JORNAL DA ALERJ A S S E M B L E I A L E G I S L AT I VA DO E STA DO DO RIO DE JA N E IRO
Ano XIII N° 315 – Rio de Janeiro, 01 a 15 de maio de 2016
FÔLEGO NA CRISE Com economia do orçamento, Alerj doa R$ 16 milhões a programas de secretarias e órgãos estaduais que corriam risco de parar PÁGINAS 3, 4 e 5
Rio além do petróleo: rotas para o desenvolvimento PÁGINAS 6 E 7 Festa dos 90 anos: Palácio recebeu público recorde PÁGINAS 8 E 9 O futuro é agora: Parlamento Juvenil chega à décima edição PÁGINAS 10 E 11
Jovens participam de prova de atletismo, nos Jogos Estudantis de 2015: edição deste ano está garantida após doação de R$ 2 milhões
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Frases
Fotos: Rafael Wallace
Quero colaborar com tudo o que eu puder para fazer o estado renascer das próprias cinzas. Tudo que for em benefício do estado temos que fazer." Cidinha Campos (PDT), em seu discurso de retorno à Alerj depois de três anos e meio como secretária.
Reforma administrativa não significa cortar secretarias por impulso, mas estudar o organograma e comprimi-lo, sem perder a objetividade e eficiência" Luiz Paulo (PSDB), em discurso na Casa sobre a crise econômica no estado.
Redes Sociais
//assembleiaRJ /alerj
@alerj Parabéns aos deputados por avançar na democratização das escolas estaduais!
Apoiar policiais que foram vítimas de violência é uma obrigação do Estado. Infelizmente, vivemos uma realidade
Gilson Reis @GilsonReis2016 Twitter
Dep. Martha Rocha @Del_MarthaRocha Twitter
Denis Crespo @emlugarincriveis Instagram
Alerj sustentável Reconhecimento
Foto: Rafael Wallace
O subsecretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Achim Steiner (foto), recebeu a Medalha Tiradentes em abril, durante evento no Tribunal de Justiça (TJ-RJ). A honraria foi entregue pelo presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Jorge Picciani (PMDB). “É uma honra enorme receber essa homenagem. O Rio de Janeiro busca ampliar o debate sobre o meio ambiente e o uso eficiente dos recursos naturais, como aconteceu na ECO 92 e na Rio+20”, disse Steiner, que encerra em junho seu mandato de dez anos como diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Picciani ressaltou que o homenageado tem participado de avanços importantes nas questões ambientais globais: “Steiner é alguém que faz as mudanças necessárias acontecerem. É um exemplo para buscarmos boas iniciativas".
*As mensagens postadas nas redes sociais são publicadas sem edição de conteúdo.
Expediente Presidente - Jorge Picciani 1º Vice-presidente - Wagner Montes 2º Vice-presidente - André Ceciliano 3º Vice-presidente- Marcus Vinicius 4º Vice-presidente - Carlos Macedo 1º Secretário - Geraldo Pudim 2º Secretário - Samuel Malafaia 3º Secretário - Fábio Silva 4º Secretário - Pedro Augusto 1o Suplente - Zito 2 o Suplente - Bebeto 3º Suplente- Renato Cozzolino 4º Suplente- Márcio Canella
JORNAL DA ALERJ Publicação quinzenal da Subdiretoria de Comunicação Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro Jornalista responsável: Daniella Sholl (MTB 3847) Editora: Mirella D'Elia Coordenação: André Coelho e Jorge Ramos Equipe: Buanna Rosa, Camilla Pontes, Isabela Cabral, Symone Munay , Tainah Vieira, Thamara Laila, Thiago Lontra e
Vanessa Schumacker Editor de Arte: Rodrigo Cortez Editor de Fotografia: Rafael Wallace Secretária da Redação: Regina Torres Estagiários: Andressa Garcez (publicidade), Felipe Teixeira, Gabriel Deslandes, Gustavo Natario, Lucas Moritz, Octacílio Farah (foto), Paulo Corrêa (publicidade), Rayza Hannah (publicidade), Vitor Soares (foto). Impressão: Imprensa Oficial Tiragem: 2 mil exemplares
Telefones: (21) 2588-1404 / 1383 Rua Primeiro de Março s/nº, sala 406 Palácio Tiradentes - Centro Rio de Janeiro/RJ - CEP 20.010-090 Email: dcs@alerj.rj.gov.br Site: www.alerj.rj.gov.br www.twitter.com/alerj www.facebook.com/assembleiarj Instagram: @instalerj Capa: Rogério Santana (foto)
CAPA
Foto: Octacílio Barbosa
O treinador Robson José da Silva, à frente do time de handebol do CIEP Jean Baptiste Debret: "Alerj fez gol de placa"
