Jorna Água Viva

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Informativo do Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba Capivari e Jundiaí • edição nº72 • Janeiro/Março de 2011

Perugini é reeleito

Presidente do Consórcio PCJ

Novo Telefone

19 3475-9400 Mesa de trabalho da 66ª Reunião Ordinária do Consórcio PCJ que reelegeu o prefeito de Hortolândia, Angelo Perugini, como presidente da entidade.

Nesta edição

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66ª Reunião Ordinária do Consórcio PCJ foi marcada pela reeleição de Angelo Perugini para a Presidência da entidade por mais dois anos. O evento aconteceu no Hotel Fonte Santa Tereza, em Valinhos (SP), e contou com diversas autoridades, entre elas o Diretor Presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu. O Conselho Diretor eleito para o biênio 2011/2012 é composto pelo presidente, seis vice-presidentes (prefeitos) três vice-presidentes (representantes de empresas) e 13 conselheiros, sendo oito prefeitos e cinco representantes de empresas. “Agradeço a confiança depositada em mim durante esses dois anos e peço o apoio de todos para o próximo biênio para avançarmos ainda mais em cada um dos programas que o Consórcio PCJ realiza”, disse em seu discurso de posse o Presidente reeleito.

Bacias PCJ devem gerar quase 3 mil toneladas/dia de lodos de ETA e ETE

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Consórcio PCJ prepara mostra Casa Modelo EcoDecor

Pág. 12 Unilever investe em reuso de água

Pág. 10 1ª Etapa de revitalização do Camanducaia e Jaguari é concluída

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Informativo Água Viva: Especial 20 anos A primeira matéria especial sobre os 20 anos do Informativo Água Viva aborda a evolução do rio Piracicaba nesses 22 anos de atuação do Consórcio PCJ. A capa do primeiro Água Viva, em 1991, trazia a foto do rio naquela ocasião. A melhora nos índices de saneamento nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) arquitetaram um cenário propício para a melhora dos índices ambientais da região, como no caso do rio Piracicaba, cuja despoluição do curso d’água tem sido notada por pescadores locais que percebem um ligeiro retorno de espécies de peixes, antes desaparecidas do rio.

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Editorial

Combate às perdas hídricas: uma das soluções para ampliar a oferta de água

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o decorrer da história da humanidade vimos a civilização ser formada e estruturada em regiões com oferta hídrica. Assim foi o caso dos egípcios cuja sociedade foi alicerçada às margens do rio Nilo; base do conhecimento filosófico da sociedade ocidental, a Grécia antiga desenvolveu suas cidades estados em meio a 33 deltas de rios que somam 327.100 hectares; Roma possui no Tibre a alma de sua fundação, relatada na lendária cena da história de Rômulo e Remo. Na nossa região não foi diferente. Os povoados que aqui se instalaram foram se constituindo nas proximidades de rios, córregos e riachos que cortam e formam as bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (bacias PCJ). O crescimento desmesurado, com o boom da migração do campo para a cidade, verificado a partir da segunda metade do século XX, esgotou de forma crítica a disponibilidade hídrica da região. A poluição dos corpos d’água, o desenvolvimento industrial e fabril necessitando de uma maior oferta hídrica, e uma população com conceitos enraizados de água em abundância na natureza, acarretaram sérios problemas de disponibilidade hídrica pelo qual passamos hoje. Em 1989, 3% do esgoto jogado nos rios de nossa região eram tratados. Em diversos municípios grande parcela da população não tinha acesso a saneamento básico. Nossos mananciais estavam comprometidos pelo desmatamento das matas ciliares que protegem as nascentes e os leitos dos rios piorando a qualidade da água. Em 21 anos de atuação, o Consórcio PCJ implantou uma cultura de gestão dos recursos hídricos que hoje é referência nacional e internacional. Por meio de um eficiente e premiado Programa de Educação Ambiental levamos à população a real

situação de nossas bacias, cuja disponibilidade hídrica, na estiagem, é de 408 m³/habitante/ano, comparável a dos países do Oriente Médio. Paralelamente à implantação de um sistema de gestão dos recursos hídricos, auxiliamos os municípios com projetos e termos de referência para a implantação de Estações de Tratamento de Água – que atingem mais de 90% da população da região – e de Estações de Tratamento de Esgoto, fazendo o índice de 3% de esgoto tratado saltar para 50% e com perspectiva de chegarmos a 2014 com 100% de esgoto coletado e tratado. Para 2011, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu para debate no Dia Mundial da Água o tema “Água para as Cidades: respondendo ao desafio urbano”. Nós do Consórcio PCJ, ao longo desses anos todos estamos buscando alternativas para o desenvolvimento de nossa região sem comprometer nossos mananciais de abastecimento. O Plano de Bacias, aprovado pelos Comitês PCJ recentemente, contratado e coordenado pelo Consórcio PCJ/Agência de Água PCJ, prevê ações de recuperação e preservação de nossos rios levando em conta a disponibilidade hídrica sem comprometer o crescimento econômico. O desafio imposto pela migração das pessoas do campo para a cidade, ocasionando diversas regiões conurbadas, como é o caso na Região Metropolitana de Campinas, é o de prover água para a população e o setor industrial nos próximos anos, evidenciamse alternativas como combater às perdas hídricas nos serviços de abastecimento de água. Hoje nas bacias PCJ, 37% da água captada se perde pelo caminho até a estação de tratamento de água e dela para as casas dos consumidores. Esse índice já foi de 50%, mas com as inciativas e ações do Consórcio PCJ, através de encontros promovidos pelo Grupo Regional de Combate às Perdas Hídricas,

fornecimento de termos de referências, tal iniciativa promove a modernização do sistema de abastecimento público. Essa é a saída que se desenha hoje para o desenvolvimento de nossa região com oferta de água suficiente para um desenvolvimento sustentável, sem comprometer nossos mananciais e também o crescimento econômico dos nossos municípios. Angelo Perugini Presidente do Consórcio PCJ

Expediente Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Consórcio PCJ) CNPJ nº 56.983.505/0001-78 – Entidade de Utilidade Pública (Lei Estadual nº 11.943/05 e Municipal nº 4.202/05) Conselho Diretor: Presidente: Prefeito de Hortolândia – ANGELO AUGUSTO PERUGINI; Vice-Presidente de Política de Recursos Hídricos: Prefeito de Americana - DIEGO DE NADAI; Vice-Presidente do Programa de Educação Ambiental: Prefeita de Piracaia - FABIANE CABRAL DA COSTA SANTIAGO; Vice-Presidente de Assuntos Institucionais: Prefeito de Jaguariúna - MÁRCIO GUSTAVO BERNARDES REIS; Vice-Presidente de Integração Regional: Prefeito de Monte Mor - RODRIGO MAIA; Vice-Presidente de Programas Regionais: Prefeito de Capivari - LUIS DONIZETE CAMPACI; Vice-Presidente de Resíduos Sólidos: Prefeito de Rio Claro - PALMINIO ALTIMARI FILHO; Vice-Presidente de Proteção aos Mananciais: Representante da Petrobras/ Replan - MAURO JOSÉ LAURO; Vice-Presidente de Tecnologia e Sistema de Gestão: Representante da Foz do Brasil S.A. - FERNANDO A. MANGABEIRA ALBERNAZ; Vice-Presidente de Sistema de Monitoramento das Águas: Representante da Sanasa - LAURO PÉRICLES GONÇALVES.

Integrantes Empresas: Agrícola Monte Carmelo Ltda., ArcelorMittal do Brasil S.A., Ajinomoto Interamericana Ind. e Com. Ltda., BDF Nívea LTDA, Cia. de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Cia. de Bebidas das Américas (AmBev), Cosan S.A. (Filial Costa Pinto), Cosan S.A. (Filial Santa Helena), CPFL Geração de Energia S.A., DAE S.A. – Água e Esgoto (DAE Jundiaí), Elektro Eletricidade e Serviços S.A., Estre Ambiental S.A., Foz do Brasil S.A.- Unid. Limeira, Hopi Hari S.A., Invista Nylon Sul Americana S.A., Orsa Celulose, Papel e Embalagens Ltda., OCV Capivari Fibras de Vidro Ltda. Petróleo Brasileiro S.A. – Refinaria de Paulínia (Replan), Rhodia Poliamida e Especialidades Ltda., Rigesa Celulose Papel e Embalagens Ltda., Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), Sherwin Williams Indústria e Comércio do Brasil Ltda., Unilever do Brasil Ltda., Usina Açucareira Ester S.A., Usina Açucareira Furlan S.A., Usina São José Açúcar e Álcool S.A., Valeo Sistemas Automotivos Ltda.

