ELO
CENTRO COMERCIAL
UMA PROPOSTA DE ESPAÇO PÚBLICO DE PROPRIEDADE PRIVADA EM FORTALEZA/CE
LUANA RAYSSA ALEXANDRE LIMA
LAZER COMÉRCIO PÚBLICO ENTRETENIMENTO NATUREZA NECESSIDADE FORTALEZA PAISAGEM PRIVADO CONFORTO CEARÁ RENDA CIRCULAÇÃO ARQUITETURA SOCIABILIDADE BRASIL VITALIDADE
ELO
DIVERSÃO RELAXAMENTO PERMEABILIDADE ATIVO DIVERSIDADE INTEGRAÇÃO SUSTENTÁVEL COMPRA URBANO USOS FUNCIONALIDADE ACESSIBILIDADE VENDA APROPRIAÇÃO FLEXIBILIDADE CONVIVÊNCIA
FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLÓGIAS - CCT ARQUITETURA E URBANISMO
ELO
CENTRO COMERCIAL
UMA PROPOSTA DE ESPAÇO PÚBLICO DE PROPRIEDADE PRIVADA EM FORTALEZA/CE
FORTALEZA - CE 2020
LUANA RAYSSA ALEXANDRE LIMA
ELO
CENTRO COMERCIAL
UMA PROPOSTA DE ESPAÇO PÚBLICO DE PROPRIEDADE PRIVADA EM FORTALEZA/CE
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza como requisito à obtenção do título de Arquiteta e Urbanista.
Orientador: Prof. Marcus Venicius P. de Lima
FORTALEZA - CE 2020
Ficha catalográfica da obra elaborada pelo autor através do programa de geração automática da Biblioteca Central da Universidade de Fortaleza
Lima, Luana. CENTRO COMERCIAL ELO : Uma proposta de espaço público de propriedade privada em Fortaleza / Luana Lima. - 2020 145 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade de Fortaleza. Curso de Arquitetura E Urbanismo, Fortaleza, 2020. Orientação: Marcus Lima.
1. Centro Comercial. 2. Urbanidade. 3. Espaço Público. 4. Espaço Privado. I. Lima, Marcus. II. Título.
LUANA RAYSSA ALEXANDRE LIMA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza como requisito à obtenção do título de Arquiteta e Urbanista. Aprovada em: ___/___/___.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________ Arq. Marcus Venicius P de Lima Orientador
____________________________________ Arq. Robledo Valente Duarte Membro da Comissão Examinadora
____________________________________ Arq. Marcos Bandeira de Oliveira Membro da Comissão Examinadora
‘‘A arquitetura começa quando você junta dois tijolos com cuidado.’’ (Ludwig Mies van der Rohe)
RESUMO Este trabalho está ancorado nos estudos sobre os espaços públicos de propriedade privada, em especial os espaços ligados ao comércio. Espaço, este, que desde sua origem assume uma forte relação com a cidade e uma característica importante: a de reunir pessoas em um local de trocas que vão além de trocas comerciais. Com o passar dos anos estes espaços foram perdendo suas características iniciais e a mercê da chamada “evolução”, importamos o modelo de shopping que não agrega nossas características culturais. O projeto proposto neste trabalho objetiva recuperar uma ambiência de comércio cuja interações entre as pessoas sejam potencializadas, estimuladas e possíveis. Desenvolver uma proposta de um centro comercial que ofereça aos seus visitantes um ambiente acolhedor, integrado ao meio em que a edificação se insere, com oportunidades de encontro e socialização entre pessoas, promovendo a valorização de espaços livres. Afim de Construir um espaço urbano significativo. Assim como, recuperar e ressignificar as qualidades urbanas de nossa cidade, neste caso a praça, que atuará como elo principal capaz de unir espaços públicos e privados. Palavra-Chave: Shopping. Centro comercial. Urbanidade. Espaço público. Espaço privado.
ABSTRACT This work is anchored in studies on publicly owned public spaces, especially spaces connected to commerce. This space, which since its origin has assumed a strong relationship with the city and an important characteristic: that of bringing people together in a place of exchanges that go beyond commercial exchanges. Over the years, these spaces lost their initial characteristics and at the mercy of the so-called “evolution”, we imported the shopping model that does not add our cultural characteristics. The project proposed in this work aims to recover a trade ambience whose interactions between people are enhanced, stimulated and possible. Develop a proposal for a shopping center that offers its visitors a welcoming environment, integrated with the environment in which the building is inserted, with opportunities for people to meet and socialize, promoting the valorization of free spaces. In order to build a significant urban space. As well as recovering and reframing the urban qualities of our city, in this case the square, which will act as the main link capable of uniting public and private spaces. Keyword: Shopping. Commercial center. Urbanity. Public space. Private space.
AGRADECIMENTOS Primeiramente, agradeço à Deus, por me permitir realizar o sonho de concluir o curso de arquitetura e Urbanismo. Agradeço a minha mãe Maria Ivonete e ao meu pai Luciano que juntos enfrentaram tantas dificuldades para que eu pudesse ter acesso à educação de qualidade. Espero devolver a vocês todo este esforço com muito orgulho. Muito obrigada. Agradeço ao meu Marido Welder, que ao longo desses meses me deu não só forças, mas apoio para vencer essa etapa da vida acadêmica. Obrigada, por suportar as crises de estresse e minha ausência em diversos momentos. Agradeço ao meu filho Heitor, que é a minha fonte de inspiração e amor. Espero que minha ausência durante esse período te ensine umas das lições mais importantes da vida: Nunca desista dos seus sonhos. Agradeço a meu orientador, Professor Marcus Venicius, que me guiou no desenvolvimento desta pesquisa, me auxiliando e ensinando, muito obrigado por todo empenho e dedicação. Agradeço a todos que fizeram parte desta caminhada, contribuindo direta ou indiretamente.
