SEGUNDA CADERNO 4 1
>> COMO FALAR DE COISAS INVISÍVEIS? (NOME PROVISÓRIO) - Val Souza Foto: Pablo Bernardo 2
3
4
“Devagar se vai ao longe” Por Grazi Medrado e Rainy Campos Desde 2017 estamos construindo esse movimento-territórioquilombo, buscando compreender e trilhar os melhores caminhos. Lá no início, desejamos nos encontrar, construir um espaço de confiança para falarmos sobre nossas criações artísticas e tudo o que a atravessa. É para nós, e sempre foi por nós! Para construirmos um território vigoroso para se pensar as negritudes e todas suas subjetividades. A cada segunda-feira Exu nos permitia a passagem, e por isso seguimos, cientes de que os caminhos já estão sendo trilhados há tempos. Fomos nutridas pelos encontros de cada temporada, por cada trabalho apresentado, por cada roda de conversa, por cada festinha, por cada alimento compartilhado de Kitutu e cada novo livro comprado na Livraria Bantu. Pra quem vai à segundaPRETA, sabe que ela começa muito antes de entrarmos para assistir um trabalho artístico. Fomos também nutridas e amparadas pelas memórias, experiências, escrevivências de nossas homenageadas, Ruth de Souza, Zora Santos, Leda Maria Martins e Ana Maria Gonçalves. A segundaPRETA, gira, roda, pulsa… e nesse movimento publicamos 3 cadernos sobre a 1ª, 2ª, 3ª e 4ª temporada. Agora, aqui estamos, deixando nas folhas seguintes o olharflecha-certeira de Pablo Bernardo, que registra esse movimento pulsante com a precisão de um arqueiro. Há também outros olhares sensíveis aqui registrados, que captaram alguns de nossos encontros: Daniel Pitanga e Mayara Laila. 5
Pensar nesse movimento-território-quilombo a partir de suas imagens, instiga e revela. É também uma maneira de registrar não apenas os trabalhos apresentados em cada temporada, mas também construir outras narrativas sobre nossos corpos e olhares. Poder refletir os contornos das imagens em perspectiva às obras dispostas é, de alguma maneira, continuar o trajeto contando histórias, provocando sensações e elaborando contextos. Os olhos e lentes precisos de Pablo, Daniel e Mayara nos ajudam a esculpir melhor nossos trabalhos e momentos, traduzindo ou inventando outros mundos possíveis. A segundaPRETA com (e a partir deles) se mostra também um espaço de produções de imagens e imaginários. Costura pelas frestas de olhares, experiências, criações e vidas em quadros e ângulos porque não dizer, cinematográficos. E então, pelas imagens, este caderno nos conta sobre a 5ª, 6ª, 7ª e 8ª temporada. A 5ª temporada aconteceu no primeiro semestre de 2018, e fomos inspiradas pelas escrevivências de nossa homenageada Conceição Evaristo. A temporada compreendeu 15 trabalhos de diversas cidades de Minas Gerais, em 7 dias de encontros, com trabalhos de diferentes linguagens artísticas - dança, teatro, contação de histórias e performances. Em outubro de 2018, iniciamos os trabalhos da 6ª temporada benzidas pelas palavras-sagradas de Capitã Pedrina de Lourdes. A temporada contou com trabalhos artísticos de Minas Gerais, Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro, um total de 10 trabalhos dentro da programação. 6
Na 7ª temporada fomos instigadas por Mazza Rodrigues e seu registro-memória das palavras. Com 12 trabalhos na programação, tivemos artistas de São Paulo, Ceará, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Maranhão. Em nossa 8ª temporada Nilma Lino Gomes tensiona a refletirmos sobre movimento educador. Nos motiva a mudança, nos conduz ao educar - com afeto. Nesta temporada, tivemos 23 trabalhos na programação: Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Amapá. Esperamos que este caderno possa te nutrir de fé. Fé na construção de territórios em que possamos existir. A segundaPRETA É DE PESSOAS NEGRAS, COM AS PESSOAS NEGRAS e PARA AS PESSOAS NEGRAS. De tijolo em tijolo vamos construindo nossos alicerces, firmes e resistentes, com calma, pois devagar se vai ao longe.
Grazi Medrado é pós graduanda em Gestão Estratégica de Pessoas pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), atriz, locutora, diretora criativa, consultora de projetos e pesquisas com recorte étnico-racial, e uma das articuladoras da segundaPRETA. Rainy Campos é artista-criadora-docente-pesquisadora. É bacharela e graduada em teatro pela UFMG. Integra a Cia. Bando, o Bloco Magnólia e o movimento segundaPRETA. Atualmente é docente no curso técnico de teatro das escolas CICALT e CEFART, situadas em Belo Horizonte. Em 2021 realizou o trabalho audiovisual “FIANDEIRA”. Atua nos espetáculos “Abena”, “Black Boulevard ou Tudo Preto de Novo ou O Ensaio Geral...”, “RIOADENTRO”, “O Grito do Outro - O Grito Meu” e na certa curta “Elas Também Usam Blacktie”. 7
NESTE CADERNO:
QUINTA TEMPORADA de 28/05 a 02/07 de 2018
HOMENAGEADA: CONCEIÇÃO EVARISTO PROGRAMAÇÃO FOTOS
ENTRE-TEMPORADA #5 03/09/2018
PROGRAMAÇÃO
SEXTA TEMPORADA de 08/10 a 12/11 de 2018
HOMENAGEADA: CAPITÃ PEDRINA DE LOURDES PROGRAMAÇÃO FOTOS
ENTRE-TEMPORADA #6 10/12/2018
PROGRAMAÇÃO 8
SÉTIMA TEMPORADA de 11/03 a 22/04 de 2019
HOMENAGEADA: MAZZA RODRIGUES PROGRAMAÇÃO FOTOS
ENTRE-TEMPORADA #7 05/08/2019
PROGRAMAÇÃO
OITAVA TEMPORADA de 02/09 a 28/10 de 2019
HOMENAGEADA: NILMA LINO GOMES PROGRAMAÇÃO FOTOS 9
10
>> TEATRO ESPANCA | Foto: Pablo Bernardo 11
ÍNDICE _______________________ Conceição Evaristo ... 18 __________________ Nada mais é ... 22 ____________________ Velho/Feiticeiro ... 26 ___________________ Boi Bíblia Bala ... 30 _________________________ O Reino é das bichas ... 34 ______________________ Princesa Dandara ... 38 _________________________ Campo de Mandinga ... 42 ________________ Os Negros ... 46 ________________ Vulnerável ... 50 ____________ Negro ... 54 ____________________ Sinal Vermelho ... 58 _______________ Aparecida ... 62 _____________ O muro ... 66 ___________________________________ O cantar dos que não se rendem ... 70 _____________________________ Encruzilhada de mulheres ... 74 _________________________ Fala das profundezas ... 78 ____________________________________ Festa de encerramento e Ficha técnica - Quinta Temporada ... 82 _____________________________ cinemaPRETO comentado ... 84
12
______________________________ Capitã Pedrina de Lourdes ... 88 _____________________________________________ 6 Fragmentos de uma história em desalinho ... 94 ____________________________ Mitos de origem africana ... 98 _________________ Bicha Preta ... 102 __________________________________________________ Pianópera afro queer: o amor só é bom se doer? ... 106 ______________________________________________ Flores horizontais - como nasce uma travesti ... 110 ____________________________________ Para que não te amarres na dor ... 114 ____________ Pietà ... 118 ___________ Pele ... 122 ______________________________________ Processo Mal-Olhado/Bem-olhado: Oração sobre nossas águas ... 126 ___________ Rés ... 130 ____________ Gala ... 134 ____________________________________ Festa de encerramento e Ficha técnica - Sexta Temporada ... 138 __________________ prosaPRETA ... 140 _______________________ Mazza Rodrigues ... 144 ____________________________________________________ Como falar de coisas invisíveis? (nome provisório) ... 150 _____________________ L3n1r4 (lenira) ... 154
13
__________________ Dor vestida ... 158 __________________ Hidrostática ... 162 ______________ Tálamo ... 166 _____________ Abena ... 170 ____________________ Repertório N.1 ... 174 _______________________________ Botando o mundo inteiro pra gozar e sem gozo nenhum ... 178 ___________________________________ Quelé - Mãe do canto ancestral ... 182 ___________________________ Clandestyna - O Parto ... 186 _____________________________________ Mulheres negras também choram ... 190 __________________________________________________ Existe muita coisa que não te disseram na escola ... 194 ____________________________________ Festa de encerramento e Ficha técnica - Sétima Temporada ... 138 ______________________________ cinemaPRETO comentado ... 200 ________________________ Nilma Lino Gomes ... 204 __________________________________________ Princípio fálico ou Coito Interrompido... ... 212 ________________________________________ Não queria falar de violência mas… ... 216 ______________________ Madame Blindex ... 220 __________ Ela ... 224 __________________________ O sonho com Oxum ... 228 14
____________________ Deus é mulher ... 232 ____________ Mira ... 236 ________________________________________ Status cor - status só: uma vaga visão ... 240 __________________ Marcapasso ... 244 _____________________ Campo Minado ... 248 ________________________________________________ Manequim 50 ou a descoberta do corpo farto ... 252 ___________ Mãe ... 256 ________________________________________ Mil litros de preto: a maré está cheia ... 260 ________________ Um preto ... 264 ____________________ Cabo Libertas ... 268 _____________________________ Por trás de uma cegueira ... 272 _______________________________ Preta: sobre Fifinas e Anas ... 276 _________________________________ Perturbações em doutrinas teológicas (eu abençoo seu dinheiro) ... 280 ________________ Revoadas ... 284 ________________________ Mãe do Entardecer ... 288 _________________________________________ Até os filhos do urubu nascem brancos ... 292 _____________________________ Saber quer dizer SALUBA ... 296 _____________________________________ Festa de encerramento e Ficha técnica - Oitava Temporada ... 300 15
16
QUINTA TEMPORADA
17
CONCEIÇÃO EVARISTO HOMENAGEADA DA QUINTA TEMPORADA
>> Foto: Divulgação 18
19
>>
Por Etiene Martins e Evandro Nunes Ela nascida em Minas, hoje do Mundo, é polígrafa, ficcionista, poeta, ensaísta, e nutre um gosto ancestral pelo ouvir e contar história, coisa que aprendeu com sua mãe e com uma tia muito estimada, que ela bem define como sua escrevivência. Ela nutre em mim, em nós, o desejo de emendar um tempo a outro, de poder olhar, sem pressa e sem medo, a cobra celeste colorida beber água no rio, de manipular o barro com a maestria do avô de Ponciá, de fazer nascer de nossas vivências cotidianas as cenas que nos guiam, de ver poesia em cada movimento da vida. Como nós, ela também vem de uma família simples, de uma caminhada nada resignada, por isso ultrapassamos os muros que foram construídos para impedir corpos negros como os nossos, o dela, de seguirmos adiante. Hoje somos artistas, mestras, doutoras, e ela, além disso tudo, também é uma escritora reconhecida internacionalmente que vem proporcionando que o mundo leia, viva e sinta essa sua essência de mulher preta brasileira, mineira, belorizontina!