Conselheiros Prefeituras Municipais e Empresas: Camanducaia, Iracemápolis, Santa Gertrudes, Pedreira, Atibaia, Limeira, Piracicaba, Campinas, Cia. de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Rhodia, ArcelorMittal, BDF Nívea LTDA.

Conselho Editorial: Angelo Perugini – Presidente do Consórcio PCJ; Francisco Carlos Castro Lahóz – Coordenador de Projetos do Consórcio PCJ; Dalto Favero Brochi – Secretário Executivo do Consórcio PCJ; Jussara Cordeiro Santos – Subsecretária Executiva do Consórcio PCJ; Murilo Ferreira de Sant’Anna – Jornalista Responsável (Mtb 56896)

Integrantes Municípios: Americana, Amparo, Analândia, Artur Nogueira, Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Bragança Paulista, Camanducaia, Campinas, Capivari, Cordeirópolis, Corumbataí, Cosmópolis, Extrema, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Ipeúna, Iracemápolis, Itatiba, Itupeva, Jaguariúna, Jarinu, Limeira, Louveira, Monte Mor, Nova Odessa, Paulínia, Pedreira, Piracaia, Piracicaba, Rafard, Rio Claro, Rio das Pedras, Saltinho, Santa Bárbara d’Oeste, Santa Gertrudes, São Pedro, Santo Antônio da Posse, Sumaré, Valinhos, Vargem, Vinhedo.

Fotos: Acervo Consórcio PCJ Redação: Murilo Ferreira de Sant’Anna, Vieira Júnior (estagiário) Secretaria Executiva: Av. São Jerônimo, 3100, Bairro Morada do Sol – Americana (SP) – CEP 13470-310; Novo! Tel./Fax: (19) 3475-9400 – www.agua.org.br – imprensa@agua.org.br

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Capa

Angelo Perugini é reeleito Presidente do Consórcio PCJ

Eleição da nova diretoria aconteceu durante a 66ª Reunião Ordinária do Conselho do Conselho de Consorciados.

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prefeito de Hortolândia e atual Presidente do Consócio PCJ, Angelo Perugini, foi reeleito para ficar a frente da entidade por mais dois anos. A nova diretoria tomou posse no dia 11 de fevereiro, durante a 66ª Reunião Ordinária da entidade, que aconteceu no Hotel Fonte Santa Tereza, em Valinhos (SP), com a presença de diversas autoridades. “Agradeço a confiança depositada em mim durante esses dois anos e peço o apoio de todos para o próximo biênio para avançarmos ainda mais em cada um dos programas que o Consórcio PCJ realiza”, disse em seu discurso o Presidente reeleito. O Prefeito de Piracicaba e Presidente dos Comitês PCJ, Barjas Negri, parabenizou o trabalho realizado solicitando a continuação da atual diretoria. “Só temos que enaltecer as ações que foram realizadas pelo Consórcio PCJ e para tanto eu peço que essa diretoria permaneça a frente da entidade”, comentou Negri para o Conselho de Consorciados, momento antes do anuncio da reeleição de Perugini. O Conselho Diretor eleito para o biênio 2011/2012 possui 1 presidente, 6 vice-presidentes (prefeitos) 3 vice-presidentes (representantes de empresas) e 13 conselheiros, sendo 08 prefeitos e 5 representantes de empresas. Todos possuem mandato de dois anos. O Diretor Presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, esteve presente ao evento e comentou que “essa diretoria realizou a transição da Agência de Água PCJ para a Fundação. As bacias PCJ são uma referência em todo o país na implantação da cobrança pelo uso da água”. Dentre os diversos resultados obtidos pela atual

diretoria, podemos destacar, a concretização da construção da Casa Modelo Experimental, que em pouco mais de um ano e meio já recebeu quase 5 mil visitantes, a realização das comemorações pelos 20 anos do Consórcio PCJ em Paulínia, o sucesso do 2º Simpósio “Experiências em Gestão dos Recursos Hídricos por Bacia Hidrográfica”, além de avanços na área de saneamento ambiental e de reflorestamento, além de ações como Agência de Água, viabilizando, entre outros, o Plano de Bacias 2008/2020. Na área de educação ambiental o número de municípios participantes do projeto “Semana da Água”, só tem aumentado, e para 2011 será pioneiro no debate sobre eventos extremos. “As mudanças climáticas e as enchentes tem causado problemas para nossa população durante os períodos chuvosos e isso sensibilizou a equipe técnica do Consórcio PCJ na criação de um curso para capacitar as crianças e professores do projeto Semana da Água, como por exemplo, quais ações preventivas e de emergência devem ser tomadas”, comenta a Vice-Presidente do Programa de Educação Ambiental do Consórcio PCJ e Prefeita de Piracaia (SP) Fabiane Santiago. O Prefeito de Atibaia, Dr. Denig, elogiou os esforços do Consórcio PCJ na melhora dos índices ambientais, como no caso do tratamento de esgoto, hoje em 50% ante os meros 3% de tratamento em 1989, quando a entidade foi fundada. “Tratar o esgoto produzido ocasionará economia no processo de tratamento da água captada dos rios” disse Denig. A diretoria reeleita deverá se reunir em breve para definir o Plano de Atuação do Consórcio PCJ para 2011 - 2012.

Composição da Nova Diretoria: CONSELHO DIRETOR DO CONSÓRCIO PCJ GESTÃO 2011-2012 Presidente do Consórcio PCJ: Prefeito de Hortolândia, Sr. Angelo Augusto Perugini Vice-Presidente de Políticas de Recursos Hídricos: Prefeito de Americana, Sr. Diego De Nadai Vice-Presidente de Educação Ambiental: Prefeita de Piracaia, Sra. Fabiane da Costa Santiago Vice-Presidente de Assuntos Institucionais: Prefeito de Jaguariúna, Sr. Márcio Gustavo B. Reis Vice-Presidente de Programas Regionais: Prefeito de Capivari, Sr. Luis Donisete Campaci Vice-Presidente de Integração Regional: Prefeito de Monte Mor, Sr. Rodrigo Maia Vice-Presidente de Resíduos Sólidos: Prefeito de Rio Claro, Sr. Palminio Altimari Filho Vice-Presidente de Proteção aos Mananciais: Repres. da Petrobrás/Replan, Sr. Mauro José Lauro Vice-Presidente de Tecnologia e Gestão: Repres. da Foz do Brasil, Sr. Fernando A. Mangabeira Vice-Presidente de Sist. de Monitoramento das Águas: Repres. da Sanasa, Sr. Lauro Péricles Gonçalves

CONSELHEIROS REPRESENTANTES DOS MUNICÍPIOS: Municípios com menos de 50 mil habitantes: Prefeito de Camanducaia, Sr. Célio de Faria Santos Prefeito de Iracemápolis, Sr. Fabio Francisco Zuza Prefeito de Santa Gertrudes, Sr. João Carlos Vitte Prefeito de Pedreira, Sr. Hamilton Bernardes Junior Município com 50 mil a 500 mil habitantes: Prefeito de Atibaia, Sr. José Bernardo Denig Prefeito de Limeira, Sr. Sílvio Félix da Silva Prefeito de Piracicaba, Sr. Barjas Negri Município com mais de 500 mil habitantes: Prefeito de Campinas, Sr. Hélio de Oliveira Santos

CONSELHEIROS REPRESENTANTES DAS EMPRESAS: Cia. de Saneam. Básico do Est. de São Paulo SABESP Representante, Sr. José Roberto Fumach Rhodia Poliamida Ltda. Representante, Sr. Mauricio Luiz Janssen ArcelorMittal do Brasil S.A. Representante, Sr. José Alencastro de Araújo BDF Nivea Ltda. Representante, Sr. Adolfo Gutmann AMBEV Representante, Sra. Bruna De Sandre Oristanio

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Educação Ambiental

Bacias PCJ deverão gerar quase 3 mil toneladas de lodos de ETA e ETE em 2020 Estudo contratado pelo Consórcio PCJ revelou qualidade e quantidade desses resíduos na região e apontou sugestões para gerenciá-lo.

