InfoSenge Junho 2018

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Info.Senge Informativo do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Ceará

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Fortaleza, Junho de 2018

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SENGE-CE

ELEIÇÕES Eleições Senge-CE 2019 Eleição para Conselheiros no Crea-CE Eleição de delegados X Conse

ENTREVISTA

CAT Expressa: Resolva tudo em 24 horas Entrevista com o presidente do Crea-CE, Emanuel Mota

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ARTIGO

Energias Renováveis: avanço da desertificação e reconcentração de terras no semiárido brasileiro

Por Deodato Aquino, Engenheiro Agrônomo

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EDITORIAL

Helena Araújo Diretora presidente

COPA, SÃO JOÃO: Junho mês de festas? A cada quatro anos o cenário repete-se, Copa, eleições para presidente, governadores, senadores, deputados estaduais e federais. O mês de junho, então, fica pungente: a Copa do Mundo da Fifa inicia-se e também, como acontece anualmente, os folguedos juninos (Santo Antônio, São João e São Pedro). Este ano foi assim, a Copa do Mundo com a Seleção Brasileira de Futebol, de moral erguida, após o vexatório 7 x 1, sofrido em 2014, em casa. Para sua torcida, doeu, doeu! Mas isso é passado! A esperança renova-se por um hexa campeonato a cada quatro anos. É vida que segue e a cada dia a esperança. Mas e o resto, como fica? Isto é, o depois? O importante são os jogos da seleção brasileira de futebol. Conjuntura e política são cenários do cotidiano! O Senge-CE não parou. Em junho, conversou-se com a Astef sobre uma parceria para a realização do Curso de 90 horas sobre a Plataforma BIM, previsto para iniciar em setembro próximo. Rogério Campos apresentou a plataforma da nova cooperativa de serviços para os profissionais da Engenharia, a CAEB – deu os principais enfoques desta. Além disso, conversamos com diversos propensos parceiros visando oportunizar aos associados do Sindicato uma gama maior de serviços e oportunidades. Fechou-se a parceria com o Grupo Jangadeiro para efetivação do evento Plural a ser realizado com a incorporação das dependências do Senge-CE, em julho.

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Também em junho aconteceu a II Conferência da Caatinga com a participação de alguns diretores do Senge-CE. Nessa Conferência, mais uma vez, referendou-se a importância desse bioma único e genuinamente brasileiro e oportunizou a ampliação de contatos visando parcerias futuras. Ainda, junho foi palco das comemorações, via Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Ceará, do Dia Internacional das Mulheres na Engenharia (DIME) , iniciativa pioneira da Women's Engineering Society (WES), no Reino Unido (http://www.inwed.org.uk), e que tem como objetivo difundir amplamente as carreiras em Engenharia para as mulheres, conhecer e celebrar as conquistas de engenheiras de destaque. O Senge-CE foi representado por sua presidente. Finalizando, dentre as diversas atividades, junho fechou com a conclusão das negociações da Convenção Coletiva com o Sinduscon, cuja proposta será assinada no início de julho/18. Esta Convenção não é a que o Senge-CE gostaria, entretanto foi a possível de ser realizada dentro da conjuntura atual. De ganho profissional, diferente das demais, foi a conquista da ART para os engenheiros trabalhadores da construção civil. Julho vem com a esperança de novos feitos e novas conquistas, porém a conquista principal é você, profissional da base do Senge-CE: venha ao seu Sindicato, dê ideias, sugira, participe para que se saia da invisibilidade social e se consiga mostrar para a sociedade a importância dos profissionais da área tecnológica para o desenvolvimento desse país!


ENTREVISTA

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Emanuel Mota Presidente do Crea-CE

CAT Expressa: Resolva tudo em 24 horas

No último mês, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará divulgou em suas mídias sociais uma novidade na engenharia que possibilita uma comunicação mais direta e eficaz. A Cat Expressa, como o nome sugere, é uma modalidade rápida de atendimento ao procedimento de solicitação de Certidão de Acervo Técnico – CAT, que veio para facilitar a rotina dos profissionais. Em entrevista ao Senge-CE, o presidente do Crea-CE, Emanuel Mota, fala um pouco sobre a motivação do projeto e quais as expectativas alcançadas. Confira: P) O que é a CAT Expressa e qual a sua importância? R) A CAT EXPRESSA é um dispositivo que inicia uma análise diferenciada, uma espécie de “fura-fila”, para o caso de profissionais que estejam com a documentação toda dentro dos conformes. A importância do projeto é atender a uma demanda dos profissionais, que têm em seu dia a dia trabalho com licitações em geral, com prazos apertados, exigências elevadas e ambiente competitivo, como está atualmente, dessa forma, faz-se necessário que os casos sejam

