[LUA NITSCHE] Monografia

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[AES] Arquitetura, Educação e Sociedade Escola da Cidade, 2014 - 2015

QUESTÕES DO ESTÚDIO VERTICAL NA ESCOLA DA CIDADE Monografia | Lua Nitsche | Fevereiro 2016


2


Índice

Introdução Importância do E.V. Escolha do tema na disciplina do E.V. Dinâmica do E.V.

Estratégias de orientação das equipas

Organização do E.V.

Temas de 2009 - 2014

Exemplo de um exercício do E.V.

Análise crítica e propositiva

Objetivos

Bases

Conteúdo programático

Metodologia

Etapas de trabalho

Critérios de avaliação

Resultados do E.V Potenciais do E.V. Propostas 1


2


Introdução

O presente trabalho se propõe a analisar a discipli- Muitas das questões não terão respostas, mas serna do Estúdio Vertical (E.V.) entre os anos de 2009 e virão de reflexão e conscientização para melhor en2014 a fim de sugerir o seu aprimoramento, tendo tendimento e aprimoramento dos exercícios. em vista que este era um dos objetivos do curso de Pós-graduação da Escola da Cidade: Arquitetura, Educação e Sociedade (AES). Palestras sobre pedagogia e métodos de trabalho de professores e arquitetos de outras universidades me levaram a uma reflexão sobre a disciplina do E.V. O E.V. tem como proposta central projetos urbanos (ainda que possam ser desenvolvidos projetos em territórios não urbanizados) que devem ser desenvolvidos em equipe e abordar temas amplos tais como: ocupação do território, infraestruturas urbanas, construções de grande porte, etc. Este trabalho levanta questões sobre o E.V. a partir da minha experiência como professora entre 2009 e 2014, no intuito de encontrar caminhos para consolidação dos propóstios da disciplina e melhoria pedagógica, a partir da análise de sua história, estrutura de organização, processo ao longo do semestre e resultados produzidos. 3


Importância do E.V.

O Estúdio Vertical tem um significado importante Também é a disciplina onde faz mais sentido a na escola da cidade por diversas razões: multidisciplinaridade, uma questão amplamente debatida na Escola e um dos propósitos originais • primeiro por representar parte significativa da do E.V. carga horária dos alunos. O E.V. é realizado toda segunda, terça e quinta feira das 17:30 às 20:30, Além disso o E.V. tem a liberdade curricular que somando 9 horas semanais de curso. É a disciplina permite variações de tema, de abordagens e de escala. É uma disciplina que pode se relacionar com maior carga horária no curso de graduação de diretamente com temas da atualidade, como por arquitetura da Escola da Cidade. exemplo a proposição de exercícios ligados a um • Segundo porque o E.V. e a única disciplina que propõe sistematicamente trabalhos em equipe. As equipes são compostas por cinco alunos variando do segundo ao quinto ano. (daí o adjetivo vertical).

novo plano diretor, ao zoneamento urbano, à construção de um novo porto no Litoral e suas relações com a exploração do pré-sal, a construção de equipamentos esportivos para as olimpíadas, etc.

Portanto é no E.V. que os alunos têm a maior oportunidade de propor projetos ou reflexões de maior • Terceiro porque os períodos de E.V. são um mo- abrangência. E isto está relacionado com o propósito também político e com o posicionamento da mento de debate e argumentação que não ocorre Escola da Cidade, cuja filosofia é formar arquitetos em outras disciplinas da Escola de forma tão pre- com capacidade de atuar no âmbito da cidade, do ponderante. planejamento da sociedade, não apenas de projetar edifícios isolados. • Quarto, porque, justamente por ser um exercício em equipe, o E.V. possibilita trabalhar em escalas maiores e mais complexas que a de um edifício. 4


Escolha do tema na disciplina do E.V.

Apesar da abertura, flexibilidade e liberdade, aci- escolha dos temas contribuirá para a posição polítima mencionadas, para a escolha do tema dos se- ca e social da Escola. mestres, há uma desconexão de temas entre um semestre e outro. Os temas são definidos em reuniões do corpo docente antes do início das aulas. Geralmente há 3 ou 4 hipóteses trazidas pelos próprios professores, algumas vezes há consenso e outras vezes a escolha envolve um pequeno debate e uma votação. Se, por um lado, isto permite liberdade, flexibilidade, atualidade do tema e também experimentações diversas, por outro dificulta ou pode dificultar a coerência e a formação de um conjunto. O E.V. tem potencial para criar uma rica base de dados de referência não só para alunos e professores da Escola, mas também para outras instituições (faculdades, órgãos públicos, ONGs, etc.). Portanto se houver uma linha condutora dos temas, que seja mais consistente e parte de um plano maior, pode-se chegar a resultados com maior potencial para contribuição com a sociedade em geral. Saber com clareza e objetividade quais diretrizes ou quais parâmetros devem ser levados em consideração na 5


Dinâmica do E.V.

Calendário 1º semestre 2014 · Planejamento didático seg

ter

qua

qui

sex

ARQUITETURA

TECNOLOGIA

DESENHO CONVERSAS

HISTÓRIA

URBANISMO

30

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01 janeiro

02

03

04

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07

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24

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semana 1

27

28

29

30

31

01 fevereiro

semana 2

03 Início Pós

E.V. E.V. 17 E.V. 24 E.V.

