Projeto propõe criação de cotas para cursos de pós-graduação no Rio de Janeiro, como MBA, mestrado e doutorado
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JORNAL DA ALERJ
Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
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Vítor Soares
Ano XII - N° 291 – Rio de Janeiro, 16 a 31 de outubro de 2014
fechamento autorizado. pode ser aberto pela ect
Incentivo artesanal Lei aprovada na Alerj reduz o imposto e estimula a produção de cerveja no estado do Rio
Reprodução internet
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Rio de Janeiro, 16 a 31 de outubro de 2014
frases
expediente
VOCÊ SABIA?
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Chega de falarmos que perdemos três gerações nesses trinta anos de abandono do projeto CIEP. Vamos falar às gerações futuras, e é isso que faz o prefeito Eduardo Paes
Mauto Pimentel
”
Está em tramitação na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) o Projeto de lei 3.199/14, que propõe a criação do Centro Cultural do Compositor Musical do Estado do Rio de Janeiro (Cccmerj). Segundo o autor da matéria, deputado Paulo Ramos (PSol), neste espaço será desenvolvido atividades com o objetivo de auxiliar o compositor musical no exercício de sua atividade. Além disso, o projeto autoriza a Secretaria de Estado de Cultura a criar um Conselho Estadual do Compositor do Estado do Rio de Janeiro - CECOMP/RJ. “Pude presenciar a grande dificuldade que estes profissionais enfrentam quer seja por falta de reconhecimento ou por dificuldades de receber corretamente seus direitos autorais. Por isso a necessidade de se criar, dentro da Secretaria de Estado de Cultura, um conselho que trate, exclusivamente, do interesse dos compositores musicais. E também o Centro Cultural do Compositor Musical, espaço de debates e exposição para o desenvolvimento do trabalho do compositor”, explica o parlamentar.
Mídias Sociais Jânio Mendes (PDT), elogiando a criação, pela Prefeitura do Rio, da Fábrica de Escolas
“
Nós, que somos do Poder Legislativo, temos a responsabilidade de cobrar da Segurança Pública que garanta a segurança dos moradores para que eles possam exercer seu direito do voto
”
Deputado Zaqueu Teixeira (PT), sobre a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de transferir seções eleitorais da Vila Aliança, para o Centro de Bangu.
Parabéns aos professores que se dedicam para que que possamos nos tornar mais fortes, porque é isso que o conhecimento nos proporciona.
Com esses salários, que jovem hoje quer ser professor? Já vivemos um apagão de mão de obra docente. #diadoprofessor
A proposição visa a contribuir para que estas pessoas não se aproveitem da ausência de legislação e confeccionem carimbos
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JORNAL DA ALERJ http://bit.ly/jornalalerj
Dep. Alexandre Correa @Alexandreprb Dia 15/10 11:16
2º Vice-presidente Roberto Henriques 3º Vice-presidente Gilberto Palmares 4º Vice-presidente Rafael do Gordo 1º Secretário Wagner Montes 2º Secretário Graça Matos 3º Secretário Gerson Bergher 4º Secretário José Luiz Nanci
2 o Suplente Bebeto 3º Suplente Alexandre Corrêa 4º Suplente Thiago Pampolha JORNAL DA ALERJ Publicação quinzenal da Subdiretoria Geral de Comunicação Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
Dep. Comte Bittencourt @Comte_educacao Dia 15/10 15:25
Jornalista responsável: Luisi Valadão (JP-30267/RJ) Editora-chefe: Fernanda Galvão Coordenação: Marcelo Dias Equipe: André Nunes, Andresa Martins, Buanna Rosa, Marcus Alencar, Symone Munay e Vanessa Schumacker
Dep. Bebeto @Bebeto7 Dia 18/10 14:59
Roxanna Martins @rooxymartins Dia 22/10 19:55
Editor de Arte: Mayo Ornelas Editor de Fotografia: Rafael Wallace Secretária da Redação: Regina Torres Estagiários: Bárbara Figueiredo, Fábio Peixoto, Gabriel Deslandes, Iara Pinheiro (foto), Isabela Cabral, Lucas Lima, Mariana Totino, Priscilla Binato, Thais Barcellos, Vinicius Vasconcellos (foto), Yago Barbosa (foto) Telefones: (21) 2588-1404 / 1383 Fax: (21) 2588-1404 Rua Primeiro de Março s/n, sala 406 Palácio Tiradentes - Centro Rio de Janeiro/RJ - CEP 20.010-090 Email: dcs@alerj.rj.gov.br Site: www.alerj.rj.gov.br
”
Deputado Dionisio Lins (PP), sobre o projeto 3.218/14, que proíbe a confecção de carimbos da área de saúde não credenciados pelos órgãos da classe.