SALVO NOS ACRÉSCIMOS Alerj garante realização de Jogos Estudantis, sob risco de parar após mais de duas décadas, em ano olímpico
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Vanessa S chumacker
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Gustavo Natario
ogadora profissional de handebol, integrante da seleção brasileira e hoje atuando na Polônia, Ligia Costa Maia, de 20 anos, é um exemplo de como o esporte transforma vidas. Foi descoberta aos 12 anos, quando era aluna do CIEP 399 Jean Baptiste Debret, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, pelo treinador Robson José da Silva, conhecido por garimpar talentos do esporte na região. Ligia fez parte do time campeão dos Jogos Estudantis de 2008. "Não sei o que teria sido da minha vida se não tivesse participado dos jogos, que me proporcionaram muitas oportunidades. Hoje, atuo na Europa e meu time está em primeiro lugar no campeonato", conta. Histórias de superação como a de Ligia estavam ameaçadas. Com a crise financeira que atinge o Brasil e o estado do Rio em especial, a edição de 2016 dos Jogos Escolares não tinha recursos para ser realizada, após 24 anos. Em ano olímpico, mais de 11 mil jovens que participam da competi-
ção todos os anos, em busca da classificação para os jogos nacionais, organizados pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), poderiam ter que deixar seus sonhos para trás. A doação de R$ 2 milhões de recursos economizados do orçamento próprio da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) mudou tudo. “Foi um gol de placa”, diz Robson. Em 2015, os Jogos Estudantis envolveram alunos de 12 a 17 anos, de mais de 500 escolas. “O esporte é fundamental na formação desses jovens e os Jogos Estudantis, uma das competições mais importantes do estado”, diz o presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB). O secretário de Estado de Esporte, Lazer e Juventude, Marco Antonio Cabral, comemorou. “Em ano olímpico, não poderíamos deixar de realizar esses jogos, classificatórios para a etapa nacional.” Outros sete projetos e órgãos estaduais receberam socorro emergencial da Casa, num total de R$ 16 milhões em doações. Confira na próxima página os beneficiados.
AS DOAÇÕES
UM SOCORRO EMERGENCIAL Com recursos economizados de seu orçamento, a Alerj entregou, dia 5 de maio, oito cheques a programas de secretarias e órgãos do estado que corriam risco de parar por causa da crise. Entenda as doações:
mais de 1800 alunos. Segundo o reitor da Uezo, Alex da Silva Siqueira, a instituição teria fechado as portas no início de maio se não tivesse recebido o cheque de R$ 1,5 milhão da Assembleia Legislativa. “Não tínhamos dinheiro para fazer a licitação para limpeza nem segurança. É claro que temos também outros problemas, mas isso garante que a Uezo fique aberta pelo menos até o fim deste ano.”
HEMORIO O Instituto Estadual de Hematologia (Hemorio) abastece com sangue e derivados cerca de 200 unidades de saúde do estado e recebe cerca de 350 doadores por dia, além de possuir mais de 10 mil pacientes em tratamento de doenças do sangue. Todo esse serviço esteve sob risco, a ponto de o instituto ter fechado
CENTRO DE FORMAÇÃO DA PM A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Seseg) foi contemplada com a maior verba. Foram R$ 3,5 milhões para o curso de formação de soldados da Polícia Militar, assegurando a formatura a tempo dos Jogos Olímpicos. “Vamos conseguir fornecer alimentação para os alunos e teremos aula nos fins de semana”, diz o secretário José Mariano Beltrame. Beltrame também se reuniu com os deputados Edson Albertassi (PMDB) e Martha Rocha (PDT) no dia 12. Eles iniciaram negociações para que a Alerj doe mais verba à pasta. Presidente da Alerj, o deputado Jorge Picciani (PMDB) afirmou que está disposto a retirar recursos do fundo da Casa. “A Alerj não medirá esforços, até porque o Brasil vai retomar o crescimento, e é preciso que se tenha paz para que o Rio aumente o número de turistas. Tudo passa pela segurança.”
