cargas, tornando o programa de treinamento cada vez mais complexo e refinado. Deve haver um comprometimento da comissão técnica transdisciplinar na solução das adversidades metodológicas, fornecendo subsídios para gerar resultados positivos no trabalho da preparação física (Platonov, 2008; Bompa & Haff, 2012; Dantas, 2014; Buekers et al, 2017). Por último, um treinamento estruturado da preparação física voltada especificamente para o basquete, integra duas visões antagônicas: a abordagem analítica e a holística. O planejamento, execução, e controle das tarefas para aperfeiçoar o desempenho humano pode ser visto como uma junção de bases cientificas, prática, experiência e arte. Assim, diferentes estruturas interagem e se retroalimentam

equilibrando

um

sistema

biológico

de

alta

complexidade

(bioenergético, condicional, cognitivo, emocional-volitivo, coordenativo, expressivocriativo, sócio-afetivo, e mental) (Tarragó et al, 2019).

40


Figura 06. Treinamento estruturado no basquete (Adaptado de Tarragรณ et al, 2019)

41


5.0- PRINCÍPIOS BIOLÓGICOS DO TREINAMENTO DESPORTIVO

Os princípios biológicos do treinamento são leis da ciência que permitem nortear a prescrição do treinamento físico-desportivo. Por meio do domínio destes princípios, o preparador físico conseguirá estabelecer sua metodologia de trabalho baseado nos diferentes processos envolvidos no treinamento (Dantas, 2014). Normalmente, estes princípios são exibidos de forma individual para permitir uma melhor compreensão. Todavia, devemos nos recordar que os mesmos estão interconectados uns aos outros quando edificamos os programas de treinamento (Vretaros, 2015). A literatura demonstra uma grande variedade de princípios biológicos do treinamento desportivo. Para fins didático-pedagógicos deste manuscrito, vamos nos restringir a discussão de onze princípios considerados essencias para o entendimento dos programas de treinamento da força voltados aos jogadores de basquete.

42


5.1- PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE BIOLÓGICA

O primeiro e mais importante dos princípios biológicos do treinamento desportivo apregoa que somos sujeitos únicos, ou seja, não existem dois seres humanos iguais no planeta (Lussac, 2008; Dantas, 2014; Vretaros, 2015). Em tese, isso se explica pela variabilidade de elementos numa mesma espécie criando condições genéticas tal que cada indivíduo possua uma estrutura corporal e psicológica própria (Lussac, 2008). A somatória do genótipo (material genético adquirido) com o fenótipo (estímulos externos ao longo da vida que podem ser positivos ou negativos, fazendo com que o sujeito aprimore ou retarde o aprendizado) é que caracterizam o ser humano distinto. A contribuição da genética, herdada dos antepassados familiares, podem determinar o tipo de composição das fibras musculares, o biotipo, a estatura final, entre outros aspectos. Já, o fenótipo sendo estimulado pelos programas de treinamento físico-desportivos, conseguiria desenvolver algumas variáveis de aptidão física como a força máxima, consumo de oxigênio, velocidade, etc. A partir disto, fica sinalizado que de nada adianta a criança possuir genes valiosos, se os mesmos não forem devidamente estimulados (Cavaliere Junior, 2009; Dantas, 2014). Uma questão recorrente seria em torno de como realizar a prescrição do treinamento físico-desportivo em gêmeos (monozigóticos e\ou dizigóticos). Apesar 43


de nascerem com as mesmas potencialidades inatas, um programa semelhante não é o mais adequado, pois as respostas finais do treinamento tendem a ser distintas. As experiências de vida de cada gêmeo são díspares. Portanto, também a individualização do treinamento se faz necessário nesta população (Cavaliere Junior, 2009). Borges (2016) resume bem este princípio valioso: indivíduos diferentes respondem de modo discrepante a um mesmo estímulo de treinamento. Assim sendo, quanto maior a individualização dos programas de treinamento físico-desportivos, repeitando-se as particularidades de cada atleta, maiores serão as oportunidades de se atingir o potencial máximo do desempenho atlético (Azevedo et al, 2007).

44


5.2- PRINCÍPIO DA ADAPTAÇÃO

A adaptação é um princípio basilar universal da natureza. Graças a capacidade de adaptação humana é que o homem e outras espécies animais e vegetais conseguiram sobreviver frente às constantes mudanças que ocorreram ao longo dos tempos (Lussac, 2008). Podemos afirmar que sem adaptação não há sobrevivência (Bompa & Haff, 2012). Tibana et al (2017) alegam que a adaptação é um ajuste orgânico ao meio ambiente, sofrendo modificações necessárias para conseguir viver melhor quando o meio externo se altera. No corpo humano temos um estado de equilíbrio do organismo denominado de homeostase. A homeostase pode ser rompida por fatores adversos externos e\ou internos. A perturbação da homeostase orgânica faz disparar um mecanismo compensatório para o restabelecimento da normalidade homeostática (Dantas, 2014). Cada sessão de treinamento físico-desportivo busca gerar um estímulo para melhoria de alguma capacidade biomotora. Os estímulos provocados pelos treinamentos nos atletas conseguem reorganizar de forma funcional a homeostase para outros níveis. Isso pode ser chamado de adaptação (Lussac, 2008; Dantas, 2014). A fisiologia orgânica do atleta deve ser sempre desafiada para se elevar o limite máximo adaptativo para o desempenho. No entanto, deve haver um cuidado para com a alternância entre os treinos de alta e baixa intensidade (Bompa & Haff, 2012). 45


De acordo com Vretaros (2015) o princípio da adaptação (conhecida como síndrome de adaptação geral) foi descoberto pelo cientista Hans Selye em 1936. A magnitude dos estímulos (débeis, moderados, fortes ou supramáximos) aplicados nos atletas durante as sessões, poderão provocar adequações de ordem positiva ou negativa. Existem três fases de destaque da síndrome de adaptação geral que provocam as adaptações, são elas: fase 01 (excitação – provocaria reação de alarme na homeostase), fase 02 (resistência orgânica – provoca adaptação) e fase 03 (exaustão – provoca danos temporários ou permanentes) (Dantas, 2014). De uma forma prática, estas fases funcionariam da seguinte maneira: o estresse inicial do treino ascenderia a fase de excitação através da depleção das reservas energéticas. Na fase de resistência orgânica é que ocorreriam as reações adaptativas (positivas ou negativas). Se porventura, as cargas de treinamento forem apropriadas para o atleta, teremos a adaptação positiva (overreaching funcional), cuja supercompensação induzirá a níveis mais elevados de desempenho. Por outro lado, se a cargas forem excessivas, o desempenho será reduzido, colocando o organismo do atleta em uma situação de sobretreinamento (adaptação negativa). A adaptação negativa tem duas vias: se forem esporádicas, são conhecidas como overreaching não-funcional. Se as adaptações negativas persistirem cumulativamente numa linha do tempo teremos o surgimento da sindrome de overtraining (Moreira, 2008; Nakamura et al, 2010; Haff & Haff, 2015).

46


Por isso, é importante que o volume e a intensidade das cargas sejam monitorados e flutuem dentro de um zona sensata de estimulação adaptativa, para que seja gerado a indispensável adaptação positiva (Lussac, 2008; Dantas, 2014; Haff & Haff, 2015). Será por meio destas adaptações positivas morfológicas, metabólicas e funcionais que vão possibilitar o aumento nos resultados desportivos do atleta (Nakamura et al, 2010).

Quadro 07. Adaptações produzidas de acordo com o estímulo de treinamento (Adaptado de Borges, 2016)

47


5.3- PRINCÍPIO DA SOBRECARGA

O princípio da sobrecarga está associado ao principio da adaptação. Imediatamente após a aplicação do estímulo imposto pela sessão de treinamento ocorrerá uma recuperação (positiva ou negativa), cujo objetivo é o retorno aos padrões homeostáticos orgânicos (Azevedo et al, 2007; Lussac, 2008; Dantas, 2014). Este período de restauração compensatória (supercompensação) ocorre durante o repouso e alimentação (Lussac, 2008; Dantas, 2014). Segundo Perreira & Souza Junior (2003) é neste momento crítico que os processos anabólicos (construção) ou catabólicos (degradação) agiriam de acordo com a sobrecarga estressora, fadiga e recuperação apropriada. A recuperação é o elo determinante para que a supercompensação ocorra. Se a recuperação for adequada e, este período for suficientemente dosado, teremos um aproveitamento positivo das sobrecargas impostas na sessão de treino. Do contrário, com uma recuperação inadequada, poderá induzir o atleta a uma estafa (Dantas, 2014). O fenômeno da supercompensação estimula alterações metabólicas agudas, hormonais, cardiovasculares, neuromusculares e sinalizações celulares, fazendo com que os atletas adquiram uma adaptação superior (Bompa & Haff, 2012).

48


Durante o treinamento da força, se a sobrecarga for mantida idêntica por um período de tempo prolongado, as adaptações tendem a não ocorrer, e os ganhos de melhorias no desempenho não serão obtidos (Zatsiorsky & Kraemer, 2008). As respostas positivas frente a sobrecarga compulsória de treinamento podem ser obtidas com um planejamento individualizado e específico, obedecendo a relação de arranjo sensível entre carga e recuperação (Antunes Neto & Vilarta, 2012). Estas sobrecargas (estressoras, manutenção e\ou recuperativas) que irão direcionar as adaptações fisiológicas a outros níveis orgânicos e, consequentemente, ganhos no desempenho (Bompa &Haff, 2012).

Figura 08. Fenômeno da supercompensação (Adaptado de Bompa & Haff, 2012)

49


5.4- PRINCÍPIO DA PROGRESSIVIDADE

A aplicabilidade gradual e progressiva das cargas de treinamento, assim como, o respeito aos períodos específicos de adaptação de cada capacidade biomotora é que regem o princípio da progressividade (Vretaros, 2015). O aumento progressivo das cargas, na medida em que a adaptação ao estímulo anterior ocorre é necessário, pois as cargas anteriormente aplicadas deixam de gerar adaptações suficientes para a melhoria no desempenho (Borges, 2016). Segundo Badillo & Ayestarán (2001) e Borges (2016) o aumento da progressividade pode ocorrer de diversas formas, entre elas: aumentar a frequência semanal de treino, aumento quantitativo (volume) ou qualitativo (intensidade) das cargas, orientações mais específicas das cargas, aumento na densidade do estímulo, inclusão de novas metodologias de treinamento, entre outros.

50


Figura 09. PrincĂ­pio da progressividade das cargas

51


5.5- PRINCÍPIO DA INTERDEPENDÊNCIA VOLUME-INTENSIDADE

O volume e a intensidade das cargas de treinamento podem ser vistas como uma gangorra: enquanto uma variável está no nível superior, a outra variável se encontra em níveis inferiores e, vice-versa (Dantas, 2014). O aumento em um dos estímulos será interdependente com a redução do outro. Desta forma, o volume (quantidade) e a intensidade (qualidade) das cargas acaba ocorrendo de forma antagônica (Lussac, 2008; Vretaros, 2015). Este jogo de preponderância de um estímulo sobre o outro (volume e intensidade) é delineado no comportamento das curvas ondulatórias no gráfico de distribuição das cargas de treinamento (Dantas, 2014).

52


5.6- PRINCÍPIO DA ESPECIFICIDADE

A construção dos programas de treinamento físico-desportivos contemporâneos deve ser pautada de forma sistêmica, integrada e direcionada à objetivos específicos (Lussac, 2008; Dantas, 2014). O princípio da especificidade faz parte da análise das necessidades reais do atleta, tanto em termos de demanda energética quanto da demanda biomecânica. Durante a elaboração dos programas de treino inteligentes, conhecer a demanda bioenergética e aspectos biomecânicos específicos da sua modalidade tornam-se ações obrigatórias para se atingir resultados superiores (Kraemer et al, 2015). Vretaros (2015) e Kraemer et al (2015) detalham quatro parâmetros relevantes a se observar quando pensamos acerca do princípio da especificidade: aspectos bioenergéticos (substrato energético principal no respectivo desporto), aspectos morfofuncionais (somatotipo específico do desporto), aspectos biomecânicos (padrões de movimento, regimes de contração muscular solicitados, articulações requeridas e planos de ações dos movimentos), e os aspectos metodológicos (meios e métodos específicos para se atingir os resultados).

53


5.7- PRINCÍPIO DA CONCORRÊNCIA

O princípio da concorrência refere-se a confecção dos programas de treinamento respeitando o caráter heterogêneo sequencial de algumas capacidades bimotoras (Vretaros, 2015). A sobreposição sequencial heterogênea de uma capacidade biomotora sobre a outra irá gerar efeitos antagônicos, ou seja, a chamada concorrência. O uso de diferentes combinações de capacidades biomotoras numa mesma sessão de treino, ou em sessões sequenciais, poderá resultar ou não, no efeito da concorrência. Este efeito concorrente acaba gerando uma melhoria em uma das capacidades biomotoras em detrimento a outra (s) (Urio, 2015).

54


Quadro 01. Capacidades biomotoras concorrentes (Adaptado de Marques Junior, 2012) Relação de Concorrência entre as Diferentes Capacidades Biomotoras Treino Aeróbio versus Treino da Força Treino da Flexibilidade versus Treino da Força Treino Aeróbio versus Treino da Velocidade Treino Aeróbio versus Treino da Resistência de Velocidade Treino Aeróbio versus Treino da Agilidade Treino da Força versus Treino da Coordenação Treino Anaeróbio versus Treino da Força Treino Técnico-Tático versus Treino da Força

55


5.8- PRINCÍPIO DA TREINABILIDADE

Este princípio é relacionado a janela de adaptação funcional dos atletas. Parece que atletas jovens possuem uma grande janela de adaptação ao treinamento quando comparados aos atletas de elite veteranos. Isso se deve ao fato dos atletas veteranos possuírem muitos anos de prática em relação aos atletas mais jovens (Tubino & Moreira, 2003; Vretaros, 2015). Atletas pouco treinados conseguem adquirir em alguns meses aumentos substanciais na força máxima (~5-10%). No entanto, em atletas altamente treinados na força, o crescimento tende a ser mais lento (Platonov, 2008). De acordo com Vretaros (2015) os atletas veteranos tendem a responder as adaptações das cargas do treinamento de forma mais lenta. Por isso, quando o preparador físico se depara com atletas altamente treinados, com anos de experiência em sua modalidade, o mesmo precisa se atentar a pequenos detalhes para poder incrementar efetivamente o desempenho atlético.

56


5.9- PRINCÍPIO DA VARIABILIDADE

O princípio da variabilidade preconiza a diversificação dos estímulos de treino. A literatura advoga que sem uma devida variação nas cargas (volume, intensidade, frequência, densidade e\ou complexidade) assim como, nos meios e métodos de treinamento, os atletas podem estar sujeitos a um platô no desempenho (Lussac, 2008; Vretaros, 2015). É imperativo incorporar variabilidade periódica nos meios, métodos e sistemas de treinamento para diminuir a monotonia e a estagnação do desempenho. Neste aspecto, a variabilidade do treinamento deve ter como base a bioenergética principal da modalidade, padrões de movimento mais utilizados, e a experiência de treinamento do atleta (Bompa & Haff, 2012). Diversificar os recursos envolvidos na preparação física dos atletas tem relação com o respeito ao princípio da variabilidade (Platonov, 2008). Bossi (2011) recorda que a estagnação que ocorre no rendimento dos atletas devido ao fato da não-ocorrência de variações nos estímulos, é uma conhecida lei biológica denominada como teoria da acomodação. Se quisermos evitar a estagnação no desenvolvimento físico-desportivo do atleta, a palavra-chave que emerge dentro do princípio da variabilidade é a criatividade (Lussac, 2008). 57


5.10-PRINCÍPIO DA DESADAPTAÇÃO

Este princípio também é conhecido como princípio da reversibilidade, destreinamento e\ou desadaptação. São adaptações fisiológicas devido a interrupção ou redução no processo de treinamento. Está atrelado diretamente a queda nos níveis das capacidades biomotoras dos atletas que podem ocorrer devido as lesões, ou férias sem manutenção do condicionamento físico (Vretaros, 2015; Borges, 2016). Essa ocorrência de natureza transitória parte do pressuposto de que aquilo que não se é estímulado, perde-se. Tal queda é dependente proporcionalmente do intervalo de interrupção dos treinamentos. A desadaptação afeta os sistemas funcionais cardiovascular e neuromuscular, cada um deles com um ritmo diferente (Platonov, 2008). Em atletas de elite bem treinados, o desempenho neuromuscular pode declinar em torno de 7-12% durante um período de destreinamento de oito a doze semanas. Em termos cardiovasculares, um período superior a quatro semanas de destreinamento em atletas, pode reduzir o consumo máximo de oxigênio em torno de 6-20% (Mujika & Padilla, 2000).

58


Quadro 02. Efeitos da desadaptação no desempenho cardiovascular e neuromuscular (Adaptado de Mujika & Padilla, 2000) Efeitos Cardiovasculares

Efeitos Neuromusculares

↓ Consumo máximo de oxigênio

↓ Densidade capilar

↓ Volume sanguíneo

↓ Área média da secção transversal da fibra

↑ Frequência cardíaca máxima

↓ Massa muscular

↑ Frequência cardíaca de repouso

↓ Atividade eletromiográfica

↑ Frequência cardíaca de recuperação

↓ Proporção de fibras rápidas\lentas

↓ Volume cardíaco durante o exercício

↓ Desempenho de força

↓ Débito cardíaco máximo

↓ Desempenho de potência

↓ Dimensão / massa ventricular ↑ Pressão arterial média ↓ Volume ventilatório máximo ↓ Desempenho da resistência

Nos basquetebolistas, Ciuti et al (1996) encontraram que cinco meses de destreinamento do condicionamento cardiovascular, porém mantendo o treino da força, potência e partidas, conseguiu elevar alguns parâmetros da potência aeróbia como limiar anaeróbico, consumo máximo de oxigênio, pulso máximo de oxigênio, ventilação pulmonar máxima, e tensão de pressão parcial. Os autores especulam que a queda reduzida nas variáveis cardíacas analisadas se deve ao treino da força e potência, em conjunto com uma quantidade significativa de jogos. 59


No tocante ao destreinamento neuromuscular em jogadores de basquete, Santos & Janeira (2009) avaliaram os efeitos de dez semanas de treinamento complexo (duas vezes por semana) na força explosiva de membros superiores e inferiores, seguidos de seis semanas de destreinamento (manteve-se apenas os treinos regulares de basquete) ou treino reduzido (manteve-se o treino complexo para uma sessão por semana). Nos resultados, autores encontraram semelhanças nas duas situações (destreinamento e treino reduzido) quanto as perdas. Parece que o treino de basquete por si só, foi capaz de manter os valores de força explosiva de membros inferiores e superiores durante os dois períodos (destreino e treino reduzido). Apesar dos dois estudos supramencionados apontarem poucas perdas com o destreinamento em basquetebolistas, no estudo de Salim & Alim (2020) oito semanas de destreino em jogadores de elite afetaram algumas capacidades biomotoras e, principalmente a resistência de velocidade. Outra pesquisa, com jovens jogadoras femininas de basquete, mostrou que três semanas de destreinamento causou efeitos deletérios em algumas variáveis da aptidão física: aumentou os valores da frequência cardíaca de repouso, reduziu os valores do salto vertical, redução no consumo máximo de oxigênio, e na capacidade anaeróbica (Atay & Kayalarli, 2013). Borges (2016) levanta alguns tópicos importantes para minimizar os efeitos da desadaptação no organismo dos atletas: 1)- evitar, sempre que possível interrupções no processo de treinamento, 2)- garantir a continuidade no desenvolvimento de todas as capacidades biomotoras, 3)- em caso de lesão, tentar manter de alguma forma o 60


condicionamento físico, e 4)- ajustar as fases de recuperação para que não resultem em restrições ao treinamento.

61


5.11- PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE

Em todos os programas de treinamento existe um continuum da linha do tempo. Através de uma sequência lógica e regular das sessões de treinamento conseguiremos respeitar o princípio da continuidade (Vretaros, 2015). Normalmente, uma condição atlética superior só é conseguida após vários anos contínuos de treinamento. Além de evitar perdas fisiológicas, a continuidade do treino evita que se desfalque etapas importantes na formação de um atleta (Lussac, 2008). O sequenciamento ordenado das cargas com a sucessão ininterrupta dos efeitos das sessões antecedentes e posteriores, vai assegurar a aquisição, conservação, e o desenvolvimento de médio e longo prazo na treinabilidade (Gomes, 2009). Também, a continuidade temporal da aplicação de estímulos sucessivos, permitirá que o atleta assimile cargas de trabalho cada vez mais elevadas (Dantas, 2014). Este princípio está ligado com a periodização, pois através da continuação sistemática dos estímulos, garantiremos o domínio do gestual técnico da modalidade, o aprimoramento do condicionamento físico, e o controle de todas as complexas variáveis implicadas no desempenho atlético (Borges, 2016).

62


6.0- A FORÇA

A força vista na lei da física pode ser entendida na segunda lei de Isaac Newton, que é o resultado do produto da massa pela aceleração (Força = massa x aceleração) (Turner & Comfort, 2018). Ao contrário, a força presente na ação esportiva humana refere-se à capacidade do sistema nervoso central de produzir tensão muscular em seus diferentes regimes de contração muscular (concêntrico, excêntrico e\ou isométrico) (Vretaros, 2002; Zatsiorsky & Kraemer, 2008). De acordo com Turner & Comfort (2018), a definição de força refere-se à capacidade de superar uma força externa. Ou seja, o atleta precisa movimentar funcionalmente seu corpo contra a força da gravidade, a força de um adversário ou até mesmo de um objeto externo como um haltere. Para Bompa & Haff (2012), quando nos referimos à força, estamos falando do torque máximo que um músculo ou grupo de músculos é capaz de executar. O treinamento de força também é chamado de treinamento neuromuscular e pode melhorar o desempenho físico dos jogadores, bem como reduzir o risco de lesões musculoesqueléticas (Hopper et al, 2017; Boyle, 2015). A força é uma capacidade biomotora evidente em várias ações motoras executadas por jogadores de basquete. Nas extremidades superiores podemos ver a 63


força com os diferentes tipos de passes, tiros de curta e longa distância, enterradas, etc. Nas extremidades inferiores, por outro lado, a força é produzida em acelerações, desacelerações, mudanças de direção, saltos, aterrissagens, etc. No tronco (core), a força auxilia na produção de movimentos poderosos e altamente plastificados, no equilíbrio após a aterrissagem, na prevenção de lesões, etc. (Kaur, 2018). No basquete, a força do jogador pode ser dividida em força absoluta e força relativa. Por exemplo, a força absoluta é evidente quando o jogador move o corpo de um oponente em uma colisão durante a partida. Por outro lado, na força relativa, o jogador pode superar a inércia e carregar seu próprio peso corporal durante um salto. É preciso existir uma estreita correspondência entre o treinamento da força e a especificidade da modalidade esportiva. Parece que um trabalho de força devidamente especializado possui uma relação orgânica com o arsenal de tarefas técnico-táticas (Platonov, 2008). Uma questão importante quando falamos sobre força motora específica no basquete é que estamos procurando a força funcional para melhorar o desempenho nas ações motoras e, não, a estética dos jogadores. Um treinamento da força funcional bem planejado no basquete permite a participação de todas as cadeias musculares envolvidas nos diferentes planos de movimento e, simultaneamente, por meio de exercícios integrados, potencializando a qualidade das ações motoras como produto final (Boyle, 2015; Boyle, 2018; Bossi, 2011; Teixeira e Guedes Jr, 2014; Cole e Panariello, 2016; Patel e Home, 2017; Sato e Shimokochi, 2017).

64


As diferentes metodologias empregadas no treino da força atuam preferencialmente no aparelho locomotor e no sistema neuromuscular dos atletas (Platonov, 2008; Bompa & Haff, 2012). No tocante a utilização de várias metodologias no treinamento da força, devemos levar em conta a proporção ideal de cada método e, a sua distribuição racional nas diferentes fases do processo de preparação (Platonov, 2008). Porém, quando se fala em meios, métodos e sistemas de treinamento e desenvolvimento da força, encontramos na literatura diferentes escolas que valorizam suas respectivas metodologias: escola alemã (Weineck, 2003), escola russa (Platonov, 2008; Zakharov, 1992) , escola norte-americana (Lloyd et al, 2016; Ratamess, 2015; Boyle, 2015; Boyle, 2018; Cole & Panariello, 2016), escola canadense (Poliquin, 1997), escola brasileira (Tubino & Moreira, 2003; Dantas, 2014; Teixeira & Guedes Jr, 2014; Vretaros, 2015; Vretaros, 2002; Bossi, 2011; Kamel, 2004; Gentil, 2014), escola australiana (Haff & Nimphius, 2012), escola italiana (Bosco, 2000), escola francesa (Cometti, 2005), escola espanhola (Manso, 1999; Badillo & Ayestarán, 2001), entre outras. Independentemente do tipo de escola que se adota, ao buscar trabalhar a força motriz no esporte, encontramos as seguintes manifestações dela: adaptação anatômica, hipertrofia, força máxima, potência e resistência de potência (Bompa & Haff, 2012; Vretaros, 2015; Vretaros, 2002; Haff e Nimphius, 2012; Thomas et al, 2017).

65


Quadro 03. Manifestações e mecanismos da força motora (Adaptado de Da Silva, 2014) Manifestações

Mecanismos

Adaptação Anatômica e Hipertrofia

Estruturais Metabólicas Hormonais Balanço anabólico Testosterona Cortisol

Força Máxima

Processos de recrutamento nervoso Coordenação intramuscular Coordenação intermuscular

Potência e Resistência de Potência

Ciclo alongamento-encurtamento Reflexo miotático Elasticidade

Essas manifestações da força motriz devem ser implementadas durante o desenvolvimento de um programa de treinamento de força voltado para jogadores de basquete. No treino da força para basquetebolistas, considerar as diferenças entre gêneros é tarefa essencial do preparador físico. McArdle et al (2011) elencam os principais fatores que permitem entender essa distinção: a)- área de secção transversal dos músculos, b)- força absoluta total, c)- características de arquitetura muscular, e d)força relativa associada com a composição corporal. Entretanto, nesta perspectiva,

66


Boyle (2018) aconselha que os profissionais da preparação física não devem diminuir suas expectativas em relação as atletas do sexo feminino, pois apesar de não possuírem os mesmos níveis de força dos atletas masculinos, as mesmas conseguem desenvolver bons resultados. Ressalta-se que as manifestações da força não devem ser analisadas individualmente, mas por associação com outras capacidades biomotoras, como velocidade, agilidade e potência (Bompa & Haff, 2012; Platonov, 2008; Lloyd et al, 2016). Entre as manifestações da força mencionadas, existem períodos específicos de desenvolvimento ao longo da temporada (pré-temporada, início de temporada, temporada, temporada final e fora de temporada). Um programa de treinamento da força devidamente periodizado ao longo dos ciclos de treinamento, aliado a um controle sistemático das cargas, pode proporcionar melhorias significativas na aptidão física funcional dos jogadores de basquete (Fulton, 1992; Moreira et al 2004; Lambert et al, 2008; Bompa & Haff, 2012). As respostas fisiológicas às cargas impostas pelo treinamento de força são únicas e individualizadas para cada jogador. Embora o basquete seja um esporte de equipe, nem todos os jogadores respondem igualmente à mesma carga, pois há indivíduos altamente responsivos e menos responsivos. Variações intra e interindividuais podem ser verdadeiras ou falsas em face das demandas de carga (Peterson et al, 2005; Zatsiorsky & Kraemer, 2008; Tibana et al, 2017; Jukic et al, 2020). 67


7.0- FORÇA FUNCIONAL NO BASQUETE

No campo do treino da força, pode-se entender como metodologia funcional, aquela abordagem que aprimora o desempenho através do uso das funções vitais por meio dos padrões de movimento (Teixeira & Guedes Jr, 2014; Boyle, 2015; Santana, 2017). Nas últimas décadas muito se tem discutido acerca do treinamento da força funcional versus o treino da força convencional. Os defensores ferrenhos do treinamento funcional alegam superioridade nos seus métodos. Em contrapartida, temos os adeptos do treino convencional, que também defendem a sua visão. Não saberia dizer ao certo se isto é uma briga entre a old school versus modern school. Talvez, não. Acredito que a resposta é bem mais complexa e contraditória do que se consegue imaginar. No fim das contas, este conflito pode ser abreviado da seguinte forma: acreditamos que tudo depende dos objetivos que se quer construir, do público-alvo, da disponibilidade de equipamento e, principalmente, da formação e experiência do preparador físico. Para treinar a força funcional no basquete podemos nos munir de uma ampla gama de ferramentas: 1)- técnicas de levantamento olímpico (para treinar potência), 2)- técnicas do powerlifting (para desenvolver força máxima), 3)- técnicas do 68


bodybuilding (para treinos de hipertrofia), 4)- técnicas e equipamentos do strongman (para desenvolver força máxima e potência), 5)- equipamentos do setor de reabilitação fisioterápica (para exercícios preventivos das lesões), 6)- exercícios do crossfit, entre outras inúmeras alternativas viáveis e seguras que o profissional capacitado pode empregar (Winwood et al, 2014; Teixeira & Guedes Jr, 2014; Boyle, 2015; Vretaros, 2016; Santana, 2017 Boyle, 2018; Kartal & Ergin, 2020).

Quadro 04. Comparando o treino da força convencional versus força funcional (Adaptado de Vretaros, 2015a) Treino da Força Convencional

Treino da Força Funcional

Alvo em Músculos

Alvo em Padrões de Movimento

Uniplanar

Multi-articular e Multi-planar

Superfícies Estáveis

Superfícies Estáveis e Instáveis

Exercícios Simples

Exercícios Complexos

Posições Estáticas

Posições Estáticas e Dinâmicas

Exercícios Gerais

Exercícios Gerais e Específicos

Hoje vemos jogadores da NBA realizando seus treinos da força com pesos livres, faixas elásticas, métodos calistênicos, entre outras estratégias metodológicas com base funcional. Um treino de força confeccionado com a metodologia funcional para ser bem sucedido é preciso inicialmente prevenir as lesões e, seguidamente, melhorar o rendimento (Boyle, 2015). 69


Os exercícios realizados em aparelhos não são caracterizados como funcionais, pois a carga é estabilizada pelo próprio equipamento. Do contrário, os exercícios da força utilizados na metodologia funcional possuem uma quantidade de instabilidade controlada com a finalidade de readquirir estabilidade nos diferentes planos de movimento (Boyle, 2018). Sobre este cenário, Da Silva (2014) ao entrevistar preparadores físicos de basquete acerca do treino da força, encontrou relatos de que a grande maioria das tarefas são feitas com pesos livres e, que as máquinas, são usadas como referência complementar de acordo com as necessidades dos jogadores. Um exercício de força isolado como ocorre nas máquinas de musculação não tem a pretensão de transferir benefícios para as tarefas funcionais requeridas no esporte. Um processo que apoia a noção da força funcional é plasticidade cortical. Cada novo movimento repetido e aprendido pelo sistema nervoso central atua como uma rede de adaptação neural de conexões intersinápticas melhorando a eficácia na qualidade de movimentação (Liebenson, 2017). Bossi (2011) relata que no treinamento funcional da força, quando o sistema nervoso central não consegue garantir estímulos suficientes para uma transferência competente, exercícios especiais devem ser criados. Os exercícios da força funcional são dispostos de acordo com uma linha de base, progressão e regressão das tarefas. Na linha de base, são usados exercícios de partida geral. Conforme se apresenta o desenvolvimento deste atleta, o exercício pode ser progredido ou regredido (Boyle, 2018). Não devemos avançar para exercícios

70


novos e mais complexos sem uma assimilação prévia do exercício anterior (Da Silva, 2014). Existe uma linha natural evolutiva no treino da força funcional no qual os exercícios iniciam-se num sistema estável e, progridem para tarefas que estressam os músculos estabilizadores e neutralizadores (Boyle, 2015). Uma discussão corrente no treino da força funcional é quanto ao uso dos exercícios de cadeia cinética aberta ou fechada. Apesar dos exercícios de cadeia fechada serem aqueles que produzem maior estabilidade articular e, conseguirem reproduzir os movimentos empregados nas tarefas esportivas, os exercícios de cadeia aberta também são um recurso adicional valioso na confecção dos programas (Bossi, 2011; Boyle, 2015). Na abordagem funcional da força, cada segmento articular possui atributos que oscilam entre a estabilidade e a mobilidade. A perda de função em uma articulação pode acabar afetando outra. Uma articulação disfuncional faz com que outra articulação gere compensação por meio de um padrão motor operacional inadequado. Por exemplo, a falta de mobilidade no tornozelo pode gerar dor no joelho. Outro exemplo seria que a perda de mobilidade no quadril poderia gerar dor na coluna lombar. Por isso, a abordagem articulação por articulação tem sido um meio eficaz de prescrever programas de treinamento (Boyle, 2015; Boyle, 2017).

71


Quadro 05. Abordagem articulação por articulação (Adaptado de Boyle, 2017) Articulação

Necessidade Funcional

Arco Plantar

Estabilidade

Tornozelo

Mobilidade Sagital

Joelho

Estabilidade

Quadril

Mobilidade Multiplanar

Lombar

Estabilidade

Escápula

Estabilidade

Torácica

Mobilidade

Gleunoumeral

Mobilidade

Cotovelo

Estabilidade

Punho

Mobilidade

Cervical Distal

Estabilidade

Cervical Proximal

Mobilidade

O intuito do treino da força na abordagem funcional é verificar se o jogador é funcionalmente forte para conseguir realizar satisfatoriamente seu movimento esportivo com menor probabilidade de lesões. A força funcional serve como elemento primordial no qual são construídas outras capacidades biomotoras (Boyle, 2015; Boyle, 2018). A diminuição

nos

déficits

neuromusculares,

em

conjunto

com

o

aperfeiçoamento das competências motrizes, são o resultado de um treino da força funcional bem elaborado (Sañudo et al, 2019). 72


Santana (2017) cita que a força funcional é avaliada em relação a qualidade do movimento executado e, não obrigatoriamente, pela carga erguida. Neste discernimento, Boyle (2015) salienta que não devemos adicionar força na disfunção motora. Primeiro é preciso dominar o padrão de movimento e, em seguida, adicionar carga. O basquetebol é um esporte coletivo com características intermitentes, em que as ações motoras utilizadas nos jogos requerem movimentos dinâmicos explosivos (acelerações, desacelerações, mudanças de direção, saltos, etc.) no qual acabam denotando os níveis de força dos jogadores (Sánchez- Sánchez, 2007). Completa este quadro, o fato dos jogadores de basquete da elite executarem uma média de 703 movimentos e, 100 ações de alta intensidade por minuto nas partidas (Freitas, 2019).

Quadro 06. Expressões analíticas da força no basquete FUNÇÕES TÁTICAS

EXPRESSÕES ANALÍTICAS DA FORÇA

Armadores, Alas e Pivôs

Força de aceleração, força de desaceleração, força de salto vertical, força de salto horizontal, força explosiva, resistência de força explosiva, força reativa, força de lançamento

O intensivo contato físico dos jogadores durante uma partida, aliado as constantes mudanças de direção, em conjunção com diversas técnicas para ganhar 73


espaços de manobra, faz com que a coordenação dos padrões de movimentos necessitem estar em sintonia fina para poder apresentar um desempenho superior, com reduzido risco das lesões. Isto pode ser obtido com o treino da força funcional (Garbenytė-Apolinskienė et al, 2017; Patel & Horne, 2017). Shelling & Torres-Ronda (2016) ressaltam que para o basquete, o treinamento da força funcional deve ter alguns objetivos em mente, tais como: prevenir lesões por movimentos rápidos dos jogadores realizados principalmente em regime excêntrico (pousos e desacelerações). Da mesma forma, os autores apontam que o jogador de basquete deve possuir melhor controle neuromuscular, para reagir a situações imprevisíveis que ocorrem em um jogo. Existe um hábito muito comum de demandar um tempo considerável para treinar o jogador de basquete em habilidades com a bola. Contudo, a meta central deveria fazer com que os jogadores se movimentem bem sem a bola, usando suas habilidades específicas da modalidade, conseguindo manter os padrões de movimento eficientes e potentes. Isso resultaria em risco de lesões diminuído e melhora no rendimento (Sato & Shimokochi, 2017). Os mesmos autores sugerem que no treino funcional da força voltada ao basquete, alguns movimentos básicos devem ser estimulados e aprimorados, a saber: pular, deslizar, correr e passo crossover. Treinar a força com base bipodal é uma tarefa frequente. No panorama funcional, além do uso da base bipodal, a base unipodal é extremamente valorizada. Isso ocorre porque a maioria dos movimentos encontrados no basquete e outras

74


modalidades, possuem ações motoras na base monopodal (Boyle, 2015; Santana, 2017; Patel & Horne, 2017; Boyle, 2018). Patel & Horne (2017) recordam que para os basquetebolistas, a base monopodal recruta os glúteos como estabilizadores, desafiando a pelve e os estabilizadores do tornozelo para fornecer equilíbrio e estabilidade harmoniosa. O fortalecimento deste trilho anatômico da cadeia posterior (complexo dos glúteos, isquiotibiais, e eretores da coluna) irá permitir que o jogador produza uma quantidade expressiva de força funcional. Na transferência das diferentes manifestações da força funcional para o desempenho motor esporte-específico, seria conveniente treinar movimentos que gerem forças nos regimes musculares, velocidade angular e potência necessários ao esporte em questão (McArdle et al, 2011). O emprego de treinos com movimentos integrados seria o estágio mais avançado da força funcional para os basquetebolistas. Esses treinos simulam sequências de ações motoras comuns nas partidas. Começam com atividades simples e pré-planejadas e, num segundo momento, transformam-se em atividades complexas e reativas (Schelling & Torres-Ronda, 2016; Sato & Shimokochi, 2017). Nesta conjuntura, Araújo (2018) designa de treinamento global a execução em uma mesma sessão de treinamento, dos aspectos físico, técnico e tático, sem perder a especificidade dos movimentos. Os principais objetivos quando confeccionamos os programas de treinamento da força funcional direcionada aos jogadores de basquete são o desenvolvimento de 75


todas as manifestações consideradas relevantes da força para a modalidade, o equilíbrio harmônico entre todas as cadeias musculares, a preparação gradual para tarefas de maior intensidade, o respeito para com a especificidade do treino e, a prevenção das lesões (Da Silva, 2014; Boyle, 2015; Schelling & Torres-Ronda, 2016; Santana, 2017; Boyle, 2018; Strasunskas, 2020).

Figura 10. Efeitos do treinamento da força funcional no basquete (Adaptado de Da Silva, 2014; Strasunskas, 2020)

Neste continuum do treino da força funcional, temos de nos ater a um ciclo de preparação, recuperação e competições. Para isto, temos a periodização que nos permite programar e estruturar devidamente as tarefas da preparação dos atletas. Conseguir ordenar as cargas da força que são administradas aos atletas torna-se

76


imperativo para que se obtenha os efeitos desejados (Bompa & Haff, 2012; Liebeson & Pate, 2017). As manifestações da força motora no basquete possuem um sequenciamento pedagógico para se obter uma transferência funcional mais legítima. Os trabalhos iniciais começam com a adaptação anatômica, seguido da hipertrofia, força máxima e, atingem o ápice com o desenvolvimento da potência. Esse sequenciamento pedagógico se adequa nas diferentes fases da periodização (preparação geral, preparação específica, competição e transição) (Vretaros, 2002; Vretaros, 2008; Bompa & Haff, 2012; Da Silva, 2014). É preciso atenção detalhada ao trabalhar outras capacidades biomotoras junto com a força. O efeito da concorrência pela sucessão heterogênea de diferentes capacidades biomotoras como discutido no capítulo sobre princípios biológicos, pode afetar os ganhos finais de rendimento (Marques Junior, 2012; Wilson et al, 2012; Urio, 2015).