20
Ao fechar fecho os olhos, a vemos aqui – dona de um olhar sereno, de uma voz doce, de uma andar firme, de uma escrita vigorosa – nos convidando a ler o mundo com nossos olhos negros, a compormos com nossos corpos pretos uma estética, ética e poética negra na cena, a construirmos um espaço de troca de forma afetuosa, emancipatória, sincera, como aprendemos com os que vieram antes de nós. Com uma docilidade e uma escrita certeira, Conceição Evaristo segue nos encantando e, com muita honra, a temos aqui em nossa segundaPRETA, onde a negrura que nos aquilomba nesse dia regido por Exu coloca-nos nesse lugar de uma encruzilhada e assim vamos escre(vi)vendo a cena que melhor nos representa.
Etiene Martins é graduada em jornalismo e em Publicidade e Propaganda, especialista em comunicação e saúde. Iniciou sua carreira como repórter da Revista Raça Brasil. Atualmente Etiene está à frente como diretora da Livraria Bantu. Evandro Nunes é Pedagogo, Ator, Arte Educador e Mestre em Educação pela FAE/UFMG, 2017. 21
NADA MAIS É
>> Laia Cia. de Danças Urbanas (Belo Horizonte/MG)
22
23
24
SINOPSE Desconstruir “nada mais é” que jogar a casa construída no chão e reconstruir o novo. É desmantelar costumes. É desprender das formas e redescobrir-se por intermédio das próprias ruínas, para malear os corpos e os pensamentos cristalizados. “Nada mais é” define-se como algo mais simples do que se pensa e molda as diferentes tradições. A obra de dança se estrutura a partir da desconstrução de três pilares sociais que alicerçam nossa formação enquanto indivíduos e que nos afetam desde a infância: o machismo, a crença religiosa – quando essa cerceia nossa liberdade – e o racismo. FICHA TÉCNICA Direção: Victor Alves | Assistente de direção: Meibe Rodrigues | Dramaturgia: Marcelo Oliveira | Coreografia: Criação colaborativa | Pesquisa dança de salão: Igor Arvelos | Pesquisa Dancehall e Vogue: Fabiana Santos | Elenco: Fabiana Santos, Maiara Martins, Roberland Martins, Igor Árvelos, Victor Alves e Warley Martins | Luz: Ricardo da Mata | Texto: Meibe Rodrigues e Marlos Gomes | Trilha sonora: Danilo Baurog e Vic Alves | Figurino: Fabiana Santos e Patrícia Santos | Fotografia: Fernanda Abdo | Duração: 55 min | Classificação Livre Apresentado no dia 28 de maio de 2018 Fotos: Pablo Bernardo
25
VELHO/FEITICEIRO >> Kascha
(Ouro Preto/MG)
26
27
28
SINOPSE O mistério do sagrado e do profano realizados por um feiticeiro velho- jovem-homem-animal- objeto. O mistério da fé, da crença, da movimentação em transe. A busca de identidade em meio a repreensão de homens brancos, configura a ideia de um velho feiticeiro buscando sua liberdade, a diáspora de seu corpo, a realização-aceitação de sua ancestralidade. A força de um corpo que resistiu ao sofrimento, ao en(branquecimento) compulsivo de uma sociedade racista. É a esse corpo que será reverenciado nessa performance. A todos os corpos negros que ousaram resistir e continuam desafiando a morte diariamente seja no campo ou na grande cidade, é a isso que o velho feiticeiro traz em sua essência. A performance do corpo, da vida, do mistério, da ancestralidade, da dualidade sagrada e profana.” FICHA TÉCNICA Intérprete-Criador-Performer: Kascha | Iluminação e Sonoplastia: Giovany De Oliveira | Duração: 9 min | Recomendação etária: 14 anos Apresentado no dia 04 de junho de 2018 Fotos: Pablo Bernardo
29
30
BOI BÍBLIA BALA
>> Grupo Teatro do Amanhã (Contagem/MG)
31
32
SINOPSE O senador Adolfo, do Partido dos Trabalhadores Cristãos que estava resistente em se candidatar ao governo do estado, aceitou entrar na disputa depois do apelo da cúpula do partido. O parlamentar afirmou nesta noite que passou a considerar a candidatura por temer o esfacelamento do PTC no estado se não houver aglutinação de forças políticas. Adolfo informou também que conversas neste fim de semana serão fundamentais para garantir apoio político e viabilizar o seu nome. FICHA TÉCNICA Texto e Atuação: Jonata Vieira | Duração: 25 min | Classificação Livre Apresentado no dia 04 de junho de 2018 Fotos: Pablo Bernardo
33
O REINO É DAS BICHAS >> Jhonatta Vicente e Ventura Profana (Belo Horizonte/MG e Rio de Janeiro/RJ)
34
35
36
SINOPSE “O Reino é das bichas” é Uma sátira religiosa em encontro aos fundamentos das bichas. A profanação se dirigiu ao projeto de moralização do poder político que se instaurava no Rio de Janeiro com a eleição do atual prefeito Marcelo Crivella, também Bispo da instituição religiosa Igreja Universal do Reino de Deus. Contudo, a potência performática não se enclausura nas paredes institucionais. “Eu não vou morrer” canta Ventura Profana em culto à Deusa Travestí. O trabalho é antes de qualquer coisa, um clamor por socorro, justiça e restituição. Parem de nos matar!!! Ventura Profana e Jhonatta Vicente resgatam vestígios de uma educação evangélica, criando um paralelo entre o genocídio à TLGBs e a crucificação de Cristo. FICHA TÉCNICA Performers – Ventura Profana e Jhonatta Vicente | Style: As Talavistas Galla | Duração: 40 min | Classificação Livre Apresentado no dia 04 de junho de 2018 Fotos: Pablo Bernardo
37
PRINCESA DANDARA >> Efigênia Marya
(Belo Horizonte/MG)
38
39
40
SINOPSE Três brincantes perpassam a história de Dandara Zumbi dos Palmares através de jogos e brinquedos e brincadeiras. FICHA TÉCNICA Atuação e criação coletiva: Efigênia Marya, Gabriela Meneses e Sarah Vá Moreira | Trilha ao vivo: Almin Bah e Cassiano Luiz | Figurino: Sarah Vá Moreira | Texto: Efigênia Marya e Gabriela Meneses | Assistência de Direção: Andréa Rodrigues | Duração: 30 min | Classificação Livre Apresentado na segundaPRETINHA no dia 10 de junho de 2018 Fotos: Daniel Pitanga
41
42
CAMPO DE MANDINGA >> Jack Diniz
(Belo Horizonte/MG)
43
44
SINOPSE Uma cena curta que envolve dor e alegria, questionamentos sociais, fala do orgulho de assumir quem somos transformando a dor em combustível para mover o amanhã. FICHA TÉCNICA Ator: Jack Diniz | Duração: 4 min | Classificação Livre Apresentado no dia 11 de junho de 2018 Fotos: Pablo Bernardo
45
46
OS NEGROS
>> Coletivo Impossível
(Belo Horizonte/MG)
47
48
SINOPSE Em Os Negros, um tribunal é instalado para que uma corte composta por brancos julgue os crimes supostamente atribuídos a um grupo de negros. Entre cômicos depoimentos e estranhas reconstituições, logo percebemos que uma grande farsa fora montada para chamar a atenção para questões raciais. FICHA TÉCNICA Direção: Rogério Lopes | Direção de Arte: Tereza Bruzzi e Cristiano Cezarino | Direção Musical: Júlia Dias | Assistência de Direção: Rikelle Ribeiro | Preparação Vocal e Musical: Helena Mauro | Preparação Corporal: Mônica Tavares e Júlia Dias | Diretores(as) de cena: Rogério Lopes, Helena Mauro, Júlia Dias e Mônica Tavares | Atores convidados: Ariadina Paulino e Simon de Oliveira | Atores: Alexandre Ventura, César Divino, Dê Jota, Diony Moreira, Jéssica Garcêz, Lucas Fabrício, Marlília Ribeiro, Michelle Martuchelli, Thalis Bispo e Will Soares | Cenografia: Maria Laura de Vilhena e Laysla Araújo | Cenotecnia: Artes Cênica Produções | Figurinos: Edsel Duarte, Amanda Gomide e Lohanye Garcia | Confecção de figurinos: Maria Antônia, Edsel Duarte, Amanda Gomide, Lohanye Garcia e Layanne Nascimento | Maquiagem: César Martins | Confecção de máscaras: Edsel Duarte | Iluminação: André Salles | Produção Executiva: Lucas Prado | Programação Visual: Djalma Ramalho | Registros audiovisuais: Naum Produtora | Comunicação nas mídias sociais: Michelle Martuchelli | Duração: 1 hora | Recomendação etária: 16 anos Apresentado no dia 11 de junho de 2018 Fotos: Pablo Bernardo
49
VULNERÁVEL >> Felipe Jawa
(Belo Horizonte/MG)
50
51
52
SINOPSE Performance que propõe a todos a experimentarem a vulnerabilidade em diversas instâncias a partir do embate do corpo no espaço imerso em palavra. O conteúdo é a exposição de uma autoetnografia íntima que se manifesta numa amálgama de linguagens – música, poesia, dança, arquitetura – construindo uma amálgama física sintese da resconstrução da relação corpo, espaço, tempo dissolvendo a interface artista/público. FICHA TÉCNICA Performer mediador: Felipe Jawa | Duração: 40 min | Classificação: 14 anos Apresentado no dia 18 de junho de 2018 Fotos: Pablo Bernardo
53
54
NEGRO
>> Marcel Diogo (Contagem/MG)
55
56
SINOPSE A performance intitulada “NEGRO” reflete sobre o racismo no Brasil. A miscigenação do povo brasileiro ocorreu de forma violenta e conta inclusive com políticas de governo para o branqueamento da população. A “democracia racial” é um mito. Não existe convivência harmoniosa entre grupos etnicorraciais, muito pelo contrário, os diferentes tons de pele estabelecem uma hierarquização social que especialistas denominam colorismo ou pigmentocracia. A performance consiste em retirar o próprio sangue do braço por meio de uma seringa e utilizá-lo para escrever com um pincel a palavra negro na parede. Pardo, moreno, mulato, cafuzo, são exemplos de nomenclaturas utilizadas para “dissolver” a população negra no Brasil. Biopolíticas do Estado brasileiro para apagar o negro do território nacional contribuíram para uma desigualdade social “cromática” no país. Apesar do Estado e todo o aparato de opressão e invisibilização, é preciso sinalizar que sangue negro corre em nossas veias.” FICHA TÉCNICA Performer: Marcel Diogo | Duração: 20 min | Recomendação etária: 14 anos Apresentado no dia 18 de junho de 2018 Fotos: Pablo Bernardo
57
SINAL VERMELHO >> Grupo Traços Periféricos (Belo Horizonte/MG)
58
59
60
SINOPSE Três mulheres e um homem. Quatro corpos pretos em alerta. Quatro corpos presentificados em vermelho a jogar com a rua. Experienciam no espaço a corpoiese preta em alerta, estados do trajeto cotidiano. Os corpos estão em estado de urgência na rua e por isso o encontro da cor vermelha questiona o perigo e a paixão. A proposta é sobre experimentar a transitoriedade com o público e espaço na vida cotidiana, na presença e paixão de existir. Estamos em sinal vermelho. FICHA TÉCNICA Atores: Adriana Chaves, Ana Elisa, Daniele Fernandes e Saulo Calixto | Duração: 20 min | Classificação Livre Apresentado no dia 18 de junho de 2018 Fotos: Pablo Bernardo
61
62
APARECIDA >> Breve Cia
(Belo Horizonte/MG) 63
64
SINOPSE Ao enterrar sua mãe, Aparecida desenterra sua identidade negra a as histórias de sua ancestralidade. Volta a suas origens para desenterrar tudo aquilo que a fez obedecer, emudecer e negar sua mãe homônima. FICHA TÉCNICA Concepção: Breve Cia | Dramaturgia: Marcos Tito | Atuação: Renata Paz | Sonorização: Marcos Chagas | Fotografia: Fabrício Belmiro | Duração: 15 min | Classificação Livre Apresentado no dia 25 de junho de 2018 Fotos: Pablo Bernardo
65
O MURO
>> Denilson Tourinho (Belo Horizonte/MG)
66
67
68
SINOPSE Cenas da vida e das artes são retomadas para negritar que as vozes que habitam em mim vão se repetir, repetir, repetir... Escutou? As vozes que habitam em mim. FICHA TÉCNICA Atuação e concepção: Denilson Tourinho | Duração: 15 min | Classificação Livre Apresentado no dia 25 de junho de 2018 Fotos: Pablo Bernardo
69
