Jornal da Alerj - 303

Page 1

JORNAL DA ALERJ A S S E M B L E I A L E G I S L AT I VA DO E STA DO DO RIO DE JA N EIRO Ano XIII N° 303 – Rio de Janeiro, 1 a 15 de agosto de 2015

#ParlamentoJuvenil Nona edição do projeto, lançado em 2003, já começou. Entre os destaques, inscrições, pela primeira vez, online PÁGINAS 3, 4 e 5

Fórum realiza eventos para discutir o legado olímpico e a importância do esporte PÁGINAS 6 e 7

Recitais, peças e exposição dão o tom de agosto, mês da música na Alerj PÁGINAS 8 e 9

Niterói: deputados contam como é morar no município chamado de Cidade Sorriso PÁGINA 11


2

Frases

Foto:Yara Barbosa

"Essas pessoas poderiam levar uma vida perfeitamente normal, se não fossem as barreiras diárias por elas vivenciadas quando o assunto é acessibilidade"

O Instituto Nacional de Câncer estima que, para 2015, sejam diagnosticados 57.120 novos casos de câncer de mama no Brasila?

Foto:Vitor Soares

Foto: Rafael Wallace

Marcus Vinícius (PTB), defendendo instalação de banheiro para quem tem nanismo em cinemas, shoppings e bancos

Queremos saber por que o Inea de Volta Redonda declarou que a fiscalização do pó é de responsabilidade do Inea do Rio de Janeiro

Márcia Jeovani (PR), sobre projeto que determina realização de exames genéticos para detectar câncer

Redes Sociais

//assembleiaRJ

//radioalerj

/alerj

/radioalerj

Hoje voltamos às atividades na @alerj com votação de projetos de lei importantes pra sociedade

Tem um lugar na história para você! E, aí? Vai entrar ou não? Estão abertas as inscrições para o Parlamento Juvenil 2015!

Dep. Rosenverg Reis @RosenvergReis 04/08 - Twitter

Dep. Wanderson Nogueira 10/08 - Facebook

Edu Andy @edu.andy.carioca 15/08 Instagram

Wagner Montes (PSD), ao receber grupo de moradores que reclama de poluição causada pela CSN

Você sabia?

Foto: Rafael Wallace

Em tempos de crise hídrica e escassez de água em todo o país, o deputado André Lazaroni (PMDB) apresentou, na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o projeto de lei 302/15, que cria, no Estado, o sistema de alerta do uso de água tratada, o Alerta Água. De acordo com o texto que está tramitando na Casa, as medidas de gestão dos recursos hídricos seriam definidas de acordo com as seguintes cores: verde (mantém-se a multiplicidade do uso da água), amarelo (fica proibido lavar carros, pátios, calçadas e afins), laranja (fica proibindo regar plantas de jardins, encher piscina e manter fontes decorativas ligadas) e vermelho (uso restrito ao preparo de alimentos e banho). "O que propus está alinhado com as Políticas Nacional e Estadual de Recursos Hídricos, leis 9.433/97 e 3.239/99, respectivamente, e também com as leis 8.984/95 e 9.791/99, que tratam do consumo e forma de cobrança. Peço ajuda aos meus pares para que a gestão da água no Estado seja mais racional", justificou Lazaroni.

*As mensagens postadas nas redes sociais são publicadas sem edição de conteúdo.

Expediente Presidente - Jorge Picciani 1º Vice-presidente - Wagner Montes 2º Vice-presidente - André Ceciliano 3º Vice-presidente- Marcus Vinicius 4º Vice-presidente - Carlos Macedo 1º Secretário - Geraldo Pudim 2º Secretário - Samuel Malafaia 3º Secretário - Fábio Silva 4º Secretário - Pedro Augusto 1o Suplente - Zito 2 o Suplente - Bebeto 3º Suplente- Renato Cozzolino 4º Suplente- Márcio Canella

JORNAL DA ALERJ Publicação quinzenal da Subdiretoria Geral de Comunicação Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro Jornalista responsável: Daniella Sholl (MTB 3847) Editora: Mirella D'Elia Coordenação: Everton Silvalima Equipe: André Nunes, Buanna Rosa, Camilla Pontes, Tainah Vieira, Symone Munay e Vanessa Schumacker

