Revista Digital
Revista Escola Aberta • Ano 01 • Nº 002 • dez 14 e jan 15
E SPECIAL
Entrevista com Nor ma Regina Gomes Figueiredo, a nova Diretora da Escola São Joaquim II Revista Escola Aberta • Pág. 1
Revista Digital
DIRETORA Enivania Duarte CRIAÇÃO E PROJETO GRÁFICO Agnaldo Ruivo
É chegado mais um final de ano, e neste período muitas conquistas foram obtidas: A evolução do ensino e aprendizado dos alunos; atividades desenvolvidas com a participação de professores e a comunidade, e entre elas a criação de uma peça teatral encenada ao ar livre para a apresentação ao público em geral. Mas é ao ano 2015 que passamos de agora em diante a demonstrar nosso interesse, que com certeza será mais um ano de desafios e lutas, no qual deveremos fortalecer nosso empenho e dedicação, atributos que impulsionam toda capacidade criadora em propagar projetos para uma sociedade mais igualitária e consciente de seu valor. Desejamos a todos os nossos leitores um Feliz Ano Novo, que ele traga realizações e muitas conquistas. Assim, a revista ESCOLA ABERTA se põe à disposição da Escola São Joaquim II para publicar suas atuações perante a comunidade local, buscando fortalecer a união entre a sociedade e a escola. E como disse Guimarães Rosa “mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende”, então que o ano 2015 venha para nos ensinar o que ainda, deliciosamente, desconhecemos. PAZ E SUCESSO! Enivania Duarte – Vice Diretora da Escola da Família da Vila São Joaquim II
Pág. 2 • Revista Escola Aberta
FOTOGRAFIA E REPORTAGEM Agnaldo Ruivo ON LINE BLOG revistaescolaaberta.blogspot.com.br E-MAIL pefsaojoaquim2@gmail.com CONTATO Escola São Joaquim II Rua Exacta, 200 Jardim Leonor - Cotia - SP Fone: 4703-5930 FALE CONOSCO enyduarte@gmail.com
A Revista Digital Escola Aberta é um projeto do Programa Escola da Família da Vila São Joaquim II e tem a finalidade de promover um diálogo entre a escola e a comunidade local. Tem publicação bimestral e sempre na primeira semana.
04 10
08 06 22
12
11
16 Revista Escola Aberta โ ข Pรกg. 3
A percepção da passagem do Tempo nas tarefas e responsabilidades da profissão de Professor
É
comum que nos preocupemos com o tempo de forma quase que cronometrada. Tudo que fazemos necessita de planejamento, e o tempo está sempre relacionado a essa preocupação. Desde a hora que o dia amanhece até as altas horas da noite, quando nós (após termos cumprido nossos deveres quase sempre às pressas) finalmente dormimos, olhamos no relógio diversas vezes, como se apostássemos uma corrida que nunca queremos perder. Comemos olhando as horas, dormimos com hora marcada, até banhos, passeios, reuniões, encontros, tudo tem sua hora de começar e acabar. Sou professora, digamos que “recémformada”, e nessa minha curta e proveitosa vida de magistério, o tempo sempre foi um companheiro controverso: amigo e inimigo. Peço aos amigos leitores que me desculpem se eu estiver errada, mas uma das coisas mais frustrantes que existem é lecionar uma aula que não pudemos encaixar no limite imposto pela Pág. 4 • Revista Escola Aberta
chamada hora-aula. Mesmo com poucos anos de experiência, já percebi que em quanto mais aulas atuamos, mais dominamos esse impasse, porém não há fórmula pronta para terminarmos a tempo aquela aula que flui, e que os alunos, alguns muito participativos, outros sem mencionar uma palavra, querem saber mais de nós. Da mesma forma não somos capazes de reduzir a “minutinhos” a interminável, maçante e cansativa aula (essas são as mais comuns).
Creio que esse ainda seja um dilema pequeno, perto das muitas lebres que deixam nossas tartarugas para trás: planejamento das aulas de forma bimestral ou semestral, aplicação de avaliações e suas correções, fechamento de médias, recuperações, relatórios, cursos, conferências, etc. Dentro da escola e fora dela, o “tic-tac” pode ser confortante, ou uma bomba-relógio. Mas antes que levemos tudo isso ao limite da preocupação, trago algumas palavras que podem tranquilizar-nos: Todo tempo é único, imensurável, e inigualável. Aproveitemos cada minuto para tornar nosso momento o melhor possível, e aproveitemos, muito mais, os rápidos descansos e as boas experiências, pois essas, mais do que todas, voam e não voltam mais.
