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Santa Catarina ANO I - EDIÇÃO 01 - MAIO 2016

O modelo catarinense de desenvolvimento Apostando em uma matriz produtiva diversificada, Santa Catarina mantém o crescimento em plena crise econômica

PORTAS PARA O MUNDO Quatro portos, estrategicamente distribuidos por 500km de costa, fazem de SC um grande hub logístico

2º POLO TÊXTIL DO PAÍS

Com mais de 10 mil fábricas e 170 mil empregos, polo têxtil catarinense já é o segundo do país

BELEZA QUE DÁ DINHEIRO

O turismo responde por 13% do PIB catarinense. Floranópolis fatura R$ 200 milhões a cada veraneio

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Revista Press Santa Catarina | EDITORial

O estado da diversidade

U

m estado, assim como uma cidade, uma empresa, uma pessoa, precisa definir como vai crescer e o que pretende ser quando crescer. Santa Catarina fez isso muito bem, em meados do século passado, quando aproveitou a janela de oportunidades aberta pelo esforço desenvolvimentista do governo Juscelino Kubitschek e estabeleceu o seu próprio Plano de Metas. No início dos anos 1960, a partir do governo de Celso Ramos, Santa Catarina começou a realizar seus investimentos dentro de um plano estratégico de aposta na industrialização do estado e desenvolvimento integrado de todas as suas regiões. Ali foi identificada, e passou a ser valorizada, a vocação de cada região do estado, desconcentrando investimentos e propiciando um crescimento harmônico de suas principais cidades. Mas, planejamento sem ação resulta em nada. Essa vontade de fazer Santa Catarina crescer, de forma desconcentrada e vigorosa, precisou ser expressa em pesados investimentos públicos, especialmente no tripé Energia, Transporte e Educação. Essas tem sido as grandes prioridades dos sucessivos governantes catarinenses, ao

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longo dos últimos 50 anos. Para estimular a produção econômica, sobretudo a industrial, é preciso disponibilizar energia para a produção, estradas para o escoamento de produtos e uma mão-de-obra qualificada. O resultado disto é que, hoje, o estado como um todo é desenvolvido, não há clusters de riqueza e cinturões de miséria, como acontece em outras partes do país. Há um modelo de desenvolvimento sustentado, que faz com que Santa Catarina se diferencie com a 4ª melhor renda per capita do país, a menor taxa de desemprego e a menor taxa de analfabetismo do Brasil, entre outros índices invejáveis. Isso tudo, associado a uma natureza exuberante de um litoral rendilhado por enseadas, ilhas e centenas de praias que enchem os olhos de qualquer visitante. Só em Florianópolis são mais de 100 praias, de todos os tipos e para todos os gostos, que fazem da cidade o 2º destino entre os turistas estrangeiros que chegam ao Brasil. Além do mar e das praias, há as regiões de serra. Seja a Serra do Mar e a Serra Geral que perfilam a Mata Atlântica por centenas de quilômetros de litoral, seja o Planalto Serrano ou a região dos Canyons.

E, não bastassem um modelo definido e claro de desenvolvimento e uma geografia excepcional, Santa Catarina tem também um povo trabalhador, empreendedor e criativo, resultado da influencia direta e da mistura de 23 etnias diferentes que compõem um caleidoscópio vivo, uma cultura diversa, em cada cidade, em cada canto do estado, com costumes, tradições, gastronomia e vocação econômica próprias. Daí que é um grande orgulho para nós, passarmos a mostrar este estado para o restante do País, através do lançamento desta revista. Buscamos caprichar já na primeira edição, para produzirmos uma publicação à altura do estado que ela passa a representar. Esperamos ter conseguido. Boa leitura!

Julio Ribeiro é jornalista, publisher da Athos Editora e um apaixonado por Santa Catarina.


SUmário 04 10 16

Entrevista Glauco José Côrte Matéria de Capa: Santa Catarina Riqueza com diversidade Gestão Pública: Sobrevivendo à crise, com controle e eficiência da máquina pública

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Portos: Dos portos para o mundo

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Rodovias: Desenvolvimento que corta o Estado

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Turismo: Visitantes o ano inteiro

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Surf: Um estado de muitas ondas

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Agronegócio: Campo que fomenta a indústria e a exportação

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Lado B: Dicas especiais de quem mora em Santa Catarina

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Florianópolis: Além da fama e da beleza, uma grande cidade

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Comércio: Roteiros de compras em todas as regiões

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Joinville: A maior cidade catarinense

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Blumenau: A cidade mais alemâ do Brasil

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Itajaí: Uma porta para o mundo

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Brusque: Forte influência européia

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Chapecó: Pólo de alimentos

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Criciúma Cidade do carvão, da cerâmica e das etnias

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Lages: Principal cidade da serra catarinense

(e 26)

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Cooperativas: União que dá resultado Inovação e Investimento: Promoção e atração de investimentos

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Energia: Força para mover o Estado

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Portadores do Futuro

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Energia: Força para mover o Estado

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Aeroportos: Novo aeroporto de Florianópolis receberá investimentos de R$ 1 bilhão

Diretor Geral: Julio Ribeiro Diretora-Executiva: Nelci Guadagnin Redação: Cristiano Vieira Diagramação / Arte Final: www. espartadesign.com.br Fotografia: Jefferson Bernardes / Agência Preview Impressão: Comunicação Impressa

Rua José de Alencar, 521 / 606 CEP: 90880-481 | Porto Alegre - RS Fone: (51) 3231.8181 Comercialização: Porto Alegre: (51) 3231.6106 / (51) 9971.5805 Nelci Guadagnin www.revistapress.com.br/santacatarina

A Press Santa Catarina é uma publicação da Athos Editora com circulação nacional. Os artigos assinados e opiniões emitidas por fontes não representam, necessariamente, o pensamento da revista.


Fotos: Fernando Wiladino / Fiesc

Revista Press Santa Catarina | ENTREVISTA

Por onde se explica o desempenho positivo da economia catarinense, na última década, puxando para cima índices como PIB, renda per capita e emprego? Basicamente, isso se deve ao nosso modelo econômico. Aliás, é mais que isso, é o modelo de desenvolvimento do Estado, que é descentralizado. Em 1960, o então governador de Santa Catarina, Celso Ramos, que presidiu também a Fiesc, imaginou um modelo de desconcentração demográfica, educacional e econômica. Devido a isso, temos hoje em Santa Catarina regiões com vocações muito bem definidas: o Oeste com a agroindústria, o Vale do Itajaí com o setor têxtil (que é muito forte), o Norte com o segmento metalmecânico, o Sul com carvão, o Planalto com a madeira, o Sul com o cerâmico e também com o têxtil. Junto com essa desconcentração econômica ocorreu, naturalmente, uma desconcentração populacional. Não temos, em Santa Catarina, grandes concentrações de população em determinada região. Nossa maior cidade, por exemplo, não é a capital, é Joinville. Há, também, Florianópolis, Blumenau.

Glauco José Côrte p resi d ente d a F ies c

“O sucesso de Santa Catarina é fruto de um modelo de desconcentração geográfica, educacional e econômica, adotado há mais de 50 anos” 6


Fotos: FHeraldo Carnieri / Fiesc

Há universidades em todas as regiões de Santa Catarina”

Joinville também é o maior PIB catarinense... Exato. Aliado a tudo isso, temos uma desconcentração educacional: há universidades em todas as regiões de Santa Catarina, o que fez com que o jovem permanecesse na sua região. A saúde, também, é completamente descentralizada. Isso tudo contribuiu para que a indústria catarinense, caracterizada por sua diversificação, se desenvolvesse conforme a vocação econômica de cada região. Em períodos mais críticos da economia, muito devido a esses fatores, nunca chegamos a ter, no Estado, problemas sociais ou greves, paralisações no trabalho, justamente porque não existe uma grande concentração populacional neste modelo.

Como Santa Catarina se coloca como polo para atração de investimentos? Que ambientes e condições são reforçados neste sentido? Temos algumas características que nos dão vantagem neste aspecto. Começo pelo governo de Santa Catarina, que sempre esteve muito próximo da sociedade e do setor produtivo. Se eu pegar o telefone agora e ligar para o governador, ele irá me atender. Caso esteja em uma reunião, retornará de volta em seguida. Por relatos que te-

mos, por exemplo, em São Paulo é difícil um industrial conversar com um secretário da prefeitura, por que é um outro país quase, há um distanciamento maior. Aqui ocorre o inverso, temos uma proximidade muito grande. Segundo, em Santa Catarina temos, ainda, áreas de terra disponíveis para grandes empresas – a BMW, por exemplo, antes de vir para SC, tinha várias opções disponíveis, mas optou por uma região próxima de Joinville. Temos também um trabalhador que é disciplinado e uma ótima relação com as centrais sindicais. Claro que cada um mantém suas posições, seus pleitos, mas há diálogo. Santa Catarina é o único Estado, dos que têm piso regional, em que a discussão sobre a atualização do piso ocorre entre entidades empresariais e entidades dos trabalhadores. Não é governo, nem Assembleia Legislativa que decide isto. Nos últimos seis anos, desde que este procedimento está na lei, sempre chegamos a um acordo. O que o governador faz é homologar.

Isso distensiona as relações... As relações são boas - são íntegras, eu diria assim. Há independência, mas temos um diálogo muito franco que estabeleceu um clima de confiabilidade nas relações entre setor produtivo e trabalhadores.

Como está a infraestrutura do Estado em termos de energia, escoamento de safra, fornecimento de água, etc? Nosso principal gargalo em Santa Catarina - e nós, da Fiesc, dedicamos especial atenção a isso uma vez que somos a entidade com maior número de estudos e pesquisas sobre infraestrutura- é a infraestrutura física. Chapecó e São Miguel do Oeste, onde está localizada a agroindústria, ficam a 700 quilômetros dos nossos portos. As nossas estradas - Santa Catarina, neste aspecto, nunca teve uma atenção à altura da contribuição que dá para o desenvolvimento do País - são muito precárias. A duplicação da BR-101 no sentido Sul está terminando apenas agora. Enquanto isso, a duplicação para o Norte já está saturada e não há nenhum projeto de ampliação nesta direção. Temos diversos estudos evidenciando esta questão e estamos, constantemente, indo a ministérios em Brasília mostrar isso. Nosso único meio de escoamento da produção é rodoviário. Não temos um centavo – é zero – de dinheiro federal em ferrovias. O que temos, em pequenos trechos, é resultado de investimento privado. O governo nunca investiu em ferrovias em Santa Catarina.

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Revista Press Santa Catarina | ENTREVISTA Dispomos de cinco portos e todos são competitivos. Destes, dois são privados – Navegantes e Itapoá. Por aqui passam entre 18% e 20% do total de contêineres movimentados pelo Brasil. Significa que recebemos contêineres, de exportação ou importação, que não são de Santa Catarina.

O sistema portuário catarinense é o segundo hub hoje em exportações brasileiras... Sim, somos o segundo. Agora, o acesso aos portos é outra dificuldade. Precisamos melhorar muito essa condição de escoamento da produção. Em termos de energia, a distribuição é praticamente universalizada. Nossa capacidade instalada, contudo, é baixa. Santa Catarina se especializou em transmissão e distribuição e não em geração. Há algumas usinas hidrelétricas, resultado de investimento do Estado nos últimos anos, mas somos fortes mesmo em distribuição. Temos um problema em relação ao gás natural, mesma situação do Rio Grande do Sul. Recebemos o gás que vem da Bolívia e o setor industrial catarinense é o maior consumidor.

Se o senhor fosse um empresário paulista ou de multinacional e procurasse um Estado para se estabelecer, porque optaria por Santa Catarina? Aqui temos um trabalhador com bom nível de qualificação. Temos, também, uma tradição em Santa Catarina decorrente da chegada dos alemães e dos italianos. Eles trouxeram para o Estado essa cultura industrial. O pequeno industrial catarinense tem os olhos voltados para o exterior. Em média, a Fiesc realiza uma missão ao exterior por mês. Vamos à China, à Europa, aos Estados Unidos. Por que isso? Porque o empresário quer ver o que os outros estão fazendo, o que está acontecendo. Temos um bom nível também de exportações. O industrial está sempre ligado em novidades. Agora começamos a trabalhar fortemente na questão da indústria 4.0.

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Vocês investigam, ainda, os setores portadores de futuro. O que são eles? Fizemos um trabalho em todas as regiões do Estado com cerca 1.500 líderes, percorremos essas regiões para justamente colher quais são, no entendimento dos industriais e das lideranças locais, os setores chamados portadores de futuro. Eles são aqueles que têm potencial para crescer em Santa Catarina. São 16 segmentos, alguns deles novos e emergentes, como saúde e aviação. Na área de software o Estado já tem um bom desenvolvimento com um polo em Florianópolis, também em Joinville, Blumenau e Criciúma. Atualmente, por exemplo, a área de software, em Florianópolis, arrecada mais que o turismo – e estamos falando de uma capital turística. Então esses 16 setores trabalhamos neles com especialistas de todo o País (são cerca de 80 especialistas) e temos, nesse trabalho, muitos mestres e doutores.

Como a Fiesc se articula com as outras federações para o desenvolvimento de SC? A federação tem, sob seu guarda-chuva, o Sesi, o Senai e o IEL. Cada um com atribuições bem definidas: o Sesi voltado para o trabalhador, sua saúde, seu desenvolvimento, o Senai para aprendizagem industrial e capacitação técnica do colaborador, e o IEL faz a articulação do sistema com a academia e as indústrias. Por meio da CNI, em um trabalho pioneiro, estão sendo implantados 25 institutos de inovação (3 em Santa Catarina) e cerca de 60 institutos de tecnologia (7 em Santa Catarina). Uma média de 10%, digamos, de cada total. Este programa está custando cerca de R$ 2 bilhões, sendo R$ 1,5 bilhão via BNDES e R$ 500 milhões em recursos da CNI. Nós, em Santa Catarina, estamos investimento perto de R$ 250 milhões. Com isso, temos grande atuação em tecnologia e inovação. Estamos muito próximos da indústria. Fizemos um programa, lançado em 2012, chamado Indús-

tria pela Educação, com o objetivo de elevar o nível de escolaridade do trabalhador. Registramos mais de 2 mil adesões ao programa. Temos câmaras regionais pelo Estado também. Esse movimento pela educação se transformou em Santa Catarina pela Educação, que a Federação do Comércio, a Federação da Agricultura e a Federação dos Transportes aderiram ao projeto. É um esforço coordenado para elevar o nível de escolaridade do trabalhador. A revolução que vem ocorrendo no setor produtivo exige pessoas com mais conhecimento, mais qualificadas. Temos uma atuação articulada, em SC, com todas as federações – são sete, no total.

Glauco José Côrte é Presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), empresário e bacharel em Direito pela UFSC, Glauco José Côrte tem diversas especializações por instituições como UFSC, FGV (RJ), American Graduate School of International Management (Arizona, EUA) e IMD (Lausanne, Suíça). Membro do Conselho de Administração da Portobello e acionista-fundador da Inplac Indústria de Plásticos, é também diretor da Confederação Nacional da Indústria (CNI), presidente do Conselho Temático Permanente de Política Industrial e Desenvolvimento Tecnológico da entidade, além de membro de seu Conselho Superior Legislativo. Integra ainda o conselho da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio; e os conselhos de administração das empresas Multilog e Pedra Branca Empreendimentos Imobiliários.Foi vice-presidente executivo da Portobello e diretor da Portobello América (EUA).