77


Figura 11. Aplicação da força funcional em jogadores de basquete

78


8.0- ADAPTAÇÃO ANATÔMICA

A adaptação anatômica ou resistência muscular localizada (RML) é o principal trabalho que se realiza buscando favorecer as adaptações teciduais dos músculos, tendões e ligamentos antes de submeter o aparelho locomotor do jogador a um treinamento mais intenso (Vretaros, 2015). Essa fase também é chamada por alguns autores de resistência de força (Thomas et al, 2017). A adaptação anatômica permite que a contração muscular execute tarefas motoras por um tempo prolongado com sinais mínimos de fadiga. Depende de uma combinação de força, sistema metabólico e circulação local (Lambert et al, 2008). O treinamento da adaptação anatômica provoca mudanças na qualidade muscular, permitindo a execução de um número grande de contrações, sem a diminuição na amplitude de movimento, frequência, velocidade, e força de execução (Dantas, 2014). O trabalho de adaptação anatômica pode ser implementado primariamente em atletas que estiveram ausentes do treinamento de força por um período prolongado (Bompa, Di Pasquele & Cornacchia, 2012). Platonov (2008) considera a resistência de força como a capacidade do sistema neuromuscular do atleta de manter indicadores de força por períodos prolongados de tempo. Segundo Fahey (2014), as propriedades do treinamento de adaptação 79


anatômica auxiliam na prevenção de lesões em esportes cíclicos. Uma característica marcante desse tipo de manifestação da força é a realização de um grande número de repetições com cargas que variam de intensidade leve à moderada. De forma geral, Bompa & Haff (2012) afirmam que o treinamento de força voltado para a adaptação anatômica serve para: 1)- estabelecer uma base neuromuscular inicial, 2)- aumentar a capacidade de trabalho de curto prazo, 3)aumentar a massa magra e diminuir a massa gorda, e 4)- proporcionar equilíbrio muscular. Em jogadores de basquete, deve-se atentar para o tipo de fibra muscular necessária ao treinamento de adaptação anatômica (tipo I - contração lenta) para que não gere efeitos negativos, visto que o tipo de fibra mais necessária para o basquete é o tipo II (contração rápida) (Delextrat & Cohen, 2009; Spiteri et al, 2014; Rice et al, 2017). Em tarefas intensas e intermitentes, como ocorre no basquetebol, as fibras requeridas preferencialmente são as de contração rápida (tipos IIa, IIb e IIc). Tais fibras possuem como características uma enzima de ação acelerada na quebra do ATP (adenosina trifosfato) essencial para contração e relaxamento muscular (Santos, 2006). Sendo assim, podemos classificar o basquete como um esporte de força e potência que requer fibras do tipo II (contração rápida) (Rice et al, 2017). Alguns preparadores físicos preferem não utilizar este tipo de trabalho (adaptação anatômica) ou utilizá-lo por um período muito curto. Começam com a hipertrofia que antecede o 80


trabalho de força máxima, pois não geraria conversão incorreta das fibras (Zatsiorsky & Kraemer, 2008; Vretaros, 2015; Bompa & Haff, 2012). Esse tipo de trabalho pode ser feito por meio de treinamento em circuito. através de exercícios realizados com o próprio peso corporal, faixas elásticas, kettlebells, etc (Kumar & Yadav, 2018; Shekhawat & Chauhan, 2020).

Quadro 07. Exemplo de exercícios da força funcional no treino de adaptação anatômica Padrão de Movimento

Exemplo

Puxar na Horizontal

remada curvada

Empurrar na Horizontal

empurrar trenó

Puxar na Vertical

rosca alternada

Empurrar na Vertical

paralelas

Dominância de Joelho

agachamento unilateral

Dominância de Quadril

elevação pélvica

Quadro 08. Características do treinamento de adaptação anatômica Tipo

Séries

Repetições

de

Intensidade

Pausa

Pausa

Velocidade

(% 1RM)

entre

entre

de

Séries

Repetições

Execução

60-90 s

30-50 s

Lenta

Força Adaptação

2a3

12 a 25

60-75%

Anatômica

a moderada

81


9.0- HIPERTROFIA MUSCULAR

No basquetebol, o treinamento de hipertrofia não consiste em "inflar" o jogador, mas no desenvolvimento harmonioso da morfologia corporal para que o atleta possa suportar os choques e/ou contatos físicos que ocorrem nas partidas. A hipertrofia nada mais é do que um aumento da área de secção transversa do músculo (Bompa & Haff, 2012). Gentil (2014) afirma que a hipertrofia está relacionada ao aumento volumétrico de um músculo obtido pelo acréscimo do tamanho de suas fibras musculares. No treinamento da força hipertrófica, os ganhos de força serão conquistados por meio do aumento da secção transversal da musculatura, ou seja, por meio da anabolização de tecido muscular (Dantas, 2014). O desenvolvimento da hipertrofia muscular pode ocorrer de duas formas do ponto de vista fisiológico: hipertrofia miofibrilar ou hipertrofia sarcoplasmática (Zatsiorsky & Kraemer, 2008; Gentil, 2014). Segundo Zatsiorsky e Kraemer (2008) a hipertrofia sarcoplasmática ocorre por meio do crescimento do sarcoplasma, que é uma substância interfibrilar. Em contraste, na hipertrofia miofibrilar, ocorre um alargamento da fibra muscular por meio de ganhos nas miofibrilas e nos filamentos contráteis de miosina e actina. 82


Segundo Krzysztofik et al (2019) a hipertrofia muscular por meio do treinamento de força pode ser alcançada com uma combinação racional de estresse mecânico e metabólico. O método tensional para o desenvolvimento da hipertrofia estaria correlacionado com os estímulos mecânicos obtidos por meio da utilização de cargas e amplitudes elevadas de movimento (Gentil, 2014). Por outro lado, Gentil (2014) enfatiza que o estresse metabólico é obtido pelo aumento do acúmulo de metabólitos promovido pela combinação de regimes de contração muscular (concêntrico, excêntrico e isométrico). Krzysztofik et al (2019) alertam que a hipertrofia ocorre quando a síntese de proteínas musculares excede sua degradação e resulta em um saldo positivo em determinados períodos cumulativos. Zatsiorky & Kraemer (2008) afirmam que o princípio da sobrecompensação da proteína é que governa a hipertrofia, gerando ganhos no material miofobrilar. Os aspectos hormonais têm seu grau de influência nos ganhos da hipertrofia muscular. A relação entre os hormônios testosterona e cortisol regula os processos anabólicos (aumento da testosterona, hormônio do crescimento, somatomedinas e insulina) e catabólicos (aumento das catecolaminas, cortisol, glucagon e endorfinas) contra as cargas impostas aos jogadores (Zatsiorsky & Kraemer, 2008; Foschini et al, 2008; Del Alcázar et al, 2010). Conquistar grandes volumes de hipertrofia muscular não é uma tarefa fácil. Baseia-se no equilíbrio sensível por meio de um programa de treinamento bem 83


estruturado, nutrição adequada, equilíbrio hormonal e repouso controlado para maximizar as adaptações musculares (Zatsiorky & Kraemer, 2008; Gentil, 2014). Além disso, Platonov (2008) afirma que a magnitude dos ganhos de massa muscular depende da composição do tipo de fibra muscular. Nesse sentido, a literatura sugere que as fibras do tipo II possuem uma grande área de secção transversal (McQuilliam et al, 2020). Uma característica marcante do treinamento voltado para a hipertrofia é a presença de grandes volumes (séries x repetições x carga) para se obter o crescimento muscular desejado (Krzysztofik et al, 2019). Dentre as técnicas e métodos de treinamento da hipertrofia muscular, a literatura relata algumas: pirâmide crescente, pirâmide decrescente, drop sets, pré-exaustão, super-sets, cluster-sets, super lento, carregamento excêntrico, oclusão vascular, entre outros. (Gentil, 2014; Krzysztofik et al, 2019; Platonov, 2008). Saber manipular algumas variáveis como a velocidade de execução do movimento pode determinar o sucesso do programa de hipertrofia (Poliquin, 1997). Existem quatro dígitos correspondentes às fases do movimento (excêntrico, transição, concêntrico, transição). Por exemplo: (2 \ 0 \ 1 \ 0). Você pode manipular esses números de uma forma que reflita diretamente o tempo de tensão muscular para gerar hipertrofia. Quando se fala em treinamento de hipertrofia na prática profissional, surge a questão de realizar repetições até a falha mecânica. Izquierdo et al (2006) relatam a diferença fisiológica e hormonal que ocorre entre o treinamento até a falha mecânica 84


ou não, após onze semanas de treinamento de força. O treinamento para falha mecânica resultou em reduções na concentração de IGF-1 e um aumento nos valores de IGFBP-3. Porém, no treinamento sem falha mecânica, houve uma redução na concentração residual de cortisol e proporcionou aumento nos valores de testosterona. Segundo Krzysztofik et al (2019) se a ênfase for na fase concêntrica do movimento, teremos um aumento no ângulo de penação. Porém, se a fase excêntrica do movimento for enfatizada, haverá um aumento no comprimento do fascículo. Sobre os ganhos hipertróficos decorrentes do treinamento de força, Platonov (2008) advoga que nem todos os músculos reagem com os mesmos ganhos. Parece existir alguns grupos musculares com maior e, outros com menor dificuldade para o desenvolvimento muscular. O uso de suplementação alimentar atrelado ao treino da força hipertrófica é um tarefa comumente empregada no esporte. Por exemplo, o suplemento Whey Protein

®

é um produto comercial muito utilizado por atletas que buscam ganhos de massa muscular. Este produto contêm proteínas do soro do leite de vaca, com alta concentração de aminoácidos essenciais de cadeia ramificada (leucina, isoleucina e valina) (Coutinho, 2014). Sobre esta questão da suplementação de proteína nos ganhos hipertróficos, Taylor et al (2016) realizaram um estudo em jogadoras femininas de basquete universitário. As jogadoras foram divididos em dois grupos: suplemento de proteína (24,0 gramas) e suplemento de maltodextrina (24,0 gramas). O programa de treinamento da força durou oito semanas. Nos resultados, o grupo de jogadoras 85


suplementado com proteína obteve maiores ganhos de massa muscular em relação ao grupo suplementado com maltodextrina. Além disso, o grupo de suplementação melhorou o desempenho físico no teste de supino, bem como melhores escores de agilidade. A creatina é outro recurso de suplementação ergogênica a disposição no mercado. A creatina tem uma correlação forte com as fibras tipo II, cuja taxa de degradação é maior quando comparada as fibras do tipo I. Como o treinamento para ganhos de massa muscular (hipertrofia) é de alta intesidade e curta duração, a creatina aumentaria seus estoques musculares possibilitando maior tempo de contração intensa e rápida recuperação. Isso poderia induzir a um desempenho superior da força e potência (Coutinho, 2014). O ácido beta-hidroxi-beta-metilbutírico (HMB) é outro tipo de suplemento alimentar que é usado na estimulação da síntese proteíca, no qual pode propiciar melhorias na força e composição corporal (ganhos de massa muscular e redução da massa gorda) através de um programa de treinamento devidamente orientado. Também, o HMB pode ser empregado em combinação com a creatina, apresentado os mesmos efeitos fisiológicos supramencionados (Fernández-Landa et al, 2019). Neste sentido, um estudo de Zajac et al (2003) comparou três tipos de suplementação alimentar em jogadores de basquete: creatina, HMB e uma combinação de creatina e HMB. Cada grupo de jogadores recebeu um desses tipos de suplementação por trinta dias. Nesse período, os jogadores realizavam um programa específico de treinamento de força (3 vezes por semana). Nos resultados, a ingestão 86


de creatina e creatina com HMB proporcionou aumento da massa corporal e da massa magra. A suplementação de HMB diminuiu a massa gorda e proporcionou um aumento na massa livre de gordura. A ingestão combinada de creatina com HMB parece ter grande influência na composição corporal de jogadores de basquete. Ao comparar jogadores universitários de basquete com profissionais chilenos, Delgado-Floody et al (2017) encontraram valores semelhantes de percentil de massa muscular entre os dois grupos (47.59% versus 46.26%, respectivamente). Em outro estudo, mensurando a massa muscular, desta vez com jogadoras femininas profissionais, foi encontrado valores maiores de massa muscular quando comparado a uma população feminina de não-atletas (45.9Kg versus 38.2Kg, respectivamente) (Rebai et al, 2012). Na investigação de Taylor et al (2016) com jogadoras universitárias femininas de basquete, os ganhos de massa magra foram na ordem de +1,4Kg com uso de suplementação proteíca. Na prescrição do treinamento de hipertrofia muscular, algumas características metodológicas se destacam: repetições entre 8 a 12, entre 3 a 4 séries, intervalo de descanso que varia de 60 a 90 segundos e intensidade de 80% de uma repetição máxima (Oliveira Ramalho et al, 2011). A principal preocupação no treinamento para hipertrofia no basquete deve ser: a)- ganhar massa muscular, b)- construir um jogador forte e grande para obter uma vantagem natural contra jogadores menores e, c)- criar uma estrutura corporal forte para fazer com que o jogador suporte as colisões que ocorrem nos jogos.

87


Assim, durante a temporada, o preparador físico deve controlar o índice de muscularidade dos seus jogadores para obter valores somatotípicos adequados. (Vretaros, 2003; Vretaros, 2015). Uma preocupação que muitos profissionais da preparação física encontram quando se fala em hipertrofia nos atletas de esportes coletivos, é o receio dos jogadores perderem a velocidade e agilidade, devido ao rápido ganho de massa muscular. Todavia, se o trabalho de hipertrofia for desenvolvido a longo prazo, em conjunto com treinamentos que envolvam a velocidade e coordenação, não haverá efeitos negativos da hipertrofia no desempenho atlético (Pinno & González, 2005).

Quadro 09. Exemplo de exercícios da força funcional no treino da hipertrofia Padrão de Movimento

Exemplo

Puxar na Horizontal

remada curvada unilateral

Empurrar na Horizontal

supino unilateral

Puxar na Vertical

rosca direta

Empurrar na Vertical

paralelas

Dominância de Joelho

avanço com dumbells

Dominância de Quadril

levantamento terra unilateral

88


Quadro 10. Características do treinamento de hipertrofia muscular Tipo

Séries

Repetições

de

Intensidade

Pausa

Pausa

Velocidade

(% 1RM)

entre

entre

de

Séries

Repetições

Execução

60-90 s

30-60 s

Lenta a

Força Hipertrofia

3a4

8 a 12

75-85

Muscular

moderada

89


10.0- FORÇA MÁXIMA

A força máxima recebe o título de força pura segundo alguns autores no campo do treinamento esportivo (Zakharov, 1992; Custodio et al, 2008; Sena & Grecco, 2015). No entanto, esse pode não ser o termo mais apropriado. Bompa & Haff (2012) referem-se à capacidade do sistema neuromuscular do atleta de gerar uma contração voluntária máxima como força máxima. Para Weineck (2003) a força máxima pode ser considerada como a força máxima disponível que o atleta tem para ser capaz de gerar uma contração voluntária em situação de esforço máximo. Pensando na curva força-velocidade, quando objetivamos o desenvolvimento da força máxima, temos de mover os valores situados lado esquerdo da curva (Beardsley, 2020).

90


Figura 12- Curva força-velocidade com o objetivo de desenvolvimento da força máxima (Adaptado de Beardsley, 2020)

No trabalho de força máxima, deve-se observar o padrão específico de movimento e a velocidade utilizada na ação pelo músculo ou grupo de músculos (Fleck & Kraemer, 2017). Na opinião de Zatsiorsky e Kraemer (2008) a força máxima de grande magnitude que pode ser alcançada em uma tarefa motora é chamada de força máxima máximorum. Este desempenho máximo maximorum por meio da força motora é obtido quando a amplitude dos parâmetros da tarefa em questão é alterada.

91


Quanto maior for a resistência a ser vencida, maior será a relevância da força máxima para concretizar o desempenho (Platonov, 2008). A força

máxima

é

dividida

em

estática

(isométrica)

e

dinâmica

(concêntrica/excêntrica) (Fleck & Kraemer, 2017). A força máxima vista na perspectiva do sistema nervoso central está relacionada à ativação das fibras musculares envolvidas no respectivo movimento, ou seja, coordenação intramuscular e intermuscular (Weineck, 2003; Zatsiorsky & Kraemer, 2008). Quando questionados sobre a força máxima em um programa de treinamento, a literatura parece mostrar que são os fatores neurais, juntamente com o tipo de fibra muscular e o tamanho da área transversal que governam suas ações (McArdle et al, 2011; Zatsiorsky & Kraemer, 2008). A força máxima que o sistema neuromuscular de um atleta pode apresentar é dependente dos seguintes critérios: 1)- aumento no número de unidades motoras, 2)taxa de disparo neural, 3)- sincronização das unidades motoras, 4)- grau de inibição neural, 5)- tipo de fibra e, 6)- grau hipertrófico (Bompa & Haff, 2012). Vinculados ao conceito de força máxima, identificamos dois tipos de força que ajudam a compreender melhor este tipo de manifestação de força. São eles: força absoluta e força relativa. Bompa & Haff (2012) explicam que a força absoluta está relacionada à quantidade de força que pode ser gerada independentemente do peso corporal do atleta. Ao contrário, a força relativa seria a relação entre a força máxima de um atleta e a relação direta com sua massa corporal.

92


Suponha que temos dois jogadores de basquete: o jogador A e o jogador B. Durante um teste de carga máxima no agachamento (1RM – uma repetição máxima), o jogador A que pesa 80 quilos consegue levantar 180 quilos. Em contraste, o jogador B, que pesa 92 quilos, levanta os mesmos 180 quilos. Podemos dizer com estes resultados que a força absoluta dos dois jogadores é idêntica: 180 kg !!! No entanto, a força relativa dos jogadores medida pelo índice de força relativa (IFR) é diferente ... O jogador A tem um índice de força relativa de 2,25 e no jogador B o valor é 1,95. O jogador A, que tem um peso corporal mais baixo (80 kg), levantou o mesmo peso que o jogador B, que tem um peso corporal maior (92 kg). Portanto, podemos concluir que os níveis de força relativa do jogador A são maiores do que os do jogador B. No treinamento que visa construir a força máxima, as zonas-alvo baseadas em 1RM são geralmente usadas para trabalhar até a falha muscular. No entanto, Zourdos et al (2016) defendem que talvez esta não seja uma estratégia mais adequada para o desenvolvimento da força. Os autores sugerem uma escala de repetições em reserva como estratégia de autorregulação das cargas, com base no feedback fornecido pelo atleta.

93


Quadro 11. Escala de repetições em reserva (Adaptado de Zourdos et al, 2016) Repetições em Reserva (RIR)

Descrição do Esforço Percebido

10

Esforço Máximo

9,5

Sem repetições, próximo do máximo

9

1 repetição restante

8,5

1-2 repetições restantes

8

2 repetições restantes

7,5

2-3 repetições restantes

7

3 repetições restantes

5a6

4-6 repetições restantes

3a4

Esforço Leve

1a2

Sem Esforço Considerável

Ratamess (2015) descreve um tipo de treinamento ligado à força máxima: o treinamento de intensidade supramáxima. Este tipo de treinamento deve ser cuidadosamente planejado para não incorrer em riscos de lesões ou sobrecarga desnecessária ao aparelho locomotor do jogador. O treinamento da força supramáximo é utilizado nos estágios finais dos ciclos de treinamento, ponto em que o pico no desenvolvimento da força máxima deve ser alcançado (Ratamess, 2015). Algumas técnicas incluem o treinamento de força supramáximo, a saber: repetições forçadas, repetições negativas, treinamento de amplitude parcial de movimento, entre outros.

94


Outra opinião da literatura é que o treinamento da força máxima no basquetebol serve como pré-requisito para o desenvolvimento da força explosiva (potência). De acordo com Zatsiorky & Kraemer (2008) e Haff & Nimphius (2012) o atleta deve ser capaz de levantar 1,5 a 2,0 vezes seu peso corporal no agachamento antes de realizar um treinamento de força que envolve pliometria para as extremidades inferiores, como por exemplo, salto em profundidade (drop jump). O treinamento de força máxima é marcado por cargas que envolvem grande estresse mecânico, marcadamente alto (>85% 1RM) e baixo número de repetições (46), com longos períodos de descanso (~3-5 minutos) (Krzysztofik et al, 2019). Devido ao uso de altas cargas no treinamento de força máxima, Platonov (2008) revela que este termina com uma alta ativação do sistema neural, impossibilitando a observação de aumentos significativos na massa muscular. McQuilliam et al (2020) alertam que aumentos na força máxima sem ganhos de massa muscular podem ser interessantes para atletas que movimentam sua massa corporal, por exemplo em sprints e saltos, tarefas muito comuns no basquete. Os valores de força máxima no basquete apresentados na literatura científica são expressos na forma de 1RM, na unidade de medida quilogramas (kg). Abdelkrim et al (2010) compararam a força máxima de jogadores de basquete em três categorias diferentes: sub-18, sub-20 e sênior. Os exercícios utilizados para medir a carga máxima foram o supino e o agachamento. No 1RM de supino os valores encontrados foram: Sub-18 (74,7 kg), Sub-20 (76,7 kg) e no Sênior (87,7 kg). No 1RM do agachamento, os valores encontrados foram: Sub-18 (183,0 kg), Sub-20 95


(183,3 kg) e Sênior (201,5 kg). Concluíram que os resultados apresentados foram favoráveis a níveis mais elevados de força máxima na categoria sênior. Na pesquisa de Čabarkapa et al (2020) os níveis de força máxima dos membros inferiores foram comparados em jogadores de basquete de três níveis: NBA, profissional e universitário. O teste de carga máxima foi o agachamento. Os resultados médios encontrados no agachamento de 1RM foram: NBA (153,3 kg), profissional (144,5 kg) e universitário (133,1 kg). Os autores relatam a importância da força máxima dos membros inferiores no basquete na previsão da carreira futura de jogadores universitários. Pensando na força isométrica máxima, Townsend et al (2019) investigaram os efeitos do exercício isometric mid-thigh pull (IMTP) no desempenho da velocidade em jogadores de basquete. Foi encontrada uma relação significativa entre a força máxima no IMTP e a velocidade nos sprints de 5-20 m (r= -0,62-0,69). A força máxima dos basquetebolistas medida pela 1RM no agachamento correlaciona-se com o tempo obtido nos sprints de 5-m (r=-0.63), 10-m (r=-0.68) e 30-m (r=-0.65) (Chaouachi et al, 2009). Jakovljević et al (2015) encontraram correlações positivas no teste de 1RM no exercício agachamento com o salto vertical em basquetebolistas profissionais búlgaros. Os valores de correlação no agachamento ajustado pelo peso corporal foi de r=0.310 e no agachamento equalizado pela técnica alométrica foi de r=0.308. No basquete, em um programa devidamente periodizado ao longo da temporada, deve haver ciclos constantes da força máxima antecendendo a transição 96


para o treinamento de potência (Zatsiorsky & Kraemer, 2008; Ratames, 2015; Bompa & Haff, 2012; Newton & Kraemer , 2015).

Quadro 12. Exemplo de exercícios da força funcional no treino da força máxima Padrão de Movimento

Exemplo

Puxar na Horizontal

remada sentada

Empurrar na Horizontal

supino

Puxar na Vertical

barra fixa com sobrecarga

Empurrar na Vertical

desenvolvimento frontal

Dominância de Joelho

agachamento

Dominância de Quadril

levantamento terra

Quadro 13. Características do treinamento de força máxima Tipo

Séries

Repetições

de

Intensidade

Pausa

Pausa

Velocidade

(% 1RM)

entre

entre

de

Séries

Repetições

Execução

3-5 min

1-3 min

Lenta a

Força Força Máxima

3a5

4a6

85-95

Moderada

97


11.0- POTÊNCIA (FORÇA EXPLOSIVA)

O cientista esportivo norteamericano Mike Young (2015) postou a seguinte frase em seu twitter: "Força máxima é importante, mas a potência é o que ganha os jogos …" No basquete, a habilidade do jogador em realizar movimentos explosivos é de grande importância para o desempenho e sucesso (Ademović et al, 2015). Dito isso, a potência pode ser expressa na seguinte equação matemática: Potência= Força x Velocidade\Tempo (Ribas, 2009). Isso significa que a potência é o resultado da força aplicada em alta velocidade no menor tempo possível. Essas informações são complementadas por Fleck & Kraemer (2017) ao apresentarem a potência como uma taxa de conclusão do trabalho dividido pelo tempo de execução da tarefa. Quando objetivamos o desenvolvimento isolado da potência temos que elevar os valores do lado direito da curva força-velocidade. Todavia, uma estratégia plausível seria elevar conjuntamente os valores da força máxima e potência (Beardsley, 2020) (figuras 12 e 13). O desenvolvimento da potência pode ser obtido por duas formas: método direto (no qual se emprega a maior carga possível de ser manipulada sem perda substancial na velocidade do movimento) e pelo método indireto (treinando primeiro a força dinâmica e, subsequente treino da velocidade do movimento) (Dantas, 2014). 98


Figura 13 – Curva força-velocidade objetivando o desenvolvimento da potência (Adaptado de Beardsley, 2020).

99


Figura 14 – Curva força-velocidade objetivando o desenvolvimento da potência e da força máxima (Adaptado de Beardsley, 2020).

No esporte, podemos nos referir à potência como a capacidade muscular do atleta de produzir torque articular em altas velocidades (Delextrat & Cohen, 2009; Ademović et al, 2015; Moreira et al, 2015; Newton & Kraemer, 2015; Kaur, 2018 ). Um exemplo típico de basquete: o salto vertical. Durante um salto vertical, se o jogador conseguir aplicar força muscular através de uma alta velocidade de torque articular nos segmentos de tornozelo, joelho e quadril (tripla extensão), teremos um impulso vertical de altura significativa.

100


O salto vertical, assim como o salto contramovimento, é utilizado para medir variáveis de potência muscular consideradas importantes na prescrição do treinamento (potência de pico, potência em regime concêntrico, potência em regime excêntrico, altura do salto, profundidade, etc.) (Legg et al, 2017). Ratamess (2015) lembra que dois componentes se destacam na fórmula da potência: força e velocidade. Portanto, esses componentes podem ser trabalhados para desenvolver força explosiva. A partir da observação da curva força-velocidade, podemos pensar em como desenvolver adequadamente a potência dos atletas. No treinamento da potência, trabalhamos nas duas extremidades da curva forçavelocidade. No lado esquerdo da curva, desenvolveríamos potência com cargas altas e movimentos lentos. No lado direito da curva, a potência é enfatizada com cargas leves a moderadas e altas velocidades de movimento (Ratamess, 2015).

101


Figura 15. Curva força-velocidade e seus respectivos espectros (força máxima, força-velocidade, velocidade-força, força reativa e velocidade) (Brady et al, 2016).

Ao utilizar cargas baixas realizadas em altas velocidades no treinamento de potência, uma desaceleração inibitória é necessária e a ativação dos antagonistas tende a ser minimizada (Ribas, 2009). Além disso, o fato de o treinamento de força explosiva melhorar a capacidade de ressíntese de ATP-CP durante os períodos de demanda de menor intensidade (Vretaros, 2015). Porém, ao refletir sobre o lado esquerdo da curva força-velocidade, as cargas máximas são manipuladas em velocidades reduzidas, a fim de possibilitar a potência máxima (Newton & Kraemer, 2015). Os mesmos autores relatam que um atleta não pode atingir altos padrões de potência sem primeiro ser forte o suficiente, pois existe 102


um grau de correlação entre a força máxima e a ativação da força explosiva. Se os níveis de força máxima do atleta são baixos, sua capacidade de gerar potência é bastante reduzida. Seguindo essa linha de raciocínio, McQuilliam et al (2020) enfatizam que é relevante desenvolver uma base estável de força máxima antes de trabalhar a potência muscular. Existe um grau de correlação (r=0,719) entre a força máxima e a potência de pico (Haff & Nimphius, 2012). Tibana et al (2017) descrevem que na potência muscular, os parâmetros força\tempo sofrem uma relação inversa, uma vez que força máxima e velocidade máxima estão localizadas em extremos opostos. Na opinião de Brady et al (2016), os diferentes pontos da curva força-velocidade podem ser usados para a implementação de testes para o diagnóstico de potência para membros inferiores. Altas taxas de velocidade podem ser obtidas na execução de movimentos através da parte superior da curva força-velocidade, que é chamada de taxa de desenvolvimento de força (TDF). O TDF indica a velocidade com que a força se desenvolve (Bompa & Haff, 2012). Suchomel & Comfort (2018) relatam que a TDF está relacionada à mudança na força dividida pela mudança no tempo de execução. Simplificando, a TDF permite ao jogador produzir força rapidamente em tarefas motoras com tempo limitado. Por exemplo, um salto explosivo para bloquear o oponente. Newton & Kraemer (2015) argumentam que para treinar a TDF para potência muscular, cargas pesadas tendem a ser ineficientes em atletas bem treinados. Porém, é mais conveniente utilizar técnicas 103


pliométricas e balísticas, entre outras, que permitem a geração de força mais rapidamente. Haff & Nimphius (2012) explicam que tempos de contração muscular entre 50-250 milissegundos estão associados a movimentos explosivos (saltos, acelerações, etc.). Dentre a diversidade de métodos de treinamento da força, as técnicas de levantamento olímpico (snatch, clean and jerk e seus derivativos) surgem como estratégias operacionais. Na opinião de Newton & Kraemer (2015) as técnicas de levantamento olímpico permitem uma aceleração crescente ao longo da fase de propulsão do movimento, sendo consideradas uma base interessante para ganhos de potência. Kraemer & Fleck (2009) enfatizam que nos exercícios de levantamento olímpico e seus derivados, para o desenvolvimento da potência, um fator primordial deve ser levado em conta: evitar a diminuição da aceleração na amplitude final da execução da tarefa. A finalidade principal deve ser sempre o emprego da velocidade máxima em cada repetição. Assim, podemos especular que as diferentes técnicas de levantamento olímpico proporcionam uma transferência positiva para as ações motoras explosivas específicas realizadas no basquete (McQuilliam et al, 2020; Zatsiorky & Kraemer, 2008; Newton & Kraemer, 2015). Via de regra, na pesquisa de McQuilliam et al (2020) os autores relatam que, do ponto de vista biomecânico, os movimentos realizados nas técnicas de levantamento olímpico estão cineticamente alinhados às características de propulsão do salto vertical. 104


Algumas outras metodologias utilizadas para treinamento da potência muscular: pliometria, treinamento balístico, treinamento de contraste, etc. No basquete, Shelling & Torres-Ronda (2016) mostram dois exemplos importantes para entender a real importância da força explosiva nos jogadores. Acelerações e saltos, que requerem a combinação de duas variáveis essenciais para a potência muscular: força e velocidade. Segundo os autores, a menção à curva forçavelocidade, potência-velocidade ou carga-velocidade, nada mais é do que a aplicação de força no menor tempo possível. Haff & Nimphius (2012) mostram que a potência muscular difere de acordo com o nível do atleta. Podemos dizer que atletas sêniores bem treinados teriam um nível de potência mais alto do que atletas de divisões inferiores. A este respeito, na pesquisa de Pehar et al (2017) jogadores de basquete de primeira e segunda divisões foram comparados em eventos de salto (salto em distância, salto contramovimento, índice de força reativa e capacidade de força reativa repetida ) Nos resultados, foram encontradas diferenças significativas nos valores de potência muscular a favor dos jogadores da primeira divisão. As características do salto vertical realizado por jogadores de basquete diferem de outras modalidades, como o futebol. Nesse sentido, Chalitsios et al (2019) compararam a força explosiva de jogadores de basquete e futebol por meio da análise do salto contramovimento. Foi demonstrado nos resultados que os saltos realizados por jogadores de basquete não são máximos, pois dependem da produção de força dos flexores do tornozelo. Em contraste, os jogadores de futebol realizam saltos 105


máximos e, contam principalmente, com a ativação dos flexores do joelho e do quadril. Uma maneira de desenvolver força explosiva no basquete é por meio do treinamento de contraste ou também chamado de treinamento complexo. A marca registrada do treinamento de contraste é o uso combinado de cargas pesadas com cargas leves para melhorar as adaptações neuromusculares explosivas (Kukrić et al, 2019). Os mesmos autores relatam que no treinamento de contraste, os exercícios devem ser biomecanicamente semelhantes, anatomicamente congruentes e recrutar os mesmos grupos musculares (por exemplo: agachamento e salto vertical). No treinamento de contraste, o fenômeno de potenciação pós-ativação é o mecanismo responsável pela criação da excitação muscular aguda seguida pela ativação muscular subsequente (Kukrić et al, 2019). O que ocorre na potenciação pós-ativação é que a força muscular consegue ser intensamente aumentada por conta da atividade contrátil em uma tarefa anterior (Pożarowszczyk et al, 2018). Román et al (2018) estudaram os efeitos do treinamento de contraste em jovens jogadores de basquete (estágio pré-púbere). A duração do programa foi de 10 semanas (duas vezes por semana). O treinamento de contraste incluiu isometria e pliometria. Para a análise foram utilizados os seguintes testes: potência muscular (agachamento com salto SJ, salto contramovimento CMJ, e drop jump DJ). velocidade (sprint de 25 metros) e agilidade (teste T). O grupo experimental submetido ao treinamento de contraste mostrou resultados substancialmente melhores do que o grupo controle. 106


A aplicação de um programa de treinamento complexo por dez semanas (duas vezes por semana) mudou significativamente a força isométrica máxima e a TDF no exercício de agachamento em jogadores de basquete juniores (Kukrić et al, 2019). Nos membros superiores, Matthews et al (2009) verificaram os efeitos agudos de dois protocolos do treinamento complexo no tempo de voo do passe de peito. O protocolo 01 utilizou carga elevadas (5 repetições de 85% de 1RM no supino) e o protocolo 02 usou cargas leves (5 repetições do lançamento da medicine ball de 2.3 kg simulando passe de peito). Nos resultados, a condição 01 (carga elevada) mostrou melhorias significativas (3.99%) quando comparado a condição 02 (1.96%) no tempo de voo do passe peito. Parece que cargas elevadas conseguem produzir melhor o efeito de potencialização pós-ativação no treinamento complexo.

Figura 16. Efeito agudo de três protocolos do treinamento complexo sobre o tempo de voo do passe de peito (Adaptado de Matthews et al, 2009) 107


Dentre as metodologias citadas, a pliometria é um recurso amplamente utilizado por preparadores físicos para melhorar a força explosiva de jogadores de basquete. A pliometria é o chamado ciclo alongamento-encurtamento (CAE). Zatsiorsky & Kraemer (2008) explicam que vários movimentos da ação humana consistem em ciclos alternados de fases excêntricas (alongamento) e fases concêntricas (encurtamento), que acabam permitindo um aumento na produção de força muscular e força mecânica. Conforme anunciado por Bompa & Haff (2012), o CAE é produzido pelo armazenamento de energia elástica potencial durante o regime de contração excêntrica, ativando o reflexo de estiramento e otimizando a poderosa ação muscular. O uso de treinamento pliométrico combinado com treinamento de equilíbrio tem mostrado resultados positivos no controle postural em jogadoras femininas de basquete mensurados com o Stork Balance Test e o Y-Balance Test (Bouteraa et al, 2020). O tipo de de piso em que se executa o treinamento pliométrico parece influenciar nos resultados e no risco de lesão. Vretaros (2015) apregoa que existe uma relação causal entre a aterrissagem e a impulsão nos diferentes tipos de superfície (areia, madeira, grama, borracha, asfalto, etc). Segundo o autor, os principais fatores intervenientes nesta questão são: propriedades do piso, qualidade do calçado, cargas, e técnicas de aterrissagem. 108


Neste ínterim, a superfície de areia causa uma menor utilização da energia elástica devido ao escorregamento do pé na fase concêntrica das ações. No solo asfáltico (concreto), o risco de lesões pode ser aumentado significativamente devido a rigidez deste tipo de piso. Por último, talvez o piso de madeira seja o mais adequado para os jogadores de basquete, pelo princípio da especificidade, pois o lapso no tempo de contato pé-piso nas atividades pliométricas são similares ao que ocorre nas partidas (Rimmer & Sleivert, 2000; Arazi et al, 2014; Bruce et al, 2019; Hammami et al, 2020; Ozen et al, 2020). Estas forças de impacto na aterrisagem em diferentes tipos de superfícies são atenuadas pelos sistemas passivos (osso, cartilagem, etc) e ativos (músculo, tendão, etc) (Bruce et al, 2019).

Quadro 14. Características dos diversos tipos de piso para treino da pliometria (Adaptado de Vretaros, 2015) Tipo de Superfície

Lapso do Tempo de Contato

Risco de Lesão

Grau de Especificidade

Asfalto

curto

alto

moderado

Areia

longo

baixo

moderado

Madeira

curto

moderado

alto

Borracha (EVA)

longo

baixo

moderado

Kong et al (2018) compararam as forças de impacto na aterrissagem em dois tipos de superfícies: quadra de madeira e quadra de asfalto emborrachado. Os basquetebolistas realizaram três tipos de tarefas motoras explosivas: bandeja, arremesso com salto e sprint acelerativo. Foi calculado o pico de força exercido em 109


oito regiões da planta do pé. Nos resultados, apesar dos jogadores de basquete preferirem treinar na quadra de madeira, a mesma proporcionou maiores forças de impacto quando comparado ao piso de asfalto emborrachado na região dos dedos dos pés e antepé medial. Todavia, vale ressaltar que existem pisos de madeira nas quadras de basquete confeccionados com diversos tipos de qualidade e grau tecnológico (Țurcas & Fotin, 2017). Arazi & Asadi (2011) compararam dois tipos de treinamento para pliometria: pliometria aquática versus pliometria terrestre. Um grupo de jogadores de basquete juvenil foi usado no estudo. A duração do programa foi de oito semanas (3 vezes por semana). Os jogadores foram testados antes e depois do sprint (sprint de 36,5-m e 60m) e carga máxima (1RM no leg press). Ao final do programa, em ambos os grupos de treinamento (aquático versus terrestre), houve melhora na velocidade e força máxima sem diferenças estatísticas entre os grupos. Na pesquisa de Ozen et al (2020) jogadores de basquete juvenil realizaram um programa pliométrico em duas superfícies diferentes: areia versus piso de madeira. A duração do programa foi de seis semanas (3 vezes por semana). Os jogadores foram avaliados quanto à potência (salto vertical, salto horizontal), agilidade (Box agility test) e velocidade (sprint de 30-m). Algumas diferenças significativas foram encontradas nos resultados: os dois tipos de superfície melhoraram os valores de potência dos membros inferiores (salto vertical e salto horizontal). Porém, velocidade

110


e agilidade foram capazes de mostrar melhores resultados na pliometria realizada na superfície da areia. Adicionar carga à pliometria produz benefícios nítidos no desempenho explosivo. Pliometria com cargas complementares permitem a conjugação dos trabalhos nos regimes concêntrico\excêntrico, sendo bastante eficaz para aumentar a potência muscular (Platonov, 2008). Neste sentido, em um estudo interessante, Khlifa et al (2010) compararam dois tipos de programas pliométricos: pliometria tradicional versus pliometria com carga adicional (equivalente a 10-11% da massa corporal). Os jogadores profissionais de basquete da Tunísia realizaram o programa pliométrico durante sete semanas (2 vezes nas primeiras três semanas e 3 vezes nas últimas quatro semanas). Os testes de potência utilizados foram o agachamento com salto, o salto contramovimento e o teste de 5 saltos. Nos resultados, foram encontrados maiores valores de potência no grupo submetido à pliometria com carga adicional. No basquete feminino junior, Meszler & Váczi (2019) verificaram os efeitos de um programa pliométrico de sete semanas sobre a força dos flexores/extensores do joelho (dinamometria isocinética), agilidade (teste T), equilíbrio (estabilômetro) e potência (salto vertical). Os resultados encontraram diminuição nos testes de potência (salto vertical). Nos testes de agilidade, equilíbrio e força dos flexores do joelho, não houve alterações significativas. No entanto, apenas o teste de força extensora do joelho mostrou melhorias substanciais. Os autores atribuem esses resultados

111


negativos ao alto volume de treinamento pliométrico e ao grande número de jogos na temporada, que influenciaram diretamente no desempenho. A pliometria ajuda a aumentar a agilidade dos jogadores de basquete, melhorando a velocidade das mudanças de direção. A esse respeito, Cherni et al (2019) estudaram os efeitos de oito semanas de treinamento pliométrico em jogadoras de basquete sobre a agilidade usando a velocidade de mudança de direção no teste-T como parâmetro. Na avaliação pré-pós-teste, o grupo experimental foi capaz de melhorar significativamente a velocidade de mudança de direção no teste-T (+ 4,0%, p≤0,001). Os mesmos pesquisadores relatam que os ganhos de velocidade na mudança de direção nos movimentos de jogadores de basquete por meio da pliometria podem ser explicados nas adaptações neurais obtidas; como um aumento na velocidade de condução nervosa e também uma redução no tempo de ativação muscular. As variáveis da curva força e potência-tempo no salto contramovimento apresentam características diferentes entre jogadores de basquete masculinos e femininos. No estudo de Rice et al (2016), jogadores de basquete de ambos os sexos foram avaliados no 1RM no exercício de agachamento normalizado pela massa corporal. Em seguida, foi feito o teste para realizar três saltos contramovimento máximos. As curvas de força e potência-tempo foram calculadas usando valores normalizados para a massa corporal. Nos resultados, os valores de taxa de desenvolvimento de força, taxa de desenvolvimento de potência, força relativa máxima e trabalho não foram significativos entre os gêneros. No entanto, os 112


jogadores do sexo masculino apresentaram valores significativamente maiores durante a fase excêntrica e pico de potência durante a fase concêntrica do salto contramovimento em valores absolutos e relativos. Em uma pesquisa comparativa, González et al (2012) analisaram a potência muscular em jogadores de basquete titulares (starters) e reservas (non-starters). Dentre as variáveis estudadas, vale citar a potência de pico no salto vertical. Segundo os autores, jogadores titulares que possuem mais tempo de jogo em comparação aos jogadores reservas durante a temporada, conseguiram melhorar a potência de pico no salto vertical (~5,04%) devido ao tempo adicional em quadra nas partidas. Moreira et al (2004) estudaram a potência muscular em jogadores profissionais de basquete submetidos a treinamento de força usando o modelo de periodização de blocos. O programa bicíclico consistiu no primeiro macrociclo de 23 semanas e no segundo macrociclo de 19 semanas. Foram avaliados os testes de salto vertical e salto horizontal. Os resultados mostraram que a periodização em blocos proporcionou um efeito de treinamento posterior duradouro de longa duração. Porém, as cargas de competição causaram efeitos diferentes nos testes de potência (salto vertical e salto horizontal), exigindo mais estudos para seu real entendimento. O treinamento pliométrico de curto prazo parece ter efeitos positivos. Nesse sentido, Ramachandran & Pradahan (2014) implementaram um programa pliométrico de duas semanas (3 vezes por semana) em jogadores profissionais de basquete de ambos os sexos. A intervenção incluiu exercícios de alongamento dinâmico que

113


antecederam os exercícios pliométricos. Ao final do estudo, houve melhorias significativas na altura do salto vertical e agilidade (teste T) dos jogadores. No contexto da potência, encontra-se a força explosiva reativa, de importância capital para o basquetebol. A força explosiva reativa possui expressões, assim nomeadas: força explosiva elástica (melhorias na ação somática da velocidade do alongamento do CAE, pois o encurtamento muscular é precedido por um alongamento), e a força explosiva elástica reflexiva (melhoria na capacidade contrátil, sincronização, e recrutamento do componente reflexo, ou seja CAE curto) (Campeiz & Santi Maria, 2013; Da Silva, 2014). Sobre a força explosiva reativa, o salto em profundidade (drop jump) é muito usado na prática profissional para determinação do CAE rápido. O tempo de vôo e de contato no drop jump obtidos pela plataforma de força permitem calcular o índice de força reativa (IFRT) dos jogadores. Esse IFRT é usado com frequência para determinar a altura ideal do drop jump (Markwick et al, 2015). Neste sentido, Markwick et al (2015) compararam o IFRT em jogadores profissionais de basquete em quatro alturas de queda do drop jump. Das alturas comparadas no estudo (20, 30, 40 e 50 cm), os autores chegaram a conclusão de que apenas os saltos avaliados nas alturas de 20, 40 e 50 cm são mais apropriados para o cálculo do perfil individual de IFRT dos jogadores de basquete. De acordo com os autores, um jogador de basquete que possuir capacidade excelente de força reativa obterá maiores valores de altura no drop jump quando comparado ao salto contramovimento (CMJ).