FIGURAS Figura 1 - Feira Medieval. 26
Figura 34 - Localização terreno. 58
Figura 2 - Atividades na Grécia antiga. 27
Figura 35 - Terreno: Linhas Topográficas. 60
Figura 3 - Planta Baixa Ágora Grega. 27
Figura 36 - Condicionantes ambientais do terreno. 60
Figura 4 - Ágora Grega. 27
Figura 37 - Fluxograma. 68
Figura 5 - Fórum Romano. 28
Figura 38 - Estudo de zoneamento térreo e superior,
Figura 6 - Antigo Mercado Central de Fortaleza. 28
respectivamente. 69
Figura 7 - Shopping Center. 28
Figura 39 - Evolução Projetual. 72
Figura 8 - Northland Center. 29
Figura 40 - Croqui inicial. 73
Figura 9 - Pátio interno do Northland Shopping Center. 29
Figura 41 - Pl. de Situação. 75
Figura 10 - Centro Comercial Southdale. 30
Figura 42 - Pl. de Coberta. 77
Figura 11 - Open-air Center. 31
Figura 43 - Térreo. 79
Figura 12 - Iguatemi: Primeiro Shopping do Brasil. 34
Figura 44 - Mezanino. 80
Figura 13 - Anúncio Inauguração Shopping Iguatemi. 34
Figura 45 - Pl. Baixa Loja. 82
Figura 14 - Shoppings no Brasil Censo 2019. 35
Figura 46 - Pl. Mezanino Loja. 83
Figura 15 - Center Um: Primeiro Shopping de Fortaleza em
Figura 47 - Corte AA (Loja). 84
1974. 36
Figura 48 - Corte BB (Loja). 84
Figura 16 - Pátio Interno Center Um. 36
Figura 49 - Pl. Baixa Âncora. 86
Figura 17 - Shopping Center Iguatemi 1982. 37
Figura 50 - Mezanino Âncora. 87
Figura 18 - A inauguração foi noticiada pelo jornal O Povo. 37
Figura 51 - Corte CC (Âncora). 88
Figura 19 - Fruição Pública. 39
Figura 52 - Pl. Baixa Apoio. 90
Figura 20 - Cidade Compacta. 39
Figura 53 - Corte DD (Apoio). 91
Figura 21 - Kurve 7. 44
Figura 54 - Pl. Baixa Administração e Serviços. 93
Figura 22 - Kurve 7: Corredor central. 44
Figura 55 - Superior Administração e Serviços. 94
Figura 23 - Kurve 7 Estudo de Volumetria. 45
Figura 56 - Corte EE (Administração e Serviços). 95
Figura 24 - Kurve 7: Planta Baixa Térreo. 45
Figura 57 - Corte FF (Administração e Serviços). 95
Figura 25 - Kurve 7: Planta Baixa Superior. 45 Figura 26 - Kurve 7: Visuais Internas. 46 Figura 27 - Kurve 7: Materiais. 46 Figura 28 - Costa do Ipê: Implantação. 47
Figura 58 - Pl. Baixa Restaurantes. 97 Figura 59 - Mezanino Restaurantes. 98 Figura 60 - Corte GG (Restaurantes). 99
Figura 29 - Costa do Ipê: Sistemas Ambientais. 47
Figura 61 - Corte HH (Restaurantes). 99
Figura 30 - Costa do Ipê: Vista aérea. 48
Figura 62 - Planta do 1º Pavimento. 101
Figura 31 - Jardins Open Mall. 48
Figura 63 - Planta Mezanino. 102
Figura 32 - Planta Baixa Jardins Open Mall. 49
Figura 64 - Pl. Baixa Cinema. 104
Figura 33 - Localização Geográfica Mondubim. 57
Figura 65 - Corte II (Cinema). 105
TABELAS Figura 66 - Pl. Baixa Academia. 107
Tabela 1 - Categorização ICSC Shopping Center. 32
Figura 67 - Mezanino Academia. 108
Tabela 2 - Classificação shopping center. 33
Figura 68 - Corte JJ (Academia). 109
Tabela 3 - Histórico do Surgimento dos Shoppings Centers,
Figura 69 - Corte LL (Academia). 109
Rio de Janeiro, 1986. 35
Figura 70 - Subsolo. 111
Tabela 4 - Evolução de inaugurações de shoppings a cada 5
Figura 71 - Sistema Estrutural. 113 Figura 72 - Corte AA. 114 Figura 73 - Corte BB. 114 Figura 74 - Corte CC. 115 Figura 75 - Fachada Norte. 116 Figura 76 - Fachada Leste. 116
anos, 1998. 35 Tabela 5 - Indicadores Urbanísticos. 61 Tabela 6 - Classificação das atividades. 61 Tabela 7 - Adequação dos usos às zonas. 61 Tabela 8 - Adequação dos usos ao sistema viário. 62 Tabela 9 - Programa de Necessidades. 67
Figura 77 - Fachada Sul. 117 Figura 78 - Fachada Oeste. 117 Figura 79 - Detalhe 01. 118 Figura 80 - Detalhe 02. 119 Figura 81 - Detalhe 03. 119 Figura 82 - Detalhe 04. 120 Figura 83 - Detalhe 05. 120 Figura 84 - Detalhe 06. 121 Figura 85 - Detalhe 07. 121 Figura 86 - Detalhe 08. 122 Figura 87 - Vista Frontal, embarque e desembarque 126
MAPAS Mapa 1 - Localização de Fortaleza. 52 Mapa 2 - Localização dos shoppings centers de Fortaleza. 52 Mapa - 3 Densidade Demográfica. 53 Mapa 4 - Índice de Desenvolvimento Humano (Renda). 54 Mapa 5 - Zonas Especiais de Dinamização Urbanística e
Figura 88 - Vista Frontal, frente de lojas. 127
Socioeconômica (ZEDUS). 55
Figura 89 - Vista corredor central. 128
Mapa 6 - Mobilidade. 56
Figura 90 - Vista lateral, saída so subsolo. 129
Mapa 7 - Uso do Solo. 59
Figura 91 - Vista rua Jorge Raip, traffic calming. 1307
Mapa 8 - Mapa Hierarquização Viária. 59
Figura 92 - Vista Escada. 131 Figura 93 - Área de Descanso. 132 Figura 94 - Área de Descanso. 133 Figura 95 - Playground. 134
01
SUMÁRIO 01.01. Contextualização do Tema 20 01.02. Justificativa 20 01.03. Objetivos de Pesquisa 21
03
INTRODUÇÃO 19 REFERENCIAL PROJETUAL 43
01.03.01. Objetivo Geral 21
03.01. Kurve 7 44
01.03.02. Objetivos específicos 21
03.02. Costa do Ipê Parque Shopping 47
01.04. Metodologia 22
03.03. Jardins Open Mall 48
02.01. A sociedade e as trocas comerciais 26
DIAGNÓSTICO DA ÁREA 51
04
02
REFERENCIAL TEÓRICO 25
02.02. Shopping Center: Origem 29
04.01. A escolha 52
02.03.Shopping Center: Conceito e
04.02. Justificativa do Terreno 58
classificações 32
04.03. Área de intervenção e Uso do Solo 59
02.04. Shopping Center no Brasil 34
04.04. Acessibilidade e Hierarquização Viária 59
02.05. Shopping Center em Fortaleza 36
04.05. Condicionantes Físicos e Ambientais 60
02.06. Shopping Center e o Espaço Urbano
04.05.01. Topografia 60
38
04.05.02. Orientação Solar 60 04.06. Legislação Urbana Específica 61
05
07
PREMISSAS PROJETUAIS 65
PERSPECTIVAS GERAIS 125
05.01.Conceito e Partido 66 05.02.Diretrizes Projetuais 66 05.03. Programa de Necessidades e PréDimensionamento
67
05.04. Fluxograma 68
06
08
05.05. Setorização 69
CONSIDERAÇÕES FINAIS 137
O PROJETO
06.01. Conceito e Partido 72
06.04. 1º Pavimento e
06.02. Coberta e Situação 74
Mezanino
06.03. Térreo e Mezanino 78
06.04.01. Cinema
06.03.01. Lojas 81
06.04.02. Academia 106
06.03.02. Âncoras 85
06.05. Subsolo
06.03.03. Apoio 89
06.06. Sistema Estrutural
06.03.04. Administração e
112
Serviços 92
06.07. Cortes Gerais
06.03.05. Restaurantes 96
06.08. Fachadas
116
06.09. Detalhes
118
100
110
09
103
114
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 142
01
INTRODUÇÃO
20
01.01. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA
01.02. JUSTIFICATIVA
Esta pesquisa tem como finalidade o estudo
A relevância desta pesquisa surge a partir da
aprofundado sobre os espaços privados que
carência de shoppings centers em uma escala mais
possibilitam a vivência social como é o caso dos
humana que ofereçam espaços visando a integração
shopping centers, e como essa relação público-
social e a interação do espaço com a cidade. Diferente
privado pode trazer benefícios para o comércio, assim
da tipologia adotada atualmente de centros
como, para a cidade. O objeto final será a elaboração
comerciais que visam atender apenas características
de um projeto a nível de estudo preliminar de um
financeiras e resultam em ambientes enclausurados e
centro comercial a para a cidade de Fortaleza – CE.