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Revista Press Santa Catarina

Foto: Jefferson Bernardes / Agencia Preview

MatĂŠria de capa

S A N TA C ATA R I N A

Riqueza com diversidade 10


D

SANTA CATARina RESPONDE POR

4%

DO PIB brasileiro

iversificada, a economia de Santa Catarina tem um PIB de R$ 178 bilhões – em termos per capita, é de R$ 27,2 mil, acima da média brasileira, de R$ 22,6 mil. Com a menor taxa de desemprego brasileira e altos índices de educação, o Estado é conhecido pela forte produção agropecuária (lidera na produção de maçãs e cebolas, além de se destacar na produção de carne suína e de frangos), indústrias e empresas líderes em seus segmentos (como a Brasil Foods, na área alimentícia, a Tigre, maior produtor nacional de produtos de plásticos, e as cerâmicas Eliane e Portobello). O alto desenvolvimento econômico faz de Santa Catarina um dos Estados mais ricos do Brasil – possui o sexto maior PIB entre as unidades da federação, com uma economia diversificada e industrializada. Importante polo exportador e consumidor, o Estado é um dos responsáveis pela expansão econômica nacional, respondendo por 4% do PIB brasileiro. Além da capital, cidades como Joinville, Blumenau, Itajaí, Criciúma, Brusque, Chapecó e Lages se destacam pela cultura regionalizada, pela forte presença industrial, gerando renda e qualidade de vida para os habitantes. O setor de comércio e serviços, com 62% de participação no PIB, emprega 1,5 milhão de pessoas. A varejista Havan, por exemplo, é uma das maiores companhias do segmento no Brasil, com 93 lojas. Sediada em Brusque, a Havan possui um faturamento de R$ 3,3 bilhões e 15 mil funcionários. O turismo é parte importantíssima na pirâmide econômica de Santa Catarina. Dados da Santur indicam que, somente no último veraneio, de dezembro de 2015 a março último, cerca de 8 milhões de turistas visitaram Santa Catarina em busca de sol e praia. Apenas os visitantes argentinos somaram cerca de 1,5 milhão de pessoas. A capital, Florianópolis, possui algumas das mais belas praias do Estado e atrai pessoas do Brasil inteiro para curtir o verão. O Estado

SC

é atualmente o maior produtor de pescado do Brasil

tem clima subtropical e, em termos históricos, sua colonização é principalmente de imigrantes europeus: os portugueses açorianos colonizaram o litoral no século XVIII; os alemães colonizaram o Vale do Itajaí, parte da região Sul e o Norte catarinense em meados do século XIX; e os italianos chegaram ao Sul do Estado no final do mesmo século. O oeste catarinense foi colonizado por gaúchos de origem italiana e alemã na primeira metade do século XX. A indústria, por sua vez, é forte nas áreas de alimentos, metalmecânico, cerâmica e têxtil. As fábricas estão espalhadas de Norte a Sul, de Leste a Oeste, levando em conta as peculiaridades de cada região e sua cultura para a produção de determinados produtos. É do Oeste catarinense, por exemplo, que saem os produtos da Cooperativa Aurora, um dos maiores fabricantes nacionais de carnes processadas e lácteos, com faturamento acima de R$ 7 bilhões. Diferentes polos ganham força espalhados pelo Estado, como

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Revista Press Santa Catarina | Matéria de capa cerâmico no Sul, agroindústria no Oeste, máquinas e equipamentos no Norte, madeireiro na região Serrana e tecnológico em Florianópolis, a Capital do Estado. Santa Catarina, com destaque para a região do Vale do Itajaí e o Norte do Estado, é também o segundo polo têxtil e do vestuário do Brasil. E a indústria pesqueira do Estado tem a maior produção de pescado do Brasil.

Nas últimas três décadas, a economia catarinense cresceu 340% e, hoje, o estado possui o 4° maior PIB per capita do Brasil. Tudo isso é fruto de um modelo de desenvolvimento descentralizado e de uma economia diversificada, com vocação exportadora, grande potencial para o turismo e forte ênfase na inovação, mas sem deixar de lado a força da

Dados estatísticos (Dados de 2015)

Outros destaques de SC: - Segundo maior produtor de frango, mas líder em exportações do produto;

- 5º maior produtor de leite; Menor taxa de analfabetismo - 1° lugar na SC = 3,2%

PIB catarinense R$ 178 bilhões agricultura Per capita e da indústria. – R$ 27,2 mil BR – R$ 22,6 mil PIB catarinense – R$ 178 bilhões Per capita Participação – R$ 27,2 mil no PIB BR – R$ 22,6 mil Comércio e serviços – 62,1% Participação Indústria no PIB – 33,7% Comércio Agropecuária e serviços ––62,1% 4,2% Indústria – 33,7% Agropecuária –População 4,2% Total: População 6,7 milhões de habitantes Total: 6,7 Urbana milhões - 5,65 demilhões habitantes Urbana - 5,65 Ruralmilhões - 1,05 milhão Rural - 1,05 milhão Rendimento médio Rendimento médio R$ 2.042,00 R$ 2.042,00 (média (média Brasil Brasil R$ 1.866,00) R$ 1.866,00) População População economicamente economicamente ativaativa 3,7 milhões de pessoas 3,7 milhões de pessoas (55% do total)

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Expectativa de vida - Santa Catarina (78,4 anos) (55% do - Distrito total) Federal (77,3) - São Paulo (77,2) Expectativa - BRASIL de(75,2) vida - Santa Catarina (78,4 anos) - Distrito Mortalidade Federal (77,3)infantil - São Paulo (77,2) - BRASIL (menores (75,2) de 1 ano por 1000 nascidos vivos) Mortalidade SC = 9,2infantil (menores Brasilde=116,7 ano por 1000 nascidos vivos) SC = Taxa 9,2 de desemprego Brasil = 16,7 (% da população de 16 anos Taxa de e mais, desemprego economicamente (% da ativa, população desocupada) de 16 anos e mais, economicamente = 3,59% (a menor do país) ativa, SC desocupada) Brasil = 7,42% SC = 3,59% (a menor do país) BrasilMenor = 7,42% taxa de analfabetismo SC = 3,2%

produção de geladeiras;

- Maior produtor têxtil do Brasil e da América Latina;

- Está entre os estados com os melhores indicadores de educação básica;

- Maior conjunto de universidades comunitárias do Brasil;


ATIVIDADES INDUSTRIAIS DE SaNTA CATARINA Alimentos Santa Catarina possui uma indústria de alimentos bastante forte, sendo o maior produtor de carne suína do País e o segundo de frangos. O Estado também se destaca na pesca, ocupando nacionalmente a liderança na produção de pescados. Na pauta de exportações catarinenses, carnes e miudezas comestíveis são o primeiro produto. A indústria alimentar é a segunda maior empregadora entre os segmentos industriais do Estado. -3.402 indústrias - 105 mil trabalhadores - 18,6% da produção industrial do estado - 34,9% das exportações catarinenses (US$ 3,1 bilhões)

Têxtil e vestuário Santa Catarina é o segundo maior polo empregador têxtil e do vestuário do Brasil. Ocupa a lide-

rança nacional na fabricação de travesseiros e é o maior produtor da América Latina e o segundo do mundo em etiquetas tecidas. O Estado foi pioneiro no Brasil no lançamento de roupas de cama e travesseiros com fibras recicladas de garrafas pet. No comércio internacional é o maior exportador do País de roupas de toucador/ cozinha, de tecidos atoalhados de algodão e de camisetas de malha de algodão - 10.218 indústrias - 173,1 mil trabalhadores - 17,5% da produção industrial de SC - 1,9% das exportações catarinenses (US$ 173 milhões)

Máquinas e equipamentos

A Tigre é hoje o maior produtor nacional de produtos de plásticos

A indústria de máquinas e equipamentos de Santa Catarina se destaca na fabricação de compressores, sendo líder nas exportações deste

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produto entre os Estados do País. Também é importante produtor de equipamentos florestais (carregadeiras, carretas, escavadeiras, guinchos, etc). Em seu portfólio estão máquinas e equipamentos para indústrias de papel, madeira e móveis, peças e acessórios para tratores, máquinas e implementos agrícolas, entre outros.

Foto: Divulgação Henn

Revista Press Santa Catarina | Matéria de capa

- 1.557 fábricas - 45,6 mil trabalhadores - 7,3% da produção industrial do Estado - 9,4% das exportações (US$ 849 milhões)

Metalurgia e produtos de metal Santa Catarina se destaca na produção de pias, cubas e tanques em aço inox, de troféus e medalhas, de elementos de fixação (parafusos, porcas, etc.), de tanques jaquetados para combustíveis, de vasos de pressão industriais e de conexões em ferro maleável. O Estado é líder em blocos e cabeçotes de ferro para motores, sendo o maior exportador do Brasil deste produto. - 3.995 indústrias - 56,2 mil trabalhadores - 10,7% da produção industrial de SC - 2,9% das exportações de SC (US$ 263 milhões)

Cerâmica

A Henn é a maior fábrica de móveis de SC. Localizada em Mondaí, ela faturou R$ 224 milhões em 2015 polos moveleiros do Brasil, principalmente na produção de artigos de madeira. Nos municípios de São Bento do Sul, Palhoça e Rio Negrinho concentra-se o maior volume de empresas, enquanto que no Oeste está o segundo maior polo fabricante de móveis do Estado. - 2.719 indústrias - 29,7 mil trabalhadores - 2% da produção industrial - 2,3% das exportações de SC (US$ 205 milhões)

Santa Catarina possui um importante polo cerâmico, com destaque para revestimentos de parede, piso e porcelanato.O estado sedia a Ceraflame, única empresa do mundo fabricante de panelas cerâmicas refratárias resistentes a choques térmicos. A indústria de cerâmica vermelha também se destaca dentro deste segmento de atividade.

Madeira

- 631 indústrias - 19,3 mil trabalhadores - 2,7% da produção industrial de SC - 1,4% das exportações do Estado (US$ 121 milhões)

- 2.819 indústrias - 39,5 mil trabalhadores - 3,4% da produção industrial do Estado - 6,3% das exportações de SC (US$ 566 milhões)

Mobiliário Santa Catarina é um dos maiores

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A indústria madeireira de Santa Catarina responde por 17,1% do segmento brasileiro. Está entre as maiores do País em produção de portas de madeira e é líder nacional em molduras para quadros e espelhos. Santa Catarina é o maior exportador nacional de portas, caixilhos e soleiras, e o segundo de madeiras de coníferas serradas.

A fábrica da BMW, da cidade de Araquari (SC) vai produzir 10.000 unidades do modelo X1, para atender ao mercado americano. Os embarques começam em julho.


Foto: Jefferson Bernardes/Agencia Preview`

clado e produtos de EPS (isopor). No Estado sedia o Grupo Tigre, líder nacional na fabricação de tubos, conexões e acessórios, sendo uma das maiores do mundo e a segunda maior produtora de descartáveis plásticos (copos, pratos, etc) do País. Tem 23 fábricas (10 no Brasil e 13 no exterior), v. - 964 indústrias - 40,5 mil trabalhadores - 4,9% da produção industrial de SC - 0,7% das exportações do Estado (US$ 61 milhões)

Veículos e autopeças

Com fábricas em Cocal (SC) e Camaçari (BA), a Eliane espalha seus produtos por 15 mil pontos de venda no Brasil e por 80 países do mundo. No ano passado, faturou R$ 884 milhões.

SC é o maior produtor de carne suína do país

Santa Catarina se destaca na produção de autopeças, podendo-se citar impulsores de partida, mancais e polias para veículos automotores, escapamentos, reboques, blocos de cilindros e cabeçotes para motor diesel, sendo líder mundial e o maior exportador do País neste item. Em 2013, a GM implantou uma fábrica de motores, ao custo de US$ 350 milhões, em Joinville.

Máquinas e materiais elétricos O segmento de máquinas, aparelhos e materiais elétricos catarinense possui uma participação de 20,2% do total nacional. Santa Catarina destaca-se na fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos (30,4% da produção nacional). Em eletrodomésticos da linha branca, as fábricas do Estado respondem por 30% dos fogões, geladeiras e máquinas de lavar produzidos no País. O Estado é o maior exportador nacional de motores elétricos de corrente alternada trifásicos até 75 kW. - 334 indústrias - 35,3 mil trabalhadores - 10,5% da produção de SC - 9,7% das exportações do Estado (US$ 871 milhões)

Produtos de plástico O Estado destaca-se na produção de tubos e conexões de PVC, embalagens, descartáveis plásticos (copos, pratos etc.), utilidades domésticas, cordas e fios de pet reci-

- 412 indústrias - 15,8 mil trabalhadores - 4,2% da produção industrial do Estado - 5,5% das exportações de SC (US$ 493 milhões)

Celulose e papel A indústria de celulose e papel de Santa Catarina possui uma participação de 8,3% do total nacional do setor. O Estado é o maior exportador de papel e cartão kraftliner para cobertura do Brasil. Em Santa Catarina estão situadas unidades do grupo Klabin, maior produtor e exportador de papéis do País, além de ser líder na produção de papelão ondulado e sacos industriais. - 410 fábricas - 20,5 mil pessoas empregadas - 4,8% da produção industrial - 2,6% das exportações de SC (US$ 236 milhões)

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Revista Press Santa Catarina | GESTÃO PÚBLICA

Sobrevivendo à crise, com controle e eficiência da máquina pública E

m meio a uma crise que fez grande parte dos estados elevarem impostos para tentar equilibrar contas, Santa Catarina se destacou como uma exceção à regra em 2015. O Estado não aumentou carga tributária, pagou os salários em dia e se manteve entre àqueles com menor custeio e nível de endividamento. O desempenho é decorrente da disciplina fiscal aplicada nos últimos anos. Ainda no ano passado, o Governo do Estado deu início a mudanças estruturantes, que terão impacto positivo nas finanças a curto, médio e longo prazo. Entre essas ações estão a criação da SCPrev, a reforma administrativa e o plano de metas da educação. Em abril, o governo tratou de medidas de enfrentamento à crise econômica nacional e anunciou uma resolução do Grupo Gestor de Governo para barrar novas concessões de aumentos salariais a servidores públicos estaduais até o final do ano. A meta é evitar o crescimento além do previsto para a folha de pagamento, cujos gastos têm beirado o limite legal da Lei de Responsabilidade Fiscal. As projeções são de que a arrecadação cresça 1% (nominal) em 2016. A decisão é motivada, além da crise econômica, pela pressão de sindicatos de diversas categorias. Os reajustes já acertados ou garantidos por legis-

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lação serão mantidos. O que serão barrados são novos pedidos.

Desemprego abaixo da média Enquanto a taxa de desemprego no Brasil chegou a 9% em março, em Santa Catarina se manteve em 4%. O resultado se deve, entre outros fatores, à boa temporada de verão, ao desempenho do agronegócio e a uma série de medidas de gestão focadas no controle das despesas e na eficiência do governo. Conforme o governo, esses 5% de diferença representam, no estado, 200 mil famílias com força de trabalho em utilização.

Antecipação do salário de dezembro Em 2015, por exemplo, governo do Estado decidiu antecipar o pagamento do salário do mês de dezembro e a segunda parcela do 13º salário para todos os servidores ativos e inativos do Estado. Com essa medida, foi injetado na economia catarinense cerca de R$ 2 bilhões em menos de 20 dias. Foram beneficiados 153 mil servidores ativos, inativos e pensionistas vinculados ao Poder Executivo.

Previdência Pública

Com receita bem menor do que as despesas, a Previdência de Santa Catarina é um dos maiores entraves financeiros do Estado. Em 2014, Santa Catarina foi o segundo estado que mais aportou recursos para cobrir a insuficiência financeira da previdência, atrás apenas do Rio Grande do Sul. O Tesouro do Estado desembolsou R$ 3,6 bilhões, dos quais R$ 900 milhões com a contribuição patronal e R$ 2,7 bilhões referente ao déficit (15,30% da Receita Corrente Líquida). Em 2015, a insuficiência com a previdência superou os R$ 3 bilhões, 16% da RCL. A estimativa era de que esse valor alcançaria R$ 7,8 bilhões, até 2020.


Foto: Divulgação SECOM SC

Um novo plano de carreiras irá equalizar os salários dos professores estaduais

O sistema de horas extras está sendo substituído por um banco de horas

Para conter o avanço desse déficit, o governo aprovou na Assembleia Legislativa dois importantes projetos de lei: - SCPrev: Com o objetivo de garantir a sustentabilidade do sistema público previdenciário, foi criada a SCPrev - Previdência Complementar para futuros servidores. O novo modelo trata com isonomia todos os concursados. A adesão ou não ao regime complementar será uma opção de cada servidor. Com a SCPrev, o Estado contribuirá com 28% e servidores com 14% até o teto do INSS de R$ 4.663,75 para salário na aposentadoria. - Reajuste nas contribuições: a administração também elevou a participação previdenciária de todos os servidores (11% para 14%) e do próprio Estado (22% para 28%). A elevação das alíquotas será gradual até 2018. O fundo previdenciário, criado em 2008, foi extinto, e o grupo de servidores pertencentes a ele migraram para o fundo financeiro. Com isso, o Governo chegou a um modelo isonômico de previdência dos servidores do Estado.

Novo plano do magistério A criação do novo Plano de Carreira dos Profissionais da Educação Básica de Santa Catarina tem o objetivo de valorizar os professores com maior experiência e titulação. Com a aplicação da Lei do Piso, em 2011, os profissionais de nível médio e inativos tiveram aumentos superiores a 200%, já para os com graduação, por exemplo, a variação de aumento não chegou a 100%. A ideia é equalizar esta situação com o projeto que tramita na Assembleia Legislativa.