Bruna Cristina Gonçalves, professora de Língua Inglesa na E.E. “Vila São Joaquim II”.
Revista Escola Aberta • Pág. 5
S
heila Nunes Silva e Sandra Aparecida Domingues são professoras da Sala de Leitura da Escola Estadual Vila São Joaquim II e trabalham sempre com projetos para estimular que os alunos e toda comunidade local leiam mais, pois acreditam que a leitura é a base de tudo. Procurando interdisciplinaridade em seus projetos, agregam vários aspectos e disseminação de conhecimento quando conseguem fazer com que os alunos participem desde a elaboração até a avaliação, pois após escrever cada projeto ainda é necessário organizar e decorar a escola, arrumar figurinos, ensaios de peças teatrais, recitação de poesias, ou mesmo dança e canto.
Sheila N. Silva (esq.) e Sandra A. Rodrigues (dir)
Exposições de livros e feira cultural contribuem para que os alunos tenham mais contato com os livros e acabem adquirindo o gosto pela leitura. As duas professoras trabalham diariamente lecionando aulas de leitura dentro do projeto “Superação Jovem”, em que propõem debates, desafios e trocas de exPág. 6 • Revista Escola Aberta
periências, e se orgulham de já terem aprovados alunos que passaram na ETEC (5º lugar) e na ITB (3º lugar).
•
LEIA TAMBÉM A REVISTA DIGITAL
www.arteincitatus.blogspot.com
Revista Escola Aberta • Pág. 7
A preocupação com o bullying deve estar presente em todos os momentos dentro e fora da escola
J
oão Vitor, garoto cearense de 16 anos que quase gabaritou na prova do Enem, foi ao programa da Fátima Bernardes e chorou ao dizer que não tinha sapatos e por isso faltou alguns dias na escola, o receio era de que os outros alunos iam vê-lo com desdém por ele não ter sapatos. Ele sabia que sofreria bullying e chorou por causa disso. UMA HISTÓRIA DE VIDA Eu estudei em colégio de elite, por esforço de meus pais que muitas vezes cortavam mais que o superfluo para que eu pudesse estar lá. Pág. 8 • Revista Escola Aberta
| Por Fernanda Vida dos Santos (Educadora) Guarujá- São Paulo
Nesse colégio, não bastava se você estivesse de tenis, tinha que ser o tenis importado caríssimo onde só os mais abastados poderiam possuir. Imagino que primeiro, se olhava para baixo para que o indivíduo decidisse se conversaria com você ou não, aí sim, subia os olhos para ver o rosto ou então, como eu, se tornava um sem- rosto, um alguém que não poderia nunca fazer parte do grupo. Era um colégio de freiras, onde o assunto passava pouco por questões religiosas, e sim,
por questões como grifes, holerites dos pais, etc... Mais tarde fiquei sabendo muitos anos depois que deixei o colégio, que elas tentaram proibir os tenis com identificação de grifes. Então devem ter subido o olhar, para calças talvez, meias, pulseiras, brincos, objetos que rotulam o valor de cada aluno e qual grupo ele irá fazer parte. SER SOLIDÁRIO O garoto João Vitor, chorou em público, um choro doído dos que não querem ser fracos, e quando me dei por gente, entendi que não queria fazer parte daquele mundo, mas foi tarde, custou – me a solidão profunda por muitos anos. Quantos sofrem dessa dor? Por que ainda insistimos em valorizar as pessoas pelo dinheiro que tem? Onde fica a educação o papel da escola nesse panorama tão cruel?
MUDANÇAS QUE NOS APROXIMAM Parece simples mas a realidade ainda fica mais inflamada se pensarmos na realidade num país com uma desigualdade social tão grande como o Brasil, a pirâmide de um grupo restrito de ricos e uma massa pobre com uma classe média pouco significativa. Esse é o capitalismo predatório, que explora o pobre que vende sua força de trabalho para uma minoria que quer se manter no poder portanto, não quer que o pobre tenha meios de progredir e assim se percebe que o bullying está consolidado numa realidade que parte do princípio histórico global do explorador e o explorado, seria preciso um empenho em muitos aspectos, muitas áreas para se modificar a sociedade para escolas de ambiente mais generoso e inclusivo.