1º Vice-presidente Edson Albertassi
1o Suplente Samuel Malafaia
Mesmo com o caos na saúde, os médicos fazem o que podem para tentar oferecer um bom atendimento à população.
“
Presidente Paulo Melo
foto da cúpula do Palácio Tiradentes *As mensagens postadas em mídias socias são publicadas sem edição de conteúdo.
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lei
s o i d á t s e s o n a c a l p e d l Go rb Yago B a o sa
Para Calazans e Adílio (ao fundo), a entrada gratuita de ex-atletas profissionais nos estádios poderá recuperar a autoestima de velhos ídolos
Lei garante entrada livre de ex-atletas em estádios, garantindo a recuperação de sua autoestima e mais um atrativo para o torcedor
N Fábio Peixoto
e
Isabela Cabral
em todo ex-atleta tem a sorte de encerrar a carreira com os louros de Pelé, Zico, Oscar Schmidt, Bernard, Montanaro, Magic Paula, Hortência e outros craques consagrados no mundo todo. Muitos ídolos do passado — e outros tantos que não atingiram esse nível de estrelato — caem no esquecimento e até enfrentam dificuldades financeiras. Para reconhecer os bons serviços prestados a milhões de torcedores país afora, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro aprovou a Lei 6.865/14 — já em vigor — para garantir a entrada gratuita de ex-jogadores profissionais em partidas de suas respectivas modalidades esportivas. Além disso, eles terão direito a se sentar em um local de destaque. Mais do que render homenagens e oferecer ingressos de graça para esses ex-atletas, a lei também lhes dá apoio moral para que recuperem a autoestima.
“O reconhecimento e o contato com o público deixa o ex-jogador muito feliz. Com esse direito, agora assegurado por lei, você dá outra vida para eles”, comemora José Alves Calazães, o Calazans, atacante do América e do Bangu nas décadas de 1950/60, e da Seleção Brasileira. A lei é assinada pelos deputados Paulo Ramos (PSol), Luiz Paulo (PSDB), Bebeto (Solidariedade) e Roberto Dinamite (PMDB). A medida resgata também uma antiga tradição do Maracanã. “No meu tempo de jogador, havia um espaço no Maracanã, no Setor 4, onde, antes das partidas, ficavam os ex-jogadores. Os torcedores iam lá pedir os seus autógrafos”, diz Roberto Dinamite, eterno ídolo do Vasco e presidente do clube. “Esta é uma forma de homenagem e até de mobilizálos de volta aos estádios”, afirma o botafoguense Paulo Ramos. No caso do futebol, os ex-jogadores receberão uma carteira emitida pela Associação de Ex-Atletas Profissionais de Futebol, presidida por um dos maiores craques da história do Flamengo: Adílio Gonçalves. Ao lado de Zico e cia, o ex-meio-campo foi campeão mundial interclubes em 1981. Adílio jogou pelo rubro-negro de 1975 a 1987, conquistou uma Taça Libertadores da América,
quatro campeonatos brasileiros e cinco estaduais, e teve passagens pela Seleção, por Vasco, Coritiba, Barcelona de Guayaquil (Equador) e Alianza (Peru). Com bagagem de sobra, ele conhece o caminho sem escalas de quem era reverenciado em estádios direto para o anonimato após o fim da carreira. “A vida do atleta que se aposenta, às vezes, perde um pouco de sentido. Queremos fazer com que eles continuem trabalhando com o futebol e passando a história deles”, diz Adílio. Adílio cita o caso de um excompanheiro de time para contar as viradas de jogo que ocorrem na vida dos atletas. “Ele chegou a ficar sem lugar para morar, vivendo por um tempo nos fundos de uma igreja. Hoje, ele está com a vida estabilizada, graças ao Flamengo”, conta ele, sem revelar o nome do jogador. Membro da associação, Calazans se lembra do dia em que foi barrado nos Estádio Moça Bonita, onde foi idolatrado no Bangu numa partida entre seus dois ex-clubes. "O garoto da fila não me reconheceu e fui barrado num jogo para o qual havia ido a convite do presidente do América. Precisou vir o presidente da federação para eu entrar", diz ele. "Quem tanto fez pelo futebol merece essa valorização", resume Dinamite.