Folha da Segurança Pública O governo instituiu um novo sistema de remuneração por subsídio para servidores das polícias militar e civil e para bombeiros militares. O acordo foi fechado com

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Revista Press Santa Catarina | GESTÃO PÚBLICA os sindicatos representantes das categorias. Em vez de horas extras, adicional de localidade e outras gratificações, ele garante aos profissionais um banco de horas. O sistema permite maior controle e planejamento da folha e diminui significativamente o seu crescimento vegetativo. De janeiro de 2013 a julho de 2014, período anterior ao subsídio, foram pagos cerca de R$ 400 milhões em horas extras, valor suficiente para a compra de dez mil viaturas novas para a polícia militar.

Reforma Administrativa No ano passado, o governo do Estado colocou em prática medidas que buscam enxugar a máquina pública e, ao mesmo tempo, melhorar o atendimento ao cidadão. As primeiras iniciativas nesse sentido são: - Agências reguladoras: fusão da Agência Reguladora de Serviços Públicos de Santa Catarina (Agesc) com a Agência Reguladora de Serviços de Saneamento Básico do Estado de Santa Catarina (Agesan), criando a Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc). O objetivo foi enxugar estruturas, sem, no entanto, reduzir atribuições. A Aresc atua na regulação dos serviços públicos de saneamento básico, recursos hídricos, recursos minerais, gás natural, energia elétrica, além de outros serviços delegados pela União, estados e municípios. - Agências de Desenvolvimento Regional (ADRs): As Secretarias de Desenvolvimento Regional (SDRs), criadas em 2007, foram transformadas em Agências de Desenvolvimento Regional (ADRs) e a SDR de Florianópolis foi extinta. Em seu novo modelo, essas estruturas absorverão todas as atribuições atualmente conferidas às SDRs, mas sem “status” de secretaria. Com a mudança, o governo do Estado reduziu 106 cargos de provimento em comissão e cancelou 136 funções gratificadas.

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Dívida Pública Santa Catarina discute o uso de juro sobre juro a renegociação da dívida do Estado junto à União. No início de abril, o governo estadual conseguiu uma vitória importante junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), que concedeu liminar autorizando, na prática, o Estado a pagar somente o valor que considera devido à União. No caso de Santa Catarina, os cálculos mostram que a conta está praticamente zerada. O STF concedeu ainda liminar proibindo a União de reter recursos das contas do Estado como penalidade por Santa Catarina não depositar as parcelas mensais de cerca de R$ 89 milhões. Ainda assim, o Governo do Estado decidiu colocar a quantia em uma conta administrativa, uma vez que o mérito do mandado de segurança não foi julgado pelo STF. O caso remonta a 1998, quando a União e Estado Santa Catarina firmaram contrato de refinanciamento da dívida pública catarinense vigente à época: R$ 4 bilhões. Até hoje, o Estado pagou cerca de R$ 13 bilhões e ainda deveria mais de R$ 8 bilhões. A lista dos Estados mais endividados é liderada pelo Rio Grande

SC Após questionar no STF o cálculo dos juros usados pela União, SC poderá ter sua dívida quitada

do Sul com 216,62% (acima do limite máximo), seguido de Minas Gerais (195,25%) e Rio de Janeiro (186,06%). Neste ranking, Santa Catarina está na 16ª posição.

Gestão tributária O forte combate à sonegação fez a diferença num ano de queda na arrecadação tributária. Durante 2015 foram realizadas 250 operações, incluindo ações presenciais e de cruzamento de informações. O número é o dobro do planejado pela fiscalização. O fisco também reforçou a cobrança de débitos de ICMS. Durante o ano, foram feitos cerca de 100 mil contatos com contribuintes que devem à Fazenda. A ação resultou em R$ 1,1 bilhão de pagamentos à vista ou parcelados.

Geração de riqueza Em 2015, o estado tomou algumas medidas para minimizar os efeitos da crise econômica, ações que continuam neste ano. Uma força-tarefa envolvendo vários órgãos foi realizada para reduzir burocracias e estimular o segmento de geração de energia limpa. A Fundação do Meio Ambiente emitiu 26 licenças para empreendimentos hidrelétricos, de biomassa e de biogás, um investimento de R$ 571 milhões que vai gerar energia para atender 857 mil catarinenses. A Fazenda prorrogou para 2021 a isenção de ICMS para operações com equipamentos e bens relacionados à produção de energia eólica e solar. No setor portuário, foram assinados protocolos de intenções com dez empresas para instalação e ampliação de atividades que vão impulsionar os portos. Elas se comprometeram a investir um total de R$ 2,7 bilhões em três anos, o que deve gerar 645 novos empregos diretos.


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Revista Press Santa Catarina | AGRONEGÓCIOS

Campo que fomenta a indústria e a exportação S

anta Catarina possui um dos mais avançados parques agroindustriais do Brasil, representado pelas avançadas cadeias produtivas da avicultura e da suinocultura. Essa estrutura é resultado de um volume de abates de mais 1 bilhão de aves e 12 milhões de suínos por ano, sustentando mais de 150 mil empregos diretos e indiretos na agroindústria. O segmento é dos mais importantes, com empresas como BRF, Seara, Aurora Alimentos e Bunge atuando fortemente na produção e exportação destes produtos. Ano passado, a venda para o exterior de grãos e de produtos manufaturados pela agroindústria de Santa Catarina resultou em US$ 5,6 bilhões em negócios. Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc), José Zeferino Pedrozo, um dos principais insumos para o funcionamento dessas gigantescas cadeias produtivas é o milho. Por isso, o sucesso ou o fracasso da cultura do milho reflete diretamente na economia catarinense. Em 2005, 106 mil produtores rurais catarinenses cultivavam 800 mil hectares com milho e

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colhiam entre 3,8 e 4 milhões de toneladas. Nesses dez anos, a área plantada foi se reduzindo paulatinamente e, em 2015, foram cultivados entre 250 mil e 300 mil hectares de lavouras para uma produção estimada em 2,5 milhões de toneladas.

O agronegócio injeta US$ 5,6 bilhões, por ano, na balança comercial catarinense Segundo o executivo, a exemplo do que é percebido em outros estados brasileiros, os produtores migraram para a soja, um produto com grande liquidez no mercado de commodities, menor custo de produção e melhor remuneração

final aos agricultores. O agronegócio catarinense, além dos animais, se destaca pela produção de maçãs (primeiro do Brasil), arroz (segundo), fumo (segundo) e cebola (primeiro), entre outas culturas. Dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina (Epagri) mostram que o modelo de propriedade agrícola que hoje predomina no Estado é um exemplo de eficiência que se reproduz na maioria das regiões. Embora nem todos os segmentos sociais percebam as transformações que ocorreram no campo, o fato é que a paisagem mudou e os avanços estão presentes em praticamente todas as atividades. A produção vegetal hoje conta com cultivares adaptados, sistemas e tecnologias que permitem acompanhar todas as etapas das atividades desenvolvidas. A produção animal também se aprimorou e as novas técnicas de manejo, nutrição e reprodução ampliaram a renda dos produtores e pecuaristas catarinenses.


Principais produtos da agropecuária catarinense 5º

Maçã 650 mil ton.

Leite 3 bi. de litros

Arroz 1 mi. de toneladas

Cebola 475 mil ton.

Fumo 255 mil ton.

Milho 3 mi.de toneladas

Carne bovina 153 mil ton.

Carne suína 854 mil ton.

Soja 2 mi. de toneladas

Uva 68 mil ton.

Trigo 157 mil ton.

Banana 709 mil ton.

Carne de Frango 2,2 mi. de toneladas

Pescados 192 mil ton.

Piscicultura / água doce 40,3 mil ton.

* ostras, mexilhões

Maricultura* 21,5 mil ton.

Exportações do agronegócio catarinense – US$ 1º - carne de frango – 1,9 bilhão 2º - produção madeireira – 1,1 bilhão 3º - complexo soja – 905 milhões 4º - carne suína – 591 milhões 5º - fumo – 550 milhões Total das exportações catarinenses – US$ 8,9 bilhões (4% do Brasil – US$ 225,1 bilhões) Total do agronegócio – US$ 5,6 bilhões em SC (6,2% do Brasil – US$ 90,6 bilhões)

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Revista Press Santa Catarina | lado b

Dicas especiais de quem mora em Santa Catarina

S

empre que se vai a algum lugar, é bom recorrer a quem mora e conhece mais de perto este lugar para nos dar dicas sobre lugares, passeios e coisas especiais para se fazer. Perguntamos para pessoas, das mais diversas regiões, idades e profissões, que dicas poderiam dar a quem deseja conhecer melhor de Santa Catarina. Nesta página e na página 26, publicamos algumas dessas dicas.

Rota do Puma Por Pedro Bittencourt, 17 anos, estudante

Dica: Rota do Puma. Onde fica: em Timbé do Sul, próximo a Sombrio e Araranguá (Sul de SC). Descrição: longe de centros urbanos, a Rota do Puma inclui cachoeiras no meio da mata, trilhas com guias especializados por onde se chega a cachoeiras escondidas. O visitante também pode cruzar por cavernas com desenhos ruprestes. A melhor época para ir é no outono e primavera, com temperaturas mais amenas. Mais informações: www.timbedosul.sc.gov.br/turismo

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Dica: Cachoeira dos Tropeiros. Onde fica: em São Pedro Alcân

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Treze Tílias Por Clemir Comunello, 66 anos, radialista

Dica: a cidade de Treze Tílias. Onde fica: Oeste catarinense, a 95 km de Concórdia. Descrição: é a capital catarinense da escultura em madeira, preservando a arte de entalhar trazida da Europa pelos imigrantes austríacos. Um dos destaques é o Parque Lidendorf, com 45 mil metros quadrados. Além de lago e restaurantes, há uma minicidade, de 350 metros quadrados, toda feita em madeira. Mais informações: www.trezetilias.com.br.

Cachoeira dos Tropeiros Por Diógenes Barros Rodrigues, 31 anos, ciclista e programador industrial

Onde fica: em Caçador. Descrição: a Patrona nasceu do hobby de alguns amigos que resolveram fazer cerveja artesanal nas dependências de uma empresa da cidade. Os proprietários e funcionários da fábrica faziam ali mesmo um happy-hour nas sextas-feiras regados com a bebida. Depois disso, as cervejas oferecidas foram aprimoradas e, a pedidos, comercializadas. E assim, de boca em boca, que a cervejaria ficou conhecida na região. Mais informações: www.patrona.com.br

tara, município a 35 km de Florianópolis. Descrição: a cidade foi a primeira colônia alemã de Santa Catarina. Tem belas paisagens rurais e cachoeiras, como a dos Tropeiros. Tem esse nome porque a rota que passa pela queda de água era utilizada pelos cavalarianos para levar mantimentos para a cidade. A trilha para chegar à cachoeira dura cerca de 20 minutos e é muito apreciada por ciclistas. Mais informações: www.pmspa.sc.gov.br.

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Cervejaria Patrona Por Mariana Pivatto, jornalista, 34 anos

Dica: Cervejaria Patrona.

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Museu do Ferro de Passar Por Gustavo Polidoro, 38 anos, economista

Onde fica: Joinville. Descrição: o museu possui mais de 500 modelos de ferros de passar em seu acervo que mostram a evolução do utensílio ao longo da história. Há no local desde os pesados ferros a brasa até os elétricos, leves e práticos. Os utensílios pertencem a um colecionador particular e têm por objetivo mostrar o desenvolvimento da indústria e da tecnologia ao longo da história bem como relembrar hábitos e costumes de diferentes nações. Mais informações em www.museudoferrodepassar.com.br


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Revista Press Santa Catarina | COMÉRCIO

Roteiros de compras em todas as regiões S

egmentos que respondem por 62% do PIB de Santa Catarina, comércio e serviços empregam quase 1,5 milhão de pessoas. Desde o pequeno varejo até grandes shopping-centers passando pelas peculiaridades das lojas de cada região, no Estado as opções de compras e os serviços estão entre os melhores do Brasil. O presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt, destaca, entre as últimas ações, a campanha contra o retorno da CPMF. Com o mote “Já tá pesado demais”, em alusão à possível recriação da CPMF, a federação reforça publicamente a contrariedade à volta do tributo e qualquer aumento de imposto. Só em Santa Catarina, segundo dados da entidade, a CPMF poderá retirar R$ 1,3 bilhão da economia, se aprovada com a alíquota de 0,2% sobre todas as transações bancárias. O efeito da CPMF é especialmente prejudicial ao comércio e aos serviços que se encontram na ponta das cadeias produtivas. Por ser regressiva, afeta de forma generalizada os preços para o consumidor final. Também incorpora-se aos custos de produção e assim não pode ser desonerada. Por fim, segundo a Fecomércio SC, representa uma dupla tributação, já que o recolhimento de qualquer outro tributo embute a sua cobrança. Por ser um dos setores mais abrangentes e que envolve diversas atividades econômicas- comércio, serviços, transporte, alimentação,

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alojamento, cultura e lazer- o turismo é um dos motores do desenvolvimento do Estado que impacta em toda a sociedade. Para a Fecomércio SC e Sebrae-sc, a atividade é vista como essencial: cerca de 95% das empresas que trabalham com turismo são de micro e pequeno portes em Santa Catarina. No varejo tradicional, apesar da crise que fechou 5,5 mil lojas ano passado, o estado tem desde pequenas unidades comerciais até empreendimentos de grande porte. Tanto a população local quanto os turistas encontram em Santa Catarina fortes opções nesta área. Em termos de shoppings, são 21 espalhados por cidades como Florianópolis, Joinville, Brusque, Blumenau, Criciúma e Balneário Camboriú. Santa Catarina está no sexto lugar do ranking nacional de shopping-centers, com uma Área Bruta Locável (ABL) de 527 mil m² de lojas. Quatro deles, de grande porte, estão na região da Capital: Iguatemi, Floripa Shopping, Continente Park (em São José) e Beira-Mar. Do setor têxtil a cristais e cerâmicas Do varejo catarinense, o setor têxtil é um dos mais atraentes e famosos, com destaque para o segmento de cama, mesa e banho e os artigos de vestuário como jeans e calçados. Outros produtos como cristais, porcelanas, móveis e artigos típicos catarinenses estão disponíveis no atacado e no varejo num roteiro de compras que

abrange belas cidades do Estado. Em Blumenau, a produção local inclui toalhas, porcelanas, cerâmicas, brinquedos, doces e chocolates. Também há artigos típicos, como canecos de chopp, chapéus de feltro, camisetas, bonecas vestidas de “Frida” e produtos de cama, mesa e banho que levam a marca “Blumenau”. Ainda no Vale do Itajaí, a vizinha Pomerode, cidade de 30 mil habitantes, é famosa pelas marcas de porcelanas e cristais. Há lojas e revendas com preços convidativos de fabricantes como Porcelanas Schmidt, Cristais Di Murano, Master Wood (Behling), Souvenir Ecke e Pedrini Porcelanas. Maior polo de pronta-entrega de confecções do Sul do Brasil, Brusque recebe, diariamente, mais de 3 mil turistas e pequenos comerciantes. Destaque para os quatro grandes centros comerciais na entrada da cidade que vendem malhas, jeans, calçados, tecidos, cama, mesa e banho, no atacado ou varejo. Apesar da vocação industrial, Joinville também produz roupas de cama, mesa e banho, que podem ser encontrados no Centro Comercial Expoville, à margem da BR-101. Um pouco adiante de Jaraguá do Sul, bem próximo à divisa com o Paraná, o município de São Bento do Sul atrai turistas que lotam a cidade em busca de mesas, cadeiras, estantes, camas e


aparadores. As revendas de fábricas de móveis estão espalhadas ao longo da BR-280. No Sul do Estado não faltam opções. Sombrio se destaca na produção têxtil e calçadista. Shoppings de venda direta de fábrica às margens da BR-101 atendem atacado ou varejo. A 60 km dali, Criciúma é o terceiro maior produtor de calças jeans do Brasil – os produtos podem ser encontrados facilmente nas lojas da cidade. Já Tijucas sedia uma das maiores fábricas brasileiras de revestimentos e pisos, a Cerâmica Portobello. Esses artigos podem ser adquiridos, a preços bem inferiores ao do mercado, em ponta de estoque,

nas margens da BR-101, Km 163. Mercado Público de Floripa Na Capital, além dos produtos típicos encontrados no pequeno comércio espalhados pelas praias da ilha, uma boa opção é o Mercado Público. Inaugurado em 1898, o belo prédio tem duas alas interligadas por pontes, além de duas torres. No vão central, diversos bares reúnem nativos e turistas. Atingido por um grande incêndio em 2005 na ala norte do edifício, o Mercado Público passou por uma grande revitalização. Foi praticamente reconstruído, preservando-se os mesmos conceitos arquitetônicos antigos.