Editor de Arte: Rodrigo Cortez Editor de Fotografia: Rafael Wallace Secretária da Redação: Regina Torres Estagiários: Carolina Lessa, Felipe Teixeira, Gabriel Deslandes, Gustavo Natario, Iara Pinheiro (foto), Isabela Cabral, Mariana Totino, Octacílio Farah (foto), Paulo Corrêa, Priscilla Binato, Tomás Battaglia e Vitor Soares (foto). Capa: Rafael Wallace e Rodrigo Cortez Impressão: Imprensa Oficial Periodicidade: quinzenal

Tiragem: 1,5 mil exemplares Telefones: (21) 2588-1404 / 1383 Fax: (21) 2588-1404 Rua Primeiro de Março s/n, sala 406 Palácio Tiradentes - Centro Rio de Janeiro/RJ - CEP 20.010-090 Email: dcs@alerj.rj.gov.br Site: www.alerj.rj.gov.br www.twitter.com/alerj www.facebook.com/assembleiarj www.facebook.com/radioalerj


3

CAPA

A galera está de volta Foto: Rafael Wallace

Ex-parlamentares juvenis uniram-se ao deputado Wanderson Nogueira ((na frente do grupo) grupo ) no pontapé inicial do PJ 2015

Com novidades, nova edição do Parlamento Juvenil foi lançada em evento na Alerj

O

caMilla ponTes

e

s YMone MunaY

que você faria se pudesse ser deputado por uma semana? Durante sete dias, essa será a experiência que jovens de 14 a 17 anos da rede pública estadual vivenciarão na 9ª edição do Parlamento Juvenil (PJ 2015). O projeto foi criado pelo presidente da Casa, deputado Jorge Picciani (PMDB), por meio da Resolução 1.012/98, e oferecerá a 94 adolescentes do Estado a oportunidade de atuar como parlamentares. “Nada melhor do que exercitar a política para conhecêla. O PJ é um programa transformador e a palavra chave é cidadania”, afirma Picciani. O programa é feito em parceria com as secretarias de Estado de Educação (Seeduc) e, pela primeira vez, cde Esporte Lazer e Juventude (Seelje). Assistente Técnico da Seeduc, Leo-

nardo Lugão diz que o Parlamento Juvenil não só estimula o estudante a discutir democracia, como o torna agente de sua trajetória. Coordenador do PJ 2015, o deputado Wanderson Nogueira (PSB) conta que haverá várias novidades (ver box ao lado): “O PJ precisa ser sempre oxigenado e ter inovações para acompanhar o ritmo em que os jovens vivem”. No dia 7, Wanderson apresentou, na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o calendário do evento às 14 Diretorias Regionais de Educação. Os diretores levaram o material de divulgação a ser distribuído nas 1.200 escolas da rede. O evento também contou com a participação de ex-parlamentares juvenis. O projeto funciona nos mesmos moldes da Alerj, com direito a escolha da mesa diretora, regimento interno, votações em plenário e até envio dos projetos de lei aprovados para o governador Luiz Fernando Pezão. Cada um dos 92 municípios do Estado pode ter um representante, sendo que a capital tem direito a três. Eles serão escolhidos da mesma forma que os deputados estaduais: eleitos, democraticamente, pelo voto direto, realizado nas escolas. (colaborou Buanna Rosa)

PJ 2015 - 9ª edição •

Inscrições online, através do site www.parlamento-juvenil.rj.gov. br, até o dia 30. Passeios culturais, com visita ao Pão de Açúcar e ao estádio do Maracanã. Reunião com o governador Luiz Fernando Pezão no Palácio Guanabara. Cursos de oratória e interpretação, liderança e formação política oferecidos pelo Fórum Permanente, pela Escola do Legislativo e pelo Sebrae. Criação de banco de dados com os projetos dos parlamentares juvenis. No dia 24 de agosto, haverá o Dia D de Mobilização em todo o Estado.