Numa sociedade de consumo a ideologia do ter está infiltrada na família, na escola, padronizar para se vender uma produção em série é uma estratégia mercadológica em que as pessoas pouco se dão conta. Todd Parr em seu livro “It´s ok to be different” trata o assunto de um jeito muito delicado, direcionado para crianças, é uma lição que muitos adultos precisam estudar também. Por que precisamos ser todos iguais? Por que só respeitar o igual e não o diferente? Revista Escola Aberta • Pág. 9
ACONTECEU PROJETO COMUNIDADE LEITORA
O projeto “Comunidade Leitora” tem o objetivo de despertar o gosto pela leitura, incentivando a formação do novo leitor com formas divertidas de leitura. O projeto faz parte do Programa Escola da Família e reúne voluntários que tragam inovação às atividades.
TEATRO AO AR LIVRE
ESCOLA DA FAMÍLIA E A COMUNIDADE
DIA DE REALIZAÇÃO DE UM ANO INTEIRO
E mais um ano fecha o ciclo de estudos para os alunos que se formaram em dezembro 2014. Agora estão prontos para começar uma nova etapa em suas vidas. Felicidades e sucesso a todos os formandos da Escola São Joaquim II. Pág. 10 • Revista Escola Aberta
O vilão Evasão Escolar parece estar derrotando a educação.
Mas, a Super Eny não vai deixar por menos...
Como ela sempre consegue? Fácil, com seriedade e determinação a Super Eny coordena ações de solidariedade para a comunidade através do Programa Escola da Família Vila São Joaquim II
Reage e consegue afastar o mau “Evasão Escolar”.
E assim, mais uma vez a super Eny vence os inimigos da Educação.
Revista Escola Aberta • Pág. 11
ESPECIAL
Norma Regina Figueiredo, a nova diretora da Escola São Joaquim II, fala sobre os desafios de dirigir uma grande escola e sobre a importância do diálogo.
N
| Por Agnaldo Ruivo
a segunda edição da revista grande escola em período letivo, e ESCOLA ABERTA, a entre uma pausa ou outra a entreentrevistada é a diretora da vista foi sendo feita. Escola Pública da Vila São Joaquim II, a Sra. Norma Regina Figueiredo. Escola Aberta: Como foi sua forA Gestão na Direção é algo de fun- mação escolar? damental importância para o bom Norma Regina: Minha formação funcionamento de uma escola e a foi Ensino Fundamental, Médio e sra. Norma Regina Figueiredo tem Magistério, e tudo na Rede Pública. uma experiência de 30 anos no ma- Fiz Faculdade de Ciências Sociais gistério, foi inicialmente professora me habilitando em Geografia e Hisde História durante 20 anos, vice- tória. Fiz também Pedagogia na Uni diretora por 12 anos e agora assume Sant’Anna e Pós Graduação na Uio cargo de Diretora. camp em Gestão Educacional. A entrevista se deu na própria esco- EA – Quais são as dificuldades la, no dia 12/12/14 ainda sob a efer- encontradas na escola pública de vescência e os sons típicos de uma hoje? Pág. 12 • Revista Escola Aberta
cola, facilitando o contato com seus familiares e com suas dificuldades, assim criamos um laço de confiança e de afetividade entre a escola e os alunos. EA - Como você vê o papel do Diretor? Diretor é aquele que só controla papéis, ou ele é mais do que isso? NR: O Diretor de Escola não pode estar de portas fechadas, só nos papéis, precisa estar aberto ao diálogo, ao convívio com os pais, com os alunos, professores, funcionários e toda a comunidade, buscando sempre um equilíbrio e procurando as NR: Os grandes desafios da escola melhores formas para que seja gahoje residem na qualidade do Ensi- rantida a aprendizagem de seus aluno que precisa ser constantemente nos. reavaliado e principalmente despertar o aluno para o interesse de apri- EA – O Diretor de escola deve morar seus conhecimentos, expan- olhar para fora da escola, ou seja, dir seu saber. ser um agente integrador entre a escola e a comunidade? EA – E na Escola São Joaquim II, NR: Sim, com certeza. O Diretor quais são as dificuldades e quais de Escola está inserido em uma são as facilidades encontradas? comunidade e deve estar atento às NR: Os grandes desafios da EE Vila realidades vividas nesta comunidaSão Joaquim II estão na questão fa- de para desenvolver uma parceria e miliar, envolver mais os pais nos es- procurar sempre a integração “escotudos e na importância deste para la e comunidade” de forma eficiente a vida de seus filhos. As facilidades e eficaz. para nós encontram-se no fato de continua... que 90% de nossos alunos são moradores do bairro e do entorno da esRevista Escola Aberta • Pág. 13
EA - Como você vê a participação da comunidade na escola? NR: Vejo a participação da comunidade na escola sempre como parceira. EA - Quais são os recursos que a escola tem à sua disposição para integrar a escola e a comunidade? NR: Em nosso caso, principalmente o espaço físico, pois é um espaço privilegiado que por diversas vezes é utilizado pela comunidade para a realização de vários eventos, desportivos, religiosos, etc.