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quantidade de lodos provenientes de estações de tratamento de água (ETA) e de estações de tratamento de esgotos (ETE) deve chegar a quase três mil toneladas por dia em 2020 (20% de teor de sólidos), é o que aponta os primeiros resultados do estudo contratado pelo Consórcio PCJ junto a Biociclo sobre a “Viabilidade para a Instalação e Operação de Centrais de Lodo nas Bacias PCJ”. Esse estudo foi contratado pelo Consórcio PCJ e conta com o apoio da Câmara Técnica de Saneamento / GT - Lodos, dos Comitês PCJ e financiado pelo Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FEHIDRO). A apresentação dos dados ocorreu no dia 29 de março, durante encontro realizado na sede do Consórcio PCJ, em Americana (SP). O evento foi aberto pelo Secretário executivo da entidade, Dalto Favero Brochi, que atentou para “a necessidade de se buscar alternativas regionais, menos onerosas e sustentáveis para o tema”. Segundo dados fornecidos pelos 62 municípios visitados durante o ano de 2010, as bacias PCJ produzem atualmente entre 1,2 e 1,5 mil toneladas/ dia de lodos de ETA (20% de teor de sólidos) e 378 toneladas de lodo de ETE (20% de teor de sólidos). A região possui cerca de 100 ETAs e 100 ETEs,

num universo do qual mais de 95% das residências possuem acesso à água tratada, 80% têm seus esgotos coletados - e deste percentual, 50% passam por tratamento antes de serem lançados nos rios. O estudo aponta que em 2020 as ETAs das bacias PCJ deverão gerar duas mil toneladas/dia de lodos, enquanto o material oriundo de ETEs deverá estar na ordem de 760 toneladas/dia, todos com 20% de teor de sólidos. A Biociclo apresentou potenciais soluções sobre a destinação desses lodos, em somatória a destinação para aterros sanitários. Para os lodos de ETA a sugestão é de reciclá-lo na construção civil, como no uso na fabricação de blocos, no processo da fabricação de cimento, dentre outros. Já os lodos de ETE, uma das potenciais soluções apresentadas é na reciclagem agrícola, seja como resíduo ou fertilizante em culturas de café, cana de açúcar, silvicultura, de fibra e óleos, soja, sorgo e até em reflorestamento. Baseando-se nas indicações percentuais apontadas pelo Atlas de Saneamento da ONU e prospectando o cenário para 2020 da geração de lodos de ETE, a bacia precisará de 11 mil ha (hectares) de lavoura com áreas e solos aptos para aplicar esse material. Também foi apresentada a solução de utilização como material energético para queima.

Auditório do Consórcio PCJ durante apresentação de resultados do estudo de lodos

Hoje estão disponíveis para esse processo nas bacias PCJ 466 mil ha de cana de açúcar, 21 mil ha de culturas de soja, sorgo, e 9 mil ha de reflorestamento, o que torna totalmente aplicável essa iniciativa na região, mesmo a bacia estando inserida numa área com alto índice de desenvolvimento econômico e industrial. Ao final do encontro, foi realizado o lançamento e a abertura para consulta pública de proposta de padronização para lançamento de efluentes não domésticos nas redes públicas coletoras. Para o Gerente Técnico do Consórcio PCJ, Alexandre Vilella, “a uniformização desse procedimento tem grande importância na busca e aperfeiçoamento das soluções, uma vez que, necessitamos que haja estabilidade qualitativa e quantitativa nos lodos oriundos dos municípios na construção de uma solução regional”. O estudo encomendado junto a Biociclo será concluído no final de 2011, onde serão apontadas todas as soluções viáveis para o gerenciamento desses lodos, tanto de ETA e ETE, e a localização e implantação das centrais que executarão a logística desse gerenciamento, além dos custos de implantação e manutenção.

Municípios e empresas deverão implantar logística reversa e encerrar lixões até 2014 A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), criada a partir da lei 12.305/2010, foi debatida com representantes de municípios e empresas de mais de 35 cidades da região na manhã do dia 16 de fevereiro, na sede do Consórcio PCJ. A reunião foi promovida pelo Grupo de Estudos Jurídicos e Grupo das Empresas da entidade, com o apoio do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) de Americana e da empresa Ciclo Ambiental. A PNRS estabelece normas e regras de geração, reaproveitamento, reuso, reciclagem, tratamento e destinação dos resíduos. Para o palestrante Marcos Eduardo Gomes Cunha, da empresa Ciclo Ambiental, a lei traz uma mudança na visão que se tem sobre o tema. “Há uma nova leitura de que resíduo sólido é caracterizado por possuir um valor econômico e social, porque é possível reprocessá-lo e ter um novo produto”, explica. A lei trouxe duas grandes ferramentas no gerenciamento de resíduos: a logística reversa e o acordo setorial. A logística reversa viabiliza a coleta e restituição dos resíduos gerados para serem reaproveitados em seus ciclos ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação correta. “Portanto, a embalagem com o produto que o consumidor final compra no supermercado, deixa de ser propriedade dele para ser de quem a produziu”, esclarece o Gerente Técnico do Consórcio PCJ e Coordenador

do Programa de Resíduos Sólidos, Alexandre Vilella. O Acordo Setorial é um contrato firmado entre o poder público e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, no qual todos os envolvidos no processo compactuam da responsabilidade compartilhada pela coleta e destino adequado desses resíduos. O consumidor não participa do acordo, mas tem de fazer parte do ciclo. Aos municípios também caberá a implantação de coleta seletiva e destinação adequada do lixo coletado nas cidades. A lei 12.350/10 estabelece que todos os lixões “em que não se há uma preocupação com as condições, diferentemente do que ocorre num aterro sanitário “sejam desativados até 2014. “Os municípios devem se esforçar para legalizar seus aterros ou encaminhar os resíduos domésticos aos aterros licenciados e operados adequadamente, seja por particulares ou administrados por consórcios regionais”, pontuou o Vice-Presidente do Programa de Resíduos Sólidos do Consórcio PCJ, Palminio Altimari Filho. Desde 2007, o Consórcio PCJ vem apoiando municípios na elaboração de Planos Municipais de Saneamento Básico, que engloba esgotamento sanitário, abastecimento de água, drenagem urbana e gerenciamento de resíduos sólidos.

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Entrevista

Soluções regionalizadas e participativas são o caminho na gestão dos resíduos sólidos Divulgação Prefeitura de Rio Claro

Vice-Presidente do Programa e Prefeito de Rio Claro, Palmínio Altimari Filho, discute os temas que estão em foco na área.

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Prefeito Palmínio Altimari Filho

esde a aprovação no ano passado a regulamentação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) o tema vem ganhando destaque na região e principalmente na atenção dada pelo Consórcio PCJ. Teve início em julho de 2010 o estudo sobre centrais regionais de gerenciamento de lodos de ETA e ETE, bem como fóruns de discussões sobre a PNRS com o apoio do grupo de estudos jurídicos. O novo VicePresidente do Programa de Resíduos Sólidos, tomado posse em fevereiro de 2011 junto com a nova diretoria para o biênio 2011/2012, o prefeito de Rio Claro, Palmínio Altimari Filho, destacou na sua primeira entrevista ao Informativo Água Viva, apontou os avanços que a logística reversa representará ao setor e a importância da conscientização sobre o tema. “A educação ambiental será fundamental para que a conscientização sobre a limpeza das cidades e a reutilização de materiais se instale definitivamente”. Altimari ainda se mostrou otimista com as metas estabelecidas pela PNRS. “Acredito que, além de possível, é necessário alcançar a meta de eliminar os lixões até 2014”, comentou ele ao Água Viva. O gerenciamento regional de lodos é, segundo ele, fundamental para a região, pois as bacias hidrográficas não respeitam os limites geográficos das cidades e assim, a necessidade de soluções em conjunto.

Água Viva - A Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelece que os municípios deverão eliminar os lixões até 2014. O senhor acredita que essa meta é possível de ser alcançada? Palmínio Altimari Filho - Em primeiro lugar não podemos confundir lixão com aterro sanitário; Lixões são aquelas áreas que não são licenciadas pelos órgãos fiscalizadores e recebem o lixo doméstico sem nenhum critério. Já os aterros sanitários são locais devidamente licenciados e tecnicamente preparados para receber o lixo e cuidar dos seus efluentes. Acredito que, além de possível, é necessário alcançar a meta de eliminar os lixões até 2014. Os municípios devem se esforçar para legalizar seus aterros ou encaminhar os resíduos domésticos aos aterros licenciados e operados adequadamente, seja por particulares ou administrados por consórcios regionais. Existe tecnologia para a destinação e tratamento dos resíduos sólidos, mas é preciso que os órgãos estaduais desburocratizem o processo de licenciamento. AV - Como essa determinação da PNRS está sendo tratada em Rio Claro? Palmínio Altimari Filho - Rio Claro, desde 2001 não possui lixão e sim um aterro sanitário devidamente licenciado e que tem ainda uma vida útil de mais 10 anos, a qual tem a perspectiva de ser ampliada. Nosso aterro passou por várias dificuldades, mas quando assumimos o governo municipal em 2009, recuperamos o aterro e hoje estamos no processo de revalidação do licenciamento. Além disso, estamos em processo de legalização de área para os resíduos da construção civil e construção de ecopontos, o que deve ocorrer ainda em maio. AV - Com a implantação da logística reversa, a população deve ser capacitada para a devolução