4

A política e a paixão por causas

C

Foto: Rafael Wallace

om 34 anos, o deputado Wanderson Nogueira (PSB) (foto ao lado) é um dos mais novos da Casa. Ele assumiu o desafio de coordenar o PJ 2015 e deixou um recado de otimismo aos jovens na reunião de apresentação do projeto: “Não se apaixonem por vocês mesmos, apaixonem-se por causas. Política tem muito mais a ver com participação do que com representação”. O JORNAL DA ALERJ aproveitou o evento para conversar com Wanderson: Como será o banco de dados? Ele vai reunir todas as propostas criadas pelos jovens. Assim, qualquer deputado poderá ter acesso e, caso queira, adotar esse projeto para virar lei, fazendo as adaptações necessárias. Estou vendo como adaptar os três projetos eleitos da edição passada, com alterações, para colocálos em tramitação na Alerj. O deputado Luiz Paulo (PSDB) já utilizou um projeto apresentado por um dos parlamentares juvenis em 2013. O projeto de lei 2690/13 propõe a criação de um Centro de Apoio ao Deficiente no Estado do Rio. O que é o Dia D de Mobilização? No dia 24 de agosto, teremos uma mobilização simultânea nos 92 municípios para conscientizar os jovens sobre o PJ 2015.

LINHA DO TEMPO: Algumas curiosidades nos 12 anos do Parlamento Juvenil

Posicione a câmera do celular aqui e veja o vídeo acesse:j.mp/pljuv

Pode ser uma roda de conversa ou um debate em algum auditório, o importante é que eles possam participar, se inscrever no projeto e discutir política. O que mais se pode esperar? Queremos que a Resolução de 98, que deu origem ao projeto, seja melhorada. Assim, queremos permitir, por exemplo, que o PJ também conceda uma Medalha Tiradentes. Como não está previsto, vamos tentar incluir isso na 10ª edição.

Agenda Inscrições - 10 a 31 de agosto "Dia D" de sensibilização 24 de agosto Eleições (1º turno) - 3 de setembro Eleições (2º turno) - 15 de setembro Capacitação dos eleitos 16 a 26 de outubro Parlamento Juvenil na Alerj 22 a 28 de novembro

2003

2004 e 2005

2006

Estreia do PJ. Três meses de processo eleitoral e dois de capacitação, com 2.700 estudantes de 430 escolares.

Teve um tema definido: Trabalhando a inclusão. O projeto aconteceu em 2004 e a diplomação, em 2005.

As etapas regionais ocorreram em cinco polos: Itaperuna, Paraty, Saquarema, Três Rios e Duque de Caxias.


Nos 12 anos de Parlamento Juvenil, muitos jovens que participaram do projeto continuaram envolvidos com política. Os que não seguiram na carreira reconhecem a importância que o PJ teve em suas vidas. Veja depoimentos nesta página Caio Giro, 20 anos, Duque de Caxias, participou em: 2013: "O PJ abriu minha visão para a sociedade, como buscar direitos e entender o trabalho de um deputado. Buscar, no dia a dia, como a legislação funciona. A graduação em Direito tem a ver com o que aprendi, me impulsionou. Fui atleta (desde os 6 anos) e estava em dúvida sobre que profissão escolher. A experiência vivida na Alerj me motivou".

Daiana Mira, 30 anos, Bom Jardim, participou em: 2003: "Depois de participar da primeira edição, fui a primeira mulher a integrar o grupo do Parlamento Jovem Brasileiro, em Brasília (2003), representando o Estado. Sou uma amante da política e, por isso, estou envolvida nos projetos sociais da minha cidade. Gostaria de me dedicar exclusivamente à política direcionada aos jovens do interior, mas ainda não chegou a hora".

Gabriel Lourenço, 21 anos, Engenheiro Paulo de Frontin, participou em 2009: "Fui candidato a vereador em 2012 e, hoje, sou coordenador do PJ da Câmara Municipal, convidado pela experiência. A minha visão da política pública mudou, porque sei que ela é uma ferramenta que pode ajudar a cidade e o Estado. No PJ, vi a oportunidade de me capacitar. Uso o que vi no Parlamento para tentar somar. Pretendo me candidatar de novo".