sempre reduzidos e a análise cada vez mais profunda e rigorosa para evitar fraudes e outros transtornos. P) Como funciona o projeto? O que o motivou? R) O que nos motivou a fazer a Cat Expressa foi o alto índice de reclamação acerca do prazo estendido para liberação desse documento. A Cat poderia demorar de 10 a 15 dias ou anos, tendo em vista essa problemática, criamos um dispositivo interno onde o profissional faz uma análise e verifica se a documentação está toda correta, conforme a resolução manda, sem a necessidade de diligências, ele protocola normalmente no sistema, no ambiente profissional disponível no site do Crea-CE, e dirige-se até a sede para dar início à análise da CAT de forma expressa. Na recepção, terá um atendente para fazer essa análise na hora e ele irá analisar dentro do rigor da resolução, caso seja detectado algum ponto sem conformidade, os documentos são devolvidos ao profissional e a CAT passa a tramitar da forma que já existe internamente, cumprindo os devidos prazos. Ou seja, caso haja uma rubrica faltando, que ela é exigida nos documentos de atestados, por exemplo, a Cat é devolvida ao profissional que deverá esperar normalmente nos prazos que já existem.

P) Quando foi elaborado? E como foi o processo até chegar à execução? R) A gente vem desenvolvendo esse projeto a algumas semanas, conversando com as pessoas do marketing para poder comunicar melhor aos profissionais e com as assessorias técnicas do Crea-CE para poder disponibilizar pessoal e mecanismos de análise que agilizem este trabalho. Conversamos também com alguns profissionais para saber quais são as principais dificuldades, a partir daí, usamos técnicas de gestão de processos, de Design Thinking e de solução de problemas para podermos chegar a uma forma que melhor atendesse aos anseios dos profissionais, no tocante à agilização do prazo de entrega. O prazo de entrega só não é na hora porque existe uma questão bancária onde a gente precisa esperar a comprovação do banco para que a CAT seja liberada, ou seja, se o profissional der entrada em um dia e no dia seguinte ele for ao Crea-CE para fazer a análise, ele recebe na hora a CAT.

P) Quais são as expectativas? R) As expectativas são as melhores possíveis. Nós estamos tendo diversos profissionais vindo até a sede para iniciar esse trabalho de análise da Cat de forma expressa e tem sido um sucesso. Os profissionais estão com boa aceitação. A tendência é que aumente nos próximos dias e que isso reduza também a fila de espera da Cat que está tramitando no processo normal, até porque os profissionais vão passar a fazer a conferência através de um Check-list, também disponível no site, antes de dar entrada, o que diminui as diligências, então, o processo fica muito mais rápido e eficaz E realmente, com o passar dos dias, a tendência desses processos é de os prazos, tanto da Cat Expressa, como na sua tramitação normal, serem reduzidos há poucos dias. Os profissionais que desejarem mais informações poderão acessar o site do Crea-CE, e solicitar a sua CAT. www.creace.org.br

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SENGE-CE

Agostinho Campos Engenheiro Eletricista Conselho Fiscal

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Mudanças no Estatuto do Senge-CE

O Senge-CE é contruído por todos nós!

Compreender a importância da reflexão coletiva e da adequação dos textos que regimentam o Estatuto de uma entidade é fundamental para o seu bom funcionamento. Por esse motivo, o Sindicato dos Engenheiros no Estado do Ceará (Senge-CE) deu início ao projeto de mudança em seu Estatuto, que visa trazer melhorias compatíveis às necessidades da instituição, a serem discutidas e definidas democraticamente em Assembleia. Para falar sobre o assunto convidamos o engenheiro eletricista Agostinho Campos, um dos principais incentivadores do projeto. Confira a entrevista: P) Qual a importância do Estatuto para a instituição e para a classe? R) Conforme o Art. 45 do Código Civil, toda organização de direito privado inicia sua existência legal com a inscrição do ato constitutivo registrado em órgão competente, logo, a relevância do Estatuto decorre de exigência legal. P) O que motivou a mudança no Estatuto? R) Em outubro de 2016, o Sindicato dos Engenheiros no Estado do Ceará (Senge-CE) realizou uma oficina para discutir as ações a serem realizadas no ano de2017. Dentre estas ações foi estabelecida a necessidade de atualização do Estatuto. P) Quais previstas?