A Havan - cujo nome resulta da junção das sílabas iniciais de Hang e Vanderlei, sobrenome e nome dos sócios fundadores é uma das maiores redes de varejo do Brasil, onde se encontra desde roupas de cama, mesa e banho, até móveis, brinquedos e ferramentas.. Com sede em Brusque, já possui 93 lojas espalhadas por 14 estados brasileiros. Com uma arquitetura que lembra a Casa Branca e uma réplica da Estátua da Liberdade, suas lojas são um ícone do varejo catarinense e se confundem com a paisagem das maiores cidades do estado. Atualmente possui 93 lojas nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia, Tocantins, Bahia e Pernambuco

Em 2013, outra reforma melhorou as instalações e permitiu que o mercado ampliasse o horário de funcionamento: atualmente, fica aberto das 7h às 19h em dias úteis e das 7h às 14h aos sábados. Os bares, em dias úteis, podem abrir até as 22h e, nos fins de semana e feriados, até às 17h. Nos 140 boxes encontra-se artesanato, utensílios e alimentos típicos da região. No verão, a Gelateria 32, localizada no box 18, fica lotada de compradores em busca dos famosos sorvetes artesanais. Já o Bazar Caramuru, no box 62, é parada obrigatória quem quer levar uma lembrança da ilha, com seu variado artesanato.

No centro de Pomerode, há várias lojas onde você pode comprar de louças e cristais, deliciosos chocolates. O posto de vendas da Oxford Cristais fica na rua 21 de Janeiro, 2850. Também no centro, na rua XV de Novembro, 290, você vai encontrar a loja da Nugali, uma das únicas marcas no Brasil a fabricar seu próprio chocolate. Separe um bom espaço no porta-malas do seu automóvel porque você vai querer levar um monte de coisas bonitas para a sua casa. Ah, claro, e várias caixas de chocolate.

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Revista Press Santa Catarina | LADO B

...mais dicas Ostras no Ribeirão da Ilha Onde fica: Ribeirão da Ilha, no Sul de Florianópolis. Descrição: o restaurante Ostradamusé famoso por servir ostra depurada, prato que tem ganhado mais adeptos de quem visita esta bela região da Ilha de Santa Catarina. A depuração consiste na filtragem e purificação do molusco, garantindo mais segurança no seu consumo. Primeira povoação açoriana de Florianópolis, distante a 36 Km do centro, Ribeirão da Ilha ainda guarda um belo casario colonial. Há várias opções gastronômicas e um museu. Mais informações: ostradamus.com.br

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Por Patricia Luva, 30 anos, professora universitária Onde fica: Centro de Florianópolis (avenida Hercilio Luz, 1179). Descrição: escondida no Centro de Floripa, a Hamburgueria Boemia serve ótimos burgers feitos com pão artesanal para uma clientela que costuma ficar até a meia-noite no local, que também oferece cervejas artesanais, sucos e caipirinha. Destaque para o Boemia Burger, com duplo hamburguer de alcatra e cebolas na chapa. Há versões mais light, com ricota no cardápio.

Tralharia

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Museu Entomológico Fritz Plaumann Por Caren Zaballa, 40 anos, funcionária pública Dica: museu dos insetos, o maior da América Latina. Onde fica: distrito de Nova Teu tônia, em Seara, no Vale do Con testado. Descrição: a cidade de Seara, próxima a Chapecó, abriga o maior museu dedicado ao estudo de insetos da América Latina – tudo graças ao alemão Fritz Plaumann, que chegou a Santa Catarina na década de 1920. Autodidata, ele catalogou, durante 70 anos, mais de 17 mil espécies de insetos. A construção tem três pavimentos, conta com laboratórios e equipamentos próprios para manutenção e guarda do acervo. É preciso agendar a visita. Mais informações: www.museufritzplaumann.com.br.

Hamburgueria Boemia

Por José Cláudio Castanheira, 46 anos, professor do curso de cinema da UFSC Onde fica: Rua Nunes Machado,

Dica: o charmoso bistrô Nova York. Onde fica: na Avenida Getúlio Vargas, s/n, em Chapecó. Descrição: escondido em um prédio na principal avenida da cidade, o bistrô surpreende pelo ambiente acolhedor e cardápio sofisticado. As opções são variadas: vão desde um descolado hambúrguer até um delicioso risoto de pêra com gorgonzola. Para harmonizar, a casa oferece uma boa carta de vinhos a preços justos. Mais informações: novayorkbistro.com.br

104, no centro de Floripa. Descrição: mistura de bar, café e loja, o Tralharia abriu no ano passado e já virou um ponto de encontro no Centro Histórico de Florianópolis. O espaço, democrático, vende antiguidades e serve um chope gelado, reunindo diversas tribos da capital: pessoal ligado ao teatro e amigos do cinema são figurinhas fáceis no local. Mais informações www.tralharia.com

Por Julio Cavalheiro, 56 anos, fotógrafo

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Nova York Bistrô Por Jéssica Camargo Geraldo, 29 anos, servidora pública.

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Samba do Neco Por Jana Hoffmann, 37 anos, jornalista. Dica: roda de samba do Rancho do Neco. Onde fica: rua Gilson Xavier, 2.919, no Sambaqui, norte da ilha, em Florianópolis. Descrição: o ritmo musical mais brasileiro de todos leva alegria, aos domingos, ao Rancho do Neco, localizado na Ponta do Sambaqui, em Floripa. O bar, frequentado por turistas, pescadores e moradores da região, oferece uma animada roda de samba e encerra em alto astral o fim de semana – a cantoria começa às 19h de domingo e se estende, normalmente, até a meia-noite. A cada fim de semana, mudam os cantores que se apresentam por lá. Mais Informações: www.facebook.com/ranchodoneco


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Revista Press Santa Catarina | COOPERATIVAS

União que dá resultado O

cooperativismo catarinense – estruturado no campo e na cidade – tem registrado ascensão ano a ano, de acordo com projeções da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC). A expressão do setor é reconhecida nacionalmente: as 253 cooperativas catarinenses reúnem 1,755 milhão de famílias associadas e mantêm 52.157 empregos diretos, faturando mais de R$ 23 bilhões por ano – o volume representam 11% do PIB catarinense. Conforme o presidente da OCESC, Marcos Antônio Zordan, o

setor investe na base produtiva, na diversificação de produtos e serviços e na qualificação de colaboradores, dirigentes e associados. Zordan destaca o crescimento da participação feminina no quadro social das cooperativas: cerca de 37% dos associados são do sexo feminino. Os jovens também são destaque: cerca de 255 mil sócios têm até 25 anos, ou cerca de 14,6% do total. As cooperativas dos ramos agropecuário, saúde, crédito, consumo, infraestrutura e transporte registraram o movimento econômico mais expressivo.

Os ramos de trabalho, produção, habitacional, mineral, especial e educacional, mesmo com menor expressão econômica, são instrumentos para a promoção de renda às pessoas físicas organizadas em cooperativas. O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (SESCOOP/SC), vinculado à OCESC, investiu, em 2014 (últimos dados), R$ 17,3 milhões para ações de formação profissional, promoção social e outras atividades, que atenderam 108,2 mil pessoas – entre associados, empregados e dirigentes de cooperativas.

A Cooperativa Central Aurora de Alimentos, com 47 anos de fundação, é a maior do ramo do agronegócio em Santa Catarina. Com 13 cooperativas filiadas, mais de 70 mil famílias associadas e mais de 26 mil empregados (além de outros 8 mil empregados das cooperativas associadas), a Aurora faturou R$ 7, 7 bilhões em 2015.

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Co op e r at iv i sm o no Es tado de Sa n ta C ata r i n a

- 253 cooperativas - Receita: R$ 23 bilhões - 1,755 milhão de famílias associadas - 52.157 empregos diretos - Tributos: recolhimentos de R$ 1,5 bilhão

Ramo Agropecuário - 53 cooperativas - 69 mil associados - Representa 66% do sistema cooperativo catarinense - Receita anual:R$ 15,1 bilhões

Ramo Saúde - 30 cooperativas - 10,8 mil associados - Receita anual: R$ 2,7 bilhões

Ramo Crédito - 64 cooperativas - 1,082 milhão de associados - Receita anual: R$ 2,5 bilhões

Ramo Transporte - 27 cooperativas - 23 mil associados - Receita anual: R$ 1,3 bilhão

Ramo Infraestrutura - 33 cooperativas - 307 mil associados - Receita anual: R$ 529 milhões

Ramo Consumo - 13 cooperativas - 252 mil associados - Receita anual: R$ 933 milhões 29


Revista Press Santa Catarina | INOVAÇÃO

Promoção e atração de investimentos U m dos destaques de Santa Catarina é a agência Investe SC, criada ano passado para atuar na divulgação de oportunidades do Estado e na prospecção de empresas interessadas em realizar investimentos nos setores de alto valor agregado. Conforme a Secretaria do Desenvolvimento Sustentável (SDS), é mais barato investir no Estado que no eixo Rio-SP, sem perder em qualidade tecnológica e de mão-de-obra. O objetivo é reduzir as importações, reforçando o nível tecnológico da indústria e fomentando o desenvolvimento de todas as

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regiões do Estado. A Investe SC também concentra o atendimento das demandas de investidores, acionando os órgãos, entidades e parceiros responsáveis e acompanhando os processos. Dados levantados pelo Observatório de Inteligência Industrial da FIESC mostram que, de um total de 60 mil empresas multinacionais em todo o mundo, 40% pretendem investir em projetos de inovação e pesquisa fora do seu país de origem. Os estudos também indicam que, de 35 mil projetos de investimento de média e alta tecnologia lançados nos

Santa Catarina é o 3º estado mais competitivo do País, oferecendo ambiente favorável aos negócios últimos cinco anos, 73% foram realizados por multinacionais norte-americanas e europeias. Recentemente, um dos projetos mais importantes que o Estado atraiu foi a fábrica da alemã BMW, instalada em Araquari, cidade vizinha a Joinville. Trata-se da primeira unidade da BMW na América Latina, com investimentos de R$ 650 milhões. A capacidade é de 32 mil veículos por ano. Para o presidente da Federação das Associações Empresariais de SC (Facisc), Ernesto João Reck, Santa Catarina, hoje, é classificado como o terceiro estado mais


competitivo do Brasil, ficando atrás apenas do Paraná e São Paulo respectivamente, segundo o Centro de Liderança Pública. “Este é um diferencial da economia catarinense, que tem uma diversificação produtiva muita clara, o que possibilita uma retração econômica menor em momentos como esse de crise”.

Por que investir em Santa Catarina? Conforme a Secretaria do Desenvolvimento Sustentável, companhias multinacionais confirmam que, em Santa Catarina, o ambiente é plenamente favorável aos negócios, a começar pelo fácil acesso a mercados com alto potencial de crescimento. Além disso, o Estado reúne condições ideais para investimentos privados, como mão de obra qualificada; segurança jurídica para os empreendimentos; políticas fiscais de incentivo; robusta infraestrutura e logística; e índices de qualidade de vida superiores à média nacional. O sucesso de Santa Catarina como um Estado que oferece boas oportunidades de trabalho e excelente qualidade de vida pode ser explicado em grande parte pelo desenvolvimento descentralizado, com forte influência da herança cultural dos imigrantes europeus e ênfase na ética do trabalho. A valorização das vocações regionais levou a um crescimento equilibrado, em que cada região desempenha papel cultural e econômico relevante. Em vez de metrópoles repletas de problemas causados pela superpopulação, Santa Catarina conta com a força das cidades médias – nenhuma passa dos 600 mil habitantes.

Programa Catarinense de Inovação (PCI) Um dos programas mais importantes do Estado, é responsável pela implantação dos Centros de Inovação. São 13 unidades, espalhadas

Estudo “Doing Business” do Banco Mundial Dados de Santa Catarina no Brasil

Estado com menor dificuldade de fazer cumprir contratos

Estado com menores custos para registrar propriedades

Estado com menos impostos a pagar;

Estado com maior facilidade para fazer negócios

em cidades-polo em todo o território catarinense, com o objetivo de gerar inovação e conhecimento para qualificar a economia do Estado. O investimento em cada um deles varia entre R$ 5 milhões e R$ 8 milhões. São construídos em parceria entre a Secretaria do Desenvolvimento Sustentável (SDS), prefeituras, iniciativas privadas e universidades, respeitando a vocação econômica de cada região. - Em construção: Itajaí, Joaçaba, Tubarão, São Bento do Sul, Chapecó, Criciúma, Jaraguá do Sul e Lages. - Em fase de projeto: Brusque, Joinville, Rio do Sul e Florianópolis. - Licitado: Blumenau.

Consumo de tecnologia Em Santa Catarina, 41,7% dos lares têm acesso à internet, índice superior à média brasileira (33%). Dos computadores ligados à rede, 58,6% utilizam banda larga no estado, ocupando segunda posição no ranking nacional. Florianópolis é a capital de estado brasileira com maior número de moradores com computador em casa. Balneário Camboriú e São José estão entre as 15 cidades com mais computadores e acesso à internet.

Geração TEC Criado em 2011, o programa Geração TEC oferece oportunidade para jovens e adultos entrarem no mercado de trabalho na área de tecnologia da informação e comunicação (TIC), por meio de cursos gratuitos de curta duração e encaminhamento para as vagas do setor, descobrindo talentos para o mundo da tecnologia e fortalecendo as empresas de TIC do Estado. Nos últimos cinco anos, o programa teve 23.880 jovens inscritos e 6.048 formados. Para os próximos três anos, a meta é fomentar a cultura da inovação, ampliar a oferta de cursos em maior número de áreas e reforçar a importância do programa dentro do PCI, programa responsável pelos Centros de Inovação.

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Revista Press Santa Catarina | ENERGIA

Força para mover o Estado A s Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) é a empresa responsável por levar energia elétrica para mais de 2,5 milhões de unidades consumidores localizadas em 257 municípios catarinenses (91,79% do território do Estado). É uma das maiores empresas do setor elétrico brasileiro, com destaque nas áreas de distribuição e geração de energia. A companhia é, ainda, responsável pelo suprimento de energia elétrica para o atendimento de quatro concessionárias e 16 permissionárias, que atuam nos demais municípios catarinenses. Em 2015, o faturamento da companhia somou R$ 6,4 bilhões. A Celesc mantém um sistema elétrico robusto, formado por 16 pontos de conexão com o Sistema Interligado Nacional; 161 su-

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bestações e quase 165 mil km de redes; mais de um 1,6 milhão de postes e 167 mil transformadores. A Celesc detém, também, o controle acionário da Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGás) e é sócia das empresas Dona Francisca Energética (DFESA), Empresa Catarinense de Transmissão de Energia Elétrica (ECTE), Companhia Catarinense de Água e Saneamento (Casan) e da Usina Hidrelétrica Cubatão, entre outras pequenas participações acionárias. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a capacidade de geração em Santa Catarina, em empreendimentos em operação atualmente, é de 7,3 gigawatts (GW). A maior parcela dessa energia (74,35%) é proveniente de usinas hidrelétricas.

Santa Catarina é o maior produtor brasileiro de carvão, com extração de 7,7 milhões de toneladas / ano

SC +Energia O Programa Catarinense de Energias Limpas foi criado pelo atual governo via Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS), Carlos Chiodini. O objetivo é fazer com que o momento que vive o setor energético do Brasil, muito dependente das chuvas e com aumento no consumo de energia, seja reavaliado nas ações em Santa Catarina. Para dar viabilidade ao programa foram reunidos diversos órgãos estaduais, além de uma força-tarefa para incentivar a atividade financeira do setor e aproveitar o potencial catarinense de geração de energia e manter-se na vanguarda do crescimento. A ideia é fortalecer principalmen-


te as energias consideradas limpas e renováveis, como Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs), eólica, solar e biomassa. São atividades de baixo impacto ambiental, menor que as fontes de energia com origem nos combustíveis fósseis. Os projetos previstos podem gerar mais de 1 Gigawatt (GW). Lançado em junho de 2015, o SC+Energia apresenta resultados. Até janeiro último, a Fundação do Meio Ambiente (Fatma) liberou 11 Licenças Ambientais de Instalação (LAI), o que representa R$ 511 milhões em investimentos no Estado. São Pequenas Centrais Hidrelétricas PCHs, Centrais Geradoras Hidrelétricas CGHs e Fotovoltaicas que começam a se instalar em solo catarinense e que, quando estiverem ativas, vão gerar 114,7 megawatts (MW), o suficiente para abastecer 157 mil residências. “A questão da energia é essencial para o crescimento e apostamos nas fontes limpas para aliar o desenvolvimento à sustentabilidade. Nossa meta era gerar mais mil MW e, com

estes resultados, sabemos que vamos superar os números iniciais”, avalia o secretário do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS) e coordenador do projeto, Carlos Chiodini. Além dos empreendimentos liberados, 64 novos projetos estão tramitando no programa, e quando implantados, irão gerar mais de 2 mil megawatts (MW).