Guilherme Manhães, 16 anos, Casimiro de Abreu, participou em 2014: "É importante mostrar que o PJ não se resume a uma semana na Alerj. Como exparlamentar, vou ajudar os representantes da 9ª edição, porque aprendi que política não se faz só com partidos, mas também em cada momento, com a sua comunidade e com as pessoas. Vou passar o que aprendi aos jovens da minha cidade".

Yan Braga, 17 anos, Cachoeira de Macacu, participou em 2014: "Fui também parlamentar juvenil do Mercosul, onde debati o ensino médio dos países que compõem o mercado. Observei que amigos que participaram do PJ se tornaram estudantes mais empenhados e passaram no vestibular de instituições públicas. O PJ nos traz responsabilidade. Aprendi que a formação política e ética é o que os jovens precisam hoje".

Fotos: Divulgação

Anderson de Araújo, 25 anos, Saquarema, participou em 2008: "Depois do PJ, me tornei mais consciente e participativo, analiso mais criticamente a sociedade. Sempre fui reservado e acabei saindo do anonimato. Deixei de ser mais um para me tornar protagonista das minhas escolhas. Ter passado por essa grande metamorfose foi importante para escolher a minha profissão, o curso universitário, e me deu mais firmeza".

2009, 2010 e 2011

2012

2013 e 2014

Devido às eleições de 2010, o PJ teve início em 2009 e diplomação dos parlamentares, em 2011.

Pela primeira vez, uma mulher é eleita presidente da Mesa Diretora: Irlane Alexandria, de Carapebus.

Na 7ª edição, em 2003, os alunos tiveram aula de técnica legislativa. Na 8ª, visitaram o Theatro Municipal. Fotos: Comunicação Alerj

2007 E 2008 A Educação foi o tema mais abordado nos projetos que passaram para a fase final da quarta edição.


6

RIO 2016

CIDADES DO INTERIOR TAMBÉM GARANTEM LUGAR NO PÓDIO OLÍMPICO Poder Legislativo incentiva projetos de desenvolvimento esportivo em todo o Estado

A

Buanna R osa , F elipe T eixeira

e

Gustavo Natario

Foto: Rafael Wallace

um ano dos Jogos Olímpicos de 2016, a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), por meio do Fórum Permanente de Desenvolvimento, realiza projetos de incentivo esportivo nos 92 municípios fluminenses. Uma das principais iniciativas surgiu em 2013, com a implantação do programa Lidera Rio nos Esportes, voltado para a preparação de gestores públicos e empresários para investimentos e oportunidades de negócio. A capacitação é feita através de seminários, por onde já passaram mais de 350 gestores de 50 municípios. O projeto é fruto de uma parceria entre o Fórum, o Sebrae/RJ e a Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude (Seelje), e encerra suas atividades em novembro deste ano. "O Lidera Rio é mais uma ferramenta que o Fórum, junto com essas entidades, entrega para promover o desenvolvimento local", explica a secretária-geral do Fórum, Geiza Rocha. O diretor-superintendente do Sebrae/RJ, Cezar Vasquez, destacou o potencial do esporte na promoção de negócios em nosso Estado e afirmou que oficinas irão estimular os gestores para aproveitar melhor as oportunidades geradas pelos Jogos Olímpicos. A Seelje tem R$ 78 milhões para 2015 disponíveis para investimento pela Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, que recolhe recursos do ICMS e investe em eventos esportivos. Até o momento, 57% dessa verba foram captados. O secretário Marco Antônio