114


Na busca por aprimorar a força explosiva reativa, os exercícios construídos para os atletas devem solicitar do CAE frente a uma reação simulada com rápida ação e eficiência motora (Campeiz & Santi Maria, 2013). Conforme relatado no treinamento de força máxima, a potência muscular dos jogadores de basquete varia por categoria, com jogadores em categorias superiores com níveis mais altos, em comparação aos jogadores nas divisões mais baixas (Abdelkrim et al, 2010; Čabarkapa et al, 2020 ). Alguns estudos indicam que existe uma "zona ótima" para o desenvolvimento da potência (Haff & Nimphius, 2012; Loturco et al, 2015a; Loturco et al, 2015b). Em inglês é chamado de "optimum power load", que é uma carga na qual poderia gerar um estímulo mais eficaz para o crescimento da potência. A carga de potência ótima é uma carga selecionada corretamente que produz um grande pico de potência, pois coincide com o ponto máximo da função parabólica obtido em relação à curva forçavelocidade (Freitas, 2019). O mesmo autor afirma que a carga de potência ótima é determinada com base na porcentagem de repetição máxima da carga (% 1RM) e deve ser individualizada para cada jogador.

115


Quadro 15. Exemplo de exercícios da força funcional no treino da potência Padrão de Movimento

Exemplo

Puxar na Horizontal

remada curvada unilateral

Empurrar na Horizontal

supino com lançamento de medicine ball

Puxar na Vertical

barra fixa

Empurrar na Vertical

kettlebell snatch

Dominância de Joelho

agachamento com salto

Dominância de Quadril

levantamento terra na barra hexagonal com salto

Quadro 16. Características do treinamento de potência Tipo

Séries

Repetições

de

Intensidade

Pausa

Pausa

Velocidade

(% 1RM)

entre

entre

de

Séries

Repetições

Execução

2-4 min

40-90 s

Rápida

Força Potência

3a5

4a6

30-85

116


12.0- RESISTÊNCIA DE POTÊNCIA

A resistência de potência recebe diferentes denominações de acordo com a literatura consultada: resistência de força rápida, resistência de potência, resistência elástico-explosiva e power endurance. A resistência de potência é caracterizada por buscar e manter os níveis de potência por longos períodos de tempo (Vretaros, 2015). Essa habilidade biomotora permitiria ao jogador de basquete realizar suas ações motoras por longos períodos sem interferência negativa da fadiga. No entanto, Arede et al (2020) revelam que em protocolos de treinamento da resistência de potência, o tipo de fibra muscular recrutada é rápida, que apresenta alta sensibilidade à fadiga devido ao baixo teor de mioglobina, poucas mitocôndrias e quantidade desprezível de capilares. vasos sanguíneos, que acabam interferindo negativamente na restauração da capacidade de produção da força muscular. Por exemplo, um jogador de basquete que salta 53,1 cm verticalmente no primeiro quarto do jogo, se não estiver adequadamente treinado em resistência de força explosiva, pode perder a altura do salto substancialmente no quarto quarto. Porém, se este mesmo jogador realizar treinos que envolvam resistência de potência, ele poderá realizar o salto vertical com pequenas perdas no último quarto da partida.

117


Figura 17. Exemplo do efeito da fadiga na resistência da força de salto vertical durante um jogo de basquete

Outro exemplo seria a execução de um passe de ombro de uma ponta à outra da quadra. Imagine dois jogadores trocando esses passes por um determinado período de tempo. O jogador que, após alguns minutos, perder a capacidade de fazer o passe e não conseguir finalizá-lo para o outro lado da quadra, terá sua resistência de potência comprometida pela fadiga. Na investigação de Borin et al (2011) foi comparado o desempenho da resistência de potência através da mensuração do salto vertical em diferentes quartos em jogos oficiais. A altura do salto vertical dos basquetebolistas foi medida no início e fim de cada quarto em duas partidas. De maneira geral, os valores médios da altura 118


dos saltos permaneceram estáveis no decorrer da partida. Quando analisados individualmente, alguns jogadores apresentaram tendência para queda nos valores e, outros, tendem à ascensão. Por função tática, os armadores demonstraram um aumento nos valores de salto no decorrer das partidas analisadas. Já, os alas e pivôs apresentaram variações na altura de salto conforme os quartos de jogo. Segundo especulam os autores, a fadiga que afetou a capacidade de resistência de potência nos saltos verticais dos basquetebolistas, se deve aos movimentos constantes de sprints, acelerações, desacelerações e, outras ações motoras explosivas. Neste tocante, vale frisar que a capacidade atlética do jogador de basquete para manter diferentes ações motoras em alta intensidade nas partidas depende do componente da resistência de potência (Arede et al, 2020). Outras ações motoras usadas no basquete também exigem resistência de potência, tais como: acelerações, desacelerações, mudanças de direção, passes, arremessos, saltos repetidos, rebotes, etc. Venegas et al (2019) criaram um teste específico para medir a resistência de potência (Teste de Venegas) no basquete. O teste consiste na realização de saltos repetidos (Abalakov Jump ou CMJ) por 90 segundos, com frequência de um salto a cada 3 segundos (total de 30 saltos). Os instrumentos necessários para o teste são o software Chronojump e uma plataforma de contato. O teste é adequado pela sua aplicabilidade em jogadores de basquete e, permite medir o nível de resistência de potência por meio de saltos repetidos, perda de coordenação e estado de fadiga.

119


Figura 18. Resultados do teste de Venegas em um jogador de basquete adulto durante três temporadas consecutivas (Adaptado de Venegas et al, 2019).

O treinamento pliométrico é um recurso metodológico amplamente utilizado para o desenvolvimento da resistência de potência. Cheng et al (2003) comentam que a altura e a velocidade ao executar saltos repetidos são tarefas valiosas no basquete. Os autores investigaram um programa pliométrico combinado com treinamento de força em jogadores de basquete. A duração do programa foi de oito semanas (4-5 vezes por semana). Os jogadores foram divididos em dois grupos: grupo intervenção e grupo controle. A resistência de potência foi avaliada por saltos repetidos. Nos resultados, o grupo de intervenção melhorou significativamente no pré-pós intervenção (42,0 saltos para 45,6 saltos, +3,63) e o grupo de controle reduziu os valores (46,8 saltos para 45,0 saltos , -1,88).

120


Uma das maneiras de treinar a resistência de potência é realizar blocos de várias séries por meio de movimentos explosivos repetitivos curtos com pausas incompletas (Arede et al, 2020). Segundo os mesmos autores, este tipo de treinamento de resistência da potência gera diversas adaptações aos mecanismos da fadiga (cardiovascular, mecânico e\ou neuromuscular).

Quadro 17. Exemplo de exercícios da força funcional no treino da resistência de potência Padrão de Movimento

Exemplo

Puxar na Horizontal

remada curvada

Empurrar na Horizontal

flexão de braços com batida de palma

Puxar na Vertical

barra fixa

Empurrar na Vertical

desenvolvimento unilateral

Dominância de Joelho

agachamento unilateral com salto

Dominância de Quadril

swing kettlebell

Quadro 18. Características do treinamento da resistência de potência Tipo

Séries

Repetições

de

Intensidade

Pausa

Pausa

Velocidade

(% 1RM)

entre

entre

de

Séries

Repetições

Execução

2-3 min

30-60 s

Rápida

Força Resistência de

2a4

10 a 15

30-55

Potência

121


13.0- MICRODOSE DE TREINAMENTO

É necessário esclarecer que este conceito carece de pesquisas científicas. A maioria das discussões que envolvem a microdosagem de treinamento advém da experiência prática dos treinadores. A definição de microdosagem de treino refere-se a aplicação de quantidades mínimas de treino para gerar estímulo fisiológico, minimizando possíveis efeitos colaterais (fadiga e lesões) (Green, 2019). Seria uma mínima dose efetiva de treino que gere alguma orientação de estímulo. As microdoses de treinamento caracterizam-se por sessões de treino muito curtas oscilando entre 15 minutos até no máximo 30 minutos (Valle s\data). Esta estratégia de microdosagem de treino pode e deve ser utilizada em períodos no qual a literatura científica denomina de congestão de jogos. São semanas onde ocorrem um grande volume de jogos (2, 3 e\ou até 4 partidas semanais dependendo da liga, ou período específico da temporada) (Faga, 2019; Doeven et al, 2020; Fox et al, 2020; Esteves et al, 2020; Iezzi, 2021). Devido a esse excesso de jogos, o que ocorre é que os períodos de recuperação entre as partidas diminui e, o programa de treinamento físico acaba sendo afetado de alguma forma. Assim, em algumas equipes, o preparador físico acaba se preocupando

122


mais na recuperação das cargas para evitar o overtraining e risco de lesões, do que em ministrar estímulos para melhora no desempenho. Neste cenário conturbado, a microdose de treinamento se enquadraria para compensar esse déficit na programação da preparação física (Hansen, 2015; Faga, 2019). A microdosagem de treino serve para estimular qualquer capacidade biomotora, mas como estamos nos referindo a força, nosso escopo fica restrito a essa variante. A força (e suas manifestações) numa sessão de microdosagem de treino pode ser desenvolvida através de exercícios que estimulem a ativação muscular, potencialização pós-ativação, força máxima, potência, e\ou resistência de potência. Estes exercícios pré-selecionados são prescritos com volume baixo e alta intensidade nas sessões de microdose (Hansen, 2015; Price, 2018; Faga, 2019; Green, 2019). A ideia central é que nos períodos entre jogos, nas semanas de congestão das partidas, os basquetebolistas sejam estimulados com microdoses de treino, objetivando manter a eficácia do sistema neuromuscular e, minimizando os efeitos da fadiga e risco das lesões (Hansen, 2015; Price, 2018; Green, 2019). Poderia ser aplicado microdoses de treinamento em diversas situações nas semanas de jogos congestionados, por exemplo: 1)- algumas horas antes do aquecimento dos jogadores, 2)- durante o aquecimento do jogadores, 3)imediatamente após a partida, e\ou 3)- outro período entre jogos.

123


A problemática maior quando nos indagamos sobre a aplicabilidade da microdosagem de treinamento da força, reside no fato de não existirem pesquisas que possam comprovar e apoiar em qual momento seria o mais adequado para implementação da microdose de treinamento da força. Nestes curtos períodos de tempo sensíveis entre as partidas, é preciso raciocinar com cautela qual o momento mais apropriado e, que tipo de estimulação da força será implantada por meio da microdosagem de treino para que não haja efeitos negativos colaterais no desempenho dos jogos. Neste sentido, Faga (2019) sugere algumas observações relevantes: a)microdose de treino da força usando somente regime de contração concêntrica (minimizando os efeitos da dor muscular tardia pós-esforço), b)- microdose de treino da força usando regime de contração isométrica (sem grandes alterações no comprimento muscular), e c)- microdose de treino da força no regime excêntrico (desde que se reduza a carga para evitar efeitos deletérios do dano muscular). Iezzi (2021) complementa que na microdosagem de treino da força específica para basquetebolistas, devemos respeitar o efeito residual transitório das cargas de treinos e jogos. Levando isso em conta na microdosagem, diferentes tipos de treino da força podem ser aplicados no mesmo microciclo. Aparentemente, as possibilidades na aplicação da microdose de treino da força em basquetebolistas no período de congestão de jogos são inúmeras. Porém, é dependente de uma ampla gama de variáveis intervenientes, que se não forem bem analisadas pelo preparador físico poderão causar efeitos adversos no desempenho. 124


Enfim, a intenção da microdose da força nestes períodos de congestão das partidas é manter os basquetebolistas robustos, com níveis apropriados de força, baixa fadiga e dor, assim como reduzido risco de lesões.

125


14.0- O SALTO VERTICAL

Desde que o homem evoluiu o seu andar da quadrupedia para a bipedia surgiram uma série de adaptações anato-biomecânicas no aparelho locomotor humano. Existe uma evolução natural no ser humano para aquisição de certas habilidades motoras, como por exemplo, no andar, correr e saltar. Estas habilidades iniciam-se na infância e se prolongam no decorrer da vida (Viel, 2001; Gallahue et al, 2013). Uma criança após o nascimento demora em torno de doze a quatorze meses para evoluir do engatinhar para o andar. Notem que ninguém ensina o andar correto para uma criança, ela apenas adquire esta habilidade e, a reproduz da longo da vida sem esforço consciente. Num segundo momento, após dominar a deambulação, quando necessita, começa a correr, que também ninguém ensina tal habilidade (com exceção aos praticantes do atletismo). Por último, vem o saltar. Uma habilidade do ponto de vista biomecânico com uma sobrecarga muito maior do que o andar e o correr. Podemos dizer que também é uma habilidade evolutiva natural aprendida sem auxílio (com exceção dos praticantes de esportes que envolvem saltos) (Viel, 2001; Tartaruga et al, 2005; Souza & Tavares, 2010; Gallahue et al, 2013; Houglum & Bertoti, 2014).

126


Entendido isto, fico imaginando se todos os preparadores físicos das categorias de base do basquete se preocupam com a análise e subsequente correção destas habilidades motoras tidas como básicas (andar, correr e saltar). Muitos jogadores da base chegam no profissionalismo com compensações musculares e disfunções motoras adquiridas ao longo dos anos de treinamento sem a devida atenção. O salto vertical é considerado um movimento complexo, envolvendo a coordenação de uma cadeia muscular que abarca o tronco, membros superiores e membros inferiores. O salto vertical pode ser executado com ou sem o balanceio dos braços. No caso da utilização dos braços para realização do salto vertical, isto acaba criando uma energia extra na velocidade de decolagem por meio da produção de maior impulso articular (Charoenpanicha et al, 2013). Três fases distintas denotam a mecânica do salto vertical: impulso (desprendimento do corpo do solo), voo (suspensão momentânea no ar) e queda (aterrissagem no mesmo ponto de saída) (Araujo et al, 2013). Saltar verticalmente é uma habilidade motora considerada vital no basquete (Rocha et al, 2005; King & Cipriani, 2010). Segundo Gomes et al (2009) o salto vertical desempenhado pelos basquetebolistas envolvem o balanço e a elevação dos braços acima da cabeça na fase final do salto (bloqueio, rebote, e enterrada). A velocidade de saída do solo empregada pelo jogador é um fator determinante para ganhos elevados de altura no salto vertical e, é dependente da potência muscular.

127


A capacidade do jogador de basquete de saltar está condicionada a um melhor aproveitamento em ações motoras como o arremesso, rebote, bandeja, bloqueio e, nas diferentes tarefas táticas (Gimenes et al, 2014). A quantidade média de saltos que os jogadores profissionais de basquete realizam nas partidas equivale a 49.8+\-20.0 saltos, sendo estes valores dependentes da posição tática exercida pelo atleta (Svilar, 2018). Os saltos costumam apresentar variações de intensidade (baixa, média e\ou alta) (McClay et al, 1994; Heishman et al, 2020). De acordo com Maffiuletti et al (2000) estes saltos podem ocorrer com maior ou menor solicitação do CAE, sendo que a força do quadríceps tem uma contribuição direta de 50% no trabalho muscular e articular total do salto vertical. Do ponto de vista biomecânico, o salto e a aterrissagem podem ser comparados da seguinte forma: quando o jogador realiza um salto vertical, o mesmo está executando uma tripla extensão (flexão plantar dos tornozelos, extensão dos joelhos e extensão do quadril), enquanto na aterrissagem ocorre uma tripla flexão (dorsiflexão dos tornozelos, flexão dos joelhos e a flexão do quadril). É através da soma de forças transferidas pela ativação dos músculos para as articulações (quadril, joelho e tornozelo) no sentido proximal para distal, que se consegue obter um salto vertical de desempenho satisfatório (Vanrenterghem et al, 2004; Perreira et al, 2008).

128


Figura 19. Tripla extensão (salto vertical) e tripla flexão (aterrissagem)

Tanto o salto vertical como a sua aterrissagem podem ser feitos com uma perna (unipodal) ou com ambas as pernas (bipodal). É óbvio que o salto e a aterrisagem unipodal requerem níveis de força, estabilidade postural e coordenação mais elevados do que na abordagem bipodal (McCormick, 2012; Rodríguez-Rosell et al, 2017). Neste contexto, outro fator relacionado aos tipos de salto e aterrissagem (unipodal ou bipodal), é a questão da simetria de força entre os membros inferiores, para que se possa obter um desempenho apropriado e minimizar o risco de lesões (Schiltz et al, 2009; Radjo et al, 2013; Fort-Vanmeerhaeghe et al, 2015). Neste ponto, Radjo et al (2013) e Fort-Vanmeerhaeghe et al (2015) advertem que diferenças de força bilateral entre os membros inferiores superior a 10% - 15% é um indicador de assimetria.

129


Atrelado a este conceito, seria imperativo determinar qual a perna dominante do jogador para realizar saltos verticais. Existem diferentes métodos para determinação da perna dominante e não-dominante, entre eles, podemos mencionar: 1)- a perna preferida para chutar, 2)- a perna mais forte, 3)- a perna preferida para iniciar uma subida de escadas, 4)- a perna usada para retornar ao equilíbrio após uma perturbação, e\ou 5)- a perna cuja altura do salto vertical é mais elevada (FortVanmeerhaeghe et al, 2015). O salto vertical exige que o peso corporal do atleta seja deslocado do chão. Por isso, existe um correlação negativa entre o alto percentual de gordura e o desempenho final. Quanto menor o percentil de gordura e maior a massa magra do jogador, maiores valores de impulsão vertical podem ser produzidos (Santos, 2006). Sobre esta questão, na pesquisa de Nikolaidis et al (2015) foram comparados basquetebolistas gregos de três categorias (sub-12, sub-15 e sub-18) na relação do peso corporal e o desempenho em tarefas envolvendo saltos (salto horizontal, CMJ e teste de salto vertical de Bosco por 30 segundos). Os jogadores que estavam com sobrepeso corporal tiveram uma performance reduzida nos saltos quando comparados aos jogadores com peso corpóreo adequado. Para se ter uma noção do grau de relevância do salto vertical e da aterrissagem no basquete, Almeida Neto et al (2013) ao estudarem as lesões, encontraram que nos jogadores masculinos a aterrissagem foi a causa das lesões em torno de 43.59%. Em contraste, nas jogadoras femininas, o salto vertical teve influência nas lesões em

130


torno de 28.57%. A partir disto, podemos imaginar os cuidados necessários quanto ao aprimoramento na técnica do salto e da aterrissagem. Uma aterrissagem após um salto pode ser feita com o uso de técnica suave (soft) ou pesada (hard). O jogador de basquete ao aprender a utilizar a técnica suave da aterrissagem minimiza o risco de lesões. Em contraste, a técnica pesada de aterrissagem gera uma sobrecarga significativa nos membros inferiores, que pode exceder o peso corporal e causar lesões severas (Struzik et al, 2014). A aterrissagem pesada, também denominada na literatura científica como stiff landing, devido a uso de baixa flexão do joelho no momento de aterrissar, acaba produzindo uma sobrecarga alta na articulação do joelho (altas forças de reação ao solo e momentum na extensão do joelho) que acaba predispondo o jogador de basquete ao surgimento de lesão no ligamento cruzado anterior (Leppänen et al, 2017). A biomecânica do quadril também tem sua influência na aterrissagem do salto vertical e no risco de lesões no joelho (Powers, 2010). O autor preconiza observar os movimentos da pelve e tronco na aterrissagem. O uso de uma técnica de aterrissagem pesada que usa pouca flexão do quadril e do tronco implica em sobrecarga nos extensores do joelho, pouca ativação dos extensores do quadril e, alto risco de lesão no joelho. Em contraste, com o uso da técnica de aterrissagem suave, empregando flexão acentuada do quadril e do tronco, teríamos uma maior ativação dos extensores do quadril, menor solicitação dos extensores do joelho e risco reduzido das lesões na articulação do joelho. 131


Ao nos referirmos as cargas impostas na aterrissagem de um salto no basquete, na primeira fase da aterrissagem temos um pico de reação ao solo na ordem de 1.5 vezes o peso corporal e, na segunda fase da aterrissagem, estes valores equivalem a 4 vezes o peso corporal do jogador (McClay et al, 1994). A técnica suave de aterrissagem é considerada como a mais correta, pois permite que o jogador absorva o impacto da aterrissagem flexionando o quadril e os membros inferiores. Somado a isto, o ideal é a aterrissagem suave ocorrer no meio do pé (mediopé) em vez de pousar com o pé inteiro, devido ao impacto que pode ocorrer no calcanhar (Struzik et al, 2014). McCormick (2012) apresenta uma visão crítica construtiva acerca da aterrissagem considerada como ideal. Por mais que exista um modelo biomecânico de aterrissagem tida como absortiva das cargas, nos diferentes momentos das partidas, acabam exigindo do jogador uma aterrissagem pesada. Além disso, o autor pontua que o treinamento consciente da aterrissagem nas sessões de treino pode influenciar negativamente o processamento automatizado que é necessário durante as situações imprevisíveis nas partidas. Ou seja, a aterrissagem perfeita deve ser executada de forma suave nos treinos e partidas, porém existem situações complexas que afetam o controle postural e, requerem o uso da aterrissagem pesada. A aterrissagem pesada consegue providenciar uma rigidez (stiffness) na propriedades musculares no qual melhoraria a estabilidade funcional do jogador. Basicamente, quando discutimos sobre saltar e aterrissar no basquete, temos dois tipos comuns de jogadores: 1)- jogador consciente (aquele atleta que dadas as 132


circunstâncias que se apresentam nos jogos, consegue ter tempo suficiente para antecipar a execução do padrão de movimento correto) e 2)- jogador reativo (aquele atleta no qual suas ações motoras requerem uma tomada de decisão reacionária, sem tempo suficiente para raciocinar a execução correta da tarefa) (Didier & West, 2011). O saltos e aterrissagens executados pelos jogadores de basquete nos treinos e competições sofrem constantes flutuações nos padrões de movimento conforme a situação técnico-tática apresentada e, níveis neuromusculares de fadiga. Além disto, movimentos eficientes exigem ativação muscular precoce para uma tarefa motora ser bem sucedida (McCormick, 2012). A grande maioria dos jogadores de basquete tem preocupação em melhorar o seu salto vertical. Todavia, isto não é uma tarefa fácil. Aprimorar o salto vertical após algumas semanas de treinamento pliométrico e aperfeiçoamento dos padrões de movimento pode ser conseguido. Porém, manter estes ganhos na altura do salto vertical durante toda a temporada é uma tarefa extremamente complexa. Neste contexto, Lopes (2005) realizou um acompanhamento de três tipos de saltos verticais (Squat Jump, CMJ e CMJ Arm Swing) durante uma temporada competitiva (nove meses) em basquetebolistas. Nos resultados, apesar de algumas alterações mínimas na metade da temporada (mês de junho), não foram encontradas diferenças significativas nos ganhos em altura dos três tipos de salto no decorrer total da temporada.

133


*** p<0.05 *** Não foi encontrado diferenças estatisticamente significativas

Figura 20. Análise do comportamento de três tipos de salto vertical durante uma temporada (Adaptado de Lopes, 2005)

O fato do gestual técnico da modalidade usar o salto como habilidade motora para execução de diversas tarefas, contribui de alguma forma para melhorar tanto o padrão de movimento do saltar, como também para a manutenção do desempenho de potência (Correia et al, 2020). Ziv & Lidor (2010) relatam que nos saltos verticais mensurados na literatura em jogadores de basquete, por diferentes protocolos e jogadores de diversas 134


categorias, os valores normativos masculinos oscilam entre 40.0 a 75.0 cm e nas jogadoras femininas varia entre 22.0 a 48.0 cm. Refletindo sobre isto, selecionei dez estudos sobre pliometria aplicada aos jogadores de basquete, com diferentes períodos de duração dos programas, com a finalidade de comparar a existência de ganhos na altura do salto vertical em programas de curta duração e também nas intervenções mais prolongadas (quadro 19).

Quadro 19. Programas de pliometria em jogadores de basquete ESTUDO

AUTOR

PERÍODO DE TREINO

NÚMERO DE SESSÕES

1

Asadi, 2013

6 semanas, 2 vezes

12 *

2

Shaji & Isha, 2009

4 semanas, 2 vezes

8

3

Khlifa et al, 2010

10 semanas, 6 vezes

60

4

King & Cipriani, 2010

6 semanas, 2 vezes

12

5

Chen et al, 2018

16 semanas, 2 vezes

32

6

Adgüzel & Gunay, 2016

8 semanas, 3 vezes

24

7

Román et al, 2017

10 semanas, 3 vezes

30 *

8

Hernández et al, 2018

7 semanas, 2 vezes

14

9

Kryeziu et al, 2019

4 semanas, 2 vezes

8

10

Palma-Muñoz et al, 2018

6 semanas, 2 vezes

12

Na figura abaixo mostro a relação entre os ganhos na altura do salto vertical e o número de sessões de treinamento. Os maiores ganhos obtidos no salto vertical foram 135


no estudo 01 (Asadi et al, 2013) com valores de 10.21 cm, através de doze sessões de programa pliométrico. Em contraste,os menores ganhos foram verificados no estudo 07 (Román et al, 2017) na ordem de 0.46 cm, através de 30 sessões de pliometria. Nos dez estudos analisados, a média de ganhos na altura do salto vertical foi de 5.45 cm. Uma conclusão breve pode ser tirada: nem sempre o tempo da intervenção é que irá determinar os ganhos na altura do salto vertical no basquetebol.

Figura 21. Relação entre os ganhos na altura do salto vertical e o número de sessões de treinamento

O treinamento pliométrico que propicia melhorias na altura do salto vertical em jogadores de basquete deve ser aplicado com cautela para evitar o risco de lesões (Nikolic, 2018). Quanto a duração do programa de intervenção, o mesmo autor, ao comparar diferentes investigações sobre pliometria, ratifica que quatro semanas de

136


treinamento pliométrico talvez seja um período apropriado de intervenção para ganhos de altura no salto vertical em jogadores de basquete. Vale recordar que a capacidade de saltar de um atleta está correlacionada com a sua distribuição das fibras musculares (r=0.79) (Bompa & Haff, 2012). Soma-se a isto, a literatura reporta a existência de graus de correlação entre a altura do salto vertical dos basquetebolistas e o tempo nos sprints de 10-m, 20-m e 40-m. No CMJ, o grau de correlação é de r=0.45 (10-m sprint), r=0.49 (20-m sprint) e r=0.74 (40-m sprint). Já no squat jump, a correlações encontradas foram de r=0.53 (10-m sprint), r=0.57 (20-m sprint) e, r=0.74 (40-m sprint) (Shalfawi et al, 2011). Um fator de cunho prático que não pode ser esquecido durante a prescrição dos programas pliométricos é o controle do volume dos exercícios (medido através da quantidade de saltos), para que se possa otimizar adequadamente o desempenho e reduzir lesões (Hoffman et al, 2015). Monitorar as diferentes intensidades dos saltos também entram nesta equação: baixa intensidade (saltos no local ou com pequenos obstáculos), média intensidade (saltos com poucos deslocamentos ou saltos em profundidade entre 20-40cm), elevada intensidade (multisaltos, saltos com grande obstáculos, saltos em profundidade entre 50-80cm, ou saltos com cargas adicionais) (Da Silva, 2014). Normalmente, no basquete de alto rendimento, o salto vertical é mensurado semanalmente pelo preparador físico para verificar os efeitos dos programas de treinamento no desempenho e o comportamento da fadiga (Petway et al, 2020). Todavia, os tipos de saltos avaliados nos microciclos semanais são saltos realizados 137


estaticamente (CMJ, Abalakov Jump, Squat Jump, Drop Jump, etc). Seria interessante criar protocolos de saltos que se assemelhassem aos movimentos feitos nas partidas, isto é, saltos realizados a partir de corridas de aproximação, como proposto por Rodríguez-Rosell et al (2017). Talvez, assim, os preparadores físicos obteriam outros critérios para análise dos ganhos reais de altura no salto vertical de forma transversal e longitudinal.

138


15.0 -TREINAMENTO DO NÚCLEO CORPORAL (CORE TRAINING)

No treinamento funcional, o desenvolvimento da estabilidade do núcleo corporal é chamado de core training (Boyle, 2015) e, para os adeptos do pilates, de power house (Muscolino & Cipriani, 2004). O treinamento do core objetiva melhorar a eficiência e plasticidade das diferentes tarefas motoras por meio da janela de transferência da força do centro corporal (músculos da cadeia anterior e posterior do tronco) para as extremidades distais (membros superiores e inferiores) conseguindo gerar torques e momentos angulares com mais precisão (Granacher et al, 2014). Isso é conseguido por meio da rigidez (stiffness) do tronco, através de treinamento da força, resistência e\ou estabilidade do core (Saeterbakken et al, 2015). O core permitiria ao tronco corporal quando submetido a perturbações de origem externa ou interna, realizar as devidas correções de manutenção, e\ou retorno de trajetória corporal para uma estabilidade postural mais adequada. Isso se concretiza pela coordenação das estruturas osteoarticulares e musculares com a ativação do sistema nervoso central (Vera-García et al, 2015). O core é que rege a habilidade postural frente as perturbações externas ou internas, de diferentes ordens (estática ou dinâmica) na atividade esportiva, por meio do feedback ampliado do sistema neuromuscular (Silfies et al, 2015). 139


Anatomicamente, o core é constituído pelo esqueleto axial (cintura pélvica e escapular) assim como, pelos tecidos moles (articulações, fibro-cartilagem, tendões, ligamentos, músculos e fáscia) (Reis et al, 2015). Sargentim (2013) complementa ao demonstrar o core de forma mais detalhada, como uma integração dos músculos da porção posterior do tronco, músculos da porção ântero-lateral do tronco e musculatura adicional (iliopsoas, e o quadrado lombar). De acordo com McArdle et al (2011) e Teixeira & Guedes Jr (2014), são vinte e nove pares de músculos que tornam o core um elemento de estabilização central do corpo humano. As cinco principais categorias de músculos do core são ilustradas de forma resumida por Muscolino & Cipriani (2004): a)- músculos anteriores abdominais (reto abdominal, oblíquo externo, oblíquo interno e transverso do abdome), b)- músculos posteriores do abdome (eretor espinhal, quadrado lombar e grupo transversoespinhal), c)- extensores do quadril (glúteo máximo, isquiotibiais, e adutor magno), d)- flexores do quadril (iliopsoas, reto femoral, sartório, tensor da fácia lata, adutores anteriores da coxa, e articulação do quadril), e)- músculos do assoalho pélvico. Estes músculos que compõem o core são divididos em globais (mobilizadores, encontram-se mais superficialmente e possuem a responsabilidade de gerar movimentos mais amplos e grosseiros) e locais (estabilizadores, músculos mais profundos, que tem a função de estabilizar e absorver sobrecargas) (Teixeira & Guedes Jr, 2014).

140


Figura 22. Músculos que compõem o core

O suporte muscular proporcionado pelo core permitiria ao atleta executar movimentos complexos, sob a égide das forças de grande magnitude, através do comando do centro de gravidade corporal (Bossi, 2011). No core iniciam-se todos os movimentos (sentido proximal para distal) e permite que os membros (superiores e inferiores) consigam agir de forma coordenada e sincronizada em diversas ações motoras esportivas (Sargentim, 2013). Além de aprimorar o desempenho atlético, um trabalho do core (isolado ou integrado) bem desenvolvido, também ajuda a prevenir lesões (Silfies et al, 2015;

141


Dos Santos et al, 2019). Boyle (2018) reporta que exercitar o core poderia ser um fator chave que contribuiria para longevidade e saúde da carreira esportiva. Um core bem robusto permite ao atleta a estabilidade necessária para realizar movimentos potentes de maneira satisfatória (Teixeira & Guedes Jr, 2014). A força e a potência muscular executadas pelos atletas podem ser diretamente afetadas pela estabilidade do core que é regida por três subsistemas centrais (neural, ativo e passivo) (Hibbs et al, 2008; Reis et al, 2015). Um treinamento que solicitar dos músculos abdominais, quadril, e\ou estabilizadores escapulotorácicos ativa de alguma forma o core (Boyle, 2018). Um conceito crucial atrelado ao treino do core é o efeito serape. O efeito serape são linhas diagonais imaginárias na cadeia anterior e posterior do tronco. Na cadeia anterior, a linha conecta o ombro direito a perna esquerda e o ombro esquerdo a perna direita. Na cadeia posterior, o ombro esquerdo se conecta a perna direita e o ombro direito a perna esquerda, Isso forma um “x” imaginário anteriormente e posteriormente no tronco. Na parte anterior do tronco, cada ombro é conectado ao esterno pelo músculo peitoral. E na parte posterior, cada ombro é conectado a coluna vertebral pela escápula (Santana et al, 2015; Santana, 2017). Santana (2017) denomina estas linhas diagonais imaginárias de produção da força como rodovias de potência. Por outro lado, Boyle (2015) considera chamar estas mesmas linhas como trilhos anatômicos. Independente da denominação, estas linhas anteriores e posteriores funcionam harmonicamente como agonistas e antagonistas durante movimentos que requeiram 142


padrões diagonais de movimentos acelerativos e\ou desacelerativos (Santana, 2017). Um exemplo prático no basquetebol seria o passe de ombro a longa distância. O jogador em posse da bola em uma das mãos arqueia o tronco diagonalmente, e lança a bola em direção a outro jogador mais distante. No momento do lançamento, ao arquear o tronco, as linhas diagonais imaginárias da cadeia anterior do tronco estão se alongando e, no momento da execução do lançamento, estas linhas se encurtam para conseguir produzir força suficiente para um lançamento distante (uso do CAE). Quando o passe foi efetuado, as linhas diagonais da cadeia posterior dão o suporte necessário para desacelerar o movimento de forma segura sem desestabilizar a postura corporal. Pode-se imaginar o efeito serape como espirais integrados por meio de conexões miofasciais entre músculos e seus tendões, transmitindo forças aos movimentos rotacionais do tronco que envolvem o padrão diagonal (Teixeira & Guedes Jr, 2014; Santana et al, 2015). No treinamento do core existem quatro categorias de exercícios que devem ser implementados durante a prescrição de um programa de treinamento. Essas categorias podem ser assim dispostas: antirrotação (melhora do controle rotacional do tronco), antiextensão (fortalecer músculos da cadeia anterior do tronco para prevenir a extensão da coluna), antiflexão (fortalecer músculos da cadeia posterior do tronco para prevenir a flexão da coluna) e antiflexão lateral (fortalecer os músculos laterais para prevenir a inclinação lateral do tronco) (Boyle, 2018).

143


Quadro 20. Categorias de exercícios do core Categorias de Exercícios do Core

Exemplos

Antirrotação

Chop no crossover

Antiextensão

Prancha ventral

Antiflexão

Hiperextensão lombar

Antiflexão Lateral

Farmer walk

Jogadores de basquete sobrecarregam a região da coluna lombar por meio de tarefas motoras que exigem estresse não-natural, como por exemplo, saltos, flexões laterais, torções, cisalhamento, e compressão. Tal fato pode gerar dor crônica ou outra situação patológica na lombar (Minhas et al, 2016; Massie et al, 2020). Exercícios de ativação e fortalecimento do core poderiam ajudar a minimizar estes efeitos. A dor lombar crônica tende a retrair a ação do glúteo máximo como extensor do quadril. Indivíduos com esta característica usam os isquiotibias para realizar a extensão do quadril. Isto causa uma superativação dos extensores da coluna, criando sobrecargas desnecessárias (McGill, 2010). Esta inibição da musculatura gluteal por diferentes causas, gera uma condição clínica denominada de amnésia glútea. A amnésia glútea é uma circunstância onde existe uma baixa e\ou inadequada ativação da musculatura glútea (Boyle, 2015).

144


Atletas que perdem a capacidade de ativar os glúteos por causa da amnésia glútea, tem sua habilidade de usar o quadril reduzida durante os exercícios e atividades atléticas, o que pode implicar em desempenho pobre e risco de lesão aumentado (Feil & Morgan, 2009). Uma sugestão é para que os glúteos sejam ativados em todas as sessões de treinamento durante o aquecimento dos atletas. Caminhadas com o uso de bandas elásticas entre os joelhos e a elevação do quadril de Cook estão entre alguns exercícios úteis neste sentido(Boyle, 2015; Boyle, 2018). No basquete, Carvalho et al (2011) averiguaram o efeito do treinamento do core durante oito semanas (2 sessões por semana) no comportamento das capacidades biomotoras força explosiva de membros inferiores e superiores (salto vertical e lançamento de medicine ball de 3-Kg), resistência muscular (abdominal 1 minuto e flexão de braços 1 minuto) e velocidade (sprint de 30-m). Foram encontradas melhorias significativas nas variáveis analisadas, denotando que o treinamento do core tem efeitos positivos sobre o desempenho atlético.

145


Figura 23. Efeitos do treinamento do core em jogadores femininas de basquete (Adaptado de Cravalho et al, 2011)

Em outro estudo acerca dos efeitos do treinamento do core em jogadores de basquete no estágio pré-pubertal, Sannicandro & Cafano (2017) verificaram se havia melhorias em diferentes tipos de saltos (salto vertical, salto horizontal lateral, salto triplo horizontal e salto horizontal de 6-m cronometrado). A duração total do programa foi de quatro semanas (2 vezes por semanas). Os autores encontraram melhorias significativas nos valores dos saltos após a intervenção, sugerindo que o treinamento do core propicia melhorias funcionais na habilidade de saltar. Em um estudo de caso, com um jogador profissional de basquete, Vallés Ortega (2017) verificou o efeito da implementação do treinamento físico durante o período 146


de transição. Entre as variáveis analisadas, encontrava-se a força do core, mensurada através de três tipos de avaliações, como o teste de Biering-Sorensen, teste de prancha lateral e teste isométrico do core por meio da prancha ventral. Quando comparado os três momentos de avaliação (início, meio e fim do programa) foram encontradas melhorias expressivas em todos os testes que envolviam a estabilização central do core. A estabilidade do core tem influência nos arremessos. O arremesso é uma habilidade valiosa para os jogadores de basquete. Segundo Worobel (2020) além do domínio da técnica, biomecânica adequada, e a precisão, o core tem sua contribuição para se conseguir realizar um arremesso correto. De acordo com o autor, o core auxiliaria nos arremessos do basquete proporcionando melhor controle motor do tronco, estabilidade do tronco, absorção de forças externas, controle dos membros superiores e inferiores, reação imediata a mudanças de condição, correta respiração e função diafragmática.

