Jornal Alerj 298

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Frases da quinzena

Foto: Gabriel Esteves

O poder público não pode ser eficiente na hora de punir e ineficiente na hora de devolver o bem”

Muitas vezes, o que nos chega são relatos de outros profissionais. Por isso, precisávamos ouvir os conselheiros

Foto: Yago Barbosa

Foto: Yago Barbosa

Gerson Bergher (PSDB), sobre projeto que obriga o Detran a manter um ou mais depósitos para liberação de veículo aberto 24h

Vamos parar de querer colocar só na conta da secretaria de Segurança os problemas das polícias Militar e Civil

Tio Carlos (SDD), em discurso, no plenário da Casa, em defesa da política das UPPs

Tia Ju (PRB), em audiência em que conselheiros tutelares reclamaram de desvio de função

Redes Sociais

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@alerj @marciopacheco_ Excelente iniciativa, espero que nao fique somente no papel.

Candida Maria Ferrei @KhandySilva

Faça do bom humor seu aliado e você sempre acordará com o pé direito. Bom dia!

10/04 – 10:38

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Dep. Wagner Montes @depwagnermontes 13/04 – 04h55

Twitter

InstaIpanema @instaipanema 31/03 – 20:29

Twitter

Agora é lei

Foto: Gabriel Telles

O Estado do Rio terá um guia de acessibilidade cultural e turística para atender a pessoa com deficiência e mobilidade reduzida. É o que determina a Lei 6.980/15, de autoria do deputado Márcio Pacheco (PSC), que preside a Comissão da Pessoa com Deficiência da Alerj. Pelo texto, o guia ficará hospedado no site oficial do Governo, devendo constar a relação dos estabelecimentos de entretenimento acessíveis, de acordo com a legislação vigente. Entre eles, estão cinemas, teatros, circos, museus, casas de show, estádios, bibliotecas, parques de diversões e afins. “A determinação busca oferecer um serviço de informação para a população do Rio e turistas com deficiência ou mobilidade reduzida que queiram consumir cultura e turismo no estado”, explicou o deputado. Na sanção da lei, o governador Luiz Fernando Pezão vetou o artigo que dizia que o guia deveria conter informações sobre a obtenção pelo estabelecimento do certificado Acessibilidade Nota 10, instituído pela Resolução 552/04.

*As mensagens postadas nas redes sociais são publicadas sem edição de conteúdo.

Expediente Presidente - Jorge Picciani 1º Vice-presidente - Wagner Montes 2º Vice-presidente - André Ceciliano 3º Vice-presidente- Marcus Vinicius 4º Vice-presidente - Carlos Macedo 1º Secretário - Geraldo Pudim 2º Secretário - Samuel Malafaia 3º Secretário - Fábio Silva 4º Secretário - Pedro Augusto 1o Suplente - Zito 2 o Suplente - Bebeto 3º Suplente- Renato Cozzolino 4º Suplente- Márcio Canella

JORNAL DA ALERJ Publicação quinzenal da Subdiretoria Geral de Comunicação Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro Jornalista responsável: Daniella Sholl (MTB 3847) Editora: Mirella D'Elia Coordenação: Everton Silvalima Equipe: André Coelho, André Nunes, Buanna Rosa, Camilla Pontes, Symone Munay e Vanessa Schumacker

Editor de Arte: Rodrigo Cortez Editor de Fotografia: Rafael Wallace Secretária da Redação: Regina Torres Estagiários: Bárbara Figueiredo, Fábio Peixoto, Gabriel Deslandes, Iara Pinheiro (foto), Isabela Cabral, Marcelo Resende, Mariana Totino, Priscilla Binato, Vitor Soares (foto) e Yago Barbosa (foto). Impressão: Imprensa Oficial Periodicidade: quinzenal Tiragem: 1,5 mil exemplares

Telefones: (21) 2588-1404 / 1383 Fax: (21) 2588-1404 Rua Primeiro de Março s/n, sala 406 Palácio Tiradentes - Centro Rio de Janeiro/RJ - CEP 20.010-090

Email: dcs@alerj.rj.gov.br Site: www.alerj.rj.gov.br www.twitter.com/alerj www.facebook.com/assembleiarj www.facebook.com/radioalerj


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Rio de Janeiro, 01 a 15 de abril de 2015 JORNAL DA ALERJ