UEZO A Universidade Estadual da Zona Oeste (Uezo), em Campo Grande, na Zona Oeste, atende, em dez cursos,
Comandada por José Mariano Beltrame (1º à esq.), Secretaria de Estado de Segurança P
as portas num fim de semana de abril. Secretário de Estado de Saúde, Luiz Antônio Teixeira Júnior diz que a doação de R$ 2 milhões da Alerj será usada principalmente para reativar sistemas como o de ar-condicionado e elevadores, e também na compra de insumos básicos e medicamentos para o órgão. “Queremos que o Hemorio funcione como o nosso povo merece e precisa.”
FIA Responsável pelo atendimento a crianças e jovens em situação de risco, a Fundação para a Infância e a Adolescência (FIA) acumulava quatro meses de atrasos nos repasses a entidades conveniadas. Presidente da instituição, Renata Ignarra comemorou a doação de R$ 2 milhões. "Esse recurso vai contribuir muito Foto: Rafael Wallace
Pública recebeu R$ 3,5 milhões, maior verba entre os órgãos e programas contemplados
para quitarmos parte dos débitos que temos. Vamos priorizar a normalização do atendimento nos abrigos que acolhem crianças", conta.
RIO SEM HOMOFOBIA Referência internacional, o Rio Sem Homofobia tinha praticamente parado. Os quatro centros e o Disque Cidadania LGBT, que prestam atendimento a vítimas de homofobia, estão sendo reativados com a doação de R$ 2 milhões da Alerj. "Com isso, conseguiremos funcionar até dezembro", afirma o coordenador do programa, Cláudio Nascimento. Em cinco anos de existência, houve 45 mil atendimentos no estado.
PREVENÇÃO ÀS DROGAS O Programa de Prevenção à Dependência Química, da Secretaria de Estado de Prevenção à Dependência Química (Sepredeq), recebeu R$ 2 milhões. Segundo o secretário, Felipe Pereira, além de capacitar agentes da área de saúde, a pasta orienta profissionais de serviço social, terapeutas ocupacionais e outros profissionais.
DIREITOS DA MULHER Responsável por seis centros de atendimento e um abrigo para mulheres vítimas de violência, além das Delegacias da Mulher, o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher recebeu R$ 1 milhão. "Tínhamos convênio com a Uerj que não foi renovado. O serviço estava muito prejudicado", afirma a conselheira Dilcea Quintela
ECONOMIA
Foto: Thiago Lontra
Startup carioca instalou placas de captação de energia solar no morro Santa Marta, na Zona Sul do Rio de Janeiro
RIO ALÉM DO PETRÓLEO Rotas do desenvolvimento: Fórum discute alternativas para diversificar a economia fluminense
A
I sabela Cabral e Gustavo Natario
economia do Rio está ancorada na indústria do petróleo. Entre o fim da década de 1990 e o início dos anos 2000, tornou-se responsável por um quinto do PIB fluminense, segundo o Instituto do Trabalho e Sociedade (IETS). Entre 1999 e 2007, o estado recebeu mais de R$ 30 bilhões em royalties. Somente em 1999, logo após a abertura do setor, foram R$ 222,7 milhões. Em 2014, houve um salto de quase 2.000% e a cifra chegou a R$ 4,654 bilhões, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Eram tempos de bonança. Em 2013, o estado passou a adiantar participações governamentais pela produção de petróleo e gás para fechar as contas previdenciárias. A fatura veio alta. Segundo o deputado Luiz Paulo (PSDB), presidente da Comissão de Tributação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), dos R$ 5,7 bilhões levantados pelo Rio entre 2013 e 2014, R$ 1,65 bilhão deverá ser pago este ano. O valor chegará a quase R$ 10 bilhões até 2025. “O estado está pagando caro pelo erro cometido. Ao antecipar os royalties, não foi previsto que o preço do barril do
petróleo poderia cair. Foi como comprar ações em alta e ter que revender em baixa. O pior é que isso atinge o servidor público”, diz Luiz Paulo. A farra dos royalties chegou ao fim com a queda do preço do barril do petróleo no mercado internacional, aliada à crise da Petrobras, desnudada pela Operação Lava Jato. Em 2015, a arrecadação com os royalties caiu 25% no país. O Rio perdeu R$ 900 milhões. Municípios como os do Norte Fluminense sentiram na pele as consequências. “O principal efeito para a população é o desemprego e, para o estado, a queda na arrecadação dos recursos que mantêm a máquina funcionando”, diz o prefeito de Macaé e presidente da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo do Estado do Rio de Janeiro (Ompetro), Aluízio Júnior. Hoje, o estado paga o preço por ter se ancorado no dinamismo de um único setor, o que acabou gerando um “crescimento torto”. O alerta foi dado já em 2009 pelo economista André Urani, então presidente do Instituto do Trabalho e Sociedade. As razões, segundo ele: basear-se na exploração de um recurso finito, que emprega pouca gente e fica fora da região metropolitana, onde está o grosso da população e suas principais mazelas. O resultado: poucos impactos sobre a geração de emprego e renda. Como buscar alternativas para trilhar um caminho de desenvolvimento sustentável além do petróleo? A resposta não é simples. Conheça, a seguir, algumas medidas do parlamento fluminense e discussões em curso no Fórum de Desenvolvimento Estratégico do Estado.