O CANTAR DOS QUE NÃO SE RENDEM >> Daniel Magalhães (Ouro Preto/MG)
70
71
72
SINOPSE A proposta é apresentar uma cena que nasceu a partir de improvisações e partituras em dupla, e seguiu por transformarse em uma só ideia e necessidades de expressão individual. Após várias experimentações corporais o texto cru, de forma devastadora me deparei com a poesia palestina através da busca incessante de vozes não tão acessadas ou ouvidas. Surge então a poesia nacional palestina nas décadas de 1950 e 1960 o movimento que adquiriu força e vitalidade, tais que em muitos momentos representou e ainda representa um brado de combate e esperança para os palestinos que vivem sob a ocupação de Israel ou no exílio. Inclusive muitos moram e vivem aqui, clandestinamente e em condições precárias. A democracia israelense não suporta que os palestinos cantem, disse uma vez o poeta Tawfic Zayyad, e é por esse motivo que resolvi cantar por eles em forma de poema interpretado, utilizando das palavras de Samih Al-Qassim. FICHA TÉCNICA Ator e produtor: Daniel Magalhães | Caracterizador e sonoplasta: Ricardo Maia | Iluminador: Luís Gustavo | Duração 40 min | Classificação Livre Apresentado no dia 25 de junho de 2018 Fotos: Pablo Bernardo
73
74
ENCRUZILHADA DE MULHERES
>> Chica Reis e Marcos Matheus
(Belo Horizonte/MG)
75
76
SINOPSE Encruzilhada de mulheres é uma apresentação de contação de histórias por Chica Reis acompanhada pelo músico e ator Marcos Matheus. Baseada nos contos de Mãe Beata de Yemonja, itans, contos e lendas afrobrasileiros onde a figura central é a mulher. FICHA TÉCNICA Contadora de histórias: Chica Reis | Atuação e musicalidade Marcos Matheus | Iluminação: Geraldo Octaviano | Duração: 40 min | Classificação Livre Apresentado no dia 02 de julho de 2018 Fotos: Pablo Bernardo
77
FALA DAS PROFUNDEZAS
>> Núcleo negro de pesquisa e criação (NNPC) (São Paulo/SP)
78
79
80
SINOPSE Um grupo de pessoas têm cor, essas cores. Têm pele, essas peles. Têm corpo, esses corpos. Têm eletricidade, essas eletricidades. Tem contradição, essas contradições. Têm tecnologia, essas tecnologias. Têm fricção, muita fricção. Têm sonho, esses sonhos. Têm voz, essas vozes que ecoam. Têm história, essas histórias que, aliás, vai começar ou já começou? FICHA TÉCNICA Dramaturgia e direção: Gabriel Cândido | Atuação: Deni Marquez, Ellen de Paula, Gabriela Felipe, Jere Nunes e Tásia de Paula | Sonoplasta-musicista: Jéssica Melo | Iluminação: Natália Peixoto | Foto e vídeo: Thais Arruda | Produção: Núcleo negro de pesquisa e criação | Duração: 40 min | Classificação Livre Apresentado no dia 02 de julho de 2018 Fotos: Pablo Bernardo
81
FESTA DE ENCERRAMENTO Batuque do Morro - Roda de Samba Realizada em 02 de julho de 2018
FICHA TÉCNICA - QUINTA TEMPORADA Imagens: Pablo Bernardo e Pâmela Bernardo Edição e Fotografias: Pablo Bernardo Assessoria de Imprensa: Alessandra Brito Equipe: Ana Martins, Alessandra Brito, Alexandre de Sena, Eli Nunes, Evandro Nunes, Giovanna Heliodoro, Mário Rosa, Suellen Sampaio, Tatiana Carvalho Equipe Teatro Espanca: Alexandre de Sena, Aristeo Serranegra, Suellen Sampaio
82
83
ENTRE-TEMPORADA #5 cinemaPRETO comentado FAVELA EM DIÁSPORA Gabriela Matos (documentário, preto & branco, 21min, 2018) Sinopse: Em meio a uma desapropriação, o que fica? Memórias de um povo que está à margem do asfalto. Moradores do Morro do Papagaio relatam, a partir de suas vivências, como o processo de migração compulsória realizado por um projeto da Prefeitura provoca uma ruptura em suas histórias. OSTENTAÇÃO Marcelo Lin e Fernando Rossi (Documentário, cor, 24min, 2016) Sinopse: Ostentação: ato ou efeito de exibir com pompa e vaidade, bens, direitos e propriedades, fazendo referência à necessidade de se mostrar luxo ou riqueza. Em meio à realidade brasileira de contrastes sociais extremos, o documentário lança um olhar a partir dessa palavra-chave sobre a cidade de Belo Horizonte, e encontra a Cidade Administrativa de Minas Gerais e o seu entorno.
CÊ LÁ FAZ IDEIA Rodrigo Beetz (Documentário, cor, 10min, 2017) Sinopse: Brayan Pinto de Souza conhecido como BPO é um jovem negro apaixonado pelo rap e conta um pouco de sua vivência pelas ruas da cidade de Ribeirão das Neves.
84
NoirBLUE – deslocamentos de uma dança Ana Pi (Experimental, cor, 27min, 2017) Sinopse: No continente africano, Ana Pi se reconecta às suas origens através do gesto coreográfico, engajando-se num experimento espaço-temporal que une o movimento tradicional ao contemporâneo. Em uma dança de fertilidade e de cura, a pele negra sob o véu azul se integra ao espaço, reencenando formas e cores que evocam a ancestralidade, o pertencimento, a resistência e o sentimento de liberdade. [texto de Siomara Faria para catálogo do 20º FestCurtas] Realizada no dia 03 de setembro de 2018
Conversadores: Tatiana Carvalho Costa e Pablo Moreno >> Tatiana Carvalho Costa (Curadoria e mediação) Realizadora audiovisual e mestre em Comunicação Social (UFMG). Integrante do coletivo Elas Pretas e coordenadora do projeto de extensão universitária Pretança. Professora nos Instituto de Comunicação e Artes do Centro Universitário UNA e colaboradora do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT – NUH/UFMG. Realiza trabalhos de pesquisa acadêmica e de produção audiovisual relacionados às subalternidades contemporâneas. 85
86
SEXTA TEMPORADA
87
CAPITÃ PEDRINA DE LOURDES HOMENAGEADA DA SEXTA TEMPORADA
>> Foto: Pedro Aspahan 88
89
>>
Por Dalva Maria Soares Pedrinha miudinha Pedrinha na Aruanda, ê! Lajedo tão grande Tão grande na Aruanda, ê! — Ponto da Umbanda O significado de Pedrina é “pedra pequena, pedra valiosa”, diz o dicionário de nomes. E a homenageada desta sexta temporada de segundaPRETA é assim mesmo: pequenininha. Nasceu prematura, no sexto mês de gravidez de Dona Ester Rufina Borges, e chegou a ser desenganada pelos médicos. Intuída pela espiritualidade, porém, Dona Ester, a matriarca dos Leonídios, construiu uma incubadora caseira, com tijolos aquecidos no fogão a lenha e enrolados em jornais e panos. Colocados em volta da menina, eram o que mantinha o pequeno corpo aquecido. Contrariando as estatísticas da prole numerosa a que pertencia (treze irmãos dessa prole perderam a vida entre abortos espontâneos e doenças infantis), a pequena sobreviveu. E cresceu. Cresceu vendo a luta do Capitão e da Rainha Conga do Reinado da cidade de Oliveira — seus pais — para realizarem a Festa de Nossa Senhora do Rosário. Cresceu vendo a movimentação no terreiro, vendo o cuidado e o zelo de Dona Ester e Capitão Leonídio com a Festa. Cresceu vendo a casa sempre cheia de pessoas à procura de conselhos, chás ou rezas. Hoje, Pedrina tem seu nome reconhecido não só dentro do Estado, mas também fora das fronteiras de Minas Gerais e até mesmo do país. Contudo, nem sempre foi assim. O caminho para se afirmar numa manifestação tradicionalmente masculina foi longo. É verdade que as mulheres sempre estiveram presentes na organização dos festejos; os espaços ocupados por elas, porém,
90
diferiam daqueles atribuídos aos homens. Durante muitos anos, só era permitido às mulheres participarem como rainhas, princesas, bandeireiras ou juízas; também podiam se responsabilizar pelos enfeites e pela preparação da comida; no entanto, não tinham permissão para dançar ou tocar instrumentos, nem para a capitania dos ternos. A presença feminina nessas funções antes exercidas exclusivamente por homens foi o resultado de uma transformação iniciada por volta da década de 1970. Pedrina de Lourdes Santos foi uma das pioneiras nesse processo, e é considerada a primeira capitã de Massambique do Estado de Minas Gerais. Mas Pedrina não é só capitã de Reinado: é muito mais. É um misto de assistente social, psicóloga, militante antirracista, educadora, mãe, entre tantas outras funções que desempenha. Sua vida gira em torno da Festa, que, embora tenha seu ponto-auge em setembro, exige muito trabalho durante o ano inteiro, sobretudo trabalho espiritual. O Reinado é um lugar de encruzilhada na vida de Pedrina. É onde convergem suas experiências religiosas, não só em termos cosmológicos com os santos, espíritos desencarnados, nikises e entidades espirituais, como também no campo social. Os públicos, ou seja, os ouvintes de Pedrina, são diferentes nas diversas vivências religiosas, mas o reinado reúne a todos. Durante a Festa de Nossa Senhora do Rosário, a Casa Azul de Pedrina, em Oliveira, recebe não só parentes biológicos, mas também parentes de santo, além de produtores culturais, pesquisadores, políticos, artistas e todo tipo de visitante. Através do Reinado, Pedrina chama a atenção para a cultura da diáspora, cantada, dançada e performatizada pelo corpo negro desterritorializado de seu lugar de origem e transplantado a
91
força para outras terras. A performance reinadeira vem cobrir os vazios e rupturas das culturas desses sujeitos que tiveram de se reinventar longe de seu próprio chão. O Reinado possui aspectos que vão além do religioso. Evidentemente, o religioso é central: para muitos dos participantes, Nossa Senhora do Rosário figura como referência religiosa importante, justamente por ser uma santa que acolhe a todos sem distinção. Não acolheu ao negro? Mas existem também os aspectos social e cultural da manifestação: o primeiro desperta o reinadeiro anônimo para ascender da subalternidade que lhe é imposta ao protagonismo da Festa; o segundo possibilita-lhe assumir e desempenhar o importante papel de guardião da cultura afro-brasileira. Trata-se de uma história que não está nos livros, e que Pedrina procura difundir em todos os espaços por onde circula. Nas culturas orais, a palavra é elemento essencial; é força capaz de conectar mundos. Pedrina é uma mulher de palavra. É possuidora da palavra enxuta, que não enfeita nada, mas que diz o que tem que dizer. É possuidora da palavra-sagrada, que liga o mundo visível ao não-visível, e da palavra-força, que conecta o mundo de seus ancestrais ao de seus descendentes. É possuidora da palavra que acolhe e empodera. Escutemos sua palavra! Makuiu, Capitã! A prosaPRETA com CAPITÃ PEDRINA DE LUZ aconteceu no dia 01 de outubro de 2018
Dalva Maria Soares é doutora em antropologia pela UFSC e pesquisadora das culturas populares, mais especificamente, do Reinado de Nossa Senhora do Rosário, popularmente conhecido como Congado, com ênfase na trajetória de mulheres. É também mãe do João Pedro e escreve para diminuir a febre de sentir. 92
93
6 FRAGMENTOS DE UMA HISTÓRIA EM DESALINHO >> Cia Basalto de Artes (São Paulo/SP)
94
95
96
SINOPSE “A todas as bichas que ocupam espaços e se manifestam estarem vivas.” 6FRAGMENTOS DEUMAHISTÓRIA EMDESALINHO 6 FRAGMENTOS atravessam a história da personagem à deriva. Nada é ficcional. Tudo é real. Essa história abarca os corpos das bichas pretas. Dentro do espaço de uma casa a personagem revive os fiascos de memória da sua trajetória, a fim de expelilos, na possibilidade de recomeçar suas próprias narrativas. FICHA TÉCNICA Fotografia e Registros: Carolina Matias | Produção e Sonoplastia: Leninha Silva | Atuação e Direção: Sol Almeida | Duração: 60 min | Indicação etária: 14 anos Apresentado no dia 08 de outubro de 2018 Fotos: Pablo Bernardo