Cabral acredita que esse dinheiro não deve ser investido somente na capital: “O trabalho da Secretaria é levar o movimento olímpico para todas as regiões por meio dos nossos projetos”. Cabral usou como exemplo de iniciativa bem-sucedida um convênio entre a pasta e a Light, de R$ 16 milhões, para a construção de praças esportivas em comunidades pacificadas. Legado Além da preocupação com o desenvolvimento econômico por meio do esporte no interior, o Fórum está atento aos benefícios que as Olimpíadas devem trazer. Em maio, em evento no Palácio Tiradentes, foi lançado o livro-plataforma O futuro dos megaeventos esportivos. O e-book reúne artigos de 38 pesquisadores brasileiros e 12 estrangeiros. De acordo com Lamartine da Costa, um dos organizadores da publicação, o objetivo é discutir a Agenda 2020 do Comitê Olímpico Internacional. “Os megaeventos esportivos no Rio devem ser revertidos em legado para a população”, ressaltou Lamartine. Presidente da Comissão de Esportes da Casa, o deputado Chiquinho da Mangueira (PMN) acredita que os Jogos transformarão a cidade. “Muito além de medalhas e troféus, o Rio ganha em infra-estrutura e entra para a história. A Alerj ajudará no que for preciso”, afirmou. Foto: Comunicação Alerj

Fórum organizou evento para tratar do legado esportivo. Chiquinho (esq.) e Cabral citam projetos e agenda positiva


Foto: Divulgação

7

Circuitos de mountainboard e downhill movimentaram Visconde de Mauá

Resende: esporte sempre em alta A Prefeitura de Resende, no Sul fluminense, partiu na frente, e, desde 2013, consegue captar recursos para investimentos esportivos na região através da Lei Municipal de Incentivo aos Esportes (lei 3.762/10). A norma permite que empresas e pessoas jurídicas invistam parte do que pagariam de Imposto sobre Serviço (ISS) para projetos esportivos do município. Em 2014, foram destinados R$ 600 mil por meio de renúncia fiscal para projetos inscritos na norma, e a previsão para 2015 é maior: R$ 800 mil. A verba foi usada em mais de 50 competições esportivas, como a 6ª etapa do Circuito Brasileiro de Mountainboard, em Visconde de Mauá, a 6ª Etapa do Campeonato Estadual de Downhill, também em Mauá, e o Desafio das Serras, que saiu da Serrinha do Alambari em Foto: Divulgação

direção a Mauá (foto abaixo). O prefeito da cidade, José Rechuan Júnior, criou um calendário de eventos esportivos como ferramenta para aumentar a permanência do fluxo de pessoas na cidade. “Através dos eventos esportivos temos conseguido movimentar a cidade, com 60% a mais na ocupação diária de hotéis e pousadas”, afirmou. Como resultado desse trabalho, o prefeito ficou em primeiro lugar na categoria Pequenos Negócios em Eventos Esportivos, na edição nacional do Prêmio Prefeito Empreendedor, do Sebrae, em 2014. Os deputados da Alerj também trabalham pelo legado esportivo. Um grande exemplo é a aprovação da lei que estabelece o abatimento de até 4% de ICMS para as empresas que investirem em projetos credenciados pelo Comitê Organizador dos Jogos de 2016. A norma, aprovada em 30 de junho é do Poder Executivo, mas recebeu emendas dos parlamentares. Uma delas, de autoria do deputado Carlos Minc (PT), determina que qualquer tipo de imóvel ou equipamento esportivo construído por uma empresa através desse benefício tenha que ser destinado para o uso da população após as olimpíadas..

Foto: Facebook

Alerj no Parapan Vice-presidente da Comissão de Defesa da Pessoa com Deficiência da Casa, a deputada Tania Rodrigues (PDT) esteve nas Paralimpíadas de Toronto, no Canadá, este mês. Na foto, ela posa com o atleta Lucas Araújo, ouro na bocha. O Brasil liderou o ranking e terminou o Parapan em primeiro lugar.


8

CULTURA

AGOSTO: O MÊS DA MÚSICA NA ALERJ

A s YMone MunaY

gosto, mês do folclore e dos pais, tornou-se, em 2015, tempo de música na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Três atrações levaram o público qaue esteve no Palácio Tiradentes a experimentar vários estilos. Entre as atrações, a mostra Quem não se comunica se trumbica, tributo a Chacrinha, o Velho Guerreiro, proporcionou uma viagem no tempo. Fotografias, imagens e sons levaram o público às décadas de 70 e 80, quando o programa A Buzina do Chacrinha, grande vitrine musical, apresentava inúmeros cantores para todo o Brasil. No mesmo espaço, o público pôde ter acesso a "outra escola musical": a Escola Hermetiana, que caracteriza o universalismo da violinista Carol Panesi. Ela interpretou obras de natureza clássica e contemporânea para 150 pessoas no concerto realizado no salão nobre. Fechando o mês, o espetáculo O porto nas ondas do rádio (ver pág. 12) fez merecida homenagem à Rádio Nacional e aos artistas que fizeram parte da sua história.