04

06

08

APRESENTAÇÃO DO EXERCÍCIO

11

12

E.V. E.V. 20 E.V. 27 E.V. 06 E.V. 13 E.V. 20 E.V. 27 E.V.

07

10

E.V. E.V. 18 E.V. 25 E.V.

05

semana 3

13

14

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FORMAÇÃO DAS EQUIPES ESCOLHA DE TUTORES (5o. ANO)

Estratégias de orientação das equipes

semana 4

Na maior parte do semestre as equipes se reúnem com seu tutor numa mesa de trabalho para discutir ideias sobre o tema. Raramente os alunos produzem desenhos ou fazem pesquisa neste horário. O tutor da equipe está presente 1 vez por semana durante 3 horas. Nos outros dois dias a equipe está livre para trabalhar por conta própria, mas muitas vezes utiliza estes momentos para trabalhos de outras disciplinas. Não sei se é possível ou desejável controlar as equipes nestes dias, mas o fato é que são 6 horas de trabalho pouco produtivas e está é uma questão a ser pensada se quisermos trabalhos mais consistentes ao final do semestre.

semana 6

03

04

05

semana 7

10 17

E.V. E.V. 25 E.V.

12

semana 8

E.V. E.V. 24 E.V.

11 18

19

semana 10

31

01 abril

02

semana 11

07

08

09

semana 12

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15

16

semana 5

semana 9

semana 13 semana 14 semana 15

E.V. E.V.

E.V. E.V. 21 22 E.V. 28 29 E.V. E.V. 05 06 E.V. E.V.

19 26

Reposição dia 03

21

22 Reposição dia 05

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01 março

07

08

14

15 22

28

29

Viagem de Estudo 1º e 2º anos Seminário 3º, 4º e 5º anos

03

04

05

BANCAS EV

10

E.V. E.V. 24 E.V.

11

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30

01 maio

02

03

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08

09

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23

E.V.

Reposição dia 02

semana 16

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semana 17

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semana 18

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semana 19

02 junho

03

04

05

06

07

09

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semana 20

E.V. E.V.

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E.V. E.V.

Início das aulas Semana de Eventos

21

11

E.V. E.V.

12 Brasil X A2

A elaboração de um cronograma com atividades mais dirigidas e com objetivos mais precisos para cada dia pode ser uma estratégia. Para isto é necessária uma programação anterior ao início do semestre, a qual abordarei melhor na conclusão deste trabalho.

sab

PRÉ BANCA EV

Reposição dia 12

13

Final 3º, 4º e 5º anos

Reposição dia 13

BANCAS TC

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Bancas Finais EV Final 1º e 2º anos

/ condução seja reestruturada. Para realizar está reestruturação é necessário conhecer / compreender seu funcionamento atual. Com esta finalidade apresento a seguir a estrutura do E.V. deste período (2009 a 2014) seguida por análise crítica dos A meu ver o E.V. apresenta várias deficiências que exercícios realizados. E na sequência algumas respodem ser reduzidas uma vez que sua organização postas ou questões para reflexão propositiva. 6


Organização do E.V.

Temas de 2009 a 2014

Disciplina: Estúdio Vertical

2009

Professores: entre 18 e 20

1º semestre: cidade Tiradentes

Coordenadores: 3

2º semestre: centro / glicério

Monitores: 3

2010

1º semestre: escola da cidade raio de 1km Dia e horário: segundas, terças e quintas-feiras, das 17:30 às 20:30 h. 2º semestre: são luiz do paraitinga Alunos : todos os alunos do 2º, 3º, 4º e 5º anos (obs: os alunos do 5º ano participarão do E.V. apenas durante o primeiro semestre do ano e os alunos do 2º ano apenas durante o segundo semestre). Os alunos trabalham em grupos de 5 com pelo menos um aluno de cada ano, em cada semestre é proposto um novo tema de trabalho do E.V.

2011 1º semestre: Guarapiranga / cavalo branco 2º semestre: são sebastião / porto 2012 1º semestre: tiquatira 2º semestre: catedral de porto príncipe 2013 1º semestre: metrópole fluvial 2º semestre: porto maravilha 7


Exemplo de um exercício do E.V. tal como apresentado aos alunos no 1º semestre de 2014

“HABITAÇÃO NA REGIÃO CENTRAL DE SÃO PAULO OBJETIVOS O Brasil tem hoje uma população urbana de mais de 85%, tendo passado por um crescimento acelerado nas últimas décadas. Em 1940 30% dos brasileiros morava em cidade, mas na década de 70 mais da metade (55,9%) da população brasileira era urbana. A cidade de São Paulo, a maior entre os 39 municípios da região metropolitana, tem uma população de mais de 11. 800.000 habitantes que ocupam uma área de 1.521 km2 (IBGE Cidades). De acordo com dados da Secretaria de Habitação, São Paulo possui 1.565 fa8