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legislação
Socorro ao alcance das mãos :)
Fábio e Amanda orientam o filho a procurar por socorro e criticam falta de acessibilidade aos serviços públicos
Yago Barbosa
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Medida autoriza uso de SMS para acionamento da Polícia Militar e da Defesa Civil
O M ariana Totino
e
T haís Barcellos
s mais de 770 mil deficientes auditivos – entre eles 30.897 surdos – do estado do Rio enfrentam dificuldades ao acionar, em situações de emergência, os serviços 190, da Polícia Militar, e 193, da Defesa Civil, que só aceitam chamadas de voz. A fim de que esses serviços se tornem acessíveis a toda a população, a Lei 6.883/14, do deputado Samuel Malafaia (PSD), autoriza a comunicação com os números emergenciais por meio de mensagens curtas via celular (SMS). A lei visa a atender portadores de
deficiência auditiva e aqueles que são ou estão impossibilitados de se comunicar pela fala. Para Malafaia, não ter um sistema que atenda a essas pessoas é inaceitável. "É mais uma possibilidade de vida para quem se encontra em situação de risco", defende o parlamentar. A pedagoga Leda Vieira, que trabalha como instrutora de Legislação de Trânsito em Libras, mencionou ao deputado a necessidade da nova lei. “Pensamos na proposta inicialmente para proteger os mais de dois mil motoristas surdos do Rio, em casos de acidentes”, explica. Inspirada em uma iniciativa da Polícia Militar do Estado de São Paulo, a implantação do serviço ainda está em fase de análise pelas secretarias de Estado de Segurança e de Defesa Civil do Rio. Em São Paulo, é possível acionar a polícia por SMS desde 2011, por meio
Rafael Wallace
de uma parceria com as operadoras de telefonia, após o usuário cadastrar-se no sistema. A mensagem é recebida pelo centro de operações da polícia da região, que solicita as informações necessárias para o envio de uma viatura ao local. Na visão da diretora do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), Solange Rocha, a lei ajuda a ampliar a cidadania do surdo. “Não podemos perder de vista que esses serviços são prestados ao cidadão, e, no caso dos surdos, ainda é preciso fazer muita coisa. É o poder público realmente atuando e olhando para esse cidadão contribuinte”, afirma a diretora. O assistente administrativo Fábio Cruz, ex-aluno do instituto, acredita que a medida contribui para que o surdo seja mais autônomo. “É importante, porque o surdo tem direito de exercer sua autonomia como sujeito participante de uma sociedade e de se prevenir”, avalia. Casado com Amanda da Silva, que também é surda, Fábio orienta seu filho, José Carlos de Barros Neto, de 8 anos e aluno do 1º ano do Ensino Fundamental do Ines, sobre como proceder em situações de perigo. No entanto, ele frisa que há pouca acessibilidade nesses órgãos. “Eu falo do dever do policial, do bombeiro. Mas como vou orientá-lo a procurar uma delegacia quando ele precisar, se é difícil encontrar um funcionário que entenda Libras? ”, questiona.