97
MITOS DE ORIGEM AFRICANA
>> Contos de Mitologia e Literafro da Universidade Federal de Minas Gerais (Belo Horizonte/MG)
98
99
100
SINOPSE Os projetos Contos de Mitologia e Literafro da UFMG, apresentam na segundaPRETA contos da mitologia africana. Um dos trabalhos que os projetos desenvolvem é levar, através da antiga tradição da contação de histórias, os mitos para escolas da rede pública de Belo Horizonte e região metropolitana. FICHA TÉCNICA Contadores de história: Rainy Campos, Thais Emediato, Sarah Vá Moreira e Anderson Ferreira | Duração: 40 minutos | Classificação Livre Apresentado no dia 12 de outubro de 2018 Fotos: Daniel Pitanga
101
BICHA PRETA >> Seraphin
(Belo Horizonte/MG)
102
103
104
SINOPSE Este trabalho se cria a partir da personagem Geni, da obra teatral “A Ópera do Malandro”, a personagem é imbuída de uma série de questões sociais como gênero, prostituição, marginalidade entre outras, que serviram de inspiração para o intérprete que por sua vez aglutina a coreografia suas próprias inquietações; intolerância a sexualidade alheia, racismo, desordem política e tecnicismo exacerbado na arte, criando a competitividade ilógica entre profissionais da área. FICHA TÉCNICA Coreografia e direção: Seraphin | Figurino: Elisa Pita | Maquiagem: Seraphin | Sonoplastia: Rafael Neves | Duração: 5 min | Indicação etária: 14 anos Apresentado no dia 15 de outubro de 2018 Fotos: Pablo Bernardo
105
PIANÓPERA AFRO QUEER: O AMOR SÓ É BOM SE DOER? >> Victor Mandela (Salvador/BA)
106
107
108
SINOPSE Enquanto os dedos correm pelo piano, uma história cheia de suor, purpurina, areia e água do mar é contada. Baseada num conto de Caio Fernando Abreu, violência, paixão e erotismo marcam a performance cênico musical. Gerada na zap 18, o número tem uma pegada épica, política e contestadora. É preta, é sensual, muito viada e provocante. FICHA TÉCNICA Direção: Gabriel Cavalcanti | Atuação: Victor Mandela | Duração: 20 min | Indicação etária: 16 anos Apresentado no dia 15 de outubro de 2018 Fotos: Pablo Bernardo
109
FLORES HORIZONTAIS COMO NASCE UMA TRAVESTI >> Piranha fudida (Nova Iguaçu/RJ)
110
111
112
SINOPSE Poesia, performance, silêncio, canções renomadas e autorais caminham juntos para a construção desse experimento que usa do desabrochar de uma flor como analogia para abordar as inquietações e dilemas de uma travesti. FICHA TÉCNICA Atriz - Bruna Andrade | Duração: 20 min | Classificação Livre Apresentado no dia 15 de outubro de 2018 Fotos: Pablo Bernardo
113
114
PARA QUE NÃO TE AMARRES NA DOR
>> Jade Zimbra
(São Gonçalo/RJ)
115
116
SINOPSE Rituais de desamarrações e reconexões com a sabedoria ancestral travesti. FICHA TÉCNICA Performer: Jade Zimbra | Duração: 40 min | Indicação etária: 16 anos Apresentado no dia 22 de outubro de 2018 Fotos: Pablo Bernardo
117
PIETÀ
>> Coletivo Espelho (Belo Horizonte/MG)
118
119
120
SINOPSE Uma experimentação cênica a partir da trajetória de cinco jovens negros, desenvolvendo em cena uma visão artística e subjetiva do contexto sócio-racial que permeia seus cotidianos. O experimento coloca em foco os pensamentos, desejos, trajetos, possibilidades e fatores de união em ancestralidade. “Trazemos nossos corpos à luz - eu te vejo - e, sob ela, cuidamos uns dos outros.” FICHA TÉCNICA Direção: Rikelle Ribeiro | Elenco: Alexander Teixeira, Bárbara Costa, Felipe Oliveira, Nayara Leite e Victor Vieira | Duração: 20 min | Classificação Livre Apresentado no dia 22 de outubro de 2018 Fotos: Pablo Bernardo
121
PELE
>> Anne Caroline Vaz (Contagem/MG)
122
123
124
SINOPSE Aquela que envolve Que esconde Que cria contato Que entende o afeto Que transborda no grito do arrepio Que vira verbo na ação de pelejar Fronteira na relação do desejar e concede o padrão do gostar A Pele que pode Ser, estar, conhecer E até escolher O corpo mulher do como e onde se apresentar. FICHA TÉCNICA Intérprete criadora: Anne Caroline Vaz | Figurino: Anne Caroline Vaz e Flaviane Lopes | Trilha Sonora: Ladrãozin - Benjamin Abras Edição de Trilha Sonora: Glaúce Almeida | Assistente de Produção: Júlia Martins | Direção Artística: Anne Caroline Vaz | Duração: 20 min | Indicação etária: 12 anos Apresentado no dia 29 de outubro de 2018 Fotos: Pablo Bernardo
125
PROCESSO MAL-OLHADO/BEMOLHADO: ORAÇÃO SOBRE NOSSAS ÁGUAS >> Janaina Barros e Wagner Leite Viana (Belo Horizonte/MG)
126
127
128
SINOPSE A ação apresenta os corpos feminino e masculino negros numa interação que reflete os afetos e sua dimensão política na formação da família negra em diáspora. Buscando elementos do discurso religioso, procura-se apresentar um questionamento do corpo como lugar possível de liberdade. A água é elemento presente na cena e é símbolo da manutenção da vida na figura de um rio como um véu que cobre a mulher e corre pelo chão. O nascimento de uma criança, um casal de mãos dadas e uma oração ao Rio Una. FICHA TÉCNICA Performers: Janaína Barros e Wagner Leite Viana | Duração: 20 min | Indicação etária: 12 anos Apresentado no dia 29 de outubro de 2018 Fotos: Pablo Bernardo
129
130
RÉS
>> Corpórea Companhia De Corpos
(São Paulo/SP)
131
132
SINOPSE O espetáculo “Rés” tem como temática principal o universo do encarceramento feminino e a vulnerabilidade desse corpo no Brasil. Diante deste contexto, o espetáculo propõe uma análise artística e poética, através de uma produção em dança sobre as estatísticas que envolvem o sistema de encarceramento em massa. FICHA TÉCNICA Concepção e Direção: Verônica Santos | Intérpretes Criadores:| Débora Marçal, Malu Avelar e Verônica Santos | Direção Musical: Melvin Santhana | Trilha Sonora: Melvin Santhana e Manassés Nóbrega | Preparação de corpo cênico: William Simplício | Provocadores: Dina Alves e William Simplício | Iluminação: Danielle Meireles | Figurino: Debora Marçal / Wellington Adélia | Video-performance: Noelia Nájera | Produção geral: Corpórea Companhia de Corpos | Duração: 60 min | Indicação etária: 16 anos Apresentado no dia 05 de novembro de 2018 Fotos: Daniel Pitanga
133
GALA
>> As Talavistas e Galla on Fire (Belo Horizonte/MG)
134
135
136
SINOPSE Através de uma representação performática da litogravura aquarelada “Um jantar brasileiro.”, do artista francês Jean Baptiste Debret, pintura que retrata uma refeição diária da sociedade branca carioca do século XIX, buscamos satirizar a realidade social brasileira partindo da primeira parte do século XIX e chegando em 2018. A performance se transforma de uma refeição a uma cena de exposição, sexualização e demonstração de poder sobre o corpo do outro, que remete a uma fotografia retirada da comemoração a prisão do ex presidente Lula dentro do maior prostíbulo do país em São Paulo. FICHA TÉCNICA Concebido, dirigido e escrito por: Pink Molotov | Performers: Pink Molotov, Marli Ferreira, Darlene Valentim, Vinícius Morais | Produzido por: As Talavistas | Co-produção: Galla on fire | Imagens: Iuri Lis | Figurino: As Talavistas | Maquiagem: Gabriel Jardim, Iuri Lis e Vinícius Morais | Trilha sonora: Vinícius Morais | Duração: 60 min | Indicação etária: 10 anos Apresentado no dia 12 de novembro de 2018 Fotos: Pablo Bernardo
137
FESTA DE ENCERRAMENTO Galla + dj Gabi Nas Realizada em 12 de novembro de 2018
FICHA TÉCNICA - SEXTA TEMPORADA Imagens: Pablo Bernardo e Pâmela Bernardo Edição e Fotografias: Pablo Bernardo Assessoria de Imprensa: Alessandra Brito Equipe: Anderson Feliciano, Andréa Rodrigues, Alessandra Brito, Alexandre de Sena, Ana Martins, Eli Nunes, Etiene Martins, Giovanna Heliodoro, Gabriela Guerra, Grazi Medrado, Jhonatta Vicente, Michele Bernardino, Rainy Campos, Rauta Sabrina, Rodrigo Negão, Suellen Sampaio e Tatiana Carvalho Costa Equipe Teatro Espanca: Alexandre de Sena, Aristeo Serranegra, Suellen Sampaio
138
139
ENTRE-TEMPORADA #6 prosaPRETA PERFORMANCE NEGRA: ESPAÇOS DE ARTE Michelle Mattiuzzi
EXPERIÊNCIA
POLÍTICA
NOS
Sinopse: A performance aqui é um dispositivo para criação de contranarrativas, balas do projetil descolonização da imagem da mulher negra. São imagens violentas, são ações precárias, são pesquisas de pós-graduação, são artigos em revistas e jornais, são contraditórias, são destrutíveis. Mattiuzzi apontou sons imagens palavras de pessoas invisibilizadas do espaço institucional, propondo uma guerrilhas de saberes, na tentativa de reativar memórias e conhecimentos ancestrais, para produzir dissensos nos corpos marcados pela colonialidade. Realizada no dia 10 de dezembro de 2018 em parceria com o Projeto Pretança
Musa M. Mattiuzzi é performer, escritora e pesquisadora. É graduada em Artes do Corpo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Seus trabalhos se apropriam do/e subvertem o lugar exótico atribuído ao corpo da mulher negra pelo imaginário cisnormativo branco, que o transforma numa espécie de aberração, entidade dividida entre o maravilhoso e o abjeto. Participou da 32ª Bienal de São Paulo, na Oficina de Imaginação Política onde publicou o texto “merci beaucoup, blanco! – experimento fotografia performance”. Em 2017, participou do Programa Capacete de Residência (Athens) – documenta 14. No mesmo ano, na cidade de Salvador e Rio de Janeiro apresentou a nova obra Whitenography e a performance “sobre o papel branco” na Exposição Implosão, e além disso foi premiada com o filme “experimentando o vermelho em dilúvio” como melhor curta metragem no X Janela Internacional de Cinema do Recife. Em 2018, participou da 33ª Bienal de São Paulo, no projeto afinidades afroafetivas. Vive entre Salvador e São Paulo. 140
141
142
SÉTIMA TEMPORADA
143
MAZZA RODRIGUES HOMENAGEADA DA SÉTIMA TEMPORADA
>> Foto: Pablo Bernardo 144
145
>>
MAZZA, PEDRA ANGULAR DO QUILOMBO GRANDE! Por Cidinha da Silva “Quem foi que falou / Que eu não sou um moleque atrevido / Ganhei minha fama de bamba / No samba de roda / Fico feliz em saber o que fiz pela música Faça o favor / Respeite quem pode chegar / Onde a gente chegou / Também somos linha de frente / De toda essa história / Nós somos do tempo do samba sem grana, sem glória / Não se discute talento / Mas seu argumento, me faça o favor / Respeite quem pode chegar onde a gente chegou / E a gente chegou muito bem / Sem a desmerecer a ninguém / Enfrentando no peito um certo preconceito / E muito desdém / Hoje em dia é fácil dizer / Que essa música é nossa raiz / Tá chovendo de gente / Que fala de samba e não sabe o que diz / Por isso vê lá onde pisa / Respeite a camisa que a gente suou / Respeite quem pode chegar onde a gente chegou / E quando chegar no terreiro / Procure primeiro saber quem eu sou / Respeite quem pode chegar / Onde a gente chegou”. Esta música de Jorge Aragão é uma tradução de Maria Mazarello, a moleca atrevida, criadora e mantenedora da Mazza Edições. Mazza é ousada, mas é modesta, ela nunca aconselharia a pessoas pretensiosas “quando pisar no terreiro, procure primeiro saber quem eu sou”, mas nós dizemos por ela, porque é preciso dar a conhecer o papel jogado por Mazza no mundo editorial brasileiro.
