JORNAL DA ALERJ A S S E M B L E I A L E G I S L AT I VA DO E STA DO DO RIO DE JA N EIRO Ano XIII N° 304 – Rio de Janeiro, 16 a 31 de agosto de 2015
Parlamento fluminense fecha acordo com Ministério do Meio Ambiente e implanta a A3P, agenda pública de responsabilidade ecológica PÁGINAs 4 e 5
Evento une representantes de diversas religiões para debater a intolerância PÁGINAS 6 e 7
Acessiblidade nas barcas motiva audiência que discute problemas no serviço PÁGINAS 8 e 9
Bruno Dauaire conta que aproveita as poucas horas livres nas ondas do surfe PÁGINA 11
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Frases
Foto:Vitor Soares
"Vamos mobilizar a população e o Governo para buscar soluções para a doença. A Secretaria de Saúde tem que se responsabilizar e financiar o que hoje está subfinanciado”
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Se convertermos para o real, vamos verificar que faltam R$ 7 bilhões para a conclusão da (refinaria) Trem 1
Foto:Vitor Soares
Foto: Vitor Soares
Jair Bittencourt (PR), em audiência, no plenário, sobre feridas crônicas
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Primeiro, precisamos resgatar a autoestima do povo da serra, que ainda está traumatizado com a catástrofe das chuvas
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Edson Albertassi (PMDB), falando de obras do Comperj na CPI da Petrobras
Redes Sociais
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"Já fui ameaçada de morte por usar véu, q é a nossa identidade. Nunca imaginei ser agredida na minha cidade", disse Denise, prof e muçulmana
Na Campanha pelo Controle de Armamento, recolhemos e destruímos armas doadas pela população em posto na Alerj
Dep. Marcelo Freixo @MarceloFreixo 18/08 - Twitter
Dep. Carlos Minc @minc_rj 21/08 - Facebook
Marcelo Augusto @poetamarcelopoeta 26/08 Instagram
Dr. Sadinoel (PT), discutindo melhorias para o turismo na Região Serrana
Animais
Foto: Iara Pinheiro
As áreas deterioradas do Zoológico do Rio serão reformadas e ficarão prontas nove meses após o início das obras. A informação foi dada, no dia 28, pelo diretor de Planejamento e Projeto da Empresa Municipal de Urbanização (RioUrbe), Guilherme Alonso, em reunião da Comissão Especial da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) de Proteção aos Animais, presidida pela deputada Daniele Guerreiro (PMDB). Alonso disse que o Tribunal de Contas do Município (TCM) aprovou o edital e o processo licitatório deve ter o seu resultado no início de setembro. Orçada em R$ 6,5 milhões, as obras englobam ambientes deteriorados, como o viveiro de pássaros, o pântano e o setor de acolhimento e quarentena dos animais. A reunião na Alerj foi motivada após denúncia de má conservação do zoo, divulgada pela imprensa. A deputada Daniele visitou o local em maio para averiguar a denúncia e informou não ter encontrado registros de maus tratos aos animais.
*As mensagens postadas nas redes sociais são publicadas sem edição de conteúdo.
Expediente Presidente - Jorge Picciani 1º Vice-presidente - Wagner Montes 2º Vice-presidente - André Ceciliano 3º Vice-presidente- Marcus Vinicius 4º Vice-presidente - Carlos Macedo 1º Secretário - Geraldo Pudim 2º Secretário - Samuel Malafaia 3º Secretário - Fábio Silva 4º Secretário - Pedro Augusto 1o Suplente - Zito 2 o Suplente - Bebeto 3º Suplente- Renato Cozzolino 4º Suplente- Márcio Canella
JORNAL DA ALERJ Publicação quinzenal da Subdiretoria Geral de Comunicação Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro Jornalista responsável: Daniella Sholl (MTB 3847) Editora: Mirella D'Elia Coordenação: Everton Silvalima Equipe: André Coelho, Buanna Rosa, Camilla Pontes, Tainah Vieira, Symone Munay e Vanessa Schumacker.