Autor da da proposta, o deputado Samuel Malafaia acredita que a nova lei poderá ajudar a salvar vidas
Dificuldades em serviços públicos Os problemas não se limitam às situações de emergência. Leda conta que muitos de seus alunos enfrentam problemas. Exemplo disso é o desconhecimento sobre o direito do surdo à carteira de habilitação nas categorias A e B - cujo processo para obtenção exige prova escrita. Especialista em Libras e professor da Faculdade de Letras da UFRJ, Luiz Carlos Freitas aponta que existem poucos funcionários ouvintes especializados em língua de sinais na infraestrutura básica de serviços públicos. “Eles passam, muitas vezes, por uma capacitação rápida,
que não é suficiente”, explica. Superintendente de Políticas para a Pessoa com Deficiência da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Luciene Ferreira dos Santos confirma o problema e diz que a secretaria está estudando maneiras de revertê-lo. “Semanalmente, recebemos reclamações sobre atendimento nos órgãos públicos. Estamos conversando sobre a real importância de ter uma pessoa capacitada nesses locais para atender esse público”, afirma.
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Cervej artesan
Assembleia Legislativa cria programa de incentivo para microcervejarias, com redu de ICMS de 19% para 13%
D Buanna Rosa
e
T haís Barcelos
e acordo com uma pesquisa realizada pelo Ibope em novembro de 2013, cerca de 134 milhões de brasileiros — 2/3 da população — consomem cerveja no país. A bebida milenar conquistou o paladar do carioca, que vem retomando a tradição das pequenas cervejarias artesanais. Esse tipo de produção preza pela qualidade da bebida, pela variedade de rótulos e pela inovação, usando apenas cereais maltados, com métodos e tempos diferentes de fabricação para cada produto. Contudo, o crescimento desse ramo esbarra em alguns desafios, como a alta tributação. Para amenizar esse problema e estimular o crescimento dessa indústria no estado, foi criado o Programa de Incentivo à Produção de Cervejas e Chopes Artesanais através da aprovação da Lei 6.821/14. O programa reduz a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de
19% para 13%. “A redução do ICMS vai fortalecer ainda mais esse mercado e permitir que os preços baixem para o consumidor final”, explica um dos autores da lei, o deputado Luiz Martins (PDT). Quem gostou da novidade foi a militar Nilcea Noble. “É uma iniciativa boa para o produtor e, claro, para o consumidor, que terá a chance
Luiz Martins: mais empregos
de provar uma bebida deliciosa com um valor mais em conta”, opina. Além de gostar da bebida, Nilcea é entusiasta das cervejas artesanais e sempre convida alguma amiga para prová-las. Uma delas é a nutricionista Eliana Oliveira, que resolveu acompanhá-la uma vez e acabou gostando da loura gelada. “Não tinha costume nenhum de tomar cerveja, mas de um tempo pra cá tenho adorado. Percebi que agora temos mais ofertas desse tipo de bebida e que os sabores estão cada vez mais variados”, conta Eliana. Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Júlio Bueno, o programa de incentivo às microcervejarias artesanais vai estimular ainda mais o setor. “Com este impulso, esperamos que o número de cervejarias no estado aumente, assim como o volume de venda das empresas que já existem”, avalia. Além da redução do ICMS, o governo estadual está elaborando
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Fabiano Ventura
a nal
Nilcea e Eliana brindam à nova lei: as amigas torcem para que a redução de ICMS torne a cerveja mais barata
a a ução
Mercado no Brasil Segundo dados do Sistema de Controle de Produção de Bebidas da Receita Federal (Sicobe), na última década, a produção de cerveja no Brasil cresceu 64%, de 8,2 bilhões para 13,4 bilhões de litros anuais. Há cinco anos, o empresário Osmar Buzin notou o crescimento deste setor no