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desses materiais para reaproveitamento no setor industrial. Como o senhor acredita que a educação ambiental deve ser executada nesse tema? Palmínio Altimari Filho - Aguardávamos a publicação da Lei que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos e sua Regulamentação para adaptar todas as atividades relativas aos resíduos, à coleta seletiva, à logística reversa e traduzir tudo isso em uma cartilha que será lançada na Semana do Meio Ambiente, para que todo cidadão e todas as empresas de Rio Claro tenham em mãos um manual para encaminhamento dos resíduos. Estamos agora na fase de aprovação do Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos como pede a Lei Federal. Evidentemente que a logística reversa será um instrumento importante, pois obriga a todos, inclusive a população, a participar do processo. Nesse contexto, a educação ambiental será fundamental para que a conscientização sobre a limpeza das cidades e a reutilização de matérias se instale definitivamente. AV - Especialistas dizem que o resíduo sólido está sendo caracterizado atualmente por possuir valor econômico e social por parte das indústrias. Em sua opinião, os municípios também já começam a tratar o tema da mesma forma? Palmínio Altimari Filho - Em Rio Claro há muitas indústrias que se utilizam da reciclagem. Por outro lado temos uma Cooperativa, denominada Cooperviva, que já funciona há mais de 10 anos e que, em nosso governo, está sendo apoiada cada vez mais pelo Poder Executivo. A cooperativa passou por dificuldades, mas com os incentivos municipais na infra-estrutura para seu funcionamento, agora os cooperados chegam a tirar em média R$ 800,00 (oitocentos reais) por mês. Isso é um indicador de que há mercado e o município está atento para isso.

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AV - A evolução do saneamento básico nas bacias PCJ já causa uma nova demanda aos serviços de água como ao gerenciamento de lodos de ETA e ETE. Em 2020, 3 mil toneladas/dia deverão ser geradas na região. A gestão regionalizada desse resíduo é a melhor saída? Palmínio Altimari Filho - Nem todos os municípios, principalmente os de pequeno porte, têm condições de dispor adequadamente os seus resíduos e, em particular, os lodos de ETAs e ETEs. Uma gestão regionalizada, além de proporcionar a racionalização de custos também leva os municípios a dialogarem responsavelmente sobre o tema, considerando que as bacias hidrográficas não respeitam os limites geográficos das cidades e, portanto, essa solução é um dever de toda região. AV - A ANA estuda ampliar o Programa Despoluição de Bacias Hidrográficas - PRODES ao setor de resíduos sólidos, podendo, inclusive, financiar 100% da obra. Pela proposta, seriam contemplados os municípios que se comprometessem a manter aterros sanitários. Qual sua avaliação dessa iniciativa aos municípios das bacias PCJ? Palmínio Altimari Filho - Esta proposta é bastante interessante, pois justamente os municípios maiores, que têm necessidade de aterros com maior porte, também geram maior quantidade de lodos em suas estações. Dessa forma, estaríamos conjugando os dois fatores que demandam quantidade considerável de recursos que, muitas vezes, já estão comprometidos com outras necessidades. Assim, o recebimento de recursos com essa finalidade poderia colaborar com os municípios, uma vez que a implantação de aterros com capacidade para receber esses lodos é sempre dispendiosa. Entendo que tanto a ANA como o Governo Federal agem corretamente nessa proposta.


Plano de Bacias

Plano de bacias do PCJ é o melhor do estado

Documento obteve nota máxima entre os planos do estado de São Paulo avaliados pelo CORHI Outro diferencial do plano de bacias PCJ é a elaboração de um software denominado “Sistema de suporte à tomada de decisão”, desenvolvido por Rubem La Laina Porto e Monica Porto – expressões internacionais do setor –, com a finalidade de permitir simulações de cenários quali-quantitativos. Ele é uma ferramenta para auxiliar no monitoO rio Piracicaba em trajeto que corta a cidade ramento, bem como nas avaliações dos relatórios plano de bacias, contratado e gerenciado de situação de execução do plano, incorporando-as pela Agência de Água PCJ/Consórcio PCJ às revisões regulares previstas para o mesmo, aspara os Comitês PCJ com abrangência nas sim como contribuir com os órgãos de regulação e bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jun- controle, quando da emissão de novas licenças das diaí, obteve pontuação máxima entre os planos instalações. avaliados no estado de São Paulo pelo Comitê Co- Esse software estará disponível a toda comunidade ordenador do Plano Estadual de Recursos Hídricos das bacias PCJ para auxiliar na avaliação de impac– CORHI, o que resultará em mais recursos para a tos e demais ações. A Agência de Água PCJ/Consórregião. Foi destacado na avaliação, o fato do plano cio PCJ ao lado da Câmara Técnica Plano de Bacias das bacias PCJ ser o único que contem uma atuali- realizou testes para verificar a precisão e confiabilidade do sistema, que foi aprovado por todos os zação do enquadramento dos corpos d’água. Os rios possuem classes que vão de um a cinco, envolvidos. de acordo com a carga de poluentes. O plano esta- Ao final de 2008, quando o plano estava para ser belece metas de enquadramento até 2020 e com concluído, o tema sobre o enquadramento dos rios levantou diversas manifestações dos usuários das amplitude de até 2035. Foi através de recursos da cobrança pelo uso bacias PCJ. O Consórcio PCJ, sempre atento às neágua da parcela federal que a Agência de Água cessidades das bacias e de seus usuários, elaborou, PCJ/Consórcio PCJ abriu processo licitatório, em através da Agência de Água PCJ e com o aval dos 2007, para contratação de empresa para elaborar Comitês PCJ, um plano de bacias intermediário, o plano de bacias. No total foram alavancados 1,5 com abrangência de 2008 a 2011, ganhando-se milhão para essa iniciativa. A redação do termo de tempo e permitindo a referência para o processo foi conduzido por Hi- realização de inúmeros roaki Makibara, um dos maiores especialistas em seminários, debates gestão dos recursos hídricos do Brasil, após partici- e consultas públicas par de Workshop promovido em 2006 para ouvir regionais, procurando opiniões, críticas e sonhos das autoridades da água construir um conda região e do país, especialmente convidados. senso sobre o tema . A empresa vencedora do processo licitatório A Agência de Água PCJ/ foi a Companhia Brasileira de Projetos e Em- Consórcio PCJ contrapreendimentos (Cobrape),que concluiu o estudo tou estudos específicos no ano passado e aprovado na reunião ordinária para a bacia do Jundos Comitês PCJ, de 9 de dezembro de 2010. diaí na linha de um enA Agência de Água PCJ/Consórcio PCJ acompan- quadramento devido a hou a execução dos trabalhos, com o apoio da Câ- esta região ter levanmara Técnica – Plano de Bacias dos Comitês e de tado dúvidas sobre as um grupo especial criado na câmara técnica para propostas existentes. Estas estratégias culessa finalidade.

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minaram com a aprovação harmoniosa do plano na reunião dos Comitês PCJ, em Dezembro do ano passado e com o reconhecimento do CORHI como o melhor plano de bacias do Estado de São Paulo. Segundo o coordenador de projetos e assessor especial da presidência do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz, “as bacias PCJ foram pioneiras no Brasil na elaboração de um Plano de Bacias, realizando várias versões e divulgações, e procurou, para plano 2008 – 2020, rastrear a opinião nacional sobre as críticas aos demais planos existentes no mundo, visando conceber algo inédito. Assim, com metas ousadas, avançou e negociou com a comunidade. E podemos concluir que, apesar das dificuldades, fomos vitoriosos, alcançando os objetivos propostos. Foi uma grande honra para o Consórcio PCJ ter sido o responsável por essa contratação”, conta. Muitos dos participantes dos Comitês PCJ assumiram a elaboração do plano de bacias 2008/2020 como se fosse uma empreitada pessoal. Além disso, levaram para suas entidades de origem tarefas de análise do plano, promovendo um verdadeiro mutirão regional descentralizado e participativo. O Consórcio PCJ, por sua tradição de interlocutor regional, promoveu, em sua sede, em Americana (SP), várias oficinas com os diversos representantes de usuários, e comunidade em geral, compilou as contribuições e as repassou para a Agência PCJ/ Consórcio PCJ. O plano entusiasmou a todos os representantes da sociedade organizada e dos poderes público, judiciário e demais segmentos. As promotorias públicas participaram das reuniões de esclarecimentos e seminários, inclusive, na condição de palestrantes. Os comitês de bacias procuraram incorporar suas contribuições, mantendo sempre a visão racional de se produzir um plano de bacias exequível, ou seja, que não fique nas prateleiras.