mos também a problemática de muitos pais com baixa escolaridade e desta forma não sabem exigir de seus filhos ou despertar neles um desejo maior pelo saber.
EA – A sra. acha que o caminho para resolver os problemas educacionais é a escola se aproximar mais dos problemas do aluno? NR: Claro, a escola precisa estar voltada sempre para a realidade de sua comunidade, de seus familiares, procurando sanar as dificuldades e buscar as soluções em conjunto com esta mesma comunidade, EA – A Sra. concorda que o pro- ou seja, abrir camiblema da escola pública não é a nhos. evasão e sim a falta de motivação dos EA - Para termialunos? nar a nossa enN R : S i m , trevista, a peralunos d e s - gunta clássica: motiv a d o s O que precisa deixam a e s c ol a ser feito para de lado, m a s melhorar a t e escola pública?
Pág. 14 • Revista Escola Aberta
NR: Para melhorar a escola pública de forma bem clara, é preciso investir mais e melhor nos profissionais da educação, estar sempre atentos e repensando em como conduzir nossos alunos a um aprendizado de fato concreto, consciente e que o ajude na transformação da sociedade, tornando-o um ser crítico, participativo e comprometido com sua comunidade.
horizonte e evidentemente outros desafios surgirão, outras alegrias viveremos, outros momentos críticos passaremos, mas temos uma certeza, a certeza de poder contar com os amigos, a certeza de termos sempre a esperança de que tudo poderá ser diferente, mas acima de tudo, ter Fé, a Fé em um Deus que nos anima, nos dá força, nos abençoa e nos conduz pela mão. Na certeza da presença deste Deus, desejo a toda Família São Joaquim II, um Natal Santo cheio de Graças. Desejo que 2015 estejamos mais fortes, mais unidos e que possa ser marcante para todos nós, com muitos momentos de grandes alegrias.
EA – A Diretora Norma Regina gostaria de dar um recado final aos nossos leitores? NR: Gostaria de terminar dizendo à Comunidade São Joaquim II que cada ano nos traz novos desafios, e que com certeza em 2014 muitos deles se colocaram em nossos caminhos, alguns nos trazendo momentos felizes e de realizações, outros nos trouxeram momentos de tristeza, dores e lágrimas, mas todos foram sendo superados no nosso EA – Diretora Norma Regina, muidia-a-dia e cada qual com sua im- to obrigado pela sua colaboração. portância para o nosso crescimento. NR: Feliz Natal. Feliz 2015. Agora o ano 2015 está apontando no
•
Revista Escola Aberta • Pág. 15
Pág. Pág. 1616 • Revista • Revista Escola Escola Aberta Aberta
Revista Escola Aberta โ ข Pรกg. 17
Após um ano de muito trabalho e esforço, a ordem agora era se divertir. Assim a Escola São Joaquim II marcou o encerramento das atividades escolares de 2014 em grande estilo, com um animado almoço de confraternização
H
ora de esquecer os problemas decorrentes do ano e sorrir, a ordem no almoço de confraternização da Escola São Joaquim II naquele dia 13/12/14 era “tirar o pé do chão” e se animar. Com um Buffet de Crepe contratado especialmente para a ocasião, o almoço foi uma reunião divertidíssima que contou com a presença de professores, funcionários, do corpo gestor da escola e claro, da Revista ESCOLA ABERTA. Após o almoço, uma animada troca de presentes uniu ainda mais o pessoal com a dinâmica de presentear Pág. 18 • Revista Escola Aberta
| Por Enivânia Duarte
o tradicional amigo secreto com um par de chinelos “havaianas”, e, além disso, sessões de fotos e depoimentos sobre a festa. Mais do que um almoço que reunisse os colegas da escola para apenas consumir o alimento juntos, o almoço foi uma espécie de premiação ao esforço de todos os envolvidos em um ano letivo cheio de desafios e obstáculos, problemas inerentes a todas as profissões e nas quais o bom profissional supera com firme propósito de alcançar seus objetivos, flexibilidade e a insuperável vontade de continuar perseguindo seus ideais.