A importância do carvão Com a extração de 7,7 milhões de toneladas por ano, Santa Catarina é o maior produtor brasileiro de carvão (54%), apesar de ser o segundo estado em reservas (atrás do Rio Grande do Sul). Praticamente todo o carvão é utilizado nas usinas térmicas. Uma pequena parte do mineral segue para aproveitamento em indústrias cerâmicas, de cimento e mineração. Fica em Santa Catarina, mais precisamente no município de Capivari de Baixo, próximo a Tubarão, o maior complexo térmico movido a carvão do Brasil. A Térmica Jorge Lacerda, na ver-

dade, é composta por sete usinas interligadas com capacidade de 857 MW – o suficiente para abastecer uma cidade de 8 milhões habitantes. A empresa é gerida pela Tractebel, e está localizada próximo a uma grande bacia carbonífera de quase 100 quilômetros de comprimento e 20 quilômetros de largura média, entra a Serra Geral e o mar. Trabalham no local 6 mil pessoas, diretamente, e outras 35 mil indiretamente, movimentando a economia de dez municípios do Sul Catarinense. O vapor gerado pela queima do carvão vem sendo aproveitado na produção de eletricidade desde o fim do século 19. É a fonte energética mais abundante no planeta. Diferentemente do petróleo, cujo controle está nas mãos de poucos, o carvão é barato e distribuído por todo o mundo. No Brasil, ele representa 42% dos recursos energéticos em toneladas equivalentes de petróleo (TEP), fatia maior do que o petróleo e o gás natural somados. Existem 13 usinas termelétricas a carvão em operação no País, que representam 1,4% da geração nacional.

Gás natural Consumo (m³/dia) Indústria – 1,5 milhão Automotivo – 276 mil Comercial – 17 mil Residencial – 2,2 mil Total: 1,8 milhão

Energia elétrica Consumo anual por classe (MWh) Indústria - 9,8 milhões Residencial – 5,3 milhões Comercial – 3,9 milhões Rural – 1,3 milhão Iluminação pública – 571 mil Poder Público – 432 mil

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Revista Press Santa Catarina | portadores do futuro

Portadores do Futuro

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antido e criado pela FIESC, o programa Portadores do Futuro, como diz o nome, busca identificar os setores industriais mais promissores no futuro, baseado nas vantagens competitivas de Santa Catarina em relação às tendências que vêm pela frente. Ele integra um projeto maior, denominado Programa de Desenvolvimento Industrial Catarinense (PDIC), elaborado pela FIESC para estruturar e desenvolver a atividade no Estado em um horizonte de planejamento que vai até 2022. O objetivo é envolver empresas, governo, terceiro setor e instituições de ensino na articulação de ações para potencializar o desenvolvimento industrial catarinense. De acordo com o presidente da FIESC, Glauco Côrtes, especialistas de todo o Brasil, muitos deles mestres e doutores e referências em suas áreas, auxiliam na construção do programa.

Rotas estratégicas setoriais Com este segundo projeto, a FIESC tem o objetivo de sinalizar caminhos de construção do futuro para cada um dos setores e áreas identificados no Projeto Setores Portadores de Futuro. Os setores selecionados são

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considerados como os mais promissores para a indústria do estado no horizonte até 2022. A partir dessa identificação, evidencia-se a necessidade de concepção de mapas de trajetórias a serem percorridas para ampliar a competitividade de cada um dos setores. Com as rotas definidas, pode-se esboçar visões de futuro para cada um dos setores e áreas selecionados; elaborar agenda convergente de ações de todas as partes interessadas para concentrar esforços e investimentos; identificar tecnologias-chave para a indústria de Santa Catarina; e elaborar mapas com as trajetórias possíveis e desejáveis para cada um dos setores ou áreas estratégicas. A construção das Rotas Estratégicas se dá a partir da elaboração de estudos preparatórios, da organização e condução de painéis com empresários, especialistas de cada setor, consolidando-se os resultados por meio de publicações. Durante os painéis, diferentes agentes esboçam visões de futuro, elaboram agendas convergentes de ações para concentrar esforços e investimentos, identificam tecnologias-chave e elaboram mapas com as trajetórias possíveis e desejáveis para cada um

dos setores ou áreas estratégicas da indústria de Santa Catarina.

São 16 setores portadores de futuro

- Agroalimentar - Bens de Capital - Celulose e Papel - Cerâmica - Construção Civil - Economia do Mar - Energia - Indústrias Emergentes - Meio Ambiente - Metalmecânica e Metalurgia - Móveis e Madeira - Produtos Químicos e Plástico - Saúde - Tecnologia da Informação e Comunicação - Têxtil e Confecção - Turismo


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Revista Press Santa Catarina | AEROPORTOS

novo aeroporto de Florianópolis receberá investimento de r$ 1 bilhão Movimentação anual dos terminais

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anta Catarina possui quatro aeroportos administrados pela Infraero: Florianópolis, Navegantes, Joinville e Criciúma. Juntos, os terminais recebem cerca de 5,6 milhões de passageiros anualmente. O de Florianópolis integra a próxima rodada de concessões da estatal federal, com o objetivo de modernizá-lo devido ao grande fluxo de turistas e de carga que hoje passam pela capital catari-

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Florianópolis: 3,63 milhões de passageiros/ano Navegantes: 1,35 milhão de passageiros/ano Joinville: 495 mil passageiros/ano Criciúma: 75 mil passageiros/ano Total: 5,6 milhões de passageiros/ano

nense. A previsão é que, até julho, o processo seja finalizado. Conforme a Infraero, serão exigidos, da iniciativa privada, R$ 1 bilhão em investimentos no aeroporto. As principais obras previstas são a construção de um novo terminal de passageiros e um terminal de cargas, um novo pátio de aeronaves e ampliação da pista de pouso e decolagem. A concessão será de 30 anos.


Aeroporto Internacional Hercílio Luz:

Aeroporto Int. de Navegantes Ministro Victor Konder:

No dia 7 de setembro de 1922, o Decreto Nº 15.672, estabeleceu o Sistema de Defesa Aérea do Litoral do Brasil, com bases navais, um porto militar e outras edificações, onde, para instalação de um desses Centros foi escolhida a Ilha de Santa Catarina. Este era o início do Aeroporto Internacional Hercílio Luz, o principal a servir a capital catarinense. Pátio de aeronaves: 20.187 m² Pistas (dimensões – comprimento x largura): 2.300m x 45m 1.500m x 45m Terminal de Passageiros: 9.440 m² Capacidade/ano: 4,1 milhões de passageiros Movimento/ano: 3,6 milhões de passageiros Estacionamento de veículos: 539 vagas

O atual Aeroporto Internacional de Navegantes originou-se com a construção da pista de pouso e decolagem e de pátio de estacionamento para pequenas aeronaves em terras da Rela Fazenda, localizada no litoral, a três quilômetros a Nordeste do centro do município de Navegantes, inaugurado em 12 de março de 1970. É o principal terminal a servir a região do Vale do Itajaí. Pátio de Aeronaves: 20.276 m² Pista (dimensões – comprimento x largura): 1.701 m x 45 m Terminal de Passageiros: 5.200 m² Capacidade/ano: 1,4 milhão de passageiros Movimento/ano: 1,35 milhão de passageiros Estacionamento de veículos: 344 veículos

Aeroporto de Joinville Lauro Carneiro de Loyola:

Aeroporto de Criciúma Domício Freitas:

Em 8 de março de 2004, em meio às comemorações dos 153 anos de Joinville, a cidade ganhou um novo aeroporto. O nome, Aeroporto de Joinville - Lauro Carneiro de Loyola, foi dado em homenagem ao empresário e político que, durante sua carreira política, foi Cônsul da Bélgica em Joinville e, por quatro vezes, eleito deputado federal por Santa Catarina. Pátio de Aeronaves: 15.010 m² Pista (dimensões - comprimento x largura): 1.540m x 45m Terminal de Passageiros: 4.000 m² Capacidade/ano: 0,8 milhão de passageiros Movimento/ano: 0,5 milhão de passageiros Estacionamento de veículos: 300 veículos

Serve a população de Forquilhinha e Criciúma, além da Região Sul do Estado. Seu nome é uma homenagem ao empresário Diomício Freitas. Desde março de 2006 é administrado pela Infraero, que firmou convênio com o governo do estado de Santa Catarina para prestação de serviços de administração, operação, exploração, manutenção e desenvolvimento da sua infraestrutura. Pátio de Aeronaves: 4.073,13 m² Pista (dimensões – comprimento x largura): 1.425m X 30m Terminal de Passageiros: 529,54 m² Capacidade/ano: 0,1 milhão de passageiros Estacionamento de veículos: 60 vagas


Revista Press Santa Catarina | Matéria de capa

Foto: Jefferson Bernardes /Agencia Preview

Dos portos para o mundo Q

uatro portos estrategicamente distribuídos pelos 500 km da costa catarinense fazem do Estado um grande hub logístico. Cada um dos terminais tem características físicas e geográficas diferentes, assim como concessões diferenciadas. São porta de saída para as exportações de Santa Catarina, que envia carnes, madeira e máquinas para diversos países.

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Foto: Divulgação Porto de Itajaí

Imbituba O Porto de Imbituba está localizado no litoral sul, a 90 km de Florianópolis. É um terminal de enseada e não necessita de canal de acesso. As profundidades no porto são de 9,5 metros, nos três berços convencionais; e 8 a 9 metros na rampa para navios tipo roll-on roll-off. Ele é atendido pela FTC – Ferro-

via Tereza Cristina e pela BR 101. Tem a única concessionária privada do Brasil, a Companhia Docas de Imbituba. A ZPE – Zona de Processamento de Exportação de Imbituba - está a 6 km do porto. Entre as cargas movimentadas, destaque para produtos químicos e fertilizantes; coque (derivado de carvão); congelados e açúcar.

O Porto de Itajaí é o 3º porto brasileiro com maior movimento e o 1º porto brasileiro com carga refrigerada em contêineres, possuindo o maior conjunto de armazéns refrigerados dos portos do Brasil. É um importante complexo portuário que atende aos mercados importadores e exportadores de 21 estados brasileiros. Dos US$ 9 bilhões exportados por Santa Catarina em 2015, US$ 6,3 bilhões passaram por Itajaí. Nas importações, o resultado não foi diferente: do total de US$ 16 bilhões comprados do exterior

pelo Estado, US$ 6,8 bilhões entraram pelo terminal. Itajaí teve o primeiro píer exclusivo para passageiros alfandegado e fora da área portuária do Brasil, o Terminal de Passageiros Guilherme Asseburg. Inserido no centro histórico do município, é dotado da infraestrutura necessária para receber navios de passageiros em rotas nacionais e internacionais, além de salas para embarque e desembarque. Em 15 anos de operação, já recebeu 340 mil turistas.

Itajaí O Porto de Itajaí fica no litoral centro, a uma distância de 110 km de Florianópolis, na foz do Rio Itajaí-Açu. Tem profundidade de 9,5 metros em seus quatro berços e 9,9 metros no canal de acesso de 3,2 km. A BR 101, que corta o município, facilita a chegada ao porto, tendo três acessos distintos. A concessão é da Administradora Hidroviária Docas Catarinense (ADHOC), vinculada à Prefeitura Municipal de Itajaí. A 14 km opera a EADI – Estação Aduaneira de Interior, administrada pela Portobello.

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Laguna

Exportações catarinenses Carnes US$ 2,5 bilhões Reatores e transformadores US$ 1,3 bilhão Grãos US$ 835 milhões Máquinas e material elétrico US$ 807 milhões Madeira e carvão US$ 575 milhões Tabaco US$ 550 milhões Peixes e crustáceos US$ 385 milhões

O Porto de Laguna está situado no litoral sul, a 110 km da Capital do Estado. É um terminal lacustre, localizado na Lagoa de Santo Antônio, com 6 metros de profundidade, um canal de acesso de 8 a 9 metros e 1,95 km de extensão. O Porto de Laguna

está a 8 km da BR-101. É operado pelo Governo Federal por intermédio da Administração do Porto de Laguna vinculado à CODESP – Cia Docas do Estado de São Paulo. É um porto pesqueiro e movimenta pescado e gelo produzidos em fábrica própria.

Principais empresas exportadoras BRF – Brasil Foods US$ 1,1 bilhão Seara US$ 837 milhões Weg US$ 762 milhoes Bunge US$ 700 milhões Aurora US$ 487 milhões

Itajaí US$ 3,9 bilhões Joinville US$ 1,3 bilhão São Francisco do Sul US$ 1,2 bilhão Jaraguá do Sul US$ 794 milhões Destinos exportações catarinenses Estados Unidos US$ 1,15 bilhão China US$ 978 milhões Japão US$ 526 milhões Rússia US$ 490 milhões Argentina US$ 436 milhões Holanda US$ 405 milhões Total exportações: US$ 9 bilhões

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Foto: Divulgação

Municípios exportadores

São Francisco do Sul O Porto de São Francisco do Sul, localizado na Baía da Babitonga, litoral norte, distante 190 km de Florianópolis, é de águas profundas e bem abrigado. As profundidades variam de 8 a 11 metros nos seus quatro berços e 11 metros no canal de navegação, que tem 9,3 km de extensão. O porto é atendido pela ferrovia ALL – América Latina Logística, pela BR-280 e fica cerca de 40 km da BR 101. O terminal tem como concessionária a APSFS – Administração do Porto de São Francisco do Sul, vincu-

lada à Secretaria de Desenvolvimento Regional de Joinville. Destaca-se, aqui, as atividades com o complexo soja (farelo, grão e óleo) e carga geral em contêineres.O Porto de São Francisco do Sul é o 4º porto brasileiro no complexo de soja e o 5º porto do País em movimentação de contêineres. Entre as principais rotas de graneis estão a China (soja), a América do Sul, a África, o Oriente Médio (milho) e a Europa (milho e farelo). Os Estados Unidos recebem madeira e contêineres, assim como a Ásia.


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Revista Press Santa Catarina | INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE

Desenvolvimento que O Estado de Santa Catarina tem 95,4 mil km² de área. Além das estradas municipais, são 2.606 km de rodovias federais e 6.000 km de rodovias estaduais. Apesar da extensa malha para uma área relativamente pequena, das 293 cidades catarinenses, cerca de 50 delas contam com apenas acesso por terra. Mas, segundo o governo do Estado, a realidade desses catarinenses vem mudando. Muitos já têm seu município com acesso pavimentado, outros estão recebendo as obras. A meta é zerar este saldo, levando a infraestrutura a todos os municípios. Para tanto, há apoio do BID, que participa e financia obras nas estradas estaduais desde 1980. No caso das cidades, existe o Programa de Apoio ao Sistema Viário Municipal, que promove parcerias para gerar desenvolvimento em todo o estado. Junto com as administrações municipais, o governo do Estado promove condições de tráfego e de segurança

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para as rodovias urbanas. Também reduz, assim custos com transportes, gerando desenvolvimento turístico e econômico nas microrregiões. Existe, ainda, o Pacto das Estradas, projeto que integra o Pacto por Santa Catarina, grande programa de gestão dos projetos de infraestrutura com um total de investimentos de R$ 7 bilhões. O financiamento provém de instituições financeiras como BNDES, Banco do Brasil e BID. O plano de ação inclui diversas obras de infraestrutura em rodovias e, consequentemente, resulta na melhoria na qualidade de vida dos catarinenses. A Secretaria de Estado da Infraestrutura trabalha em mais de 100 rodovias, mais de 2 mil quilômetros de obras em estradas e com um investimento de mais de R$ 3 bilhões.

Ponte Hercílio Luz

A recuperação de um patrimônio cultural dos catarinenses está em

execução. A Ponte Hercílio Luz, construída entre 1922 e 1926, é o cartão postal de Santa Catarina. Sua reabilitação preservará um dos mais importantes e significativos patrimônios catarinenses.A restauração também resgatará a lembrança e ousadia da engenharia catarinense e do seu idealizador, o ex-governador Hercílio Luz. Em março passado, governo e a empresa Teixeira Duarte assinaram um contrato, no valor de R$ 262,9 milhões, para a execução da última etapa de obras, com prazo máximo de execução de 30 meses. Entre os principais passos da etapa final estão o reforço das fundações e da estrutura central da ponte, a transferência definitiva de carga (a ponte volta a sustentar seu próprio peso) e a montagem do novo pavimento, incluindo uma ciclovia. A Ponte Hercílio Luz foi oficialmente inaugurada em 13 de maio de 1926 e fechada para o tráfego de veículos, pela primeira vez, em 22 de janeiro de 1982. Em 1988,


corta o Estado foi reaberta somente ao tráfego de pedestres, bicicletas, motocicletas e veículos de tração animal e, em 1991, foi novamente interditada a qualquer tipo de tráfego.