Editor de Arte: Rodrigo Cortez Editor de Fotografia: Rafael Wallace Secretária da Redação: Regina Torres Estagiários: Andressa Garcez (publicidade), Carolina Lessa, Felipe Teixeira, Gabriel Deslandes, Gustavo Natario, Iara Pinheiro (foto), Isabela Cabral, Lucas Moritz, Octacílio Farah (foto), Paulo Corrêa, Priscilla Binato, Rayza Hannah (publicidade), Tomás Battaglia e Vitor Soares (foto). Impressão: Imprensa Oficial
Periodicidade: quinzenal Tiragem: 2 mil exemplares Telefones: (21) 2588-1404 / 1383 Fax: (21) 2588-1404 Rua Primeiro de Março s/n, sala 406 Palácio Tiradentes - Centro Rio de Janeiro/RJ - CEP 20.010-090 Email: dcs@alerj.rj.gov.br Site: www.alerj.rj.gov.br www.twitter.com/alerj www.facebook.com/assembleiarj www.facebook.com/radioalerj
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segurança
Foto: Iara Pinheiro
Estatuto pela paz Cumpra-se monta posto para entrega de armas e realiza debate sobre projeto que modifica lei do desarmamento Carolina L essa
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Comissão Especial para Acompanhar o Cumprimento das Leis, conhecida como Cumpra-se, discutiu, em audiência pública, no dia 21, o projeto de lei 3.722, de 2012. Em tramitação na Câmara Federal, o texto propõe a modificação de artigos do Estatuto do Desarmamento. Entre as mudanças, a proposta reduz de 25 para 21 anos a idade mínima para a compra de armas e aumenta o número de armas por pessoa de seis para nove. Na audiência, realizada na Escola do Legislativo (Elerj), no Centro do Rio, o deputado Carlos Minc (PT), que preside o Cumpra-se, ressaltou que a violência não se restringe ao desarmamento. “Temos, também, que tomar
medidas para melhorar a UPP, para ter uma perícia independente e com autonomia financeira. Temos uma lei de proteção à testemunha, mas não temos recursos para proteger as testemunhas. A impunidade precisa ser combatida”, afirmou. Já o deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ) afirmou que o Estatuto do Desarmamento é uma medida que ajuda a salvar milhares de vidas e que qualquer alteração em seu texto deve ser para aperfeiçoar o controle de armas. A presidente da Comissão de Segurança Pública e Assuntos da Polícia da Alerj, deputada Martha Rocha (PSD), também esteve presente na reunião e falou a favor do desarmamento. Ela defendeu mudanças no texto. “Se você permite o porte de arma a todos os cidadãos e que o aumento do número de armas e o policial aposentado não vai ter direito a porte, então a minha sugestão é que se estenda ao policial o direito que ele tem hoje no atual Estatuto do Desarmamento”, afirmou.
Entregue sua arma Antes da audiência, a Alerj promoveu uma campanha pelo Controle do Armamento. Um posto para a entrega de armas foi montado no prédio anexo ao Palácio Tiradentes e, durante o evento, os gatilhos dos artefatos – oito no total, entre eles uma espingarda e pistolas calibre 22, além de 20 balas – foram destruídos em ato simbólico. As armas foram cadastradas para serem analisadas por um perito. Os doadores receberam um comprovante para que, posteriormente, tenham direito à indenização de R$ 150 a R$ 450. Maria Beatriz Burtim, que há 40 anos tinha uma arma guardada em casa, dada de presente por um coronel ao pai dela, entregou o equipamento. “Como minha mãe não gostava, durante todo esse tempo, a arma ficou guardada dentro de uma gaveta. Não conseguia nem olhar”, disse. A sede do Vivo Rio, na Rua do Russel, 76 na Glória, continuará coletando armas para serem destruídas por tempo indeterminado.