147


16.0- AVALIAÇÕES NO PROGRAMA DA FORÇA FUNCIONAL

Avaliações pré-participação em programas de treinamento, assim como, testes regulares durante a temporada são tarefas corriqueiras do preparador físico (Bird & Markwick, 2016). Nos dias atuais, a realização de testes laboratoriais ou de campo, dependem muito da estrutura disponível e grau de conhecimento técnico do profissional. Santos (2006) preconiza que os testes de campo por serem mais acessíveis e práticos, são bastante utilizados no exercício profissional. Normalmente, as equipes profissionais de basquete tem a disposição mais recursos se comparado com as equipes de base e amadoras. Todavia, acredito que isto não deveria ser um empecilho ao preparador físico disposto a mostrar um trabalho de qualidade. Muito do aparato tecnológico atual para se testar e avaliar os atletas, encontra-se em aplicativos e softwares de baixo custo e fácil manipulação. Também, a literatura científica apresenta um vasto material sobre possibilidades de avaliação. No momento de sugerir avaliações em um programa para o treinamento da força funcional específica para o basquete, preferi incluir algumas avaliações básicas e, também, abranger testes direcionados as disfunções de movimento e articulações. Estão inclusos questionários que avaliam o histórico do atleta (anamnese e PAR-Q), antropometria, avaliações da qualidade do movimento, testes específicos para as 148


diferentes manifestações da força, e testes por segmento articular (Harvey, 1998; Moreira et al, 2003; Leetun et al, 2004; Halasi et al, 2005; Marques et al, 2006; Demoulin et al, 2006; Bressel et al, 2007; Hespanhol et al, 2007; Santos & Janeira, 2008; Chaouach et al, 2009; Escamilla et al, 2010; Askling et al, 2010; Kritz, 2012; Marinho & Marins, 2012; Coledam et al, 2013; Del Vecchio & Ferreira, 2013; Fontoura et al, 2013; Cook et al, 2014; Cook et al, 2014a; Myers et al, 2014; Markwick et al, 2015; McCall et al, 2015; Saeterbakken et al, 2015; Boyle, 2015; Beese et al, 2015; Joy et al, 2016; Adigüze et al, 2016; Andreazzi et a, 2016; Benis et al, 2016; Bird & Markwick, 2016; Šimonek et al, 2017; Altavilla et al, 2018; Townsend et al, 2019; Venegas et al, 2019; Sañudo et al, 2019; Meszler & Váczi, 2019; Padua et al, 2019; Hagen & Pandaya, 2019). É óbvio que não é necessário realizar todos os testes aqui sugeridos, até porque a disponibilidade de tempo para quem trabalha no esporte competitivo é escassa. Todavia, analisando os testes sugeridos e, selecionando os mais adequados à sua estrutura, disposição de tempo e, nível dos jogadores, se consegue monitorar as variáveis mais relevantes e desenvolver um trabalho de força funcional sustentável no curto, médio e longo prazo. Outros testes além dos mencionados pode ser implementados, desde que respeitem os critérios de cientificidade para aplicação de avaliações: validade, objetividade, reprodutibilidade e precisão (Matsudo, 1995; Mhar & Rowe, 2008; Fontoura et al, 2013).

149


É importante usar os dados normativos dos testes que a literatura reporta para efeito comparativo com o nível dos basquetebolistas que estão sendo treinados. Deve-se levar em conta que os testes que são aplicados em atletas possuem inúmeras funções, como verificar a condição inicial no começo do trabalho, obter dados para um prescrição de treinamento segura, programar cargas adequadas, acompanhar o progresso, propiciar feedback, atingir metas, prevenir lesões, entre outros aspectos (Mhar & Rowe, 2008; Fontoura et al, 2013).

Quadro 21. Avaliações no programa da força funcional OBJETIVO

TESTES FUNCIONAIS

Histórico do Atleta

Anamnese, Physical Activity Readiness Questionnaire (PAR-Q)

Antropometria

Estatura, Envergadura, Massa Corporal, Percentil de Gordura, Somatotipo

Qualidade do Movimento

Functional Movement Screen, Basketball Specific Movement Screen, Movement Competency Screen

Teste de Carga Máxima (1RM)

Supino, Agachamento, Levantamento Terra

Teste de Força Isométrica Máxima

Isometric Mid-Thigh Pull

Potência de Membros Inferiores (MMII)

Squat Jump, CMJ, Teste Abalakov, Hop Test, Salto Triplo, Salto Sêxtuplo

Força Reativa

Drop Jump

Resistência de Potência dos MMII

Teste de Venegas, Continous Jump Test, Índice de Elasticidade

Potência de Membros Superiores

Lançamento de Medicine Ball 150


(MMSS) Resistência Muscular do Core

Prancha Ventral, Prancha Lateral, Abdominal Remador, Sorensen Test

Resistência Muscular de MMSS

Flexão de Braços, Barra Fixa

Desequilíbrios Musculares

Dinamometria Isocinética

Técnica de Salto

Tuck Jump Test, Landing Error Scoring System (LESS)

Equilíbrio e Tornozelo

Star Excursion Balance Test (SEBT), Y-Balance Test (YBT), Estabilômetro, Dorsiflexion Long Test, Slope Box Test, Stork Balance Test

Isquiotibiais

Teste Isométrico de Isquiotibiais, Askling H Test

Quadril

Teste de Thomas

Tendão de Aquiles

Teste de Thompson

Postural Estático

Biofotogrametria

151


17.0 - PERIODIZAÇÃO

A periodização é uma ferramenta utilizada no treinamento de força para controlar o processo sistemático de planejamento a curto, médio, e longo prazo nas cargas de treinamento e recuperação (Lambert et al, 2008). A subdivisão de uma temporada de treinamento em períodos menores ou fases específicas, com orientações peculiares de carga, é responsabilidade do modelo de periodização (McArdle et al, 2011). Será por meio do uso da periodização que o preparador físico conseguirá traçar linhas de ação estratégicas para o estabelecimento de objetivos na temporada (Dantas, 2014). Na elaboração de uma periodização, as cargas dos jogadores de basquete devem ser individualizadas e o monitoramento da relação dose-resposta deve favorecer o pico de desempenho nos momentos das competições mais importantes (Peterson et al, 2005; Lidor et al, 2007; Lambert et al, 2008; Platonov, 2008; Bompa & Haff, 2012). Na opinião de Bompa & Haff (2012), a periodização auxilia o treinador no controle da fadiga dos estressores fisiológicos, psicológicos e sociológicos durante os treinos e competições a que os jogadores são submetidos. Além disso, a periodização do treinamento da força evita o surgimento do platô de

152


desempenho que pode ocorrer em atletas que realizam cargas próximas de sua capacidade genética máxima (Fleck & Kraemer, 2017). Normalmente, a periodização é dividida em ciclos: microciclos (sete dias), mesociclos (cerca de um mês) e macrociclos (trimestral, quadrimestral, semestral e/ou anual) (Lambert et al, 2008; Robalo, 2009; Dantas, 2014). Além disso, existem fases em que a temporada é dividida: preparação geral, preparação específica, fase competitiva e fase de transição no qual se ajustam ao calendário competitivo (Platonov, 2008; Robalo, 2009; Bompa & Haff, 2012; Dantas, 2014).

Figura 24. Divisão da periodização usando modelo clássico simples (microciclos, mesociclos, e macrociclo) e seus respectivos períodos (pré-temporada, temporada e fora de temporada)

153


Ao planejar uma periodização, o profissional costuma buscar modelos de periodização para orientar seu trabalho. Nesse sentido, dentre os modelos de periodização aplicados ao treinamento da força, podemos citar os mais conhecidos e citados na literatura sobre treinamento esportivo: periodização linear (Pires et al, 2017), periodização ondulante (Kraemer & Fleck, 2009; Fleck & Kraemer, 2017), periodização em blocos (Alves, 2010), periodização conjugada (Issurin, 2010) e, a periodização reversa (Arroyo-Toledo et al, 2013). Dois modelos de periodização da força muito conhecidos e empregados se contrastam nos momentos da elaboração: a periodização linear e a periodização ondulante (Robalo, 2009; Kraemer & Fleck, 2009). A periodização linear é um modelo em que a evolução do desempenho ocorre de forma gradual por meio de cargas contínuas e progressivas. O número de picos da forma física são baixos (~3 picos durante a temporada). São traçados um objetivo de cada vez e, não há priorização na manutenção da forma física, cuja finalidade principal foca-se em atingir picos (Robalo, 2009). Em contraste, na periodização ondulante, o volume e a intensidade das cargas podem ser alterados diariamente, semanalmente e\ou bi-semanal. Permite ao preparador físico trabalhar várias manifestações da força ao longo do macrociclo. Uma estratégia interessante no modelo ondulatório seria manter a intensidade das cargas altas durante a fase competitiva e somente manipular alterações no volume. Devido a estas características peculiares, o modelo ondulante parece ser o mais apropriado para o desenvolvimento dos picos da forma física em esportes coletivos 154


como o basquete, onde o volume de jogos semanais é alto (Robalo, 2009; Kraemer & Fleck, 2009). Robalo (2009) e Kraemer & Fleck (2009) reforçam as vantagens do modelo ondulante na periodização no basquete: 1)- se consegue obter rendimento através de um número pequeno de treinamentos, 2)- é suficiente variado e atrativo para os jogadores, 3)- se consegue expor os jogadores a uma frequência mais variada de estímulos 4)- é mais flexível para adaptações na estrutura do programa, 5)- permite uma rápida assimilação devido a proximidade das partidas e, 6)- permite manter a forma física durante o período competitivo prolongado. Ao discutir sobre picos de desempenho na forma física, a grande maioria dos estudos que envolvem a periodização se atenta na quantidade de picos que pode ser obtida, porém estão desatentos a questão da magnitude destes picos. Turner & Comfort (2018a) salientam que o pico de desempenho pode ser mantido por duas a três semanas e deve coincidir com o momento competitivo adequado. Isto implica dizer que a questão da magnitude dos picos talvez esteja sendo pouco discutida, em relação a quantidade de picos que pode ser obtida. As duas variáveis (número de picos e magnitude dos picos) tem seu grau de contribuição na periodização da força em jogadores de basquete.

155


Figura 25. Relação entre magnitude e quantidade de picos que podem ser obtidos durante a periodização da temporada

Num estudo interessante, por meio de um survey, foi verificado qual modelo de periodização mais utilizado pelos preparadores físicos do basquete de vinte diferentes países. Os resultados mostraram que 66.7% dos preparadores físicos preferem montar a periodização a curto prazo, usando microciclos. Os demais modelos de periodização empregados pelos profissionais foram: periodização clássica (16.7%), periodização em blocos (30.0%), periodização conjugada (13.3%) e outros modelos (3.3%) (Romero-Caballero et al, 2020). Com base nos resultados desta pesquisa, podemos

156


especular que o uso dos microciclos no lugar de modelos de periodização a médio e longo prazo, reflete uma tendência moderna em programar cargas de treinamento a curto prazo. Os microciclos são de suma importância dentro de um processo de periodização, pois permitirão planejar e quantificar as atividades relacionadas as capacidades biomotoras que serão desenvolvidas nas sessões de treinamento, sempre se adequando às imposições e necessidades específicas de cada período da temporada (Platonov, 2008; Dantas, 2014). Refletindo sobre os microciclos, podemos classificá-los de acordo com os tipos de cargas no qual queremos ministrar. O microciclo ordinário se caracteriza por cargas estimulantes de alguma (s) capacidade biomotora e, é o mais comumente empregado nas sessões de treino. No microciclo de choque, o jogador é submetido a um alto volume de cargas elevadas por curto período. O microciclo estabilizador tem como função realizar a manutenção da (s) capacidade (s) biomotora (s). Por fim, o microciclo regenerativo emerge como uma estratégia a ser empregada com a finalidade de restaurar a homeostase orgânica dos jogadores (Platonov, 2008; Dantas, 2014; Haff & Haff, 2015). O uso destes diferentes tipos de microciclos precisam estar alinhados com o macrociclo e o planejamento do calendário competitivo, assim como, com a distribuição racional das cargas, para que se possa obter resultados significantes no desempenho atlético dos jogadores de basquete (Zakharov, 1992; Weineck, 2003; Platonov, 2008; Dantas, 2014; Aoki et al, 2017; Ferioli et al, 2018; Gabbett, 2020). 157


Figura 26. Tipos de microciclos que podem ser adotados conforme a necessidade de estimulação fisiológica das cargas de treinamento

158


Figura 27. Possíveis variações sequenciais de microciclos durante a periodização

Quando nos referimos à melhora da força no processo de periodização, as variáveis de carga externa volume, intensidade, densidade, frequência e complexidade das tarefas são os elementos nos quais o preparador físico pode manipular para buscar o desenvolvimento atlético. O volume de treinamento é o número de exercícios realizados e o número de séries e repetições feitas. A intensidade da carga refere-se ao percentual de 1RM utilizado no respectivo exercício. A frequência do treinamento está relacionada à ocorrência por período de tempo (por exemplo: dia, semana, mês, etc.). Quando falamos em densidade, nos 159


referimos ao número de tarefas realizadas em uma unidade de tempo (por exemplo: realizar 8 exercícios em 40 minutos). Na complexidade das tarefas, deve-se observar a progressão de exercícios simples para complexos e, dos exercícios gerais para os específicos (Peterson et al, 2005; Bompa & Haff, 2012; Boyle, 2015; Boyle, 2018).

Quadro 22. Variáveis de carga externa no treinamento da força VOLUME

INTENSIDADE

FREQUÊNCIA

DENSIDADE

COMPLEXIDADE

Mudanças na quantidade de exercícios

Aumento das cargas

Mudanças na frequência diária e\ou mensal

Mudanças na quantidade de exercícios na sessão

Progressão do exercício com o peso corporal

Mudanças no número Aumento no grau de de séries dificuldade

Mudanças na distribuição das sessões

Mudanças no número de repetições

Mudanças na Regressão do quantidade de exercício com o peso exercícios diários, corporal semanais e\ou mensais

Redução dos intervalos

Progressão e/ou regressão do exercicio com sobrecarga

Mudança de exercício

Na figura 28, temos o monitoramento do treinamento de força usado durante um macrociclo de 34 semanas com exercícios direcionados às extremidades inferiores em jogadores de basquete juniores (Mazon et al, 2018).

160


Figura 28. Monitoramento de um macrociclo de 34 semanas em jogadores de basquete juniores (Adaptado de Mazon et al, 2018)

O treinamento de força quando devidamente periodizado produz alguns efeitos fisiológicos que devem ser assistidos: 1)- efeitos agudos (mudanças que ocorrem durante o exercício), 2)- efeitos imediatos (adaptações que ocorrem após a sessão de treinamento), 3)- efeitos cumulativos (mudanças que ocorrem como resultado de múltiplas sessões de treinamento), 4)- efeitos retardados (que se manifestam após um período de tempo seguido pela sessão de treinamento), 5)- efeitos parciais (mudanças

161


causadas por uma sessão de treinamento simples) e, 6)- efeitos residuais (retenção das mudanças após um período de treinamento) (Zatsiorsky & Kraemer, 2008). Uma periodização bem desenhada do treinamento da força pode criar combinações agudas e crônicas enfatizando em diferentes momentos as manifestações de adaptação anatômica, hipertrofia, força máxima, potência e resistência de potência (Bompa & Haff, 2012; Fleck & Kraemer, 2017).

Figura 29. Um exemplo típico da periodização das manifestações da força durante um macrociclo (adaptação anatômica - AA, hipertrofia - H, força máxima - FM, potência - P e, resistência de força - RP) (Adaptado de Bompa & Haff , 2012)

Para Schelling & Torres-Ronda (2016) a periodização da força funcional específica para basquetebolistas deve ser edificada com base na fase da temporada em que se encontra, necessidades individuais do atleta, da maturação biológica,

162


momento de carreira, assim como, respeitando os pontos fortes e fracos dos jogadores. Deve-se lembrar sempre que num esporte coletivo como o basquete, a periodização segue o conceito de individualidade biológica dos jogadores, pois de acordo com a teoria da heterocronicidade da forma física, cada atleta pode responder de forma diferente à mesma intervenção de treinamento de força ou outra capacidade biomotora (Jukic et al, 2020).

163


18.0 - CONTROLE DAS CARGAS DE TREINAMENTO

Algumas perguntas muito comuns na área de treinamento desportivo quando se questiona acerca das cargas de treinamento é: Quanto se deve treinar? Quanto se deve descansar? Como controlar as cargas? Quais variáveis devo monitorar? Como minimizar o risco das lesões? Como recuperar adequadamente os atletas? Carga é algum agente estressor que atua sobre o organismo do atleta provocando reações funcionais de uma certa duração, frequência, e intensidade (Gomes, 2009; Schwellnus et al, 2016). Estas cargas podem ser de ordem física, psicológica e\ou química (Lidor et al, 2007; Gomes, 2009; Dantas, 2014; Schwellnus et al, 2016). Será por meio do caráter, magnitude, e orientação das cargas, que as reconstruções adaptativas ocorrem no organismo do atleta (Platonov, 2008). O gerenciamento das cargas de treinamento é um aspecto crucial no dia a dia das sessões de treinamento dos jogadores de basquete. Cabe ao preparador físico coletar, analisar, interpretar e disseminar os valores das cargas entre os outros membros da comissão técnica para que se possa desenvolver o trabalho integrado com maior segurança e menor risco de lesões (West et al, 2020). A carga física, de interesse primário na preparação física, é dividida em carga externa (carga mecânica, no qual se consegue manipular durante os treinos e 164


competições) e carga interna (respostas psicofisiológicas) (Reina Román et al, 2019; West et al, 2020).

Figura 30. Características das variáveis da carga física (externa e interna)

Em que sentido o monitoramento sistemático das cargas de treino e competições podem auxiliar o profissional da preparação física nos treinamentos? O controle das cargas serve como uma ferramenta operacional para realizar tomadas de decisões mais assertivas sobre: a)- as cargas reais que os jogadores estão sendo submetidos, b)- as cargas que os jogadores necessitam para o aprimoramento das capacidade biomotoras e\ou recuperação, c)- o resultado imediato da dose-resposta

165


destas cargas e, d)- uma ferramenta para ajustar as cargas mais corretamente (West et al, 2020; Gabbett, 2020). A carga externa (também denominada de carga mecânica) pode ser manipulada pelo preparador físico durante os treinos (volume, intensidade, frequência, densidade e complexidade das tarefas), assim como, pode ser monitorada e quantificada nos treinos e competições (distância total percorrida, número de acelerações, número de desacelarações, número de saltos, mudanças de direção, etc). Em relação a carga interna (respostas psicofisiológicas), a mesma é dividida em carga interna objetiva (frequência cardíaca, lactato, creatinafosfoquinase, razão testosterona\cortisol, VO2máx, etc), e carga interna subjetiva (escala de percepção subjetiva de esforço, índice de monotonia, índice de strain, questionário de bem estar, etc) (Foster, 1998; Foster et al, 2001; Moreira et al, 2010; Foster et al, 2017; Gabbett et al, 2017; Haddad et al, 2017; Svilar, 2018; Reina Román et al, 2019). O monitoramento sistemático das cargas de treinamento da força pelo preparador físico por meio do controle da intensidade diária da carga interna e através da escala de percepção subjetiva de esforço (PSE e s-PSE) permitiria calcular a razão da carga aguda\carga crônica (ACWR) minimizando o risco de lesões crônicas (Gabbett, 2020a). Para entender o cálculo da ACWR, a carga média da semana com base em experimentos de s-PSE (multiplicação do tempo total de duração da sessão de treino pela PSE) em unidades arbitrárias, deve ser considerada como carga aguda. A carga crônica é calculada como a média ao longo das quatro semanas anteriores, também 166


expressa como unidades arbitrárias (Weiss, 2017; Gabbett, 2020b; Impellizzeri et al, 2020). De acordo com Impellizzeri et al (2020) a carga aguda representaria o nível de fadiga e, a carga crônica a aptidão física.

Figura 31. Representação esquemática da carga aguda (semana atual de treinamento) e a carga crônica (quatro semanas anteriores)

Quando os valores de carga aguda são baixos e a carga crônica é alta, existe pouca presença de fadiga, e o jogador está conseguindo desenvolver seu condicionamento físico. Todavia, se os valores de carga aguda são altos e a carga

167


crônica é baixa, existe a presença de fadiga elevada, e o treinamento está seguindo um rumo inadequado para ganhos de condicionamento físico (Tibana et al, 2017). Ao calcular a ACWR para reduzir o risco das lesões, a literatura sobre o assunto indica zonas de trabalho. Gabbett (2020b) considera os valores da zona de segurança da razão carga aguda/carga crônica entre 0,8 a 1,3. A zona de alto risco de lesão estaria na faixa ≥1,5. Entretanto, no estudo de Weiss (2017) com jogadores de basquete, os autores encontraram valores diferentes de razão carga aguda/carga crônica no manejo das lesões. Nos valores de razão carga aguda\carga crônica ≤0,5, havia 1,5 jogadores lesionados. Quando os valores estão situados entre 0,5-0,99, havia 1,4 jogadores lesionados. E quando os valores são ≥1,5, havia 1,7 jogadores lesionados. Portanto, a zona do "ponto ideal" especifíco para o basquetebol ficaria restrita aos valores da razão carga aguda/carga crônica em torno de 1,0-1,5. Um outro elemento essencial nesta equação que envolve o cálculo da ACWR, é o aumento semanal nas cargas de treinamento que deve ficar em torno de 10-25% se quisermos prevenir lesões durante o processo de treinamento e\ou reabilitação (Gabbett, 2020b). Na distribuição semanal das cargas, o aumento das mesmas está atrelado ao paradigma “3:1” que é um conceito conservador universalmente aceito. Este conceito “3:1” apregoa que a cada três semanas de aumento progressivo das cargas, deve ocorrer uma semana de recuperação (taper) (Turner & Comfort, 2018a). Todavia, esse paradigma conservador (3:1) pode ser alterado para outras versões de distribuição 168


conforme o período da temporada e nível de aptidão física funcional dos basquetebolistas. Na figura abaixo são propostas mais três versões que podem ser implantadas durante a distribuição semanal das cargas de treinamento (4:1, 4:2, e 2:1).

Figura 32. Variações do paradigma “3:1” na distribuição semanal das cargas de treinamento

Pode-se criar um banco de dados acerca das cargas de treino que os jogadores de basquete são submetidos, pois isso permitiria criar um modelo conceitual (métricas e\ou algoritmos) para tomadas de decisões mais efetivas com base em análise restropectiva comportamental (West et al, 2020).

169


O índice de monotonia é uma variável de carga interna subjetiva monitorada no basquete. Seu cálculo é feito com base na média de carga semanal dividida pelo desvio padrão (Haddad et al, 2017). Entre os diferentes períodos de treinamento (preparatório geral, preparatório específico e competitivo) a monotonia sofre alternância de padrões diferentes. Um valor no índice de monotonia acima de 2.0 unidades arbitrárias acenderia a bandeira vermelha de preocupação quanto ao surgimento de overtraining (Leite et al, 2012; Soares-Caldeira et al, 2014). Todavia, existem autores na literatura apontando que valores acima de 2.0 de monotonia podem ser aceitáveis, pois promoveriam adaptações positivas (Oliveira et al, 2018).

170


Figura 33. Monitoramento do índice de monotonia durante um macrociclo constituído de 20 microciclos e 52 sessões de treinamento (Adaptado de Rodrigues, 2014)

Quando o índice de monotonia se apresenta elevado por períodos constantes é preciso estar atento a um princípio biológico do treinamento desportivo que pode estar sendo negligenciado: o princípio da variabilidade. Isto significa que alguma variável da carga externa (volume, intensidade, frequência, densidade, e\ou complexidade) não está respeitando as devidas variações necessárias. Por exemplo, ou o preparador físico está repetindo a mesma carga, ou o mesmo exercício, excesso 171


de jogos numa mesma semana, recuperação inadequada, etc. Então, é preciso estabelecer esta variabilidade na carga externa para minimizar o risco de estagnação no desempenho e\ou risco de overtraining. O descanso e a recuperação dos treinos e competições ajudam a minimizar o risco de lesões (Bompa & Haff, 2012). A criação de um equilíbrio nas cargas de treinamento e fadiga (aguda e crônica) induziria o corpo do atleta a um overreaching funcional, melhorando o desempenho motor. Esse overreaching funcional também pode ser um elemento regulatório para reduzir o risco de lesões (Bompa & Haff, 2012; Haff & Haff, 2015).

Figura 34. Linha do tempo na prescrição das cargas de treinamento e os efeitos dos dois tipos de overreaching (funcional e não-funcional)

172


Ao nos referirmos sobre a prescrição do treinamento e o manejo das cargas numa linha do tempo, podemos afirmar que sucessivos e cumulativos overreaching funcionais induzem ao aprimoramento de alguma capacidade biomotora e subsequente melhoria no desempenho atlético. No entanto, o oposto, ou seja, sucessivos overreaching não-funcionais induzem o sistema biológico do atleta ao risco de doenças (síndrome de overtraining, rabdomiólise, doenças do trato respiratório, etc) e, também o risco aumentado das lesões (agudas e crônicas) (Haff & Haff, 2015; Schwellnus et al, 2016; Kim et al, 2016; Gabbett, 2020). Uma forma de evitar os efeitos negativos adversos do overreaching nãofuncional, como o overtraining, é monitorar a carga interna nos treinos e partidas, através do comportamento endócrino-hormonal dos jogadores de basquete. Dois hormônios antagonistas (testosterona e cortisol) regulam o metabolismo e a homeostase dos basquetebolistas diante das cargas de treinamento. A testosterona com seu efeito anabólico e, o cortisol podendo causar catabolismo (Schelling et al, 2014). O acompanhamento hormonal sistemático por quatro temporadas (2007-2011) no basquete profissional espanhol, mostrou que o equilíbrio na relação testosterona\cortisol deveria ser individualizado por função tática, pois os jogadores das posições de ala e ala-pivô, apresentaram um estado mais catabólico do que as outras funções táticas. Ademais, com base na análise hormonal, os jogadores que jogam mais de 25 minutos necessitam de intervenção recuperativa, enquanto os jogadores que realizam menos que 13 minutos nas partidas, precisam compensar a 173


falta de estimulação. Por isso, controlar a minutagem em quadra dos basquetebolistas seria interessante (Schelling et al, 2015). Em adição a estes fatores, o comportamento hormonal da testosterona e do cortisol ao longo de uma temporada sofrem flutuações significantes que merecem observação. Pensando nisto, Schelling et al (2014) sugerem dividir a temporada em três macro-períodos conforme as respostas fisiológicas hormonais. Na pré-temporada, onde o volume das cargas é alto e, os níveis de cortisol elevados, deve-se controlar rigorosamente a acumulação da fadiga. Nos primeiros dois terços da temporada competitiva, prevalece um estado de supercompensação da pré-temporada, mantendo um estado anabólico adequado. No terço final da temporada, temos um estado de acumulação da fadiga (catabolismo) e, devemos dar atenção a recuperação individualizada dos jogadores, através de intervenções específicas. Por último, no período de pós-temporada, a recuperação física e psicológica se faz necessário.

174


Figura 35. Comportamento hormonal durante uma temporada (Adaptado de Schelling et al, 2014)

Gabbett (2016) apregoa que treinar de forma inteligente e intensa nos esportes coletivos, pode induzir a uma relação ótima entre capacidades biomotoras, cargas de treinamento e o risco de lesão. Altas cargas de treino elevam a aptidão física funcional dos jogadores, oferecendo com isso, uma prevenção das lesões. Se porventura, as cargas administradas forem adequadas aos atletas, tal situação promoveria maiores ganhos no desempenho e, maior prontidão de atletas para as partidas.

175


Figura 36. Relação entre capacidades biomotoras, cargas de treinamento e o risco de lesão (Adaptado de Gabbett, 2016)

A magnitude do estímulo do treinamento de força desempenha um papel importante na relação entre adaptação e recuperação. Do ponto de vista de Haff & Haff (2015) com magnitudes de carga substancialmente elevadas, a fadiga será maior, sendo necessário aumentar o tempo de recuperação para adaptação. Porém, se a magnitude do estímulo for apropriada para o atleta e o período de treinamento, a fadiga será menor e a recuperação ocorrerá mais rapidamente. 176


Uma maneira simples e não-invasiva de controlar a recuperação das cargas dos jogadores e, ao mesmo tempo monitorar o status de prontidão, seria usar os questionários que avaliam nutrição, hidratação, sono, recuperação, relaxamento, suporte emocional, e recuperação ativa. Uma destas ferramentas é o questionário TQR (Total Quality Recovery) (Moreno et al, 2015).

Figura 37. Itens e pontuações do questionário Total Quality Recovery (TQR) (Adaptado de Moreno et al, 2015)

O acompanhamento diário e individualizado com o emprego do TQR associado a alguma variável (frequência cardíaca de repouso, creatinafosfoquinase, salto vertical, etc), permitiria identificar as necessidades de cada jogador e traçar

177


estratégias mais convergentes junto com o controle das cargas de treinamento (Moreno et al, 2015; Osiecki et al, 2015; Pinto et al, 2018; Sansone et al, 2020). O estado de humor dos jogadores é um fator que interfere no desempenho físico. Monitorar o estado de humor e correlacionar com o comportamento das capacidades biomotoras durante a temporada, permite assessorar a fadiga decorrente de aspectos psicofisiológicos. Uma ferramenta interessante neste sentido é o questionário BRUMS (Brunel Mood Scale) (Gomes et al, 2018). No controle das cargas de treinamento, a dor é tida como um indicador de dano muscular devido algum treino ou competição intensa, e\ou indício de uma lesão. Por isso, usar a escala de dor percebida (EDP) poderia ser um instrumento complementar, colaborando no manejo da sensação de dor de início tardio correlacionado com as cargas em que o jogador de basquete é submetido (Isabell et al, 1992; Gunter & Schwellnus, 2004; Brasilino et al, 2011; Kubacki et al, 2011; Gentle et al, 2014; Garlipp & Gorla, 2015; Fonseca et al, 2016; Clemente et al, 2019). Existem diferentes estratégias de recuperação (ativa e passiva) que aceleram a regeneração orgânica dos atletas frente às cargas diárias impostas de forma a maximizar o rendimento desportivo e reduzir o risco de lesões. Algumas dessas abordagens recuperativas são mencionadas na literatura sobre treinamento esportivo: massagem, termoterapia, crioterapia, terapia de contraste, acupuntura, estratégias nutricionais, roupas compressivas, ventosa terapia, entre outras (Montgomer et al, 2008; Lin et al, 2009 ; Bompa & Haff, 2012; Bridgett et al, 2018).

178


Figura 38. Conjunto de estratégias para melhorar o desempenho e reduzir o risco de lesões nos jogadores

Ao indagar sobre cargas de treinamento e risco das lesões, devemos lembrar que cada período específico da temporada possui características diferentes em termos de recomendações. A pré-temporada dos jogadores de basquete com cargas de alto volume pode representar um risco maior de lesões na temporada competitiva. O período fora da temporada é uma verdadeira janela de oportunidade para melhorar a força dos atletas e, portanto, minimizar o risco de lesões na pré-temporada e na temporada competitiva (Gabbett, 2020a).

179


Na investigação de Piedra et al (2020) com jogadoras femininas de basquete, foi encontrada uma relação negativa entre o tempo de exposição aos treinamentos e jogos e, o número de dias perdidos por lesões (rho=-0,797, p=0,003). Os autores afirmam que o manuseio adequado das cargas de treino com maior exposição ao treinamento específico parece ter um efeito protetor natural que minimiza as lesões.

Figura 39. Controle das cargas de treino e lesões durante uma temporada (Adaptado de Piedra et al, 2020)

Importante ressaltar que as cargas de treinamento devem ser sistematicamente e minuciosamente controladas, para evitar erros de distribuição que possam originar 180


lesões. Um risco de lesão pode se apresentar elevado por até quatro semanas seguidas se ocorrer um distribuição inadequada das cargas de treino (picos elevados). Somando-se a isto, após erros nas cargas, as lesões musculares podem surgir em torno de uma a duas semanas. Para o caso de lesões tendíneas, em torno de três semanas. E nas lesões ósseas, este período oscila entre três a quatro semanas (Tibana et al, 2017). Numa base de dados do controle das cargas de treinamento, ao analisarmos as variáveis de monitoramento, devemos imaginar o cenário que temos em mãos como um retrovisor e um trilho. Explico: retrovisor seria olhar para os dados de forma retrospectiva, como se comportava cada variável controlada ao longo do tempo passado. Em contraste, o trilho é um guia para futuras tomadas de decisão mais acertadas. Isso pode ser entendido de forma mais analítica: primeiro você deve selecionar rigorosamente quais as variáveis de monitoramento seriam mais significantes para uma determinada problemática a ser solucionada. Num segundo momento, uma interpretação e predição comportamental das variáveis préestabelecidas deve ser levada em conta. O terceiro passo seria executar uma tomada de decisão como base nas análises anteriores. A quarta e última parte envolve realizar uma inferência causal em relação a tomada de decisão que foi executada.

181


19.0 - LESÕES NO BASQUETE

Os esforços exigidos na prática do basquete são intensos e breves, requerendo dos jogadores padrões de movimento adequados e uma coordenação geral na execução das diferentes tarefas motoras. A incidência de lesões no basquete são causadas principalmente pelas aterrissagens, saltos, pivoteios, mudanças bruscas de direção e contato físico (Almeida Neto et al, 2013). O basquete é uma atividade esportiva complexa, pois os jogadores precisam reagir rapidamente as ações do oponente, precisando constantemente reorganizar a sua movimentação corporal em pequenos espaços para poder desempenhar suas tarefas com a devida eficácia (Nikolic, 2018). A definição de lesão esportiva costuma variar conforme o autor e tipo de pesquisa. Ao realizar uma varredura bibliográfica na literatura, notamos que alguns autores usam definições muito curtas das lesões e, outros em contrapartida, preferem definições mais extensas. Uma definição que abrange todos os critérios básicos de lesão esportiva foi proposto por Nascimento & Melo e Silva (2017): qualquer queixa física apresentada por um atleta, ocorrida no treino ou competição, impedindo-o de exercer sua atividade, independentemente do tempo de interrupção e que exiga algum atendimento médico. 182


As lesões musculoesqueléticas ou também denominadas de traumatoortopédicas que surgem no basquete são aquelas que acomentem os principais tecidos biológicos do corpo humano: músculo, tendão, ligamento, cartilagem, fáscia, osso e\ou articulação (Gaida et al, 2004; Krosshaug et al, 2007; Gaca, 2009; Mangine et al, 2014; Pappas et al, 2016). As lesões que afetam os basquetebolistas podem ser consideradas como acidentes de trabalho, gerando consequências na prática esportiva. São eventos prejudiciais devido a alguns motivos: dores, limitações funcionais, interrupção das atividades, mudanças na vida pessoal do atleta, necessidade de reabilitação, efeitos psicológicos, entre outros (De Rose et al, 2008). O basquete, assim como outro esporte de contato restrito, está sujeito a uma infinidade de lesões tanto de ordem aguda como crônica. Sobre este aspecto, na atividade do basquetebol temos a presença destas classificações das lesões: agudas e crônicas (Harmer, 2005). As lesões agudas ou traumáticas são aquelas que ocorrem durante situações de contato e\ou não-contato com uma causa de início súbito e direto (Cumps et al, 2007). Por exemplo, uma lesão aguda de contato acontece quando um jogador de basquete desfere uma cotovelada involuntária no rosto de outro jogador e, isto resulta numa fratura nasal (Cannon et al, 2011). No caso de uma lesão aguda de não-contato, podemos mencionar como exemplo, um estiramento da musculatura posterior de coxa (isquiotibiais) durante um sprint longo na partida (Dalton et al, 2015).

183


Em relação as lesões crônicas, também denominadas de lesões de overuse na literatura de língua inglesa, as mesmas tendem a ocorrer na forma de não-contato, causando algum desconforto físico ou rigidez no sistema musculoesquelético decorrente de microtraumatismos de repetição (Cumps et al, 2007). Um exemplo de lesão crônica no basquete é a tendinopatia patelar (joelho de saltador) que ocorre devido a quantidade expressiva de saltos na modalidade (Siegmund et al, 2008).

Figura 40. Classificações das lesões esportivas no basquete (agudas e crônicas)

Existem elementos macro e microestruturais que podem desencadear as lesões no basquete. Nós que estamos na linha de frente do esporte, em contato diário com os jogadores, na maioria das vezes não temos noção do custo monetário envolvido por trás das lesões esportivas. Parece que somente os administradores esportivos 184


(gerentes, supervisores, diretores, general manager, etc) conseguem ter assesso aos números financeiros reais que englobam as lesões. Segundo Gabbet (2001) os custos das lesões esportivas sofrem um divisão em: diretos (referentes aos gastos com médicos, remédios, reabilitação, exames, etc) e indiretos (referentes aos dias de treinamento e competições que os jogadores perdem devido a lesão).

Figura 41. Custos das lesões no basquete

O entendimento mais aprofundado das lesões no basquete permitiria aos profissionais envolvidos com a saúde dos jogadores traçar estratégias preventivas e\ou preditivas para poder minimizar o surgimento das mais variadas lesões que ocorrem nos treinos e competições. Outrossim, as lesões são categorizadas de acordo com o periodo de afastamento e severidade. Escobar et al (2019) relatam que a lesões leves são aquelas 185


que levam até seis dias de afastamento. As lesões moderadas se enquadram entre sete a vinte oito dias. E por fim, as lesões graves são aquelas com período de afastamento superior a vinte e oito dias. A literatura reporta uma série de fatores predisponentes para as lesões, sendo a perspectiva biomecânica a mais descrita. Quando denotamos o termo mecanismo biomecânico da lesão, estamos nos referindo a uma causa física responsável por certa ação, reação ou resultado. O modelo biomecânico da lesão se preocupa com as propriedades mecânicas do tecido acometido, a natureza da carga, o tipo de carga, a frequência da carga, a magnitude desta carga, e sua interação com fatores intríssecos como a idade, sexo, condição física, etc. (Bahr & Krosshaug, 2005).

186


Figura 42. Complexa interação de fatores que podem resultar ou não em uma lesão nos jogadores de basquete (Adaptado de Bahr & Krosshaug, 2005)

As lesões esportivas são consideradas um fenômeno multifatorial e, portanto, de difícil interpretação (Bahr & Krosshaug, 2005; Bittencourt et al, 2016). Se analisadas de forma macroestrutural, as lesões no campo esportivo podem ser entendidas como inseridas em um sistema dinâmico complexo não linear multinível (Bittencourt et al, 2016). A figura 43 mostra o sistema dinâmico complexo não-linear multinível das lesões esportivas. Hipoteticamente, cada letra dentro das elipses representaria uma variável desencadeadora de lesões. Isto incluí tanto variáveis intrínsecas (sexo, idade,

187


características antropométricas, fraqueza muscular, instabilidade articular, nível de fadiga, etc) e as extrínsecas (modalidade esportiva, superficie de jogo, equipamento esportivo, meio ambiente, cargas de treinamento, regras da modalidade, etc) (Marujo, 2014; Bittencourt et al, 2016). As elipses encontram-se em diferentes níveis; isto significa que quando um jogador de basquete se lesiona o mecanismo gerador da lesão (fator biomecânico responsável) se encontra num nível e, os aspectos fisiológicos da lesão (dano tecidual e cicatrização) encontram-se em outro patamar. Nota-se que as elipses possuem diferentes elos de ligação uma com a outra. Por exemplo, algumas variáveis são ligadas por linhas tracejadas, outras variáveis são ligadas por linhas contínuas e, outras por fim, são ligadas por linhas intersegmentadas. Isto representaria os elos de interligação das variáveis no surgimento e, subsequente tratamento das diversas lesões que podem acometer um jogador de basquete. Por último, argumentaria que se observassem as elipses não estaticamente, mas sim, como formas dinâmicas em constante movimento: conforme o tipo de variável e situação que o jogador enfrenta nos treinamentos e competições a que é submetido.

188


Sistema Dinâmico Complexo Não-Linear Multinível

Figura 43. Sistema dinâmico complexo não-linear multinível das lesões esportivas (Adaptado de Bittencourt et al, 2016)

Está bem documentado na literatura que o treinamento de força funcional pode reduzir o risco das lesões agudas e\ou crônicas em atletas (Faigenbaum & Myer, 2010; Da Silva, 2014; Boyle, 2015; Lauersen et al, 2018). Em uma meta-análise, Lauersen et al (2018) avaliaram programas de prevenção de lesões usando treinamento de força. Segundo os autores do estudo, para prevenir lesões agudas, deve-se considerar o fortalecimento dos limiares de falha dos tecidos mais importantes, a técnica de movimento adequada e o preparo psicológico do atleta. Na prevenção de lesões crônicas, o treinamento aplicado deve respeitar o 189


condicionamento gradual do tecido, a técnica de movimentação e, principalmente, a variação do treinamento. Os tecidos conjuntivos (tendões, ligamentos e ossos) podem se beneficiar de um treinamento de força bem planejado. O osso se adapta mais lentamente do que o músculo durante o treinamento de força. No entanto, a densidade mineral óssea pode ser aumentada com treinamento de força intensivo. Adaptações específicas no metabolismo, espessura, peso e força dos ligamentos e tendões podem ajudar a prevenir lesões esportivas. Os tendões e ligamentos hipertrofiam mais lentamente do que a massa muscular (Fleck & Kraemer, 2017). Em jogadores jovens de basquete, a preparação física deve ser adaptada a sua constituição corporal, pois quanto mais novo é o atleta, maior poderia ser o risco das lesões devido ao processo maturacional de crescimento ósseo, muscular, tendíneo e cartilaginoso. Assim, um trabalho de força profilático torna-se o elo fundamental para a longevidade de carreira deste jogador (Da Silva, 2014; Leppänen et al, 2015). Faigenbaum & Myer (2010) revelam os cuidados a serem observados durante a prescrição de treinos da força para prevenção das lesões em jovens atletas: identificar em que ponto da curva de crescimento o atleta se encontra, conhecer a real idade biológica e maturacional, histórico de lesões prévias, nível de condicionamento físico, aspectos nutricionais, desequilíbrios musculares, técnica de execução do movimento, etc. A dose-resposta das cargas para prevenir lesões envolve considerar evitar aumentos repentinos de volume e intensidade. Desse ponto de vista, a aplicação do 190


princípio da sobrecarga progressiva torna-se uma ferramenta valiosa na dosagem individual de cargas e redução do risco de lesão (Gabbett, 2020a; Piedra et al, 2020). Um dos problemas recorrentes do basquete profissional é o alto volume de competições que pode ser um fator que interfira negativamente favorecendo o aparecimento das lesões. Neste sentido, Meneses et al (2016) compararam a quantidade de jogos da NBB durante três temporadas consecutivas. Nos resultados, apesar da adição de uma equipe nas duas temporadas finais, o volume mostrou-se elevado no decorrer das temporadas analisadas, a saber: temporada 2009-2010 (221 jogos), temporada 2010-2011 (253 jogos) e temporada 2011-2012 (252 jogos). Além

do

controle

sistemático

das

cargas

de

treino,

programas

multicomponentes de prevenção das lesões tem sido adotados por comissões técnicas do basquete com o objetivo de reduzir e\ou controlar o risco destas lesões. Uma forma muito comum na prática profissional é a prescrição de aquecimentos preventivos multicomponentes que os jogadores executam antes dos treinamentos e competições (Longo et al, 2012; Brunner et al, 2019; Escobar et al, 2019).