COMISSÕES

Novos professores em 2015 Foto: Yago Barbosa

Reitor da Uerj, Ricardo Vieiralves diz que vai contratar 52 docentes para o Colégio de Aplicação este ano

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BUANNA R OSA

reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Ricardo Vieiralves, anunciou que está prevista para este ano a contratação de 52 professores para o Colégio de Aplicação da Uerj (Cap-Uerj). A informação foi divulgada em reunião da Comissão de Educação da Alerj com a vice-reitoria da Uerj, no dia 10, na sede da universidade, no Maracanã, Zona Norte do Rio. “Esse encontro foi muito proveitoso, pois conseguimos observar que estamos próximos de solucionar a questão da falta de professores na unidade”, disse o presidente da comissão, deputado Comte Bittencourt (PPS). De acordo com os dados apresentados pela reitoria, o Cap conta com 140 professores concursados e vai chegar até o final de 2015 com 192 professores. O reitor da Uerj aproveitou o encontro para enfatizar que a unidade tem autonomia para a contratação de professores temporários nas hipóteses previstas em

Meio ambiente

Comte (com microfone) diz que comissão está perto de uma solução para CAp-Uerj

decisão administrativa editada pela Uerj: licenças maternidade, saúde e sem vencimento, além daquelas motivadas por aposentadoria, exoneração e falecimento. Na ocasião, Vieiralves enfatizou que é importante as instituições possuírem bancos de reserva de docentes sempre atualizados, a fim de evitar problemas como o ocorrido no Colégio de Aplicação. “É importante que as unidades estejam prevenidas e se planejem,

Foto: Rafael Wallace

A Comissão de Meio Ambiente, presidida pelo deputado Thiago Pampolha (PTC), fez vistoria na Lagoa Rodrigo de Freitas, dia 13, para investigar a mortandade de peixes.

mantendo um banco de reserva com profissionais capacitados que possam assumir as turmas, em caso de necessidade. Apenas na semana passada, o Cap-Uerj nos apresentou seu calendário e um projeto pedagógico. Diante dessa situação, considero necessária uma avaliação externa para a correção do rumo da unidade e para que os problemas não tornem a se repetir”, explicou Vieiralves. O deputado Tio Carlos (SDD) também participou da reunião.

CPI da Petrobras Foto: Iara Pinheiro

Os municípios do Estado do Rio perderam 35% de sua receita com royalties de petróleo no primeiro semestre de 2015. A afirmação foi feita pelo presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), Jonas Lopes, durante reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Alerj criada para investigar as possíveis perdas econômicas, financeiras e sociais que o Rio sofreu, na última década, por influência da gestão precária da Petrobras. Para o presidente da CPI, deputado Edson Albertassi (PMDB), os dados apresentados ajudarão a nortear os trabalhos da comissão.


CULTURA

Palácio

musical Fotos: Yago Barbosa

Tiradentes estreia no projeto Música no Museu com recital do pianista Newton Nazareth

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GABRIEL D ESLANDES

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S YMONE MUNAY

melodia de clássicos da música popular e erudita brasileira, como Ó Abre Alas! (Chiquinha Gonzaga), Conversa de botequim (Noel Rosa) e Trenzinho caipira (Heitor VillaLobos) deram o tom no Salão Nobre do Palácio Tiradentes no dia 9. O espetáculo do pianista Newton Nazareth marcou a primeira apresentação do projeto Música no Museu na Alerj. A iniciativa existe há 18 anos e traz concertos gratuitos para prédios históricos em diversas cidades. O projeto leva apresentações a 80 espaços do corredor cultural do Rio, como Forte de Copacabana, Museu Nacional do Exército, Museu da República e Centro Cultural Banco do Brasil, e chegou ao Parlamento fluminense por intermédio do Departamento de Cultura da Casa. Sobrinho-bisneto do compositor e pianista Ernesto Nazareth (1863-1934), o músico apresentou um show multimídia, intercalando peças de compositores eruditos, como O Guarani (Carlos Gomes) e Cantinela (Heitor Villa-Lobos), e obras-primas da música popular, como Brasileirinho (Waldir Azevedo), Lamentos (Pixinguinha) e Trem das onze (Adoniran Barbosa). O concerto consistiu em um recital de piano solo com projeção simultânea de imagens históricas, alternadas com texto teatral sobre cada compositor, criando uma ambientação envolvente para o público. Entre os clássicos da noite em homenagem ao tio-avô, Batuque, Odeon e Elegia – para a mão esquerda.