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Capa
Atitudes sustentáveis do dia a dia Alerj é uma das 46 instituições públicas do Estado do Rio que aderiram à A3P, uma agenda ambiental do Ministério do Meio Ambiente que visa à conscientização de servidores
M I sabela Cabral
e
Vanessa S chumacker
udar hábitos incorporando atitudes de consciência ambiental pode ter grande impacto na preservação do meio ambiente. Pensando nisso, a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) adotou a Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) e mudou a rotina de alguns setores com atividades internas de conscientização, além de projetos para tornar a atuação da Casa mais sustentável. Na Diretoria de Informática, copos de plástico foram substituídos por canecas e papéis estão sendo reutilizados para a impressão. De acordo com o subdiretor Adolpho Konder, os funcionários do setor também estão fazendo estudos para melhorar a economia de energia nos computadores da Alerj. A A3P é um programa do Ministério do Meio Ambiente (MMA) com o objetivo de promover a responsabilidade socioambiental nas práticas de órgãos públicos. Segundo a subdiretora do Fórum Permanente de Desenvolvimento do Rio e coordenadora da A3P na Alerj, Geiza Rocha, aqueles que aderirem estão mostrando
preocupação em se adequar às legislações ambientais. Em agosto, a Casa, partindo das premissas da A3P, doou sucatas de 22 carros e outros 1.912 itens, de mesas e cadeiras a computadores e grampeadores, à obra social RioSolidario. O material será vendido para reciclagem e revertido em verbas para projetos da instituição. "A doação da Alerj é muito bem-vinda. Ela será de extrema relevância para possibilitar que, cada vez mais e melhor, atendamos crianças e jovens em situação de vulnerabilidade e pessoas com deficiência”, disse a diretora do RioSolidario, Liliana Pinelli. Projetos para a adesão a uma série de medidas também estão em andamento: um plano de gestão de resíduos sólidos, ingresso num programa de eficiência energética e economia de tinta e papel nas impressões. Geiza explica que uma pesquisa foi realizada com os funcionários para ajudar a orientar as ações e que há também uma troca com outras entidades do setor público. No Estado do Rio, das 589 instituições públicas, 46 já
Foto: Rafael Wallace Foto: Rafael Wallace Foto: Divulgação
Informática descartou copos de plástico e está reaproveitando papel para impressão. No TCE, Rita lidera ações socioambientais.
Ping-pong Foto: Iara Pinheiro
aderiram à A3P. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) promoveu uma economia de 60% nos circuitos de iluminação nos últimos dois anos e meio ao substituir lâmpadas fluorescentes pelas de LED. Para combater o desperdício de água, instalou purificadores e torneiras temporizadas. Além disso, realiza periodicamente eventos educativos. "Já temos essa preocupação ambiental há anos e, até o fim de 2015, o TCE deve ingressar na A3P", informou Rita de Cássia de Oliveira, do Comitê de Gestão Socioambiental do tribunal. Presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Alerj, o deputado Thiago Pampolha (PTC) acredita que o primeiro passo para alcançar as metas propostas pela A3P é construir uma nova cultura institucional, que estimule todos os envolvidos a adotar princípios e critérios sustentáveis no cotidiano. De acordo com a coordenadora da A3P no MMA, Ana Carla Almeida, o programa trabalha em seis eixos temáticos: uso racional dos recursos naturais e bens públicos; gestão adequada dos resíduos gerados; melhoria da qualidade de vida no trabalho; sensibilização e capacitação de servidores; contratações de bens e serviços com sustentabilidade; e critérios para construções sustentáveis. A gerente de Educação Ambiental do Inea, Geisy Leopoldo, lembrou que a mudança de hábitos é o maior desafio. "A educação ambiental atua em dois segmentos: sensibilizar e mobilizar", diz.