Rio de Janeiro. Dono de uma rede de restaurantes, ele abriu uma fábrica de cervejas e chopes artesanais em Niterói para atender aos próprios estabelecimentos. A Noi caiu no gosto do freguês e começou a ser comercializada em outros espaços. “Nossas cervejas tiveram uma aceitação maravilhosa e hoje vendemos para 96 estabelecimentos do estado”, diz Osmar Buzin. O avanço dessa indústria aumenta ainda mais o número de postos de trabalho no mercado cervejeiro. De acordo com uma pesquisa do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), realizada em 2008, o segmento já empregava 150 mil pessoas de forma direta e indireta. De lá para cá, o negócio só aumentou. Para Luiz Martins, um dos principais benefícios da lei é a geração de empregos. “Essas pequenas indústrias empregam bem mais funcionários do que as grandes empresas. Enquanto uma microcervejaria gera um emprego a cada 50 mil litros produzidos por ano, as grandes
cervejarias geram um emprego a cada 1 milhão de litros”, aponta. Na Noi são produzidos 35 mil litros da bebida por mês, divididos entre oito tipos de cervejas. Para atender a essa demanda, trabalham na fábrica e no bar 25 funcionários. “É um produto para ser degustado. Seu processo de produção é mais elaborado.O público consumidor é menor e exigente”, completa Buzin.
Rossi: incentivo para indústria
Beba com responsabilidade. Se for dirigir, não beba.
um roteiro turístico com base nas cervejarias instaladas na Região Serrana. Só em Petrópolis, uma das cidades de destaque no segmento, já são 18 os produtores locais reunidos na Associação Carioca de Cervejeiros Artesanais de Petrópolis. “A cerveja artesanal é um produto de degustação. A sua qualidade é preservada em produção de pequena escala e é uma bebida de público diferenciado. O incentivo fiscal vai fazer com que este tipo de negócio se fortaleça”, defende Bernardo Rossi (PMDB), um dos deputados que também assina a lei.
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No gosto popular
Fernando já provou mais de 60 cervejas artesanais e tem alguns amigos que passaram a produzir suas bebidas
Curiosidades da cerveja ao longo dos tempos Fonte: Cervejaria Noi
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Beer
Beba com responsabilidade. Se for dirigir, não beba.
A degustação é um dos hábitos dos amantes desse tipo de cerveja. A grande variedade de sabores e métodos produtivos estimula restaurantes e os próprios consumidores a organizar encontros para provar — e difundir — os diferentes tipos de bebida. Uma dessas reuniões é promovida pelo bar Sá e Souza, no Centro do Rio. O bar comercializa 40 rótulos de cerveja de diversos tipos e nacionalidades, dentre elas, duas fabricadas no estado: a Noi, de Niterói, e a Sant Gallen, de Teresópolis. Desde março, o restaurante oferece, uma vez por mês, um serviço de degustação com a ajuda de um sommelier. O serviço custa R$ 60 e o cardápio é montado com até oito rótulos. Hélvia Souza, sócia do restaurante, conta que a ideia de vender cervejas artesanais surgiu em dezembro de 2013, após notar a grande procura por esse tipo de produto. “Nós percebemos o interesse das pessoas por esse tipo de bebida e decidimos arriscar com esse novo projeto. Ainda estamos bem no início, mas já considero essa ideia um sucesso”, comemora. Frequentador assíduo desses encontros de degustação, Fernando Severo experimenta pelo menos duas novas cervejas por semana. Com mais de 60 rótulos provados no currículo, Severo conta que o número de apreciadores desse tipo de bebida tem crescido no Rio. “Fora do nosso país, é muito comum encontrarmos gente que gosta de beber e provar cervejas artesanais. Inclusive, conheço várias pessoas que viajaram e se apaixonaram pela degustação de cerveja e, quando voltaram para casa, não só começaram a beber mais ainda como também se interessaram em produzir cerveja em casa”, conta ele.