O sistema Cantareira: Barragem do Rio Cachoeira

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Semana da Água

Slogan da Semana da Água 2011 é

definido com concurso entre os municípios participantes Projeto também capacitará alunos sobre a temática de eventos extremos

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Programa de Educação Ambiental do Consórcio PCJ definiu slogan e gravura que ilustrará o Projeto Semana da Água 2011, por meio de concurso promovido com os municípios participantes no início do ano. A divulgação dos resultados aconteceu no Dia Mundial da Água, comemorado no dia 22 de março. Para este ano, o slogan será “Todos por Um Mundo Melhor”, de autoria do aluno Rafael dos Santos Pereira, da EMEF Profª Maria de Lourdes Pedroso Perin, de Corumbataí. Já a logo selecionada, foi feita pela aluna Samara de Oliveira Silva, da mesma escola e cidade. O lançamento oficial do Projeto Semana da Água 2011, será no dia 19 de maio, no auditório D. Gilberto da PUC – Campinas. Sob o tema “Afinal, que educação ambiental nós queremos?”, os alunos de 21 cidades participantes do projeto desenvolveram, desde o início do ano, sugestões de logo e slogan para serem trabalhados na divulgação do programa. O que mais chamou a atenção da comissão de avaliação foi a qualidade dos trabalhos apresentados. “Foi difícil. As propostas estavam muito boas. Fizemos uma pré-seleção e escolhemos um. Agora, todos estão de parabéns”, afirma a representante do município consorciado de Campinas e membro da comissão de avaliação dos trabalhos, Maria Fernanda Chiochetti. Cada escola fez uma seleção dos melhores trabalhos e os encaminhou às respectivas secretarias de educação. A melhor proposta de cada município foi destinada ao Consórcio PCJ que, por meio da comissão avaliadora, selecionou o mais representativo quanto ao tema trabalhado. Agora, os autores da frase e do desenho vencedores irão receber, juntamente com a escola, kits

ambientais educativos, além de ter a logo e o slogan estampados em camisetas, banners, folders e cartilhas que serão distribuídas aos educadores participantes das capacitações. Membro da comissão de avaliação que definiu os melhores trabalhos, o representante da empresa consorciada BDF Nívea, Igor Oliveira, ressaltou que “todos trabalharam a temática de forma global e isso demonstra que a conscientização está maior do que em tempos atrás”. Como o nível dos trabalhos estava elevado, a comissão avaliadora decidiu premiar, também, o segundo e o terceiro lugar com os kits ambientais. O segundo lugar ficou com a aluna Larissa Ferreira Costa, da EMEF Prefeito Ederaldo Rossetti, de Artur Nogueira, com o slogan “Se você já se esqueceu, este planeta também é seu”. Em terceiro lugar, ficou o slogan “Água, um pensamento coletivo: só depende de você”, autoria de Esdra Alves Miranda, da EMEF Professora Cecy Apparecida Rocha de Aguiar, de Santa Gertrudes. Neste ano, o projeto contará com novidades, como a aplicação do curso sobre eventos extremos, com o objetivo de capacitar educadores e alunos da rede pública e privada dos municípios das bacias PCJ com foco no comportamento a se tomar em situações emergenciais, como enchentes, deslizamentos de terras e grandes períodos de estiagem. Durante as capacitações será evidenciada, também, a necessidade de destinação correta dos resíduos (lixo) para evitar obstruções das calhas dos rios. Nas bacias PCJ, durante o verão de 2009/2010 as fortes chuvas permitiram ao sistema Cantareira atingir 100% de sua capacidade obrigando a abertura de suas comportas com aumento significativo de suas vazões dos rios a jusante,

Desenho de Samara de Oliveira Silva e frase de Rafael dos Santos Pereira (Emef Maria Lourdes Perin, Corumbataí, SP) vencedores do concurso semana da água 2011 do Consórcio PCJ

que já estavam com alguns pontos de transbordamento, deixando milhares de pessoas desabrigadas nas cidades ao longo dos rios Atibaia e Jaguari. Além disso, diversos rios e córregos que formam as bacias PCJ e cruzam as cidades transbordaram causando enchentes e desalojando moradores de suas casas, em sua maioria situadas em áreas de risco ou às margens de rios. Segundo o Coordenador de Projetos do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz, temos de mudar a cultura de gestão, hoje direcionadas para o período de estiagens. “O funcionamento do Cantareira está baseado na outorga de 2004, quando eventos extremos se resumia a estiagem. Hoje isso mudou, então, precisamos de tomadas de decisões conjuntas e isso é de grande interesse das empresas, que também foram afetadas pelas chuvas”, observou ele.

opinião PCJ

O tema escolhido pela ONU para o Dia Mundial da Água 2011 foi “Água nas cidades: respondendo ao desafio urbano”. Uma das maneiras mais eficazes de se aumentar a disponibilidade do recurso para as cidades e empresas é o combate às perdas hídricas. Quais iniciativas de combate às perdas e melhor aproveitamento da água se destacaria e seu município?

Dr. Antonio Fernandes Neto - Prefeito Municipal de Cosmópolis

“A Prefeitura de Cosmópolis criou um Plano Diretor de Perdas. O objetivo é utilizar recursos próprios somados à captação via FEHIDRO para substituir a rede de distribuição de água em todo o município. O investimento previsto é de R$ 1,5 milhão. Além disso, existe um programa constante de conscientização da população quanto ao reaproveitamento e economia da água”

“O Grupo Orsa implantou um sistema de recirculação e reaproveitamento da água em suas plantas. Na Unidade de Paulínia é reaproveitado 85% da água utilizada na produção de papel e embalagens. O sistema possibilitou grande economia, alívio de carga hidráulica no Sistema de Tratamento de Águas Residuais e reaproveitamento do papel. Nas plantas de Franco da Rocha, Suzano e Rio Verde já é possível reaproveitar 100% da água”.

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José Mario Rossi - Gerente Corporativo de Qualidade e Meio Ambiente do Grupo Orsa

Sandro Stroiek Diretor da Foz do Brasil Unidade Limeira

“Em 1995, quando a Foz do Brasil assumiu a concessão de água e esgoto em Limeira, o índice de perdas hídricas era superior a 45%. Com investimentos no sistema e a implantação de um modelo de gestão, a cidade é hoje referência latino-americana com o menor índice de perdas do país, cerca de 15%. Para diminuir as perdas é necessário integrar as ações e ferramentas de controle com um intenso trabalho que começa internamente e se estende a ações preventivas”

“Está em fase de desenvolvimento no município de Pedreira, o Plano Diretor de Controle de Perdas Totais do Sistema de Abastecimento de Água da cidade com recursos provenientes do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FEHIDRO), que é um fundo ligado à Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Pretendemos, assim, ampliar a disponibilidade de água para os diversos setores públicos e privados, além de toda a população do nosso município”.

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Hamilton Bernardes Junior - Prefeito Municipal de Pedreira


Reflorestamento

Primeira etapa de Projeto de Revitalização do

Camanducaia e Jaguari é concluída com plantio de 110 mil Projeto agora parte para 2ª etapa na próxima estação chuvosa com mais 90 mil mudas a serem

Representantes do Consórcio PCJ e da Petrobras/REPLAN visitam área recuperada pelo projeto

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Consórcio PCJ concluiu no mês de março a primeira etapa do Projeto de Reflorestamento das Bacias dos rios Camanducaia e Jaguari com plantio de 110 mil mudas. Nesta etapa inicial, que aconteceu durante o período chuvoso 2010/2011, Amparo, Limeira, Bragança Paulista, Campinas, Holambra e