Geiza Rocha Subdiretora do Fórum Permanente de Desenvolvimento do Rio e coordenadora da A3P na Alerj
Por que a Alerj aderiu à A3P? A administração pública pode ser o exemplo do que a gente quer ver na sociedade. Na Alerj, poderemos ser pioneiros. As atitudes sustentáveis são extremamente importantes. Os recursos naturais são escassos e já tivemos provas de que vão acabar se não formos cuidadosos. Como a Alerj está atuando para adotar as medidas? A entrada da Alerj na A3P ajuda a gente a entender o que já é feito e o que a gente precisa fazer. Há uma comissão formada na Casa responsável pela agenda, com representantes de vários setores. Trabalhamos muito em parceria com as diretorias. Todos estão sabendo o que está acontecendo e estamos em um processo permanente de trazer essa discussão para a Casa. O que já está sendo feito? A diretoria geral da Alerj comprou uma lixeira de pilhas e baterias e fizemos o levantamento de uma associação que faz o recolhimento desse material para reciclagem, de forma gratuita. Agora, estamos desenvolvendo a implantação disso, capacitação dos funcionários etc. Estamos buscando sensibilizar as pessoas. Um exemplo é a redução dos copos descartavéis. Isso. Já distribuímos os adesivos que falam da redução do uso de copos de plástico descartáveis. São medidas simples, mas alinhadas com a questão ambiental. Há uma proposta de plano de gestão de resíduos sólidos em avaliação. Vamos estudar também nosso ingresso no programa de eficiência energética da Light.
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pRECONCEITO
praticantes de ~ diversas religioes se encontram na alerj em busca da paz Audiência da Comissão de Direitos Humanos e Defesa da Cidadania discute ações para coibir avanço dos casos de intolerância religiosa no Estado
Q
Gabriel D eslandes
e
Vanessa S chumacker
uase mil casos de intolerância religiosa foram registrados pelo Centro de Promoção da Liberdade Religiosa e Direitos Humanos (Ceplir) no Estado do Rio em dois anos e meio. Entre julho de 2012 e dezembro de 2014, foram 948 queixas. As denúncias envolvendo intolerância contra religiões de matriz africana totalizaram 71,15% dos casos. Os dados estão em um relatório preliminar divulgado, no dia 18, pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), em audiência da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O pré-relatório também aponta que, de janeiro de 2011 a junho de 2015, o Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República recebeu 462 denúncias sobre discriminação religiosa no Rio. No país, foram 1.106 casos. O documento mostra ainda que a intolerância virtual aumentou. Em junho deste ano, Kayllane Campos, de 11 anos, praticante do candomblé, conheceu de perto a intolerância. Enquanto voltava de um culto na Vila da Penha, Zona Norte do Rio, a menina e sua avó Kátia Marinho, vestindo a indumentária de sua religião, foram insultadas por um grupo de pessoas com a Bíblia nas mãos. Uma delas atirou uma pedra que atingiu a cabeça de Kayllane. Os agressores fugiram em um ônibus e não foram identificados. “Vejo o caso da minha neta sem nenhuma solução. Mudou o investigador e não houve avanço até agora”, disse a avó. Presidente da CCIR, o babalaô Ivanir dos Santos lembrou que o caso de Kayllane não é isolado. “Talvez a indiferença seja um caso isolado, mas a violência não é. O problema da intolerância
é muito maior do que a maioria das pessoas pensa, porque ela é um ataque à democracia”, declarou. Que o diga a muçulmana Denise Bonfim. Na mesma região onde Kayllane foi agredida, ela também sofreu ameaças, quando descia a Avenida Meriti e foi ameaçada por dois homens em uma moto: “Eles me rodearam e disseram que ‘muçulmano bom é muçulmano morto’”. Denise acredita que a agressão se deu por ela estar vestindo o hijab, o véu islâmico. Delegacia especializada Esses relatos de discriminação por crença religiosa se tornaram objeto de atenção do poder público. As denúncias estão sendo reunidas em um relatório da Comissão de Combate a Intolerância Religiosa (CCIR), que será apresentado à sociedade civil até janeiro de 2016. "Vamos condensar um documento com depoimentos para fazer uma denúncia sobre intolerância religiosa às cortes internacionais", disse o babalaô Ivanir dos Santos. Presidente da Comissão de Combate às Discriminações e Preconceitos de Raça, Cor, Etnia, Religião e Procedência Nacional da Alerj, o deputado Átila Nunes (PSL) cobrou, durante a audiência, a implantação da lei 5.931/11 que cria a Delegacia de Combate aos Crimes Raciais e Intolerância. "Os crimes de ódio a que assistimos diariamente no Rio, merecem que essa demanda seja atendida", acredita o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, deputado Marcelo Freixo (PSol). A secretária de Estado de Assistência Social, Teresa Cosentino, contou que a pasta atendeu a 532 casos de intolerância religiosa somente este ano.