as

mudanças

R) Dentre as mudanças sugeridas foi colocada a separação da

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atual diretoria administrativofinanceira, bem como a criação da diretoria de projetos. Outra mudança decorreu da exigência do CONFEA (Rés 1070/15) sobre exclusão dos arquitetos no processo de representação de conselheiros nos Conselhos Regionais. P) Qual a consequência dessas mudanças? R) Possibilitar uma estrutura mais moderna, compatível com a reforma da sede, proporcionando realização de eventos diversos, além de buscar uma aproximação mais efetiva com os integrantes do quadro social. P) Quem está à frente do processo de modificação do Estatuto? Quais os profissionais envolvidos? R) O trabalho está sendo realizado com todos os integrantes dos órgãos de direção do sindicato, através de troca de ideias e discussões sobre determinados temas. Aqueles que desejarem contribuir poderão contatar o Eng. Agostinho no número 99619-4268 ou encaminhar sugestão para o e-mail (sengece@sengece.org.br). Os profissionais que estão diretamente envolvidos são a presidente Helena Araújo, a diretoria administrativo- financeira e o conselho fiscal representados pelo engenheiro Valmar Barbosa, engenheira Socorro Moreira e o engenheiro Agostinho Campos. Para quem deseja conferir as mudanças, o documento encontra-se disponível no site do Sindicato (sengece.org.br).


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ELEIÇÕES

Eleições Senge-CE 2019:

onde profissionais de todas as idades se encontram As eleições gerais do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Ceará (Senge-CE) estão previstas para acontecer em fevereiro de 2019. Serão eleitos novos integrantes (titulares e suplentes) da diretoria, do conselho fiscal e os representantes sindicais da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) para a gestão 2019-2021. Os associados aptos a participar das eleições para a diretoria e serem votados precisam estar filiados ao Sindicato no período mínimo de 6 meses antes da

votação e ter suas mensalidades quitadas até 7 dias antes da votação. Para os votantes, a filiação pode ser feita até o mês de setembro deste ano e também precisam estar em dia com suas contribuições sindicais. Vale lembrar que os aposentados são isentos da anuidade nos termos do Estatuto do Senge-CE. Profissionais associados, participem desse momento democrático, onde profissionais de todas as idades se encontram e exercem seu poder de voto.

Em breve:

Eleição para Conselheiros no Crea-CE

As eleições para conselheiros estão se aproximando. Entidades como o Senge-CE participam com mais de 30% de representatividade no Plenário do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE). Caro associado, faça parte desse momento, participe das eleições para o triênio 2019-2021. Vamos juntos lutar pelo nosso espaço em prol da valorização da categoria!

Saiba mais!

O que faz um conselheiro? O conselheiro é o profissional responsável por vincular o sistema Confea/Crea e Mútua às entidades de classe, instituições de ensino e também por trazer para a autarquia as questões que envolvem a engenharia e a sociedade, como as problemáticas do meio ambiente, acessibilidade, ética, entre outros. Como ser um conselheiro? Para ser conselheiro, é necessário ser profissional registrado e em dias com suas obrigações no Crea-CE, pertencer a uma entidade de classe com registro no Crea-CE e ser associado a esta entidade e em dia com a mesma.

Como se inscrever? Esperar sair o edital para saber se há vaga para a área. Se houver, preencher uma ficha e assinar.

SENGE-CE

Senge-CE terá nove delegados no X Conse - Congresso Nacional de Sindicato de Engenheiros

O Sindicato dos Engenheiros no Estado do Ceará (Senge-CE) realizou, no dia 25 de junho, a Assembleia-Geral Extraordinária para deliberar a indicação de sete delegados representantes do Senge-CE no X Conse – Congresso Nacional de Sindicato de Engenheiros, que acontecerá nos dias 13 e 14 de setembro deste ano, em São Paulo/SP. Na ocasião, os engenheiros civis, Lawton Parente, Teodora Ximenes, Áulio Antunes, Ana Ximenes e Socorro Moreira, o engenheiro eletricista, Miguel Lima, e a engenheira agrônoma, Helena Araújo, foram eleitos para representar o Sindicato no evento. Ao todo, o Senge-CE contará com nove delegados, sendo um deles a sua vice-presidente, engenheira eletricista Thereza Neumann, que atualmente faz parte da diretoria da FNE, e o engenheiro civil, diretor do Senge-CE e representante do sindicato na FNE, José Luiz,

membro nato do X Conse. Realizado a cada três anos pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), o Conse, segundo o art. 13 do regimento interno da Federação, é o órgão soberano da entidade e conta com a participação de delegados votantes oriundos dos Sindicatos filiados à FNE em todo o país. A presença do Senge-CE dar-se-á através de seus nove delegados que terão direito a voto. Considerado o principal fórum de debate sobre temas técnicos e sociais de ordem diversa e interesse nacional, o congresso é o espaço de discussão sobre questões de relevância para a engenharia brasileira e, consequentemente, para o desenvolvimento do país. Tem ainda o intuito de traçar diretrizes de ação para seus filiados no sentido de valorização dos profissionais.