que segregam a cidade, gerando impactos
As cidades possuem uma forte relação com o
urbanísticos, e no trânsito, esta tipologia baseada no
comercio, e por isso, não é difícil encontrar exemplos
modelo americano de shopping está ultrapassada, e o
de espaços ligados ao comercio pelas ruas da capital
setor privado deve se adaptar as novas necessidades
cearense. Fortaleza, atualmente, contempla 14
do consumidor e de mercado.
shoppings de grande porte, porém, estes ainda se
O conceito do centro comercial a céu aberto é
localizam de forma concentrada em algumas áreas da
contrapor-se a essa tipologia tradicional dos
cidade, além de que a maioria tem em sua arquitetura
shoppings centers, criando uma atmosfera que passe
o formato tradicional, ou seja, uma caixa fechada que
a sensação de um passeio agradável, com atenção ao
se exclui e não leva em consideração a cidade em que
paisagismo, a natureza e muitos espaços livres.
se insere.
A ideia inicial do projeto é de se propor um
A criação de um novo centro comercial em
espaço de convívio mais acolhedor, com opções
Fortaleza viria a preencher a lacuna de
diferenciadas de entretenimento e lazer. Um
empreendimento comercial em uma área que se
equipamento que quando inserido no contexto
encontre em pleno desenvolvimento econômico,
urbano respeitando os fatores urbanísticos e sociais
tendo como conceito norteador a integração social,
existentes, vá além de suas características primárias
proporcionando o convívio e a permanência e a
(compra e venda), se torne um equipamento de
apropriação do espaço, como forma de oferecer ao
articulação dentro do bairro e da cidade. Por isso, o
público muito mais do que um espaço apenas para
projeto de um centro comercial foi o tema escolhido,
consumo.
para elaboração dessa pesquisa de trabalho de conclusão de curso de Arquitetura e Urbanismo.
21
01.03. OBJETIVOS 01.03.01. OBJETIVO GERAL Desenvolver uma proposta de um centro comercial que ofereça aos seus visitantes um ambiente acolhedor, integrado ao meio em que a edificação se insere, com oportunidades de encontro e socialização entre pessoas, promovendo a valorização de espaços livres, mesmo em uma edificação de uso privado.
01.03.02. OBJETIVOS ESPECIFÍCOS Foram traçados objetivos específicos, afim de alcançar o objetivo geral desta pesquisa. 1. Criar um ambiente agradável, convidativo e diferenciado para a cidade de Fortaleza; 2. Envolver o indivíduo ao espaço planejado; 3. Propor uma edificação adequada as necessidades físicas e bioclimáticas do local em que está inserida; 4. Projetar uma edificação horizontal que obtenha um melhor aproveitamento do espaço; 5. Incorporar ao projeto os conceitos urbanísticos mais atuais, como espaços livres, caminhabilidade, permeabilidade urbana; 6. Envolver o conceito da flexibilidade e espaços polivalentes; 7. Incitar a troca de ideias, experiências e encontros dentro do novo centro comercial, tornando-o um espaço útil e com sensação de pertencimento pela população; 8. Produzir um local arborizado que melhore
o microclima e a ambiência da cidade; 9. Propor através de técnicas de projeto, estratégias de sustentabilidade e conforto ambiental. 10. Propor uma edificação que se adapte as necessidades culturais do local em que está inserido.
22
01.04. METODOLOGIA A metodologia adotada para o desenvolvimento
coerente de desenvolvimento do conhecimento,
do projeto será a utilização de um conjunto de
graduando o mesmo ao longo dos capítulos, sempre
procedimentos técnicos e intelectuais através de
do patamar geral para o específico.
pesquisas bibliográficas e referências de projeto, sendo organizado por quatro diferentes etapas: 1- Embasamento teórico: A primeira etapa foi destinada a contextualização teórica do tema voltada aos assuntos relativos à arquitetura dos shoppings, conceito do open mall, sustentabilidade e outras informações, com a finalidade de desenvolver uma base consistente de conhecimento sobre o tema proposto. 2- Estudo de caso: A segunda etapa desta pesquisa foi destinada aos estudos de caso, apresentando levantamento de dados necessários a compreensão e auxílio para a determinação das diretrizes do projeto final. 3- Estudo territorial: Diagnóstico da área de aplicação da proposta, realizada através de levantamento documental da legislação (Lei de Uso e Ocupação do Solo no município de Fortaleza, Código de Obras e Posturas e Plano Diretor Participativo de Fortaleza) e das condicionantes sociais e ambientais do terreno em estudo. 4- Projeto: Desenvolvimento do projeto arquitetônico do centro comercial, relacionando os conceitos estudados nesta pesquisa e as condicionantes do terreno escolhido. No decorrer do desenvolvimento do trabalho, buscou-se dispor os assuntos e informações sempre com a preocupação em atender a uma sequência
23
02
REFERENCIAL TEÓRICO
26
02.01. A SOCIEDADE E AS TROCAS COMERCIAIS O surgimento das primeiras civilizações e o aperfeiçoamento da agricultura de subsistência, fizeram com que o homem produzisse além de suas necessidades, gerando excedentes, que por sua vez passaram a ser utilizados como moeda de troca por bens de consumo, surgindo, então, o comércio em sua forma mais rudimentar. Conforme Weber (1979), o aparecimento das cidades (entre 3500 a 3000 a.C.) está relacionado estreitamente às feiras, que representavam o embrião de uma nova aglomeração humana a partir da atividade comercial. À medida que o comércio se expandia, formavam-se vilas e cidades. Os mercados cobertos ou em praça aberta, a rua de barracas ou de lojas, já tinham encontrado sua configuração urbana por volta de 2000 a.C. Encontrava seu lugar dentro do templo, pelo qual assumia a condição de centro, seja da aglomeração ou de uma “economia totalizadora controlada” (MUMFORD, 2004, p. 85). Com a descoberta de outros povos e culturas, no ápice da Idade Média, gerando o surgimento dos burgos, formado devido às feiras comerciais que aconteciam em volta das muralhas ao redor dos domínios feudais, surge, por volta do século IV, o primeiro centro comercial do mundo, o Grand Bazar, localizado na Turquia, na parte mais alta de uma grande área comercial que ocupa a encosta do Corno de Ouro (RIFKIN,2001).