7 Kátia conforta a neta Kayllane. A menina foi agredida na rua por usar roupas do candomblé
Fotos: Otacílio Barbosa
Religiões declaradas
2,9%
Sem religião
Outras religiosidades
Umbanda e candomblé 0,3%
Espíritas 2%
Evangélicos 22,2%
Católicos 64,6%
Censo de 2010
8%
Freixo (ao centro) recebeu representantes de diversas religiões no plenário
Depoimento "Nunca pensei que, em uma cidade como o Rio, houvesse pessoas com ódio de religião. Me converti ao Islã há dez anos. Quando passava na Avenida Meriti, que dá no Largo do Bicão, vindo da escola, vieram dois caras de moto, falando que 'muçulmano bom é muçulmano morto'. Às vezes, as pessoas falam alguma coisa, mas, dessa forma, foi a primeira vez. Não usei mais véu depois daquele dia. Isso foi em outubro de 2014. Voltei a usar depois, no meu bairro, mas fiquei com medo. Sempre há casos de intolerância, inclusive entre pessoas no meio acadêmico. Na internet, o ciberbullying é um fato". Denise Bonfim, professora de Língua Portuguesa (e muçulmana)
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A F elipe T eixeira
e
Gustavo Natario
Comissão da Pessoa com Deficiência (PCD) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), presidida pelo deputado Márcio Pacheco (PSC), reconheceu melhorias em alguns problemas de acessibilidade no transporte aquaviário do Estado e pediu mais atenção no atendimento a quem possui deficiência. Em audiência pública realizada no dia 20, a vice-presidente da comissão, deputada Tania Rodrigues (PDT), declarou que o atendimento dos funcionários deixa a desejar. "O maior problema não se concentra na parte física, estrutural, das barcas, que já melhorou muito desde a última visita da comissão. É necessário ter funcionários capacitados para, por exemplo, ajudar os deficientes auditivos, que, às vezes, precisam de alguém que entenda a linguagem de libras e não encontram", destacou. Tania também pediu à CCR Barcas, empresa que administra o transporte aquaviário no Estado, que seja implantado um projeto que conscientize os usuários dos cuidados que pessoas com deficiência necessitam. "Muitos passageiros depositam suas bicicletas ou objetos pessoais no local destinado aos cadeirantes. As pessoas precisam ter mais consciência de nossas dificuldades", ressaltou Tania Rodrigues.