Qual o critério? Qual a documentação necessária? Carteira do Crea com o RNP; Certidão de Quitação do Crea-CE; Certidões Negativas da Justiça Federal, Cível e Criminal; comprovante de quitação com o Senge-CE; Formulário com os dados do Suplente, com as respectivas documentações igual do Titular; e estar de acordo com o Estatuto do Senge-CE.

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Energias Renováveis: avanço da desertificação e reconcentração de terras no semiárido brasileiro

Deodato Aquino Engenheiro Agrônomo/ Perito Federal Agrário do INCRA, Mestre em Agronomia Doutor em Manejo de Bacias Hidrográficas no Semiárido

As projeções mais recentes de crescimento demográfico, segundo prognóstico da Organização das Nações Unidas, apontam que, no ano de 2047, a população nacional atingirá o pico de crescimento de, aproximadamente, 233 milhões de pessoas. Frente a esta realidade, a região semiárida brasileira, atualmente a segunda mais populosa do Planeta, já conta com 10% (23,5 milhões) do que o Brasil terá em 2047. Além desta alta densidade demográfica, associada aos menores IDHs (índices de desenvolvimento humano) e déficits educacionais, os principais fatores, que têm corroborado historicamente para o avanço da degradação e consequente aumento das áreas susceptíveis ao processo de desertificação no bioma caatinga, têm sido: o desmatamento desordenado “a ferro e fogo” para cultivo de sequeiro com culturas agrícolas adaptadas a climas úmidos e subúmidos; extrativismo vegetal predatório focado na exploração de lenha e carvão, atualmente a principal fonte de energia primária consumida nos lares nordestinos, pois a biomassa florestal responde por 30% da demanda residencial de energia no Nordeste. Outrossim, possuímos uma estrutura agrária rígida e antissocial que fomenta a multiplicação de minifúndios e a conservação SENGE-CE | 06

de latifúndios improdutivos; sem falar que a região se caracteriza por adversidades associadas a altas insolações e temperaturas, irregularidades de precipitações no tempo e espaço, solos rasos, pedregosos e balanço hídrico negativo ao longo de 8 a 9 meses no ano. E para piorar, os modelos globais de previsões climáticas apontam que a região Nordeste será a mais afetada com o aquecimento global. Historicamente, as ações priorizadas por muitos “detentores do poder” buscam apenas amenizar os problemas que assolam nossa região, trilhando pelo caminho mais fácil, não necessariamente o mais eficaz: Promover o êxodo da região, a partir do patrocínio aos fluxos migratórios em massa do povo nordestino aos diversos vazios demográficos do país. Frente a esta ameaça histórica, é imperativo que a sociedade nordestina acorde urgentemente e enxergue que, na contemporaneidade, há intervenções no sentido de promover mais uma nova migração de viventes nordestinos, desta vez para viabilizar espaços ao avanço do mercado internacional globalizado. A pauta política prioritária para o século XXI será a abertura de terras e desmatamentos de caatingas no semiárido e no litoral brasileiro para construção de MEGA EMPREENDIMENTOS multinacionais,com estampas de pseudos selos de “energias sociais verdes”. Faço tal provocação tempestiva, pois apesar de ainda não haver nenhum grande empreendimento com painéis fotovoltaicos em solo cearense,este aponta como uma realidade, uma vez que, atualmente, somos