velas, 1.152 loteamentos irregulares e 1.885 cortiços. Segundo o Plano Municipal de Habitação, o déficit por novas moradias é de 227 mil habitações, sendo 133 mil em função da substituição de moradias em áreas precárias e 94 mil por incremento da população e coabitação indesejada (dados de 2009). A grande maioria das favelas e loteamentos clandestinos, como se sabe, ocupa áreas periféricas do município, com carência de oferta de trabalho e precária infraestrutura urbana. Segundo o Plano Municipal de Habitação, na região do centro (subprefeitura da Sé e Mooca) existem 11.086 domicílios em cortiços e 10.724 famílias em favelas. O centro de São Paulo é uma área beneficiada por equipamentos públicos, infraestrutura, a mais densa rede de transporte público da cidade, somado a espaços públicos de qualidade e concentração de oferta de emprego. No entanto, uma área que deixou progressivamente de ser o foco de investimentos imobiliários, tendo passado nas últimas décadas por


um movimento de migração de estabelecimentos de serviços de alto padrão e alguns setores do comércio, além de ter deixado de ser um lugar especificamente desejado para moradia das classes alta e média-alta. Pensar a moradia nessas áreas, especialmente no adensamento habitacional para baixa renda é uma questão não apenas na pauta das gestões públicas, mas dos movimentos de moradia e da sociedade de forma geral. A grande concentração de ZEIS (zona especial de interesse social) na região, lotes desocupados ou subutilizados, bem como uma grande quantidade de edifícios vazios na região central são questões importantes nessa abordagem.

contribuir para a construção uma nova cultura nos processo de planejamento e projetos urbanos. A atualidade e premência dessa discussão está nas demandas cada vez maiores tanto no município de São Paulo, como em todas as regiões urbanizadas do Brasil, onde os projetos que vem sendo encaminhados estão direcionadas a soluções emergenciais e, sob esse pretexto, abrindo mão das mais básicas estruturações urbanas, gerando números de novas moradias e grandes desastres urbanos e sociais.

O recorte sugerido para o exercício, conforme imagem acima, permite o desenvolvimento de um projeto bastante pontual, na escala do edifício ou na escala Esse exercício pretende discutir de forma aprofunda- do projeto urbano, sem perder o vínculo com essas da a construção da habitação como uma questão Inter questões que envolvem a produção da habitação tansetorial, ou seja, pensada na articulação da construção to nas áreas centrais como nas mais periféricas da cie transformação da cidade, da vida urbana, relacio- dade. nando-a com os projetos de infraestrutura, espaços e equipamentos públicos, incluindo discussões sobre a gestão urbana e a participação dos cidadãos nos projetos urbanos, de maior ou menor escala, procurando 9


METODOLOGIA

análise da área, elaborar uma estratégia de intervenção, definição de programa e diretrizes gerais de proNeste semestre os trabalhos serão desenvolvidos em jeto. equipes compostas por alunos do 3º e 4º e 5o. ano. Na Fase 2 as equipes deverão desenvolver o projeto As equipes serão compostas por livre escolha, respeide intervenção no local, chegando a definir: tando-se a presença de alunos de todos os anos em cada equipe, conforme tabela a ser apresentada no 1º - O desenho urbano da intervenção. dia de E.V. - Projeto de edificação, concebido de acordo com as As equipes desenvolverão seus trabalhos sob a orientação de um professor (“tutor”), que estará presente uma vez por semana. A orientação semanal irá se iniciar com uma discussão coletiva.

diretrizes da estratégia de intervenção proposta de tal maneira que se possa verificar a pertinência da proposta. Nesta fase o projeto deverá preencher os requisitos de um Estudo Preliminar de Arquitetura.

O exercício deste semestre será desenvolvido em duas Uma avaliação intermediária (pré-banca) será realizada durante o desenvolvimento da Fase 2 com o infases de trabalho. tuito de controlar o andamento dos trabalhos antes No dia 03 de agosto (semana 2) será feita a apresentada realização das bancas finais. Na pé-banca já deverá ção da estrutura do exercício e seu calendário. ser apresentado o projeto para a Área de Intervenção A participação dos alunos nessas atividades é de fun- (ou algum setor dela, se o tutor julgar pertinente), que damental importância e será avaliada pelo tutor e de- será avaliado, devendo a equipe incorporar os comenmais professores do E.V. tários para a apresentação final. Esta avaliação interNa Fase 1 as equipes deverão apresentar uma breve mediária será considerada no computo da nota final 10


do trabalho.

ETAPAS DE TRABALHO

Mapas de localização e leitura Croquis e ou diagramas que sintetizem a estratégia de intervenção

O exercício será organizado em duas fases, discrimi- Planta de implantação nadas abaixo. Para a avaliação de cada uma das fases Cortes de implantação haverá uma Banca, contando com a presença de três Memorial descritivo/relatório das visitas professores. Relatório fotográfico Após cada avaliação deverá ser realizada a revisão do projeto em função das considerações feitas nas Ban- Maquete de estudo cas. Esta revisão deverá ser apresentada na Banca da Entrega obrigatória: fase seguinte. Datashow (na rede da escola) e as quatro pranchas Fase 1 - Definição de uma Estratégia síntese (na rede da escola) Início no dia 03 de fevereiro – entrega no dia 28 de Duas cópias impressas das 4 pranchas sínteses em março às 13:00 h. formato A3 Bancas durante a semana 10 (dias 31 de março, 01 e Fase 2 – Desenho Urbano/ Projeto de edificação 03 de abril) Início no dia 07 de abril – entrega no dia 12 de maio Material de entrega (sugerido) às 13:00 h. (pré-banca) Tabelas e gráficos completos

Pré-bancas durante a semana 16 (dias 12,13 e 15 de 11


maio)