Nada mais gratificante para mim, uma profissional do meio da Educação, assistir estas pessoas responsáveis capazes de assumir seus compromissos, que durante o ano se portam de forma um tanto austera, se divertindo de forma bem descon-
traída. E essa desinibição foi “a minha deixa” para eu pegar o gravador e passar a perguntar para os colegas sobre a festa de confraternização 2014. Nas próximas páginas alguns desses depoimentos.
Revista Escola Aberta • Pág. 19
O QUE DISSERA
CONFRATER
Tô muito feliz - ALEX
20
É o momento de todos se confraternizarem e mostrar o carinho que temos um pelo outro. IVONE
Maravilhosa, muito boa. CÉSAR MORALES VICE DIRETOR
É o momento em que compartilhamos o amor e a confraternização. LURDINHA
É o momento morar os res conquistados n melhorias para Uma confrater que sabemos va que estiveram ano, e simboliz
unindo para ven
culos que venham
Está muito top, legal demais. LURDES Pág. 20 • Revista Escola Aberta
2015. NORMA
AM SOBRE A
RNIZAÇÃO
014
ideal para comesultados positivos no ano e incentivar a o próximo ano. rnização significa alorizar as pessoas conosco durante o za que estamos nos
A confraternização é boa para unir o grupo e ter interação. WELLINGTON
Muito legal, e onde todo mundo se diverte e participa. PAULA
Festa animada. NANCI
Clima agradável e harmonia muito gostosa entre o grupo. Divertida e respeitosa em que todos estão curtindo muito este momento de confraternização. SIMONE
ncer quaisquer obstá-
m nos desmotivar em
União, amizade e o compartilhamento de felicidade. JOSÉ CARLOS
Revista Escola Aberta • Pág. 21
| Por Agnaldo Ruivo
Sabe aquele professor que parece que todo mundo já foi seu aluno? Pois então, Raimundo é este professor. Saiba um pouco sobre sua história e o que ele pensa sobre o atual ensino médio.
L
uiz Raimundo da Silva é professor de História e Filosofia na Escola Zacarias Antonio da Silva desde 1982, por ele já passaram milhares de alunos aqui de Cotia, e você pode ter sido um deles. Convidado para fazer parte como colunista da revista ESCOLA ABERTA, Raimundo fala sobre a profissão de professor e os desafios enfrentados na profissão, e como faz para manter o “pique” diariamente no magistério, pois sua larPág. 22 • Revista Escola Aberta
ga experiência no exercício da profissão o qualifica como um dos professores que melhor utiliza a didática para colocar em prática sua percepção sobre o ensino atual. Nesta entrevista, realizada na Escola Zacarias Antonio da Silva, no dia 16 de dezembro de 2014, Raimundo fala em como pensa suas aulas em relação às diferentes demandas que a escola e a vida trazem. ESCOLA ABERTA: Fale um pouco sobre a sua inserção, formação e experiência profissional no ensino médio. LUIZ RAIMUNDO: Eu cheguei no Zacarias como estagiário, antes havia passado um período na Itália e estudei Filosofia porque eu queria ser padre. Quando retornei, não tinha tanta convicção sobre a vocação religiosa e o único lugar que eu poderia estar, por saber lidar com as pessoas, era na Escola. Primeiro fui ser professor substituto, onde passava a maior parte das horas do dia dentro da escola Zacarias, e foi um período em que as pesso-
as me ajudaram muito, mas sem saudossísmo, é o lugar onde eu exerço minha profissão. Quanto à minha formação, estudei Filosofia por questões religiosas, mas não era um curso estritamente ligado à igreja, mas sim a questões ligadas aos campos do conhecimento, da filosofia em si. Fiz o curso em quatro anos, e na época, resquícios finais da ditadura, esta disciplina ainda não era ensinada nas escolas, pois que o filósofo por ser uma figura questionadora, era uma figura indesejável. Com a abertura política e a redemocratização, o curso de História voltou a ser oferecidos nas faculdades e eu fui fazê-lo em Guarulhos. Com o curso de História, eu dei aulas no próprio Zacarias e passei a dar aulas também na Escola Mont Serrat, uma escola particular que hoje não mais existe em Cotia. Finalizando, fiz o curso de Pedagogia