146
São quase 40 anos de vida editorial no coração das alterosas. Sabe lá o que é manter uma empresa ao longo de quase 40 anos de turbulência econômica, afora os oito do governo Lula e o primeiro governo Dilma? O que é sobreviver a Newton Cardoso como governador de Minas? À inflação do governo Sarney? Aos desmandos do Plano Collor? Ao neoliberalismo privatista de FHC e aos inomináveis oito anos de Aécio Neves em Ipanema, digo, no governo de Minas? Sabe o que é manter uma editora dedicada a questões raciais e de africanidades no cenário editorial anterior à Lei 10.639/2003? Ah… não, desculpe, você não sabe! Você que me lê e ouve não imagina a força-motriz que é Maria Mazarello Rodrigues, mulher negra de Ponte Nova (terra também do glorioso Reinaldo) que construiu uma empresa sólida, a Mazza Edições, sem lastro de herança econômica familiar. Estruturou o projeto na tora, no braço, no trabalho incansável para materializar um sonho de liberdade num país racista e cínico que negava a existência do próprio tema gerador da empresa, o racismo e todas as suas mutações. Mazza é uma editora que inscreveu seu nome a ferro, fogo e boas conversas no cenário editorial brasileiro. Para falar sobre a memória do livro e do ofício de editá-los no Brasil contemporâneo é imperativo pronunciar seu nome e pesquisá-lo. Assim fez um grupo de estudantes de Tecnologias de Edição do CEFET MG, coordenado por Pablo Guimarães, que empreendeu num livro curto em tamanho e alargado de emoção, a trajetória vitoriosa de Maria Mazarello Rodrigues. A obra que leva seu nome integra a Coleção Edição e Ofício que conta ainda com outros três volumes dedicados a significativos editores mineiros.
147
De maneira muito sensível, a equipe de estudantes narra em primeira pessoa a confluência dos caminhos de Mazza, a mulher empreendedora, e da Mazza Edições, a editora. Tudo começa pelo sonho de estudar, acalentado por nossa heroína, seguido da decisão da mãe, Dona Amarilis, de levar toda a família de Ponte Nova para Belo Horizonte para alcançar o objetivo. A narrativa avança pelos planos de vida modesta que a leitura agigantou. Os projetos editoriais, dos quais Mazza participou na capital mineira, a Editora do Professor, a Livraria do Estudante, a Editora Veja, antes de construir seu próprio território. O livro nos revela ainda o mestrado em editoração cursado na Universidade de Paris –XIII, um respiro francês nos tempos sombrios da ditadura civil-militar vigente no Brasil de 1964 a 1985. A volta ao Brasil. O sonho de edificar a Mazza Edições, um diálogo sobre liberdade com o povo por meio do livro. A primeira publicação: Assim se benze em Minas Gerais, de Edimilson de Almeida Pereira e Núbia P. Guimarães. É de tirar o fôlego. Mas se você acha que manter uma casa editorial como a Mazza Edições ao longo de quase 40 anos ininterruptos é para os fortes, está enganada. Fortes são os outros pequenos empresários como ela que sobreviveram. Maria Mazarello Rodrigues é mais. Ela é uma rocha tectônica do Quilombo Grande. É a massa atleticana gritando gol diante da poética de Reinaldo, mesmo que Mazza seja cruzeirense. Aliás, um defeito grave. A prosaPRETA com a MAZZA aconteceu no dia 11 de março de 2019
Cidinha da Silva é escritora. Publicou, entre outros, Os nove pentes d’África (2009); #Parem de nos matar! (2016) e Um Exu em Nova York (2018). 148
149
COMO FALAR DE COISAS INVISÍVEIS? (NOME PROVISÓRIO) >> Val Souza
(São Paulo/SP)
150
151
152
SINOPSE A artista faz uma palestra-performance a partir de discursos que abordam questões de gênero, raça e classe. Em ambiente imersivo, Val Souza interage com o público e de maneira descontraída traz à tona questões marginalizadas, enquanto aborda e questiona o desafio de colocar tais discursos no centro das discussões. Enquanto a artista conversa com o público, vez outra a artista oferece bebidas, comida ou objetos para o público. FICHA TÉCNICA Intérprete criadora: Val Souza | Luz: Milena Tourino | Sonoplastia: André Oliveira | Duração: 30 min | Classificação Livre Apresentado no dia 18 de março de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
153
154
L3N1R4 (LENIRA) >> Rastros de Diógenes (Rio de Janeiro/RJ)
155
156
SINOPSE Lenira consiste numa entidade de corp_oralidade performativa por meio de contações e experiências anticoloniais desenvolve narrativas que encarnam potências do movimento temporal (ancestral/contemporaneo), do conflito, da imprevisibilidade ritualística, do inacabamento estético... expressando formas de resiliência e transgressão contra as violências operadas e atualizadas pela colonialidade, atua em corpo presente e no astral virtual pela rede mundial de internet. > Durante a performance realizo um pequeno ritual composto por símbolos ancestrais e contemporâneos, realizo conotações e exponho áudios. FICHA TÉCNICA Performance e concepção: Rastros de Diógenes | Duração: 40 min | Indicação etária: 16 anos Apresentado no dia 25 de março de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
157
DOR VESTIDA >> Juhlia Santos
(Belo Horizonte/MG)
158
159
160
SINOPSE Entrega e presença. Não pensar para justamente estar, de fato, na ação. Isso é um convite. O que fazer com essa dor? Você tem? Imaginei, idealizei? Criar uma ideia que encobre com um véu a sua presença, que é encoberta por um véu, me desvia pra onde não faz bem. Existem desvios tenebrosos também. 29 garrafas de água, fonte diretas da vida. O buquê, a corpa no vestido branco, música. Um convite à imagem do movimento interno que passei, expurgando dores, prisões, horrores, tradições. Uma vivência que me reverbera por dentro, pra dentro, saindo até pra fora. Ponho meus medos líquidos, incrustados, a serem lavados nessa comunhão, conjunta sempre. FICHA TÉCNICA Performer: Juhlia Santos | Produtora: Giovanna Heliodoro | Duração: 20 min | Indicação etária: 16 anos Apresentado no dia 25 de março de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
161
162
HIDROSTÁTICA
>> Flaviane Lopes (Belo Horizonte/MG)
163
164
SINOPSE Um corpo negro supostamente estático habita o espaço-tempo. Sua permanência insistente inscreve no ciclo do mundo uma travessia de séculos. Seus ossos, pele e músculos apontam desafios de um porvir distante. De uma dança que desfragmenta os corpos outrora usurpados, brota a força para [re]existir. FICHA TÉCNICA Direção e dança: Flaviane Lopes | Operação de luz e som: Leo Gonçalves | Duração: 10 min | Classificação Livre Apresentado no dia 01 de abril de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
165
166
TÁLAMO
>> Maria Macêdo (Juazeiro do Norte/CE)
167
168
SINOPSE Nota 1. Palavras substantivadas. reorganizadas. 2. Corpo em constante estado de denúncia. Do leito conjugal, as partes constituintes do cérebro. Da singularidade das transmissões sensíveis, a pluralidade que agrupa um conjunto de mulheres costuradas por linhas vermelhas. O que fazer quando nos tornamos os números? Quais as palavras que te pesam as roupas? Tálamo carrega em seu corpo vários outros corpos femininos que foram/são violentados de alguma forma. A maioria dos casos de violência contra as mulheres são tidos como crimes passionais, cometidos por ex-companheiros, namorados ou maridos que não admitem não possuírem os corpos das mulheres. As linhas aqui desfeitas disseminam informações de tantos outros corpos femininos violentados, rasgando estas roupas que nos apertam. Descosturando estes vestidos de violência que nos vestem o corpo. O que fazer quando nos tornamos os números? FICHA TÉCNICA Performance: Maria Macêdo | Figurino: Andréa Sobreira |Duração: 60 min | Classificação Livre Apresentado no dia 01 de abril de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
169
ABENA
>> Cia. Bando
(Belo Horizonte/MG)
170
171
172
SINOPSE Abena é uma das princesas mais belas de todo o mundo, não havia quem discordasse! Pretendentes de todas as partes esperavam ter sua mão em casamento. Diante de tanto cortejo deu-se uma grande disputa, mas o coração de Abena já estava preenchido de amor por alguém. Mas nessa disputa, quem será o vencedor? FICHA TÉCNICA Concepção e realização: Cia. Bando | Dramaturgia: Djalma Ramalho | Elenco: Anderson Ferreira, Andréa Rodrigues, Fabiana Brasil e Rainy Campos | Trilha sonora: Djalma Ramalho | Figurino e Cenário: Anderson Ferreira | Duração: 60min | Classificação Livre Apresentado na segundaPRETINHA no dia 07 de abril de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
173
174
REPERTÓRIO N.1 >> Davi Pontes
(São Gonçalo/RJ)
175
176
SINOPSE Repertório é um trabalho em processo. O trabalho investe na ideia de dança enquanto treino de autodefesa, aplicando aspectos como a mimese, a representação e estudos de imagens coreografadas por corpos dissidentes, numa tentativa de arquivo de ações para elaborar resistências e conjurar modos de permanecer no mundo. Retomando a tradição coreográfica dos usos do cotidiano para o mundo altamente dominado pela violência performada contra corpos subalternos, repertório pretende ser um dança de autodefesa para esses grupos que através da repetição ritualizada de gestos corporais, ou um esboço de luto para possibilidades que já foram abertas, mas que não podem mais ser realizadas. O movimento pode ativar a memória dos corpos subalternos que foram enterrados sob códigos hegemônicos? Quanta indisciplina e dissidência podem ser contidos em um único gesto? FICHA TÉCNICA Criação e co-criação: Davi Pontes e Wallace Ferreira | Trilha sonora: Gabriel Massan | Duração: 35 min | Indicação etária: 18 anos Apresentado no dia 08 de abril de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
177
BOTANDO O MUNDO INTEIRO PRA GOZAR E SEM GOZO NENHUM
>> Karla Ribeiro
(São Paulo/SP, Ouro Preto/MG)
178
179
180
SINOPSE A ação “Botando o mundo inteiro pra gozar e sem gozo nenhum” parte da frase da autora Stela do Patrocínio, e com ela cria um corpo-instalação que apresenta um dos espaços de descarte no qual o corpo da mulata exportação vai parar quando o carnaval termina. FICHA TÉCNICA Concepção e performance: Karla Ribeiro | Duração: 30 min | Classificação Livre Apresentado no dia 08 de abril de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
181
QUELÉ – MÃE DO CANTO ANCESTRAL >> Meibe Rodrigues (Belo Horizonte/MG)
182
183
184