Corte de implantação na escala 1/500

Bancas Finais durante a semana 20 (dias 09,10 e 11 Plantas, cortes e elevações na escala 1/200 de junho) Maquete física do conjunto edificado Material de entrega (sugerido) Memorial descritivo Croquis e ou diagramas revisados que representem entrega obrigatória: sucintamente a estratégia adotada data-show, apresentação completa (com todas as faCroquis e ou diagramas revisados que representem ses) e as quatro pranchas síntese (na rede da escola) sucintamente a proposta urbana Duas cópias impressas das 4 pranchas sínteses em Plantas e cortes na escala adequada que demonstrem formato A3 o desenho urbano Ampliações que demonstrem o tratamento do espaço CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO público Perspectivas e ou maquete que demonstrem a pro- Os alunos serão avaliados de duas formas: posta urbana

a) individualmente, sendo considerada sua participaCroquis e ou diagramas que demonstrem a inserção ção dentro da equipe ao longo de todo o desenvolvido projeto de edificação no contexto do projeto ur- mento do trabalho. Serão atribuídas notas individuais a cada Banca realizada. bano Implantação da edificação projetada na escala 1/500 12

b) em equipe, através dos produtos finais apresentados em cada Fase.


Para cada fase do trabalho haverá uma nota e serão obs.3 O aluno que não comparecer na banca terá uma distribuídos os seguintes pesos: redução de 30% da nota atribuída ao trabalho na res Fase 1 ............................................................30% pectiva banca.

Pré Banca .....................................................30%

Fase 2 ............................................................40%

Ao final do semestre será realizada a média das notas de cada fase e combinada com a nota semestral individual do aluno na seguinte proporção:

BIBLIOGRAFIA BÁSICA BONDUKI, Nabil. Habitar São Paulo: Reflexões sobre a gestão urbana. São Paulo, Estação Liberdade, 2000. _____. Origens da habitação social no Brasil – arquitetura moderna, lei do inquilinato e difusão da casa própria. São Paulo, Estação Liberdade

Média das notas das fases - 50% do valor da nota

/ Fapesp, 1998.

Nota Individual do aluno - 50% do valor da nota

Hrycylo Bianchini, Ligia. “Cortiços no centro de São Paulo: Um con-

obs.1 A aprovação do aluno fica ainda condicionada a uma nota mínima de 5,00 (cinco) atribuída à Fase 2 (banca final).

a agosto de 2007, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, São

obs.2 As entregas deverão ser feitas sempre até às 13 horas. O atraso na entrega dos trabalhos (até às 17:00) acarretará em redução de 0,75 pontos na nota atribuída ao trabalho. Os trabalhos entregues após às 17:00hs terão uma redução de 40% na nota atribuída ao trabalho.

vite à permanência”, Iniciação Científica realizado de setembro de 2006 Paulo. MARICATO, Ermínia. Metrópole na periferia do capitalismo. São Paulo, Hucitec, 1996. MEYER, Regina Prosperi. Metrópole e Urbanismo, São Paulo anos 50. Tese de doutoramento, São Paulo, FAUUSP, 1991. RUBANO, Lizete Maria. Cultura de projeto: um estudo das idéias propostas para habitação coletiva. Tese de doutorado, São Paulo, FAUUSP, 2001.

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Exemplo de uma apresentação de final de semestre do E.V. | 2º semestre de 2011 | Porto de São Sebastião

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Análise crítica e propositiva

“1.Objetivos

Nesta estapa de trabalho apresento uma análise crítica e propositiva dos exercícios, tomando como exemplo alguns E.V.s realizados entre 2009 e 2014. Esta análise será feita a partir dos tópicos do próprio exercício tal como é apresentado aos alunos.

1º semestre 2012 – Tiquatira “No contexto do concurso Renova SP, selecionou-se uma das áreas para ser o lugar objeto de estudo acadêmico e especulação em busca de soluções através de aproximações gerais sobre o tema das diversas ocupações informais / irregulares ao longo de toda a cidade de São Paulo. A Evolução e transformação de áreas como essas devem ser entendidas como um processo de constante mudança, necessária, dinâmica e gradual, em todos os níveis – social, espacial e econômico – onde intervenções urbanas e arquitetônicas tem que lE.V.ar em consideração tanto o cenário cultural quanto os aspectos econômicos e políticos envolvidos enquanto admite a incerteza e a imprevisibilidade das condições para a elaboração de um plano. O objetivo é desenvolver possibilidades de intervenção para esse tipo de assentamentos urbanos e entender os resultados e consequências das diferentes aproximações. 15


2º semestre 2012 - Construção da Nova 1º semestre 2013 - METRÓPOLE FLUCatedral Notre Dame de Porto Príncipe, VIAL Haiti “Será tema deste semestre o concurso internacional promovido pela Diocese de Notre Dame da cidade de Porto Príncipe para a reconstrução do templo parcialmente demolido pelo terremoto de 12 de janeiro de 2010.Trata-se de um tema de grande importância na reconstrução de uma referência urbana, religiosa e social de uma sociedade arrasada pelo terremoto que matou mais de 200 mil pessoas e deixou mais de 1,5 milhão de pessoas desabrigadas. ”