e após me especializei em Psicopedagogia. EA: A partir de seu ponto de vista, quais são os objetivos do ensino médio hoje? LR: Eu penso que o ensino médio deixa a desejar nas necessidades do aluno, porque eu não posso dizer que o adolescente esteja sendo preparado para ingressar na Universidade, temos hoje o ENEM que mostra que o currículo das escolas está, de certa forma, defasado e distante da realidade, penso que a vida hoje é mais dinâmica e tecnológica e existem coisas que em sala de aula é impossível reproduzir ou ensinar, assim o aluno também fica defasado e distante do mercado de trabalho. EA: Como você prepara suas aulas, afinal são muitos anos de
atividade escolar? LR: Eu gosto muito de sala ambiente, porque os livros estão à disposição do aluno e temos trabalhos expostos de outras turmas para que vejam não só o que estamos produzindo, mas também o processo como um todo, dinâmico e contínuo. Assim, faço com que o entendimento sobre a história possa ultrapassar os muros da escola e alcançar a vida diária dos alunos e que os façam entender que a história tem relação com suas vidas diárias. EA: Que tipo de material didático você utiliza nas suas aulas? LR: Aonde o meu discurso não chega, chegarão o livro, a revista, o vídeo, o filme, a música, o muséu, etc., e apesar de ser ferrenho opositor de celulares dentro da sala de aula, algumas vezes permiti seu uso como ferramenta de busca de sites orientados e pertinentes aos assuntos tratados em sala de aula. EA: Como você avalia o interesse dos alunos de hoje? LR: Eles têm muito interesse, mais até do que eu supunha. É uma geração de leitores que estão lendo livros de romance, profissionalizante, gibis, etc., e é minha obrigação enquanto professor propor atividades que melhor utilize este interesse, seja com os livros curriculares, seja com livros sugeridos em sala de aula. EA: Qual ou quais são os seus critérios para a escolha de um tema em sala de aula? LR: Meu primeiro critério é que eu saiba do que estarei falando. Um segundo critério é que tenha significativo no mun-
do real, que torne o passado e o presente um complemento desafiador de reflexão. E para finalizar, o tema tem que ter material didático, de busca e informação, e que seja alcançado com os requisitos de provas do ENEM, etc. EA: Você considera importante o uso de novas tecnologias para atrair a atenção dos alunos? LR: Esta atual geração, acostumada com ritmo, batida, som, etc., se torna muito receptiva para atividades que envolvam música, cinema, poesia, etc., e a internet pode ser uma ferramenta útil para o meu trabalho, quando em sala de aula permito o uso de celulares para que eles façam buscas de informações em sites que eu sugiro e que respondam a questões que eu elaboro em fichas com um roteiro de tarefas. EA: Quais são as dificuldades específicas do ensino médio? E qual sua visão sobre o futuro dele? LR: Acredito que o ensino médio precisa de uma reformulação quanto a responder às necessidades do mercado de trabalho, e fazer com que o aluno esteja mais bem qualificado com uma formação mais específica. Também acredito que todos nós somos responsáveis pelo futuro do ensino médio, e parafraseando: “sonho que se sonha só, é sonho; sonho que se sonha junto, torna-se realidade”, e eu tenho esta coragem de continuar sonhando, porque primeiro eu respiro e vivo tudo isto, segundo porque se tudo isso terminar, é porque perdemos, e isto não pode acontecer, não é mesmo?!
Revista Escola Aberta • Pág. 23
Um rebate de leitura impulsiva à reflexão e ao confronto com o tempo.
“No velho quintal aberto, de terra pisada, dois velhos conhecidos se abraçam. O Doutor certamente é quem mais se emociona. É capaz de lhe surgirem algumas lágrimas na ponta da retina, o que faria o seu olhar, por trás do vidro, ganhar um brilho infantil, talvez doce...” (Trecho do conto A Visita)
Este é o novo livro de Contos do escritor Willian Delarte. Pág. 24 • Revista Escola Aberta
Já nas livrarias.