Figura 1: Feira Medieval Fonte: Site Histórias CF
Os bazaars, bem como as casas atacadistas eram “o ponto de partida e chegada das caravanas [dos povos árabes no Oriente Médio], e eram também os locais de descanso, de troca e de armazenagem de mercadorias” (VARGAS, 2001, p. 112 e 113). Os bazaars, assim, foram surgindo ao redor destas casas atacadistas. Os princípios morais e filosóficos do islamismo - que tolera a sociedade com diferenças sociais -, associados à cultura árabe - que olha para o comércio como uma profissão honorável -, fazem dos bazaars “um monumento público, [...] parte essencial da sociedade [e o] coração da cidade islâmica” (ibid.), onde até a mesquita se junta ao complexo. Na Grécia, por exemplo, a ágora é a representação do mercado. De acordo com Mumford (2004), na ágora, as funções eram diversas. Era centro dinâmico da cidade grega, visto que os templos gregos não eram lugares para moradia e utilização, mas sim de contemplação (LAMAS, 2000). A acrópole, erguida no intramuros para assegurar a defesa da cidade grega, bem como sediar os edifícios
27
religiosos, situava-se próximo à costa, de forma
Em Roma, os fóruns eram o centro da vida
aproximar-se do porto. Tornou-se, portanto, um dos
pública romana, funcionavam como: local de
elementos principais da cidade, e o local onde as
cerimônia triunfais, de eleições, o local onde se
pessoas mais frequentavam (GLOTZ, 1946, p. 27).
realizavam discursos públicos, os processos criminais, e o centro dos assuntos comerciais. Pintaudi (1989) cita que: Os fori imperiais construídos em Roma não se constituem apenas em locais públicos onde os imperadores edificaram templos, monumentos, edifícios públicos e praças, mas também eram locais onde se trocavam produtos. (PINTAUDI, 1989, p.2).
Mais do que a atividade comercial o que todos os exemplos citados acima têm em comum, é um espaço majoritariamente social, democrático, de acesso à toda população independente de classes Figura 2: Atividades na Grécia antiga Fonte: Toda História
sociais. As trocas que que ocorriam ali vão além do comércio, eram troca de ideias, troca de experiências, se destacando como importante ponto de encontro e socialização das sociedades em questão, demostrando que essa relação cidade-comércio está enraizada na cultura dos povos desde a antiguidade.
Figura 3: Planta Baixa Ágora Grega Fonte: Site Ensaio sobre a Cicuta
Figura 4: Ágora Grega Fonte: Site Concreto em Curva
28
A t é e n t ã o , a s c i d a d e s q u e e ra m t ã o dependentes de seus centros urbanos passam por um processo de descentralização e formação de centros periféricos, ainda que se mantenham dependentes do núcleo central. O aumento na densidade demográfica e o aumento nas distâncias a vencer na busca de bens e serviços por esta população em crescimento explicam, a princípio, a necessidade de inovação por Figura 5: Fórum Romano Fonte: Site História 7
Um exemplo de espaço comercial de grande importância para meio urbano, que sobrevivi até os tempos atuais, é o mercado público que assume o
parte do setor terciário. Com os avanços da tecnologia e a industrialização nas cidades, logo surgiram novas formas de comércio cada vez mais complexas, como por exemplo, os Shoppings Centers.
papel principal no abastecimento das cidades, e também se estabelece como elemento central da vida social. Ele é tido como referência na cidade e normalmente fica próximo aos edifícios de maior relevância e ao centro urbano que corresponde ao núcleo da cidade. Trata-se de um lugar que carrega consigo fortes relações culturais, históricas e de tradições familiares, que sobrevivi até hoje, mas que ve m p e r d e n d o s e u p o d e r d e v id o a s n ova s necessidades de consumo.
Figura 7: Shopping Center Fonte: Site Archidaily
Figura 6: Antigo Mercado Central de Fortaleza Fonte: Site Fortaleza Nobre
29
02.02. SHOPPING CENTER: ORIGEM De acordo com Garrefa (2010), o primeiro shopping center surge em 1950 quando o arquiteto austríaco Victor Gruen apresenta o projeto de centro comercial para Northland, numa tentativa de padronização dos shoppings center, caracterizado por lojas agrupadas cujos espaços edificados se alternavam aos vazios, configurando um percurso entre as lojas que abandonava a lógica da vitrine voltada para uma via de circulação de automóveis.
Figura 9: Pátio interno do Northland Shopping Center Fonte: Wall (2005, p. 87)
A partir dos anos 1950 a tipologia de shopping mais reproduzida foram os enclosed mall (referência ao corredor de compras coberto e climatizado) também uma criação do arquiteto Victor Gruen. O primeiro desse tipo de centro comercial foi Southdale, inaugurado em 1956 e modelo para os Figura 8: Northland Center Fonte: Site Detroit Historical
empreendimentos desse ano em diante (GARREFA, 2010). Essas construções se caracterizam por serem totalmente fechadas e climatizadas, sem conexão com a cidade, causando forte impacto na paisagem. Projetados para ser acessível de carro, por isso dispõem de centenas de vagas de estacionamento, inseridos dentro da malha urbana sem integração, sobrecarregando o trânsito.
30
paradigmas econômicos quanto urbanísticos que os obrigam os administradores de shopping centers identificar novos caminhos para o setor, em busca de estratégias de revitalizações, reconfiguração através da introdução de novos programas em uma tentativa de convertê-lo em um espaço muito mais público, buscando adequar-se aos diversos modos de vida e consumo. Segundo Garrefa seguiram-se no final dos anos 1980 diversos debates infrutíferos entre os administradores de shopping centers tentando Figura 10: Centro Comercial Southdale Disponível em: Site LibGuides
identificar caminhos para o setor buscando voltar ao
Se apoiaram em fenômenos como a explosão
padrão da velha fórmula. Mais do que soluções, os
demográfica, expansão e descentralização do tecido
debates apontaram para mais diversificações,
urbano como estratégias para extrair da terra a renda
tentando acompanhar as tendências cada vez mais
diferencial, comprando-a barata e onde as condições
mutantes da clientela (GARREFA,2010)
demográficas permitissem maximizar os lucros do
É nesse contexto, que se acentua os open-air
empreendimento. Era necessário pensar na relação
centers, caracterizado por incorporar no projeto uma
fluxo de consumidores, possibilidades de acesso,
grande variedade de espaços voltados ao lazer e
concorrência e hábitos de consumo e isso bastava.
entretenimento. Open-air Center é uma expressão
Shoppings com essa morfologia perduram até
genérica que se refere ao formato de shopping ao ar
os tempos atuais, porém, perderam bastante sua
livre classificação feita pelo ICSC (International
lucratividade devido as mudanças do mercado e do
Council of Shopping Centers). Tem como conceito
estilo de vida dos consumidores, como por exemplo, a
contrapor-se a imagem tradicional de shopping
compra online que dispensa a ida do usuário ao
center, fazendo uma forte relação entre a área
empreendimento.
comercial e uma praça destinada ao convívio e ao
Por serem espaços ligados fortemente ao consumo configurados pela ausência de identidade, desprovido de qualquer referência histórica, cultural e vivencial, podem ser considerados como não-lugar¹. Por isso, está tipologia atualmente atravessa um momento de inflexão, tanto por conta dos novos
lazer dos usuários. Garrefa (2010) cita que de acordo com o ICSC, mais de 80% dos shopping centers edificados nos EUA após 2006 são do tipo open-air, modelo que tem inspirado também as reformas em empreendimentos já existentes que passam a converter-se no modelo aberto.