16

“No exercício deste semestre teremos como objeto de estudo o Hidroanel Metropolitano de São Paulo em desenvolvimento pelo Grupo de Pesquisa em Projeto de Arquitetura de Infraestruturas Urbanas Fluviais – Grupo Metrópole Fluvial, pertencente ao Laboratório de Projeto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAUUSP.... Compreendendo a extensão e complexidade da proposta e objetivando estabelecer um território para desenvolvimento de proposta projetuais adequadas aos trabalhos do E.V., estabelecemos um recorte territorial, denominado Área de Estudo”


2º semestre 2013 – Porto Maravilha “Através da análise crítica dos principais objetivos e propostas apresentadas pela OU, iremos concentrar o projeto na área assinalada na imagem acima, próxima ao Pier Mauá, incluindo o conjunto de galpões históricos voltados à Baía de Guanabara e a nova avenida que será construída em substituição ao viaduto que está em demolição. É parte do projeto discutir os programas que deverão permanecer e novos usos propostos. ”

1º semestre 2014 – Habitação na região central de São Paulo “Esse exercício pretende discutir de forma aprofundada a construção da habitação como uma questão intersetorial, ou seja, pensada na articulação da construção e transformação da cidade, da vida urbana, relacionando-a com os projetos de infraestrutura, espaços e equipamentos públicos, incluindo discussões sobre a gestão urbana e a participação dos cidadãos nos projetos urbanos, de maior ou menor escala, procurando contribuir para a construção uma nova cultura nos processo de planejamento e projetos urbanos.”

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2º semestre 2014 – Largo da Batata “O objetivo do exercício do Estúdio Vertical deste semestre é fazer uma reflexão a respeito deste espaço público, a importância do vazio como estruturador do construído, seu significado e potencialidade para abrigar usos e atividades organizadores de um projeto urbano. ”

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Questões sobre os objetivos:

trabalho.

Alguns professores convidados e também o livro de Jacques Rancière, O Mestre Ignorant, falam sobre a questão do aprendizado. Foi inclusive questionada • Traçar objetivos específicos no E.V. não é fácil, a função do professor como transmissor de conhecimento. No entanto, não parece que isto justifimas necessário, para que se atinjam resultados que a minimização dos parâmetros e da explicação mais consistentes e precisos. do exercício do E.V. Pode-se até considerar um E.V. onde faça parte do trabalho traçar objetivos para determinado tema, mas esta teria que ser uma inNa apresentação do objetivo na verdade é apre- tenção previamente estabelecida, no iníco do sesentado o tema do trabalho. O tema pode ser ob- mestre, e não o resultado da imprecisão. jeto do trabalho, mas não seu objetivo. Esta questão é fundamental porque é a partir deste objetivo Porém eu acho que este não é o intuito do E.V.: exque será conduzido o trabalho. A inexistência de plorar a escolha de objetivos. Acho que a proposta uma breve descrição sobre o objetivo torna o exer- do exercício é, ou, deveria ser, a proposição de procício do semestre vago. É possível notar que há um jetos. Proposta por si só bastante ampla. certo preconceito dos professores pela colocação O objetivo não deve ser visto como um limitador de um objetivo claro, como se isto fosse limitador nem sua elaboração como foco central do trabalho, das possibilidades de exploração do tema. Durante deve ser entendido como um parâmetro importanmuitos momentos do curso AES houve a discussão te do trabalho, comum a todas as equipes. sobre formas de ensinar e de aprender e até onde e como o professor deve conduzir o processo de • Os objetivos parecem confundidos com a simples apresentação do tema.

19 *imagens selecionadas das entregas de E.V. ao final do semestre


Habitação na região central*

Após o tópico: “1. Objetivo” a apresentação do início do projeto exercício pula para : “2. Conteúdo p rogramático”, no entanto, gostaria de introduzir / sugerir, um tó- • Há confusão de escala, de tamanho, de configuração de plotagem... gasta-se muito tempo para pico intermediário intitulado: obtenção de uma base impressa com escala e configuração adequadas ao início do projeto.

x. Bases Na apresentação da maior parte do exercícios não consta este tópico. Para elaboração de qualquer projeto são necessárias bases gráficas do local. Mapas, fotos aéreas, levantamentos planialtimétricos, etc. No entanto muito exercícios do E.V. são iniciados sem bases previamente definidas e sem disponibilidade destas para as equipes. É claro que dado um tema o aluno pode pesquisar e obter os elementos gráficos necessários. Mas quando se inicia o exercício sem bases comuns aos grupos acontecem os seguintes problemas: • Os alunos gastam muito tempo até obtenção de uma base consistente e graficamente adequada ao 20 *imagens selecionadas das entregas de E.V. ao final do semestre

• Geralmente os alunos não trazem base impressa nas tutorias, prejudicando a realização dos primeiros esboços e discussão das ideias. • Não há otimização do processo de obtenção das bases, são 18 ou 20 equipes fazendo o mesmo trabalho. • Diferentes equipes ficam com diferentes bases o que gera incongruência no andamento dos trabalhos e confusões posteriores no processo de avaliação. Poder-se-ia argumentar em favor da pluralidade e da diversidade. Porém, de novo, este teria que ser um ponto muito claro para alunos e professores desde o início. Teria que fazer parte do exercício


E.V. Porto Maravilha*

E.V. Porto Maravilha*

a busca e a produção de bases. Parte inclusive do cronograma do semestre. Se este for o caso, então também seria conveniente que, após a pesquisa, levantamento e obtenção dos diversos matérias gráficos pelas diversas equipes, houvesse uma troca deste material e sua disponibilização coletiva. Mas se levarmos em conta que o objetivo do exercício é uma proposta de projeto parece mais razoável oferecermos bases gráficas previamente organizadas. Desta forma todas as equipes partem de um “mínimo denominador comum”. O que não impede que ao longo do semestre e do desenvolvimento do projeto cada equipe opte por alternativas e busque bases próprias mais adequadas ao seu projeto particular.