Audiovisual
O setor audiovisual ganhou fôlego com a Lei Rouanet e com a Lei Federal 12.485/11, que obriga todos os canais a exibir ao menos três horas horas e meia de conteúdo nacional. A previsão é de que até R $ 12 bilhões sejam investidos na área nos próximos três anos. O Rio tem posição de destaque. Segundo a agência Rio Negócios, o estado é responsável por 50% da produção televisiva e 75% da cinematográfica do país, empregando 30 mil pessoas. Presidente do Sindicato da Indústria Audiovisual (Sicav), Silvia Rabello diz que a capital é uma “cidade-locação”, por causa de suas belezas naturais. Mas os produtores, ressalta, ainda enfrentam entraves: “O Rio é uma das cidades mais caras do mundo e tem locações de difícil acesso, sem falar na burocracia para conseguir autorizações." Outras cidades estão desenvolvendo polos culturais. Nova Friburgo, na Região Serrana, se destaca: são mais de 400 pessoas e empresas envolvidas na produção de conteúdo audiovisual.
Turismo
Outra vocação natural do Rio é o turismo. Londres, a cidade mais visitada do mundo em 2015, recebeu 19 milhões de turistas internacionais, três vezes mais do que o Rio, com 6 milhões. Para incrementar o setor, a Região Serrana investe em roteiros cervejeiros. O estado conta com produção de cachaça de qualidade, potencial para o ecoturismo e cidades litorâneas reconhecidas internacionalmente. Mas a expansão esbarra na necessidade de melhorias na infraestrutura. O ecoturismo poderá ser beneficiado pela Lei 7.061/15, de autoria do Executivo, que prevê Parcerias Público-Privadas (PPPs) para atuar em unidades de conservação ambiental, com investimento em ações de conservação e melhorias, além da cobrança de acesso marítimo ou rodoviário. A Ilha Grande, na Costa Verde, que recebe 450 mil visitantes por ano, deve ser beneficiada. Segundo o deputado Carlos Minc (PT), cerca de 60 mil empregos ligados ao ecoturismo poderiam ser gerados no estado.
Energias alternativas
Fontes alternativas de energia são essenciais para alancar o desenvolvimento. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), há 1.930 micro e mini geradores de energia solar no Brasil, 230 no Rio, o segundo no ranking. A Alerj aprovou normas de incentivo a fontes energéticas renováveis, como solar e eólica. A Lei 7.122/2015, do deputado Carlos Minc (PT), dá isenção de ICMS, por dez anos, para a energia gerada por painéis solares em empresas e residências. A startup carioca InSolar instalou paineis de energia solar no morro Santa Marta, em Botafogo. “O financiamento é o maior problema para conseguirmos expandir”, conta Henrique Drumond, fundador da empresa. Aprovada na Alerj, a Lei 7184/15, que cria taxa de fiscalização ambiental sobre toda energia elétrica de origem hidráulica, térmica e termo nuclear. Já a energia eólica teve a maior expansão no país: 56,9% da capacidade instalada em 2015, segundo o Ministério de Minas e Energia.