¹Para Machado não-lugar compreende-se: Dois tipos de realidades: espaços que são constituídos com finalidades determinadas (transportes, comércio, trânsito), e as relações mantidas entre as pessoas e esses locais. Um lugar é identitário, relacional e histórico, características que, se ausentes, definem o não-lugar. Segundo Auge, a época na qual se vive e criadora de não-lugares. O lugar e o não-lugar, entretanto, não são excludentes, são polos de um mesmo espectro, o lugar sempre se faz surgir em um não-lugar. Ao mesmo tempo que o lugar nunca desaparece por completo, o não-lugar nunca se realiza completamente. Lugares se recompões nos não-lugares, relações são reconstituídas, o que faz com que ambos jamais existam de forma pura, mas como polos analíticos ideias. (MACHADO, 2008, p. 17).
31
Apesar de ser uma nova tendência de mercado,
Ao contrário dos gigantescos shoppings sem
o conceito de shopping a céu aberto existe desde a
janelas, os eles tendem a ser menores. São
década de 1950 quando o arquiteto Victor Gruen
projetados para serem locais abertos, ou seja, ao ar
inicia o caminho em direção à padronização dos
livre numa tentativa de se integrar a paisagem de
shoppings centers com o projeto para Northland um
m o d o q u e s e u s c o r r e d o r e s d e c o m p ra s s e
centro de compras que se diferenciava dos anteriores
assemelhem a uma rua criando uma atmosfera que
por separar completamente as operações carga e
passe a sensação de um passeio agradável. O projeto
descarga de mercadorias, de veículos e de pedestres.
paisagístico é um dos grandes diferenciais. Além de
Os corredores de compras ainda eram, no entanto
estar aliado à sustentabilidade, os espaços são
descobertos, buscando a configuração de uma
agradáveis, geralmente, bem arborizados, com
paisagem mais próxima do natural (GARREFA, 2010).
jardins e espelhos d'água. Outras vantagens que os open-air centers têm sobre os shoppings tradicionais, que por serem ao ar livre, dispensam o sistema de aquecimento e resfriamento, além de facilitar o acesso dos clientes. Dispõem de áreas para pedestres parecidas com parques, com fachadas de lojas de voltadas para o passeio. Não apresentam grandes estacionamento frontais. No entanto, são construções horizontais, a fim
Figura 11: Open-air Center Fonte: Site Remi Network
Diferente do modelo criado por Victor Gruen em 1950 os atuais shoppings no modelo open-air center agregam ao seu programa as funções que os shopping centers tradicionais contêm, como praças de alimentação, opções de entretenimento e serviços, procurando atender às necessidades dos consumidores, ou seja, ele é uma tipologia de centro comercial que combina as funções tradicionais de varejo de um shopping center com comodidades de lazer.
de proporcionar uma maior ligação da edificação com a cidade e uma escala mais humana em relação aos usuários, porém para manterem essa abordagem no sentido da horizontalidade necessitam de uma área maior para serem projetados.
32
02.03. SHOPPING CENTER: CONCEITO E CLASSIFICAÇÕES A designação empregada pelo International
sua tipologia (as variações tipológicas utilizadas são:
Council of Shopping Centers (ICSC) (apud PINTO,
mall, open-air centers) como também quanto ao seu
1992), nos Estados Unidos, Shopping Center
porte (de acordo com a ABRASCE, a classificação de
“É um grupo de estabelecimentos comerciais
porte envolve: shopping regional, shopping
unificados arquitetonicamente e construído
comunitário, shopping de vizinhança, shopping
em terreno planejado e desenvolvido. O
especializado, outlet center e festival center).
shopping center deverá ser administrado como uma unidade operacional, sendo o
A tabela 1 resume as categorias de shopping centers de acordo com o ICSC:
tamanho e tipo de lojas existentes relacionados diretamente com a área de
SUBTIPO
influência comercial a que esta unidade
MALL
serve. O shopping center também deverá
Centro Regional
oferecer estacionamento compatível com
O mesmo do regional, com Super Centro-Regional mais variedades e sortimentos
todas as lojas existentes no projeto”.
Segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (ABRASCE)³ define-se Shopping Center
CONCEITO Mercadorias em geral, moda
ÁREA TOTAL 37.000 a 74.000m² Superior a 74.000m²
OPEN-AIR CENTERS Centro de Vizinhança
Conveniência
2.800 a 14.000m²
Centro comercial formado por um grupo de
Centro de Comunidade
Mercadorias em geral, conveniência
9.000 a 32.000m²
estabelecimentos de comércio
Lifestyle Center
Lojas de luxo, restaurantes e espaços para entretenimento
14.000 a 46.000m²
Power Center
Categoria dominada pelas lojas âncoras, poucas lojas satélite
23.000 a 55.500m²
Temáticos/ Festival Center
Lazer, orientado ao turismo, varejo e serviços
7.500 a 23.200m²
Outlet Center
Lojas outlet de fabricantes
4.600 a 37.200m²
como um:
essencialmente varejistas, planejado e desenvolvido como uma única propriedade e gerido de forma centralizada. Possui área bruta locável (ABL) superior a 5.000 metros quadrados, pratica aluguel fixo e/ou percentual e dispõe de vagas de estacionamento compatível com sua área de vendas (ABRASCE, 2005).
A crescente busca por alinhar-se as tendências do
Tabela 1: Categorização ICSC Shopping Center Fonte: DELISLE apud BARTOLI, 2006.
A tabela 2 a seguir resume a classificação da ABRASCE para os diversos tipos de Shopping Center:
mercado e dos consumidores, culminou em diversos segmentos em relação aos shoppings center. Hoje os empreendimentos podem ser classificados quanto à ² O International Council of Shopping Centers (ICSC) é a associação comercial global da indústria de shopping centers. Disponível em < https://www.icsc.org/> Acesso em Março de 2019. ³ A Associação Brasileira de Shopping Centers - ABRASCE Fundada em 1976, a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) atua para o fortalecimento e desenvolvimento do setor e na defesa dos interesses dos shopping centers. Disponível em: <http://www.portaldoshopping.com.br/sobre-a-abrasce/> Acesso em Março de 2019
33
SHOPPING
CONCEITO
ÂNCORA
Shopping Regional
Este tipo de shopping fornece mercadorias em geral (uma boa porcentagem de vestuário) e serviços completos e variados. Suas atrações principais são âncoras tradicionais, lojas de departamento de desconto ou hipermercados. Um shopping regional típico é, geralmente, fechado com as lojas voltadas para um mall interno.
Lojas de departamento completas, departamento júnior e de descontos e hipermercados.
O shopping comunitário, geralmente, oferece um sortimento amplo de vestuário e outras mercadorias. Entre as âncoras mais comuns estão os supermercados e lojas de Shopping departamentos de descontos. Comunitário Entre os lojistas do shopping comunitário, algumas vezes encontram-se varejistas de “offprice” vendendo itens como roupas, objetos e móveis para casa, brinquedos, artigos eletrônicos ou para esporte.
Lojas de departamento ou de descontos e supermercados e hipermercados
Diante das opções listadas acima, decidiu-se trabalhar com o modelo voltado para a comunidade, de modo a estimular o crescimento econômico dentro do próprio bairro e atender às necessidades locais por meio de espaços eficientes e multifuncionais. Evitando assim, grandes deslocamentos dentro das cidades em busca de serviços básicos.