A importância do patrimônio Nos anos 1990, a Ponte Hercílio Luz foi tombada pelos patrimônios municipal, estadual e federal, garantindo a sua conservação, restauração e recuperação, daí o investimento em uma completa reforma da estrutura. Pesquisas realizadas em 2015 apontaram que, para 73,1% dos moradores da Grande Florianópolis e 37,5% do Estado, a Ponte Hercílio Luz é a representação máxima de Santa Catarina. Recuperá-la é, portanto, mais do que uma obrigação legal: é um desejo dos catarinenses.

Ferrovias

Ponte Anita Garibaldi (Ponte de Laguna)

- Primeira ponte estaiada em curva do Brasil - 2,8 mil metros de extensão - Vão central de 400 metros suspenso por 60 cabos de aço - Corta as lagoas de Imaruí e Santo Antônio, em Laguna

Ferrovias

- Tráfego de 27 mil veículos por dia

- Custo: R$ 774,4 milhões

O Estado possui 1.365 km de estradas de ferro com bitola de 1 metro. O serviço de transporte de cargas ferroviário é operado por duas concessionárias: ALL (detém 1.201 km, sendo que utiliza 581 km para transportar grãos, madeira e carga geral) e FTC (com 164 km, fica no Sul do Estado e é utilizada, basicamente, para abastecer de carvão a Usina Termelétrica Jorge Lacerda). Há um projeto do governo para ampliar a malha ferroviária. Conforme a Secretaria de Infraestrutura, o Estudo de Viabilidade do Sistema Ferroviário no Estado de Santa Catarina propõe duas novas ferrovias: -Ferrovia Litorânea - 236 km (ligaria Imbituba a Araquari e conectaria as ferrovias ALL e FTC, além dos quatro portos catarinenses). - Ferrovia Leste-Oeste - 616 km (prevê a ligação entre as cidades de Itajaí e Chapecó, conectando à ALL em Ponte Alta, no Planalto Serrano e em Herval d’Oeste, no Vale do Rio do Peixe).

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Foto: Jefferson Bernardes/Agencia Preview

Revista Press Santa Catarina | TURISMO

Visitantes o ano inteiro 4444


C

om uma participação de 13% no PIB de Santa Catarina, o turismo é uma atividade que cada vez mais ganha importância na economia regional. Famoso pelas belas praias do litoral de Araranguá até Porto Belo, que atraem milhões de turistas ano a ano, o estado catarinense se profissionaliza para incrementar, também, o turismo interno, em outras regiões. Conforme a Santa Catarina Turismo (Santur), a atividade é incentivada a partir de dois fatores fundamentais: natureza e colonização. São dez regiões turísticas no Estado, totalmente diferentes entre si em função da natureza, e todas têm uma colonização diferente. Santa Catarina é o estado brasileiro com o maior número de etnias na construção de seu povo: 23 no total. Esta mistura resulta em uma cultura diversificada em termos de arquitetura, gastronomia, história, idiomas etc. A regionalização das ações, segundo a Santur, ocorre desde 2003 e promove, de

modo igual, o turismo em todas as regiões catarinenses. O calor de quase 40°C no verão atrai muitos turistas para as belíssimas praias, enquanto as temperaturas abaixo de zero do inverno tornam a Serra Catarinense ainda mais encantadora, principalmente quando há ocorrência de neve. A temperatura mais baixa já registrada em Santa Catarina foi de -17° C no Morro da Igreja, em Urubici. Neste município encontra-se também o ponto mais alto do estado, o Morro da Boa Vista, com 1.827 metros. Santa Catarina é um dos estados brasileiros com uma das maiores médias de altitude: pelo menos metade do seu território fica a mais de 600 metros acima do nível do mar. Serras, vales, cânions e planaltos fazem parte das paisagens catarinenses. O estado também é bem servido por rios, córregos e cachoeiras. Doze bacias hidrográficas formam a Vertente do Atlântico, com águas que correm em direção ao ocea-

no e são responsáveis pelo abastecimento de 65% da população. A seguir, saiba mais sobre as dez regiões turísticas de Santa Catarina. Grande Florianópolis A região de Florianópolis possui algumas das mais belas praias do Brasil. São dezenas delas na Ilha de Santa Catarina, onde está a capital Florianópolis, e nos municípios vizinhos. Todas deslumbrantes, cercadas por dunas, restingas ou morros cobertos de Mata Atlântica, com águas calmas para crianças ou ondas boas para surfistas, em balneários badalados ou em pequenas comunidades de pescadores. O legado dos povos colonizadores não está presente apenas em museus, igrejas, palácios e fortalezas centenárias. O patrimônio histórico das 13 cidades que formam a região é respeitável e inclui obras tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Há lugares bucólicos como Santo Antônio de Lisboa e

Para ter acesso à praia da Guarda do Embaú (cidade de Palhoça) é preciso atravessar de barco o rio da Madre 45


Revista Press Santa Catarina | TURISMO

Serra Catarinense A Serra Catarinense tem picos com altitudes que chegam a 1.827 metros (Morro da Boa Vista). É umas das regiões mais frias do Brasil, a única onde neva em quase todos os invernos – ainda que por poucos dias. Nessa época do ano, a paisagem ganha um toque especial, com geadas, nevoeiros, granizo, cachoeiras congeladas e nevascas que fazem a alegria de turistas de todas as partes do país. A paisagem é formada por florestas de araucárias, rios, cachoeiras, vales, campos de altitude e grandes cânions. Os adeptos do ecoturismo vão encontrar na Serra Catarinense o lugar perfeito para a prática do trekking, rapel, canyoning, mountain bike, tirolesa e outras atividades, como a pesca esportiva da truta. Lugar para se hospedar não falta: é na Serra Catarinense que surgiram os primeiros hotéis-fazenda e pousadas rurais do Brasil, onde se desfruta desde cavalgadas ao ar-livre e gastronomia regional. Caminho dos Cânions Os cânions do Parque Nacional Aparados da Serra marcam o limite entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. A parte superior, conhecida como Campos de Cima da Serra, pertence ao estado gaúcho. Já os penhascos, baixadas e leitos de rios abaixo das bordas são catarinenses. Nos municípios de Praia Grande, Jacinto Machado, Timbé do Sul e Morro Grande estão os principais cânions: Itaimbezinho, Fortaleza, Malacara, Churriado, Faxinalzinho, Josafaz, Índios Coroados, Molha Coco e Amola Faca. Às margens da BR-101 encontram-se os dois maiores municípios do Caminho dos Cânions: Araranguá e Sombrio. Eles são a

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porta de entrada para o litoral ainda bastante preservado da região. Araranguá é a cidade mais populosa, com cerca de 60 mil habitantes, boa infraestrutura hoteleira e de comércio e serviços. Já Sombrio possui a maior lagoa de água doce do estado, a Lagoa do Sombrio, com 54 quilômetros quadrados.

Há ainda o Parque Beto Carrero World, em Penha.Um dia inteiro não é suficiente para se conhecer os mais de 100 brinquedos e atrações do parque, que recebe cerca de 1 milhão de pessoas todos os anos.

Foto: Jefferson Bernardes/Agencia Preview

Ribeirão da Ilha, vilarejos de origem açoriana localizados em Florianópolis. A capital tem forte infraestrutura de lazer e serviços, com uma grande variedade de hotéis, resorts, restaurantes, cafés, galerias comerciais e shopping-centers.

O artesanato local é uma das atrações de Florianópolis

Costa Verde e Mar Há muito o que fazer e descobrir na região turística conhecida como Costa Verde e Mar. A beleza do litoral catarinense atinge seu auge em muitas de suas praias, onde a cor verde-esmeralda da água predomina, especialmente em Porto Belo e Bombinhas. Contudo, o principal destino turístico da região é mesmo o movimentado Balneário Camboriú. A cidade possui ótima infraestrutura hoteleira e de comércio e serviços, belas praias, parques, restaurantes internacionais e algumas das melhores casas noturnas do país. Um pouco mais acima, em Itajaí, encontra-se o maior porto pesqueiro do país, com destaque para o Terminal Marítimo de Passageiros, infraestrutura especial para receber navios transatlânticos e os eventos náuticos.

Encantos do Sul Quem gosta de visitar cidades históricas vai se encantar com Laguna, a terra de Anita Garibaldi. Já Imbituba, Garopaba e Jaguaruna são ótimos destinos para os adeptos do ecoturismo e dos esportes de aventura, com algumas das mais belas praias e lagoas do Sul do Brasil. Essa faixa litorânea também é o principal berçário das baleias-francas no inverno, outra atração ecoturística da região. No interior, os destaques vão das estâncias termais de Tubarão e Gravatal aos municípios onde a cultura italiana e alemã são predominantes, como é o caso de Urussanga, Nova Veneza, Orleans, São Martinho, Santa Rosa de Lima, Forquilhinha e as duas maiores cidades sul-catarinenses: Tubarão e Criciúma. Com águas que brotam da fonte a uma temperatura de 37º C, Tubarão e Gravatal desenvolveram boa infraestrutura turística para as pessoas que querem se beneficiar das propriedades terapêuticas dos banhos de imersão e são alguns dos principais destinos da região. Caminhos da Fronteira A região fica no extremo oeste catarinense e faz fronteira com os estados do Rio Grande do Sul e Paraná, além da Argentina. Esse fato é marcante para explicar a diversidade cultural encontrada em seus 18 municípios, do qual São Miguel do Oeste é o mais populoso, com 36 mil habitantes. O ecoturismo é uma das atividades mais promissoras dessa região ainda pouco conhecida pela maioria dos brasileiros. A beleza selvagem dos municípios é um convite para atividades como trekking, rapel e pescarias, entre outros. As tradições dos imigrantes alemães, italianos e poloneses se misturam aos costumes gaúchos, paranaenses e argentinos,


Foto: Divulgação Festival de Dança de Joinville

Foto: Divulgação Prefeitura de Itajaí Foto: Ricardo Wolffenbuttel

O Parque Nacional da Serra do Itajaí possui 57 mil ha de extensão e abriga mais de 500 espécies de árvores e arbustos e 300 espécies de aves e mamíferos

O Festival de Dança de Joinville é considerado o maior do gênero no mundo

formando um rico mosaico cultural. Em Guaraciaba está um dos maiores museus rurais do Brasil: o Edvino Hölscher.

Foto: Jefferson Bernardes/Agencia Preview

Balneário Camboriú oferece uma das melhores infraestruturas turísticas de todo o litoral catarinense

Lagoa da Ibiraquera, em Imbituba. Paz e tranquilidade em meio a uma natureza exuberante

Caminho dos Príncipes Combinando história e cultura, desenvolvimento econômico e preservação da natureza, belas paisagens litorâneas e bucólicos recantos rurais, o Caminho dos Príncipes é um dos roteiros mais diversificados e atraentes de Santa Catarina. O nome turístico da região tem origem num episódio histórico ocorrido em 1853, quando as terras do local onde se situa hoje a cidade de Joinville foram incluídas no dote de casamento do príncipe de Joinville com a princesa Francisca Carolina, irmã de D. Pedro II. A colonização alemã predomina na maioria dos municípios, que possuem também influências dos italianos, suíços, húngaros, tchecos, ucranianos, noruegueses, poloneses e japoneses. O legado germânico é predominante, especialmente em Joinville, maior cidade e polo industrial catarinense. Alguns dos maiores eventos culturais do estado acontecem no município, com destaque para

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Foto: Divulgação Beto Carrero World

Foto: Divulgação da Oktoberfest Blumenau

A Oktoberfest de Blumenau é a maior festa alemã das Américas

a Festa das Flores e o Festival de Dança de Joinville. Já em São Francisco do Sul, o sotaque português está presente no casario colonial e nos mais de 150 prédios históricos do Centro. Grande Oeste A região é uma das mais selvagens de Santa Catarina. A paisagem campeira, adornada por cascatas e cachoeiras, é predominante em praticamente todos os municípios, a maioria com população inferior a 10 mil habitantes. Chapecó é o principal centro urbano e polo econômico da região, colonizada por filhos e netos de imigrantes italianos e alemães, oriundos principalmente do Rio Grande do Sul. Para os turistas, as atrações são variadas: estâncias de águas termais, turismo rural, gastronomia e festas típicas, museus e atividades ligadas ao ecoturismo. Existem trilhas em todos os municípios e boa parte delas conduz a belas cascatas e cachoeiras no meio da mata. Há ainda parques com infraestrutura completa, pesque-pagues e outras atrações para a criançada. Vale Europeu A herança cultural dos colonizadores alemães, italianos, austría-

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O parque Beto Carrero World, na cidade de Penha, é destino obrigatório para quem busca diversão em Santa Catarina

cos, poloneses e portugueses é a grande marca dessa região catarinense, localizada no Vale do Itajaí. Famoso por sediar a maior festa alemã das Américas, a Oktoberfest de Blumenau, o Vale Europeu possui muitas outras atrações. O Vale Europeu abriga santuários católicos, capelas, oratórios, igrejas e grutas dedicadas a diversos santos. Só em Nova Trento são mais de 30 instituições ligadas à fé católica. Alguns municípios são conhecidos destinos para o turismo de compras. Brusque, por exemplo, é um dos principais polos têxteis do Brasil, com artigos de cama, mesa, banho e vestuário. Passeando pela região, propriedades rurais abrem suas portas para receber os visitantes, oferecendo hospedagem, atividades de lazer como pescarias, cavalgadas e trilhas, além de mesa sempre farta, com café colonial, produtos orgânicos e venda de produtos caseiros. Vale do Contestado Essa região catarinense possui um grande valor histórico em função da Guerra do Contestado, ocorrida no início do século XX. O combate colocou de lados opostos os camponeses e o Governo Federal da época, resultando em

confrontos sangrentos que resultaram em mais cinco mil mortos. A memória da guerra encontra-se preservada em museus, monumentos, sítios históricos e espaços de peregrinação religiosa, principalmente nos municípios de Caçador, Irani, Fraiburgo, Curitibanos e Canoinhas. Descendentes de italianos e alemães se fixaram em várias localidades, trazendo consigo seus costumes e tradições. Em menor número, os imigrantes da região do Tirol fizeram de Treze Tílias um verdadeiro pedacinho da Áustria. Os japoneses também estão presentes, principalmente em Frei Rogério. Existem, no entanto, outras atrações para os turistas, como as cachoeiras, vales e planaltos de vegetação preservada, onde o ecoturismo é uma excelente opção. Também não há como não se encantar com a arquitetura típica das construções e a riqueza multicultural, resultado da colonização austríaca, japonesa, italiana e alemã, principalmente.


Revista Press Santa Catarina | ESPORTE

Um estado de muitas ondas

Pediatra surfista

Criada nos anos 70 por “Morongo”, um pediatra recém formado, que pretendia conciliar medicina comunitária e a prática do surf, a Mormaii se tornou um dos maiores fabricantes de produtos esportivos ligados à natureza. Hoje, a empresa produz mais de 5.000 itens diferentes, que vão das tradicionais roupas de neoprene até bicicletas, óculos de sol, acessórios, relógios, pranchas, kitesurf, tênis, chinelos, linha camping, moda fashion e até o veículo Mormaii/Suzuki SX4.

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prática do surf ocorre em praticamente todo o litoral catarinense. De Passo de Torres, no extremo Sul, até Itapoá, no Norte, a costa apresenta pelo menos 127 praias com condições para a prática do surf. Entre elas, points consagrados internacionalmente como a Praia da Joaquina, em Florianópolis, Guarda do Embaú (Palhoça), Praias da Vila e do Rosa (Imbituba) e Silveira e Ferrugem (Garopaba). A cultura do surf é tão marcante em Santa Catarina que influencia o estilo de vida das cidades litorâneas e dá impulso ao turismo jovem. Não por acaso, vários surfistas catarinenses integram a elite do surf mundial. Pousadas, escolinhas e fábricas de equipamentos surgiram para atender essa demanda, o que dá ao surfista a certeza de contar com uma boa infraestrutura. Florianópolis Há dezenas de boas opções para pegar ondas na capital. As praias mais frequentadas pelos surfistas

– e onde costumam ocorrer campeonatos internacionais – são a Joaquina e a Mole, na costa leste da Ilha de Santa Catarina. Campeche, Moçambique, Brava e Santinho também oferecem espetaculares. Há boletins diários nas rádios, as quais informam as condições do mar e as melhores opções. Garopaba A cidade das praias selvagens que se formou em torno da pesca artesanal é hoje referências entre os surfistas. Sossegada no inverno, Garopaba transforma-se em agitado ponto de encontro de jovens na temporada de verão, com muitas baladas noturnas. Os melhores picos para surfe ficam na Silveira, no Rosa e Ferrugem. Silveira Visual de tirar o fôlego. Considerado um dos mais clássicos point-break de direitas do Brasil, quebra com maior constância no inverno quando as ondas podem passar dos 10 pés fácil.