Pedreira foram beneficiadas pelo projeto. O projeto é realizado pelo Consórcio PCJ através de convênio com a Petrobras/Replan e apoio dos Comitês PCJ, através da Câmara Técnica de Recursos Naturais (CT-RN). Segundo o vice-presidente do Programa de Proteção aos Mananciais do Consórcio PCJ e Gerente de Meio Ambiente da Petrobrás/Replan, Mauro José Lauro, os resultados da primeira etapa foram satisfatórios. “É muito bom vermos os resultados. Hoje as árvores são pequenas mudas e nós ficamos ansiosos para vê-las maiores no ano que vem e, com certeza, o Consórcio PCJ dará o apoio na manutenção das mudas e propiciará para que isso aconteça”, diz Lauro. No total, 22 municípios serão atendidos pelo projeto até o final de 2011 e início de 2012, quando ocorre o período chuvoso na região. Mais 90 mil mudas ainda serão plantadas nesta segunda etapa, contabilizando um total de 200 mil mudas. Um dos beneficiados com o projeto, o proprietário rural Arien Van Vliet acredita que o projeto beneficia a população e o meio ambiente como um todo. “A

intenção de recuperação da mata ciliar nesta área se deu por conta da importância que ela tem para as águas. Recuperando, estamos contribuindo para o aumento da disponibilidade de água no futuro. Além disso, é muito satisfatório ver a fauna e a flora renascendo e ganhando vida novamente”, comenta Vliet. Para o engenheiro e consultor técnico da Gerência de Meio Ambiente da Petrobrás/Replan, Jorge Mercanti, “o maior desafio para os próximos trabalhos é a conscientização dos proprietários rurais sobre a importância da recuperação. Agora, o resultado obtido é fruto de muito esforço e dedicação, sobretudo ao poder de articulação do Consórcio PCJ em todo o processo do programa”. Em 19 anos de existência, o Programa de Proteção aos Mananciais (PPM) do Consórcio PCJ plantou cerca de 3,5 milhões de mudas nas bacias PCJ. A entidade enfatiza sempre que, mais do que plantar árvores, o importante é despertar a consciência de preservação e respeito ao meio ambiente e a importância de recuperar e preservar rios e mananciais.

Cabeceiras das Bacias PCJ começam a receber recursos provenientes da cobrança pelo uso da água da parcela mineira A 2ª Etapa do projeto de macrodrenagem do município de Camanducaia, no sul de Minas Gerais, foi eleito pelos Comitês PCJ a receber recursos para sua execução, provenientes da cobrança pelo uso da água na parcela mineira das bacias PCJ. O Consórcio PCJ, que permanece com as funções de Agência de Bacias naquela região, autorizou no começo de abril a prefeitura de Camanducaia a protocolizar os documentos necessários e enviar o processo licitatório para a contratação do projeto, caracterizando, assim, a primeira aplicação dos recursos da cobrança mineira nas bacias. O projeto envolve entre outras iniciativas, a desobstrução da calha - limpeza do rio Camanducaia. que retarda a chegada da água aos reservatórios Jaguari e Jacareí, do Sistema Cantareira. A obra é de vital importância para auxiliar o abastecimento de uma população estimada de 14 milhões de pessoas, somando os habitantes das Bacias PCJ e da Grande São Paulo. A grande novidade por determinação do governo mineiro para o processo é a substituição da Caixa Econômica Federal pelo Consórcio PCJ na figura de agente técnico. Essa função tem como objetivo verificar a viabilidade técnica e financeira do projeto, ficando responsável pela liberação das parcelas de pagamento à medida de que o serviço vai sendo executado. Devido a questões burocráticas, normais ao início da cobrança em Minas Gerais, fizeram com que a Agência de Água PCJ/Consórcio PCJ financiasse a 1ª etapa do projeto de Camanducaia para a macrodrenagem com recursos da cobrança federal por ela gerenciado, designados para apoio àquela região. Por dificuldades legais em transferir as funções de agência para a Fundação Agência de Bacias PCJ, o Consórcio PCJ permanece com tal atividade, desde 2009. A entidade mantém escritórios avançados em Minas Gerais, sendo

sua principal função organizar os projetos que permitam a revitalização das cabeceiras das bacias PCJ. Um dos projetos privilegiados é o voltado para pagamentos por serviços ambientais, onde os produtores rurais recebem apoio fincanceiro por contribuir com a conservação das águas. Na reunião ordinária dos Comitês PCJ, realizada em Hortolândia, no dia 31 de março, foi efetuada a deliberação que permite ao Consórcio PCJ prosseguir nas suas atividades frente ao gerenciamento dos recursos mineiros e autoriza o início das atividades. O Presidente do Consórcio PCJ e prefeito de Hortolândia, Angelo Perugini, tem insistido para que a entidade desenvolva atividades junto aos municípios da parcela mineira das bacias pela sua fundamental importância na manutenção das vazões de afluência aos reservatórios do Sistema Cantareira, que possuem a missão de garantir vazão para o abastecimento da região. As bacias PCJ receberam reconhecimento nacional no ano de 2010 por terem conseguido implantar a cobrança pelo uso da água nas três bacias hidrográficas que compõem a unidade PCJ (Comitês: PCJ Federal e PCJ parcelas de São Paulo e Minas Gerais). Os usuários pagadores da parcela mineira das bacias PCJ, formado pelos municípios de Camanducaia, Extrema, Itapeva, Toledo e Sapucaí-Mirim, mantiveram em 2010 100% de adimplência no pagamento dos boletos emitidos pela cobrança naquela região. “Isso demonstra a confiança depositada no sistema de gerenciamento de Recursos Hídricos implantado, que o Consórcio PCJ vem investindo mesmo antes da existência de legislação para o setor”, comenta o Coordenador da Agência de Bacias PJ e Coordenador de Projetos do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz.

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Água Viva Especial

Piracicaba: Lugar onde o peixe para Após 20 anos, qualidade melhora e quantidade de peixes aumenta no rio Piracicaba

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abundância de peixes sempre foi uma das marcas do rio Piracicaba. O próprio nome do manancial, de origem tupiguarani, é uma referência às quedas do rio que bloqueiam a Piracema (nome dado ao período de desova) dos peixes. O rio faz parte da vida do cidadão piracicabano. A paixão é expressa em pinturas, músicas, filmes ou em um simples ato de admirar ou pecar nas águas do rio. Os peixes, as árvores, a vida. Tudo encanta e apaixona ainda mais os moradores da cidade que aderiu o rio como sua identidade. “Eu dediquei toda a minha vida ao rio Piracicaba. Eu tenho uma paixão enorme por ele por toda a riqueza que oferece para nós”, declara o pescador Marco Antônio Ferreira, que desde criança frequenta o rio. A melhora nos índices de saneamento nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) arquitetaram um cenário propício para a melhora dos índices ambientais da região. Assim, segundo a população da cidade, a quantidade e diversidade de peixes no rio Piracicaba tem aumentado ano a ano. “Sempre pesco aqui no rio. Nesse último ano, a pesca foi muito boa. Muitas espécies que antes não se via estão reaparecendo, mas já houve tempos em que a quantidade de peixes e a qualidade das águas era muito ruim. A gente ficava triste com isso. O rio faz parte da cidade. Por isso eu gostaria muito que diminuísse ainda mais a poluição. Melhorando o rio melhora também a qualidade de vida da população”, diz o também pescador José Carlos Dario. Devido à degradação, a ação de indústrias e o crescimento populacional vivido nos últimos 30 anos, a qualidade da água nas bacias PCJ sofreram uma tênue queda. De acordo com dados do Consórcio PCJ, há vinte anos o índice de coleta de esgoto nessas bacias girava em tono de 70%, enquanto o tratamento não chegava a 5%. Além disso, a ausência de um sistema de gestão dos recursos hídricos dificultava e impedia o avanço nos índices fundamentais para garantia da vida nos mananciais. Um dos últimos municípios a ser cortado pelo rio, Piracicaba sentiu na pele as consequências da queda da qualidade. No final da década de 1980, a cidade teve que deixar de realizar sua captação no rio Piracicaba e investir milhões para buscar água para o abastecimento público no Rio Corumbataí

Primeira Capa do Informativo Água Viva em 1991

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Pescador na beira do rio Piracicaba: espécies de peixes estão voltando ao rio

devido ao alto índice de poluição do Piracicaba. Segundo o coordenador de projetos do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz, a situação do rio Piracicaba, e de todos os rios das bacias PCJ, impulsionou autoridades para uma mobilização e prol dos recursos hídricos e da vida na região. “Piracicaba é um dos últimos municípios a ser cortado pelo rio. Na época, não existia, entre as cidades que estão acima no mapa da bacia do rio, uma cultura de se tratar os seus esgotos. Essa era uma das grandes missões e foi o que mobilizou as autoridades para a criação de uma entidade que pudesse modificar aquele cenário”, lembra Lahóz.