SINOPSE No preparo do feijão para uma feijoada uma mulher narra alguns acontecimentos de sua vida. Entre um canto popular e outro, o público é atravessado por ações desta mulher que o faz sentir num quintal, na cozinha ou nas dependências de um lugar que dispensa formalidades. FICHA TÉCNICA Criação e atuação : Meibe Rodrigues | Direção: Meibe Rodrigues | Co-direção : Eliezer Sampaio | Iluminação: Eliezer Sampaio | Duração: 30 min | Classificação Livre Apresentado no dia 15 de abril de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
185
186
CLANDESTYNA - O PARTO
>> Duca Caldeira e Bruna Andrade (Nova Iguaçu/RJ)
187
188
SINOPSE Nós somos a puta que nos pariu. O curta é concebido e parido por esses corpos, enquanto é exibido. Como lidar com essa nova filha clandestina, parida de um experimento audiovisual performático? Enquanto aprendem com os seus primeiros passos dados, os corpos complementam essa narrativa com ações físicas repetitivas, com o silêncio, com a dor e com a celebração dessa nova vida. FICHA TÉCNICA Artistas: Bruna Andrade, Duca Caldeira, Dayo Phelippe, Jô Arllen, Vidrynha | Duração: 35 min | Indicação etária: 16 anos Apresentado no dia 15 de abril de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
189
MULHERES NEGRAS TAMBÉM CHORAM >> 2z
(Belo Horizonte/MG)
190
191
192
SINOPSE Experimento cênico baseado em vivências de um corpo negro, fêmeo, Bissexual, gordo na sociedade. Experimento criado em cima poesias autorais. A poesia como processo de tratamento e cura de um quadro depressivo e ansiolítico. A escrita e a arte como mecanismo de empoderamento afro. “Ser preto é ser alfa. Primeira letra do alfabeto Grego. Preexisto para que suas falas e palavras aconteça. Quando descobri que era alfa Nasci. Tirei a vergonha que amordaçava”. FICHA TÉCNICA Roteirista e artista: Andrezza Xavier | Luz, Áudio, Vídeo: Anna Miranda | Duração: 30 min | Indicação etária: 16 anos Apresentado no dia 22 de abril de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
193
194
EXISTE MUITA COISA QUE NÃO TE DISSERAM NA ESCOLA >> Coletivo 171 (São Luís/MA)
195
196
SINOPSE A encenação visita através da poesia, canto e dança as experiências de uma mulher que se forma e que reflete sobre sua geração, que olha o passado com respeito, mas busca quebrar ciclos e alcançar lugares de pertencimento. O lugar é a escola onde aprendemos a ser/estar com os outros e estende-se ao seu lar, sua relação com os familiares e as suas memórias impressas ao seu corpo, principalmente em seu cabelo. Ali se dá o desvelamento gradativo e a experiência da jovem em descobrirse negra revelando a força que reside e resiste em um corpo/ alma marcado pelo preconceito. FICHA TÉCNICA Realização: Coletivo 171 | Direção: Brena Maria | Concepção, atuação e dramaturgia: Brena Maria | Iluminação e concepção: Gleison Xavier | Operação de luz: Ronald Matheus | Produção: Ju Montelo | Duração: 15 min | Indicação etária: 14 anos Apresentado no dia 22 de abril de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
197
FESTA DE ENCERRAMENTO Djs Raina + Podeserdesligado + Alexandre de Sena Realizada em 22 de abril de 2019
FICHA TÉCNICA - SÉTIMA TEMPORADA Imagens: Pablo Bernardo e Pâmela Bernardo Edição e Fotografias: Pablo Bernardo Assessoria de Imprensa: Alessandra Brito Equipe: Alessandra Brito, Alexandre de Sena, Ana Martins, Anderson Feliciano, Andréa Rodrigues, Eli Nunes, Etiene Martins, Jhonatta Vicente, Michelle Bernardino, Priscila Rezende, Rainy Campos, Rodrigo Negão, Suellen Sampaio, Thayná Oliveira Equipe Teatro Espanca: Alexandre de Sena, Aristeo Serranegra, Suellen Sampaio
198
199
ENTRE-TEMPORADA #7 cinemaPRETO comentado ELES SEMPRE FALAM POR NÓS Carina Aparecida (documentário, 1h, 2017) Sinopse: Mulheres, negras, quilombolas. Corpos-território atravessados pela história de um espaço secular que resiste em meio ao concreto e ao ritmo acelerado da urbanização de Belo Horizonte. Quilombo dos Luízes. Bairro Grajaú. Zona sul de uma cidade planejada. Para quem?Julia Ferreira da Silva, Maria Luiza Sidonio, Maria Luzia Sidonio, Sara Cristina Ferreira Nunes. Vidas e vozes atravessadas pela especulação imobiliária, pelo poder que ignora limites e soterra memórias.Estas quatro mulheres narram suas costuras e sonhos neste documentário, que é dedicado à toda a comunidade do Quilombo dos Luízes. Pela força que mantém viva a História deste território e, em especial, a todas as mulheres do quilombo, que carregam a resistência por esta terra. É dedicado também à luta cotidiana pela sobrevivência de todas as comunidades quilombolas do país. Realizada no dia 05 de agosto de 2019
200
201
202
OITAVA TEMPORADA
203
NILMA LINO GOMES HOMENAGEADA DA OITAVA TEMPORADA
>> Foto: Pablo Bernardo 204
205
>>
Por Alessandra Brito e Ana Martins “Você não sabe o quanto eu caminhei Pra chegar até aqui Percorri milhas e milhas antes de dormir Eu não cochilei Os mais belos montes escalei Nas noites escuras de frio chorei” Nos disseram que “A estrada” (Cidade Negra) é música que a Nilma mais gosta, que é a música dela. Filha da D.Glória e de João Jarbas Gomes, irmã de Jarbas, João Carlos e Normélia. Começamos assim esse texto de homenagem por saber que Nilma carrega esses nomes por onde ela passa. Que essa estrada é construída com todas aquelas que compõem a sua história. E quem a conhece sabe da relação linda e de companheirismo que tem com sua mãe, D. Glória. Então, saudamos as diversas histórias que acompanham esta mulher negra que podemos ver de perto sempre. Saudamos a nossa homenageada da oitava temporada da segundaPRETA. Quando escolhemos a professora Nilma como homenageada, veio para nós a missão de escrever algumas palavras sobre ela. Dias e dias pensando sobre o que dizer, depois de muito refletir e inspiradas pela carta que Júlia Elisa escreveu para Adão Ventura, nos aventuramos em fazer desse texto uma carta. Daquelas que trazem dentro de si notícias de uma vida, lembranças, pequenas anedotas do dia-a-dia, e começam com um cumprimento que diz: espero que essa carta lhe encontre gozando de boa saúde e muito feliz.
206
Professora Nilma, conheci você pessoalmente quando eu fazia a produção do programa Voz Ativa da Rede Minas e a convidei para compor a bancada de entrevistadores. Fui arrumada, coloquei um turbante e assisti atentamente toda sua participação no programa. Tiramos uma selfie no final. Recentemente a Val Souza escreveu uma coisa que me fez lembrar desse dia. Ela disse “Eu existo porque as mulheres negras me fizeram perceber: eu existo”. Por isso aquele dia de trabalho foi diferente. Naquele dia eu existi um pouco mais. Eu existi um pouco mais por causa de você, sua presença, suas palavras. Assim como existo mais quando me aquilombo aqui na segundaPRETA, lá no quintal da minha iaiá, perto das minhas sobrinhas. Eu existo mais junto das minhas! Eu existo mais junto das mulheres negras. Em sua banca para professora titular, você nos disse “… eu sou muitas coisas. Mas, primeiramente, professora!”, e é como você consegue olhar e ler o mundo, e compreender que tudo passa pela a nossa educação, que vai muito além da escola. A sua busca por compreender as diversas lutas por emancipação do povo negro, como movimentos de educação e reeducação da sociedade brasileira, fez com que se tornasse referência para as pessoas que se engajam nestas lutas em diversas áreas. Esse ofício de educar que ultrapassa todas as paredes e muros que são construídos em volta das instituições de ensino é o universo por onde você constrói sua caminhada. Isso me faz lembrar de algumas colocações da pesquisadora bell hooks* em torno do amor. No capítulo Amando a negritude como resistência política
* bell hooks no livro Olhares negros: raça e representação; tradução de Stephanie Borges, São Paulo: Editora Elefante, 2019. 207
do livro Olhares Negros Raça e Representação ela diz “Amar a negritude como resistência política transforma nossas formas de ver e ser, e, portanto, cria as condições necessárias para que nos movamos contra as forças de dominação e morte que tomam as vidas negras”. Educação e amor são conceitos muito próximos, são ruas da mesma encruzilhada. Quando digo amor, me refiro aquele amor que Baby Suggs em sua pregação nos convoca a exercitar no trecho do livro Amada, de Toni Morrison. Acredito que é por esse esteio que caminham duas obras suas: “O movimento negro educador – Saberes construídos na luta por emancipação” e “Sem perder a raiz – Corpo e cabelo como símbolos da identidade negra”. Ambas dizem de possibilidades de ampliar o olhar em torno da educação, quando você escreveu sobre o Movimento Negro reafirmou que nosso conhecimento é conhecimento. E ao falar do cabelo dizendo que não é só cabelo, nos convida a ressignificar o entendimento sobre a identidade negra, essa que precisa ser amada. Lembro de quando eu era criança, e, como quase todas as meninas e mulheres negras, tentava deixar o cabelo mais liso com o chamado relaxamento dos fios. Teve uma vez que eu cortei uma franjinha que era cacheada, mesmo com os produtos para o cabelo, usei ela solta apenas uma vez na escola. Enfim, você já deve imaginar o que me aconteceu. Fiquei com raiva da minha mãe por ela ter me deixado cortar a franja. Eu não entendia. Anos depois, todas fizemos transição capilar, foi um exercício de amor descobrir juntas como tratar o cabelo e a partir dessa descoberta amar, amar cacheado, amar mesmo fazendo uma escova de vez em quando, botar trança, fazer o que for. Amor é liberdade. Há muitas coisas que só foi possível compreender graças à escuta de outras mulheres negras. Suas obras nos permitem a compreensão de nós mesmas e dessa luta que nos irmana. Hoje, queremos lhe agradecer por tantos motivos. Por Betina, que já li adulta, por cada dia como Ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, como Ministra das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos, por ter 208
sido a primeira reitora negra, estando à frente da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – UNILAB. Dimensionamos o significado disso tudo em um país tão racista. A gente sabe um pouquinho do quanto você caminhou, sua caminhada é parte de quem somos hoje, nós, segundaPRETA. Agradecemos a doçura com que nos educa… Agradecemos a coragem por estar em espaços de muitas tensões. Agradecemos por ser presença que nos faz acreditar que é possível construir um mundo melhor. Em uma outra palestra, nos contou que a D. Glória ensinou que você deveria aproveitar os momentos de felicidade, pois eles são poucos e acabam. É isso mesmo! Para nós, ter você aqui é um momento feliz e o desejo é dilatar o tempo, esticar as horas, parar o relógio. Pois somos muito felizes com a sua existência.