Para Newton Nazareth, que integra o projeto desde 2006, o Palácio Tiradentes é um espaço necessário para a promoção de uma iniciativa cultural como o Música no Museu. “A Alerj é a Casa do Povo e, portanto, nada mais lógico do que levar a música até onde o povo está”, afi rmou, após o espetáculo. O pianista acredita que a obra de Ernesto Nazareth, criador do gênero “tango brasileiro”, ubgênero do choro, é excepcional porque atinge diferentes seguimentos da música. “Mesmo tendo trabalhado com música popular, ele sempre utilizou elementos da música erudita nas suas obras. Por isso, é executado no mundo inteiro por pianistas da música clássica”, declarou. Na plateia, público dos mais variados perfi s. A italiana Laura Mazzola, pesquisadora na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que mora no Rio há quatro meses, acompanha o Música no Museu desde que chegou ao Brasil. “Acho maravilhoso ter um evento gratuito com música no Centro. Conheci a música de Ernesto Nazareth pelo projeto”, enfatizou. Para o namorado de Laura, o carioca Gabriel Castro, o evento é tão bom quanto os espetáculos que assistiu na Itália: “As pessoas falam que, na Europa, tem muitos concertos. Aqui também há shows que não deixam nada a perder, de graça”. Espaço de cultura O projeto Música no Museu, iniciado em 1997, tornou-se a maior série de música clássica do Brasil, reconhecido pelo RankBrasil, uma versão brasileira do Guinness Book. São mais de 500 concertos por ano no Brasil. O projeto também já passou por diversos países Para o diretor, Sérgio da Costa e Silva, a importância histórica do Palácio Tiradentes fez a Alerj entrar nessa rota. “É

uma alegria muito grande incorporar o Tiradentes ao roteiro da maior série de música clássica do Brasil. Esse é apenas o início dos concertos que promoveremos em conjunto com o Departamento de Cultura da Casa. É um projeto que terá vida muito longa”, declarou. Em maio e junho, já está prevista a realização, no Palácio Tiradentes, do Festival Internacional de Harpas, com a participação de 45 artistas de 25 países. As apresentações serão às quintasfeiras. “Vamos trabalhar para resgatar a importância desse monumental palácio como espaço de cultura. Fazemos parte do corredor cultural do Rio e queremos a Casa aberta para receber o público com arte e entretenimento”, disse a diretora do Departamento de Cultura da Alerj, Fernanda Figueiredo.


Foto: Vitor Soares

Newton Nazareth, Laura Mazzola e Gabriel Castro no concerto e Sérgio da Costa e Silva, do Música no Museu A regente Danielly Souza durante ensaio com servidores

Coral da Alerj com inscrições abertas Não só de convidados de fora vive a música que se ouve nos corredores do Poder Legislativo. Criado em 2009, em um convênio com a Escola de Música da UFRJ, o Coral Alerj Pró-Canto transforma o dia a dia de muitos funcionários em arte e som. O grupo, que está com inscrições abertas, ensaia duas vezes por semana e se apresenta em solenidades da Casa, como na posse dos deputados. “O que mais me chama atenção é a integração que o coral proporciona. Temos funcionários de diversos departamentos e gabinetes. É uma troca de experiências”, afi rma a regente Danielly Souza. O coordenador e idealizador do projeto é Marcos Gomes, funcionário do Departamento de Segurança Patrimonial. “O ensaio é a parte mais importante do trabalho de um coral. É nele que a música vai sendo trabalhada. Aqui, a gente já consegue fazer a chamada polifonia, que são quatro vozes diferentes compondo uma única música. E o quarteto de músicos que temos conosco no projeto faz a grande diferença, pela excelência e profi ssionalismo", ensina Gomes. Apaixonado por música, Antônio Silva entrou no coral assim que começou a trabalhar na Divisão de Oficinas da Alerj, há cinco anos. “É uma terapia. Gosto de música desde criança. Ganhei um cavaquinho do meu pai, mas não tive quem me ensinasse a tocar. Já adulto, comprei um violão também”, contou o marceneiro, que ainda compõe. Há 15 anos, ele fez um samba chamado Gota de Orvalho e, recentemente, os amigos do coral o ajudaram com a partitura e ele registrou a composição. “A música é uma forma de a gente apresentar os nossos sentimentos”, disse. Quem estiver interessado em se inscrever no Coral Alerj Pró-Canto pode comparecer aos ensaios, segundas e quintas, das 12h às 13h30, no auditório da Sede Administrativa da Alerj, no 2º andar do prédio da Rua da Alfândega, 8, Centro. (colaborou Isabela Cabral)


