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NOVAS CARACTERÍSTICAS SÃO TENDÊNCIAS EM SUMÁRIOS TAURINOS

por Guilherme Vargas e Luiza Mangucci, Técnicos de Corte da Alta

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É notório que os programas de melhoramento genético animal têm evoluído substancialmente na última década. A descoberta de novas características, o aumento da acurácia e o advento da genômica têm feito programas e sumários genéticos ganharem destaque em inúmeros projetos de seleção mundo afora. Saber interpretar e utilizar de forma técnica essas modernas e seguras ferramentas tem feito rebanhos e raças evoluírem signi cativamente nos últimos anos, no que se refere a desempenho e e ciência produtiva.

A American Angus Association®, associação responsável pelo programa de seleção da raça Angus, nos Estados Unidos, lançou, recentemente, três novas DEP’s de impacto produtivo: Claw, Angle e PAP. As quais estão dispostas em nossa régua de DEP’s da seguinte forma: Claw – Pinças, Angle – Ângulo e PAP – PAP. A DEP Pinças, de nida como conjunto de garras, tem como objetivo avaliar a abertura de unhas do casco do animal. Expressa na pontuação de 1 a 9, com nota 1 para unhas de maior abertura e nota 9 para unhas extremamente fechadas (Fig. 1). A característica vem para auxiliar criadores a selecionar animais de melhores aprumos, sendo a nota 5 considerada a mais ideal, por classi car unhas de abertura simétrica e uniforme.

A segunda característica lançada, Ângulo, que representa, literalmente, o ângulo de casco, é também expressa em pontuações de 1 a 9. A DEP caracteriza o aprumo dos animais da mesma forma que Pinças, sendo animais de pontuação 1 de aprumos  ncados e animais pontuados com nota 9, animais de aprumos achinelados. Aprumos considerados ideais e de excelente qualidade também recebem nota 5, sendo cascos com ângulo de 45° graus.

Para interpretar e eleger reprodutores melhoradores para as duas características, é indicado buscar reprodutores de DEP’s menores, signi cando que suas progênies apresentarão aprumos mais corretos e funcionais. Podendo, também, veri car a qualidade da DEP, através do ranking das mesmas, onde o TOP, quanto menor, melhor.

Ângulos dos pés: 5 é o ideal

1 2 3 4 5 6 7 8

Conjunto de garras: 5 é ideal

1 2 3 4 5 6 7 8

Figura 1. Escala de score de Ângulo e Pinças Fonte: American Angus Association 9

9

Por  m, não menos importante, a inovadora característica de PAP (Pressão arterial pulmonar), a qual consiste basicamente em um indicador de susceptibilidade a doenças respiratórias de altas altitudes. Pesquisadores da Universidade do Estado do Colorado nos Estados Unidos vêm estudando, por décadas, fatores que podem interferir na hipertensão pulmonar dos animais e, ao longo desses anos, veri caram que a pressão arterial pulmonar sofre in uência genética, que pode ser melhorada através de um processo de seleção.

Entendido que tais doenças são mais susceptíveis em animais que são criados sob condições de altitudes mais elevadas, esses estudos foram desenvolvidos para realidades superiores a 5.000 pés, ou seja, aproximadamente, 1.500 metros de altitude. Estudos esses que levaram ao desenvolvimento da DEP PAP. A qual, além de determinar animais geneticamente superiores para pressão arterial mais baixa, podemos entender que esses animais tendem a ter uma longevidade, no que se diz respeito à saúde, maior e uma melhor capacidade produtiva.

Além das três novas características acima, os sumários nacionais também têm identi cado fatores que têm impactado na lucratividade do pecuarista e lançado novas DEP’s que ajudarão a otimizar a produtividade das fazendas.

A formação de base de rebanho de qualidade é algo primordial para alcançar o sucesso no setor da pecuária. Visando a isso, sumário Natura da raça Brangus lançou um novo índice PLC o qual pondera características de precocidade sexual (IPP, PP18, PE, PSOBR), maternal (Habilidade Materna) e crescimento (GND e CPM à desmama).

Outro grande passo importante foi o enriquecimento das DEP’s com informações genômicas, geradas pelo Sumário Promebo na raça Angus. Uma tendência que deve se expandir para os demais sumários de todas as raças nos próximos anos. Essa tendência se deve ao aumento da acurácia das informações, garantindo, assim, a evolução da genética em um tempo mais acelerado.

Todas essas atualizações, validações e calibrações dos sumários em nível mundial acontecem constantemente, buscando trazer novos caminhos de alcançar uma maior produtividade em um menor tempo. Uma demanda que o mercado tem exigido ano após ano – e ciência produtiva.

E, para obter esse per l de criação e ciência produtiva, é imprescindível ter o objetivo de seleção bem delineado para que, através dessas ferramentas, o sucesso produtivo seja alcançado. Traduzindo um pouco melhor, ter um plano genético é vital para todo e qualquer sistema de cria que almeja o sucesso.

Guilherme Vargas Técnico de Corte

Formado em Zootecnia pela Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU) e atualmente está na pasta de Corte Taurino da Alta Brasil

Luiza Mangucci, Técnica de Corte

Formada em Zootecnia pelo Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) e Especialista em Melhoramento Genético em Bovino de Corte pela Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU)

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