“Nesse último ano, a pesca foi muito boa. Muitas espécies que antes não se via estão reaparecendo (...). O rio faz parte da cidade. Melhorando o rio melhora também a qualidade de vida da população” No dia 13 de outubro de 1989, foi então fundado o Consórcio Intermunicipal das bacias dos Rios Piracicaba e Capivari (o Jundiaí foi inserido em 2000), uma associação civil de direito privado que tinha como objetivo fomentar as ações de preservação e recuperação dos mananciais na região. Um dos idealizadores desse projeto foi o então prefeito de Piracicaba, José Machado. Não é por menos que a primeira capa do então Jornal Água Viva, em fevereiro de 1991, quando Machado era Presidente do Consórcio, teve como destaque em sua capa, uma foto do rio Piracicaba. O Jornal trouxe ainda, o editorial escrito pelo presidente Machado, intitulado “Um ano de novas esperanças”. A partir da criação do Consórcio PCJ os rios da região passaram a conhecer uma nova realidade. A entidade foi buscar na França e na Alemanha o modelo de gestão dos recursos hídricos ideal para a realidade das bacias. Em 22 anos, a entidade auxiliou na criação das principais ferramentas do sistema de gestão das águas, como a criação dos Comitês de Bacias PCJ, da Agência de Águas PCJ e da implantação da cobrança pelo uso da água, e promoveu a esperada conscientização e mobilização nos municípios da região com relação aos recursos hídricos e ao meio ambiente. Com o sistema implantado, o índice de coleta

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de esgoto saltou para mais de 80%, enquanto o tratamento subiu para mais de 50%, com previsão de que, até 2014, os dois índices subam ainda mais e alcancem 100% nas bacias PCJ. O atual prefeito de Piracicaba e Presidente do Comitê PCJ, Barjas Negri, acredita que “trabalho do Consórcio PCJ e do Comitê das Bacias PCJ é um dos mais importantes do país e vem se destacando pelo avanço, experiência e dedicação dos colaboradores destas entidades. As Bacias do PCJ não estariam nos patamares de compromisso com o meio ambiente em que se encontra hoje, se não existissem o Consórcio e o Comitê”. Negri ainda completa que uma das marcas das bacias PCJ é o avanço com a cobrança pelo uso da água. “Quando todos pagam, o resultado que os cerca de R$ 40 milhões/ano, retornam aos municípios em projetos licenciados que atendem, prioritariamente, tratamento de esgoto e recomposição da mata ciliar, entre outras ações que preservam os rios, suas nascentes e entorno”, comenta.

Rio Piracicaba corta a cidade com o Engenho Central ao fundo

Para o presidente do Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto de Piracicaba) Vlamir Schiavuzzo, a fundação do Consórcio PCJ teve participação fundamental na melhora dos índices das bacias PCJ. “A partir da criação dos colegiados a mentalidade da região mudou. Surgiram as estações de tratamento e todos foram se conscientizando. Ainda temos desafios, mas sem dúvida já melhoramos muito”, comemora Schiavuzzo. De acordo com o Semae, Piracicaba irá alcançar 100% de tratamento de efluentes até o final de 2012. Ainda segundo o presidente, o crescimento populacional e industrial na região das bacias PCJ é um desafio a ser enfrentado nos próximos anos, tendo em vista que o crescimento demanda, cada vez mais, investimentos na área de saneamento, recursos hídricos e meio ambiente. “Quanto mais crescemos mais precisamos investir na preservação dos mananciais. Pode ser que tenhamos que rever algumas questões da Cobrança pelo Uso da Água para garantir a disponibilidade de recursos para as ações. Essa é uma solução que pode ser analisada. O fato é que precisamos, sempre, de investimentos para garantirmos a disponibilidade de água e a qualidade de vida da população”, ressalta. Conscientização, trabalho e preservação. São ações que contribuem para a melhora da qualidade de vida e fazem com que, dia a dia, a paixão do piracicabano seja, cada vez mais, o lugar onde o peixe para.


Sustentabilidade

Unilever investe no reuso de água para

ampliar a disponibilidade hídrica de suas plantas Sistema escolhido é o de osmose reversa que permite a reutilização no processo produtivo

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Unilever, associada ao Consórcio PCJ, tem se mobilizado para implementar a sustentabilidade em sua gestão. A Unidade de Vinhedo, por exemplo, dedicada à produção de produtos de base líquida, demonstra na prática o compromisso com a conservação da água. Por meio de uma iniciativa simples, a unidade conseguiu reutilizar 5.950 m³ de água no ano de 2010, quantidade proveniente do sistema de osmose reversa. Esse sistema, fundamental no processo produtivo, é responsável por desmineralizar a água que será usada para a fabricação dos produtos. Essa ultra filtragem, porém, gera um descarte de 21% de água, que tem como principal característica a alta concentração de minerais. Hoje, por meio dessa iniciativa da Unilever, a água que antes era descartada, agora é reutilizada em outras áreas da fábrica como: sanitários, resfriamento de equipamentos, jardins e limpeza. A Unilever de Vinhedo ainda conta com outras ações de economia de água tanto na linha de produção, quanto na estrutura da fábrica. Para a manutenção das tubulações da linha de produção, foi desenvolvido o Sistema PIG, um dispositivo de silicone que quando inserido na tubulação realiza uma limpeza prévia, diminuindo assim a quantidade de água usada para limpeza. Já as torneiras da fábrica, são equipadas

Divulgação Unilever

Entrada da fábrica da Unilever em Vinhedo com o sistema arejador que reduz sua vazão, economizando 70% de água.

Antes

NIVEA implanta novos métodos de tratamento de água e de efluentes

Divulgação Nívea.

Efluente bruto chegando ao sistema de tratamento

Depois

A NIVEA implantou desde 2010 dois novos projetos de produção mais limpa em sua unidade fabril, em Itatiba (SP). No tratamento de água, para Utilidades, em parceria com a empresa Clean System, foi implantado um novo método chamado catalisador eletrolítico e no tratamento de efluentes foi aplicado floculantes de origem vegetal, um composto biodegradável, em parceria com a empresa Tanac. Convencionalmente, o tratamento de água para Utilidades (caldeira, refrigeração, etc.) exige a aplicação de produtos químicos, num processo que causa impacto ambiental devido ao próprio consumo e à geração de efluente industrial. Com a tecnologia do catalisador eletrolítico, que consiste num dispositivo de troca iônica, o circuito de água de refrigeração, o uso de produtos químicos foi eliminado. Além disso, todos os efluentes gerados (industrial e doméstico) são tratados num processo que envolve duas etapas: tratamento físico-químico e tratamento biológico. No tratamento físico-químico, convencionalmente utilizava-se PAC (policloreto de alumínio) como agente floculante. Em meados de setembro de 2010 foi realizado um estudo em parceria com a empresa Tanac para aplicação de floculante de origem vegetal (Tanfloc). Os resultados foram satisfatórios e, a partir de então, o produto passou a ser utilizado em substituição ao PAC. O Tanfloc é composto por taninos extraídos da casca de árvores de uma determinada espécie. As principais vantagens do produto comparado ao PAC são: composto biodegradável - não causa impacto durante a etapa biológica do tratamento; eficiência operacional equivalente; menor risco no manuseio; redução de custo.

Efluente 1 minuto após o tratamento com floculantes De acordo com Lais Vidal, analista ambiental da NIVEA, essas iniciativas contribuem para a redução do impacto ambiental das operações. “Além disso, estão alinhadas ao conceito de produção mais limpa, pois apresentam melhor desempenho ambiental e econômico”, comenta. A NIVEA, principal marca do grupo Beiersdorf, está presente no Brasil há cerca de 35 anos. Atualmente, possui uma moderna fábrica na cidade de Itatiba (SP) e um escritório em São Paulo (SP), além de dois centros de distribuição em Vinhedo (SP) e Goiânia (GO). Para a NIVEA, o conceito de Sustentabilidade é baseado em três aspectos: sucesso econômico, respeito pelas pessoas e proteção ambiental. A empresa é associada ao Consórcio PCJ desde 2002.

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Aconteceu no PCJ

Plantio em Limeira (SP) comemora Dia Mundial da Água

Extrema atinge 95 propriedades beneficiadas pelo Conservador de Águas

Em comemoração ao Dia Mundial da Água, o Consórcio PCJ, por meio de seu Programa de Proteção aos Mananciais, promoveu no dia 19 de março o plantio de 200 mudas nativas no Sitio Santa Clara, bairro do Pinhal, em Limeira (SP). No total, 13 hectares foram recuperados através do projeto “Reflorestamento ciliar e de nascentes nas sub-bacias dos rios Atibaia e Jaguari, voltado à gestão dos recursos hídricos”, financiado pelo Fehidro. O Projeto Conservador das Águas, realizado pelo munícipio de Extrema (MG), do qual os proprietários rurais recebem apoio financeiro por adequarem ambientalmente suas propriedades, atingiu, no começo de 2011, 95 propriedades atendidas. O Sr. Luiz Carlos Marson é o primeiro beneficiário do ano. Na sua propriedade de 54,12 ha o Sr Luis terá como meta a implantação de um sistema de saneamento ambiental, 10,85 ha de conservação do solo e 43,27 ha de área para preservação florestal. Por essa iniciativa ele receberá R$ 843,37/mês por um período de quatro anos.