Clássicos ao som de violino A artista carioca Carol Panesi apresentou canções clássicas e populares, do choro ao samba, no dia 13, no salão nobre do Palácio Tiradentes. Multi-instrumentista, ela usou violino, piano e rabeca para dar vida a sucessos como Tico-tico no Fubá, de Zequinha de Abreu, Naquele tempo, de Pixinguinha, e Doralice, de Dorival Caymmi. É a terceira participação da Alerj no projeto, que, este ano, também recebeu o espetáculo do pianista Newton Nazareth e o RioHarpFestival. "É ótimo abrir as portas do Palácio e mostrar que aqui tem música, cultura, arte", disse a diretora do Departamento de Cultura, Fernanda Figueiredo. Panesi fez parte do grupo Itiberê Orquestra Família e, hoje, integra o Itiberê Zward & Grupo, além de monitorar a Oficina da Música Universal, projeto didático idealizado pelo contrabaixista e compositor paulista Itiberê Luiz Zwarg. Ela gravou discos e dividiu palco com grandes nomes do cenário musical brasileiro, entre eles Hermeto Pascoal e Chico Chagas. (colaborou Isabela Cabral)


Foto:Vitor Soares

Foto:Iara Pinheiro

9

Alô, Terezinha! Abelardo Barbosa está com tudo e não está prosa. E o comunicador, que ficou conhecido na TV como Chacrinha, o Velho Guerreiro, e terá o centenário de nascimento comemorado em 2017, ganhou mais uma homenagem no Rio: a exposição Quem não se comunica se trumbica. A mostra, de 130 imagens, além de prêmios e fantasias usadas no programa televisivo, foi inaugurada, no dia 3, no salão nobre da Alerj. O presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB), participou da inauguração. “Esta é a segunda vez que a Alerj sedia uma exposição do Velho Guerreiro. Ele representa o sentimento de brasilidade que existe em todos nós. Queremos manter viva a memória cultural”, disse Picciani. Filho de Chacrinha, Leleco Barbosa é o curador da mostra: “Foram quase 50 anos na comunicação brasileira. Percorremos vários lugares do Rio para sediar a exposição e achamos esse o ideal. Toda essa movimentação mantém a memória do Chacrinha viva”. A maioria das fotos de Chacrinha, que morreu há 27 anos, é do fotógrafo Delgado, que trabalhou com o comunicador por mais de quatro décadas. “Viajei com ele para muitos lugares, dentro e fora do país. Tenho 132 mil negativos. Sou muito grato ao Chacrinha”, comentou. O deputado Luiz Paulo (PSDB); o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ), desembargador Edson Vasconcellos; o desembargador Marcelo Buhatem; e a esposa de Leleco, Maninha Barbosa, estiveram presentes na abertura da exposição. A mostra Quem não se comunica se trumbica fica no Palácio Tiradentes até o dia 30 de agosto. A entrada é gratuita. (colaborou Camilla Pontes) Foto:Iara Pinheiro

Leleco (foto acima) ainda se emociona com as fotos e as roupas do programa do Chacrinha, seu pai