191


Figura 44. Número de lesões (n) durante nove meses de intervenção do programa FIFA 11+ no aquecimento dos jogadores de basquete (Adaptado de Longo et al, 2012)

Pode-se notar na figura acima que o grupo intervenção (FIFA 11+) apresentou menos lesões do que o grupo controle. Levando em conta a incidência das lesões, baseada na unidade de 1000 horas\exposição, os autores do estudo encontraram valores inferiores das lesões no grupo FIFA 11+ quando comparado ao grupo controle, assim disposto: total de lesões (0.95 versus 2.16), lesões nos treinos (0.14

192


versus 0.76), lesões nos membros inferiores (0.68 versus 1.4), lesões agudas (0.61 versus 1.91), e lesões severas (0 versus 0.51) (Longo et al, 2012). O programa FIFA 11+ em conjunto com a prescrição de treinamento funcional em jogadores de basquete, mostrou melhorias na estabilidade postural do movimento após doze semanas de intervenção, o que poderia denotar uma forma de prevenção das lesões (Escobar et al, 2019). No estudo epidemiológico das lesões esportivas, dois termos são comumente empregados para descrever as lesões: prevalência e incidência. A prevalência das lesões representa o número de sujeitos acometidos em determinado período. Em contraste, a incidência das lesões é a taxa em que estas lesões ocorrem em um certo intervalo de tempo, normalmente expressa na unidade de 1000 horas\exposição (Hoffman, 2003; Tibana et al, 2017). Uma questão que emerge no tocante as lesões no basquetebol é se os jogadores masculinos se lesionam tanto quanto as jogadoras femininas. A resposta dependeria do contexto de faixa estária analisada e nível de jogo (recreacional, categorias de base, universitário ou profissional) (Hoffman, 2003). Para obtenção destas informações, Deitch et al (2006) compararam jogadores profissionais de duas ligas de altíssimo nível: NBA e a WNBA. A pesquisa mostrou que os membros inferiores foram o sítio anatômico de maior acometimento nas duas ligas e a entorse de tornozelo a lesão mais comum em ambas. Quando comparados na incidência das lesões ocorridas nos jogos, a WNBA apresentou taxas maiores do que a NBA (24.9 versus 19,3 por 1000 atleta\exposição). Nas lesões de membros 193


inferiores, a taxa também foi superior na WNBA se comparado a NBA (14.6 versus 11,6 poe 1000 atleta\exposição). Os autores relatam que existem discrepâncias a considerar quando analisamos estes dados. A temporada da NBA dura em torno de sete meses onde ocorrem 82 jogos durante trinta semanas. Na WNBA, a temporada é menor (quatro meses), 32 jogos durante vinte semanas. Porém, enquanto os jogadores da NBA são exclusivos da liga, as jogadoras femininas da WNBA jogam em paralelo outras ligas profissionais. Talvez isto, e mais o diagnóstico da lesão, sejam os elementos diferenciadores entre as duas ligas. Quando comparamos jogadores de basquete universitários de ambos os sexos, em relação ao sítio anatômico de acometimento das lesões, as diferenças existem, porém não tendem a ser tão significativas. A diferença maior parece encontrar-se entre os tipos de patologia (Borowski et al, 2008).

194


Quadro 23. Comparando a localização das lesões entre sexos (Adaptado de Borowski et al, 2008) Jogadoras Femininas

%

Jogadores Masculinos

%

Cabeça, Face, e Pescoço

14,2

Cabeça, Face, e Pescoço

12,8

MMSS e Ombro

2,5

MMSS e Ombro

2,8

Mão, Punho, e Dedos

9,5

Mão, Punho, e Dedos

9,4

Tronco

4

Tronco

7,1

Quadril, e Coxa

8,7

Quadril, e Coxa

8,2

Joelho

18,2

Joelho

10,6

MMII

4,9

MMII

3,4

Tornozelo, e Pé

35,9

Tornozelo, e Pé

43,2

Outro

2,2

Outro

2,4

Um estudo longitudinal de dois anos sobre lesões com jogadores de basquete universitários (seis equipes – 318 jogadores) foi conduzido por Meeuwise et al (2003). Foram encontrados um total de 215 lesões, com um proporção de 44,7% de jogadores lesionados. Destas lesões encontradas, 71.1% ocorreram nos treinamentos e 28.9% nas partidas. Um dado interessante neste estudo foi a identificação da quantidade de lesões no basquete por zona da quadra, mostrando que nas áreas próximas ao garrafão e a cesta, o percentil de lesões é maior.

195


Figura 45. Localização das lesões por zona da quadra no basquete universitário (Adaptado de Meeuwise et al, 2003)

Existe uma relação do sono com as lesões esportivas. O sono é um recurso restaurador das condições físicas e psicológicas dos jogadores de basquete (Huyghe et al, 2020; Watson et al, 2020). Horas reduzidas de sono parecem aumentar o risco das lesões em jogadores de basquete universitários. Essa redução na quantidade das horas de sono, além de aumentar o risco das lesões, também afeta os marcadores subjetivos de bem estar, humor, estresse, e a fadiga. Foi encontrado que um aumento de 1 hora na quantidade de sono está associado a 43% de diminuição no risco real de lesões (Watson et al, 2020).

196


20.0 - LESÕES NO TENDÃO DE AQUILES

O tendão de Aquiles, também denominado de tendão calcâneo, é uma estrutura que possui um tendão largo e forte e, se sujeita à algumas das maiores cargas corporais, tanto durante a corrida (8 vezes a massa corpórea), como nos saltos (Salate, 2002; Carmont et al, 2020). Anatomicamente, o tendão calcâneo está localizado na cadeia posterior dos membros inferiores. O mesmo se origina no meio da panturrilha se fundindo com o músculo gastrocnêmio e o sóleo. Recebe fibras do sóleo até a sua extremidade distal (Doral et al, 2010). As lesões que acometem este segmento podem ser de ordem crônica (Salate, 2002) ou aguda (Carmont et al, 2020). As tendinopatias e as rupturas (totais ou parciais) são condições patológicas que mais arremetem os jogadores de basquete (Amin et al, 2016). A natureza do jogo de basquete com suas rápidas acelerações, mudanças bruscas de direção e saltos, podem tornar os jogadores susceptíveis as lesões no tendão calcâneo. Parece que estes tipos de tarefas tendem a estressar os tendões e ligamentos dos jogadores (Amin et al, 2016; Carmont et al, 2020). O tendão calcâneo tem um papel crítico nas demandas mecânicas exigidas pelo basquete. As cargas de caráter excêntrico são as que mais causam sobrecargas durante 197


paradas bruscas e mudanças de direção, estando o jogador com o pé em dorsiflexão e joelho estendido (Amin et al, 2016). Um fato clínico interessante é que a tendinopatia do tendão de Aquiles se não for bem tratada, pode evoluir para uma ruptura (Amin et al, 2016). A ruptura do tendão calcâneo pode acontecer em um tendão saudável e\ou em um tendão doloroso com sinais degenerativos. O mecanismo biomecânico gerador da ruptura é derivado de uma força excêntrica na aterrissagem do salto, ou em uma aceleração com o pé em dorsiflexão e joelho estendido (Chiappa & Güntzel, 2001). Em outras modalidades esportivas, o retorno após uma ruptura do tendão calcâneo gira em torno de 80,0%. Todavia, em jogadores da NBA, estima-se que aproximadamente 21,0-36.8% não voltaram a jogar pelo resto da carreira (Lemme et al, 2019; Carmont et al, 2020). Na NBA, entre as temporadas 1969-1970 e 2017-2018 foram indentificadas quarenta e quatro rupturas de tendão calcâneo, quase um episódio por temporada. Os períodos de ocorrências da ruptura do tendão calcâneo foram as seguintes: prétemporada (18.2%), ínicio de temporada (27.3%), e final de temporada (18.2%) (Lemme et al, 2019). Em outro estudo, com jogadores da NBA, entre as temporadas 1988-1989 até 2010-2011, foram encontrados 43 casos de lesões no tendão calcâneo tratados de forma não-cirúrgica. Deste total de casos, 86.0% voltaram a jogar ao menos uma temporada, após a lesão. Enquanto o restante, nunca retornou para jogar na NBA (Amin et al, 2016). 198


Vale destacar que este tipo de patologia é mais comum de advir em jogadores mais velhos se comparado aos jogadores mais jovens (média de 28.8 anos, 22-39 anos) (Amin et al, 2016). No entanto, na pesquisa de Hagen & Pandaya (2019), foram apresentados três casos de rupturas do tendão calcâneo em jovens jogadoras femininas de basquete (duas jogadoras de 17.0 anos e uma jogadora de 19.0 anos de idade). Em todos os três casos de lesão do calcâneo, os resultados foram positivos no Teste de Thompson (teste que avalia a integridade do tendão calcâneo) indicando algum grau de ruptura. As causas que induzem a rupturas do tendão de Aquiles são bem diversificadas. Neste ínterim, Thompson & Baravarian (2011) descrevem alguns elementos predisponentes

em

atletas:

condições

inflamatórias,

doenças

autoimunes,

anormalidades no colágeno, processo infeccioso, uso prolongado de antibióticos, utilização de esteróides injetáveis, microtraumatismo repetitivo, variações anatômicas do tendão, diminuição do fluxo sanguíneo com o avançar da idade, pronação e mecânica da pisada anormais, tornozelo equino, e calcificação do tendão. Talvez, dentre as lesões musculoesqueléticas de membros inferiores, a ruptura do tendão calcâneo pode ser considerada a mais catastrófica na vida de um jogador de basquete. Houve uma redução significativa no desempenho dos jogadores após o retorno deste tipo de patologia (Siu et al, 2020). A recuperação final de uma ruptura do tendão calcâneo em basquetebolistas é dependente de aspectos multifatoriais. Uma possível explicação biomecânica do decréscimo no desempenho após a cirurgia de reconstrução é o fato do tendão alongar 199


em média 1.8 cm, que resultaria em queda de 40.0% na produção de força (Siu et al, 2020). Segundo a literatura sobre o tema, o tempo médio para o retorno às atividades esportivas após a ruptura do tendão de Aquiles é de aproximadamente 10.5-19.0 meses (Lemme et al, 2019; Carmont et al, 2020; Siu et al, 2020).

200


21.0 - LESÕES DE TORNOZELO

Está bem documentado na literatura que o local anatômico de maior acometimento das lesões no basquete é o tornozelo (McKay et al, 2001; Tummala et al, 2018). As pesquisas indicam que o mecanismo biomecânico mais comum das entorses que acontecem no basquete é com o tornozelo em flexão plantar, e por meio da inversão. Isso tende a ocorrer mais nas mudanças bruscas de direção, giros e também nas aterrissagens dos saltos em cima do pé de outro jogador (Hoffman, 2003; Ferreira de Castro, 2005; Tummala et al, 2018). A entorse de tornozelo por eversão também ocorre, porém é menos comum, girando em torno de 5.0% dos casos (Hoffman, 2003). As atividades que mais geram lesões de tornozelo durante o basquete são o rebote (30.3%), jogadas normais (28.6%), em situações defensivas (13.0%) e nos arremessos (10.6%) (Tummala et al, 2018). Piucco et al (2007) se preocuparam em investigar o impacto das forças no tornozelo de basquetebolistas em duas situações distintas que ocorrem nas partidas e treinos: aterrissagem após a bandeja e aterrissagem após rebote. Os maiores valores de impacto foram encontrados no eixo vertical, isso decorrente do tornozelo possuir movimentação restrita no eixo ântero-posterior na aterrissagem. Segundo os autores, 201


este pode ser um fator de causa das lesões do tornozelo (distensão ligamentar, ruptura, etc). Parece que o impacto da aterrissagem nas bandejas possuem maior associação com as lesões do que o impacto nos rebotes. Quando comparamos as lesões do tornozelo entre jogadores masculinos e femininos de basquete universitário (NCAA), surgem algumas particularidades. As jogadores femininas apresentaram mais lesões durante a temporada e menos durante a pré-temporada quando comparado aos jogadores masculinos. Também, as jogadoras femininas tiveram mais lesões de tornozelo via mecanismos agudos de não-contato e mais recorrência de lesões quando comparado com jogadores masculinos (Tummala et al, 2018). Em termos de posição tática, nas jogadoras femininas, os armadores são os mais susceptíveis as lesões de tornozelo nas partidas (50.1%), em seguida temos os alas (28.9%) e, por último, os pivôs (16.1%). Nos jogadores masculinos, a situação é semelhante. Os armadores possuindo mais lesões (43.3%), logo em seguida os alas (34.6%) e os pivôs (17.8%) (Tummala et al, 2018). No estudo de McKay et al (2001) um fator que diferenciou jogadores lesionados dos não-lesionados no tornozelo foi a idade (os jogadores lesionados tinham uma faixa etária menor). Os mesmos autores relatam três fatores que poderiam gerar lesões de tornozelo em basquetebolistas: 1)- jogador com histórico de lesão no tornozelo, 2)- jogadores que usam tênis com células de ar no calcanhar tem mais propensão do que aqueles que não usam, e 3)- jogadores que não se alongaram antes da partida tiveram maior probalidade de lesão. 202


Na literatura, os principais fatores intrínsecos responsáveis pelo surgimento de lesões no tornozelo em basquetebolistas são: sexo, histórico de lesão anterior, propriocepção deficiente, hipermobilidade, baixo nível de mobilidade, fraqueza e desequilíbrio muscular, e desequilíbrio postural (Wang et al, 2006). Padasala et al (2019) resumem as causas crônicas de lesões no tornozelo que acometem atletas de duas formas: instabilidade funcional (insuficiências na propriocepção, controle neuromuscular, controle postural, e na força) e\ou instabilidade

mecânica

(frouxidão

patológica,

artrocinemática

prejudicada,

inflamação sinovial, e mudanças degenerativas).

Figura 46. Estratégias para prevenção de lesões do tornozelo no basquete (Adaptado de Tummala et al, 2018)

203


Sendo conhecido o evento biomecânico incitador das lesões do tornozelo como as aterrissagens sobre o pé de outro jogador em áreas sobrepovoadas próximo a cesta, Ferreira de Castro (2005) tentou reproduzir tal constrangimento em laboratório. Foi analisado o comportamento do membro inferior e do tornozelo através da realização de um salto unipodal para uma superfície instável (tábua de Freeman circular). Foi encontrado que os jogadores com histórico de lesões no tornozelo apresentaram um menor tempo de preparação para o contato com o solo em relação aos jogadores sem histórico de lesão. Em relação a diferença de gênero, as jogadoras femininas que tem histórico de entorse costumam atacar o solo com o joelho apresentando maior amplitude de extensão. No entanto, os jogadores masculinos com histórico de entorse fazem este mesmo movimento realizando uma maior flexão quando comparado aos não-lesionados. Parece que o comportamento motor do membro inferior gerador das lesões no tornozelo difere entre os sexos, sendo que nas jogadoras femininas é a flexão do joelho e, no sexo masculino se encontra a nível do tornozelo. Este estudo supramencionado que foi desenvolvido em laboratório, pode ser usado nas sessões de treinamento como um exercício de prevenção das entorses de tornozelo. Eils et al (2010) verificaram que a implementação de um programa preventivo para lesões de tornozelo em basquetebolistas, durante uma temporada, usando a propriocepção, conseguiu reduzir em torno de 35.0% dos casos de entorses. Este programa proprioceptivo foi aplicado em forma de multiestações, composto de seis exercícios e suas possíveis variações. O programa proporcionou mudanças 204


significativas neuromusculares e no controle postural dos jogadores. O eixo mediolateral do tornozelo foi o afetado mais expressivamente, quando comparado ao eixo ântero-posterior no controle postural, por meio da variação do centro de pressão.

205


22.0 - LESÕES DE JOELHO

Do ponto de vista anatômico, o complexo do joelho consiste de três principais articulações: a femorotibial medial, femorotibial lateral e a patelofemoral. O joelho se movimenta nos três diferentes planos (sagital, frontal ou coronal, e transversal) e apresenta seis graus de liberdade articular, a saber: flexão e extensão, rotação interna e externa, valgo e varo (Abulhasan & Grey, 2017; Dönmez et al, 2019). Na articulação tibiofemoral encontramos uma forte associação com os ligamentos colaterais, ligamentos cruzados e meniscos. Por outro lado, na articulação patelofemoral, a estabilidade é conseguida através do tendão patelar (Khan & Cook, 2003). A articulação do joelho é preservada por estabilizadores estáticos e dinâmicos. A estabilidade estática é mantida por ligamentos, meniscos e cápsulas. Já, a estabilização dinâmica é conseguida pelos músculos e tendões (Chiappa & Güntzel, 2001). Atletas que manifestam problemas de dor e instabilidade nesta articulação podem estar predispostos a diversos tipos de lesões (Nagano et al, 2011; Sinsurin et al, 2013; Foss et al, 2014; Abulhasan & Grey, 2017). Um tipo de lesão debilitante que acomete o joelho dos jogadores de basquete é a lesão do ligamento cruzado anterior (LCA). O LCA é o estabilizador primário do 206


joelho entre 0° e 30° de flexão. Uma característica é que este tipo de lesão afeta de forma mais expressiva as jogadoras do sexo feminino do que os jogadores masculinos (Myer et al, 2011; Bencke et al, 2018; Montalvo et al, 2019; Hadzovic et al, 2020; Okoroha et al, 2020; Cibulka & Bennett, 2020). Entre alguns fatores que explicam a incidência maior de lesões no LCA nas jogadoras femininas incluem-se: fatores ambientais (temperatura da superfície da quadra e coeficiente de fricção do calçado) particularidades anatômicas (ângulo Q, amplitude do entalhe intercondilar, tamanho da área de secção transversal, ângulo entre tendão patelar e a tíbia), hormonais (ciclo menstrual), e o treinamento (Wojtys et al, 2002; Penteado et al, 2003; Gould et al, 2016; Herzberg et al, 2017; Llorens et al, 2017; Omi et al, 2018). Além desses fatores elencados, em jogadoras femininas de basquete, a ativação muscular do quadríceps e, não do isquiotibiais, durante a fase de aterrissagem dos saltos, pode ser outro elemento que induz a instabilidades que irão resultar em lesão do LCA (Nagano et al, 2011; Llorens et al, 2017; Bencke et al, 2018). As lesões de LCA no basquetebol ocorrem predominantemente na forma de não-contato, nas situações de pivotagem nas paradas bruscas, mudanças de direção e, principalmente, aterrissagens pesadas dos saltos com o calcanhar e, o joelho em pouca flexão. Os mecanismos biomecânicos mais comuns responsáveis por lesões no LCA são: excessivo estresse valgo, excessiva rotação femoral interna na tibia, translação anterior excessiva da tíbia no fêmur e\ou uma combinação de ambas (Waters, 2012; Hewett & Myer, 2017; Okoroha et al, 2020). 207


A lesão de LCA é uma situação patológica complexa para os jogadores de basquete.

O

atleta

lesionado

demora

um

período

relativamente

longo

(aproximadamente 6-15 meses) para retorno das atividades esportivas. Soma-se a isto, se após a reconstrução do LCA o joelho tiver uma função pobre, pode se tornar um fator que desencadearia a médio e longo prazo uma osteoartrite (Lohmander et al, 2007; Nagano et 2011; Brophy et al, 2012; Øiestad et al, 2018; Wellsandt et al, 2018). Após o diagnóstico de ruptura do LCA, o tratamento indicado pode ser optado por meio de uma abordagem conservadora (reabilitação fisioterápica) ou cirúrgica (Penteado et al, 2003; Okoroha et al, 2020). Na prática, alguns testes clínicos são empregados para avaliar o joelho e a condição do LCA nos basquetebolistas, entre eles: teste da gaveta anterior, teste de Lachman, teste do pivot shift, e jerk test (Kilinc et al, 2016; Siebold & Karidakis, 2016; Okoroha et al, 2020). Numa abordagem mais global, a instabilidade articular do joelho dos basquetebolistas é entendida como uma questão de dominância (ligamentar, quadríceps, perna, e tronco). É preciso identificar em qual dominância o jogador se enquadra, para depois executar a respectiva correção. Na dominância ligamentar o que ocorre é que a função muscular estabilizadora se encontra inibida. No caso da dominância de quadríceps, temos uma hiperativação do quadríceps em detrimento aos isquiotibiais. A dominância de perna se refere as assimetrias de força, flexibilidade e coordenação entre membros inferiores. E, a dominância de tronco, tem relação direta com a falta de controle de movimentos do tronco (Hewett & Myer, 2017). 208


Cole & Panariello (2016) apresentam quais tipos de exercícios corretivos deveriam ser aplicados nos jogadores de basquete conforme o tipo de dominância. Na dominância de ligamento (é necessário fortalecer o subsistema lateral, isto é, glúteo médio, glúteo máximo e banda iliotibial), dominância de quadríceps (é necessário realizar exercícios de ativação de isquiotibiais, assim como, fortalecer os mesmos), dominância de perna (é necessário corrigir a assimetria de força nos membros inferiores) e dominância de tronco (é necessário fortalecer o core e realizar exercícios que requeiram estabilidade postural do movimento). Existem algumas estratégias adicionais para se tentar reduzir as lesões de LCA no basquete, como a realização de um aquecimento por meio de exercícios preventivos, desenvolvimento da estabilidade, treinamento da força e potência, uso de exercícios de caráter excêntrico, trabalhos de força para membros inferiores de forma unilateral, fortalecimento do core, aprimoramento do equilíbrio, mobilidade e, também, aprimoramento da biomecânica nas tarefas que envolvam mudanças de direção e os saltos (Boyle, 2015; Hadzovic et al, 2020). Waters (2012) sugere um programa de reabilitação funcional da lesão de LCA voltada especificamente para basquetebolistas, construído em três fases distintas: fase 01 (amplitude de movimento), fase 02 (amplitude de movimento e força) e, fase 03 (treinamento funcional). As estatísticas mostram que na NBA, as lesões de joelho e patela encontram-se em torno de 9.0% e 10.1%, respectivamente (Drakos et al, 2010). Todavia, quando comparados jogadoras de basquete feminino, masculino, jovens, profissionais e 209


sêniors, tais valores oscilam entre 20.6%, 17.5%, 16.3%, 19.5%, e 26.8%, respectivamente (Andreoli et al, 2018). Outros tipos de lesões que agridem o joelho dos jogadores de basquete são: tendinopatia patelar (Major & Helms, 2002; Backman & Danielson, 2011), problemas de menisco (ZeDDe et al, 2014), ligamento colateral (LaPrade et al, 2017). fraturas (Dönmez et al, 2019), entre muitas.

210


23.0 - LESÕES NO QUADRIL

O quadril ou cintura pélvica é formado por uma estrutura óssea que início da vida é separada e, na vida adulta, se encontra fundida. Articulação do quadril é do tipo esferóide (bola e soquete) permitindo movimentos da cabeça do fêmur no acetábulo, formando o que se denomina de coxofemural. Nos movimentos que o quadril executa, pode-se incluir: flexão\extensão, abdução\adução, e rotação medial\lateral (Kamel, 2004; Byrne et al, 2010). O quadril dos jogadores de basquete é uma região propensa a variados tipos de lesões. O alto volume e intensidade das tarefas motoras como os saltos, corridas em diferentes direções (frontais, laterais, costas, e diagonais) e movimentos de pivoteios acabam estressando de alguma maneira o quadril e a virilha dos jogadores de basquete. As lesões de quadril e virilha em basquetebolistas é baixa, gira em torno de 6.2% (Jackson et al, 2013; Ekhtiari et al, 2019). Assim como proposto por Jackson et al (2013) para efeito deste capítulo, vamos considerar o quadril englobando a pelve, a coxa proximal, o ílio, o isquio, sacro, a cabeça e pescoço femoral, cadeia do glúteos e, os músculos proximais da articulação coxofemoral (adutores, abdutores, quadríceps, isquiotibiais e sartório).

211


Anatomicamente, o quadril possui graus de liberdade em todas as direções, ou seja, multiplanar. São vinte e dois músculos que permitem uma estabilidade e fornecem forças para movimentar o quadril em diversas tarefas (Byrne et al, 2010). Os tipos de lesões que podem acometer o quadril\virilha em basquetebolistas incluem as hérnias inguinais, estiramentos, fratura de stresse, disfunção sacroilíaca, oteíte púbica, dores crônicas, entre outras (Cook & Khan, 2003; Jackson et al, 2013). Num estudo longitudinal de vinte e quatro temporadas (1988-2012) envolvendo jogadores da NBA, foi constatado um total de 2852 lesões no quadril em 967 atletas. Deste total, 61.2% ocorreram nas partidas. O número de dias perdidos por caso foi de 6.3+\-10.2. O grupo muscular do quadríceps (vasto lateral, vasto intermédio, reto femoral, sartório e vasto lateral) foi o mais lesionado. Todavia, os isquiotibiais e adutores analisados em conjunto, apresentaram lesões mais significativas por meio dos estiramentos, sendo resultado de atividades no regime de contração excêntrica. Na análise dos períodos da temporada, a pré-temporada foi o período mais sensível para lesões de quadril (Jackson et al, 2013).

212


Figura 47. Lesões no Quadril em Jogadores da NBA (Adaptado de Jackson et al, 2013)

Lesões na musculatura adutora do quadril são comuns em basquetebolistas. Neste aspecto, Patel et al (2020) estudaram as lesões de adutores em jogadores da NBA durante um período de nove anos (2010-2019). Foram encontradas um total de 79 lesões de adutores em 65 atletas. Numa análise por função tática, os armadores (49.0%) foram os mais lesionados quando comparados aos alas (25.0%) e pivôs (25.0%). A média de jogos perdidos equivaleu a 7.7+\-9.8 partidas. A recorrência de lesões foi de 18.5%. Em termos de tratamento, 94.0% das lesões de adutores foram 213


reabilitadas de forma conservadora e 6.0% por abordagem cirúrgica. Também foi observado que os adutores são lesionados a uma frequência de 7.9+\-5.4 episódios por temporada. Em jogadores aposentados da NBA foi realizado um survey sobre lesões no quadril e virilha. Trinta e nove por cento dos jogadores aposentados alegaram sustentar alguma lesão de quadril\virilha durante suas carreiras jogando na NBA. Mais de um terço (36.3%) destes atletas reportaram manifestações de dor na região enquanto jogavam e na aposentadoria. Destas lesões, em torno de 85.4% apresentaram problemas de hérnias de virilha e lacerações labrais. Para tratamento destas lesões, o número de cirurgias foi relativamente baixo (2.8%) (Ekhtiari et al, 2019). Boyle (2015) reporta um fator discrepante na articulação do quadril durante os treinamentos. Conforme envelhecemos, existe uma tendência natural de perdemos mobilidade de quadril, se os mesmos não forem devidamente exercitados. Neste contexto, temos limitações estruturais ativas e passivas. Atletas precisam conseguir ao mesmo tempo estabilidade do core e, mobilidade ativa de quadril, para um desempenho superior. Harvey (1998) recomenda o teste de Thomas modificado para avaliar a flexibilidade\mobilidade de quadril. Baixos níveis de força na musculatura adutora\abdutora, assim como desequilíbrios, podem induzir ao surgimento de lesões. Portanto, exercícios de fortalecimento desta região seriam necessários como forma profilática. Entre uma grande variedade de exercícios funcionais para selecionar, o exercício chamado de 214


“adução Copenhagen” surge como uma ferramenta útil (Serner et al, 2014; Harøy et al, 2017). Em adição, a musculatura adutora\abdutora deve ser trabalhada na plataforma deslizante como forma de condicionamento lateral das acelerações e desacelerações (Boyle, 2015). Lesões de isquiotibiais podem acometer basquetebolistas. (Liu et al, 2012; Jackson et al, 2013; Goode et al, 2016). A anatomia dos isquiotibiais compreende os músculos bíceps femoral (cabeça curta e cabeça longa), semitendinoso e o semimembranoso (Sonnery-Cottet et al, 2015). As lesões que afetam os isquiotibiais tem alto grau de recorrência. O estiramento (ruptura total ou parcial) dos isquiotibiais acontece em eventos de alta intensidade como nas acelerações em velocidade elevada. Grande tensão muscular no regime excêntrico, cuja velocidade de alongamento e duração da ativação, podem agravar a lesão. Pensando sobre a biomecânica da corrida, a literatura alega que o estiramento dos isquiotibais ocorrem com mais frequência na fase final de balanço do swing na corrida em velocidade (Chumanov et al, 2011; Liu et al, 2012). Estes estiramentos podem afetar a região proximal ou distal dos isquiotibiais (Sonnery-Cottet et al, 2015). A sintomatologia em uma distensão dos isquiotibiais envolve ruído ou estalo, dor súbita, inchaço, surgimento de hematomas, dificuldade para caminhar e, dificuldade para flexionar o joelho (Marujo, 2014). Nos principais fatores de risco para lesões de isquiotibiais estão inclusos encurtamento muscular, desequilíbrio quadríceps\isquiotibiais, assimetria bilateral, 215


déficit de força, falta de coordenação dos músculos da pelve\tronco, fadiga muscular e processo de reabilitação mal executada (Heiderscheit et al, 2010). Quando refletimos acerca da prevenção das lesões nos isquiotibiais, os fatores acima elencados devem ser rigorosamente analisados nos basquetebolistas. Um exercício muito popular que a literatura sugere para prevenção das lesões de isquitibiais é o “Nordic Hamstring” (ou seja, isquiotibial Nórdico). Este exercício maximiza carga na fase excêntrica, regime principal em que a lesão acontece (Al Attar et al, 2016). Mendiguchia et al (2017) mostram um programa de reabilitação dos isquiotibiais, que também pode ser usado como estratégia preventiva. Este programa global abarca exercícios de mobilidade, ativação neural, fortalecimento dos glúteos (médio e máximo), força de isquiotibiais (regime concêntrico e excêntrico), estabilização do tornozelo, controle lombo-pélvico, técnicas de corrida e, pliometria. Na literatura encontramos alguns testes para avaliar os isquiotibiais, tanto de forma isométrica (McCall et al, 2015), quanto dinâmica (Askling et al, 2010).

216


24.0 - LESÕES NA COLUNA VERTEBRAL

As principais funções da coluna vertebral são absorver cargas, permitir movimentos e a proteção da medula espinhal. Anatomicamente, a coluna vertebral humana consiste de sete vértebras cervicais, doze torácicas, cinco lombares, cinco sacrais, e três a quatro coccígenas (Tebet, 2014). Deste total de vértebras, vinte e quatro são móveis, e nove no sacro e cóccix são fixas. A coluna estabiliza os membros superiores, transmitindo o peso corporal para o quadril e membros inferiores, permitindo a mobilidade da cabeça e braços. É por meio da coluna vertebral que se obtêm suporte do peso corporal (Cook & Khan, 2003). Freitas et al (2013) especulam que se o homem realmente evoluiu do macaco, partindo da quadrupedia para a atual bipedia, a coluna vertebral foi a estrutura corporal que sofreu os maiores impactos desta mudança. Segundo os autores, apesar do homem estar adaptado ao ortostatismo, mecanicamente ainda sofre com uma série de distúrbios posturais. Os movimentos anatômicos permitidos pela coluna vertebral são a flexão e extensão, rotação e a flexão lateral (Cook & Khan, 2003). Sensação de dor na coluna vertebral em jogadores de basquete acende um sinal de alerta para tentar indentificar qual é a possível causa e, quais exames mais 217


fidedignos seriam necessários para garantir um diagnóstico clínico correto (Cook & Khan, 2003). As três grandes macrorregiões da coluna vertebral dos jogadores de basquete sofrem com uma diversidade de condições patológicas; cervical (Deckey et al, 2020; McMurray et al, 2020), torácica (McHugh-Pierzina et al, 1995; Cook & Khan, 2003), e lombar (Cook & Khan, 2003; Ball et al, 2019; Massie et al, 2020). Na cervical dos jogadores de basquete, temos situações que ocorrem nas partidas que induzem as lesões. Um tipo de lesão que acomete a região cervical são movimentos acelerativos e desacelarativos rápidos da cabeça em uma queda, ou quando a cabeça atinge o solo, ou até outro objeto. Lesões discais na cervical devido a sustentação de cargas anormais é outra situação típica que gera dor. Temos também o risco de fraturas na região cervical, que aparentemente são raras, mas podem vir a surgir (Cook & Khan, 2003). Parece que a instabilidade do pescoço é o elemento primário causador das lesões na coluna cervical. Entre os principais mecanismos incitadores das lesões estão inclusos: carga axial, hiperextensão, tração ou compressão do plexo braquial, carga axial repetitiva, regime de contração muscular excêntrico, e\ou múltiplos episódios de trauma. Um fortalecimento da musculatura que envolve o pescoço poderia auxiliar na redução das lesões na cervical (Deckey et al, 2020). Na NBA, as lesões de cervical representam em torno de 1.0% do total das lesões (Drakos et al, 2010). A coluna torácica é considerada estável e pouco passível de lesões. Contudo, uma situação tipica de lesão na torácica em basquetebolistas seria dor aguda devido a 218


rigidez das articulações intervertebrais. Essa dor e rigidez estão associadas diretamente com perda de movimentos rotacionais (Cook & Khan, 2003). McHughPierzina et al (1995) reportam um estudo de caso no qual o jogador de basquete sofreu uma fratura de compressão na coluna toracolombar (vértebra T-12) devido a uma queda na tentativa de pegar um rebote. O tratamento com três meses de duração consistiu na utilização de uma órtese tipo concha e reabilitação fisioterápica. Talvez nós possamos considerar a região lombar em basquetebolistas como a mais vulnerável quando comparada com as regiões cervical e torácica. As tarefas dinâmicas executadas pelos jogadores de basquete causam um estresse significativo nas estruturas da lombar. A quantidade de saltos repetitivos e constantes mudanças de direção em quadras com superfícies rígidas e calçados inadequados podem potencializar lesões na coluna lombar dos atletas. Excessivos movimentos rotacionais executados de forma não-controlada podem lesionar os discos, gerando hérnias. Aterrissagens de grandes alturas causam compressão intradiscal e também risco de fraturas (Cook & Khan, 2003). Ball et al (2019) descrevem que a dor lombar que acomete jogadores de basquete é devido a uma combinação de movimentos que envolvem torção, carga e trauma repetitivo ou agudo. Como o surgimento da dor lombar pode ter inúmeras causas, para se conseguir efetuar um tratamento ótimo é preciso identificar o mecanismo gerador e a real condição patológica. Num estudo longitudinal de dezessete anos com jogadores de basquete da NBA, Drakos et al (2010) observaram que as lesões lombares representam 10.2% do total de lesões ocorridas e, equivalem a 7.7% em termos de jogos perdidos. 219


Em jogadores masculinos da seleção brasileira, Moreira et al (2003) encontraram queixas de dor na coluna, pertinentes ao gestual da modalidade, como as cervicalgias, dorsalgias e lombalgias. Vale dizer que o basquete envolve muitos movimentos de extensão da coluna, para efetuar os arremessos, pegar rebotes e, bloquear. Essas tarefas que provocam extensão acabam gerando estresse repetitivos em estruturas da coluna. Entre diferentes tipos de lesões que poderiam emergir, algumas merecem destaque: fratura de estresse, espinha bífidica oculta congênita, espondilólise, entre muitas (Cook & Khan, 2003).

220


25.0 - LESÕES NO OMBRO

O ombro é a articulação corporal com maior amplitude de movimento em relação aos demais segmentos articulares (Chiappa & Güntzel, 2001). De acordo com Halder et al (2000) a grande mobilidade articular proporcionada pelo ombro é conseguida devido a uma baixa congruência óssea entre suas partes. Calais-German (1992) considera o ombro um conjunto funcional que une o membro superior ao tórax. Este conjunto funcional deve sustentar duas funções primordiais: mobilidade e estabilidade. A realização de movimentos pelo ombro estão associadas a forças dinâmicas musculares, restrições de ordem ligamentar e articulações ósseas. Os variados graus de liberdade articular nos movimentos são regidos por estabilizadores estáticos e dinâmicos. Porém, a possibilidade de grandes amplitudes de movimentos no ombro está correlacionado ao risco de lesões (Terry & Chopp, 2000). Os movimentos anatômicos permitidos pelo complexo articular do ombro podem

ser

assim

anunciados:

flexão\extensão,

adução\abdução,

rotação

interna\rotação externa, rotação lateral interna\rotação lateral externa e, adução horizontal\abdução horizontal (Calais-German, 1992; Kamel, 2004). Do ponto de vista estrutural do ombro, o mesmo é constituído de alguns componentes, a saber: ossos (úmero, clavícula e escápula), articulações (glenoumeral, 221


acromioclavicular, esternoclavicular, e escapulotorácica), estabilizadores estáticos (lábio glenoidal, cápsula e ligamentos), e os estabilizadores dinâmicos (manguito rotator, deltóide, e estabilizadores escapulares) (Terry & Chopp, 2000). A articulação gleunoumeral necessita de mobilidade e, por outro lado, a articulação escapulotorácica requer estabilidade (Boyle, 2015). Na atividade esportiva, o ombro está sujeito ao desenvolvimento de lesões agudas e\ou crônicas (traumáticas ou não-traumáticas) (Ejnisman et al, 2001). Lesões crônicas de ombro podem acometer atletas de esportes que exigem movimentos similares repetitivos (Bonza et al, 2009). Quando um atleta é acometido por uma lesão de ombro, as queixas mais comuns observadas pela literatura são: a dor, edema, luxação, limitação de movimento, fraqueza, paralisia, sindrome do braço morto, e\ou falseios. Um mesmo indivíduo pode apresentar uma ou mais de uma queixa dos sintomas relatados (Ejnisman et al, 2001; Vasconcelos & Souza, s\data). Das lesões que envolvem os membros superiores dos basquetebolistas, o ombro é o segundo segmento articular mais acometido por lesões (Gohal et al, 2019). No basquetebol, os movimentos realizados acima da cabeça (arremessos, passes, rebotes, bloqueios, etc) são os que mais podem propiciar lesões de ombro (Nunes et al, 2012). Estas lesões ocorrem devido à sobrecargas e\ou técnicas de movimento com padrão motor inadequado (Sciascia & Kibler, 2017). Tais movimentos repetitivos acima da cabeça podem afetar o manguito rotator dos jogadores de basquete. A sobrecarga que gera lesão no manguito rotator é 222


decorrente de uma instabilidade do ombro. Repetidos movimentos acima da cabeça geram aumento na rotação externa junto com uma diminuição da rotação interna (Micheo & Amy, 2003). A instabilidade do ombro em basquetebolistas varia de um deslocamento traumático agudo para recorrentes subluxações. Essa instabilidade que acomete o ombro é considerada um demonstração de assimetria da translação gleunoumeral de lado a lado (Micheo & Amy, 2003). Alterações posturais, como por exemplo, a hipercifose dorsal, provocam padrões de desequilíbrios musculares que afetam diretamente o ombro (Chiappa & Güntzel, 2001). No estudo de Medeiros et al (2019) com jogadores de basquete amadores de ambos os sexos, foi verificado que 10.0% dos atletas apresentaram sintomas osteomusculares nos últimos doze meses e, deste total, 5.0% demonstraram incapacidade funcional. Em outra pesquisa, foram analisadas as lesões de ombro durante duas temporadas contínuas (2005-2006 e 2006-2007) em jogadores de basquete universitários de ambos os sexos. A incidência de lesões no ombro foi maior durante as competições do que durante os treinamentos. Os jogadores masculinos apresentaram maior quantidade de lesões no ombro quando comparado as jogadoras femininas (0.47 versus 0.45 por 10,000 horas atleta\exposição). As situações típicas que geraram lesões de ombro nos basquetebolistas masculinos e femininos foram:

223


defendendo (20.9% versus 37.8%) e rebotes (16.2% versus 40.9%) (Bonza et al, 2009). Gohal et al (2019) entrevistaram jogadores aposentados da NBA através de um survey, acerca das lesões de ombro durante a carreira. Do total de 108 jogadores da amostra, 27.6% dos jogadores aposentados afirmaram ter adquirido mais de uma lesão de ombro durante o período em que jogaram na NBA. Dentre estas lesões, podemos mencionar as rupturas (51.7%), lesões no tendão proximal do bíceps braquial (10.3%), lesão acromioclavicular (37.9%) e, deslocamento de ombro (37.9%). Quando um basquetebolista é lesionado no ombro, um tratamento que envolva uma abordagem primária na maioria dos casos deve ser conservadora, ou seja, fisioterápica. Todavia, existem situações em que uma intervenção cirúrgica se faz necessária (Gorgun et al, 2020). Na prevenção das lesões do ombro, manter um acurado alinhamento e estabilidade escapular irá permitir a realização de movimentos corretos e gestual técnico ótimo (Chiappa & Güntzel, 2001). Na prescrição dos exercícios preventivos ou reabilitativos do ombro, deve-se observar as cadeias cinéticas envolvidas (aberta ou fechada). Na base dos programas para o ombro, os exercícios de cadeia cinética fechada são os mais indicados, pois geram menos força e estresse articular. Já, em um segundo momento, os exercícios de cadeia cinética aberta são empregados em função de um maior braço de alavanca e demandas impostas (Sciascia & Kibler, 2017). 224


Atividades adicionais durante um processo longitudinal de prevenção das lesões do ombro devem envolver sempre uma avaliação inicial e regular. Além disto, exercícios funcionais que estimulem a estabilidade, propriocepção, força, potência, core, mobilidade, entre outros (Chiappa & Güntzel, 2001; Vasconcelos & Souza s\data; Escamilla et al, 2009; Sciascia & Kibler, 2017).