Fabiano Veneza
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educação
Aposentadorias em debate na Uerj
Comissão propõe incorporação de adicional para docentes exclusivos
O Buanna Rosa
presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputado Comte Bittencourt (PPS), anunciou que pretende apresentar um projeto de lei para garantir a incorporação do Adicional de Dedicação Exclusiva (ADE) à aposentadoria dos docentes das universidades do estado. A informação foi divulgada durante audiência pública do colegiado, realizada nesta quartafeira (29/10) na Capela Ecumênica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Em 2012 a Casa aprovou a Lei 6.328/12, que regulamenta o regime de trabalho de tempo integral com dedicação exclusiva para as universidades do Rio. No entanto, o artigo 5º da matéria garante que o adicional só deve bene-
ficiar o servidor durante o exercício de sua atividade. Para Comte, esse artigo é um equívoco. “Se o texto que aprovamos na Assembleia não deixou isso de forma clara, nós vamos apresentar um projeto de lei que modifica o texto, esclarecendo que a partir do momento em que o ADE é um regime de trabalho o professor tem de levar para a sua aposentadoria esse adicional”, reforçou o parlamentar. Presidente da Associação dos Docentes da Uerj (Asduerj), Bruno Deusdará lutou pela criação e aprovação desta lei e afirma que a não incorporação da ADE na aposentadoria é um retrocesso a esta conquista, pois restringe o direito do docente. “Os professores entraram no regime de dedicação exclusiva, abriram mão de outros vínculos com a certeza de que levariam a gratificação para a aposentadoria, mas as coisas não ocorrem dessa forma”, diz Bruno. Durante a audiência pública também foram discutidos temas relevantes para a Uerj, como a falta de concurso público e a necessidade do aumento do repasse do orçamento do estado às universidades. Para o deputado Marcelo Freixo (PSol),
Fotos: Iara Pinheiro
Freixo e Comte ouvem as reivindicações dos professores da Uerj
membro da comissão, o aumento da verba destinada às universidades é a questão mais importante a ser resolvida no momento. “Quando foi aprovada a lei que destina 6% do PIB do estado para as universidades do Rio só existia a Uerj. Hoje, nós temos a Uezo e a Uenf, mas o orçamento destinado é o mesmo, quando dividido nas instituições, não se chega a 3% para cada uma”, explicou Freixo. “Por causa da falta de recurso, as verbas que são destinadas para a pesquisa acabam sendo transferidas para a reforma estrutural da instituição”, relatou a professora da Uerj Juliana Fiuza. Também estiveram presentes na audiência representantes do CAP-Uerj, do DCE, além de professores e alunos. Professora Juliana Fiuza fala sobre as questões dos professores
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indústria
(de azul) Geiza Rocha cutir a pretende dis io com R inovação no adual de st E o lh o Conse ecnologia T e ia c n Ciê
Iara Pinheiro
Concorrências devem priorizar inovação Fórum e Firjan discutem melhorias em retornos de investimentos em inovações
D Lucas L ima
esde 2008, a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj) financiou o desenvolvimento de produtos, processos e serviços de inovação tecnológica com mais de R$ 80 milhões. Entretanto, a falta de comunicação das empresas que se beneficiam desse investimento as impede de se mostrarem ao mercado e até de participarem de concorrências públicas. O alerta foi dado no último dia 24, durante reunião do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado, da Alerj, com a Firjan. A norma, do deputado Luiz Martins (PDT), cria o programa Pulseira Legal, que distribuirá pulseiras de identificação em postos da orla, shopping centers, áreas de lazer, parques e locais com grande circulação de crianças. “Sabemos do altíssimo número de
crianças que somem da vista de seus pais ou responsáveis. A iniciativa ajuda a diminuir a angústia dos pais”, explica o deputado. Segundo Fabiano Gallindo, especialista em projetos tecnológicos da Firjan, o problema prejudica a economia do Rio de Janeiro — único estado cuja legislação determina prioridade para empresas inovadoras venderem sua produção para ao setor público estadual entre os 17 que possuem leis de incentivo à pesquisa científica e tecnológica. “Hoje, temos percebido que não se sabe para quem vender. Este projeto poderia ser iniciado já com um pedido de compra”, disse Gallindo, sugerindo que o financiamento da Faperj seja atrelado a uma encomenda do governo e que esses empresários sejam preparados para que se tornem fornecedores do poder público. “Fizemos uma ação conjunta com o Sebrae e o Sindicato das Indústrias Gráficas, por exemplo, onde capacitamos 25 pequenos empresários que se interessavam em produzir papel reciclado para o Comitê Olímpico Brasileiro. Hoje, 21 deles participam do processo de licitação”, conclui.