É projetado para fornecer Supermercados conveniência na compra das necessidades do dia-a-dia dos Shopping de c o n s u m i d o r e s . Te m c o m o Vizinhança âncora um supermercado. A âncora tem o apoio de lojas oferecendo outros artigos de conveniência. Voltado para um mix específico Em geral não de lojas de um determinado possui âncora. Shopping grupo de atividades, tais como Especializado moda, decoração, náutica, esportes ou automóveis. Outlet Center
Consiste em sua maior parte de Grandes lojas lojas de fabricantes vendendo de fábricas. suas próprias marcas com desconto, além de varejistas de “off-price”.
Festival Center
Quase sempre localizado em áreas turísticas e é basicamente voltado para atividades de lazer, com restaurantes, fast-food, cinemas e outras diversões. Tabela 2: Classificação shopping center Fonte: ABRASCE
34
02.04. SHOPPING CENTER NO BRASIL A implantação dos primeiros shopping centers no Brasil ocorre na década de 1960, ao mesmo tempo em que importantes transformações socioeconômicas alteram o perfil da população. Uma importação do modelo de shopping norte-americano, as tentativas eram de reproduzi-los nas condições das cidades brasileiras. Neste momento o Brasil encontrava-se em franco desenvolvimento o que tornava interessante e a implantação destes equipamentos, que estavam diretamente associados à modernidade das cidades. Embora empreendimento com a designação de shopping center já existissem no Brasil no início da década de 1960, o ABRASCE considera que o primeiro
Figura 13: Anúncio Inauguração Shopping Iguatemi Fonte: Site São Paulo in Foco
shopping center brasileiro é o Iguatemi de São Paulo,
O Shopping Center Iguatemi de São Paulo é
projeto de João Henrique Rocha em associação com o
inaugurado em novembro de 1966. O terreno,
escritório Croce, Aflalo & Gasperini, por obedecer a
previamente, disponível para sua implantação tem
critérios arquitetônicos (dimensionamento dos
41.100 m² de área e frente para a Avenida Brigadeiro
estacionamentos/abl), de planejamento (estudos de
Faria Lima em zona residencial nobre de São Paulo,
concepção) e de gestão (propriedade e gestão
teve como principal objetivo, o de atender a elite da
centralizadas/aluguel relacionado ao faturamento)
sociedade Paulistana, que possuía grande potencial
(BARTOLI, 2006).
consumidor. Bortoli (2006) cita: A intenção inicial do Iguatemi é funcionar como uma filial da Rua Augusta, atraindo os lojistas e consumidores de alta renda que ali frequentam, oferecendo facilidades de um shopping de vizinhança. A utilização de um partido de edifício aberto para a rua, como galeria, é tentativa de conexão com as calçadas que era mais efetiva em versões preliminares do projeto. [...] A evolução do
Figura 12: Iguatemi: Primeiro Shopping do Brasil Fonte: Site São Paulo in Foco
Iguatemi, desde sua inauguração, conduziu
35
o edifício ao completo fechamento e ao condicionamento artificial dos ambientes internos BORTOLI, 2006, p. 71).
70 60
56
50 40
Nos anos seguintes o número de shoppings cresceu progressivamente, se destacando nas décadas de 80 e 90 (tabelas 3 e 4) (HIRSCHFELDT, 1986).
35
30 20
18
10
17
9 2
1
0
1966
1971
3 1976
1981 1988
1991
1996
1997
Tabela 4: Evolução de inaugurações de shoppings a cada 5 anos, 1998 Fonte: ABRASCE, alterado pela autora.
Atualmente o Brasil encontra-se em 10º lugar no ranking mundial em números de shoppings, segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (ABRASCE). 577
105.592
Shoppings em todo o brasil
Total de lojas
9.081
3.5
Lojas conveniência
(% lojas âncoras)
16
979.397
Vagas para carros
Área bruta locável (em milhões de m²)
81.200
2.900
Lojas satélite + restaurantes
Salas de cinema
1.102.171 Empregos gerados
Figura 14: Shoppings no Brasil Censo 2019 Fonte: Site ABRASCE
Tabela 3: Histórico do Surgimento dos Shoppings Centers, Rio de Janeiro, 1986. Fonte: Shopping Center: O templo do consumo. Robert Vladimir Hirschfeldt. ABRASCE – Rio, 1986.
36
02.05. SHOPPING CENTER EM FORTALEZA A cidade de Fortaleza tem forte ligação com o comércio, seu desenvolvimento iniciou às custa dos pequenos comércios, que forneciam o básico para a sustentação, como a farinha, o milho, a carne seca. Ao longo do século XIX, Fortaleza passou por uma concentração de atividades diversificadas em torno dos bairros residenciais que estavam em formação na região central da cidade. Em poucos anos, as funções políticas reforçavam o desenvolvimento econômico da cidade, promovendo pequenas mudanças na disposição estrutural em algumas áreas, onde casas tradicionais passavam a servir de sede de alguma atividade comercial.
Figura 15: Center Um: Primeiro Shopping de Fortaleza em 1974 Fonte: Site Fortaleza em Fotos
A partir da década de 1970 a cidade de Fortaleza passa por um processo de expansão do seu tecido urbano, o Centro tradicional de Fortaleza, deixa de ser a única centralidade urbana, áreas residências e o setor terciário se descentralizaram pelo tecido urbano, como consequência se formaram novas centralidades, como por exemplo, nos bairros do Montese e da Aldeota. A tendência dessa nova característica comercial de Fortaleza teve como consequências a abertura para a implantação de shopping centers. O Figura 16: Pátio Interno Center Um Fonte: Site Fortaleza em Fotos
primeiro shopping da cidade foi o Center Um, projeto de Nasser Hissa Arquitetos Associados em 1974, no
Em seguida, o segundo Shopping Inaugurado
bairro da Aldeota, inaugurado com um total de 45
em Fortaleza foi em 2 de abril de 1982, Shopping
lojas, supermercado Pão-de-Açúcar – Jumbo (loja
Iguatemi, do grupo Jereissati, localizado no bairro
âncora), cinema com 430 lugares, agências
Edson Queiroz.
bancárias, estacionamento para 450 carros, lanchonetes, banca de revistas e jornais.
A implantação do shopping center Iguatemi (1982) nas proximidades do bairro da Água
37
Fria, proporcionando amplo e diversificado
Nesse contexto, na capital cearense, percebeu-
atendimento de comércio e lazer (cinemas,
se um acréscimo no número de shoppings, após a
parques, restaurantes, etc.) puxou para si
instalação do Center Um, inúmeros shoppings
grande parte dos consumidores,
surgem na cidade, com características variadas, de
especialmente, os de classes média e alta,
acordo com o público a que se destina, uns com maior
descaracterizando ainda mais o centro do
requinte, luxo e produtos ditos de melhor qualidade,
comércio tradicional de Fortaleza (SOUZA,
que atendem principalmente às classes mais
2006, p.158).
abastadas, enquanto outros menos sofisticados que, por sua vez, atendem a população menos dotada financeiramente (SILVA; GONÇALVES, 2012).