Foto: Vitor Soares
Geiza Rocha: "Burocracia é o maior entrave para o crescimento"
Geiza comanda o Fórum
Quais são os maiores desafios para o crescimento econômico do Rio? O maior é a desburocratização. Por causa da burocracia, são necessários cerca de 107 dias para abrir uma empresa no Brasil, o que coloca o país no 123º lugar no ranking mundial. Há uma sobreposição de atividades dos órgãos estaduais. Um estudo da Firjan mostrou que uma agência estadual pede 70 documentos para liberar o recurso. O que precisamos nesse momento de crise é ganhar velocidade e competitividade.
Como combater a burocracia? Precisamos simplificar, acelerar, unificar e estruturar os processo. No Fórum, estamos acompanhando as atividades do Comitê de Desburocratização do Estado do Rio. E é necessário também divulgar. Uma coisa é avançar em termos legislativos, outra é quebrar a percepção da sociedade. Tem empreendedor que fica desmotivado. Temos que ganhar a confiança o empresariado. É preciso repensar a estrutura do estado e o que deve mudar no setor público.
Foto: Thiago Lontra
CULTURA
Brincadeira com o público: durante duelo com Tiradentes, o delator Joaquim Silvério dos Reis fez espectador "refém"
PLENÁRIO LOTADO NA FESTA DOS 90 ANOS DO PALÁCIO Espetáculo escrito pelo historiador Milton Teixeira atraiu 750 pessoas nas suas duas apresentações; presidente Picciani quer intensificar a programação cultural da Casa
O camilla Pontes
e
s ymone munay
público lotou o plenário e as galerias do plenário Barbosa Lima Sobrinho para assistir na sexta-feira, dia 6 de maio, e sábado, 7, às duas apresentações da peça Tiradentes, um Palácio de Histórias, em homenagem aos 90 anos do Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Foi a primeira vez que o plenário, que no dia a dia é o local das votações dos deputados, foi usado como palco de teatro. O povo gostou do convite: foram distribuídas 750 senhas nos dois dias de espetáculo. Escrita e estrelada pelo historiador Milton Teixeira, ao lado do grupo teatral O Corsário Carioca, a peça fez um passeio pela história do Palácio, desde os tempos em que havia no local a Cadeia Velha, onde Tiradentes ficou preso por três anos antes de morrer na forca. A peça trouxe de volta personagens como Carlota Pereira de Queirós, a primeira deputada mulher do Brasil, Getúlio Vargas, Luiz Carlos Prestes e Carlos Lacerda. Tiradentes e seu delator, Joaquim Silvério dos Reis, duelaram em plenário. No final, todos apertarem as mãos para a construção de um país melhor. Para divulgar a apresentação de sábado, que começou às 15h, atores circularam pela manhã em um Ford Bigode 1929 pelo
Centro do Rio. O presidente da Alerj, Jorge Picciani, gostou do resultado e promete mais eventos assim. “O Palácio é um museu vivo. Vamos cada vez mais abri-lo para que as pessoas conheçam esta rica história”, promete. Redes sociais O pontapé inicial das comemorações foi em 21 de abril, dia de Tiradentes, com início de campanha na página da Alerj no Facebook com fatos históricos do Palácio. Dia 5, os Correios lançaram selo e carimbo comemorativos da data. No dia, 6, data dos 90 anos, surpresas: os degraus das escadarias foram decorados com adesivos que recordam acontecimentos importantes do período; as bandeiras voltaram a ser hasteadas no topo do Palácio, após 40 anos; e foi lançado o site www.palaciotiradentes. rj.gov.br, com direito a tour virtual pelos ambientes do prédio. Houve, ainda, três apresentações do Rio Harp Festival, do projeto Música no Museu, no Salão Nobre, que atraíram cerca de 500 pessoas. E, a partir do dia 17 de maio, o Palácio abrigará a exposição Singular e Plural, com peças de 41 artistas, entre eles Rubens Gershman. As obras abordam temas como política, liberdade e democracia.
