O primeiro capítulo de nossos estatutos provinciais nos fala de nossa vocação e missão salvatoriana. É o capítulo primeiro de nossas constituições, posto em prática dentro de nossa realidade de província salvatoriana brasileira. Em um mundo marcado pelo desemprego, por falta de oportunidades de ser útil, ser chamado a um trabalho causa grande felicidade. Deus chama sempre ao homem e à mulher para que se coloquem a serviço dos outros. Cada pessoa é chamada a uma tarefa específica, que é desempenhada com os carismas recebidos para isso. Não somos todos chamados para tudo, porém, todos somos chamados à vida, para dar a própria vida, a fim de que muitos a tenham em abundância. A vocação se dá no tempo, isto é, durante um determinado tempo em que alguém se gasta para o bem dos outros, com gestos “inúteis” e gratuitos. Deixar escapar esse tempo é muito perigoso. Nunca se vive duas vezes a mesma experiência, e jamais nos encontraremos com as mesmas pessoas nas mesmas circunstâncias. A valorização do tempo tem muito a ver com o zelo apostólico. Somos chamados a viver muito em pouco tempo. A passividade é perigosa, quando se trata de expandir o Reino de Deus. Toda pessoa chamada por Deus é enviada a uma missão. O salvatoriano é um enviado, um embaixador, um representante, um servidor de outros. Jesus o expressou muito bem, quando dizia: “Quem vos ouve a mim ouve” (Lc 10,16). Mas, especificamente, que missão nos deu o Beato Padre Francisco Maria da Cruz Jordan a nós seus filhos espirituais? Acho esta descrição muito completa no número 1 da Carta ou Declaração da Família Salvatoriana:
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R E V I S TA M I S S Ã O S A LVAT O R I A N A
Movido por uma profunda experiência d e Deus, pela situação da Igreja e pela realidade de seu tempo, Pe. Francisco Maria da Cruz Jordan foi tomado por um urgente desejo de que todas as pessoas conhecessem o Deus único e verdadeiro e, em Jesus, o Salvador, experimentassem vida em abundância. Sua visão foi de unir todas as forças apostólicas da Igreja para que amem e proclamem Jesus como Salvador de um mundo carente de Deus. Ele incluiu pessoas de todas as idades e níveis sociais, trabalhando juntas em todas as partes e com todos os modos e meios.