Figura 17: Shopping Center Iguatemi 1982 Fonte: Site Fortaleza Nobre
Figura 18 A inauguração foi noticiada pelo jornal O Povo Fonte: Site Fortaleza Nobre
38
02.06. CENTRO COMERCIAL E O ESPAÇO URBANO De acordo com Pintaudi (2002, p. 157), “os
e de democracia” (LOPES, 1999: 20). Espaços
espaços comerciais cada vez mais são o produto de
acessíveis a todos os visitantes, sendo permitida a
uma alta racionalidade na gestão do grande capital e a
interação destes com o local de maneira livre,
condição de existência de um cotidiano programado",
independentemente de sua condição social.
produzindo “[...] novas centralidades, novos espaços
Os espaços privados acessíveis ao público, são
do cotidiano, enfim, uma nova paisagem urbana e
locais em que é permitido a entrada de pessoas
novas relações sociais”.
mediante o preenchimento de certas condições, tais
É inquestionável que o shopping center é um
como, pagamento de ingresso ou despesas pela
grande produtor e influenciador do espaço urbano e
utilização do local, como por exemplo o shopping
tem como característica principal a capacidade de
center. Segundo Bortoli (2016) “Espaços privados
criar centralidades dentro da lógica de uma cidade.
podem assumir características predominantes de
Sua inserção causa efeitos que vão além da escala de
espaços públicos e assumem tal importância no
bairro gerando modificações inclusive no sistema
contexto das cidades, que passa a rivalizar com os
viário e transporte coletivo. A partir daí discute-se a
espaços públicos tradicionais [...] se as pessoas
necessidade de controle sobre a implantação desses
pensam que um espaço é público, então ele é um
e m p r e e n d i m e n t o s a t rav é s d e i n s t r u m e n t o s
espaço público.” (BORTOLI, 2016, p. 03)
urbanísticos que garantam o desenvolvimento social e econômico das cidades.
- Espaços Públicos de Propriedade Privada: “Espaços públicos de propriedade privada” é a
Nos últimos tempos, cresceu bastante o
tradução do “Privately Owned Public Space”
interesse sobre o tema “espaço público”, e de como
conhecido como “POPS” pode ser definido com um
ele exerce função fundamental na cidade, sem eles a
espaço público criado e mantido por entidade privada
cidade não passaria de terrenos densamente
de acordo com legislação e padrões específicos, que
construídos. A arquitetura e urbanismo assumem um
garantem sua condição pública de acesso e uso, e
papel importante na produção desses espaços, por
que, para tanto, recompensam seus promotores com
isso esse estudo tem como linha básica de
incentivos, normalmente a possibilidade de
pensamento disseminar e potencializar a ideia de
adensamento construído da edificação.
espaço público inclusive em edifícios de propriedade privada.
O POPS existe desde 1961, com a revisão na legislação urbana de Nova Iorque, o texto previa
Para Lopes, os espaços públicos se constituem
espaços livres no térreo abertos para uso público do
em “lugares de vida e de sociabilização, e que, uma
tipo “praça” e “arcada”, com incentivos podendo
vez abertos a todos, representam áreas de liberdade
chegar a 20% da área total construída permitida.
39
Atualmente esse princípio vem sendo usado pela
cidade, porém, com o crescimento populacional
legislação urbana de diversas cidades para incentivar
tornou-se necessário a ocupação de novas áreas, de
a produção de espaços públicos em áreas já
modo, a não continuar reproduzindo o urbanismo da
densamente ocupadas.
década de 1970, criando espaços saturados.
No Brasil, a partir de 2013, a cidade de São
Atualmente, o planejamento urbano pensando no
Paulo passou a adotar em seu Plano Diretor
futuro das cidades, é preciso levar em consideração
4
Estratégico o termo “Fruição Pública ” para designar
5
os estudos atuais do termo “cidade compacta ”.
esses espaços privados de uso público. “O objetivo de
Vale ressaltar que a base fundamental para o
estimular e melhorar a oferta de áreas qualificadas
desenvolvimento da cidade compacta é a integração e
para uso público que privilegiem o pedestre e
o estimulo ao uso misto dos bairros, procurando
promovam o desenvolvimento de atividades com
sempre o equilíbrio entre oferta de serviços e
valor social, cultural e econômico” (PREFEITURA DE
moradia, além de ser plenamente focada na economia
SÃO PAULO, [s.d.]).
local, oferecendo aos seus moradores, primordialmente, qualidade de vida. Proporcionando às pessoas diversidade de usos, serviços e espaços públicos seguros e ativos, favorecendo a interação social.
Figura 19: Fruição Pública Fonte: Site Gestão Urbana
- Cidade Compacta: Outro ponto importante para a pesquisa é a descentralização da cidade. Tradicionalmente o comercio tende a se concentrar em áreas centrais da
Figura 20: Cidade Compacta Fonte: Site G1
4 Uso público de área localizada no pavimento térreo que não pode ser fechada com edificações, instalações ou equipamentos. Disponível em < https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/fruicao-publica/> Acesso: Abril, 2019. 5
A cidade compacta proposta por Rogers e Gumuchdjian (1997) se desenvolveria em torno de centros de atividades sociais e comerciais localizados estrategicamente junto à pontos nodais de transporte público de massa, e em volta dos mesmos, cresceriam as áreas residenciais.
40
- Requalificação Urbana:
satisfatório, ou não. Este autor considerava que a
O shopping center ou centro comercial é um
agradabilidade de um lugar depende bastante de suas
equipamento de grande importância no que diz
qualidades físicas, mas depende também dos
respeito ao desenvolvimento econômico das cidades,
aspectos cognitivos e da percepção individual.
assim como ambiente incentivador da vida social.
- Aspectos ambientais:
Com isso, faz-se necessário refletir como esse
Esse aspecto faz ligação entre a percepção que
equipamento pode contribuir com a requalificação do
os indivíduos tem em relação ao ambiente, e como
espaço urbano em que se insere.
consequência disso, do comportamento adotado
A requalificação urbana consiste no processo de
perante ao mesmo. Segundo MOREIRA (2007) se
transformação de espaço destinado especialmente as
uma área lhe é agradável frequenta-a mais,
áreas urbanas em decadência, abandono ou
tornando-a mais segura, e tendo mais cuidado na sua
degradação. O seu conceito abrange aspectos de
preservação. Pelo contrário, se lhe é desagradável
caráter econômico, social, físico e ambiental.
tenderá a assumir comportamento hostis,
- Aspectos econômicos: Segundo MOREIRA (2007) o objetivo da requalificação econômica assenta na criação de
nomeadamente ao nível de limpeza e conservação, que irão reforçar a sensação de insegurança na comunidade.
condições adequadas à manutenção de uma atividade
Nesta perspectiva se propõe um centro
econômica rentável. Inclui ainda o desenvolvimento
comercial a céu aberto que vise estimular um estilo de
de atividades que proporcionem emprego aos
vida mais vinculado ao bairro onde se insere, assim
habitantes da zona, permitindo a sua inclusão no
como, no desenvolvimento da vida social dessa
tecido produtivo.
comunidade. Que esteja ancorado em estudos
- Aspectos sociais: Esse aspecto está ligado a necessidade de integrar socialmente toda a população. - Aspectos físicos: Esse aspecto faz ligação entre a imagem da cidade e na percepção que os indivíduos têm da mesma. Segundo NASAR (1998) as cidades podem evocar um sentido de satisfação e prazer. Um lugar pode dar uma sensação agradável, criar um ambiente .
aprofundados nessa inter-relação entre o novo empreendimento com a localidade, gerando benefícios não só para o mercado, mas também sirva como importante ferramenta de promoção da qualidade urbana. Potencializar a ideia de espaço público em um edifício de propriedade privada é o desafio maior da proposta. Para isso é necessário aliar, não somente, as necessidades de compra/venda do setor, mas também proporcionar um local de encontro
41
significativo que se transforme em um ponto de referência para a região, dotando-o de urbanidade e de características próprias da cidade tradicional, por isso este novo centro comercial também se configura como uma praça pública que permite introduzir algumas das características da cidade tradicional no entorno. Desse modo, garantindo que equipamento contribua com a requalificação urbana desse espaço, e seja instrumento de capaz de promover aos aspectos econômicos, sociais, físicos e ambientais, citados anteriormente.