10

COLUNA

UM PALÁCIO DE HISTÓRIAS

CPI DA CRISE HÍDRICA

Foto: Rafael Wallace

Foto:Internet

Deputados visitaram a Light no Complexo de Lajes, entre Barra do Piraí e Piraí

Tiros no Parlamento s YMone MunaY

Menos de quatro anos depois de inaugurado, o Palácio Tiradentes foi palco de um lamentável momento da política fluminense. Em 26 de dezembro de 1929, na então sede da Câmara Federal, dois oponentes políticos marcaram para sempre suas biografias ao serem protagonistas de um fato infame. Fervorosos opositores, Idelfonso Simões Lopes (foto), que, durante a República Velha, foi um dos principais articuladores da Aliança Liberal, queria Getúlio Vargas para presidente, enquanto Manuel Francisco Souza Filho era favorável à candidatura de Júlio Prestes. Poucas horas antes da sessão plenária, o gaúcho Ildefonso, ao cruzar com o pernambucano Souza Filho, recebeu deste uma bengalada. Depois da agressão, Simões Lopes e seu filho Luiz Lopes envolveram-se em uma luta corporal com o situacionista. Com os ânimos acirrados, o oposicionista, fora de si, sacou um revólver e atirou duas vezes em Souza Filho, matando o parlamentar, que não chegou a ser socorrido, pois morreu no local. Lopes e o filho foram presos e absolvidos, em agosto de 1930, quando a Justiça acatou a tese da legítima defesa. O assassino alegou que matou o adversário porque pensou que as bengaladas atingiriam seu filho.

Água: solução no fim do túnel Presidente de CPI acredita que via de transposição evitará problema no abastecimento Buanna R osa

I

ntegrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que investiga as causas da crise hídrica no Estado visitaram, no dia 7, o Complexo de Lajes, na região do Médio Paraíba. Operado pela Light, o sistema abastece o rio Guandu, responsável por 90% da água consumida na Região Metropolitana do Rio. De acordo com o presidente da CPI, deputado Luiz Paulo (PSDB), o grupo verificou que será necessária a construção de um túnel de transposição na Usina Nilo Peçanha, um dos pontos do complexo, para evitar um colapso no sistema, que não tem manutenção desde 1977. Durante a visita, os parlamentares visitaram todo o processo de producão de energia e água geradas pela Light, em instalações entre Barra do Piraí e Piraí. São barragens, reservatórios e elevatórios que transpõem os rios

Paraíba do Sul e Piraí em direção ao Guandu. O sistema de abastecimento funciona da seguinte forma: a água cai de uma altura de 300 metros nas usinas hidrelétricas Fontes e Nilo Peçanha, em uma vazão de 160 m3/s, e, em seguida, é distribuída pela Cedae aos consumidores. Uma pane na usina Nilo Peçanha, por exemplo, provocaria um período de escassez na Região Metropolitana, comprometendo 75% do total produzido no complexo. O gerente de Engenharia da Light, Cláudio Coelho, explicou que a maior parte da água que abastece o Guandu sai dessa usina e, por isso, resaltou a necessidade de reparos. Segundo a empresa, o túnel seria um caminho alternativo que garantiria o fluxo da água até o Guandu, criando um caminho alternativo que ligaria o reservatório de Vigário ao de Ponte Coberta. A proposta é que a obra seja realizada em parceria com o Governo do Estado, podendo custar em média R$ 300 milhões. Também participaram da visita ao complexo os deputados Edson Albertassi (PMDB) e Paulo Ramos e Dr. Julianelli, ambos do PSol.


11

cidades

I

Niterói

Foto: Rafael Wallace

Da esq. p/ a dir.: Dauaire, Comte, Jânio e Waldeck costumam vir para a Alerj de barca, quando conversam com os eleitores

Deputados falam dos motivos de terem escolhido a Cidade Sorriso para viver

U

M árcia M anga

e

P riscilla Binato

m dos maiores índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, sem analfabetismo, com qualidade de vida alta e a apenas 11 km da Cidade Maravilhosa. Assim é Niterói. Quem mora lá costuma discorrer sobre essas qualidades para justificar porque não troca a cidade, ex-capital até a fusão com o Estado da Guanabara, em 1975, por nenhuma outra. Niterói sempre teve uma representação histórica e expressiva na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Nessa legislatura, há cinco deputados que moram lá. Dois deles são do interior: Jânio Mendes (PDT) e Bruno Dauaire (PR), e escolheram o município para morar por todas as qualidades já citadas, além dos aluguéis mais em conta em comparação com os do Rio.