225


26.0 - LESÕES NA CABEÇA, MÃO, PUNHO E DEDOS

A incidência de lesões na cabeça dos basquetebolistas varia conforme sexo e, faixa etária. Na jogadoras femininas, as lesões de cabeça e pescoço ocorrem em 9.7%. Nos jogadores masculinos esse número é de 8.3%. Em jogadores de basquete jovens de ambos os sexos é de 13.7%. Nos jogadores profissionais temos 8.3% de lesões e, nos jogadores seniors são 2.9% (Andreoli et al, 2018). No nível universitário, os jogadores de basquete masculino (12.8%) e feminino (14.2%) diferem nos valores das lesões de cabeça, face e pescoço. Tanto nos jogadores masculinos (23.4%) quanto nas jogadoras femininas (6.5%) são as fraturas que predominam. Estas lesões são causadas por colisões com outro atleta (71.4%) e contato com o chão da quadra (8.4%) (Borowski et al, 2008). Datti et al (1995) retratam um estudo de caso no qual um basquetebolista na posição de armador, durante uma partida, estava se deslocando em velocidade para recuperar uma bola, quando colidiu violentamente sua região temporal esquerda na testa de outro atleta. Na sua queda, a região occipital bateu contra o solo, gerando perda imediata dos sentidos e traumatismo craniano. O exame radiográfico mostrou fratura transversal e, a tomografia computadorizada, apontou hematoma epidural. A concussão é um tipo de lesão grave da cabeça que pode afetar os jogadores de basquete universitários e profissionais (Borowski et al, 2008; Yengo-Kahn et al, 226


2016). Jogadores jovens sofrem mais expressivamente o impacto de uma concussão devido se encontrarem em fase de desenvolvimento neurocognitivo, o que pode induzir a problemas neurológicos no longo prazo. Um meio de reduzir o risco das concussões é adotar um programa preventivo, através do fortalecimento da região do pescoço. Mensurar a força do pescoço nos movimentos de flexão\extensão e flexão lateral direita\esquerda, como também medir a circunferência do pescoço, permitem verifcar quais jogadores estão mais propensos para o risco de concussões (Collins et al, 2014). Lesões que acometem as mãos dos jogadores de basquete são consideradas como críticas, pois a função e habilidade das mãos são essenciais para o desempenho em diversas tarefas motoras (Morse et al, 2017). As tarefas que tornam as mãos, punhos, e dedos susceptíveis as lesões incluem os passes, dribles, arremessos, e rebotes que são repetidos frequentemente nos jogos e treinos (Deckey et al, 2020). Moreira et al (2003) advertem que as lesões que afetam as mãos dos basquetebolistas acontecem em situações de disputa pela bola, nas condições de pressão do adversário. Na NBA, entre as temporadas 2009 à 2014, ocorreram 39 lesões nas mãos e, 98 nos dedos. Deste total, destacam-se 59 fraturas (metacarpo e falange) e 9 casos de rupturas ligamentares do polegar. Alguns casos exigiram intervenções cirúrgicas e outros, foram tratados de forma conservativa (Morse et al, 2017). No basquete universitário da NCAA, durante as temporadas 2009 até 2014, foram encontradas 171 lesões de mão e punho nos jogadores masculinos e 81 casos 227


nas jogadoras femininas. A incidência das lesões equivale a 4.20 por 10,000 atletas\exposição nas jogadoras femininas e 7.76 por 10,000 atletas\exposição nos joagdores masculinos. Boa parte destas lesões ocorreram predominantemente durante as partidas. As lesões de contato foram mais frequentes no sexo feminino (96.0%) do que no sexo masculino (90.1%). O estilo de jogo, o grau de contato físico e a quantidade de faltas cometidas parecem ter uma influência direta nestes tipos de lesões (Deckey et al, 2020a).

228


27.0 - GERENCIANDO LESÕES NO BASQUETE

Administrar lesões esportivas é lidar com gerenciamento de risco (Fuller & Drawer, 2004). As lesões são um fenômeno complexo e imprevisível no cenário esportivo (Parkkari et al, 2001; Bittencourt et al, 2016). Sendo assim, avaliar processos de gestão destes riscos acaba se tornando um fator determinante para uma melhor prática (Fuller & Drawer, 2004). A ideia de gerenciar lesões esportivas não pode estar dissociada do conceito de maximização dos resultados atléticos (Naglah et al, 2018). Até porque de nada adiantaria focar somente na redução das lesões, se não houver com isso, ganhos de rendimento. Numa equipe de basquetebol com jogadores lesionados, o restante do plantel considerado saudável deve continuar a competir. Todavia, indicadores mostram uma diminuição expressiva no desempenho (Lewis, 2018). A rotatividade dos jogadores devido as lesões pode impactar no marketing da equipe, pois quando jogadores famosos não competem por estarem lesionados, a receita em publicidade pode decair substancialmente (Talukder et al, 2016). Existem três plataformas baseadas nos processos de qualidade na engenharia industrial de manutenção de máquinas que nos auxiliariam a gerenciar as lesões no

229


âmbito esportivo. Estas plataformas recebem as seguintes denominações: corretiva, preventiva e preditiva (Otani & Machado, 2008; Bento, 2012; Vretaros, 2017). Cada uma das referidas plataformas possui características distintas, porém todas trabalham integradas na busca por soluções efetivas para minimizar o risco de lesões (Vretaros, 2017).

Figura 48. Plataformas de gerenciamento das lesões no basquete

230


27.1 - PLATAFORMA CORRETIVA

A plataforma corretiva é a forma primária mais comumente empregada pelos profissionais de saúde na área esportiva. Décadas atrás, quando um atleta se lesionava, a preocupação central estava em focar no cuidado e tratamento para retorno às atividades e, não necessariamente, na prevenção de outro evento lesivo recorrente (Vretaros, 2017). Numa abordagem contemporânea, a plataforma corretiva precisa existir, pois mesmo com o auxílio das plataformas preventiva e preditiva, as lesões acontecem de forma imprevisível. A plataforma corretiva pode ser entendida simplesmente como o ciclo lesãotratamento. A mesma subdivide-se em: corretiva urgente e corretiva programada (Vretaros, 2017). Na plataforma corretiva urgente temos como premissa resolver de imediato a lesão ocorrida. São acontecimentos de ordem dinâmica e emergenciais que ocorrem nos treinos e\ou competições. Por exemplo: o jogador de basquete sofre uma entorse de tornozelo durante uma aterrissagem na partida e, não consegue apoiar o pé no chão quando tenta caminhar. O atendimento médico é necessário para verificar se o atleta tem condições de continuar na partida por meio de alguma intervenção do médico, ou será preciso retirá-lo definitivamente do jogo. 231


No caso da plataforma corretiva programada, estaríamos lidando com tratamentos delineados a médio e longo prazo. Por exemplo: um jogador que se queixa de dor crônica na articulação do joelho nos últimos dez dias, se dirige espontaneamente ao departamento médico buscando uma avaliação do seu quadro clínico. Uma vez constatada uma lesão, o tratamento é planejado a médio e longo prazo, para que o atleta possa tentar realizar simultaneamente o tratamento e, não perder os treinamentos. Faz parte da plataforma corretiva a reabilitação do atleta lesionado. Todo o processo multifatorial de reabilitar o atleta para o retorno as atividades competitivas, segue um continuum de três fases, assim denominadas: retorno aos treinamentos, retorno ao esporte e, retorno ao desempenho. Cada uma destas três fases possui critérios rigorosos através de testes funcionais, que servem como guia para nortear a evolução clínica do jogador para a fase posterior (Arden et al, 2016). A fase de retorno aos treinamentos é estágio final da reabilitação. O jogador voltaria

a

treinar,

porém

em

separado

da

equipe,

para

aquisição

do

recondicionamento físico. Nesta fase deve ser dada atenção a segurança psicológica do atleta, quanto ao retorno gradual e, a presença de alguns sintomas da lesão. Na fase dois (retorno ao esporte), o atleta após adquirir níveis de condicionamento físico mais favoráveis, volta a treinar junto à equipe, com aumento gradual das cargas e, treinos das habilidades motoras técnico-táticas. Por fim, na fase de retorno ao desempenho, com o condicionamento físico aprimorado, o jogador volta a participar gradativamente das partidas para aquisição do ritmo de jogo (Arden et al, 2016). 232


Vale frisar que a plataforma corretiva quando comparada com as plataformas preventiva e preditiva, é considerado um recurso secundário. O objetivo primário será sempre a prevenção e, possível predição das lesões (Vretaros, 2017).

233


27.2 - PLATAFORMA PREVENTIVA

Nos dias atuais, a prevenção das lesões esportivas é muito discutida na literatura científica mundial. Boyle (2015) interpreta que na realidade estamos reduzindo ou controlando as lesões e, não necessariamente, prevenindo. Das três plataformas para gestão das lesões, a preventiva é o recurso primário capital de maior importância. A busca dos profissionais de saúde envolvidos no basquete deve ser pautada sempre pela prevenção das lesões. A prevenção das lesões no basquete se concretizaria com a interrelação entre a implementação de um programa preventivo multicomponente nos aquecimentos, um controle sistemático das cargas de treinamento e, com a adoção de estratégias regenerativas após os treinos e competições, como discutido nos capítulos sobre controle das cargas de treinamento e lesões no basquete (Montgomer et al, 2008; Lin et al, 2009; Eils et al, 2010; LaBella et al, 2011; Bompa & Haff, 2012; Longo et al, 2012; Bridgett et al, 2018; Escobar et al, 2019; Brunner et al, 2019; Gabbett, 2020; Gabbett, 2020a; Huyghe et al, 2020; Watson et al, 2020). Para atingir um aperfeiçoamento contínuo da plataforma preventiva, é necessário a utilização de um plano de ação, onde todo o processo possa ser incessantemente melhorado (Parkkari et al, 2001).

234


Figura 49. Plano de ação para prevenir lesões (Adaptado de Parkkari et al, 2001)

235


27.3 - PLATAFORMA PREDITIVA

O ato de predizer é afirmar com certa convicção algo que poderá ocorrer num momento futuro (Ferreira, 2014). De acordo com Vretaros (2017) a predição das lesões esportivas envolve trabalhar com a grande incerteza e, ao mesmo tempo, tentar decifrar de alguma forma a aleatoriedade, numa variante de contingências imprevisíveis. Apesar dos esforços nas pesquisas em tentar utilizar ferramentas de análise do movimento para predizer lesões no basquete, alguns resultados apontam que as mesmas servem para identificar compensações e assimetrias musculares, porém não estariam aptas como instrumento preditivo (Sorenson, 2009; Azzam et al, 2015; Moran et al, 2017; Bond et al, 2019). Contudo, outros estudos encontraram resultados apontando que avaliações pré-participação ajudariam a predizer e prevenir futuras lesões (Plisky et al, 2006; Myer et al, 2010;Myer et al, 2011; Lehr et al, 2013). Nos desenhos prospectivos das lesões esportivas, os modelos matemáticos parecem ser os mais empregados (Grubbs et al, 1997; Gabbett, 2010; Johnson et al, 2014; Talukder et al, 2016; Lewis, 2018; Naglah et al, 2018; Claudino et al, 2019). Podemos aglutinar alguns destes modelos matemáticos mais utilizados na literatura científica para se buscar obter a predição das lesões:

236


1)- modelo de regressão logística através de distribuição binomial (Gabbett, 2010); 2)- inteligência artificial (redes neurais artificiais, árvore de decisão, máquina de vetores de suporte e, processo de Markov) (Claudino et al, 2019); 3)- regressão logística multinível (Lewis, 2018); 4)- correlação de Pearson, análises de variância, regressão Hurdle, teste student-t, regressão Quasi-Poisson, análise de mediação, análise temática de conteúdo, análise de composição sequencial (Johnson et al, 2014); 5)- estatísticas das cargas dos treinamentos e machine learning (Talukder et al, 2016; Naglah et al, 2018); 6)- Entre outros. Na grande maioria dos casos, tais modelos matemáticos avançados permitem a criação de métricas e algoritmos para executar uma predição. Johnson et al (2014) defendem o uso de modelos psicossociais para interpretação e, subsequente predição das lesões. Os autores atribuem que estressores psicológicos estão associados com a ocorrência de lesões. Atletas com histórico de agentes estressores elevados, junto com uma personalidade predisponente, possuem tendência em mostrar maior tensão muscular e, visão periférica estreita quando comparado aos demais atletas. Corrobora com este raciocínio, Williams & Andersen (2007), ao afirmarem que algumas variáveis psicossociais dos atletas tem influência no risco de lesões.

237


Talukder et al (2016) usam um modelo avançado de machine learning com regressão logística para conseguir prever quando um jogador da NBA poderá se lesionar nos próximos sete dias. Para tanto, os autores utilizam alguns dados coletados nas partidas que contribuem para aumentar a probabilidade de lesões; a)- a média de velocidade de deslocamento do jogador, b)- o número de participação em jogos, c)- a minutagem em quadra, e d)- a média de tentativas de arremesso. Com base em estatísticas das lesões obtidas em dados públicos da NBA, Lewis (2018) encontrou alguns indicadores que podem induzir ao surgimento das lesões. Nas três temporadas analisadas (2012-2105), os resultados evidenciam que o risco de lesões aumenta 2.87% a cada 96 minutos jogados e, sofrem uma diminuição de 15.9% a cada dia de recuperação. Soma-se a isto, que aumentos na carga de jogo provocam uma chance de risco na ordem de 8.23% para cada três rebotes adicionais e, 9.87% para cada tentativa de arremeso. Quando a fadiga e a carga de jogo são mantidas constantes, as chances de se lesionar aumentam 3.03% para cada ano de experiência na NBA. Esses dados podem servir como fonte de informação para criação de métricas preditivas das lesões no basquete. Não obstante, a grande maioria das pesquisas sobre predição das lesões implementarem modelos matemáticos, outras ferramentas com abordagens distintas também teriam potencial de prognosticar lesões. Neste sentido, vale analisar e, se aprofundar em instrumentos como a heurística (Jovanovic, 2017) e a holística (Taleb, 2015).

238


Figura 50. Resumo das plataformas de gestĂŁo das lesĂľes esportivas

239


28.0 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Abdelkrim, N. B., El Fazaa, S., & El Ati, J. (2007). Time–motion analysis and physiological data of elite under-19-year-old basketball players during competition. British Journal of Sports Medicine, 41 (02); 69-75. Abdelkrim, N. B., Chaouachi, A., Chamari, K., Chtara, M., & Castagna, C. (2010). Positional role and competitive-level differences in elite-level men's basketball players. The Journal of Strength & Conditioning Research, 24 (05); 13461355. Abulhasan, J. F., & Grey, M. J. (2017). Anatomy and physiology of knee stability. Journal of Functional Morphology and Kinesiology, 02 (04); 34. .Ademović, I. H., Kocic, M. R., Berić, D. I., & Daskaloski, B. S. (2015). Explosive leg strength of elite basketball players. Facta Universitatis, Series: Physical Education and Sport, 253-261. Adigüzel, N. S., & Günay, M. (2016). The effect of eight weeks plyometric training on anaerobic power, countermovement jumping and isokinetic strength in 15-18 years basketball players. International Journal of Environmental and Science Education, 11(10); 3241-3250. Afonso, R., & Fernandes, V. P. (2011). Modelos de periodização convencionais e contemporâneos. Lecturas: Educación Física y Deportes, año16, 159. 240


Al Attar, W. S. A., Soomro, N., Sinclair, P. J., Pappas, E., & Sanders, R. H. (2017). Effect of injury prevention programs that include the nordic hamstring exercise on hamstring injury rates in soccer players: a systematic review and metaanalysis. Sports Medicine, 47 (05); 907-916. Almeida, R. (2015). Melhora da performance do fundamento drible do basquetebol em adolescentes entre 12 e 13 anos de idade no projeto social passe de mágica. RBFF-Revista Brasileira de Futsal e Futebol, 07 (27); 517-530. Almeida Neto, A. F. D., Tonin, J. P., & Navega, M. T. (2013). Caracterização de lesões desportivas no basquetebol. Fisioterapia em Movimento, 26 (02); 361-368. Altavilla, G., D'isanto, T., & Di Tore, P. A. (2018). Anthropometrics characteristics and jumping ability in basketball. Journal of Human Sport and Exercise, 13 (02); s385-s392. Alves, F. J. (2010). Modelos convencionais de periodização. Lecturas EFDeportes - Revista Digital - Buenos Aires, anõ 15, n.148. Amin, N. H., McCullough, K. C., Mills, G. L., Jones, M. H., Cerynik, D. L., Rosneck, J., & Parker, R. D. (2016). The impact and functional outcomes of Achilles tendon pathology in National Basketball Association players. Clinical Research on Foot & Ankle, 04 (03); 205. Andreazzi, I. M., Takenaka, V. S., Silva, P. S. B. D., & Araújo, M. P. D. (2016). Exame pré-participação esportiva e o PAR-Q, em praticantes de academias. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 22 (04); 272-276.

241


Andreoli, C. V., Chiaramonti, B. C., Biruel, E., de Castro Pochini, A., Ejnisman, B., & Cohen, M. (2018). Epidemiology of sports injuries in basketball: integrative systematic review. BMJ Open Sport & Exercise Medicine, 04 (01); 01-09. Antunes Neto, J.M.F. & Vilarta, R. (2012). O conceito de adaptação biológica aplicado ao treinamento físico. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, año 15, n.166. Aoki, M. S., Ronda, L. T., Marcelino, P. R., Drago, G., Carling, C., Bradley, P. S., & Moreira, A. (2017). Monitoring training loads in professional basketball players engaged in a periodized training program. The Journal of Strength & Conditioning Research, 31 (02); 348-358. Araujo, L. G., Alves, J. V., Martins, A. C. V., Pereira, G. S., & Melo, S. I. L. (2013). Salto vertical: Estado da arte e tendência dos estudos. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, 21 (01); 174-181. Araújo, T.M. (2018). Efeitos da preparação física sobre a performance global de atletas amadores de basquetebol universitário. Dissertação de Mestrado em Educação Física – Universidade de Sergipe;Sergipe. Arazi, H., & Asadi, A. (2011). The effect of aquatic and land plyometric training on strength, sprint, and balance in young basketball players. Journal of Human Sport & Exercise, 06 (01); 101-111. Arazi, H., Mohammadi, M., & Asadi, A. (2014). Muscular adaptations to depth jump plyometric training: Comparison of sand vs. land surface. Interventional Medicine and Applied Science, 06 (03); 125-130. 242


Arede, J., Leite, N., Bradley, B., Madruga-Parera, M., de Villarreal, E. S., & Gonzalo-Skok, O. (2020). Mechanical, Physiological, and Perceptual Demands of Repeated Power Ability Lower-Body and Upper-Body Tests in Youth Athletes: Somatic Maturation as a Factor on the Performance. Frontiers in Psychology, 11. Ardern, C. L., Glasgow, P., Schneiders, A., Witvrouw, E., Clarsen, B., Cools, A., ... & Mutch, S. A. (2016). 2016 Consensus statement on return to sport from the First World Congress in Sports Physical Therapy, Bern. British Journal of Sports Medicine, 50 (14); 853-864. Árnason, A. (2017). A função da boa forma física musculoesquelética na prevenção de lesões esportivas. IN: Liebenson, C. (Org). Treinamento funcional na prática desportiva e reabilitação neuromuscular. ArtMed; Porto Alegre. Arroyo-Toledo, J.J., Clemente, V.J., González-Rave, J.M., Ramos Campo, D.J., & Sortwell, A.D. (2013). Comparison between traditional and reverse periodization: swimming performance and specific strength values. International Journal of Swimming Kinetics, 02 (01); 87-96. Asadi, A. (2013). Effects of in-season short-term plyometric training on jumping and agility performance of basketball players. Sport Sciences for Health, 09 (03); 133-137. Askling, C. M., Nilsson, J., & Thorstensson, A. (2010). A new hamstring test to complement the common clinical examination before return to sport after injury. Knee Surgery, Sports Traumatology, Arthroscopy, 18 (12); 1798-1803.

243


Atay, E., & Kayalarli, G. (2013). The effects of detraining period on female basketball team players aged 10-12. Türkish Journal of Sport and Exercise, 15 (02); 51-55. Azzam, M. G., Throckmorton, T. W., Smith, R. A., Graham, D., Scholler, J., & Azar, F. M. (2015). The Functional Movement Screen as a predictor of injury in professional basketball players. Current Orthopaedic Practice, 26 (06); 619-623. Azevedo, P.H.S.M., Oliveira, J.C., Takehara, J.C., Baldissera, V., & Perez, S.E.A. (2008). Atualidades cientificas sobre a avaliação e prescrição do treinamento físico para atletas de alta performance. EFDeportes - Revista Digital - Buenos Aires Año12 – n.111. Backman, L. J., & Danielson, P. (2011). Low range of ankle dorsiflexion predisposes for patellar tendinopathy in junior elite basketball players: a 1-year prospective study. The American Journal of Sports Medicine, 39 (12); 2626-2633. Badillo, EF & Ayestarán, JJG (2001). Fundamentos do treinamento de força. 2a.edição. ArtMed; Porto Alegre. Bahr, R., & Krosshaug, T. (2005). Understanding injury mechanisms: a key component of preventing injuries in sport. British Journal of Sports Medicine, 39 (06); 324-329. Ball, J. R., Harris, C. B., Lee, J., & Vives, M. J. (2019). Lumbar spine injuries in sports: review of the literature and current treatment recommendations. Sports Medicine-Open, 05 (01); 26.

244


Beardsley, C. (2020). Why are strength gains velocity-specific after fast movement training? Disponível em: https://medium.com/@SandCResearch/why-arestrength-gains-velocity-specific-after-fast-movement-training-688a82079a8b Verificado em: 22\11\2020. Beese, M. E., Joy, E., Switzler, C. L., & Hicks-Little, C. A. (2015). Landing error scoring system differences between single-sport and multi-sport female high school–aged athletes. Journal of Athletic Training, 50 (08); 806-811. Beneli, L. M., Rodrigues, E. F., & Montagner, P. C. (2006). Periodização do treinamento desportivo para atletas da categoria infantil masculino de basquetebol. Revista Treinamento Desportivo, 07 (01); 29-35. Bencke, J., Aagaard, P., & Zebis, M. K. (2018). Muscle activation during ACL injury risk movements in young female athletes: A narrative review. Frontiers in Physiology, 09; 445. Benis, R., Bonato, M., & Torre, A. L. (2016). Elite female basketball players' body-weight neuromuscular training and performance on the Y-balance test. Journal of Athletic Training, 51 (09); 688-695. Bento, F. D. S. (2012). O uso da manutenção preditiva como subsídio à manutenção preventiva. Monografia de Bacharel em Administração - Universidade Federal da Paraíba - Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Departamento de Administração; Paraíba.

245


Bird, S. P., & Markwick, W. J. (2016). Musculoskeletal screening and functional testing: considerations for basketball athletes. International Journal of Sports Physical Therapy, 11 (05); 784–802. Bittencourt, N. F. N., Meeuwisse, W. H., Mendonça, L. D., Nettel-Aguirre, A., Ocarino, J. M., & Fonseca, S. T. (2016). Complex systems approach for sports injuries: moving from risk factor identification to injury pattern recognition— narrative review and new concept. British Journal of Sports Medicine, 50 (21); 13091314. Bond, C. W., Dorman, J. C., Odney, T. O., Roggenbuck, S. J., Young, S. W., & Munce, T. A. (2019). Evaluation of the functional movement screen and a novel Basketball mobility test as an injury prediction tool for collegiate Basketball players. The Journal of Strength & Conditioning Research, 33 (06); 1589-1600. Bonza, J. E., Fields, S. K., Yard, E. E., & Dawn Comstock, R. (2009). Shoulder injuries among United States high school athletes during the 2005–2006 and 2006– 2007 school years. Journal of Athletic Training, 44 (01); 76-83. Bompa, TO & Haff, GG (2012). Periodização - Teoria e metodologia do treinamento. 5a. edição. Phorte; São Paulo. Bompa, TO; Di Pasquale, M & Cornacchia, L (2012). Serious strength training. 3rd. Human Kinetics, USA. Boone, J., & Bourgois, J. (2013). Morphological and physiological profile of elite basketball players in Belgium. International Journal of Sports Physiology and Performance, 08 (06); 630-638. 246


Borges, J.M. (2016). Teoria e metodologia do treino desportivo – Modalidades individuais. Manual de Curso de Treinadores de Desporto, Grau II – IPDJ; Portugal. Borin, J. P., Maldaner, G. G., Fachina, R. J. F. G., Daniel, J. F., Beneli, L. D. M., & Montagner, P. C. (2011). Desempenho de basquetebolistas no salto vertical: comparação em diferentes momentos da partida. Revista Salusvita, 31 (02); 77-88. Borowski, L. A., Yard, E. E., Fields, S. K., & Comstock, R. D. (2008). The epidemiology of US high school basketball injuries, 2005–2007. The American Journal of Sports Medicine, 36 (12); 2328-2335. Bosco, C (2000). A força muscular - Aspectos fisiológicos e aplicações práticas. Phorte; São Paulo. Bossi, LC (2011). Treinamento funcional na musculação. Phorte; São Paulo. Bouteraa, I., Negra, Y., Shephard, R. J., & Chelly, M. S. (2020). Effects of combined balance and plyometric training on athletic performance in female basketball players. The Journal of Strength & Conditioning Research, 34 (07); 19671973. Boyle, M (2015). Avanços no treinamento funcional. ArtMed; Port Alegre. Boyle, M. (2017). Treinamento para o hóquei. IN: Liebenson, G. (Org). Treinamento funcional na prática desportiva e reabilitação neuromuscular. ArtMed; Port Alegre. Boyle, M (2018). O novo treinamento funcional de Michael Boyle. 2a. edição. ArtMed; Porto Alegre.

247


Brady, C., Comyns, T., Harrison, A., & Warrington, G. (2016). Focus of attention for diagnostic testing of the force-velocity curve. Strength and Conditioning Journal, 39 (01), 57-70. Braga, Í. N. (2017). Abordagem alternativa para o ensino-aprendizagemtreinamento no basquetebol. Trabalho de Conclusão de Curso da Licenciatura em Educação Física, Universidade Federal do Ceará; Ceará. Branco, L. M. P. D. M. (2005). Avaliação das capacidades coordenativas: Coincidência-antecipação e orientação espacial, em jovens. Monografia de Bacharelado, Universidade de Coimbra - Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Fisica; Portugal. Brasilino, F., Dutra, J., Pinheiro, L., & Huch, T. (2011). Aplicação da técnica Spiral Taping na diminuição da dor em atletas queixosos participantes dos jogos universEitários catarinense. FIEP Bulletin - Volume 81 - Special Edition - Article I. Bressel, E., Yonker, J. C., Kras, J., & Heath, E. M. (2007). Comparison of static and dynamic balance in female collegiate soccer, basketball, and gymnastics athletes. Journal of Athletic Training, 42 (01); 42. Bridgett, R., Klose, P., Duffield, R., Mydock, S., & Lauche, R. (2018). Effects of cupping therapy in amateur and professional athletes: Systematic review of randomized controlled trials. The Journal of Alternative and Complementary Medicine, 24 (03); 208-219. Brophy, R. H., Schmitz, L., Wright, R. W., Dunn, W. R., Parker, R. D., Andrish, J. T., ... & Spindler, K. P. (2012). Return to play and future ACL injury risk after ACL 248


reconstruction in soccer athletes from the Multicenter Orthopaedic Outcomes Network (MOON) group. The American Journal of Sports Medicine, 40 (11); 25172522. Bruce, O. L., Firminger, C. R., Wannop, J. W., Stefanyshyn, D. J., & Edwards, W. B. (2019). Effects of basketball court construction and shoe stiffness on countermovement jump landings. Footwear Science, 11 (03); 171-179. Brunner, R., Friesenbichler, B., Casartelli, N. C., Bizzini, M., Maffiuletti, N. A., & Niedermann, K. (2019). Effectiveness of multicomponent lower extremity injury prevention programmes in team-sport athletes: an umbrella review. British Journal of Sports Medicine, 53 (05;, 282-288. Buekers, M., Ibáñez-Gijón, J., Morice, A. H., Rao, G., Mascret, N., Laurin, J., & Montagne, G. (2017). Interdisciplinary research: A promising approach to investigate elite performance in sports. Quest, 69 (01); 65-79. Byrne, D. P., Mulhall, K. J., & Baker, J. F. (2010). Anatomy and biomechanics of the hip. The Open Sports Medicine Journal, 04 (01); 51-57. Čabarkapa, D., Fry, A. C., Lane, M. T., Hudy, A., Dietz, P. R., Cain, G. J., & Anadre, M. J. (2020). The importance of lower body strength and power for future success in professional men's basketball. Sports Science & Health, 10 (01); 10-16. Calais-German, B. (1992). Anatomia para o movimento- volume 1: introdução à análise das técnicas corporais. Manole; São Paulo.

249


Campeiz, J.M., & Santi Maria, T. (2013). Métodos e meios de treinamento das capacidades físicas. IN: Arruda, M., Santi Maria, T., Campeiz, J.M., Cossio-Bolaños, M.A.(Org.) Futebol: Ciências aplicadas ao jogo e ao treinamento. Phorte; São Paulo. Cannon, C. R., Cannon, R., Young, K., Replogle, W., Stringer, S., & Gasson, E. (2011). Characteristics of nasal injuries incurred during sports activities: analysis of 91 patients. Ear, Nose & Throat Journal, 90 (08); E8-E12. Caparrós, T., Casals, M., Solana, Á., & Peña, J. (2018). Low external workloads are related to higher injury risk in professional male basketball games. Journal of Sports Science & Medicine, 17 (02); 289-297. Carmont, M. R., Brorsson, A., Westin, O., Nilsson-Helander, K., & Karlsson, J. (2020). Achilles tendon ruptures in basketball. IN: Basketball Sports Medicine and Science (pp. 481-489). Springer, Berlin, Heidelberg. Carvalho, A. C. A., Lins, T. C. M., & Santa’ana, H. G. F. (2011). Avaliação da eficiência da estabilização central no controle postural de atletas de base de basquetebol. Terapia Manual, 09 (42); 126-131. Cavaliere Junior, E. (2009). A diferença entre os gêmeos monozigóticos. EFDeportes - Revista Digital - Buenos Aires - Año14 – n133. CBB (2020). Confederação Brasileira de Basquetebol – Regras Oficiais de Basquetebol

FIBA

2020.

Disponível

em:

https://www.cbb.com.br/wp-

content/uploads/Regras-Oficiais-de-Basketball-2020.pdf Verificado em: 23\11\2020.

250


Chalitsios, C., Nikodelis, T., Panoutsakopoulos, V., Chassanidis, C., & Kollias, I. (2019). Classification of soccer and basketball players’ jumping performance characteristics: A logistic regression approach. Sports, 07 (07); 163. Chaouachi, A., Brughelli, M., Chamari, K., Levin, G. T., Abdelkrim, N. B., Laurencelle, L., & Castagna, C. (2009). Lower limb maximal dynamic strength and agility determinants in elite basketball players. The Journal of Strength & Conditioning Research, 23 (05); 1570-1577. Charoenpanicha, N., Boonsinsukhb, R., Sirisupc, S., & Saengsirisuwana, V. (2013). Principal component analysis identifies major muscles recruited during elite vertical jump. Science Asia, 39; 257-264. Chen, L., Zhang, H., & Meng, L. (2018). Study on the influence of plyometric training on the explosive power of basketball players. International Journal of Physical Education, Sports and Health, 05 (03); 140-143. Cheng, C. F., Lin, L. C., & Lin, J. C. (2003). Effects of plyometric training on power and power-endurance in high school basketball players. Annual Journal of Physical Education and Sports Science, 03; 41-52. Cherni, Y., Jelid, M. C., Mehrez, H., Shephard, R. J., Paillard, T. P., Chelly, M. S., & Hermassi, S. (2019). Eight weeks of plyometric training improves ability to change direction and dynamic postural control in female basketball players. Frontiers in Physiology, 10; 726.

251


Chiappa, G.R.S., & Güntzel, A.M. (2001). Estudo das lesões no voleibol. IN: Chiappa, G.R. (Organizador). Fisioterapia nas lesões do voleibol. Robe Editorial; São Paulo. Chumanov, E. S., Heiderscheit, B. C., & Thelen, D. G. (2011). Hamstring musculotendon dynamics during stance and swing phases of high speed running. Medicine and Science in Sports and Exercise, 43 (03); 525. Cibulka, M. T., & Bennett, J. (2020). How weakness of the tensor fascia lata and gluteus maximus may contribute to ACL injury: A new theory. Physiotherapy Theory and Practice, 36 (03); 359-364. Ciuti, C., Marcello, C., Macis, A., Onnis, E., Solinas, R., Lai, C., & Concu, A. (1996). Improved aerobic power by detraining in basketball players mainly trained for strength. Sports Medicine, Training and Rehabilitation, 06 (04); 325-335. Claudino, J. G., de Oliveira Capanema, D., de Souza, T. V., Serrão, J. C., Pereira, A. C. M., & Nassis, G. P. (2019). Current approaches to the use of artificial intelligence for injury risk assessment and performance prediction in team sports: a systematic review. Sports Medicine-Open, 05 (01), 28. Clemente, F. M., Mendes, B., Bredt, S. D. G. T., Praça, G. M., Silvério, A., Carriço, S., & Duarte, E. (2019). Perceived training load, muscle soreness, stress, fatigue, and sleep quality in professional basketball: A full season study. Journal of Human Kinetics, 67 (01); 199-207. Cole, B & Panariello, R (2016). Basketball Anatomy. Human Kinetics; USA.

252


Coledam, D. H. C., Arruda, G. A. D., dos-Santos, J. W., & Oliveira, A. R. D. (2013). Relationship of vertical, horizontal and sextuple jumps with agility and speed in children. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, 27 (01); 43-53. Collins, C. L., Fletcher, E. N., Fields, S. K., Kluchurosky, L., Rohrkemper, M. K., Comstock, R. D., & Cantu, R. C. (2014). Neck strength: a protective factor reducing risk for concussion in high school sports. The Journal of Primary Prevention, 35 (05); 309-319. Cometti, G (2005). Los métodos modernos de musculación. Editorial Paidotribo; España. Cook, J., & Khan, K. (2003). Spine and pelvis. IN: McKeag, D.B. (Org) Handbook of Sports Medicine and Science Basketball. Blackwell Science; USA. Cook, G., Burton, L., Hoogenboom, B. J., & Voight, M. (2014). Functional movement screening: the use of fundamental movements as an assessment of function-part 1. International Journal of Sports Physical Therapy, 09 (03); 396-409. Cook, G., Burton, L., Hoogenboom, B. J., & Voight, M. (2014a). Functional movement screening: the use of fundamental movements as an assessment of function-part 2. International Journal of Sports Physical Therapy, 09 (04); 549-563. Correia, G. A. F., Freitas Júnior, C. G. D., Lira, H. A. A. D. S., Oliveira, S. F. M. D., Santos, W. R. D., Silva, C. K. D. F. B. D., ... & Paes, P. P. (2020). The effect of plyometric training on vertical jump performance in young basketball athletes. Journal of Physical Education, 31; e3175.

253


Courel-Ibáñez, J., Suárez, E., Ortega Toro, E., Piñar López, M. I., & Cárdenas Vélez, D. (2013). Is the inside pass a performance indicator?: Observational analysis of elite basketball teams. Revista de Psicología del Deporte, 22 (01); 191-194. Coutinho, L.A.A. (2014). Recursos ergogênicos na preparação física. IN: Dantas, E.H.M. (Org). A prática da preparação física. 6a. Edição. Roca; São Paulo. Cumps, E., Verhagen, E., & Meeusen, R. (2007). Prospective epidemiological study of basketball injuries during one competitive season: ankle sprains and overuse knee injuries. Journal of Sports Science & Medicine, 06 (02); 204. Custodio, D., Mir, F. E., Zambonato, P. D., & Liberali, R. (2008). Effects of a resistance training program with weight on the muscular strength/Efeitos de um programa contra resistencia com pesos sobre a forca muscular. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, 02 (12); 663-675. Da Silva, J. R. M. (2014). Treino da força no basquetebol - A perspetiva de preparadores físicos de equipas de alto rendimento. Dissertação de Mestrado em Ciências do Desporto - Universidade do Porto; Portugal. Dalton, S. L., Kerr, Z. Y., & Dompier, T. P. (2015). Epidemiology of hamstring strains in 25 NCAA sports in the 2009-2010 to 2013-2014 academic years. The American Journal of Sports Medicine, 43 (11); 2671-2679. Dantas, E.H.M. (2014). A prática da preparação física. 6a. Edição. Roca; São Paulo. Deckey, D. G., Makovicka, J. L., Chung, A. S., Hassebrock, J. D., Patel, K. A., Tummala, S. V., ... & Chhabra, A. (2020). Neck and cervical spine injuries in 254


National College Athletic Association athletes: A 5-Year epidemiologic study. Spine, 45 (01); 55-64. Deckey, D. G., Scott, K. L., Hinckley, N. B., Makovicka, J. L., Hassebrock, J. D., Tummala, S. V., ... & Chhabra, A. (2020a). Hand and wrist injuries in men’s and women’s National Collegiate Athletic Association basketball. Orthopaedic Journal of Sports Medicine, 08 (09); 2325967120953070. Deitch, J. R., Starkey, C., Walters, S. L., & Moseley, J. B. (2006). Injury risk in professional basketball players: a comparison of Women's National Basketball Association and National Basketball Association athletes. The American Journal of Sports Medicine, 34 (07); 1077-1083. Del Alcázar, X. S., Calleja-González, J., & Terrados Cepeda, N. (2010). Variación de la ratio testosterona-cortisol en jugadores de élite de baloncesto. Archivos de Medicina del Deporte, 27 (135); 08-18. Delgado-Floody, P., Caamaño-Navarrete, F., Carter-Thuillier, B., GallardoFuentes, F., Ramirez-Campillo, R., Barría, M. C., ... & Jerez-Mayorga, D. (2017). Comparison of body composition and physical performance between college and professional basketball players. Archivos de Medicina del Deporte: Revista de la Sociedad Española de Medicina del Deporte,(182); 332-336. Delextrat, A., & Cohen, D. (2009). Strength, power, speed, and agility of women basketball players according to playing position. The Journal of Strength & Conditioning Research, 23 (07); 1974-1981.