comissões
Acessibilidad
Problemas enfrentados por pessoas com deficiênci Milhares de pessoas usam as barcas todo dia, mas elas têm problemas para transportar PCDs
Problemas corrigidos Segundo o gestor da CCR Barcas, Tiago Terra (foto abaixo), problemas de acessibilidade apontados pela Alerj em uma fiscalização realizada em maio foram corrigidos e outros estão em processo de ajuste. "Fizemos a redução da altura das calhas nas rampas de embarFoto: Iara Pinheiro
que das barcas e também instalamos caixas de som e painéis informativos no interior das estações, conforme pedido da comissão", informou. Ele afirmou, ainda, que um treinamento para mais de 700 funcionários da CCR Barcas será realizado em parceria com a Secretaria de Estado de Transporte (Setrans), com início em setembro e duração de cinco meses. Fábio Fernandes, representante da Se-
trans, informou que uma cartilha para o treinamento dos funcionários está sendo elaborada: "Esse treinamento é destinado a todos os colaboradores da CCR Barcas, dos que ficam na bilheteria até os que trabalham nas embarcações", declarou. As deputadas Ana Paula Rechuan e Daniele Guerreiro, ambas do PMDB, e Marcia Jeovani (PR) também participaram da reunião.
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Deputada relata percalços comuns
de em xeque
ia nas barcas são discutidos em audiência da Alerj Foto: Gabriel Esteves
Fotos: Otacílio Barbosa
Passear pelas ruas da sua cidade, utilizar tranquilamente o transporte público, comer nos seus restaurantes favoritos e comprar em suas lojas prediletas. Todas essas são ações corriqueiras e que parecem tranquilas para todos os cidadãos. Parecem. Para aproximadamente 45 milhões de brasileiros que têm algum tipo de deficiência, realizar essas atividades pode ser um martírio. A deputada Tania Rodrigues (PDT) tem deficiência motora desde os três anos de idade, quando contraiu a poliomielite e é uma das pessoas atingidas pela falta de acessibilidade nas cidades brasileiras. As dificuldades da parlamentar já começam no transporte diário para o trabalho. Moradora de Niterói, Tania utiliza as barcas que fazem a ligação entre a sua cidade e o Rio de Janeiro para chegar à Alerj. Calçada irregular no acesso às estações, guichês de compra de bilhetes em altura inadequada para cadeirantes, rampas muito inclinadas para entrar nas embarcações e falta de um espaço exclusivo e adequado para as pessoas com deficiência foram apenas alguns dos problemas apontados pela deputada. "Não consigo fazer esse trajeto sozinha. Tenho medo de cair da cadeira de rodas e me machucar. Sempre conto com a ajuda do meu marido para fazer o percurso", contou Tânia. Chegando ao outro lado da Baía de Guanabara, os problemas aumentam. Passear pela Praça XV e pelo Centro Histórico do Rio é uma aventura. O calçamento irregular impede a locomoção, a falta de rampas no meio-fio e a colocação de postes de sinalização em locais inadequados são alguns outros percalços.
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COLUNA
UM PALÁCIO DE HISTÓRIAS
SANEAMENTO AMBIENTAL
Foto: Divulgação
Foto:Rafael Wallace
Serafini (1º à esq.)e Mahamed (2º à esq.) juntaram-se a Mulim (2º à dir.) na visita
Homenagem ao arcanjo s Ymone munaY
Palácio de memórias, histórias, decisões e justas homenagens. Foi com esse intuito que, depois da morte do jornalista Arcanjo Antonio Lopes do Nascimento, em 2 de junho de 2002, os deputados fluminenses, que se mantiveram em vigília cívica na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) até a identificação do corpo, resolveram chamar a sala de imprensa, atrás do plenário, de Tim Lopes. Tim trabalhava em uma reportagem para a TV Globo, na Favela Vila Cruzeiro, na Penha, quando foi identificado pela quadrilha do traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, preso, assassinado e enterrado em um cemitério clandestino. Na semana seguinte ao deseparecimento, o então presidente da Casa, deputado Sérgio Cabral, abriu a sessão plenária pedindo um minuto de silêncio. Após 33 dias de busca, a polícia confirmou ter encontrado o corpo. Os restos mortais de Tim chegaram ao Palácio Tiradentes em 7 de julho, onde o corpo foi velado. Em 14 de agosto de 2002, a sala de imprensa passou a ter o seu nome. Durante a homenagem, no plenário da Casa, familiares e amigos de Tim, além do autor do tributo, o deputado Sivuca, descerraram a placa de bronze (na entrada) e a foto do jornalista (interior da sala).