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Rio de Janeiro, 01 a 15 de abril de 2015 JORNAL DA ALERJ

CAPA

Rotas de saída para a crise A NDRÉ COELHO, CAMILLA PONTES E VANESSA S CHUMACKER

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queda no preço do barril de petróleo, a crise na Petrobras e o cenário econômico nacional acenderam um sinal de alerta nas contas públicas do Estado nos primeiros meses de 2015. Nesse período, o Governo reduziu gastos, cortando quase 6 mil funcionários e metade da verba de custeio de suas secretarias. Para melhorar a arrecadação, a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) votou projetos importantes do Executivo, como o empréstimo de R$ 6 bilhões do Tribunal de Justiça (TJ) para aposentados e pensionistas do Rioprevidência e uma mudança no regime especial de ICMS ((leia mais sobre a mudança na pág.7), ), para garantir aumento anual de R$ 200 milhões na arrecadação. Instituído em 2005, o incentivo foi alterado em 2010, beneficiando 45 municípios e cinco distritos industriais com redução de ICMS. Com ele, as indústrias que se instalam nessas cidades pagam menos impostos, o que gera aumento de emprego e da arrecadação municipal. A alteração aprovada recentemente mudou a regra para as siderúrgicas. As indústrias petroquímicas, que também teriam as regras alteradas pela proposta original, tiveram o regime especial mantido por sugestão dos deputados estaduais. Presidente da Comissão de Tributação da Alerj, o deputado Luiz Paulo (PSDB) recebeu a equipe econômica do Governo e fez um raio-x das fi nanças estaduais. Apesar do quadro grave, ele identificou melhorias. “A queda da receita não está tão ruim. Analisei as principais fontes de receita no primeiro trimestre deste ano e do ano passado. Na média, de 2015 para 2014, houve queda de 7,34% na arrecadação. Isso sem contar o IPVA, que ainda não encerrou o prazo para a

arrecadação. Caímos 7% em 205, não é bom, mas não é uma tragédia”, avalia. Na negociação sobre os incentivos fiscais, um ponto muito debatido foi a inclusão de outros municípios entre os beneficiados. A Alerj vai analisar os resultados desta política e fazer uma proposta para incluir outras cidades até o fi m de maio. A sugestão foi do deputado Wanderson Nogueira (PSB), que defende a inclusão de Teresópolis e Nova Friburgo entre os beneficiados, mas entendeu a necessidade de agilizar a aprovação da medida. "A Alerj entendeu a crise, e decidimos que vamos analisar os efeitos da política para só então propor a inclusão de novos municípios. Essa negociação durante o processo de votação poderia ter atrasado a aprovação desta importante medida", relata. “O caminho é o diálogo” Além da aprovação de leis e medidas propostas pelo Executivo, a Alerj funciona como mediadora do diálogo entre prefeituras, Governo e até a Câmara Federal. Presidente da Casa, o deputado Jorge Picciani (PMDB) recebeu prefeitos do Norte e Noroeste do Estado, que buscavam orientação durante a crise por causa da diminuição dos royalties. Dias depois, o grupo esteve com o governador Luiz Fernando Pezão e Picciani, no Rio, e também em Brasília, com o presidente da Câmara, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Não há solução fácil. O Estado precisa recuperar suas receitas, os municípios têm que cortar custos. O caminho é o diálogo”, disse Picciani. Para o governador, a ajuda da Alerj é fundamental. “A crise existe, mas temos de dialogar. Se não fosse o Legislativo, não teríamos superado os desafios nos primeiros cem dias de governo. Tomamos medidas duras, e trabalhamos para manter nossas conquistas”, relatou o governador.


Foto: Shana Reis

Pezão (ao centro), reuniu-se com Picciani (à esq.) e prefeitos, liderados por Dr. Aluizio, de Macaé

ENTENDA O REGIME ESPECIAL DO ICMS:

Desde 2010, os municípios que mais aproveitaram o regime especial:

A Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio (Codin) avalia o pedido da indústria que deseja se enquadrar no regime tributário especial. Este regime reduz alíquotas de ICMS para que indústrias se instalem em 45 municípios e cinco distritos industriais do Estado. Os pedidos são submetidos a uma comissão que tem prazo de 60 dias para analisá-los. De acordo com a Codin, a Lei 6.979/15 possibilitará a atração de indústrias para os municípios e o incremento da arrecadação do Estado, contribuindo para o equilíbrio das contas públicas.