Resultados dos 5 anos da cobrança é demonstrado na CT-COB O Consórcio PCJ participou, no dia 21 de fevereiro, da 69ª Reunião da Câmara Técnica de Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos - CTCOB, do Conselho Nacional de Recursos Hídricos - CNRH, órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente, para expor as ações e avaliar os resultados obtidos através da Cobrança Pelo Uso da Água nas Bacias PCJ em 2010. Na ocasião, o Consórcio PCJ apresentou os resultados conquistados nos cinco anos em que a entidade esteve à frente do gerenciamento dos recursos oriundos da Cobrança Pelo Uso da Água No dia seguinte, em reunião com a Comissão Interministerial de Avaliação do Contrato de Gestão da ANA, as atividades executadas com a cobrança foram avaliadas com nota 9,6.

Projeto Multiplicando os Conhecimentos atinge 45 mil alunos O Programa de Educação Ambiental do Consórcio PCJ, realizou no dia 16 de março, no Auditório da Escola de Engenharia de Piracicaba - EEP, o Seminário de Avaliação dos resultados obtidos com o projeto “Multiplicando os Conhecimentos para a Gestão das Águas “ Educação ambiental voltada à gestão dos recursos hídricos”, financiado com recursos do FEHIDRO (Fundo Estadual dos Recursos Hídricos). O objetivo do projeto era atingir 17 municípios, 200 professores e 1700 alunos. No entanto, o “Multiplicando os Conhecimentos para a Gestão das Águas” superou as expectativas, chegando à marca de 24 municípios envolvidos, com 1.977 professores e mais de 45 mil alunos capacitados. Para a vice-presidente do Programa de Educação Ambiental do Consórcio PCJ, Fabiane Santiago, também presente ao Seminário, “os números demonstram, além do resultado de muito esforço, trabalho e dedicação, o poder de articulação que o Consórcio PCJ possui na integração e interação dos municípios das bacias PCJ”. O projeto, que foi realizado entre 2009 e 2010 pelo Consócio PCJ, envolveu representantes das cidades de Águas de São Pedro, Americana, Campinas, Capivari, Charqueada, Cordeirópolis, Holambra, Hortolândia, Ipeúna, Itatiba, Limeira, Louveira, Nova Odessa, Paulínia, Piracaia, Piracicaba, Rio Claro, Santa Bárbara D’Oeste, Santa Gertrudes, Santa Maria da Serra, São Pedro, Sumaré, Valinhos e Vinhedo.

Consórcio PCJ participará da 41ª Assembleia Geral da ASSEMAE O município de Campinas (SP) irá receber de 22 a 27 de maio de 2011 a 41ª Assembleia Nacional da ASSEMAE. Durante o evento, o Consórcio PCJ participará com um estande, além disso, representantes da entidade irão apresentar trabalhos técnicos e serão palestrantes em diversas mesas redondas do evento. A Assembleia será promovida no centro de eventos do Shopping Iguatemi e terá como tema “Desafio da Cooperação Interfederativa entre União, estados e municípios”, cujo objetivo é discutir o compartilhamento de responsabilidades e descentralização de recursos que, em muitos casos, reduziu a participação dos estados em políticas financiadas pela União.

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Casa Modelo Eco Decor

CBN Campinas

Consórcio PCJ realizará em novembro a mostra Casa Modelo EcoDecor

O avanço no tratamento de efluentes das bacias PCJ foi tema de reportagem na emissora de rádio.

Evento busca apresentar novas tecnologias de decoração na linha da sustentabilidade

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setor da construção civil passa por uma transformação das práticas convencionais em métodos inovadores que causem menos impacto ao meio ambiente, somese a isso uma consciência maior da população sobre esse tema e os reflexos de nossa vida cotidiana ao planeta. É com esse foco que o Consórcio PCJ construiu em 2009, a Casa Modelo Experimental de uso racional de água e energia, que recebeu em um ano e meio mais de cinco mil visitantes. Este ano, O Consórcio PCJ, ao lado de seus parceiros, realizará a mostra “Casa Modelo EcoDecor”, na sua sede, em Americana (SP). Pela proposta, a Casa Modelo será toda decorada, tanto interna quanto externamente com produtos e materiais sustentáveis, ou seja, que em seu processo de fabricação não agrida o meio ambiente ou tenha origem de reuso e reciclagem. No total, 14 ambientes foram disponibilizados para arquitetos, design de interiores e engenheiros, para desenvolver projetos com materiais ecologicamente corretos e inovadores para o setor, sob o desafio de buscar alternativas viáveis para a população. “Com a construção da Casa Modelo, há cerca de uma ano e meio, o Consórcio PCJ mostrou que é possível construir uma casa totalmente sustentável, aproveitando de forma eficiente e racional os recursos naturais. Agora, pretendemos demonstrar, na prática, com a mostra EcoDecor, que existem, também, alternativas para decoração nessa mesma linha ecológica, e que são acessíveis

Globo - EPTV Campinas Em Janeiro, o Consórcio PCJ participou do EPTV Comunidade sobre enchentes, abordando a importância de matas ciliares e ações de educação ambiental sobre o tema.

a vários tipos de público”, comenta a Coordenadora de Educação Ambiental do Consórcio PCJ, Andréa Borges. A mostra Casa Modelo EcoDecor será aberta em novembro de 2011 e terá duração de um mês. Ao final será realizada uma cerimônia de entrega de certificado de Colaboradores Ambientais do ano a todos os parceiros que ajudaram na realização do evento, além de premiação do melhor ambiente eleito pelo público frequentador da mostra. “Queremos com essa iniciativa mostrar para a população que nem tudo que é reutilizado e reciclado é feio ou de pior qualidade. Existem tecnologias hoje no setor de decoração e construção que não devem em nada na beleza e qualidade aos métodos e materiais convencionais disponíveis no mercado”, enfatiza a Vice Presidente do Programa de Educação Ambiental do Consórcio PCJ e Prefeita do município de Piracaia (SP), Fabiane Santiago.

Jornal de Piracicaba A iniciativa do Consórcio PCJ abordar o tema de eventos extremos na Semana da Água 2011 foi destaque.

Globo – EPTV Campinas Programa sobre o Dia Mundial da Água destacou o combate às perdas hídricas nas bacias PCJ.

2º Simpósio do Consórcio PCJ é aprovado por 83% do público participante

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público participante do 2º Simpósio “Experiências em Gestão dos Recursos Hídricos por Bacia Hidrográfica” considerou a edição realizada em novembro de 2010, no município de Atibaia (SP), como a melhor com 83% de aprovação. Após o final do evento, o Consórcio PCJ, organizador do Simpósio, realizou uma pesquisa de satisfação entre todos os participantes e expositores para avaliar os pontos fortes e fracos da segunda edição. Entre os participantes, 42% e 36% avaliaram o Simpósio como Excelente e bom, respectivamente. Com 99% de aprovação, a feira técnica do evento foi avaliada pelo público presente como excelente, ótima ou boa. Para 68% dos expositores, os negócios gerados com a feira atendeu ou superou as expectativas para o evento. No quesito divulgação e participação, a internet foi o veículo pelo qual o público acabou se informando mais sobre o Simpósio. Além disso, a modalidade boleto bancário foi eleita a forma mais apropriada

para a efetivação e pagamento das inscrições. O 2º Simpósio do Consórcio PCJ aconteceu entre os dias 23 e 26 de novembro e contou com cerca de mil participantes durante os quatro dias de evento. Foram enviados para avaliação da comissão julgadora mais de 150 trabalhos técnicos e, destes, 130 foram aprovados e apresentados no Simpósio, que foi dividido em cinco temários. Em janeiro de 2011, os anais do 2º Simpósio “Experiências em Gestão dos Recursos Hídricos por Bacia Hidrográfica”, que contêm a coletânea dos trabalhos técnicos aprovados, apresentados durante o evento e distribuídos em Cd-rom aos participantes, obteve o registro ISSN (International Standard Serial Number). O ISSN é um número de identificação única, internacionalmente reconhecido para publicações seriadas que, uma vez atribuído, torna-se um atributo individual do título pelo tempo que for editado, sob um determinado título. O ISSN dos Anais do 2º Simpósio do Consórcio PCJ ficou definido como ISSN 2179-7102.

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Jornal Todo Dia Os debates promovidos pelo Consórcio PCJ sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos foi abordada pelo jornal.

Tv Câmara de Campinas A reeleição de Angelo Perugini na Presidência do Consórcio PCJ foi abordada também pela TV Câmara de Campinas.

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