A prosaPRETA com NILMA LINO GOMES aconteceu no dia 28 de outubro de 2019
Alessandra Brito é jornalista graduada pela Universidade Federal do Tocantins (UFT), Mestra em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e militante junto à segundaPRETA. Ana Martins é da ZN-BH, graduada em teatro pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Mestra em Educação pela mesma instituição, professora, atriz, co-fundadora da Cia. Espaço Preto, membro da equipe de organização da segundaPRETA. 209
210
211
PRINCÍPIO FÁLICO OU COITO INTERROMPIDO… >> Urubatan Miranda
(Santana de Parnaíba/SP)
212
213
214
SINOPSE Para esta composição coreográfica, parte-se de alguns conceitos utilizados pelo artista Lucian Freud em suas obras como a dureza, a aparente inexpressividade de alguns de seus personagens e o vazio psíquico que se aloja no corpo, para dominar o desejo, contrastando com a precisão dos seus traços enfaticamente realistas. Trata-se de reconfigurar a plasticidade de seus retratos perturbadores, crus, com algo de grotesco e de auto-abandono. Busca-se estabelecer mais que um diálogo com a obra pictórica, o objetivo é, no fundo, a construção de uma dramaturgia como reconfiguração do movimento interno a essas pinturas. Está ou se sente encarcerado em uma espécie de quarto solitário, nu, despossuído de tudo: de sexo, de desejo, de destino. Quando está nu, parece livre do desejo e da vergonha; e se está vestido, não é por vaidade ou porque tenta seduzir. Algo sórdido e também sublime parece trazer a alma para o lado de fora do corpo, tentando revelar-se sem máscaras e sem preconceitos. FICHA TÉCNICA Urubatan Miranda | Duração: 30 minutos | Indicação etária: 16 anos Apresentado no dia 02 de setembro de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
215
NÃO QUERIA FALAR DE VIOLÊNCIA MAS…
>> Zona de Experimentos Cênicos - 1 (ZAP 18) (Belo Horizonte/MG)
216
217
218
SINOPSE “Não queria falar de violência mas...” É o título da cena criada durante a oficina Zona de experimento cênico 1 - Teatro Negro da ZAP 18 no primeiro semestre de 2019. As danças urbanas e o soul dão o ritmo da cena que se propõem a discutir as existências negras no Brasil. Queríamos falar de amor, beleza, cidadania, religião e futebol. Das coisas que dão cor e leveza a vida mas… FICHA TÉCNICA Dramaturgia coletiva | Direção: Lucas Costa e Sheyla Santana | Preparação corporal: Danças urbanas e soul - Sheyla Santana | Capoeira Angola - Lucas Costa | Iluminação: Lucas Costa, Rodrigo Marques e Dominique Macbé | Pesquisa da trilha sonora: Sheyla Santana | Figurino, objetos e adereços: O coletivo | Em cena: Bia Oliveira, Carlos Felipe, Denise Tavares, Douglas Martins, Elaine Ferrari, Eliane Nascimento, Julio Nlongi, Larissa Ferreira, Léo Campos, Pollyanne Paixão, Raul Hesmirdof e Sheyla Santana | Duração: 40 minutos | Indicação etária: 12 anos Apresentado no dia 02 de setembro de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
219
MADAME BLINDEX >> O que você quer DZI? (Ouro Preto/MG)
220
221
222
SINOPSE Madame Blindex é uma deusa do real, uma instalação negra e periférica. Em corpos sublimes de construções precárias, as personas e personagens trazem o discurso do racismo em um universo metafórico e fantástico. Transformam o que lhes é dado em arte, em forma de existir e reexistir, o que não se diferencia do discurso marginal, viver nas condições socialmente estabelecidas e encontrar meios de transfigurar as dores e opressões em mais razões para ser, em mais motivos pra perpetuar uma existência indesejada. Entre cicatrizes e cacos estilhaçados as Madames vivem! FICHA TÉCNICA Duração: 10 minutos | Classificação Livre Apresentado no dia 09 de setembro de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
223
ELA
>> Coletivo Fio-Cena de Teatro (Belo Horizonte/MG)
224
225
226
SINOPSE Em cena, o protagonismo juvenil e a percepção da importância de ocupar o “seu lugar”. O trabalho surge de reflexões acerca de experiências vivenciadas por dois jovens e sua forma de enfrentamento dos conflitos gerados em decorrência das questões sociais e políticas do mundo onde vivem, não muito distantes do cenário sócio-político atual. FICHA TÉCNICA Dramaturgia: Coletiva | Direção: Coletiva | Supervisão artística: André Luiz Dias | Atriz: Ariane Maria | Ator: Cristal Lisboa | Iluminador: Renan Martins | Duração: 20 minutos | Indicação etária: 14 anos Apresentado no dia 09 de setembro de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
227
O SONHO COM OXUM >> Caroline Falero (São Paulo/SP)
228
229
230
SINOPSE O Sonho com Oxum conta a história de Janaína. Ao se deitar para dormir, triste ao lembrar de seus colegas chamando-a de feia, sonha com uma linda mulher de vestido e turbante amarelos e um espelho em uma das mãos. Oxum aparece, orixá feminino das águas doces, dos rios e cachoeiras, da riqueza, do amor, da prosperidade e da beleza, cultuada no candomblé e umbanda. A menina ao acordar, impressionada com o sonho, enfeita seus cabelos também com um turbante amarelo, o que a faz ter uma nova visão de si mesma. FICHA TÉCNICA Dramaturgia, criação e manipulação: Caroline Falero | Duração: 75 minutos | Indicação etária: 5 anos Apresentado na segundaPRETINHA no dia 15 de setembro de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
231
DEUS É MULHER >> Contos de Mitologia (Belo Horizonte/MG)
232
233
234
SINOPSE Deus é mulher. Deus é mulher preta! Salve Elegua... Salve Odoya Rainha do Mar Odoya. Salve todas as Yabás. Espetáculo construído a partir de narrativas sobre seis orixás: Nanã, Obá, Ewá, Oxum, Iemanjá e Iansã. Histórias de axé que perpetuam a vida de povos africanos. Dizem respeito a forma como eles se relacionam entre si, entre comunidade, entre diversas culturas, estéticas e forma de se viver. Deus é mulher, é força, é axé. FICHA TÉCNICA Atuação: Thais Emediato Corrêa Lopes, Sarah Vá Moreira Nascimento, Achiley Carine Lobo, Ariane Maria Lopes Santos, Raniele Aniceto Barbosa, Bárbara Tayná Silva Martins, Stella Haruko Kikuchi, Simone Ferreira Ribeiro e Elaisa de Souza | Composição musical e sonoplastia: Gustavo Henrique Vaz Ribeiro e Davi Knispel de Moraes Junior Composição de figurino: Sarah Vá Moreira | Preparação Vocal: Gustavo Henrique Vaz Ribeiro e Davi Knispel de Moraes Junior | Produção Colaborativa e Cenografia: Sarah Vá Moreira | Duração: 50 minutos | Classificação Livre Apresentado na segundaPRETINHA no dia 15 de setembro de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
235
236
MIRA
>> Pigmentar Companhia (Belo Horizonte/MG)
237
238
SINOPSE Um jovem negro leva um tiro no centro da cidade, neste momento de dor, questiona a sociedade que está matando ele e seus próximos. FICHA TÉCNICA Atuação: Allan Calisto | Poesia: Nívea Sabino | Música: Matéria Prima | Iluminação: Eliezer Sampaio | Direção: Alexandre de Sena | Produção: Pigmentar Companhia | Duração: 10 minutos Indicação etária: 14 anos Apresentado no dia 16 de setembro de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
239
STATUS COR - STATUS SÓ: UMA VAGA VISÃO >> Nóis
(Nova Lima e Belo Horizonte/MG)
240
241
242
SINOPSE Um corpo que se aproxima da voz e apalpa a complexidade de nós. Das inutilidades da palavra, alada, a nossa serve para quê? A minha palavra te afeta? Muda o que em você? A minha palavra acumula destinos em mim, em nós. Acumula olhares, formas, foco, mira, alvo. No meio do caminho a palavra. Definição: “unidade da língua escrita, situada entre dois espaços em branco, ou entre espaço em branco e sinal de pontuação”. Entre dois espaços em branco. Algo existe antes ou depois? FICHA TÉCNICA Concepção: Ana Martins; Douglas Din e Nívea Sabino - Nóis Atuação: Douglas Din e Nívea Sabino | Direção: Ana Martins Produção: Nóis | Duração: 30 minutos | Indicação etária: 16 anos Apresentado no dia 16 de setembro de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
243
244
MARCAPASSO
>> Suellen Sampaio
(Belo Horizonte/MG)
245
246
SINOPSE Um experimento dispositivo que tem como objetivo regular alguns batimentos cardíacos. FICHA TÉCNICA Atuação: Suellen Sampaio | Direção: Alexandre de Sena | Figurino: Suellen Sampaio e Alexandre de Sena | Iluminação: Preto Amparo | Duração: 18 minutos | Classificação Livre Apresentado no dia 16 de setembro de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
247
CAMPO MINADO >> Luscas Gonçalves (Belo Horizonte/MG)
248
249
250
SINOPSE Atormentado pela memória-bomba, um jovem adulto luta para enxergar as estratégias externas que fazem da sua subjetividade ser a sua inimiga. Aos poucos, percebe que sua vida está por um tris. Mas não há muito que ser feito, ele está condicionado a viver em um campo minado e que, a qualquer momento, pode se tornar apenas pedaços de um homem-menino. FICHA TÉCNICA Direção e preparação: Graziele Sena | Texto e atuação: Luscas Gonçalves | Duração: 20 minutos | Classificação Livre Apresentado no dia 23 de setembro de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
251
MANEQUIM 50 OU A DESCOBERTA DO CORPO FARTO >> Stefanio Miranda (Belo Horizonte/MG)
252
253
254
SINOPSE Manequim 50 é a necessidade de ser corpo, se descobrir e se revelar a partir de suas formas. Estabelecer lugar de existência condicionada à estética, suprimir a solidão a violência, apresentar alternativas de gozo. A descoberta do corpo farto, é a descoberta de uma ferramenta de potência, pelas marcas e vivência que carrega em cada curva. Farto das limitações impostas pelos padrões sociais, mas farto, abundante pela possibilidade de se compreender, atravessado pela cor, a orientação sexual classe e origem. FICHA TÉCNICA Dramaturgia e atuação: Stefanio Miranda | Direção: Natália Claret | Duração: 20 minutos | Indicação etária: 16 anos Apresentado no dia 23 de setembro de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