LEVY GASPARIAN 613 empregos diretos R$ 15 milhões em investimentos

Foto: Iara Pinheiro

TRÊS RIOS 745 empregos diretos R$ 212 milhões em investimentos

BARRA DO PIRAÍ 1586 empregos diretos R$ 173 milhões em investimentos

Para ser aprovada, a empresa não pode: • •

Foto:Ascom-Alerj

ter passivos ambientais e condenações por trabalho escravo; ter concorrentes localizados fora da área incentivada; ter pendências cadastrais e fiscais com a Secretaria de Fazenda; PARACAMBI 1894 empregos diretos R$ 122 milhões em investimentos Luiz Paulo (à esq.) e Wanderson Nogueira participam da discussão

QUEIMADOS 2222 empregos diretos R$ 475 milhões em investimentos Fonte: Codin


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Para especialista, Alerj tem atuação exemplar Foto: Raul Moreira

Geraldo Tadeu: "Atuação da Alerj propondo alterações e economizando serve de exemplo"

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ma mudança de paradigma. É como Geraldo Tadeu Monteiro, diretor d iretor do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj) e especialista em direito público, defi ne a atuação da Alerj frente à crise econômica que atinge o estado. Segundo ele, medidas como a aprovação do empréstimo do Tribunal de Justiça para o Governo, a mudança no Regime Especial de Tributação e o corte de gastos colocam o Legislativo fluminense numa posição diferenciada no Brasil. Geraldo Tadeu cita o empréstimo do TJ como um exemplo da importância da atuação do Legisla-

CORTANDO NA CARNE A nova Mesa Diretora da Alerj tomou posse, no dia 2 de fevereiro, tendo o corte de gastos como uma de suas principais metas. Decidiu, para isso, formar uma comissão para analisar os contratos em vigor e convocou, no dia 14, em edital publicado no Diário Oficial, fornecedores para defi nir a redução de 10% em contratos. Até o momento, a Casa já economizou mais de R$11 milhões com fornecedores. Entre os cortes está a redução de 25% no aluguel de vagas no Terminal Menezes Cortes (menos R$ 600 mil/ano). Com a redução no auxílio-educação (R$ 15 milhões/ano) e na cota de selos (cerca de R$ 3 milhões/ano), a redução de gastos já chega a R$ 30 milhões anuais. Economia que deve aumentar, segundo o primeiro secretário da Alerj, deputado Geraldo Pudim (PR). “Agora estamos partindo para a segunda fase, que é o acompanhamento da execução dos contratos, com diligências, para descobrirmos onde podemos economizar ainda mais. Tenho certeza que vamos avançar na meta. Esses R$ 30 milhões são só o começo”, diz Pudim.

tivo na construção de saídas para a crise. "Num momento de emergência, os três poderes do Estado tiveram essa sensibilidade e agiram juntos para evitar que o pagamento de aposentados e pensionistas fosse prejudicado”. Para o professor, a atuação da casa em relação às contas públicas economizando gastos são exemplos a serem seguidos. "Historicamente nos acostumamos a ver só o Executivo cuidando das fi nanças, de forma quase que exclusiva. A atuação da Alerj analisando as contas, negociando, propondo alterações e principalmente economizando recursos e devolvendo para os cofres do Estado é um exemplo para todo o País", destaca.

Foto: Ruano Carneiro

Geraldo Pudim: "A economia de R$ 30 milhões foi apenas o começo. Tenho certeza que vamos economizar mais"


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SAÚDE

Foto: Rafael Wallace

O AZUL DO DIA Denise Aragão, fundadora do grupo de pais Mundo Azul, e o filho João Pedro: "O autismo não é uma sentança para a família"