2.Conteúdo programático

As bases também são auxiliares na definição dos objetivos uma vez que tem uma escala e definição preestabelecidos.

“Apresentação da área de estudo, determinação do perímetro e fatores mínimos a serem considerados. Realização de aula inaugural com a participação de profissional convidado discorrendo sobre o tema. Realização de palestras com especialistas e com a participação de professores das disciplinas de História e Urbanismo discorrendo sobre o tema. “

Questões sobre o conteúdo programático: Neste tópico é apresentada a programação do semestre, aulas especiais, palestras, visitas, etc. Não há muitos comentários a fazer.

21 *imagens selecionadas das entregas de E.V. ao final do semestre


E.V. Cavalo Branco*

E.V. Metrópole Fluvial*

3.Metodologia

Questões sobre metodologia:

“ Neste semestre os trabalhos serão desenvolvidos em equipes compostas por alunos do 2º, 3º e 4º ano. As equipes serão compostas por sorteio, respeitando-se a presença de alunos de todos os anos em cada equipe, conforme tabela a ser apresentada no 1º dia de E.V. As equipes desenvolverão seus trabalhos sob a orientação de um professor (“tutor”), que estará presente uma vez por semana. A orientação semanal irá se iniciar com uma discussão coletiva.

O que apresentamos como metodologia, na verdade é: • descrição do próprio funcionamento do E.V. • sequência do trabalho e; • definição das etapas e produtos que devem ser desenvolvidos.

Não parece elaborado, sugerido ou exposto nenhum método para alcançar os objetivos proposO exercício deste semestre será desenvolvido em duas tos. fases de trabalho. Neste item observa-se uma variação de semestre

No dia 5 de agosto (semana 2) será feita a apresenta- para semestre. Em alguns há maior precisão, em outros e a metodologia não passa de um resumo ção da estrutura do exercício e seu calendário.... do funcionamento do E.V. (horários, formação das A participação dos alunos nessas atividades é de fun- equipes, tutores, etc.). Porém não há proposta de damental importância e será avaliada pelo tutor e de- um método de trabalho para alcançar os objetivos específicos do exercício. mais professores do E.V.” Durante a minha apresentação no curso AES (AES 52), quando esta questão foi exposta houve a dis22


E.V. Cavalo Branco*

cussão sobre o nome mais adequado a este tópico: Reunião dos meios através dos quais é possível alcançar um objetivo: método para ficar rico. Investigação; metodologia ou método ? A seguir algumas definições segundo dicionários: Dicionário Aurélio: Método

Processo de pesquisa organizado lógica e sistematicamente: método dedutivo. Ordem; razão ou planificação que determina ou organiza certa atividade.

1.Maneira de ordenar a ação de acordo com certos princípios;

Meio; o que se emprega para vencer uma dificuldade, problema: método para vencer na vida.

2.Ordem que se segue na procura da verdade, no estudo da ciência, para procurar um fim determinado;

Todo procedimento científico ou técnico: método de terapia.

3.Técnica, processo de ensino;

Reunião dos ensinamentos básicos de uma matéria ou disciplina: método de estudo de piano.

4.Maneira de proceder. Metodologia

Modo comportamental; maneira de se portar, de pensar: cada um vive de acordo com seu próprio método.

1. Regras e determinadas normas que são estabelecidas para uma pesquisa.

Modo de se comportar que denota ponderação: agia com método.

2. Reunião de métodos e processos.

Metodologia

Dicionário Houaiss:

m.f. Regras ou normas estabelecidas para o desenvolvimento de uma pesquisa; método: metodologia de pesquisa científica.

Método Técnica; Modo usado para realizar alguma coisa: método científico.

Reunião de métodos; processo organizado de pesquisa, de investigação

23 *imagens selecionadas das entregas de E.V. ao final do semestre


E.V. Metrópole Fluvial*

Parte da ciência que se dedica aos procedimentos organizados, aos métodos, utilizados pela própria ciência. Ramo da lógica que estuda os métodos em diferentes ciências. Literatura. Investigação que, pautando-se em procedimentos específicos, analisa o teor subjetivo de um texto, narrativa, poema. (Tem. Método + loggia)

exercício provavelmente será algo sintético e genérico. A dinâmica de trabalho da equipe com o professor produzirá desdobramentos sobre este método inicialmente proposto, é claro.