O QUE ROLOU Foto: Reprodução Facebook
Foto: Reprodução selo
Em 21 de abril, campanha no Facebook passa a contar curiosidades e fatos históricos sobre o Tiradentes Foto:Thiago Lontra
Em 6 de maio, dia do aniversário, bandeiras do Brasil, do Rio de Janeiro e do Mercosul voltaram ao topo do prédio Foto:Thiago Lontra
Nos dias 6 e 7 de maio, peça Tiradentes, um Palácio de Histórias atraiu 750 pessoas ao plenário da Alerj Foto:Lucas Moritz
Harpista durante apresentação do Rio Harp Festival, realizado nos dias 29 de abril, 2 e 12 de maio
Em 5 de maio, lançamento de selo e carimbo para celebrar 90 anos; exemplar seguiu para Museu dos Correios Foto:Thiago Lontra
Também na sexta, escadaria amanheceu com adesivos: momentos marcantes, como a mudança para Brasília Foto:Octacílio Barbosa
No sábado, pela manhã, autor e elenco rodaram pelas ruas do Centro em um Ford Bigode para divulgar espetáculo Foto: Reprodução Site
No dia do aniversário, Palácio ganhou site exclusivo contando sua história: www.palaciotiradentes.rj.gov.
10 POLÍTICA
Jovens usarão 'cápsula do tempo' para falar de suas expectativas; urna será aberta no centenário do Palácio, em 2026
D S ymone Munay
epois de atrair mais de 500 alunos interessados em participar do projeto, graças às inscrições online, em 2015, o Parlamento Juvenil inova mais uma vez. Na décima edição do projeto, os participantes vão usar uma “cápsula do tempo” para expressar suas opiniõesar sobre o cenário político atual e falar sobre suas expectativas para a próxima década. A urna será aberta no centenário do Palácio Tiradentes, em 2026. O Parlamento Juvenil é uma iniciativa da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), em parceria com a Secretaria Estadual de Educação (Seeduc). O objetivo é ampliar a consciência sobre política, criar lideranças e dar voz aos jovens do estado. Estudantes da rede estadual, de 14 a 17 anos, do 1º e 2º anos do ensino médio podem concorrer. Eleitos pelos colegas, democraticamente, por votação direta, os jovens mergulham durante uma semana na rotina de um deputado estadual. E seus projetos podem virar lei. Novidades Este ano, pela primeira vez, as três cidades com maior número de inscritos poderão ocupar duas cadeiras no PJ. A capital, devido ao grande número de escolas e participantes, já ocupa três cadeiras. Ou seja, o projeto poderá abrigar até 97 jovens parlamentares. Uma consulta pública nas redes sociais foi realizada
para que os próprios estudantes pudessem colaborar com a programação da semana de atividades, em novembro, no plenário Barbosa Lima Sobrinho. Pelo segundo ano consecutivo, o deputado Wanderson Nogueira (sem partido) será o coordenador do PJ. “Os estudantes trazem essa energia e um dom revolucionário, que são fundamentais. Na última edição, a inovação ficou por conta das inscrições online. Agora, vamos realizar um concurso cultural para escolher da bandeira do PJ, envolvendo mais alunos. Além disso, vamos montar uma '’cápsula do tempo’' para que os estudantes coloquem suas opiniões sobre o momento político. A urna será aberta no centenário do Palácio Tiradentes”, diz o parlamentar. Inscrições As inscrições poderão ser feitas entre 23 de maio e 24 de junho. No dia 20 de junho, acontecerá o dia D de mobilização, com atividades do projeto em todo o estado. A expectativa é bater o recorde de inscritos, superando o ano passado, que contou com 515 candidatos. Na segunda quinzena de novembro, os deputados eleitos em suas cidades estarão na Assembleia Legislativa e terão a oportunidade de participar de debates, propor melhorias em políticas públicas e defender seus projetos de lei no plenário Barbosa Lima Sobrinho.
Foto: Lucas Moritz
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BATE-PAPO COM WANDERSON NOGUEIRA O deputado Wanderson Nogueira (PSol) é o capitão do Parlamento Juvenil, projeto da Alerj que tem o objetivo de aproximar os jovens da política. Em 2015, o PJ bateu recorde de inscrições, atraindo mais de 500 estudantes. Este ano, chega à décima edição. Sob seu comando, o Parlamento Juvenil atraiu um número maior de estudantes em relação às edições anteriores. A que o senhor atribui o resultado? À intensa divulgação e participação dos ex-parlamentares, que são importantes multiplicadores do projeto. A programação é outro fator fundamental. Nós optamos por oferecer atividades que favorecerem a interação entre os participantes, assim como os cursos que oferecemos e que certamente enriquecem seus currículos. No ano passado, os jovens se encontraram com o governador e expuseram suas ideias. Também foram apresentados no plenário projetos de lei em co-autoria com parlamentares juvenis. Acredito que todos esses fatores foram responsáveis pelo excelente resultado.