Praia da Ferrugem Uma das praias mais badaladas e constantes da região. No canto norte há boas ondas, de leste a sudeste, variando de 2 a 7 pés. Bastante cheia no verão. Praia do Rosa Apesar de fazer parte do município de Imbituba, a praia é muito frequentada por surfistas de Garopaba. No canto conhecido como Rosa Norte, as ondas um pouco cheias podem variar de 2 a 8 pés. No oposto, o canto Sul, há bares, pousadas e restaurantes. Há diversos outros locais no Estado conhecidos pelo esporte, como São Francisco do Sul (Prainha), Barra do Sul (Point do Dô, Praia do Bispo), Barra Velha (Barrinha), Navegantes (Gravatá, Canto dos Molhes), Itajaí (Atalaia, Brava), Balneário Camboriú (Praia do Centro, Estaleiro, Praia do Coco), Itapema (Vieira, Flamingo, Plaza) e Bombinhas (Mariscal, Quatro Ilhas).

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Revista Press Santa Catarina | FLORIANóPOLIS

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Foto: Foto Ricardo Wolffenbuttel

Além da fama e da beleza, uma grande cidade

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economia de Florianópolis está concentrada no setor público, comércio e serviços, além do turismo. A cidade não possui grandes indústrias pela sua característica ambiental, que impede a instalação de empreendimentos que possam resultar em impactos consideráveis ao meio ambiente, ou poluição. Não é a maior cidade de Santa Catarina em população (perde para Joinville), mas ganha de qualquer outro município em fama e beleza. O destaque no setor industrial é o parque tecnológico, formado por cerca de 300 empresas de ponta, muitas delas fornecedoras para o mercado internacional. Juntas, geram 3 mil empregos diretos e outros 14 mil indiretos, com faturamento de R$ 500 milhões por ano. O sucesso do parque tecnológico está ligado à presença de incubadoras, que garantem apoio ao surgimento de novas empresas. No turismo, as mais de 40 praias da ilha lotam no verão. São cerca de 500 mil turistas a cada veraneio, que deixam na economia da cidade US$ 200 milhões. Os visitantes garantem faturamento para hotéis, restaurantes e uma gama de outros prestadores de serviço. A consolidação da Capital catarinense como destino para eventos tem garantido bons negócios também na baixa temporada. A cidade alia modernidade com história. Largas avenidas, prédios arrojados, universidades e shoppings centers dividem espaços com o casario colonial açoriano, igrejas e fortalezas, cujas paredes foram edificadas com cal de conchas e óleo de baleia, que resistem imponentes ao passar dos séculos.

Um pouco de história A ocupação da ilha de Santa Catarina e da região metropolitana de Florianópolis começou com os índios tupi-guaranis – sua subsistência dependia basicamente da pesca, mas também já praticavam a agricultura. Há indícios da presença dos indígenas que remontam a 4.800 a.C. Mais tarde, por volta do século XVI, a ilha era ponto de parada


para barcos que se dirigiam até a Bacia do Prata. Mais foi apenas por volta de 1675 que um pescador e sua família, Francisco Dias Velho, fixaram residência na ilha e fundaram o núcleo Nossa Senhora do Desterro, primeiro nome da atual Florianópolis. Depois, pela posição estratégica, a ilha passou a ser alvo de militares portugueses a partir de 1740. Nesta época que surgiram algumas fortalezas, construções com o objetivo de defender o território. Com a maior segurança, começou uma ocupação mais intensa da região de Florianópolis. Cresceu a atividade pesqueira, espalhada por toda a ilha. Com a chegada do século XIX, Desterro deixa de ser vila e é elevada à categoria de cidade. A grande prosperidade e o fluxo de gente fez com que ali fosse instalada nova capital da Província de Santa Catarina, a partir de 1823. Houve melhoria na infraestrutura, na construção de edifícios públicos e na urbanização da ilha. É somente em 1895, contudo, que a ilha recebe, oficialmente, o nome do atual município de Florianópolis.

ceber turistas, com muitos hotéis, casas noturnas, restaurantes e belezas naturais, como as praias de Canasvieiras, Jurerê, Daniela, Praia do Santinho, Brava, Cachoeira do Bom Jesus e Ponta das Canas. Ao sul, a sensação do dia-a-dia dos moradores pode ser vivida em poucos momentos pelos visitantes. No Ribeirão da Ilha, a arquitetura herdada pelos descendentes açorianos, que migraram para a região ainda no século XVI, denota a tranquilidade da região. A pintura rosada com janelas brancas ou amarelas e as cortinas com renda produzidas pelas mulheres são tradicionais. Igrejas antigas e a pesca artesanal também são um atrativo. As praias do sul carregam a característica de serem desertas ou semi-desertas e o acesso em muitas delas ocorre por trilhas. A dificuldade acaba chamando ainda mais a atenção de turistas, que

Turismo Além das praias, muitos outros locais de Florianópolis encantam quem visita a cidade ou mora lá.Exemplo é a Ponte Hercílio Luz, construção datada de 1926 e cartão postal de Florianópolis, que passa por um processo de restauração orçado em R$ 200 milhões para devolvê-la ao fluxo de carros, bicicletas e pedestres. Um dos destinos certos para quem chega à capital catarinense é o bairro Lagoa da Conceição, que reúne praias, dunas, montanhas e a maior lagoa da Ilha. Além de oferecer as delícias de frutos do mar, como camarão e ostras. Com tanta diversidade, o lugar tornou-se um ponto de encontro entre moradores e visitantes e é praticamente impossível ir à ilha e não conhecê-lo. Há, ainda, lugarejos do sul e norte da Ilha que são opções para quem procura desde sossego até praias badaladas. A região norte é a parte mais desenvolvida para re-

Capital Florianópolis: 470 mil habitantes

Orçamento municipal: R$ 1,4 bilhão IDHM: 0,847 Frota (inclui veículos leves, ônibus e caminhões): 317 mil veículos (212 mil veículos leves) PIB total: R$ 14,6 bilhões PIB per capita: R$ 32.385,00 Pessoas ocupadas: 310 mil habitantes Informações: www.visitefloripa.com.br

Lugares imperdíveis em Floripa Além das lindas praias, a capital catarinense tem muitas outras atrações. Confira: Centro Histórico – a região mais antiga de Florianópolis deve ser vista com mais atenção pelo turista. Longe das praias, o casario colonial preservado tem joias arquitetônicas como a antiga Alfândega e o Mercado Público – este possui lojas onde se encontra de tudo, desde peixes até bijuterias. A culinária típica açoriana e o chope gelado também estão nos bares e restaurantes da região central da ilha. Museus – grande parte dos quase 300 anos de Florianópolis está registrada em pequenos museus encontrados na cidade, como o Victor Meirelles, pertinho da Praça XV de Novembro. A casa, que abrigou o autor da famosa pintura A primeira missa do Brasil, tem outras obras do artista e também oferece ao visitante um rico mobiliário típico da ilha. Morro da Cruz – com uma vista magnífica a partir de um mirante localizado a 450 metros acima do nível do mar, é cenário para uma visão panorâmica da ilha de Santa Catarina. Além das baías recortadas e da ponte Hercílio Luz, o visitante irá perceber o meio ambiente preservado que cerca a região da capital catarinense. Lagoa da Conceição – juntamente com a ponte Hercílio Luz, talvez seja o ponto turístico que mais lembre a ilha de Santa Catarina. No verão, o seu “centrinho” repleto de lojas, restaurantes, bares e baladas reúne gente a fim de muito agito. Assim como em outras regiões da ilha, ali também é um reduto açoriano, com pescadores e rendeiras participando ativamente do comércio diário. É próxima das badaladas praias da Joaquina e Mole, reduto de surfistas.

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Mais Florianópolis nos sites: www.guiafloripa.com.br www.florianopoliscvb.com.br www.hoteisdesantacatarina.com.br (hotéis e pousadas)

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No Réveillon, Florianópolis se torna um dos destinos mais procurados por turistas de todo o mundo. As festas que rolam na Ilha são destaques nacionais e

internacionais, reunindo gente bonita e famosa, emboates descoladas. Na hora da virada, a capital catarinense não economiza: no último Ano-Novo, realizou a maior queima de fogos do país: foram 22 minutos de luzes no céu a partir da meia-noite do dia 1º de janeiro. O palco principal do réveillon é a avenida Beira-Mar Norte, que costuma receber uma multidão estimada em 500 mil pessoas para celebrar o espetáculo.

Floripa possui mais de 100 praias catalogadas, onde você vai encontrar muitas opções de diversão e gastronomia Foto: Foto Ricardo Wolffenbuttel

Fortalezas – a ocupação militar da região de Floripa resultou em algumas fortificações militares ainda preservadas. Da ilha de Anhatomirim e sua fortaleza pode-se ver outras pequenas ilhas como Arvoredo, Ratones e Francês. Também é possível realizar passeios de escuna com duração de 90 minutos. Em dia quente, com tempo limpo, com alguma sorte o turista pode avistar alguns golfinhos na baía que leva o nome do animal.

Réveillon

Foto: Jefferson Bernardes/Agencia Preview

Ribeirão da Ilha – com uma pracinha central rodeada pelo casario colonial que remonta ao início do século XVIII, Ribeirão da Ilha é a primeira povoação açoriana de Florianópolis e fica a 36km do centro da cidade. Tem um Eco Museu, que reconta a história da povoação local com relíquias históricas e vídeos. Também há diversos restaurantes cujo prato principal é a ostra, iguaria que garante a subsistência de pescadores e bares da região.

sabem que a paisagem pode recompensar 40 minutos ou 2 horas de caminhada, dependendo da praia. Algumas das mais visitadas são Campeche, Morro das Pedras, Armação, Matadeiro, Pântano do Sul, Açores e Solidão.

Foto: Foto Ricardo Wolffenbuttel

Santo Antônio de Lisboa – distante 13km do centro de Florianópolis, esta pequena vila é uma joia açoriana ainda preservada e que foi fundada por imigrantes a partir da metade do século XVIII. Como na maioria das regiões antigas da capital, há pontos de comércio regional, como restaurantes de culinária açoriana, assim como locais onde se encontram objetos de cerâmica e artesanato. Boa parte do acervo dos artistas de Santo Antônio de Lisboa está na Casa Açoriana, que vale a visita.


Foto: Divulgação da Prefeitura

Revista Press Santa Catarina | joinville

A maior cidade catarinense J oinville é a maior cidade de Santa Catarina, responsável por cerca de 20% das exportações catarinenses. É também o terceiro polo industrial da Região Sul do Brasil, inferior apenas às capitais Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR). Figura entre os 15 maiores arrecadadores de tributos e taxas municipais, estaduais e federais. Com 546 mil habitantes, a cidade concentra grande parte da atividade econômica na indústria. Destacam-se os segmentos têxtil, metalmecânico, plástico, metalúrgico e químico. O PIB de Joinville também é um dos maiores do país, em torno de R$ 17 bilhões por ano (IBGE). Apesar dos números de cidade grande, Joinville tem atmosfera de cidade tranquila e muito bom nível de vida para seus moradores. A cidade, de vocação industrial, tem nome francês, sotaque alemão e raízes coloniais.É comum

encontrar residências com jardins bem cuidados por toda a cidade, que se orgulha da receptividade turística. Joinville dispõe de excelentes universidades, escolas e hospitais. A cultura é parte importante da história local – um exemplo é o famoso Festival de Dança de Joinville.

Diversidade étnica Os primeiros moradores de Joinville chegaram à cidade em 1851 – eram imigrantes da Alemanha, da Suíça e da Noruega. A nova terra foi denominada Colônia Dona Francisca, em homenagem à princesa Francisca Carolina, filha de D. Pedro I. Outros colonizadores chegaram a Joinville dois anos depois, juntando-se aos portugueses e indígenas. Assim como em muitos municípios catarinenses, a diversidade étnica é uma característica do processo colonizador em Joinville.

O PIB de Joinville, de R$ 17 bilhões ao ano, é um dos maiores do Brasil

Joinville Números População: 546 mil habitantes Orçamento municipal: R$ 1,8 bilhão IDHM: 0,809 Frota: 239 mil veículos leves + 105 mil ônibus e caminhões PIB total: R$ 17 bilhões PIB per capita: R$ 35.874,00

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Revista Press Santa Catarina | joinville Entre os anos de 1950 e 1980, a cidade passou por um grande processo de crescimento industrial. Os imigrantes criaram grandes indústrias, transformando Joinville em um dos maiores polos metalmecânicos do Brasil – não à toa é conhecida como a Manchester Catarinense, referência à cidade inglesa que tem na indústria sua maior riqueza.

Com 546 mil habitantes, Joinville concentra a maior parte de sua atividade econômica na indústria

A escola do Teatro Bolshoi é a única extensão estrangeira da famosa companhia russa a funcionar no mundo

A 78ª edição da Festa das Flores de Joinville acontecerá de 10 a 15 de novembro no complexo Expoville

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Atrações turísticas Encostados na Serra do Mar e cercados pela Mata Atlântica, os habitantes de Joinville têm na natureza alguns de seus maiores atrativos – tanto que o turismo rural garante renda para muitos agricultores da região. Também é possível conhecer o casario antigo da cidade e as regiões industriais, cercadas por antigos galpões preservados. Joinville tem também museus para todos os gostos. Alguns deles são bem diferentes, como o Museu do Ferro de Passar (com 500 peças do utensílio) e o Museu da Bicicleta de Joinville (MUBI), único do gênero em toda América do Sul. Seu acervo é composto por mais de 16 mil peças variadas. Festival de Dança A cidade sedia a única filial estrangeira do Teatro Bolshoi da Rússia. Nos meses de julho, é palco do Festival de Dança de Joinville que, segundo o Guiness Book, é o maior do mundo em seu gênero. Durante dez dias, o evento reúne mais de seis mil participantes diretos e atrai público superior a 200 mil pessoas. São mais de 170 horas de apresentações artísticas. Festa das Flores Todos os anos, a Festa das Flores recebe mais de 200 mil visitantes e expõe quase 5 mil orquídeas, e outros tipos de flores. Entre as atrações, destacam-se shows nacionais, programação cultural, lazer e gastronomia. É considerada a festa oficial de Joinville.


Foto: Divulgação da Prefeitura

Revista Press Santa Catarina | BLUMENAU

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lumenau é famosa no Brasil como uma das cidades com maior influência germânica do País, mais vai além disso – a cidade sedia a segunda maior Oktoberfest do mundo, atrás apenas da que ocorre anualmente em Munique, Alemanha. Fundada em 1850 pelo alemão Hermann Bruno Otto Blumenau, a cidade guarda fortes características europeias, principalmente na arquitetura e na gastronomia. Uma das cidades mais ricas do Estado, Blumenau é referência em comércio, saúde, educação e infraestrutura. Com 164 anos, o município alia uma economia pujante com preservação do meio ambiente. Muitos sotaques se misturam nas ruas da cidade, influência das várias etnias que ajudam a tornar a cultura local rica em diversidade. Os trajes típicos e danças ainda fazem parte das manifestações culturais nas festas típicas.

A cidade mais alemã do Brasil 55


Em outubro, muita dança e muito chopp

No início, 17 famílias de colonos Antes dos europeus, índios de várias etnias habitavam a região do ribeirão Garcia e do rio Itajaí-Açu, onde está Blumenau. A partir de 1850, um filósofo alemão chamado Hermann Otto Blumenau obteve autorização do governo da província para erguer uma colônia agrícola a partir de duas léguas de terras. Foi assim que, então, dezessete famílias de colonos chegaram da Alemanha para morar no local que, futuramente, ficaria conhecido como Blumenau. Muitos outros imigrantes atravessavam o Oceano Atlântico em veleiros de companhias particulares. Além dos imigrantes alemães (a maioria), Blumenau também recebeu italianos, poloneses e portugueses.

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Blumenau População: 338 mil habitantes Orçamento municipal: R$ 1,2 bilhão IDHM: 0,806 Frota: 158 mil veículos leves + 87 mil ônibus, caminhões, etc PIB total: R$ 12,9 bilhões PIB per capita: R$ 39.179,00 Informações: www.turismoblumenau.com.br

A Oktoberfest de Blumenau, que em apenas uma década se tornou uma das festas mais populares do Brasil, foi inspirada na festa alemã, que teve origem em 1810 em Munique. Em Blumenau, a festa teve sua primeira edição em 1984 e logo demonstrou que seria um evento para entrar na história: em apenas 10 dias recebeu 102 mil pessoas. O evento acabou fazendo de Blumenau o principal destino turístico de Santa Catarina no mês de outubro. Além da cerveja, durante 19 dias de festa os blumenauenses mostram para todo o Brasil a sua riqueza cultural, com dança e gastronomia típicas. Com 32 anos, a Oktoberfest de Blumenau recebe um público de 600 mil pessoas a cada edição (quase duas vezes a população da cidade) que consome, em média, 500 mil litros de chope durante o evento. A partir dela,outras festas surgiram em Santa Catarina com o objetivo de tornar o território catarinense o caminho preferido dos turistas no mês de outubro.