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M ARIANA TOTINO

azul tomou conta da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) em abril, quando é comemorado, no dia 2, o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Para marcar a preocupação da Casa com o assunto, a fachada do Palácio Tiradentes ganhou tom azulado, inciativa da Comissão de Pessoa com Deficiência, presidida pelo deputado Márcio Pacheco (PSC). O parlamentar também apresentou dois projetos de lei sobre o autismo: um para criar o mapeamento quadrienal de pessoas com autismo no Estado e outro obrigando a realização de exames na rede pública de saúde. “Minha proposta é criar uma rotina para que o diagnóstico seja obtido nos primeiros anos de vida da criança, por meio dos programas já existentes”, afirma o deputado. Além de Pacheco, o deputado Eliomar Coelho (PSol) apresentou um projeto de resolução instituindo a semana

entre 21 de março e 2 de abril como de Conscientização do Autismo. Já o deputado Nivaldo Mulim (PR) é autor do projeto de lei que prevê a implantação de centros de ensino profissionalizante para autistas no Estado. Em 2009, a mãe que inspirou a lei federal que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos dos Autistas, Berenice Piana, iniciou, na Alerj, sua luta. Berenice é mãe de Dayan, de 21 anos, autista. Ela é idealizadora de um projeto pioneiro no país, que oferece terapia, consulta a especialistas e capacita autistas de 3 a 44 anos para ingressar no ensino regular. “O apoio que tive na Alerj foi muito importante para conquistar tudo isso”, afirma Berenice. João Pedro, de 11 anos, cursa o 6º ano em uma escola regular e surpreende os colegas de classe que vibram quando ele lê uma redação. Aos 3 anos, foi diagnosticado com um alto grau do transtorno do espectro autista e, desde então, é acompanhado de perto por profissionais. “Meu fi lho me ensinou que nada é imutável. O autismo não é uma sentença para a família”, diz a mãe, Denise Aragão, uma das fundadoras do grupo de pais Mundo Azul.

ENTREVISTA Berenice Piana Foto: Arquivo pessoal

Ações de conscientização marcam Dia Mundial do Autismo no Parlamento

Como começou sua luta? Um deputado estadual e um senador propuseram audiências sobre autismo. Em 2009, participei de uma reunião na Alerj e, em 15 dias, fizemos uma mobilização no país. O que mudou desde a lei? Identifico ainda uma falta de vontade para que ela seja cumprida. Mesmo assim, as mobilizações têm se multiplicado, se “agigantaram”. Como está o cenário no Brasil? São 2 milhões de autistas no Brasil e 187 mil no Rio. A incidência mundial é de 1,7% na população.


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PERFIL

Foto:Ascom-Alerj

Jairo

Martha

Ramos

Teixeira

Campos

Abrahão

PARA SUA SEGURANÇA Egressos dos quadros da Polícia Civil e da PM, parlamentares reivindicam melhorias para a categoria BUANNA R OSA , GABRIEL D ESLANDES E P RISCILLA BINATO

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segurança pública é mais do que uma preocupação pessoal de um grupo da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Além de defender a bandeira, seis deputados da Casa pertencem ao quadro de policiais do Estado e defendem melhorias profissionais, além do combate à corrupção em quartéis e delegacias. Por terem se alistado em períodos diferentes, com funções distintas, os parlamentares trouxeram para o Parlamento a experiência de um Rio de Janeiro diferente. O deputado Paulo Ramos (PSol) entrou para a Polícia Militar (PM) às vésperas do golpe militar, em 1964 (leia mais no box da pág. 11). Já Zaqueu Teixeira (PT) se alistou na Aeronáutica no fim da ditadura. Segundo o petista, o regime dificultava a liberdade de ação dos oficiais das Forças Armadas.

“Havia uma doutrina militar passada aos alunos, como uma lavagem cerebral sobre a ditadura, fato que fui desconstruindo ao longo da vida”, conta Zaqueu. Bacharel em Direito, Zaqueu entrou na Polícia Civil do Rio em 1993, tornando-se chefe da corporação em 2002. Em mais de duas décadas na corporação, destaca as investigações sobre o assassinato do jornalista Tim Lopes, da TV Globo, em 2 de junho daquele mesmo ano, como o ápice de sua carreira. “A sociedade pressionava para que se desse uma solução àquele crime bárbaro. Tive a possibilidade de ver o orgulho do policial quando cumpre a sua missão”, enfatiza. Acusado do crime, o traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, foi preso por agentes da Polícia Civil cerca de 100 dias após a morte do jornalista. Eleito deputado estadual em 2010, o petista está no segundo mandato. Entre as principais reivindicações do deputado, está o fim da prisão preventiva no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste. "Policiais Civis são levados para a Penitenciária de Bangu 8 e ficam encarcerados juntos com os presos comuns. Muitos acabam sendo

