Edição N°011/2016
Política & Saúde | Alta Complexidade em Pauta
Brasília, 2 de maio de 2016
EDITORIAL
P
essoas idosas e mulheres contarão com mais um colegiado na Câmara dos Deputados. Um projeto de resolução que autoriza a criação da Comissão da Mulher e da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, mesmo depois de muita obstrução, polêmicas e negociações envolvendo o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e líderes partidários, o plenário da Câmara aprovou no final da noite do dia 27 de abril, por 221 votos a favor, 167 contra e uma abstenção, a criação dessas duas novas comissões técnicas permanentes na Casa. Uma das comissões será incumbida de cuidar das políticas relativas às mulheres e a outra às políticas do idoso. Com a aprovação da resolução, o número de comissões permanentes na Câmara passa das atuais 23 para 25. Outro ingrediente nessa ‘polêmica’ é que as novas comissões tendem a ser presididas por parlamentares do Partido Republicano Brasileiro. No Distrito Federal, na gestão do ex-governador Agnelo já teve uma secretaria voltada para pessoa idosa, porém, o atual governador Rodrigo Rollemberg a extinguiu para enxugar gastos da máquina pública. Na capital, essa pasta era gerenciada por republicanos. Na pauta de saúde, em Brasília também foi realizado um evento estratégico pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde, no qual o eixo da discussão foi articulação junto com as demais pastas da Saúde para uma agenda de eficiência para o SUS, desde o financiamento ao modelo de gestão e da atenção à Saúde. Devido aos episódios de corrupção, má gestão, judicialização e aumento da oferta de serviços em saúde, Estados e Municípios enfrentam uma série de problemas que afetam a população brasileira. Alguns serviços que refletem esse caos são: falta de medicamentos e insumos, vagas em leitos de UTI e de internação domiciliar, marcação de exames e de cirurgias, tratamento de câncer, fornecimento de suplementos alimentares (dietas especiais) e equipamentos de suporte ventilatório. Oferecer um atendimento universal, integral e equânime são desafios impostos rotineiramente aos gestores de saúde, e os esforços para equalizar esse caos, seguem na mesma proporção.
Foto: Francisco Aragão
PESQUISA Neuropsicólogo desenvolve programa de reabilitação para pessoas com Foto: Divulgação/ Internet
Um programa de reabilitação neuropsicológica para pessoas com dislexia foi desenvolvido pelo neuropsicólogo Ricardo Franco de Lima. O programa, inédito no país, é dividido em quatro módulos e foi testado com sucesso em pacientes do Ambulatório de Neuro-Dificuldades de Aprendizagem do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp e do Centro de Investigação da Atenção e Aprendizagem (Ciapre). O foco da reabilitação são as chamadas funções executivas, segundo o pesquisador, aquelas habilidades que ajudam o indivíduo a atingir alguma meta, como, por exemplo, o planejamento, a organização, o uso de estratégias, a flexibilidade mental e o automonitoramento. O programa é parte da tese de doutorado do pesquisador, defendida na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. As pessoas com dislexia têm muita dificuldade na leitura e escrita, porque o transtorno, que é neurológico, envolve áreas do cérebro relacionadas à linguagem. O estudo está disponível em: http://bit.ly/1O7AUpI