Como conduzir ou dar suporte para a evolução dos trabalhos em equipe? Esta é uma das questões centrais do E.V. Exploração de formas de trabalho, FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Grande Dicionário organização em grupo, pesquisa, produção gráfica, Houassis da Língua Portuguesa. Editora Positivo ferramentas de trabalho... há uma série de quesHOUAISS, Antonio. Grande dicionário Houaiss da lingua por- tões que foram abordadas no curso AES e para as quais não há resposta única, mas são questões que tuguesa.Editora Objetiva precisam ser documentadas e das quais precisaDado que a intenção na apresentação do exercício mos estar conscientes. Nos E.V.s dos quais particié propor formas de investigação, o termo método é pei houve pouca troca entre os professores sobre mais adequado para o nome deste tópico. suas experiências com os grupos e isto deveria ser O método deve sugerir hipóteses de trabalho, pro- mais incentivado. cessos e meios possíveis para atingir o objetivo Outro ponto importante ligado ao método referedeterminado pelo exercício. Este tópico deve apre- -se às atividades ou às partes do trabalho que os sentar um roteiro de orientação para abordagem alunos podem fazer nos dias sem a presença do seu do tema e desenvolvimento do projeto. tutor (6 horas semanais). Como realizar as pesquiNeste ponto acho que a discussão pode se abrir sas? como iniciar o projeto? A elaboração de um bastante. O método descrito na apresentação do roteiro, um cronograma planejado, pode servir de 24 *imagens selecionadas das entregas de E.V. ao final do semestre


E.V. Porto de São Sebastião*

guia para estruturar o trabalho. A dúvida que surge é se isto deve ser feito em conjunto pelos professores ou individualmente por cada equipe. É claro que cada professor agregado a sua equipe orienta um processo de projeto e propõe estratégias. Mas acredito que a troca de experiências e discussões coletivas propiciariam otimização e produtividade.

mente 35 aulas (períodos de 3 horas) exclusivos de E.V. sem qualquer tipo de programação ou uma programação. Nota-se que a Evolução do trabalho nestes períodos é baixa. As razões podem ser várias e de difícil solução. Fica muito a cargo do professor transformar este cenário. Mas não há uma abordagem coletiva sobre o tema. Por exemplo, cada professor poderia “testar” exercícios que amTambém pode ser interessante a criação de exer- pliassem a produção dos alunos nestes dias de E.V. cícios específicos para os dias de encontro entre e posteriormente poderiam trocar experiências. tutores e equipe. isto deve e pode ser programado. Seria uma forma de experimentar métodos e dinâAs reflexões acima advém um pouco da sensação micas de trabalho em equipe. Isto tem sido pouco de que o material produzido no E.V. ao longo do explorado pela equipe docente do E.V. semestre é pouco, insuficiente, se levarmos em consideração a carga horária e o agurpamento de cinco alunos por equipe. Uma outra questão que se coloca é: como fazer com que a equipe trabalhe mais durante as 9 horas semanais de E.V.? Esta é uma pesquisa a ser desenvolvida. Mas o curso [AES] contribuiu bastante para esta reflexão e provocou uma vontade para criar estratégias e experimenta-las no próximo E.V. No calendário semestral do E.V. há aproximada25


4. Etapas do trabalho

Maquete física do conjunto edificado

“O exercício será organizado em duas fases, discrimi- Memorial descritivo nadas abaixo. Para a avaliação de cada uma das fases Data-show, apresentação completa (com todas as fahaverá uma Banca, contando com a presença de três ses) e as quatro pranchas síntese (na rede da escola) professores. Duas cópias impressas das pranchas sínteses” Após cada avaliação deverá ser realizada a revisão do projeto em função das considerações feitas nas Ban- Questões sobre as etapas de trabalho: cas. Esta revisão deverá ser apresentada na Banca da Percebe-se que estão bem claras as etapas na apresentação do E.V. fase seguinte. Fase 1 - Definição de uma Estratégia Material de entrega (sugerido) Tabelas e gráficos completos, Mapas de localização e leitura... ... Fase 2 – Desenho Urbano/ Projeto de edificação Material de entrega sugerido Croquis e ou diagramas revisados que representem sucintamente a estratégia adotada... 26


E.V. Largo da Batata*

5. Critérios de Avaliação

Questões sobre os critérios de avaliação:

Os alunos serão avaliados de duas formas:

O aluno é avaliado individualmente e como parte de uma equipe.

a) Individualmente, sendo considerada sua participação dentro da equipe ao longo de todo o desenvolvi- A composição das notas de cada etapa, individual ou do grupo, está clara. mento do trabalho. Serão atribuídas notas individuais O que está indefinido são os critérios adotados a cada Banca realizada. para avaliação. A forma de avaliação não menciona b) Em equipe, através dos produtos finais apresenta- critérios, tais como: dos em cada Fase. Para cada fase do trabalho haverá • qualidade de processo: presença, participação, uma nota e serão distribuídos os seguintes pesos: assiduidade ?

Fase 1 ............................................................20% • qualidade de produção/rendimento : produtos?

Pré Banca .....................................................40% • qualidade do projeto final: o que define um bom projeto ? Fase 2 ............................................................40% Sobre estas questões é necessário haver muito Ao final do semestre será realizada a média das notas mais discussão do corpo docente. Porque, embode cada fase e combinada com a nota semestral indi- ra o sistema de banca e pré-banca funcione bem para avaliação e troca de conhecimento coletivo vidual do aluno na seguinte proporção: faltam critérios claros e predeterminados. Isto gera Média das notas das fases - 50% do valor da nota disparidade de notas entre grupos com trabalhos similares. É frequente a reclamação dos alunos ao Nota Individual do aluno - 50% do valor da nota final do semestre por este motivo.

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Resultados do E.V.

Potenciais do E.V.