agredidos pelos mesmos presos que os policiais colocaram lá", diz. Assim como Zaqueu Teixeira, o deputado Iranildo Campos (PSD) tinha paixão por voar. Em 1972, com 17 anos, entrou para a Brigada de Infantaria Paraquedista do Rio de Janeiro. Mas queria ser policial, como o pai. Deixou o Exército em 1974 para se tornar PM. Em 2002, foi eleito pela primeira vez deputado estadual – hoje está no quarto mandato. Para ele, a população precisa compreender melhor a atividade policial. “Ouvimos muito por aí que tudo é culpa da Polícia, mas poucos sabem as dificuldades financeiras e emocionais que um policial tem, e é essa realidade que eu busco trazer para a Casa”,diz. Estabilidade Em 1986, quando o Brasil lançava o Plano Cruzado – primeiro plano econômico nacional desde o término da ditadura, o deputado Marcos Abrahão (PTdoB), entrou para a PM em busca de estabilidade profissional e um complemento à renda. “Queria ter um emprego garantido, e na Polícia Militar eu tinha isso”, conta. Em 14 anos de oficialato, Abrahão acumu-


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lou histórias que, segundo ele, “fizeram a vida militar valer a pena”. Desde 2003 na Alerj, defende a desburocratização da corporação e melhores condições de trabalho. “A polícia deveria ter uma escala de 72 horas para todos os oficiais e acabar com o serviço burocrático”, afirma. O deputado também defende cursos de reciclagem como forma de combate à corrupção. Também em busca de um futuro mais estável, o deputado Coronel Jairo (PMDB), caçula de uma família de cinco

filhos, entrou para a Polícia Militar em 1973. Nascido em Bangu, na Zona Oeste do Rio, fez prova para a Universidade do Estado do Rio (Uerj) e para PM na mesma época. “Passei nas duas, mas segui o conselho da minha mãe e entrei para a corporação. Ela me convenceu, dizendo que o regime era interno e eu teria mais facilidade de me formar”, relata. Depois de 34 anos na Polícia e a chegada até o posto mais alto da PM, o coronel diz que a experiência na corpora-

ção ajudou na vida parlamentar. “Aprendi a lidar com a população e entender o lado social do crime e do próprio policial”, diz. Para ele, a Casa deveria promover mais debates sobre as condições de vida desses profissionais. Para analisar essa situação, foi instalada este mês, na Alerj, uma comissão de representação para acompanhar o regime, a jornada e as escalas de trabalho de policiais, bombeiros e agentes penitenciários, presidida pelo deputado Flávio Bolsonaro (PP).

Foto: Arquivo pessoal

Tempos de farda O deputado Paulo Ramos (PSol) coleciona experiências dos tempos de farda. Quando jovem (foto acima, acervo pessoal), optou pela carreira de policial militar por pressão da família. “Minha mãe dizia: ‘Ou estuda, ou trabalha’. Em Janeiro de 1964, ouvi na rádio que estavam abertas as inscrições para a PM. Me interessei e virei aspirante em 1965”, recorda. Acabou dedicando 20 anos à corporação até ser colocado na reserva compulsória em 1985. O engajamento político vem desde o colégio, onde participava de grêmios estudantis. “Dizem que o filho do operário só ingressa na política quando vai para a fábrica ou para a universidade. Eu ingressei na PM”, conta. Na ditadura, atuou às escondidas para proteger perseguidos políticos. “Tinha tarefas como verificar presos nos quartéis, recolher documentos e dar uma contribuição mensal para quem estivesse na clandestinidade. Tudo no anonimato”. Ramos, no entanto, acrescenta que nunca pertenceu a qualquer organização: “Nos arquivos, dizem que eu era do MR-8”. Dos tempos da ativa, o deputado diz guardar as melhores lembranças. “Existia o patrulhamento escolar, em que os PMs saíam para ir às escolas dar aulas de trânsito. O policial ficava no quarteirão, as pessoas o identificavam”, menciona. O ex-oficial diz que, antes de 1964, a PM tinha como foco a aproximação com as comunidades, e a ditadura aprofundou esse modelo. “Interessava a proximidade para retirar informações políticas".