Revista Press Santa Catarina | itajaí

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Foto: Divulgação da Prefeitura

Uma porta para o mundo

ssim como Blumenau, Itajaí foi erguida junto ao rio Itajaí-Açú e é uma das cidades mais prósperas de Santa Catarina, principalmente devido ao seu porto. Itajaí está em uma região estratégica: localizada na margem direita do maior rio do estado, integra um eixo de ligação com as principais rodovias e aeroportos do Brasil. O município disputa com Joinville, nos últimos anos, o título de maior PIB do Estado, decorrente dos setores econômicos importantes como a logística, construção civil, atividades industriais e o complexo portuário, sendo o segundo maior do país em movimentação de contêineres. Itajaí está em constante crescimento, principalmente com novos mercados em expansão como as indústrias de petróleo,

A praia Brava concentra as principais atrações da vida noturna de Itajaí

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nomia típica e shows artísticos. A Festa Nacional do Colono se tornou um evento de conservação das identidades históricas e culturais da região. Marejada Em novembro, a vocação náutica de Itajaí, a gastronomia e o gosto pelas cervejas artesanais levam milhares de visitantes ao centro de eventos de Itajaí para a Marejada. O evento inclui, além de shows e gastronomia, regatas e provas náuticas. A Marejada surgiu em 1987 com o objetivo de integrar Itajaí no circuito das festas de outubro em Santa Catarina – o movimento foi iniciado em 1984 pela Oktoberfest da vizinha Blumenau. A ideia é aproveitar o fluxo turístico do mês. A Marejada representa a principal atividade econômica da cidade, que orgulha-se de sediar o maior porto pesqueiro do Brasil. O porto de Itajaí foi responsável por escoar US$ 6,3 bilhões dos US$ 9,0 bilhões exportados por SC em 2015

de gás e náutico. Com mais de 200 mil habitantes, a cidade também possui riquezas históricas e culturais. Destaque para festas populares como a Marejada e a Festa Nacional do Colono, que oferecem gastronomia, cultura e entretenimento aos habitantes e também aos turistas. Forte influência portuguesa A partir da ocupação portuguesa no século XVII, o litoral catarinense recebeu diversos povoados desde Laguna, no Sul, até o Norte, perto de onde está hoje Itajaí. Contudo, a maior ocupação das terras ocorreu a partir de 1660, com famílias de paulistas procurando metais preciosos no interior do Brasil e que acabaram chegando ao litoral catarinense. Sem metais preciosos, os novos moradores iniciaram a extração madeireira uma grande atividade econômica da época. Várias etnias contribuíram para a formação do município, mas a que prevaleceu é a portuguesa. Nas festas e tradições populares,

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no artesanato e na culinária, o que se observa são expressões da cultura açoriana. Muita natureza Rodeada por belas paisagens naturais, o ecoturismo é uma ótima opção em Itajaí. Há roteiros para caminhadas, cicloturismo, vôo ao ar livre e rapel, entre outros. Também há pontos de visitação como o Bico do Papagaio e o Parque Natural da Atalaia. Isso tudo, claro, sem esquecer das praias do litoral do município. Festa Nacional do Colono Projetada para ser uma homenagem ao agricultor, a festa promove a integração entre o homem do campo e da cidade, em uma comemoração tradicional voltada à valorização da cultura, dos hábitos e dos valores presentes no meio rural de Itajaí. Conta com atrações artísticas, culturais e esportivas, exposições tecnológicas, agropecuárias, industriais e agroindustriais, além de apresentar uma vasta gastro-

Itajaí População: 05 mil habitantes Orçamento municipal: R$ 1 bilhão IDHM: 0,795 Frota: 79 mil veículos leves + 71 mil ônibus, caminhões e utilitários PIB total: R$ 15,2 bilhões PIB per capita: R$ 77.730,00 Informações: www.visiteitajai.com.br


Foto: Divulgação Prefeitura

Revista Press Santa Catarina | BRUSQUE

forte influência européia

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ocalizada na região conhecida como Vale Europeu, Brusque é um importante destino turístico, tanto pela natureza quanto pelo comércio e indústria têxtil. A cidade sedia conhecidas empresas, como Buettner (têxtil), Havan (varejo) e Irmãos Fischer (metal-mecânico). As primeiras geladeiras da marca Consul foram produzidas na cidade, em 1946. A iniciativa do Cônsul Carlos Renaux, que fomentou uma pequena oficina para protótipos e testes, propiciou a criação de uma das maiores indústrias de refrigeração do Brasil. Poucos anos depois, em 1950, a fábrica Cônsul se estabeleceu definitivamente em Joinville, no norte catarinense. Brusque também traz a marca da colonização europeia em sua história - alemães, italianos e poloneses estão representados na gastronomia, nas festas e na arquitetura do município.O prato típico de Brusque é o marreco com repolho-roxo, receita de influência germânica que ganhou até uma festa própria: a Fenarreco. Influencia européia Brusque foi colonizada a partir da margem direita do rio Itajaí-Mirim. O primeiro nome da cidade,

aliás, era Colônia Itajahy, e os primeiros imigrantes já exploraram a produção de madeira. Contudo, a ocupação se intensificou a partir de 1860, com 54 imigrantes alemães trazidos pelo nobre austríaco Barão von Schneeburg. Depois, em 1867, chegaram colonos de língua inglesa, particularmente irlandeses e britânicos. Em 1875 chegaram os primeiros imigrantes italianos e, mais tarde, os poloneses – estes últimos, por sinal, trouxeram consigo técnicas de tecelagem, o que impulsionaria, futuramente, a indústria têxtil local. Culinária alemã Brusque é um conhecido destino para compras de artigos de cama, mesa, banho e vestuário. Seu amplo parque têxtil, que tem origem na tecelagem introduzida pelos imigrantes poloneses, é apenas um dos destaques do município. As confeitarias e padarias são conhecidas por seus doces de origem alemã, como a cuca coberta com farofa e banana. Brusque abriga o segundo mais importante santuário católico do estado, o de Nossa Senhora de Azambuja. Na área cultural, destaque para o Museu Arquidiocesano Dom Joaquim. Construído em 1907, tem um

acervo de 400 itens como peças como altares, imagens e crucifixos rústicos, vias-sacras, livros (uma Bíblia impressa em 1578, por exemplo), confessionários e oratórios. Fenarreco Maior festa realizada anualmente em Brusque, tem como principal atração o “Ente mitRotkohl” (marreco recheado com repolho roxo), além de outros pratos da culinária alemã, chope, música e danças típicas. O evento faz parte do calendário das Festas de Outubro de Santa Catarina e é realizado no Pavilhão de Eventos Maria Celina VidottoImhof (Pavilhão da Fenarreco).

Brusque População: 122mil habitantes Orçamento municipal: R$ 370 milhões IDHM: 0,795 Frota: 94 mil veículos (58 mil veículos leves) PIB total: R$ 4,3 bilhões PIB per capita: R$ 37.650,00

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Foto: Divulgação Prefeitura

Revista Press Santa Catarina | Chapecó

Pólo de alimentos

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aior área urbana do Oeste catarinense, Chapecó tem mais de 200 mil habitantes. A cidade é conhecida pelas grandes companhias processadoras de carnes e também se destaca na industrialização de equipamentos para a agroindústria. A economia tem se diversificado e, nos últimos anos, Chapecó também é um polo de softwares, biotecnologia e de serviços, entre outros. As principais feiras do agronegócio catarinense ocorrem na região, como a Mercoagro e a Efapi. A proximidade com a fronteira do Mercosul e a boa infraestrutura têm dado resultados positivos no desenvolvimento de Chapecó, cidade cujo PIB ultrapassa R$ 6 bilhões.

Cataruchos O Oeste catarinense é conhecido por ser a terra que mais tardiamente foi desbravada e colonizada do estado – notadamente, famílias de gaúchos rumaram para a região a fim de intensificar o uso da terra e da produção agrícola. Desde o Brasil-Colônia, era grande a disputa por terra na área de Chapecó – o que fez com que paulistas também ocupassem muitos hectares por ali. A criação do município, em 1917, representou uma ordenação maior da região, com a cidade atuando como polo no desenvolvimento do Oeste. O nome da cidade, de origem indígena, tem diversas interpretações: tanto pode significar “cha-

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padão alto” quanto “chapéu feito de cipó” para o índios kaigangues. Outra explicação seria a junção dos “echa” + “apê” + “gô” que, na língua dos nativos, significa “donde se avista o caminho da roça”. Turismo de eventos Chapecó vem consolidando o turismo de eventos e de negócios – foi reconhecida pela Assembleia Legislativa do Estado como a Capital Catarinense do Turismo de Eventos de Negócios. Diversas feiras, encontros e exposições, incluindo desde agronegócio até indústria, movimentam a cidade. Também há muitas atrações culturais, rurais e históricas. No centro de Chapecó encontra-se o Monumento Desbravador, que homenageia os primeiros colonizadores do município. A figura mostra um gaúcho empunhando um machado, simbolizando, assim, o trabalho. Na mão esquerda, um louro simboliza a conquista e a vitória. O monumento possui 14 metros de altura. A obra é um cartão de visitas e ponto de identificação da cidade. EFAPI A Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Chapecó (EFAPI) é o principal evento do município, considerada uma das maiores feiras multissetoriais do País. É realizada em anos ímpares e no mês de outubro. Conta com cerca 650 expositores que representam todos os seto-

res da economia, movimenta aproximadamente 520 mil visitantes e gera negócios de R$ 125 milhões. Mais informações em www.efapichapeco.com.br. Mercoagro A Feira Internacional de Processamento e Industrialização de carnes – Mercoagro é considerada a segunda maior feira do gênero no mundo e é promovida por organizações empresariais com apoio da prefeitura municipal. Reúne expositores da Oceania, da Europa, da Ásia e das Américas. Evento bienal, acontece nos anos pares – em 2016 ocorrerá entre os dias 13 e 16 de outubro. Mais informações em www.mercoagro.com.br.

Chapecó População: 202 mil habitantes Orçamento municipal: R$ 608 milhões IDHM: 0,790 Frota: - dúvida PIB total: R$ 6,3 bilhões PIB per capita: R$ 31.895,00 População economicamente ativa: 109 mil pessoas (59%) Informações: www.chapeco.sc.gov.br


Foto: Divulgação Prefeitura

Revista Press Santa Catarina | CRiciúma

Cidade do carvão, da cerâmica e das etnias

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aior produtor nacional e segundo maior produtor mundial de pisos, cerâmicas e azulejos, Criciúma se destaca, ainda, como o terceiro maior polo nacional na produção de jeans e o maior polo estadual do setor de confecções. O carro-chefe da economia de Criciúma é o setor cerâmico, mas também se destacam os setores metalúrgicos, supermercadista, carvão, construção civil e setor químico. Seus 200 mil habitantes resultam de colonizações portuguesa, italiana, polonesa, africana e alemã. Criciúma também é conhecida como a capital brasileira do carvão – é no subsolo da cidade e da região se que encontram algumas das maiores reservas nacionais do mineral.

Sete povos Criciúma surgiu a partir do ciclo de imigração europeia do século XIX – chegaram à cidade 1.139 pessoas vindas das regiões de Veneza e Treviso, na Itália. Esses imigrantes literalmente abriram caminho para fundar um vilarejo - construíram casas, estradas e escolas e tiveram a agricultura como principal atividade econômica.

A partir de 1890, a cidade recebeu as primeiras famílias de poloneses, seguidas de imigrantes alemães e dos descendentes de portugueses vindos da região de Laguna. Pessoas vindas de tantas regiões são homenageadas, anualmente, na Festa da Etnias, que celebra as nacionalidades dos sete povos fundamentais na história de Criciúma: alemão, árabe, italiano, espanhol, negro, português e polonês. Mina aberta para visitantes O carvão também é fonte de turismo para Criciúma – destaque para a Mina de Visitação Octávio Fontana, que permite uma visão da evolução histórica da riqueza extrativa da cidade. Em seu interior há uma capela, um museu e um bar. Na cidade, destaque também para as igrejas de São José, de Nossa Senhora da Salete - com passagens da Via Sacra, pintados em óleo sobre tela pelo artista Willy Zumblick - e de São Paulo Apóstolo, que expõe uma cruz de cerâmica de 6m x 3,70m, de autoria da artista Jussara Guimarães. Festa das etnias O orgulho das tradições trazidas pelos colonizadores resultou no

maior evento feito anualmente em Criciúma. A Festa das Etnias, realizada em setembro, reúne a cultura dos sete países de onde saíram os responsáveis pela povoação e o desenvolvimento do município. O evento promove um resgate da gastronomia de italianos, alemães, poloneses, espanhóis, portugueses, negros e árabes, e é conhecido como uma das maiores festas gastronômicas de Santa Catarina. Cerca de 130 mil pessoas visitam Criciúma durante a Festa das Etnias, que promove, ainda, atrações artísticas.

Criciúma População: 205 mil habitantes Orçamento municipal: R$ 563 milhões IDHM: 0,788 Frota: 141 mil veículos (87 mil veículos leves) PIB total: R$ 5,5 bilhões PIB per capita: R$ 27.516,00 Informações: www.criciuma.sc.gov.br

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Foto: Divulgação Prefeitura

Revista Press Santa Catarina | LAGES

Principal cidade da serra catarinense

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aior município catarinense em extensão, Lages também é a principal cidade da serra de Santa Catarina. A economia é baseada na pecuária, na agricultura (com destaque para a vinicultura), indústria madeireira (produção de papel e celulose) e no turismo rural. Novos projetos industriais e investimentos no município têm contribuído para que a arrecadação de Lages, que já foi uma das cidades mais ricas de Santa Catarina, cresça mais. Na indústria, grandes companhias têm filiais na cidade, como a Ambev (bebidas) e Klabin (celulose). Lages é importante polo varejista, com comércio diversificado, e polo educacional.

Passado indígena Antes habitada apenas por índios, a região de Lages começa a receber, a partir do século XVIII, alguns colonos que criaram fazendas para gado e para explorar erva-mate e madeira. Isso fez surgir conflitos entre índios e colonos ocasionados na disputa pelos pinheirais. Aliás, as araucárias dominam a paisagem da região com seus característicos galhos invertidos.

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Lages servia, inicialmente, como estalagem para a rota comercial entre o Rio Grande do Sul e São Paulo. Passava por ali gado que era levado dos campos gaúchos para virar carne e alimento para os trabalhadores da extração de ouro em Minas Gerais. O nome da cidade decorre da abundância da pedra-laje na região. Turismo rural Lages é uma das cidades pioneiras do turismo rural no Brasil. Suas fazendas marcadas por muros de pedra ainda desenvolvem a agropecuária, mas agora recebem visitantes de várias regiões do Brasil. Nelas, os turistas têm à disposição infraestrutura até para realizar grandes eventos e a oportunidade de apreciar a beleza da região, convivendo com a hospitalidade do povo serrano. As cavalgadas, o fogo de chão e as comidas típicas, principalmente no frio inverno da cidade, são atrações que sempre agradam. Mais informações em www.serracatarinense.com Festa Nacional do Pinhão Um dos maiores eventos cultu-

rais e gastronômicos do Sul do Brasil, reúne cerca de 300 mil visitantes que aproveitam exposições de arte, apresentações de dança, concursos, bailes, shows e feiras. Destaque para a gastronomia típica. Paralelamente, ocorrem outros eventos como a Sapecada da Canção Nativa, um festival que consolida e revela talentos da música nativista.

Lages População: 158 mil habitantes Orçamento municipal: R$ 470 milhões IDHM: 0,770 Frota: 98 mil veículos (62 mil veículos leves) PIB total: R$ 3,6 bilhões PIB per capita: R$ 22.767,00 Pessoas ocupadas: 49,4 mil pessoas Informações: www.lages.sc.gov.br


É com orgulho que lançamos a revista Press Santa Catarina, uma publicação para mostrar para todo o Brasil um estado forte, com uma economia diversificada, uma geografia ímpar, e um povo multicultural e trabalhador. Fazer jornalismo é um trabalho difícil, nós sabemos bem. Mas, vamos combinar que falar de um estado como Santa Catarina torna nossa tarefa muito fácil, né?

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