Despoluição da Baía ganha aliado Parlamentares visitam Unidade de Tratamento de Rio em Jacarepaguá buanna r osa
A
construção de nove unidades de Tratamento de Rios (UTRs) que deságuam na Baía de Guanabara seria a solução para despoluir 90% das águas da baía. A declaração foi dada pelo oceanógrafo David Zee, da Universidade do Estado do Rio (Uerj), durante vistoria da Comissão de Saneamento Ambiental da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) à UTR do Arroio Fundo, em Jacarepaguá, Zona Oeste da capital, no dia 21. “Em no máximo 12 meses, essas UTRs ficariam prontas e, com certeza, até os Jogos Olímpicos, teríamos boa parte da nossa baía despoluída”, declarou Zee As unidades de Tratamento seriam instaladas nos canais do Mangue e do Cunha e nos rios Irajá, Pavuna, Meriti, Sarapuí, Iguaçu, Guaxindiba e Buaçu e custariam, de acordo com o oceanógrafo, R$ 500 milhões em média. Para o presidente da comissão, deputado Ni-
valdo Mulim (PR), a falta de recursos do Governo do Estado impede o início dessas obras: “Vamos mediar uma conversa entre Governo e o Ministério do Meio Ambiente para pedir recursos para as obras ”, disse Mulim. O presidente da Comissão Especial da Alerj de despoluição da Baía de Guanabara, deputado Flávio Serafini (PSol), pontuou que as UTRs são medidas complementares e não podem substituir o saneamento básico. De acordo com a Rio Águas, empresa da Prefeitura do Rio que regula e fiscaliza a concessão dos serviços de esgotamento sanitário e as UTRs, a unidade de Irajá deve ficar pronta nos próximos meses. Mulim anunciou que o grupo pretende visitar essas obras e a UTR do Rio Carioca nas próximas semanas. Além das três unidades citadas – Arrioio Fundo, Carioca e Irajá –, o município também conta com as UTRs da Rocinha, de Barra de Guaratiba e do Piscinão de Ramos, todas essas últimas em funcionamento. Presidente da Comissão de Meio Ambiente da Casa, o deputado Thiago Pampolha (PTC) também participou da vistoria à UTR.
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Perfil
Foto: Arquivo pessoal
Deputado, que surfa nas horas vagas, conta que esteve em praias do Peru, do Panamá e na Califórnia (EUA) atrás de altas ondas
Um mar de trabalho
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Gabriel D eslandes
uem acompanha as atividades do Legislativo e está habituado a ver o deputado Bruno Dauaire (PR) vestido de terno e gravata, não imagina como é seu dia a dia fora do Parlamento. Quando não está imerso em um turbilhão de tarefas na Alerj, seu passatempo favorito é se aventurar em outras praias, bem distante dos mares revoltos da rotina no plenário: o surfe. Natural de São João da Barra, cidade litorânea no Norte fluminense, o esporte começou a fazer parte da vida de Dauaire nos tempos de menino, mas só se tornaria hobby a partir dos 18 anos. “A paixão pelo mar surgiu desde novo e sempre foi um sentimento natural. Estava acostumado a ver os amigos na praia e foi daí que surgiu o interesse em pegar uma prancha”, lembra o deputado.