• trabalhos com muito mais pesquisa e mapea- • compor o histórico da escola, por meio da visão e mento de dados do que com propostas de projeto, produção dos alunos. mais analíticos do que propositivos. • produzir um banco de dados (projetos)que ser• conscientização coletiva da importância de con- vem de referência tanto para alunos e professores textualização e olhar amplo para elaboração de um da escola , quanto para pesquisadores de outras projeto, qualquer que seja. entidades. • projetos muito preliminares

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• se organizado e publicado (de forma digital ou impressa), a produção do e.v. contribui para divulgação da escola, ajuda a definir seu “caráter” e imagem. Isto é fundamental para atrair novos alunos e também para promover parcerias com entidades de ensino, governamentais ou empresas privadas interessadas em parcerias para desenvolvimento de projetos.


Propostas

E.V. Largo da Batata*

Tentarei aqui sintetizar algumas idéias e propostas no intuito de melhorar a dinâmica do E.V.: Definir um professor e/ou monitor para se dedicar exclusivamente à preparação do material relativo ao exercício do semestre. • Antes do início das aulas, após definido o tema do exercício, é preciso reunir e organizar as bases (plantas, mapas, levantamento planialtimétrico) que serão disponibilizadas para os alunos. Este processo ocorre parcialmente hoje, porém não com o tempo e cuidado necessário. Frequentemente alunos começam a trabalhar com bases imprecisas e não adequadas ao projeto. • Ao final do semestre é necessário organizar o material que foi produzido e eventualmente disponibiliza-lo em alguma plataforma digital para consultas futuras e composição do acervo histórico da Escola da Cidade. Se isto não for possível é preciso encontrar um tempo dentro da carga horária do E.V. para que os professores e monitores trabalharem sobre o tema 29


E.V. Largo da Batata*

e seu desenvolvimento. A falta de planejamento grupo. é fundamental. É preciso aproveitar mais a anterior ao início do semestre causa desperdício e presença do grupo de professores de um determiimprodutividade no E.V. nado dia a favor do melhor rendimento coletivo. Se admitirmos que não haverá tempo para os professores se encarregarem de uma produção antes do início das aulas, que seria o ideal, que pelo menos seja assumida esta deficiência e que se possa equacioná-la nas primeiras aulas. Por exemplo os professores e monitores poderiam trabalhar em conjunto no início do semestre enquanto ocorrem as palestras de convidados externos que geralmente vem falar sobre o tema. Acho importante encontrar formas de suprir esta lacuna.

Também seria interessante se os professores trocassem ideias sobre estratégias de abordagem e orientação das equipes. Trocassem experiências sobre formas de trabalho com as equipes e dividissem coletivamente resultados obtidos, sejam eles bons ou insatisfatórios.

Muitas vezes o tema de discussão do curso [AES] foi sobre o papel do professor. Cabe a ele motivar o aluno? Ou simplesmente criar uma abertura para que espontaneamente o aluno descubra um caNas primeiras aulas os professores de cada dia po- minho de interesse para o seu aprendizado? São deriam trabalhar reunidos para discutirem sobre as perguntas que geraram discussões interessantes, bases de trabalho, escalas, produtos a serem apre- porém não conclusivas. Muitas vezes este é um fesentados, formas de representação, etc. Deveriam nômeno comum na Escola: muita discussão, pouca alinhar algumas expectativas para que ao final, no objetividade e sistematização da informação agramomento das bancas, houvesse maior coerência vada com a ausência de registro das ideias. Neste na avaliação. cenário há uma sensação de perda de produtividade. A equalização, e elaboração de um “mínimo denominador comum” antes da divisão do trabalho em Esta é uma situação análoga à do E.V. Muitas vezes 30 *imagens selecionadas das entregas de E.V. ao final do semestre


E.V. Largo da Batata*

há discussões importantes com levantamento de Por fim, gostaria de dizer que este trabalho, apesar questões pertinentes, que perdem-se por falta de do tom crítico, por apontar diversos problemas e registro e de aprofundamento no trabalho. levantar questões, não visa “agredir” ou desconsiEu penso que deve haver alguma organização e derar a estrutura existente do E.V. Mas sim iniciar registro do processo no atendimento do tutor. um processo para pensar como aproveitar melhor Por exemplo, o grupo deve elaborar uma pauta o tempo, a oportunidade e potencial que esta disdo que vai ser tratado e fazer anotações organi- ciplina tem na Escola da Cidade. zadas, como uma ata sobre o que foi falado. Isto deve ocorrer em forma de texto e croquis, sobre bases impressas. Não se pode desperdiçar o tempo de discussão. A discussão faz parte do processo e deve gerar anotações de ideias que contribuirão para a produção do trabalho. O registro sistemático, minimamente organizado e semanal, levará a um trabalho final mais consistente. Acho necessário investir nestas ou em novas formas de organização (a serem pensadas), do contrário o trabalho final a ser apresentado tende ficar precário. Observa-se que o trabalho final é produzido praticamente na última semana disponível, e, desta forma não reflete a dinâmica de desenvolvimento do projeto/exercicío (processo) e nem atinge uma qualidade de produto acabado (um bom projeto). 31 *imagens selecionadas das entregas de E.V. ao final do semestre


Exemplo de uma apresentação de final de semestre do E.V. | 2º semestre de 2011 | Porto de São Sebastião

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Monografia | Lua Nitsche | Fevereiro 2016


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