"OS JOVENS FAZEM PARTE DA HISTÓRIA E PODEM MUDAR O CURSO DELA"
Deputado comanda o Parlamento Juvenil pelo segundo ano
CALENDÁRIO • Inscrições: 23 de maio a 24 de junho • 1º turno: 6 de julho • 2º turno: 20 de julho • Outubro: capacitação online e presencial • 20 a 26 de novembro: Parlamento Juvenil na Alerj
Como surgiu a ideia de criar a "cápsula do tempo" ? Aliamos os 90 anos do Palácio Tiradentes à décima edição do projeto. Buscamos, através da "cápsula do tempo", dar ciência aos jovens de que eles são parte da história do país e têm grande importância para o futuro. A cápsula será aberta quando o palácio completar seu centenário e o Parlamento Juvenil, seus 20 anos. Trabalhamos assim a noção do tempo, trazendo para além da perspectiva temporal. A ideia é reafirmar que eles já fazem parte da história, inclusive podendo mudar o curso dela. Qual a importância do PJ para os estudantes do interior do estado? É necessário ter uma proposta diferenciada para o engajamento dos estudantes? O Rio tem sotaques. O PJ possibilita que os estudantes do interior vejam a grandeza do nosso estado e tracem novos objetivos. Os alunos, querem e precisam participar da política. O projeto desperta coragem, sonhos e sentimentos que poderiam estar retraídos. As ideias ganham voz e a juventude acredita na mudança efetiva.
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FINANÇAS PESSOAIS
É hora de apertar o cinto Alerj implanta programa de educação financeira pessoal; gratuitas, aulas na Elerj são abertas ao público
A
Buanna R osa
crise econômica que afeta o país, especialmente o Rio de Janeiro, e a mudança no calendário de pagamentos de servidores pedem muita cautela. Mais do que nunca, é hora de colocar as finanças em dia. Foi pensando em criar ferramentas para que a população do estado possa atravessar esse momento com mais tranquilidade que a Comissão de implantação da A3P, em parceria com a Escola do Legislativo do Estado do Rio de Janeiro (Elerj) e com o programa de voluntariado da classe contábil do Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Rio de
Janeiro (CRC-RJ), está implantando, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o programa de educação financeira pessoal. Dividido em quatro aulas (que serão ministradas nos dias 16, 20, 23 e 30 de maio), sempre entre 9h30 e 11h30, o curso ensinará servidores e o público em geral a montar o seu planejamento financeiro pessoal. As palestras, com o tema “Educação Financeira na Prática”, serão ministradas pelo professor Luiz Antônio Leal, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e conselheiro do CRC-RJ, no auditório da Elerj, no Centro do Rio.
Programação Serão abordados temas como gestão do endividamento; processo orçamentário pessoal ou familiar (planejamento, execução e controle); poupança (fundo de emergência) e investimentos, compras, perdas e desperdício (praticando o desapego); aposentadoria (oficial, privada e própria), seguros e gestão de risco e defesa do consumidor. O curso é gratuito e aberto ao público em geral. Nas aulas, o professor Antônio Leal vai ajudar os participantes a controlar seus gastos. Ele adiantou ao JA algumas dicas Pegue papel, caneta e anote:
DICAS PARA FICAR COM A CONTA NO AZUL Monte uma planilha de gastos para saber onde é preciso cortar. O objetivo é gastar menos do que se ganha. Antes de ir às compras, classifique-as como "necessidade" ou "desejo" para saber se este é mesmo o melhor momento para gastar.
Leve ao mercado uma lista com os itens que precisa comprar. Analise o consumo da sua casa e compre o suficiente para no máximo 2 meses. Espere 72 horas para comprar algo quando possível. Você evita a compra por impulso e ganha mais tempo para comparar preços.
Organize os sonhos que dependem de recursos em listas de curto, médio e longo prazos, como uma viagem, um curso ou a casa própria. Faça uma reserva mensal. Tenha dinheiro guardado para emergências. A poupança pode ser equivalente a um período de seis a 12 meses de seu custo de vida.
Quanto menos dinheiro na mão melhor. Prefira ter uma cédula de valor alto na carteira. Notas menores farão você gastar sem culpa. Tenha prudência no uso do cartão de crédito. Lembre-se: com ele, você diminui o salário que vai entrar.