Sincronia entre edital e mercado Para a secretária-geral do Fórum, Geiza Rocha, o caminho para melhorar essa situação passa pelo Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia, previsto na Lei, para identificar as prioridades do estado junto com as secretarias de governo. Ela pretende convidar a entidade para discutir o tema nas próximas reuniões do Fórum. “O Conselho é uma demonstração de que o estado está, de forma organizada, pensando em como trazer a inovação para dentro do próprio governo”, afirmou ela, acrescentando que o edital da Faperj é fundamental, mas precisa acontecer de maneira sincronizada com o mercado: “À medida que o empresário inova um produto, que será usado pelo estado em um primeiro momento, ele também inova para o mercado. Já vimos isso acontecer na área da saúde, por exemplo, que tem uma política industrial mais clara e definida”.
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lei
Cotas para pós-graduação Guilherme vê no sistema de cotas uma forma de acesso a cursos, geralmente caros e inacessíveis para os mais carentes
Casa discute expansão do sistema para MBAs, mestrados e doutorados Gabriel Deslandes
vagas para graduação por classificação social e racial, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) lançou o projeto em 2002, com 20% das matrículas para negros, 20% para estudantes da rede pública e 5% para deficientes físicos. Em uma década, 8.759 universitários se formaram atavés desse sistema, sendo 4.484 por cotas sociais. O estudante de jornalismo Guilherme Alves é um dos graduandos que ingressaram na Uerj por nível socioeconômico. Agora, ele pretende fazer um mestrado em comunicação e alerta para o fato de os cursos de especialização, mesmo nas universidades públicas, serem pagos, chegando a R$ 15 mil: “Esses cursos são feitos por fundações
Divulgação
assados 12 anos desde as primeiras experiências com medidas afirmativas em universidades públicas no Rio de Janeiro, a política de cotas poderá passar para uma nova fase — a extensão do sistema de ingresso para a pós-graduação. A proposta consta no projeto de lei 694-A/11, do deputado Zaqueu Teixeira (PT). A ideia é permitir que estudantes carentes façam gratuitamente cursos de mestrado, doutorado e especialização e aperfeiçoamento. A proposta engloba negros; indígenas; filhos de policiais, bombeiros e agentes penitenciários; e graduados do Programa Universidade para Todos (ProUni) e do Programa de Financiamento Estudantil (Fies). Segundo o deputado, a exigência da especialização pelo mercado de trabalho esbarra na alta concorrência por mestrados e doutorados e nas mensalidades cobradas pelas universidades privadas por um curso de pós-graduação. “Esse projeto é importante para dar mais chances a quem está entrando no mercado de trabalho, o que resulta em crescimento profissional e pessoal, uma vez que as pessoas se sentirão valorizados, além de promover o crescimento das empresas e fortalecer a economia”, afirmou. Pioneira no Brasil na distribuição de
Frei Dan quer também negros como professores