detentores das maiores “jazidas” de energias renováveis do Planeta, somos agraciados com os maiores aportes de sol nas depressões sertanejas. Diferente das turbinas eólicas para construção de painéis há necessidade de avanço no desmatamento da caatinga e consequentemente pressão nas áreas susceptíveis ao processo de desertificação. A Alemanha, atualmente na vanguarda e a maior potência em energia solar do Planeta, não detém sequer 50% da energia radiante que chega a nossa superfície nordestina, porém os povos germânicos nos ensinam uma importante lição, mais de 65% de toda a energia solar que eles produzem advém dos lares individuais, dos pequenos e das cooperativas de produtores, esta se torna, portanto, diferentemente da energia eólica, a fonte mais democrática, eis a questão! Mas, infelizmente, os oportunistas, detentores de tráfico de influências e reféns de lobistas, estão seguindo em mão única e na contramão da sustentabilidade e justiça social, estruturando bases sólidas para a abertura das cancelas às grandes corporações multinacionais. Tais empreendimentos demandam vastas extensões territoriais epouca ocupação de mão de obra; e onde encontrarão tanta terra? E para onde mandarão tanta gente? Atualmente tem sido priorizada por Brasília a reformulação do novo marco regulatório do setor energético nacional e, dentre as alterações pautadas e priorizadas

sem a devida publicidade e direito ao contraditório, a real possibilidade de abrir as cancelas à venda de terras ao capital estrangeiro, com o imperativo condicionante: as terras adquiridas devem se destinar a projetos de produção de energias renováveis. E onde se localizam as potenciais “jazidas” energéticas naturais? Claro, no sertão e na praia. Questiono o porquê de nossos governantes não seguirem os povos germânicos no caminho da sustentabilidade e, ao contrário, optam por incentivar os grandes produtores de energias, expropriando a garantia de riqueza dos pequenos agricultores familiares, o que garantiria fonte de renda adicional e condição de permanência destas famílias nas áreas rurais, mitigando assim o avanço da desertificação. Pelo contrário, sem olhar para o retrovisor do tempo, os gestores mal-intencionados cometerão conscientemente mais um grande crime histórico, que sedimentará o caminho para a migração de inúmeras famílias de sertanejos aos grandes centros urbanos e, paralelamente, licenciará o desmatamento de vastas áreas de caatinga para construções das grandes usinas solares, trazendo com isso inúmeros problemas sociais e ambientais irreversíveis. Tais equívocos terão como único propósito atender aos lucros infindáveis do capital especulativo financeiro internacional. Portanto, torna-se imprescindível que seja assegurado o cumprimento do princípio constitucional da publicidade, direito ao contraditório e à legítima defesa dos povos nordestinos, pois além do princípio fundamental da dignidade humana, o que está em jogo é a supremacia da soberania nacional.


ARTIGO

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Reciclagem do gesso na construção civil Marianna Ximenes Rodrigues Engenheira Sanitarista e Ambiental

Reduzir os resíduos sólidos é a maneira mais eficaz de combater o desperdício, mas na construção civil, geralmente, não é possível reduzir, a solução, então, é reutilizar e reciclar para evitar uma enorme quantidade de resíduos sólidos, que é uma das principais causas da degradação ambiental, sendo que alguns desses resíduos, como o gesso, geram impactos com a sua disposição inadequada ou em aterros, devido às suas características físicas e químicas. Hewerton Bartoli, vice-presidente da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição

(Abrecon, 2011), considera que, na construção civil brasileira, todo ano é desperdiçado cerca de R$ 8 bilhões, uma vez que, por não haver reciclagem, estes resíduos são causadores de 60% de todo o lixo sólido urbano, sendo que 70% têm chance de serem reaproveitados. O gesso é um material muito utilizado na construção civil, haja vista ser usado para revestimento, placas e ornamentos de gesso fundido, chapas emdrywall, massas para tratamento de juntas de sistemas drywall,entre outros. Dessa forma, percebe-se uma crescente utilização desse material e, consequentemente,

a produção cada vez maior desses resíduos. Desse modo, a melhor maneira de evitar esse impacto seria reciclando. Não é recomendado o descarte em aterro, pois o gesso emite gás inflamável altamente tóxico, além de contaminar o solo e o lençol freático. A incineração também não é adequada por produzir dióxido de enxofre, gás tóxico. O primeiro passo para a reciclagem do gesso é o seu armazenamento, separando de outros materiais da construção civil, colocando em um local seco e protegido de chuva. O próximo passo é o transporte que deve

obedecer às regras estabelecidas pelo órgão municipal responsável pelo meio ambiente e/ou pela limpeza pública da sua cidade. E, finalmente, a destinação adequada. Com esse processo de reciclagem o gesso é capaz de ser reaproveitado em até 100%, readquirindo as características químicas originais da gipsita, entrando na cadeia produtiva novamente. Apesar desse processo de reciclagem ser mais complexo que a própria produção do gesso, as empresas que realizam essa reciclagem contribuem para a preservação do meio ambiente, reduzindo gastos com descarte desse material.

Foto: Reprodução | Internet SENGE-CE | 07


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