Dauaire deve muito de sua relação com as ondas às aulas que teve, ainda criança, com o professor Evaristo Ferreira de Sousa, que mantém, até hoje, um trabalho social com sua escolinha de surfe em Grussaí, distrito de São João. Desde então, a proximidade com o mar sempre o perseguiu em todos os municípios onde morou. “Durante esses 30 anos, surfei em São João da Barra, Campos Niterói e no Rio”, diz. O envolvimento com o esporte não foi suficiente para fazer Dauaire ingressar na carreira de surfista profissional, mas já o levou a desbravar outros oceanos pelo mundo: “Viajei para o Peru, Panamá e EUA. Foram experiências maravilhosas porque o surfe é um esporte intrigante. Cada onda tem sua história”. Dia do Surfe Formado em Direito, Dauaire diz que nunca teve dificuldade em conciliar a profissão com o hobby: “Sou advogado, e o surfe é um esporte como qualquer outro. O tempo é um problema para quem trabalha, mas estou dentro do mar sempre que sobra uma meia horinha do
meu dia”. A nova vida como parlamentar, porém, tem obrigado Dauaire a deixar a prancha em casa. A paixão pelo esporte é tamanha que fez o deputado tomar o caminho inverso: trouxe o surfe para o Parlamento fluminense e celebrou, no plenário, o Dia Internacional do Surfe (20 de junho). A cerimônia contou com a presença de surfistas e amadores, incluindo velhos parceiros de prancha. Durante a solenidade, ele entregou a Medalha Tiradentes a Rico de Souza, pioneiro do esporte no Brasil na década de 70. Foto: Vitor Soares
Bruno Dauaire fala da paixão pelo surfe e conta como concilia o esporte com a Alerj
Bruno Dauaire homenageia Rico de Souza
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AGORA É LEI
madeira que cupim não rói... reaproveita Lei do deputado André Lazaroni institui programa de reaproveitamento elogiado por ambientalistas
A M árcia M anga
Foto: Iara Pinheiro
preocupação com o meio ambiente tornou-se uma questão global e urgente. No entanto, pouca gente se interessa em saber o que acontece com a madeira proveniente da poda de árvores das ruas, avenidas, praças e parques das cidades. Segundo a Comlurb, responsável pelo serviço, diariamente são recolhidos cerca de 40 toneladas de madeira de podas na capital. Um número expressivo que faz pensar: para onde vai todo esse material?
Para evitar que esses resíduos parem em mananciais, podendo provocar incêndios e degradação do meio ambiente; o deputado André Lazaroni (PMDB) (foto) criou a lei 7.021/15, que institui o Programa de Aproveitamento de Madeira de Podas de Árvores (Pampa) no Estado. A lei foi sancionada pelo Poder Executivo e prevê o aproveitamento desse material com o objetivo de gerar benefícios econômicos e ambientais. A intenção também é reduzir o desmatamento dentro do Estado e contribuir, progressivamente, para o aumento da vida útil dos aterros sanitários. Regulamentar a destinação de resíduos de poda urbana também ajuda a evitar um problema típico das grandes cidades. "Dar um destino a esse material vai evitar as terríveis enchentes, porque, muitas vezes, esses galhos vão parar nos bueiros, provocando o entupimento dos mesmos", lembra Lazaroni. Essas sobras valiosas que costumam ser desprezadas podem ter outras utilidades.
"Um bom destino dado às madeiras já recicladas é a produção de lenha ecológica, conhecida como briquete, feita com a serragem de madeira prensada. O objetivo é economizar madeira e evitar a sobrecarga de caminhões de lixo nos aterros sanitários", afirma o deputado. Ótimo adubo Ambientalista da ONG Recicloteca, Vera Chevalier comenta que o Pampa vai diminuir o custo do transporte desse tipo de lixo para os aterros: "Com a reciclagem prevista podemos transformar esse material em uma compostagem limpa que servirá para adubar jardins, escolas e praças. É um adubo excelente". O programa vai funcionar através de convênios com entidades do setor público ou privados relacionados ao meio ambiente, ao ensino ou à pesquisa técnico-científica. O convênio vai possibilitar a atuação conjunta ou isolada, na área de coordenação, direção e efetivação de pesquisas técnicas e científicas.