que têm convênios com a faculdade. É preciso nivelar pela condição econômica os cursos de menor duração e a bolsa de Veneza estudo pode fazer com que oFabiano estudante se dedique mais”. Além da questão socioeconômica, há o aspecto racial. Na Uerj, 4.146 cotistas negros já concluiram a faculdade desde 2002. Estudos da universidade apontam que as notas dos negros é, em média, superior à dos não-cotistas — 6,41 e 6,37 pontos, respectivamente. Mas os bons resultados na Uerj ainda não foram suficientes para mudar o panorama racial em áreas como o Judiciário, com a aprovação por concurso público de magistrados negros em seus quadros. “Quantos desembargadores negros tem o Tribunal de Justiça do Rio? Essa Instituição não pode ficar omissa”, questiona frei David Santos, diretor-executivo da Educafro, ONG encarregada de encaminhar jovens negros para universidades que fornecem bolsas de estudo. Frei David lamenta também a baixa presença de professores afrodescendentes nas universidades — menos de 5% do corpo docente, segundo ele — e crê na ampliação das cotas para a pósgraduação para inverter esse quadro: “O mercado de trabalho está cada vez mais exigente e, só com a graduação, não vamos longe”.
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food truck
A
Bárbara Figueiredo
e
M ariana Totino
s carrocinhas de lanche conhecidas como “podrões” evoluíram, ganharam nova roupagem e se transformaram em um negócio gastronômico bem promissor: os chamados food trucks. As opções de pratos variam desde hambúrgueres a culinária francesa, o que os levou a cair no gosto dos consumidores. É o caso da arquiteta Fernanda Henriques, que levou a família a um festival de food trucks, no shopping Village Mall, na Barra da Tijuca, e aprovou o serviço. “É possível encontrar um prato de excelente qualidade por R$ 20. Dá para comer bem e por muito menos do que num restaurante”, diz. Essa aceitação do público tem levado gente como Ana Borges a apostar cada vez mais nesse ramo. Estudante de gastronomia, Ana viu ali a chance de abrir seu próprio negócio. Com dois amigos, ela pretende abrir uma lanchonete de tapas espanhóis: o El Pipoco. O custo, orçado em R$ 150
Foto: Rafael Wallace
Sofisticados, os food trucks oferecem sanduíches, lanches espanhóis e até pratos franceses
mil, foi decisivo para optar pelo food truck e não por uma loja física. O interesse por esse segmento é tanto que, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, o projeto de lei 3.192/14, do deputado Christino Áureo (PSD), propõe um tratamento tributário especial para os food trucks e uma regulamentação sanitária para a operação desses serviços. Segundo o parlamentar, a meta é incentivar o surgimento de mais restaurantes ambulantes e unificar diretrizes para a fiscalização: "A comida de rua de alta qualidade requer condições adequadas de preparo. O estabelecimento deve ter um determinado formato. Em São Paulo, esse tipo de comércio foi regulamentado exclusivamente pela prefeitura. No Rio, buscamos a regulamentação estadual para oferecer a base para que cada prefeitura atue debaixo do mesmo guarda-chuva”. Para se destacar no mercado, a receita de sucesso do Juçaí mistura autenticidade, uma pitada de inovação e fartas colheradas de sustentabilidade. O food truck é especializado na fruta da palmeira juçara, semelhante ao açaí, porém muito mais vitaminado, com o quádruplo das propriedades nutricionais. Decorado com luminárias feitas do galho da juçara, o carrinho ainda contribui para o reflorestamento a partir do replantio da juçara, ameaçada de extinção. "É fundamental ter um projeto bem regulamentado porque traz geração de renda. Os food trucks promovem um novo mercado, em que o consumidor pode encontrar desde comida francesa feita por um chef até sucos exóticos. Estamos esperando esse projeto da Alerj", conta André Melo, um dos donos do Juçaí.
Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro Rua Primeiro de Março, s/nº sala 406 – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20.010-090