“Sou de Cabo Frio e todo mundo que é da Região dos Lagos tem uma identificação com o município. O pai, desde cedo, estimula o filho a estudar e ir para a faculdade em Niterói”, explica Jânio. Filho e neto de ex-prefeitos de São João da Barra, Dauaire veio para a cidade por causa da proximidade com o trabalho no Rio e pelo aluguel mais barato. E não se arrepende: “É um lugar muito bonito, com ótimos pontos turísticos. O Alto Mourão, conhecido como Pedra do Elefante, e a trilha do Morro do Costão, em Itacoatiara, são os meus preferidos”. Segurança A localização geográfica da Alerj, em frente à estação das barcas na Praça XV, encurta a distância entre a Cidade Sorriso, como é conhecida, e o Rio, facilitando a vida desses deputados. Nativo de Niterói, Comte Bittencourt (PPS) é um apaixonado pela cidade: “É onde cresci, criei minha família, tenho minha atividade profissional, meus amigos”, acentua. Usuário das barcas, Comte utiliza esse meio de transporte todos

os dias: “Faço por comodidade”. Niterói tem os filhos legítimos e os que se dizem adotados, como o deputado Waldeck Carneiro (PT), que nasceu no Rio. “Frequento desde 1981, quando fui estudar na Universidade Federal Fluminense (UFF). Gostei e vim morar”, conta o parlamentar, que também costuma se deslocar até a Alerj de barca. Nascido há 35 anos na cidade, o deputado Flávio Serafini (PSol) também faz o trajeto até a Praça XV pela Baía de Guanabara: “O serviço precisa melhorar. É preciso ofertar novas linhas, para desafogar as atuais”. Apesar de ainda conservar aspectos de uma cidade do interior, Niterói tem sofrido com a violência. “A Secretaria de Segurança demorou muito para reconhecer isso, prejudicando Niterói”, diz Comte. Waldeck, que foi assaltado em Icaraí em 1999, reforça que o problema não é exclusivo da cidade. “A diferença que percebo em Niterói é o esforço permanente da Prefeitura, que não para de cobrar providências das autoridades estadual e federal”, frisa.


Foto: Vitor Soares

12

Musical teve 32 atores que representaram cantores de sucesso, como Aracy de Almeida, Dalva de Oliveira e Cauby Peixoto

No ar, a magia do rádio Espetáculo relembra a época de ouro da Rádio Nacional nas escadarias da Alerj

O

GaBRiel D eslanDes

s tempos áureos da Rádio Nacional, uma das mais importantes emissoras brasileiras das décadas de 40 e 50, foram revividos, nos dias 14 e 15, nas escadarias do Palácio Tiradentes. A sede da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) virou palco para um grupo de 32 atores e cantores contarem a história da radiodifusão e da música. No local, foi encenado o espetáculo teatral O porto nas ondas do rádio, da série Porto de Memórias 2015 - Rio 450 anos. Cerca de 900 pessoas acompanharam as apresentações, que tiveram entrada franca. A peça foi uma homenagem à Rádio

Nacional. Fundada em 1936, ela foi responsável pela divulgação de algumas das mais importantes vozes do cancioneiro popular. Para o diretor Alexei Waichenberg, a peça retrata personagens marcantes da cultura do Rio de Janeiro. Em sua segunda participação no espetáculo, Selminha Sorriso, atriz e porta-bandeira da Beija-Flor de Nilópolis, também se emocionou com a homenagem à Rádio Nacional, que, segundo ela, faz parte da trajetória de sua família: "Poder falar da Rádio Nacional é lembrar da minha infância ". Emoção A apresentação contou com spots originais do Programa César de Alencar e do famoso Repórter Esso. Aracy de Al-

meida, Dalva de Oliveira, Francisco Alves, Orlando Silva, Sílvio Caldas, Marlene, Emilinha Borba, Cauby Peixoto e Elza Soares estiveram entre os cantores e cantoras interpretados. Na plateia, o jornalista Hélio Ferreira Maia, 68 anos, se emocionou com a representação de sua mãe, a cantora Nora Ney. "Quando a atriz começou a cantar pela primeira vez, achei a voz dela muito parecida com a da minha mãe", confessou. (colaborou Symone Munay)


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.