255


Delextrat, A., & Kraiem, S. (2013). Heart-rate responses by playing position during ball drills in basketball. International Journal of Sports Physiology and Performance, 08 (04); 410-418. Del Vecchio, F. B., & Ferreira, J. L. M. (2013). Mixed martial arts: Rotinas de condicionamento e avaliação da aptidão física de lutadores de Pelotas/RS. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 35 (03); 611-626. Demoulin, C., Vanderthommen, M., Duysens, C., & Crielaard, J. M. (2006). Spinal muscle evaluation using the Sorensen test: a critical appraisal of the literature. Joint Bone Spine, 73 (01); 43-50. De Rose, G., Tadiello, F.F., & De Rose Jr, D. (2008). Lesões esportivas: um estudo com atletas do basquetebol brasileiro. Lecturas: Educación Física y Deportes (Buenos Aires), año10, n.94. Dežman, B., Trninić, S., & Dizdar, D. (2001). Expert model of decisionmaking system for efficient orientation of basketball players to positions and roles in the game–Empirical verification. Collegium Antropologicum, 25 (01); 141-152. Didier, J. J., & West, V. A. (2011). Vertical jumping and landing mechanics: female athletes and nonathletes. International Journal of Athletic Therapy and Training, 16 (06); 17-20. Doeven, S. H., Brink, M. S., Huijgen, B. C., de Jong, J., & Lemmink, K. A. (2020). Managing Load to Optimize Well-Being and Recovery During Short-Term Match Congestion in Elite Basketball. International Journal of Sports Physiology and Performance, 16 (01); 45-50. 256


Dönmez, G., Babayeva, N., Torgutalp, Ş. Ş., Korkusuz, F., & Doral, M. N. (2019). Return to play after intra-articular knee fractures. IN: Intraarticular Fractures (pp. 409-415). Springer, Cham. Doral, M. N., Alam, M., Bozkurt, M., Turhan, E., Atay, O. A., Dönmez, G., & Maffulli, N. (2010). Functional anatomy of the Achilles tendon. Knee Surgery, Sports Traumatology, Arthroscopy, 18 (05); 638-643. Dos Santos, W. J. R., Gosser, E. H. S., & de Souza Vespasiano, B. (2019). O fortalecimento da musculatura do core na prevenção de lesões em atletas de alto nível. Revista Saúde UniToledo, 03 (02); 02-12. Dos Santos, E.Y.D., Oliveira, L.F., Souza, V.B.S., & Pinheiro, W.L. (2017). Basquetebol: Trabalhando os fundamentos da modalidade com uma turma do curso de educação física. Mostra Científica de Educação Física – UniCatólica, 01 (02). Drakos, M. C., Domb, B., Starkey, C., Callahan, L., & Allen, A. A. (2010). Injury in the National Basketball Association: a 17-year overview. Sports Health, 02 (04); 284-290. Eils, E., Schröter, R., Schröder, M., Gerss, J., & Rosenbaum, D. (2010). Multistation proprioceptive exercise program prevents ankle injuries in basketball. Medicine & Science in Sports & Exercise, 42 (11); 2098-2105. Ejnisman, B., Andreoli, C. V., Carrera, E. F., Abdalla, R. J., & Cohen, M. (2001). Lesões músculo-esqueléticas no ombro do atleta: mecanismo de lesão, diagnóstico e retorno à prática esportiva. Revista Brasileira de Ortopedia, 36 (10); 389-93. 257


Ekhtiari, S., Khan, M., Burrus, T., Madden, K., Gagnier, J., Rogowski, J. P., ... & Bedi, A. (2019). Hip and groin injuries in professional basketball players: impact on playing career and quality of life after retirement. Sports Health, 11 (03); 218-222. Escamilla, R. F., Yamashiro, K., Paulos, L., & Andrews, J. R. (2009). Shoulder muscle activity and function in common shoulder rehabilitation exercises. Sports Medicine, 39 (08);, 663-685. Escamilla, R. F., Lewis, C., Bell, D., Bramblet, G., Daffron, J., Lambert, S., ... & Andrews, J. R. (2010). Core muscle activation during Swiss ball and traditional abdominal exercises. Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy, 40 (05); 265-276. Escobar, A. A. J. A., Lara, S., Azevedo, R. R., de Castro, A. A. M., & de Souza Balk, R. (2019). Benefícios do treinamento funcional em conjunto com o Fifa 11+ no controle postural de atletas de basquetebol. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 41 (01); 73-80. Esteves, P. T., Mikolajec, K., Schelling, X., & Sampaio, J. (2020). Basketball performance is affected by the schedule congestion: NBA back-to-backs under the microscope. European Journal of Sport Science, 1-10. Fahey, TD (2014). Bases do treinamento de força para homens e mulheres. ArtMed; Porto Alegre. Faga (2019). In-season strength training when you’re playing lots of games w/ Matt Price of the LA Kings. Disponível em: https://medium.com/@joshfaga/in-

258


season-strength-training-when-youre-playing-lots-of-games-w-matt-price-of-the-lakings-e47db6fc6d7f Verificado em: 02\02\2021. Faigenbaum, A. D. & Myer, G. D. (2010). Resistance training among young athletes: safety, efficacy and injury prevention effects. British Journal of Sports Medicine, 44 (01); 56-63. Feil, C. & Morgan, W.E. (2009). Functional integrity of the pelvis & hips: Gluteal activation enhances athleticism and injury prevention. Dynamic Chiropractic, 28 (03). Ferioli, D., Bosio, A., La Torre, A., Carlomagno, D., Connolly, D. R., & Rampinini, E. (2018). Different training loads partially influence physiological responses to the preparation period in basketball. The Journal of Strength & Conditioning Research, 32 (03); 790-797. Fernández-Landa, J., Calleja-González, J., León-Guereño, P., Caballero-García, A., Córdova, A., & Mielgo-Ayuso, J. (2019). Effect of the combination of creatine monohydrate plus HMB supplementation on sports performance, body composition, markers of muscle damage and hormone status: A systematic review. Nutrients, 11 (10); 2528. Ferreira, A.B.H. (2014). Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 5a. Edição. Editora Positivo; São Paulo. Ferreira de Castro, M. A. (2005). Lesões no basquetebol português: enquadramento epidemiológico e análise biomecânica de um evento incitador da

259


entorse do tornozelo. Tese de Doutorado em Motricidade Humana - Fisioterapia Universidade Técnica de Lisboa; Portugal. Fleck, S.J. & Kraemer, W.J. (2017). Fundamentos do treinamento de força muscular. 4a. Edição. ArtMed; Port Alegre. Fonseca, L. B., Brito, C. J., Silva, R. J. S., Silva-Grigoletto, M. E., da Silva, W. M., & Franchini, E. (2016). Use of cold-water immersion to reduce muscle damage and delayed-onset muscle soreness and preserve muscle power in jiu-jitsu athletes. Journal of Athletic Training, 51(07); 540-549. Fontoura, A.S., Formentin, C.M., & Abech, E.A. (2013). Guia prático de avaliação física. 2a. Edição. Phorte; São Paulo. Fort-Vanmeerhaeghe, A., Montalvo, A. M., Sitja-Rabert, M., Kiefer, A. W., & Myer, G. D. (2015). Neuromuscular asymmetries in the lower limbs of elite female youth basketball players and the application of the skillful limb model of comparison. Physical Therapy in Sport, 16 (04); 317-323. Fort-Vanmeerhaeghe, A., Montalvo, A. M., Sitja-Rabert, M., Kiefer, A. W., & Myer, G. D. (2015). Neuromuscular asymmetries in the lower limbs of elite female youth basketball players and the application of the skillful limb model of comparison. Physical Therapy in Sport, 16 (04); 317-323. Foschini, D., Prestes, J., Leite, R. D., dos Santos Leite, G., Donatto, F. F., Urtado, C. B., & Ramallo, B. T. (2008). Acute hormonal, immunological and enzymatic responses to a basketball game. Brazilian Journal of Kinanthropometry and Human Performance, 10 (04); 341-346. 260


Foss, K. D. B., Myer, G. D., Magnussen, R. A., & Hewett, T. E. (2014). Diagnostic differences for anterior knee pain between sexes in adolescent basketball players. Journal of Athletic Enhancement, 03 (01); 1814. Foster, C. A. R. L. (1998). Monitoring training in athletes with reference to overtraining syndrome. Occupational Health and Industrial Medicine, 04 (39); 11641168. Foster, C., Florhaug, J. A., Franklin, J., Gottschall, L., Hrovatin, L. A., Parker, S., ... & Dodge, C. (2001). A new approach to monitoring exercise training. The Journal of Strength & Conditioning Research, 15 (01); 109-115. Foster, C., Rodriguez-Marroyo, J. A., & De Koning, J. J. (2017). Monitoring training loads: the past, the present, and the future. International Journal of Sports Physiology and Performance, 12 (s2), S2-2. Fox, J. L., O’Grady, C. J., & Scanlan, A. T. (2020). Game schedule congestion affects weekly workloads but not individual game demands in semi-professional basketball. Biology of Sport, 37 (01); 59-67. Freitas, H.F.G., Oliveira, S.R., & Freitas, R.M. (2013). Atividade física e distúrbios posturais. IN: Greguol, M., & Costa, R.F. (Org). Atividade Física Adaptada. 3a. Edição. Manole; São Paulo. Freitas, T.T. (2019). Acute effects and short-term adaptations following different strength and power-oriented resistance training protocols in basketball players. Doctoral Thesis in Sports Science — Universidad Católica de Murcia.

261


Fuller, C., & Drawer, S. (2004). The application of risk management in sport. Sports Medicine, 34 (06); 349-356. Fulton, K. T. (1992). Basketball: Off-season strength training for basketball. Strength & Conditioning Journal, 14 (01); 31-35. Gabbett, T. J. (2001). Severity and cost of injuries in amateur rugby league: a case study. Journal of Sports Sciences, 19 (05); 341-347. Gabbett, T. J. (2010). The development and application of an injury prediction model for noncontact, soft-tissue injuries in elite collision sport athletes. The Journal of Strength & Conditioning Research, 24 (10); 2593-2603. Gabbett, T. J. (2016). The training—injury prevention paradox: should athletes be training smarter and harder?. British Journal of Sports Medicine, 50 (05); 273-280. Gabbett, T. J., Nassis, G. P., Oetter, E., Pretorius, J., Johnston, N., Medina, D., ... & Ryan, A. (2017). The athlete monitoring cycle: a practical guide to interpreting and applying training monitoring data. British Journal of Sports Medicine, 0; 1. Gabbett, T. J. (2020a). The training-performance puzzle: How can the past inform future training directions?. Journal of Athletic Training, 55 (09); 874-884. Gabbett, T. J. (2020b). Debunking the myths about training load, injury and performance: empirical evidence, hot topics and recommendations for practitioners. British Journal of Sports Medicine, 54 (01); 58-66. Gaca, A. M. (2009). Basketball injuries in children. Pediatric Radiology, 39 (12); 1275-1285. 262


Gaida, J. E., Cook, J. L., Bass, S. L., Austen, S., & Kiss, Z. S. (2004). Are unilateral and bilateral patellar tendinopathy distinguished by differences in anthropometry, body composition, or muscle strength in elite female basketball players?. British Journal of Sports Medicine, 38(05); 581-585. Gallahue, D.L., Ozmun, J.C,, & Goodway, J.D. (2013). Compreendendo o desenvolvimento motor – bebês, crianças, adolescentes e adultos. ArtMed; Porto Alegre. Garbenytė-Apolinskienė, T., Šiupšinskas, L., Salatkaitė, S., Gudas, R., & Radvila, R. (2017). The effect of integrated training program on functional movements patterns, dynamic stability, biomechanics, and muscle strength of lower limbs in elite young basketball players. Sport Sciences for Health, 14 (02); 245-250. Garlipp, C. Z. D., & Gorla, J. I. (2015). Percepção de dor e esforço em atletas de esgrima em cadeira de rodas. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, 19 (02); 83-88. Gentil, P (2014). Bases científicas do treinamento de hipertrofia. 5a. edição. Sprint; Rio de Janeiro. Gentle, H. L., Love, T. D., Howe, A. S., & Black, K. E. (2014). A randomised trial of pre-exercise meal composition on performance and muscle damage in welltrained basketball players. Journal of the International Society of Sports Nutrition, 11 (01), 33. Gimenes, H. H. H., Donatto, F. F., de Queiroz Miranda, J. M., Urtado, C. B., Brandão, M. R. F., & dos Santos Leite, G. (2014). Aplicação de um treinamento 263


pliométrico para melhoria do salto vertical em jogadores de basquetebol de 13 e 14 anos. RBPFEX-Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, 08 (48); 599-608. Gitti, V.S., & Bastos, F.C. (2013). Estrutura organizacional e perfil do gestor de equipes participantes da liga de basquete feminino (LBF) 2011/2012. PODIUM Sport, Leisure and Tourism Review, 02 (02); 53-75. Gohal, C., Khan, M., Burrus, T., Madden, K., & Gagnier, J. (2019). Impact of shoulder injuries on quality of life for retired National Basketball Association Players: A survey study. International Journal of Sports and Exercise Medicine, 05 (12); 154. Gomes, A.C. (2009). Treinamento desportivo – estruturação e periodização. 2a. Edição. ArtMed; Porto Alegre. Gomes, A.C., & Souza,J. (2008). Futebol – Treinamento desportivo de alto rendimento. ArtMed; Porto Alegre. Gomes, M. M., Pereira, G., Freitas, P. B. D., & Barela, J. A. (2009). Características cinemáticas e cinéticas do salto vertical: comparação entre jogadores de futebol e basquetebol. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, 11 (04); 392-399. Gomes, J. H., Mendes, R. R., Polito, L. F. T., Zanetti, M. C., Bocalini, D. S., & Junior, A. J. F. (2018). Estado de humor e desempenho físico de jogadores jovens de basquetebol ao longo de uma competição. Journal of Physical Education, 29 (01); e2969. 264


Gonçalves, F. L., Chaves, M. F. E., Vogt, R. A. D., & Noll, M. A iniciação esportiva no basquetebol. EFDeportes.com, Revista Digital - Buenos Aires, año15, n.148. Gonzalez, R. H. (2008). O treino dos fundamentos técnico-desportivos dos atletas de basquetebol infantil e infanto-juvenil: um estudo descritivo-exploratório. Dissertação de Mestrado em Ciências do Movimento Humano - Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Rio Grande do Sul. Gonzalez, A. M., Hoffman, J. R., Scallin-Perez, J. R., Stout, J. R., & Fragala, M. S. (2012). Performance changes in National Collegiate Athletic Association Division I women basketball players during a competitive season: Starters vs. nonstarters. The Journal of Strength & Conditioning Research, 26 (12); 3197-3203. Goode, A. P., Reiman, M. P., Harris, L., DeLisa, L., Kauffman, A., Beltramo, D., ... & Taylor, A. B. (2015). Eccentric training for prevention of hamstring injuries may depend on intervention compliance: a systematic review and meta-analysis. British Journal of Sports Medicine, 49 (06); 349-356. Gorgun, B., Maman, E., Marchi, G., Milano, G., Kocaoglu, B., & Hantes, M. (2020). Shoulder injuries in basketball. IN: Basketball Sports Medicine and Science (pp. 251-263). Springer, Berlin, Heidelberg. Gould, S., Hooper, J., & Strauss, E. (2016). Anterior cruciate ligament injuries in females; risk factors, prevention, and outcomes. Bulletin of the NYU Hospital for Joint Diseases, 74 (01); 46-46.

265


Granacher, V., Shellbach, J., Klein, K., Prieske, O., Bayers, T.P. & Muehlbawerm, T. (2014). Effects of core strength training using stable versus unstables surfaces on physical fitness in adolescents: a randomized controlled trial. BMC Sports Science Med Rehabilitation, 06 (40); 1376-1381. Granja, F. A. S., & Frómeta, E. R. (2018). Algunos índices antropométricos generales para detectar posibles talentos en diferentes deportes en Ecuador. Lecturas: Educación Física y Deportes, 23 (242); 108-120. Grazioli, R., Lopez, P., Villeroy, L., Alvim, L., & Bock, B. (2019). Is it valuable for top elite footbal-lers to adopt a personal strength and conditioning coach? A brief report. International Journal of Sports and Exercise Medicine, 05 (12); 155. Green,

J.

(2019).

Microdosing.

Disponível

em:

https://www.symtraining.com/microdosing/ Verificado em: 23\01\2021. Grubbs, N. A. T. H. A. N. I. E. L., Nelson, R. T., & Bandy, W. D. (1997). Predictive validity of an injury score among high school basketball players. Medicine and Science in Sports and Exercise, 29 (10); 1279-1285. Gunter, P., & Schwellnus, M. P. (2004). Local corticosteroid injection in iliotibial band friction syndrome in runners: a randomised controlled trial. British Journal of Sports Medicine, 38 (03); 269-272. Haddad, M., Stylianides, G., Djaoui, L., Dellal, A., & Chamari, K. (2017). Session-RPE method for training load monitoring: validity, ecological usefulness, and influencing factors. Frontiers in Neuroscience, 11, 612. 266


Hadzovic, M., Ilic, P., Lilic, A., & Stankovic, M. (2020). The effects of a knee joint injury prevention program on young female basketball players: a systematic review. Journal of Anthropology of Sport and Physical Education, 04 (01); 51-56. Haff, G.H., & Haff, E.E. (2015). Periodização e integração do treinamento. IN: Hoffman, J.H. (Org). NSCA - Guia de condicionamneto físico. Manole; São Paulo. Haff, G. G., & Nimphius, S. (2012). Training principles for power. Strength & Conditioning Journal, 34 (06); 02-12. Hagen, M., & Pandya, N. K. (2019). Achilles Tendon Ruptures in Young Female Basketball Players: A Case Series. JAAOS Global Research & Reviews, 03 (06); e016. Halder, A. M., Itoi, E., & An, K. N. (2000). Anatomy and biomechanics of the shoulder. Orthopedic Clinics, 31 (02); 159-176. Halasi, T., Kynsburg, A., Tallay, A., & Berkes, I. (2005). Changes in joint position sense after surgically treated chronic lateral ankle instability. British Journal of Sports Medicine, 39 (11); 818-824. Hammami, M., Bragazzi, N. L., Hermassi, S., Gaamouri, N., Aouadi, R., Shephard, R. J., & Chelly, M. S. (2020). The effect of a sand surface on physical performance responses of junior male handball players to plyometric training. BMC Sports Science, Medicine and Rehabilitation, 12, 01-08. Hansen, D.M. (2015). Micro-dosing with speed and tempo sessions for performance

gains

and

injury

267

prevention.

Disponível

em:


https://www.strengthpowerspeed.com/micro-dosing-speed-tempo/

Verificado

em

23\01\2021. Harmer, P. A. (2005). Basketball injuries. IN: Epidemiology of Pediatric Sports Injuries (Vol. 49, pp. 31-61). Karger Publishers. Harøy, J., Thorborg, K., Serner, A., Bjørkheim, A., Rolstad, L. E., Hölmich, P., ... & Andersen, T. E. (2017). Including the Copenhagen adduction exercise in the FIFA 11+ provides missing eccentric hip adduction strength effect in male soccer players: a randomized controlled trial. The American Journal of Sports Medicine, 45 (13), 3052-3059. Harvey, D. (1998). Assessment of the flexibility of elite athletes using the modified Thomas test. British Journal of Sports Medicine, 32 (01); 68-70. Hernández, S., Ramirez-Campillo, R., Álvarez, C., Sanchez-Sanchez, J., Moran, J., Pereira, L. A., & Loturco, I. (2018). Effects of plyometric training on neuromuscular performance in youth basketball players: a pilot study on the influence of drill randomization. Journal of sports Science & Medicine, 17 (03); 372. Herzberg, S. D., Motu’apuaka, M. L., Lambert, W., Fu, R., Brady, J., & Guise, J. M. (2017). The effect of menstrual cycle and contraceptives on ACL injuries and laxity: a systematic review and meta-analysis. Orthopaedic Journal of Sports Medicine, 05 (07); 2325967117718781. Heiderscheit, B. C., Sherry, M. A., Silder, A., Chumanov, E. S., & Thelen, D. G. (2010). Hamstring strain injuries: recommendations for diagnosis, rehabilitation,

268


and injury prevention. Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy, 40 (02); 67-81. Heishman, A. D., Daub, B. D., Miller, R. M., Freitas, E. D., & Bemben, M. G. (2020). Monitoring external training loads and neuromuscular performance for division I basketball players over the preseason. Journal of Sports Science & Medicine, 19 (01); 204. Hespanhol, J. E., Neto, L. G. S., Arruda, M. D., & Dini, C. A. (2007). Avaliação da resistência de força explosiva em voleibolistas através de testes de saltos verticais. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 13 (03); 181-184. Hewett, T.E. & Myer, G.D. (2017). Prevenção de lesões nos joelhos em mulheres. IN: Liebenson, G. (Org). Treinamento funcional na prática desportiva e reabilitação neuromuscular. ArtMed; Port Alegre. Hibbs, A. E., Thompson, K. G., French, D., Wrigley, A., & Spears, I. (2008). Optimizing performance by improving core stability and core strength. Sports Medicine, 38 (12); 995-1008. Hoffman, J.R. (2003). Epidemiology of basketball injuries. IN: McKeag, D.B. (Ed.). Handbook of Sports Medicine and Science Basketball. Blackwell Science; USA. Hoffman, J.R., Brown, L.E., & Smith, A.E. (2015). Implementação de programas de treinamento. IN: Hoffman, J.R. (Ed). NSCA – Guia de Condicionamento Físico. Phorte; São Paulo.

269


Hopper, A., Haff, E. E., Barley, O. R., Joyce, C., Lloyd, R. S., & Haff, G. G. (2017). Neuromuscular training improves movement competency and physical performance measures in 11–13-year-old female netball athletes. The Journal of Strength & Conditioning Research, 31 (05); 1165-1176. Houglum, P.A., & Bertoti, D.B. (2014). Cinesiologia Clínica de Brunnstrom. 6a. Edição. Manole; São Paulo. Huyghe, T., Calleja-Gonzalez, J., & Terrados, N. (2020). Post-exercise recovery strategies in basketball: Practical applications based on scientific evidence. IN: Basketball Sports Medicine and Science (pp. 799-814). Springer, Berlin, Heidelberg Huyghe, T., & Calleja-Gonzalez, J. (2020). Long-distance traveling in basketball: Practical applications based on scientific evidence. IN: Basketball Sports Medicine and Science (pp. 929-946). Springer, Berlin, Heidelberg. Iezzi, R. (2021). Game day lifting: Lifting before games? Are you crazy? IN: L' Alquera Del Basket – AdBhoops - Official Digital Magazine, 09, february. Ignjatović, A., Stanković, R., Marković, Ž., & Milanović, S. (2011). Effects of Resistance Training Program on Dynamic Muscle Potential in Young Basketball Players. Research in Kinesiology, 39 (01); 37-42. Impellizzeri, F. M., Woodcock, S., Coutts, A. J., Fanchini, M., McCall, A., & Vigotsky, A. D. (2020). What role do chronic workloads play in the acute to chronic workload ratio? Time to dismiss ACWR and its underlying theory. Sports Medicine, 01-12. 270


Isabell, W. K., Durrant, E., Myrer, W., & Anderson, S. (1992). The effects of ice massage, ice massage with exercise, and exercise on the prevention and treatment of delayed onset muscle soreness. Journal of Athletic Training, 27 (03); 208-217. Issurin, V. B. (2010). New horizons for the methodology and physiology of training periodization. Sports Medicine, 40 (03); 189-206. Izquierdo, M., Ibanez, J., González-Badillo, J. J., Hakkinen, K., Ratamess, N. A., Kraemer, W. J., ... & Gorostiaga, E. M. (2006). Differential effects of strength training leading to failure versus not to failure on hormonal responses, strength, and muscle power gains. Journal of Applied Physiology, 100 (05); 1647-1656. Jackson, T. J., Starkey, C., McElhiney, D., & Domb, B. G. (2013). Epidemiology of hip injuries in the National Basketball Association: a 24-year overview. Orthopaedic Journal of Sports Medicine, 01 (03); 01-07. Jakovljević, S., Karalejić, M., Pajić, Z., Janković, N., & Erčulj, F. (2015). Relationship between 1RM back squat test results and explosive movements in professional basketball players. AUC Kinanthropologica, 51 (01); 41-50. Johnson, U., Tranaeus, U., & Ivarsson, A. (2014). Current status and future challenges in psychological research of sport injury prediction and prevention: A methodological perspective. Revista de Psicología del Deporte, 23 (02); 0401-409. Jovanovic, M. (2017). Uncertainty, heuristics and injury prediction. Aspetar Sports Medicine Journal, 06; 18-24.

271


Joy, J. M., Lowery, R. P., Oliveira de Souza, E., & Wilson, J. M. (2016). Elastic bands as a component of periodized resistance training. Journal of Strength and Conditioning Research, 30 (08); 2100-2106. Jukić, I., Milanovic, L., Krakan, I., Njaradi, N., Calleja-González, J., Cuzzolin, F. & Requena, B. (2020). Strength and conditioning in top level team sports: An individual discipline. IN: Proceedings of the 18th International Conference “Physical Conditioning of Athletes (pp. 15-25). Jukic, I., Milanovic, L., Krakan, I., Njaradi, N., Calleja-González, J., Cuzzolin, F., ... & Requena, B. (2020). Strength and conditioning in top level team sports: An individual discipline. IN: Proceedings of the 18th International Conference Physical Conditioning of Athletes (pp. 15-25). Jukić, I., Milanović, L., Svilar, L., Njaradi, N., Calleja, J., Castellano, J., & Ostojić, S. (2018). Sport preparation system in team sports: synergy of evidence, practical experiences and artistic expression. Godišnja Međunarodna Konferencija Kondicijska Priprema Sportaša, 23 (24); 15-24. Kamel, G (2004). A ciência da musculação. Shape; Rio de Janeiro. Kartal, A., & Ergin, E. (2020). Investigation of the effect of 6-week CrossFit exercises on anaerobic endurance and anaerobic strength in male basketball players. African Educational Research Journal Special Issue, 08 (01); 62-68. Kaur, N. (2018). Physical fitness components of Indian junior female basketball players. International Journal of Yogic, Human Movement and Sports Sciences, 03 (01); 368-372. 272


Khan, K. & Cook, J. (2003). Lower extremity considerations. IN: McKeag, D.B. (Org). Handbook of Sports Medicine and Science Basketball. Blackwell Science; USA. Khlifa, R., Aouadi, R., Hermassi, S., Chelly, M. S., Jlid, M. C., Hbacha, H., & Castagna, C. (2010). Effects of a plyometric training program with and without added load on jumping ability in basketball players. The Journal of Strength & Conditioning Research, 24 (11); 2955-2961. Kilinc, B. E., Kara, A., Celik, H., Oc, Y., & Camur, S. (2016). Evaluation of the accuracy of Lachman and Anterior Drawer Tests with KT1000 Äąn the follow-up of anterior cruciate ligament surgery. Journal of Exercise Rehabilitation, 12 (04); 363. Kim, J., Lee, J., Kim, S., Ryu, H. Y., Cha, K. S., & Sung, D. J. (2016). Exercise-induced rhabdomyolysis mechanisms and prevention: A literature review. Journal of Sport and Health Science, 05 (03); 324-333. King, J. A., & Cipriani, D. J. (2010). Comparing preseason frontal and sagittal plane plyometric programs on vertical jump height in high-school basketball players. The Journal of Strength & Conditioning Research, 24 (08); 2109-2114. Kong, V. P. W., Nin, D. Z., Quek, R. K., & Chua, Y. K. (2018). Playing basketball on wooden and asphalt courts: Does court surface affect foot loading?. International Journal of Foot and Ankle, 02 (02); 01-09. Kubacki, M., Nazalek, A., Trela, E., & Zukow, W. (2011). Use kinesio taping method as a support of classical massage in the pain syndromes of lumbar-sacral segment spine of basket-ball players. Journal of Health Science, 01 (04); 21-45. 273


Kukrić, A. S., Jakovljević, S., Dobraš, R., Petrović, B., Vučković, I., & Janković, N. (2019). The influence of the complex training method on maximal isometric force production of junior basketball players. Fizička Kultura, 73 (02); 261270. Kumar, D., & Yadav, M. (2018). Effect of circuit weight training on physical fitness variables of Gorakhpur university basketball players. International Journal of Physiology, Nutrition and Physical Education, 03 (01); 1195-1197. Kraemer, W.J., & Fleck, S.J. (2009). Otimizando o treinamento de força. Programas de periodização não-linear. Manole; São Paulo. Kraemer, W.J., Comstock, B.A., & Clark, J., & Dunn-Lewis, C. (2015). Análise das necessidades do atleta. IN: Hoffman, J.R. (Editor). NSCA – Guia de Condicionamento Físico. Manole; São Paulo. Kritz, M. (2012). Development, reliability and effectiveness of the Movement Competency Screen (MCS). Doctoral Dissertation - Auckland University of Technology; New Zealand. Krosshaug, T., Nakamae, A., Boden, B. P., Engebretsen, L., Smith, G., Slauterbeck, J. R., ... & Bahr, R. (2007). Mechanisms of anterior cruciate ligament injury in basketball: video analysis of 39 cases. The American Journal of Sports Medicine, 35 (03); 359-367. Kryeziu, A., Begu, B., Asllani, I., & Iseni, A. (2019). Effects of the 4 week plyometric training program on explosive strength and agility for basketball players. Turkish Journal of Kinesiology, 05 (03); 110-116. 274


Krzysztofik, M., Wilk, M., Wojdała, G., & Gołaś, A. (2019). Maximizing muscle hypertrophy: A systematic review of advanced resistance training techniques and methods. International Journal of Environmental Research and Public Health, 16 (24); 01-14. LaBella, C. R., Huxford, M. R., Grissom, J., Kim, K. Y., Peng, J., & Christoffel, K. K. (2011). Effect of neuromuscular warm-up on injuries in female soccer and basketball athletes in urban public high schools: cluster randomized controlled trial. Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine, 165 (11); 1033-1040. Lambert, M. I., Viljoen, W., Bosch, A., Pearce, A. J., & Sayers, M. (2008). General principles of training. Olympic Textbook of Medicine in Sport. Chichester, UK: Blackwell Publishing, 01-48. Landin, D. K., Hebert, E. P., & Fairweather, M. (1993). The effects of variable practice on the performance of a basketball skill. Research Quarterly for Exercise and Sport, 64 (02); 232-237. LaPrade, R. F., O’Brien, L., Kennedy, N. I., Cinque, M. E., & Chahla, J. (2017). Return to National Basketball Association competition following anterior cruciate ligament and fibular collateral ligament injuries: A case report. JBJS Case Connector, 07 (04); e81. Lauersen, J. B., Andersen, T. E., & Andersen, L. B. (2018). Strength training as superior, dose-dependent and safe prevention of acute and overuse sports injuries: a systematic review, qualitative analysis and meta-analysis. British Journal of Sports Medicine, 52 (24); 1557-1563. 275


Leetun, D. T., Ireland, M. L., Willson, J. D., Ballantyne, B. T., & Davis, I. M. (2004). Core stability measures as risk factors for lower extremity injury in athletes. Medicine & Science in Sports & Exercise, 36 (06); 926-934. Legg, J., Pyne, D. B., Semple, S., & Ball, N. (2017). Variability of jump kinetics related to training load in elite female basketball. Sports, 05 (04); 85. Lehr, M. E., Plisky, P. J., Butler, R. J., Fink, M. L., Kiesel, K. B., & Underwood, F. B. (2013). Field‐expedient screening and injury risk algorithm categories as predictors of noncontact lower extremity injury. Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports, 23 (04); e225-e232. Leite, G. D. S., Prestes, J., Urtado, C. B., Marchetti, P. H., Padovani, C. R., Padovani, C. R. P., ... & Borin, J. P. (2012). Variáveis objetivas e subjetivas para monitoramento de diferentes ciclos de temporada em jogadores de basquete. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 18 (04); 229-233. Leite, N. M., & Sampaio, J. E. (2012). Long-term athletic development across different age groups and gender from Portuguese basketball players. International Journal of Sports Science & Coaching, 07 (02); 285-300. Lemme, N. J., Li, N. Y., Kleiner, J. E., Tan, S., DeFroda, S. F., & Owens, B. D. (2019). Epidemiology and video analysis of achilles tendon ruptures in the national basketball association. The American Journal of Sports Medicine, 47 (10); 23602366. Leppänen, M., Pasanen, K., Kujala, U. M., Vasankari, T., Kannus, P., Äyrämö, S., ... & Parkkari, J. (2017). Stiff landings are associated with increased ACL injury 276


risk in young female basketball and floorball players. The American Journal of Sports M edicine, 45 (02); 386-393. Leppänen, M., Pasanen, K., Kujala, U. M., & Parkkari, J. (2015). Overuse injuries in youth basketball and floorball. Open Access Journal of Sports Medicine, 06, 173-179. Lewis, M. (2018). It's a Hard-Knock Life: Game Load, Fatigue, and Injury Risk in the National Basketball Association. Journal of Athletic Training, 53 (05); 503-509. Lidor, R., Blumenstein, B., & Tenenbaum, G. (2007). Psychological aspects of training in European basketball: conceptualization, periodization, and planning. The Sport Psychologist, 21(03); 353-367. Liebenson, G. (2017). A abordagem funcional. IN: Liebenson, G. (Org). Treinamento funcional na prática desportiva e reabilitação neuromuscular. ArtMed; Port Alegre. Liebenson, G. & Page, R. (2017). Princípios do desenvolvimento atlético. IN: Liebenson, G. (Org). Treinamento funcional na prática desportiva e reabilitação neuromuscular. ArtMed; Port Alegre. Lin, Z. P., Lan, L. W., He, T. Y., Lin, S. P., Lin, J. G., Jang, T. R., & Ho, T. J. (2009). Effects of acupuncture stimulation on recovery ability of male elite basketball athletes. The American Journal of Chinese Medicine, 37 (03); 471-481. Lippert, M. A. M., Teixeira, M. S., & de Souza, J. M. C. (2007). Influência do lance-livre no resultado final dos jogos do campeonato nacional de basquete adulto 277


masculino 2004/2005. Revista de Educação Física/Journal of Physical Education, 76 (137); 04-09. Liu, H., Garrett, W. E., Moorman, C. T., & Yu, B. (2012). Injury rate, mechanism, and risk factors of hamstring strain injuries in sports: a review of the literature. Journal of Sport and Health Science, 01 (02); 92-101. Llorens, Á. D. L., Sabater, B. S., Morte, I. M., García, E. M. G., López, S. S., & Guillén, J. F. A. (2017). Anterior cruciate ligament injury in the female athlete: risk and prevention. Archivos de Medicina del Deporte, 34 (05); 288-292. Lloyd, R. S., Cronin, J. B., Faigenbaum, A. D., Haff, G. G., Howard, R., Kraemer, W. J., & Oliver, J. L. (2016). National Strength and Conditioning Association position statement on long-term athletic development. Journal of Strength and Conditioning Research, 30 (06); 1491-1509. Lohmander, L. S., Englund, P. M., Dahl, L. L., & Roos, E. M. (2007). The long-term consequence of anterior cruciate ligament and meniscus injuries: osteoarthritis. The American Journal of Sports Medicine, 35(10), 1756-1769. Longo, U. G., Loppini, M., Berton, A., Marinozzi, A., Maffulli, N., & Denaro, V. (2012). The FIFA 11+ program is effective in preventing injuries in elite male basketball players: a cluster randomized controlled trial. The American Journal of Sports Medicine, 40 (05); 996-1005. Lopes, C. R. (2005). Análise das capacidades de resistência, força e velocidade na periodização de modalidades intermitentes. Dissertação de Mestrado Biodinâmica do Movimento Humano - Universidade de Campinas; UNICAMP. 278


Loturco, I., Pereira, L. A., Kobal, R., Zanetti, V., Gil, S., Kitamura, K., ... & Nakamura, F. Y. (2015a). Half-squat or jump squat training under optimum power load conditions to counteract power and speed decrements in Brazilian elite soccer players during the preseason. Journal of Sports Sciences, 33 (12); 1283-1292. Loturco, I., Nakamura, F. Y., Tricoli, V., Kobal, R., Abad, C. C. C., Kitamura, K., & González-Badillo, J. J. (2015b). Determining the optimum power load in jump squat using the mean propulsive velocity. PloS One, 10 (10); e0140102. Lussac, R.M.P. (2008). Os princípios do treinamento esportivo: conceitos, definições, possíveis aplicações e um possível novo olhar. Lecturas - Revista Digital - Buenos Aires - Año13 - n.121. Maes, F.R., Piemontez, G.R., Martins, A.C.V., Fereira, L., & Muraro, C.F. (2014). Fundamentos do basquetebol com enfase no jump. Revista Mineira de Educação Física, 22 (02); 127-143. Maffiuletti, N. A., Gometti, C., Amiridis, I. G., Martin, A., Pousson, M., & Chatard, J. C. (2000). The effects of electromyostimulation training and basketball practice on muscle strength and jumping ability. International Journal of Sports Medicine, 21 (06); 437-443. Magill, R.A. (2011). Aprendizagem e controle motor – Conceitos e aplicações. 8a. Edição. Phorte; São Paulo. Mahar, M. T., & Rowe, D. A. (2008). Practical guidelines for valid and reliable youth fitness testing. Measurement in Physical Education and Exercise Science, 12 (03); 126-145. 279


Maimón, A. Q., Courel-Ibáñez, J., & Ruíz, F. J. R. (2020). The basketball pass: A systematic review. Journal of Human Kinetics, 71 (01); 275-284. Major, N. M., & Helms, C. A. (2002). MR imaging of the knee: findings in asymptomatic collegiate basketball players. American Journal of Roentgenology, 179 (03); 641-644. Mangine, G. T., Hoffman, J. R., Gonzalez, A. M., Jajtner, A. R., Scanlon, T., Rogowski, J. P., ... & Stout, J. R. (2014). Bilateral differences in muscle architecture and increased rate of injury in national basketball association players. Journal of Athletic Training, 49 (06); 794-799. Manso,

JMG

(1999).

La

fuerza

-

Fundamentacion,

valoracion

y

entrenamiento. Editorial Gymnos; España. Marinho, B. F., & Marins, J. C. B. (2012). Teste de força/resistência de membros superiores: análise metodológica e dados normativos. Fisioterapia em Movimento, 25 (01); 219-230. Markwick, W. J., Bird, S. P., Tufano, J. J., Seitz, L. B., & Haff, G. G. (2015). The intraday reliability of the reactive strength index calculated from a drop jump in professional men’s basketball. International Journal of Sports Physiology and Performance, 10 (04); 482-488. Marques, R. M., Silva, C. Z., & Rubini, F. A. (2006). Avaliação postural por fotogrametria de uma equipe feminina de basquete da I divisão paulista. Brazilian Journal of Physical Therapy, 10 (Sup02); 419-420.

280


Marques Junior, N.K. (2012). Periodização do treino. Educação Física em Revista, 06 (02); 01-34. Marujo, A. F. S. (2014). Efeitos dos programas de exercício na prevenção de lesões nos isquiotibiais, em jogadores de futebol masculino: uma revisão sistemática. Dissertação de Mestrado em Exercício de Saúde, Universidade de Évora; Portugal. Matsudo, V.K.R. (1995). Testes em ciências do esporte. 5a. Edição. Gráficos Burti; São Paulo. Massie, L. W., Buell, T. J., Behrbalk, E., & Shaffrey, C. I. (2020). Back injuries and management of low back pain in basketball. IN: Basketball Sports Medicine and Science. (pp. 509-517). Springer; Berlin, Heidelberg. Matthews, M., O'Conchuir, C., & Comfort, P. (2009). The acute effects of heavy and light resistances on the flight time of a basketball push-pass during upper body complex training. The Journal of Strength & Conditioning Research, 23 (07); 1988-1995. Mazon, J. H., Gastaldi, A. C., de Sousa, N. T., Guirro, R. R., Ribeiro, V. B., Facioli, T. P., ... & Souza, H. C. (2018). Do muscular strength and jump power tests reflect the effectiveness of training programs for basketball athletes?. Motriz: Revista de Educação Física, 24 (04); 01-08. McArdle, WD, Katch, VL & Katch, F (2011). Fisiologia do exercício Nutrição, energia e desempenho humano. 7a. edição. Guanabara Koogan; Rio de Janeiro.

281


McCall, A., Nedelec, M., Carling, C., Le Gall, F., Berthoin, S., & Dupont, G. (2015). Reliability and sensitivity of a simple isometric posterior lower limb muscle test in professional football players. Journal of Sports Sciences, 33 (12),; 1298-1304. McClay, I. S., Robinson, J. R., Andriacchi, T. P., Frederick, E. C., Gross, T., Martin, P., ... & Cavanagh, P. R. (1994). A profile of ground reaction forces in professional basketball. Journal of Applied Biomechanics, 10 (03); 222-236. McCormick, B. T. (2012). Task complexity and jump landings in injury prevention for basketball players. Strength and Conditioning Journal, 34 (02); 89-92. McGill, S. (2010). Core training: Evidence translating to better performance and injury prevention. Strength & Conditioning Journal, 32 (03);, 33-46. McHugh-Pierzina, V. L., Zillmer, D. A., & Giangarra, C. E. (1995). Thoracic compression fracture in a basketball player. Journal of Athletic Training, 30 (02); 163-164. McKay, G. D., Goldie, P. A., Payne, W. R., & Oakes, B. W. (2001). Ankle injuries in basketball: injury rate and risk factors. British Journal of Sports Medicine, 35 (02); 103-108. McMurray, N., Means, G. E., & Stocklin-Enright, T. (2020). Head, neck, and face injuries in basketball. IN: Basketball Sports Medicine and Science (pp. 215-223). Springer, Berlin, Heidelberg. McQuilliam, S. J., Clark, D. R., Erskine, R. M., & Brownlee, T. E. (2020). Free-weight resistance training in youth athletes: A narrative review. Sports Medicine, 01-14. 282


Medeiros, C. T. A., Gomes, F., Souza, P., Moreira, P., Silva, W., & Schuh, C. (2019). Prevalência de dores osteomusculares em jogadores de vasquete de CuibáMT. Connection Line-Revista Eletrônica do UNIVAG, 21; 112-120. Meeuwisse, W. H., Sellmer, R., & Hagel, B. E. (2003). Rates and risks of injury during intercollegiate basketball. The American Journal of Sports Medicine, 31 (03); 379-385. Mendiguchia, J., Martinez-Ruiz, E., Edouard, P., Morin, J. B., MartinezMartinez, F., Idoate, F., & Mendez-Villanueva, A. (2017). A multifactorial, criteriabased progressive algorithm for hamstring injury treatment. Medicine & Science in Sports & Exercise, 49 (07); 1482-1492. Meneses, L. R., Gois Junior, L. E. M., & Almeida, M. B. D. (2016). Análise do desempenho do basquetebol brasileiro ao longo de três temporadas do Novo Basquete Brasil. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 38 (01); 93-100. Meszler, B. & Váczi, M. (2019). Effects of short-term in-season plyometric training in adolescent female basketball players. Physiology International, 106 (02); 168-179. Micheo, W.F., & Amy, E. (2003). Basketball injuries: upper extremity considerations. IN: McKeag, D.B. (Ed) Handbook of Sports Medicine and Science Basketball. Blackwell Science; USA. Minhas, S. V., Kester, B. S., & Hsu, W. K. (2016). Outcomes after lumbar disc herniation in the National Basketball Association. Sports Health, 08 (01); 43-49.