Foto: Gabriel Esteves

Em nome delas De delegada a deputada, Martha Rocha (PSD) tem uma trajetória ligada à defesa dos direitos da mulher. Estudante de Direito na Universidade Federal do Rio (UFRJ), entrou para a Polícia Civil em 1983, como escrivã, e chegou ao posto mais alto, como chefe da Polícia Civil, em 2011 – a primeira mulher a ocupar o cargo. “As pessoas me perguntavam como era e confesso que essa pergunta me aborrecia. Já tinha sido subchefe, corregedora e diretora de departamento, então o fato de ser mulher não deveria ser tão importante”, afi rma. Até a consagração na carreira, a parlamentar teve de enfrentar muitos desafios. “A minha primeira luta sindical foi por um banheiro. Cheguei na delegacia, procurei um toalete feminino e não encontrei – não havia mulheres na Polícia Civil. Logo, providenciei um”, lembra. O feminismo, para a deputada, é um valor importante. “Sou feminista, sim, e tenho orgulho”, afi rma, enfatizando que os 28 anos na Polícia Civil foram essenciais para a compreensão do movimento. “Era diretora do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), em 1993, e os delegados que trabalhavam comigo disseram que entregariam seus cargos porque não concordavam com a indicação de uma mulher. Então, fui para a reunião e me adiantei, pedi que eles entregassem os cargos”. Além do DGPE, Martha também comandou a Divisão de Polícia de Atendimento à Mulher (DPAM) logo antes do convite para subir ao posto mais alto da corporação.


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LEGISLAÇÃO

DIET X LIGHT

Lei determina que produtos dietéticos ocupem locais separados nos mercados

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M ARIANA TOTINO

os 17 anos, Nathalia Mourinho (foto) recebeu o diagnóstico de diabetes. Sem ter familiar com a doença, ela se assustou. Sete anos depois, a analista de importação, que precisa de injeções diárias de insulina, levou parte da família a criar novos hábitos alimentares. “Conviver com essa doença crônica é assustador no início. Mas, a mudança acaba sendo positiva para todos”, afirma Nathalia. Nos mercados próximos de casa, ela encontra produtos diet ao lado dos light ou “zero”. “Ficam misturados, o que pode gerar confusão para quem desconhece a diferença”, diz. Para que pessoas como Nathalia possam achar

com facilidade o que procuram, a Lei 6.968/15, de autoria do deputado Domingos Brazão (PMDB), determina que os produtos dietéticos – indicados para ingestão controlada de açúcares e recomendados para diabéticos – fiquem em locais separados nas prateleiras dos estabelecimentos comerciais. Segundo o parlamentar, a motivação para a iniciativa foi uma pesquisa que apontava o Rio como o um dos estados com o maior número de portadores de diabetes. “Em 2009, eram mais de 770 mil pacientes cadastrados em hospitais do Estado. Muitos consumidores também reclamam que os estabelecimentos comerciais organizam os produtos diet e light no mesmo local, confundindo os consumidores”, destaca Brazão. Em levantamento feito pela Federação Internacional de Diabetes, em 2013, o Brasil aparece como o quarto país em número de casos de diabetes.

Para especialistas em Saúde Coletiva, o que limita o acesso aos alimentos apropriados para uma dieta correta é o alto custo do produtos, pois muitos deles já são encontrados nas prateleiras dos mercados. No entanto, a frequente confusão sobre as características nutricionais é outro fator que os distancia dos consumidores. Presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes no Rio de Janeiro, a endocrinologista Gabriela Fuks reforça que, no momento da compra, é preciso ler a embalagem com atenção para evitar o consumo incorreto. “Hoje, há tantos produtos adequados para a dieta nos supermercados, mas as pessoas não buscam se informar. O alimento tem alguma substância que é retirada, mas pode ter mais gordura e não ser recomendado para quem quer emagrecer. Ler os rótulos deve ser hábito de todos”, ressalta.

Diet: Para dietas com restrição de carboidratos, gorduras, proteínas ou sódio. Indicado para controle de peso, praticantes de atividade física, nutrição enteral e ingestão controlada de açúcares. Registrado pela Anvisa, que determina as quantidades máximas que o produto pode conter de cada nutriente.

light

diet

Para não confundir Light/zero: Não contém necessariamente menor quantidade de calorias ou de açúcares. Pode ter valor reduzido ou baixo teor de algum nutriente (25%) se comparado ao similar convencional. Dispensado de obrigatoriedade de registro pela Anvisa, apresenta uma informação nutricional complementar.

Foto: Rafaell Wallace

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