255
256
MÃE
>> Claudia Moreira (Belo Horizonte/MG)
257
258
SINOPSE Uma mãe preta, assim como tantas mães pretas que lutam para tirar os filhos das ruas, das cadeias, das valas. Que lutam por seus filhos e enfrentam o dia a dia de uma sociedade massacrante, questionando o que ela deve ou não ser. FICHA TÉCNICA Atriz: Claudia Moreira | Diretora e provocadora: Renata Paz Provocadoras cênicas: Amora e Nana | Iluminação: Gato de Luz Duração: 10 minutos | Indicação etária: 14 anos Apresentado no dia 23 de setembro de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
259
MIL LITROS DE PRETO: A MARÉ ESTÁ CHEIA >> Lucimélia Romão
(São João Del Rey/MG)
260
261
262
SINOPSE Uma ação que transborda. Corpos pretos atravessados por balas! Transbordam mortes. A cada 25 segundos um alarme soa, 7 litros de líquido vermelho, contidos num balde preto, são despejados em fluxo pela performer em uma piscina, isso ocorre até que 57 baldes fiquem vazios reconfigurando a instalação. Em aproximadamente 30 minutos a piscina se completa com 400 litros de sangue de jovens negros. O primeiro tiro fere, o segundo tiro causa dificuldade de respirar e o terceiro mata! Então para que serve o quarto? O quinto? O sexto? O sétimo? O oitavo? O nono? E o décimo tiro?. FICHA TÉCNICA Áudio: Matheus Correa | Concepção: Lucimélia Romão | Performer: Lucimélia Romão | Performers convidadas: Josefa Ambrosia de Souza e Maria Lucia de Souza | Produção: Liliane Crislaine | Duração: 35 minutos | Classificação Livre Apresentado no dia 30 de setembro de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
263
264
UM PRETO
>> IMPERMANENTE (Belo Horizonte/MG)
265
266
SINOPSE Quantas possibilidades de pretos vivem dentro de mim? Como o poder me constitui? Como redimensionar minha existência negra em um mundo branco? A partir destas e outras perseguimos em formas de como articular uma resposta através da linguagem. A insurgência negra passa pela estrutura do pensamento e assim surge UM PRETO. FICHA TÉCNICA Direção e dramaturgia: Oládélè | Direção de movimento: Léo Garcia | Direção musical: Carlos Felipe | Atuação: Oládélè, Léo Garcia e Carlos Felipe | Pesquisa de materialidades da cena: criação coletiva | Trilha sonora: João Vasconcelos | Iluminador: Allan Calisto | Duração: 15 minutos | Indicação etária: 12 anos Apresentado no dia 30 de setembro de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
267
CABO LIBERTAS >> Eli Nunes
(Belo Horizonte/MG)
268
269
270
SINOPSE A Cabo Libertas, ordinária, marcha firmemente para a cena, trabalhada no vinco da farda, no brilho da bota, na androgenia de sua retaguarda e de seus músculos militarizados. Em forma. Sentida! Esquerda...? Direita...? Meia volta Volver! Entoa o paradoxal hino de sua pátria com cor e, armada de ironias descascadas, apresenta ombro arma a sua nação inebriada. FICHA TÉCNICA Artistas: Eli Nunes e Will Soares | Concepção: Eli Nunes | Duração: 7 minutos | Indicação etária: 10 anos Apresentado no dia 30 de setembro de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
271
272
POR TRÁS DE UMA CEGUEIRA
>> Luiz Marques (Belo Horizonte/MG)
273
274
SINOPSE “Hoje eu não enxergo dos dois olhos, não vejo nada, nem um vulto...minha vida mudou por completo...” O solo “Por trás de uma cegueira” surgiu através de vivências da minha mãe, onde ela descobriu que existe um abismo entre o ser e o estar à cega. FICHA TÉCNICA Bailarino: Luiz Marques | Duração: 7 minutos | Classificação Livre Apresentado no dia 07 de outubro de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
275
276
PRETA: SOBRE FIFINAS E ANAS >> Ajayô Teatro Em Pé (Ouro Preto/MG)
277
278
SINOPSE “A voz da mulher negra ecoa forte através de textos e músicas que trazem histórias de amor, poesia, luta e resistência. Por todas as que vieram antes, por todas as que aqui estão e por todas as que virão, através das histórias de Fifinas e Anas apresentamos uma reflexão para repensarmos a sociedade em que vivemos. A narrativa que se dá é nossa: das mulheres pretas. Com todas as vozes unidas, abram os ouvidos e o coração. Nós vamos falar.” FICHA TÉCNICA Atuação: Ana Bárbara Coura | Direção Musical: Itamar Bambaia Direção: Dhu Rocha | Preparação Vocal: Leticia Afonso | Figurino: Karla Ribeira | Iluminação: Lua Melo Franco | Duração: 60 minutos | Indicação etária: 16 anos Apresentado no dia 07 de outubro de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
279
PERTURBAÇÕES EM DOUTRINAS TEOLÓGICAS (EU ABENÇOO SEU DINHEIRO) >> Priscila Rezende
(Belo Horizonte/MG)
280
281
282
SINOPSE A intervenção “Perturbações em doutrinas teológicas (eu abençoo seu dinheiro)” parte primeiramente de um questionamento e crítica à um Estado violador de sua própria constituição que determina sua laicidade, mas impõe à cidadãos uma religião específica em circulação em seu sistema monetário, e bebendo como inspiração pregações em vias públicas e o trabalho “Inserções em Circuitos Ideológicos”, de Cildo Meireles, busca trazer ao público uma outra perspectiva de enfrentamento à essa imposição ideológica-cristã. FICHA TÉCNICA Performer Priscila Rezende | Duração: 30 minutos | Classificação Livre Apresentado no dia 07 de outubro de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
283
284
REVOADAS
>> Coletivo Akofena
(Belo Horizonte/MG)
285
286
SINOPSE Revoadas é o movimento de retorno da ave ao local de onde partira. Nós inspiradas e movidas pela história e trajetória de Dandara, nos lançamos nesse movimento para encontrar o elo de ligação entre passado, presente e futuro a partir das histórias dessa, das nossas e de outras mulheres. O espetáculo se dá a partir de jogos, que conduzem os atores por um caminho sem fim. FICHA TÉCNICA Direção: Rikelle Ribeiro | Dramaturgia: Coletivo Akofena | Colaboração Dramatúrgica: Andréa Rodrigues | Atuação: Cleiciane Mendes, Dian Lucas e Michele Bernardino | Colaboração: César Divino e Jack Diniz | Preparação Corporal: Jack Diniz | Preparação Vocal: Michele Bernardino | Cenografia: Rikelle Ribeiro e Dian Lucas | Concepção de Figurino: Dian Lucas e Halyson Felix | Execução: Halyson Felix | Iluminação: Eliezer Sampaio | Arte Gráfica: Daniel Colares | Duração: 50 minutos Indicação etária: 12 anos Apresentado no dia 14 de outubro de 2019 Fotos: Mayara Laila
287
288
MÃE DO ENTARDECER
>> Mariana Maia (Rio de Janeiro/RJ)
289
290
SINOPSE O vento e a tempestade não param. O som do trovão preenche o espaço. A performer ergue um guarda-chuva vazio para lutar contra as terríveis forças que agitam os céus. Os fardos carregados sobre a cabeça são substituídos pelo guarda-chuva. Símbolo de status, civilidade, posse sobre seu próprio destino, arma que ameaça e que a torna alvo. Equilibrado na ponta dos dedos, ele traz a tormenta em um copo. A mãe do entardecer guarda a chuva em seu corpo e conta histórias de pranto e saciedade. FICHA TÉCNICA Performer: Mariana Maia | Objetos cênicos: Mariana Maia | Cenotécnico: André Luiz Lima | Duração: 20 minutos | Classificação Livre Apresentado no dia 14 de outubro de 2019 Fotos: Mayara Laila
291
ATÉ OS FILHOS DO URUBU NASCEM BRANCOS >> Waleff Dias (Macapá/AP)
292
293
294
SINOPSE O performer expõe a sua certidão de nascimento e vestido com uma sunga de banho passa argila branca no corpo todo, após secar, usando uma bucha vegetal faz a lavagem a seco do branco na pele enquanto ao fundo em looping se escuta a frase “até os filhos do urubu nascem brancos”. FICHA TÉCNICA Criação/concepção: Waleff Dias | Performer: Waleff Dias | Ano: 2019 | Duração: 60 minutos | Classificação Livre Apresentado no dia 21 de outubro de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
295
296
SABER QUER DIZER SALUBA >> Joicinele Pinheiro/Hi(ância) Coletivo
(Belo Horizonte/MG)
297
298
SINOPSE “Para ser lama é preciso ser lume sem qualquer vestígio de limo, sem qualquer dúvida sobre o leme. Diante do infinito e do que sobre, saber quer dizer SALUBA” Ruth de Souza Com a força e a sacralidade daquelas que me fizeram e fazem mulher, das minhas ancestrais. Um diálogo que surge do dançar para avó e dançar para todas aquelas que me foram orientação e sabedoria... SALUBA NANÃ. FICHA TÉCNICA Dançarina: Joicinele Pinheiro | Direção: Hi(ância) Coletivo | Fotografia: Mônica Dias | Iluminação: Hi(ância) Coletivo | Trilha: Yaya Zumba (Virgínia Rodrigues) | Figurino: Joicinele Pinheiro | Produção: Hi(ância) Coletivo | Duração: 6 minutos | Classificação Livre Apresentado no dia 21 de outubro de 2019 Fotos: Pablo Bernardo
299
FESTA DE ENCERRAMENTO Cânticos dos Cânticos: Ventura Profana + Podeserdesligado + Danny Milles Discotecagem They They + Alexandre de Sena Realizada em 28 de outubro de 2019
FICHA TÉCNICA - OITAVA TEMPORADA Imagens: Pâmela Bernardo e Pablo Bernardo Edição e Fotografias: Pablo Bernardo Assessoria de Imprensa: Alessandra Brito Equipe: Alessandra Brito, Alexandre de Sena, Anderson Feliciano, Andréa Rodrigues, Eli Nunes, Fábio Filho, Michelle Bernardino, Preto Amparo, Priscila Rezende, Rainy Campos, Rodrigo Negão, Sabrina Rauta, Suellen Sampaio, Tatiana Carvalho, Thayná Oliveira Equipe Teatro Espanca: Alexandre de Sena, Aristeo Serranegra, Suellen Sampaio
300
301
Foto: Pablo Bernardo 302
303
ESTE CADERNO FOI REALIZADO COM RECURSOS DA LEI MUNICIPAL DE INCENTIVO À CULTURA DE BELO HORIZONTE.
SEGUNDA
PROJETO 0240/2017
CADERNO 4
REALIZAÇÃO
304
PATROCÍNIO
APOIO
INCENTIVO