283


Montalvo, A. M., Schneider, D. K., Webster, K. E., Yut, L., Galloway, M. T., Heidt, R. S., ... & Stanfield, D. T. (2019). Anterior cruciate ligament injury risk in sport: A systematic review and meta-analysis of injury incidence by sex and sport classification. Journal of Athletic Training, 54 (05); 472-482. Montgomery, P. G., Pyne, D. B., Hopkins, W. G., Dorman, J. C., Cook, K., & Minahan, C. L. (2008). The effect of recovery strategies on physical performance and cumulative fatigue in competitive basketball. Journal of Sports Sciences, 26 (11); 1135-1145. Moran, R. W., Schneiders, A. G., Mason, J., & Sullivan, S. J. (2017). Do Functional Movement Screen (FMS) composite scores predict subsequent injury? A systematic review with meta-analysis. British Journal of Sports Medicine, 51 (23); 1661-1669. Moreira, P., Gentil, D., & Oliveira, C. D. (2003). Prevalence of injuries of Brazilian Basketball National Team during 2002 season. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 09 (05); 258-262. Moreira, A., de Oliveira, P. R., Okano, H., de Souza, M., & de Arruda, M. (2004). Dinâmica de alteração das medidas de força e o efeito posterior duradouro de treinamento em basquetebolistas submetidos ao sistema de treinamento em bloco. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 10 (04); 243-250. Moreira, A., Freitas, C. G. D., Nakamura, F. Y., & Aoki, M. S. (2010). Percepção de esforço da sessão e a tolerância ao estresse em jovens atletas de

284


voleibol e basquetebol. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano, 12 (05); 345-351. Moreira, A., & Paes, F.O. (2011). Basquetebol. IN: Bohme, M.T.S. (Org) Esporte infantojuvenil – Treinamento a longo prazo e talento esportivo. Phorte; São Paulo. Moreira, P. V., Gonçalves, M., Crozara, L. F., Castro, A., Neto, A. F. A., Goethel, M. F., & Cardozo, A. C. (2015). Effects of fatigue on the neuromuscular capacity of professional soccer players. Isokinetics and Exercise Science, 23 (04); 275-282. Moreno, J., Ramos-Castro, J., Rodas, G., Tarragó, J. R., & Capdevila, L. (2015). Individual recovery profiles in basketball players. The Spanish Journal of Psychology, 18 (e24); 01-10. Morse, K. W., Hearns, K. A., & Carlson, M. G. (2017). Return to play after forearm and hand injuries in the National Basketball Association. Orthopaedic Journal of Sports Medicine, 05 (02); 2325967117690002. Mujika, I., & Padilla, S. (2000). Detraining: loss of training-induced physiological and performance adaptations. Part II. Sports Medicine, 30 (03); 145154. Muscolino, J. E., & Cipriani, S. (2004). Pilates and the “powerhouse”—I. Journal of Bodywork and Movement Therapies, 08 (01); 15-24. Myer, G. D., Ford, K. R., Khoury, J., Succop, P., & Hewett, T. E. (2010). Development and validation of a clinic-based prediction tool to identify female 285


athletes at high risk for anterior cruciate ligament injury. The American Journal of Sports Medicine, 38 (10); 2025-2033. Myer, G. D., Ford, K. R., Khoury, J., Succop, P., & Hewett, T. E. (2011). Biomechanics laboratory-based prediction algorithm to identify female athletes with high knee loads that increase risk of ACL injury. British Journal of Sports Medicine, 45 (04); 245-252. Myers, B. A., Jenkins, W. L., Killian, C., & Rundquist, P. (2014). Normative data for hop tests in high school and collegiate basketball and soccer players. International Journal of Sports Physical Therapy, 09 (05); 596–603. Nakamura, F. Y., Moreira, A., & Aoki, M. S. (2010). Monitoramento da carga de treinamento: a percepção subjetiva do esforço da sessão é um método confiável. Journal of Physical Education, 21 (01); 01-11. Nagano, Y., Ida, H., Akai, M., & Fukubayashi, T. (2011). Effects of jump and balance training on knee kinematics and electromyography of female basketball athletes during a single limb drop landing: pre-post intervention study. Sports Medicine, Arthroscopy, Rehabilitation, Therapy & Technology, 03 (01); 14. Naglah, A., Khalifa, F., Mahmoud, A., Ghazal, M., Jones, P., Murray, T., ... & El-Baz, A. (2018, December). Athlete-customized injury prediction using training load statistical records and machine learning. IN: 2018 IEEE International Symposium on Signal Processing and Information Technology (ISSPIT) (pp. 459464).

286


Nascimento, N. A., &

Melo e Silva, B. G. (2017). Análise do perfil

epidemiológico de lesões esportivas em atletas de futebol profissional. RBFF-Revista Brasileira de Futsal e Futebol, 09 (34); 282-289. Nascimento, M. V. R. Treinamento com pesos para crianças e adolescentes e a especialização precoce. Revista Sociedade Científica, 03 (05); 14-40. Newton, RU & Kraemer, WJ (2015). Treinamento de potência. IN: Hoffman, JR (Org). NSCA - Guia de Condicionamento Físico. Manole; São Paulo. Nikolaidis, P. T., Asadi, A., Santos, E. J., Calleja-González, J., Padulo, J., Chtourou, H., & Zemkova, E. (2015). Relationship of body mass status with running and jumping performances in young basketball players. Muscles, Ligaments and Tendons Journal, 05 (03); 187-194. Nikolic, A. (2018). Plyometric basketball training. Turk Journal Kinesiology, 04 (04); 101-105. Notarnicola, A., Perroni, F., Campese, A., Maccagnano, G., Monno, A., Moretti, B., & Tafuri, S. (2017). Flexibility responses to different stretching methods in young elite basketball players. Muscles, Ligaments and Tendons Journal, 07 (04); 582. Nunes, V., Santos, R. V. D., Wodewotzky, F., Pereira, H. M., Leme, L., Ejnisman, B., & Andreoli, C. V. (2012). Avaliação do déficit de rotação medial e do encurtamento posterior do ombro em jogadores profissionais de basquetebol. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 18 (03); 171-175.

287


Øiestad, B. E., Holm, I., & Risberg, M. A. (2018). Return to pivoting sport after ACL reconstruction: association with osteoarthritis and knee function at the 15year follow-up. British Journal of Sports Medicine, 52 (18); 1199-1204. Okazaki, V. A., Lamas, L., Okazaki, F. A., & Rodacki, A. L. (2013). Efeito da distância sobre o arremesso no basquetebol desempenhado por crianças. Motricidade, 09 (02); 62-73. Okazaki, V. H. A., Teixeira, L. A., & Rodacki, A. L. F. (2008). Arremesso tipo jump no basquetebol: comparaçao entre homens e mulheres. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 29 (03), 189-202. Okoroha, K. R., Haunschild, E. D., Gilat, R., & Cole, B. (2020). Management of ACL injuries in basketball. IN: Basketball Sports Medicine and Science (pp. 351362). Springer, Berlin, Heidelberg. Oliveira, R. F., & Oudejans, R. R. (2005). A ligação entre percepção e acção no lançamento

do

basquetebol.

Disponível

em:

https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/31593094/2005_deOliveira_LigacaoPercepcao AccaoLancamentoBasquetebol.pdf?1374198789=&response-content Verificado em: 01\12\2020. Oliveira, W. K., Jesus, K. D., Andrade, A. D., Nakamura, F. Y., Assumpção, C. O., & Medeiros, A. I. (2018). Monitoring training load in beach volleyball players: a case study with an Olympic team. Motriz: Revista de Educação Física, 24 (01); e1018155.

288


Oliveira Ramalho, G. H. R., Mazini Filho, M. L., Rodrigues, B. M., de Oliveira Venturini, G. R., da Silva Salgueiro, R., Júnior, R. L. P., & de Matos, D. G. (2011). O teste de 1RM para predição da carga no treino de hipertrofia e sua relação com número máximo de repetições executadas. Brazilian Journal of Biomotricity, 05 (03), 168-174. Omi, Y., Sugimoto, D., Kuriyama, S., Kurihara, T., Miyamoto, K., Yun, S., ... & Hirose, N. (2018). Effect of hip-focused injury prevention training for anterior cruciate ligament injury reduction in female basketball players: a 12-year prospective intervention study. The American Journal of Sports Medicine, 46 (04); 852-861. Osiecki, R., Rubio, T. B. G., Coelho, R. L., Novack, L. F., Conde, J. H. S., Alves, C. G., & Malfatti, C. R. M. (2015). The total quality recovery scale (TQR) as a proxy for determining athletes’ recovery state after a professional soccer match. Journal of Exercise Physiology Online, 18 (03); 27-32. Otani, M., & Machado, W. V. (2008). A proposta de desenvolvimento de gestão da manutenção industrial na busca da excelência ou classe mundial. Revista Gestão Industrial, Ponta Grossa, 04 (02); 01-16. Ozen, G., Atar, O., & Koc, H. (2020). The effects of a 6-week plyometric training programme on sand versus wooden parquet surfaces on the physical performance parameters of well-trained young basketball players. Montenegrin Journal of Sports Science and Medicine, 09 (01); 27.

289


Padasala, M., Bhatt, J.H., & D' Onofrio, R. (2019). Effects of kinesio taping on functional performance test with chronic ankle instability in collegiate basketball player. Italian Journal of Sports Rehabilitation and Posturology, 06 (01); 1112 -1150. Padua, E., D’Amico, A. G., Alashram, A., Campoli, F., Romagnoli, C., Lombardo, M., ... & Annino, G. (2019). Effectiveness of warm-up routine on the ankle injuries prevention in young female basketball players: a randomized controlled trial. Medicina, 55 (10); 690. Palma-Muñoz, I., Ramírez-Campillo, R., Azocar-Gallardo, J., Álvarez, C., Asadi, A., Moran, J., & Chaabene, H. (2018). Effects of progressed and nonprogressed volume-based overload plyometric training on components of physical fitness and body composition variables in youth male basketball players. Journal of Strenth and Conditioning Research, 1-10. Pappas, G. P., Vogelsong, M. A., Staroswiecki, E., Gold, G. E., & Safran, M. R. (2016). Magnetic resonance imaging of asymptomatic knees in collegiate basketball players: the effect of one season of play. Clinical Journal of Sport Medicine: Official Journal of the Canadian Academy of Sport Medicine, 26 (06); 483. Park, I. S., Lee, K. J., Han, J. W., Lee, N. J., Lee, W. T., & Park, K. A. (2009). Experience-dependent plasticity of cerebellar vermis in basketball players. The Cerebellum, 08 (03); 334. Parkkari, J., Kujala, U. M., & Kannus, P. (2001). Is it possible to prevent sports injuries?. Sports Medicine, 31 (14); 985-995.

290


Patel, B. & Home, A.D. (2017). Treinamento para basquete. IN: Liebenson, G (org). Treinamento Funcional na Prática Desportiva e Reabilitação Neuromuscular. ArtMed; Porto Alegre. Patel, B. H., Okoroha, K. R., Jildeh, T. R., Lu, Y., Baker, J. D., Nwachukwu, B. U., ... & Forsythe, B. (2020). Adductor injuries in the National Basketball Association: an analysis of return to play and player performance from 2010 to 2019. The Physician and Sportsmedicine, 01-08. Pehar, M., Sekulic, D., Sisic, N., Spasic, M., Uljevic, O., Krolo, A., & Sattler, T. (2017). Evaluation of different jumping tests in defining position-specific and performance-level differences in high level basketball players. Biology of Sport, 34 (03); 263-272. Penteado, P. C., Marchetto, A., Nunes Neto, J. F., & Pereira, P. P. (2003). Tratamento cirúrgico das lesões do ligamento cruzado anterior. Revista Joelho, 03 (01); 19-24. Pereira, R., Machado, M., Miragaya dos Santos, M., Pereira, L. N., & Sampaio-Jorge, F. (2008). Muscle activation sequence compromises vertical jump performance. Serbian Journal of Sports Science, 02 (03); 85-90. Pereira, B., & Souza Junior, T.P. (2003). Dimensões biológicas do treinamento físico.Phorte; São Paulo. Peterson, M. D., Rhea, M. R., & Alvar, B. A. (2005). Applications of the doseresponse for muscular strength development: a review of meta-analytic efficacy and

291


reliability for designing training prescription. The Journal of Strength & Conditioning Research, 19 (04); 950-958. Petway, A. J., Freitas, T. T., Calleja-González, J., Torres-Ronda, L., & Alcaraz, P. E. (2020). Seasonal variations in game activity profiles and players’ neuromuscular performance in collegiate division I basketball: Non-conference vs. Conference Tournament. Frontiers, 02; 59270. Piedra, A., Pena, J., Ciavattini, V., & Caparrós, T. (2020). Relationship between injury risk, workload, and rate of perceived exertion in professional women's basketball. Apunts Sports Medicine, 55 (206); 71-79. Pinno, CR & González, FJ. (2005). A musculação e o desenvolvimento da potência muscular nos esportes coletivos de invasão: uma revisão bibliográfica na literatura brasileira. Revista da Educação Física\UEM, 16 (02); 203-211. Pinto, J. C. B. D. L., Menezes, T. C. B., Fortes, L. D. S., & Mortatti, A. L. (2018). Monitoring stress, mood and recovery during successive basketball matches. Journal of Physical Education and Sport, 18 (02); 677-685. Pires, G. P., Pires, K. C., & Junior, A. J. F. (2017). Efeitos de 14 semanas de treinamento de força com periodização linear e ondulatória diária nas variáveis cinemáticas de jovens atletas de natação competitiva. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 39 (03); 291-298. Piucco, T., Santos, S. G., Pacheco, A. G., Souza, P. D., & Reis, D. C. (2007). Magnitude dos impactos durante as aterrissagens no basquete associado com lesões

292


nos membros inferiores. IN: Apresentado no XII Congresso Brasileiro de Biomecânica, Rio Claro. Platonov, V. (2008). Tratado geral de treinamento desportivo. Phorte; São Paulo. Plisky, P. J., Rauh, M. J., Kaminski, T. W., & Underwood, F. B. (2006). Star Excursion Balance Test as a predictor of lower extremity injury in high school basketball players. Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy, 36 (12); 911919. Pojskić, H., Šeparović, V., Muratović, M., & Užičanin, E. (2014). The relationship between physical fitness and shooting accuracy of professional basketball players. Motriz: Revista de Educação Física, 20 (04); 408-417. Poliquin, C. (1997). The Poliquin Principles - Sucess methods for strength and mass development. Dayton Writers Group; USA. Powers, C. M. (2010). The influence of abnormal hip mechanics on knee injury: a biomechanical perspective. Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy, 40 (02); 42-51. Pożarowszczyk, B., Gołaś, A., Chen, A., Zając, A., & Kawczyński, A. (2018). The Impact of post activation potentiation on Achilles tendon stiffness, elasticity and thickness among basketball players. Sports, 06 (04); 117. Price, M. (2018). Microdosing and in-season strength maintenance with the LA Kings’ Matt Price. Disponível em: https://1080motion.com/microdosing-in-seasonstrength-matt-price/ Verificado em: 22\01\2021. 293


Radjo, I., Handzic, O,. Manic, G., Mahnutovic, I., Alic, H., & Colakhodzik, E. (2013). Asymmetry in strength of thigh muscles in basketball players. Technics Technologies Education Management, 08 (02); 723-728. Ramachandran, S., & Pradhan, B. (2014). Effects of short-term two weeks low intensity plyometrics combined with dynamic stretching training in improving vertical jump height and agility on trained basketball players. Indian Journal of Physiology and Pharmacology, 58 (02); 133-136. Ramos et al (2010). Características fisiológicas, podológicas y somatométricas del jugador profesional de baloncesto. Archivos De Medicina Del Deporte, 136; 8494. Ratamess, N.A. (2015). Treinamento de força. IN: Hoffman, JR (Org). NSCA Guia de Condicionamento Físico. Manole; São Paulo. Ré, A.H.N. & Bojikian, L.P. (2011). Capacidades e habilidades motoras. IN: Böhme, M.T.S. (Org.). Esporte infanto-juvenil – Treinamento a longo prazo e talento esportivo. Phorte; São Paulo. Rebai, H., Zarrouk, N., Ghroubi, S., Sellami, M., Ayedi, F., Baklouti, S., ... & Elleuch, M. (2012). Long-term basketball playing enhances bone mass and isokinetic muscle strength. Isokinetics and Exercise Science, 20 (03); 221-227. Reina Román, M., García-Rubio, J., Feu, S., & Ibáñez, S. J. (2019). Training and competition load monitoring and analysis of women's amateur basketball by playing position: approach study. Frontiers in Psychology, 9, 2689.

294


Reis, M. A. S., Guiselini, M. A., Nardi, P. S. M., Junior, G. D. B. V., & Marchetti, P. H. (2015). Avaliação indireta da força dos músculos do core em iniciantes de academia. Revista CPAQV, 07 (01); 01-09. Ribas, E.O. (2009). Efeitos do treinamento de força balístico na potência anaeróbia alática em jogadores de futebol da equipe universitária masculina da UFRGS. Monografia de Conclusão de Curso - Licenciatura em Educação Física UFRGS. Ribeiro, A.M. (2009). Forma desportiva em futebol: mais do que um desempenho individual, uma manifestação das regularidades da equipe. Monografia de Licenciatura em Desporto – Treino de Alto Rendimento, Universidade do Porto; Portugal. Rice, P. E., Goodman, C. L., Capps, C. R., Triplett, N. T., Erickson, T. M., & McBride, J. M. (2017). Force–and power–time curve comparison during jumping between strength-matched male and female basketball players. European Journal of Sport Science, 17 (03); 286-293. Rimmer, E., & Sleivert, G. (2000). Effects of a plyometrics intervention program on sprint performance. The Journal of Strength & Conditioning Research, 14 (03); 295-301. Robalo, R. (2009). Periodização de um macrociclo para o desenvolvimento da força - basquetebol (A nível Sénior). Universidade Técnica de Lisboa, Faculdade de Motricidade Humana; Portugal.

295


Robalo, R. A. M. (2012). Variáveis de controlo do drible no basquetebol: análise em situação de 1 vs 1. Dissertação de Mestrado em Treino Desportivo Universidade Técnica de Lisboa, Faculdade de Motricidade Humana; Portugal. Rocha, C. D., Ugrinowitsch, C., & Barbanti, V. J. (2005). A especificidade do treinamento e a habilidade de saltar verticalmente. Um estudo com jogadores de basquetebol e voleibol de diferentes categorias. Revista Digital EFDesportes, 10, 84. Roden, D., Lambson, R., & DeBeliso, M. (2014). The effects of a complex training protocol on vertical jump performance in male high school basketball players. Journal of Sports Science, 2, 21-26. Rodrigues, A. (2014). Organização do treinamento no basquetebol: um estudo de um macrociclo de 20 semanas para praticantes da categoria sub 14. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP; Campinas. Rodríguez-Rosell, D., Mora-Custodio, R., Franco-Márquez, F., Yáñez-García, J. M., & González-Badillo, J. J. (2017). Traditional vs. sport-specific vertical jump tests: reliability, validity, and relationship with the legs strength and sprint performance in adult and teen soccer and basketball players. The Journal of Strength & Conditioning Research, 31 (01); 196-206. Román, P. Á., Villar Macias, F. J., & García Pinillos, F. (2017). Effects of a contrast training programme on jumping, sprinting and agility performance of prepubertal basketball players. Journal of Sports Sciences, 36 (07); 802-808. Romero-Caballero, A., Alvarez-Salvador, D., Collado-Lazaro, I., & VarelaOlalla, D. (2020). Sports training: planning methods, methodological practices and 296


load management in basketball, soccer, futsal and tennis. Science Performance and Science Reports, v.01, 108. Rosa, E. A. C., Lima, G. F., & Gonçalves, M. F. M. (2017). Resposta do treinamento de força específico no desempenho do arremesso no basquetebol. Monografia de Conclusão de Curso - Bacharel em Educação Física, Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium; Lins. Saeterbakken, A. H., Fimland, M. S., Navarsete, J., Kroken, T., & van der Tillaar, R. (2015). Muscle activity, and the association between core strength, core endurance and core stability. Journal of Novel Physiotherapy and Physical Rehabilitation, 02 (02); 28-34. Salate, A. C. B. (2019). Síndromes por overuse em tendão calcâneo. Fisioterapia Brasil, 03 (06), 351-355. Salgado-Sánchez, I., Sedano-Campo, S., Benito-Trigeros, A., IzquierdoVelasco, J.M., & Cuadrado-Saénz, G. (2009). Anthropometric profile of Spanish female basketball players. Analysis by level and by playing position. International Journal of Sport Science, 15 ()5); 01-16. Salim, A. T., & Ali, W. H. (2020). Consecutive case study of detraining on some functional, physical, body and compound skills variables In advance basketball players. Journal of Physical Education, 32 (01); 12-17. Sánchez-Sánchez, M. (2007). El acondicionamiento físico en baloncesto. Apunts. Medicina de l'Esport, 42 (154); 99-107.

297


Sannicandro, I., & Cafano, G. (2017). Core Stability Training and Jump Performance in Young Basketball Players‖. International Journal of Science and Research, 06 (05); 479-482. Sañudo, B., Sánchez-Hernández, J., Bernardo-Filho, M., Abdi, E., Taiar, R., & Núñez, J. (2019). Integrative neuromuscular training in young athletes, injury prevention, and performance optimization: A systematic review. Applied Sciences, 09 (18); 3839. Sansone, P., Tschan, H., Foster, C., & Tessitore, A. (2020). Monitoring training load and perceived recovery in female basketball: implications for training design. The Journal of Strength & Conditioning Research, 34 (10); 2929-2936. Santana, J.C. (2017). Treinamento funcional. Manole; São Paulo. Santana, J. C., McGill, S. M., & Brown, L. E. (2015). Anterior and posterior serape: The rotational core. Strength & Conditioning Journal, 37 (05); 08-13. Santos, E. J., & Janeira, M. A. (2008). Effects of complex training on explosive strength in adolescent male basketball players. The Journal of Strength & Conditioning Research, 22 (03); 903-909. Santos, E. J., & Janeira, M. A. (2009). Effects of reduced training and detraining on upper and lower body explosive strength in adolescent male basketball players. The Journal of Strength & Conditioning Research, 23 (06); 1737-1744. Santos, F. V. D. (2006). Relacionamento entre alguns tipos de força e a velocidade de deslocamento em jogadores de basquetebol juvenil. Dissertação de

298


Mestrado - Departamento de Educação Física, Setor de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná; Paraná. Sargentim, S. (2013). Treinamento funcional. IN: Arruda, M., Santi Maria, T., Campeiz, J.M., Cossio-Bolaños, M.A.(Org.) Futebol: Ciências aplicadas ao jogo e ao treinamento. Phorte; São Paulo. Sato, K. & Shimokochi, Y. (2017). Basquetebol. IN: Liebenson, G (org). Treinamento Funcional na Prática Desportiva e Reabilitação Neuromuscular. ArtMed; Porto Alegre. Scanlan, A., Humphries, B., Tucker, P. S., & Dalbo, V. (2014). The influence of physical and cognitive factors on reactive agility performance in men basketball players. Journal of Sports Sciences, 32 (04); 367-374. Schelling, X., Calleja-Gonzalez, J., & Terrados, N. C. (2014). Testosterone, cortisol, training frequency and playing time in elite basketball players. International SportMed Journal, 15 (03); 275-284. Schelling, X., Calleja-González, J., Torres-Ronda, L., & Terrados, N. (2015). Using testosterone and cortisol as biomarker for training individualization in elite basketball: A 4-year follow-up study. The Journal of Strength & Conditioning Research, 29 (02); 368-378. Schelling, X., & Torres-Ronda, L. (2016). An integrative approach to strength and neuromuscular power training for basketball. Strength & Conditioning Journal, 38 (03); 72-80.

299


Schiltz, M., Lehance, C., Maquet, D., Bury, T., Crielaard, J. M., & Croisier, J. L. (2009). Explosive strength imbalances in professional basketball players. Journal of Athletic Training, 44 (01); 39-47. Sena, K.S. & Grecco, M. V. (2015). Durabilidade do aumento da potência do salto vertical em jogadores de voleibol juvenil após um treino de força pura. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício, 14 (01); 22-27. Serner, A., Jakobsen, M. D., Andersen, L. L., Hölmich, P., Sundstrup, E., & Thorborg, K. (2014). EMG evaluation of hip adduction exercises for soccer players: implications for exercise selection in prevention and treatment of groin injuries. British Journal of Sports Medicine, 48 (14); 1108-1114. Shaji, J., & Isha, S. (2009). Comparative analysis of plyometric training program and dynamic stretching on vertical jump and agility in male collegiate basketball player. Al Ame en J Med Sci, 02 (01); 36-46. Shalfawi, S. A., Sabbah, A., Kailani, G., Tønnessen, E., & Enoksen, E. (2011). The relationship between running speed and measures of vertical jump in professional basketball players: a field-test approach. The Journal of Strength & Conditioning Research, 25 (11); 3088-3092. Sciascia, A., & Kibler,W.B. (2017). Reabilitação do ombro não cirúrgica utilizando as cadeias cinéticas. IN: Liebenson, G. (Org). Treinamento funcional na prática desportiva e reabilitação neuromuscular. ArtMed; Porto Alegre.

300


Shekhawat, B. P. S., & Chauhan, G. S. (2020). Effect of circuit training on selected strength variables of adolescent male basketball players. International Journal of Physiology, Nutrition and Physical Education, 05 (02); 290-293. Siebold, R., & Karidakis, G. (2016). ACL tear: Complete and partial, associated to medial and lateral damage. IN: Arthroscopy (pp. 209-216). Springer, Berlin, Heidelberg. Siegmund, J. A., Huxel, K. C., & Swanik, C. B. (2008). Compensatory mechanisms in basketball players with jumper’s knee. Journal of Sport Rehabilitation, 17 (04); 358-371. Silfies, S. P., Ebaugh, D., Pontillo, M., & Butowicz, C. M. (2015). Critical review of the impact of core stability on upper extremity athletic injury and performance. Brazilian Journal of Physical Therapy, (AHEAD), 00. Šimonek, J., Horička, P., & Hianik, J. (2017). The differences in acceleration, maximal speed and agility between soccer, basketball, volleyball and handball players. Journal of Human Sport and Exercise, 12 (01), 73-82. Sinsurin, K., Vachalathiti, R., Jalayondeja, W., & Limroongreungrat, W. (2013). Altered peak knee valgus during jump-landing among various directions in basketball and volleyball athletes. Asian Journal of Sports Medicine, 04 (03), 195. Siu, R., Ling, S. K., Fung, N., Pak, N., & Yung, P. S. (2020). Prognosis of elite basketball players after an Achilles tendon rupture. Asia-Pacific Journal of Sports Medicine, Arthroscopy, Rehabilitation and Technology, 21; 5-10.

301


Soares-Caldeira, L. F., de Souza, E. A., de Freitas, V. H., de Moraes, S. M., Leicht, A. S., & Nakamura, F. Y. (2014). Effects of additional repeated sprint training during preseason on performance, heart rate variability, and stress symptoms in futsal players: a randomized controlled trial. The Journal of Strength & Conditioning Research, 28 (10); 2815-2826. Sorenson, E. A. (2009). Functional movement screen as a predictor of injury in high school basketball athletes. Doctoral Dissertation - Departament of Human Physiology, University of Oregon; USA. Sousa, A. S., & Tavares, J. M. (2010). A marcha humana: uma abordagem biomecânica. Proc. 1st ICH Gaia-Porto, Portugal. Spiteri, T., Nimphius, S., Hart, N. H., Specos, C., Sheppard, J. M., & Newton, R. U. (2014). Contribution of strength characteristics to change of direction and agility performance in female basketball athletes. The Journal of Strength & Conditioning Research, 28 (09); 2415-2423. Stojanović, E., Stojiljković, N., Scanlan, A. T., Dalbo, V. J., Berkelmans, D. M., & Milanović, Z. (2018). The activity demands and physiological responses encountered during basketball match-play: a systematic review. Sports Medicine, 48 (01); 111-135. Strasunskas, D. (2020). Impact of strength training on basketball athletes. Thesis for BS degree Faculty of Sport and Social Education - University of Iceland; Iceland.

302


Struzik, A., Pietraszewski, B., & Zawadzki, J. (2014). Biomechanical analysis of the jump shot in basketball. Journal of Human Kinetics, 42 (01); 73-79. Suchomel, W. & Comfort, P. (2018). Developing muscular strength and power. IN: Turner, A. & Comfort, P. (Org.). Advanced Strength and Conditioning - An Evidence-Based Approach. Routledge; New York. Schwellnus, M., Soligard, T., Alonso, J. M., Bahr, R., Clarsen, B., Dijkstra, H. P., ... & Van Rensburg, C. J. (2016). How much is too much?(Part 2) International Olympic Committee consensus statement on load in sport and risk of illness. British Journal of Sports Medicine, 50 (17); 1043-1052. Svilar, L. (2018). Load monitoring and management in elite basketball. Doctoral Thesis - Faculty of Physical Activity and Sport Sciences, The University of Basque Country. Vitoria-Gasteiz; Spain. Taleb, N.N. (2015). A lógica do cisne negro - O impacto do altamente improvável. 9a. Edição. Best Business; Rio de Janeiro. Talukder, H., Vincent, T., Foster, G., Hu, C., Huerta, J., Kumar, A., ... & Simpson, S. (2016). Preventing in-game injuries for NBA players. IN: Proceedings of the MIT Sloan Sports Analytics Conference, Boston, MA, USA (pp. 11-12). Tarragó J. R., Massafret-Marimón M., Seirul·lo F., Cos F. (2019) Training in team sports: structured training in the FCB. Apunts, Educación Física y Deportes, 137 (03); 103–114.

303


Tartaruga, L. A. P., Tartaruga, M. P., Black, G. L., Coertjens, M., Ribas, L. R., & Kruel, L. F. M. (2005). Comparação do ângulo da articulação subtalar durante velocidades submáximas de corrida. Acta Ortopédica Brasileira, 13 (02); 57-60. Tavares, F., & Veleirinho, A. (1999). Estudo comparativo das acções ofensivas desenvolvidas em situação de jogo formal e de jogo reduzido numa equipa de basquetebol de iniciados. Movimento (ESEFID/UFRGS), 05 (11); 57-64. Taylor, L. W., Wilborn, C., Roberts, M. D., White, A., & Dugan, K. (2016). Eight weeks of pre-and postexercise whey protein supplementation increases lean body mass and improves performance in Division III collegiate female basketball players. Applied Physiology, Nutrition, and Metabolism, 41 (03); 249-254. Tebet, M.A. (2014). Biomecânica da coluna vertebral. IN: Pudles, E., & Defino, H.L.A. (Org). A coluna vertebral: conceitos básicos. ArtMed; Port Alegre. Teixeira, C.V.L.S. & Guedes Jr, D.P. (2014). Musculação funcional. Phorte; São Paulo. Terry, G. C., & Chopp, T. M. (2000). Functional anatomy of the shoulder. Journal of Athletic Training, 35 (03); 248-255. Thiengo, C. R., Garcia, A. T. A. T., Gomes, R. V., Moreira, A., Massa, M., Marquez, W. Q., ... & Aoki, M. S. (2015). Efeito da preparação integrada sobre a aptidão aeróbia, a potência e a velocidade de jovens futebolistas. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, 23 (04); 139-149.

304


Thomas, C., Comfort, P., Jones, P. A., & Dos' Santos, T. (2017). Strength and conditioning for netball: A needs analysis and training recommendations. Strength & Conditioning Journal, 39 (04); 10-21. Thompson, J., & Baravarian, B. (2011). Acute and chronic Achilles tendon ruptures in athletes. Clinics in Podiatric Medicine and Surgery, 28 (01); 117-135. Tibana, R.A, Souza, N.M.F., & Prestes, J. (2017). Programas de condicionamento extremo - planejamento e princípios. Manole; São Paulo. Townsend, J. R., Bender, D., Vantrease, W. C., Hudy, J., Huet, K., Williamson, C., ... & Mangine, G. T. (2019). Isometric Midthigh Pull Performance Is Associated With Athletic Performance and Sprinting Kinetics in Division I Men and Women's Basketball Players. The Journal of Strength & Conditioning Research, 33 (10); 26652673. Tubino, M.J.G. & Moreira, S.B. (2003). Metodologia Científica do Treinamento Desportivo. Shape; Rio de Janeiro. Tummala, S. V., Hartigan, D. E., Makovicka, J. L., Patel, K. A., & Chhabra, A. (2018). 10-year epidemiology of ankle injuries in men’s and women’s collegiate basketball. Orthopaedic Journal of Sports Medicine, 06 (11); 2325967118805400. Țurcas, O. M., & Fotin, A. (2017). The evolution and the characteristics of wooden flooring for gym and sports courts. PRO LIGNO, 13 (03); 37-44. Turner, A & Comfort, P (2018). Advanced strength and conditioning - An evidence-based approach. Routledge; New York.

305


Turner, A. & Comfort, P. (2018a). Periodisation. IN: Turner, A & Comfort, P (Org). Advanced strength and conditioning - An evidence-based approach. Routledge; New York. Urio, P. B. (2015). Efeitos do treinamento concorrente na força, hipertrofia, potência e resistência aeróbia: uma revisão sistemática. Monografia de Bacharelado em Educação Física - Universidade Tecnológica Federal do Paraná; Paraná. Valle, C. (s\data). Is Minimum Effective Dose the Right (or Wrong) Approach for

Performance?

Disponível

em:

https://simplifaster.com/articles/minimum-

effective-dose-pros-cons/ Verificado em: 23\01\2021. Vallés Ortega, C. (2017). Optimización del rendimiento en un jugador de baloncesto durante el periodo transitorio. Master Universitario en Entrenamiento Personal - Universidad de Granada - Facultad de Ciencias del Deporte; España. Vanrenterghem, J., Lees, A., Lenoir, M., Aerts, P., & De Clercq, D. (2004). Performing the vertical jump: movement adaptations for submaximal jumping. Human Movement Science, 22 (06); 713-727. Vasconcelos, M. C. P., & de Souza, D. P. M. M. A. (s\data). Mobilização neural na reabilitação da síndrome do ombro doloroso–Artigo de Revisão. Disponível em: https://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/33/195__A_MobilizaYYo_Neural_na_ReabilitaYYo_da_SYndrome_do_Ombro_Doloroso__Artigo_de_RevisYo.pdf Verificado em: 28\10\2020. Venegas, M.; Miró, M. & Salinas, H. (2019). Test de Venegas: valoración de la resistencia elástico-explosiva. Revista de Entrenamiento Deportivo, 33 (04); 01-18. 306


Vera-García, F. J., Barbado, D., Moreno-Pérez, V., Hernández-Sánchez, S., Juan-Recio, C., & Elvira, J. L. L. (2015). Core stability: evaluación y criterios para su entrenamiento. Revista Andaluza de Medicina del Deporte, 08 (03); 130-137. Viel, E. (2001). A marcha humana, a corrida e o salto: Biomecânica, investigações, normas e disfunções. Manole; São Paulo. Vretaros, A. (2002). Metodologia do treino de força no tênis de campo. Lecturas EFDeportes - Revista Digital - Buenos Aires, año08, n.47. Vretaros, A. (2003). Aspectos da força muscular e suas possíveis implicações na preparação dos jogadores do tênis de campo. Lecturas EFDeportes - Revista Digital - Buenos Aires, año09, n.64. Vretaros, A. (2008). Força motora no tênis de campo: uma breve revisão. Lecturas EFDeportes - Revista Digital - Buenos Aires, año13, n. 120. Vretaros, A. (2015). Futebol: Bases científicas da preparação de força. EBook; São Paulo. Vretaros, A. (2015a). O treinamento funcional na preparação física de jogadores do tênis de campo. Lecturas: Educación Física y Deportes (Buenos Aires), año20, n.206. Vretaros, A. considerações

(2016).

Treinamento

funcional

metodológicas.

nos

esportes:

Disponível

algumas em:

https://www.researchgate.net/profile/Adriano_Vretaros3/publication/301348116_Trei namento_funcional_nos_esportes_algumas_consideracoes_metodologicas/links/5714 1ab308ae39beb87cef1d.pdf Verificado em: 28\11\2020. 307


Vretaros, A. (2017). Como Gerenciar as LESÕES ESPORTIVAS? Disponível em:

https://adrianovretaros.blogspot.com/2017/04/como-gerenciar-as-lesoes-

esportivas.html Verificado em: 15\12\2020. Vukasevic, V., Mitrovic, M., & Masanovic, B. (2020). A comparative study of motor ability between elite basketball players from different regions. Sport Mont, 18 (01); 03-07. Wang, H. K., Chen, C. H., Shiang, T. Y., Jan, M. H., & Lin, K. H. (2006). Riskfactor analysis of high school basketball–player ankle injuries: A prospective controlled cohort study evaluating postural sway, ankle strength, and flexibility. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation, 87 (06); 821-825. Waters, E. (2012). Suggestions from the field for return to sports participation following anterior cruciate ligament reconstruction: basketball. Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy, 42 (04); 326-336. Weineck, J (2003). Treinamento ideal. Manole; São Paulo. Weiss, K. (2017). Quantification of Load and Lower Limb Injury in Men’s Professional Basketball. Doctoral Dissertation; Auckland University of Technology. Wellsandt, E., Axe, M. J., & Snyder-Mackler, L. (2018). Poor performance on Single-Legged hop tests associated with development of posttraumatic knee osteoarthritis after anterior cruciate ligament injury. Orthopaedic Journal of Sports Medicine, 06 (11); 2325967118810775.

308


West, S. W., Clubb, J., Torres-Ronda, L., Howells, D., Leng, E., Vescovi, J. D., ... & Windt, J. (2020). More than a Metric: How Training Load is Used in Elite Sport for Athlete Management. International Journal of Sports Medicine, 00. Williams, J. M., & Andersen, M. B. (2007). Psychosocial antecedents of sport injury and interventions for risk reduction. IN: G. Tenenbaum & R. C. Eklund (Eds.), Handbook of Sport Psychology (p. 379–403). John Wiley & Sons; USA. Wilson, J. M., Marin, P. J., Rhea, M. R., Wilson, S. M., Loenneke, J. P., & Anderson, J. C. (2012). Concurrent training: a meta-analysis examining interference of aerobic and resistance exercises. The Journal of Strength & Conditioning Research, 26 (08); 2293-2307. Winwood, P. W., Cronin, J. B., Keogh, J. W., Dudson, M. K., & Gill, N. D. (2014). How coaches use strongman implements in strength and conditioning practice. International Journal of Sports Science & Coaching, 09 (05); 1107-1125. Wojtys, E. M., Huston, L. J., Boynton, M. D., Spindler, K. P., & Lindenfeld, T. N. (2002). The effect of the menstrual cycle on anterior cruciate ligament injuries in women as determined by hormone levels. The American Journal of Sports Medicine, 30 (02), 182-188. Worobel, M. (2020). Stability training and effectiveness of playing basketball. Central European Journal of Sport Sciences and Medicine, 30 (02); 85-95. Yengo-Kahn, A. M., Zuckerman, S. L., Stotts, J., Zalneraitis, B. H., Gardner, R. M., Kerr, Z. Y., & Solomon, G. S. (2016). Performance following a first professional

309


concussion among National Basketball Association players. The Physician and Sportsmedicine, 44 (03); 297-303. Zajac, A., Waskiewicz, Z., Poprzecki, S., & Cholewa, J. (2003). Effects of creatine and HMß supplementation on anaerobic power and body composition in basketball players. Journal of Human Kinetics, 10; 95-108. Zakharov, A. (1992). Ciência do treinamento desportivo. Palestra; Rio de Janeiro. Zatsiorsky, V. & Kraemer, W.J. (2008). Ciência e prática do treinamento de força. 2a. edição. Phorte; São Paulo. ZeDDe, P., Mela, F., Del Prete, F., MaSIa, F., & Manunta, A. F. (2014). Meniscal injuries in basketball players. Joints, 02 (04); 192-196. Ziv, G., & Lidor, R. (2010). Vertical jump in female and male basketball players—A review of observational and experimental studies. Journal of Science and Medicine in Sport, 13 (03); 332-339. Zourdos, M. C., Klemp, A., Dolan, C., Quiles, J. M., Schau, K. A., Jo, E., & Blanco, R. (2016). Novel resistance training–specific rating of perceived exertion scale measuring repetitions in reserve. The Journal of Strength & Conditioning Research, 30 (01); 267-275.

310


PÁGINA EM BRANCO

311


PÁGINA EM BRANCO

312


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.