03
REFERENCIAL PROJETUAL
44
Neste capítulo, serão analisados três projetos
Sua arquitetura simples se conecta ao entorno
referenciais com o objetivo de obter mais
de um modo sutil com uma série de espaços ao ar livre
conhecimento para a elaboração do novo centro
e públicos, além de suas curvas que tem como
comercial em Fortaleza. A relevância da escolha dos
objetivo conduzir tornam o ato de caminhar mais
projetos analisados a seguir se deu pelo fato dos seus
fluido, aproximando os transeuntes da edificação. O
usos similares ao proposto em projeto.
empreendimento está situado em um terreno de
As análises, aqui estudadas, visam apresentar
6.000m² e se difere dos demais dos seu setor por
contribuições positivas para as definições projetuais
possuir uma área de ocupação horizontal, e não
da proposta, no que diz respeito a forma com que o
vertical.
edifício se integrará com a paisagem, bem como a
Segundo Burklein (2016), cita que:
definição dos seus acessos e fluxo.
Não é coincidência que Kurve 7 no distrito
03.01. KURVE 7
Krungthep Kreetha em Bangkok é chamado
Ficha Técnica Arquitetos: Stu/D/O Architects Local: Bangkok-Tailândia Área: 6 000m² Ano: 2014 Localizado em Bangkok, Tailândia e concebido pelo escritório de arquitetura Stu/D/O Architects, o
um shopping comunidade e não apenas shopping center. O fato é que a construção projetada por Stu/D/O Architects é completamente diferente das estruturas fechadas e monolíticas que normalmente se encontram nesta categoria arquitetônica (BURKLEIN, 2016).
centro comercial Kurve 7 assume a função de centro de compras comunitário destinado a atender as necessidades da densa região residencial em que se insere.
Figura 21: Kurve 7 Fonte: Site Archdaily
Figura 22: Kurve 7: Corredor central Fonte: Site Stu-d-o
45
Devido a restrições de zoneamento, o centro comercial Kurve 7 foi dividido em nove blocos separados, organizados em dois grupos longitudinais na frente e atrás, que devido suas curvas cria um
10 11
passeio orgânico mistura-se com o tecido existente 06
da quadra e do entorno e ainda proporciona novos
09
08
07
12
interesses visuais. Para unir visualmente os nove
03 04
blocos, o escritório Stu/D/O Architects utilizou um
02
01
05
telhado curvo contínuo construído a partir de concreto aparente. 01. 02. 03. 04. 05. 06.
ANCHOR RESTAURANT + RETAIL COFFEE SHOP RESTAURANT COFFEE SHOP RETAIL
07. 08. 09. 10. 11. 12.
COFFEE SHOP RETAIL RETAIL CARCARE SERVICE AREA RESTAURANT + BAKERY
Figura 24: Kurve 7: Planta Baixa Térreo Fonte: Site Archdaily
08
04 02
03
05
06
07
01
01. 02. 03. 04.
COFFEE SHOP RESTAURANT RESTAURANT OFFICE
05. 06. 07. 08.
RESTAURANT RESTAURANT RESTAURANT CARCARE
Figura 25: Kurve 7: Planta Baixa Superior Fonte: Site Archdaily
O tratamento de materiais é usado para enfatizar cada elemento arquitetônico do projeto. Suas fachadas frontais curvas são tratadas com vidros do chão ao teto e detalhes de estruturas de metal, trazem visibilidade ao interior da loja com a intenção de atrair o usuário que por ali circula. A Figura 23: Kurve 7 Estudo de Volumetria Fonte: Site Stu-d-o
paginação do piso em madeira se mistura
46
harmonicamente com vegetação existentes e suas
O Centro comercial Kurve 7 é um exemplo de
árvores preservadas e rodeadas de terraços, definem
como é possível aliar espaço público em um edifício de
uma área de convívio e entretenimento para a
propriedade privada. Atendendo as exigências
comunidade local.
comerciais do mercado sem excluir os interesses e as necessidades dos usuários, trazendo benefícios mútuos para ambos os lados.
Figura 26: Kurve 7: Visuais Internas Fonte: Site Archdaily
Figura 27: Kurve 7: Materiais Fonte: Site Archdaily
47
03.02. COSTA DO IPÊ PARQUE SHOPPING Ficha Técnica
As lojas ficam no pavimento térreo, com uma
Arquitetos: Uncreated.net – Architecture Network
grande praça aberta de "entrada" desenhada para
Local: Marília-SP
acolher bares e restaurantes que garantem o uso
Área: 7 694m²
noturno para o centro de compras. O andar superior
Ano: 2015
possui um deck para restaurantes, e escritórios que
Localizado em Marília, interior de São Paulo, o
não são diretamente acessíveis ao público. Tudo é
shopping Costa do Ipê foi projetado pelo Escritório
conectado por núcleo de circulação central que possui
Uncreated.net – Architecture Network, tendo o início
uma rampa e um elevador.
da sua obra em 2015 e a conclusão em 2017. Se trata
O projeto baseia-se inteiramente no princípio
de um centro comercial e de serviços composto de
de gastar menos recursos, tanto naturais como
quatro blocos com dois andares cada um, divididos
econômico, para isso foi empregado o uso de
em espaços multifuncionais. A princípio o
técnicas para o aproveitamento da luz e ventilação
empreendimento foi planejado para abrigar 3.150 m2
natural, com dispositivos de sombreamento para
de lojas e 2.100 m2 de escritórios, mas esses
garantir uma maior eficiência energética no local,
números são variáveis e dependem da demanda,
assegurando o conforto térmico dos usuários.
possui também um estacionamento de 300 vagas ao nível do solo. Todos distribuídos em um terreno de 24.000 m2 porém com apenas 7.694 m² de área construída.
Figura 29: Costa do Ipê: Sistemas Ambientais Fonte: Site uncreated.net
Figura 28: Costa do Ipê: Implantação Fonte: Site uncreated.net
48
03.03. JARDINS OPEN MALL Ficha Técnica Arquitetos: André de Sá Local: Fortaleza - CE Área: 2 148m² Ano: 2000 O Jardins Open Mall localiza-se no bairro Aldeota, em Fortaleza, foi concebido pelo arquiteto André de Sá com projeto paisagístico assinado por Sérgio Santana, da DW/Santana Paisagismo. É o Figura 30: Costa do Ipê: Vista áerea Fonte: Site uncreated.net
Uma característica relevante desse projeto, é que seu conceito multifuncional pensado desde a estrutura garante a edificação o aspecto de transformar-se e adaptar-se aos novos usos (lojas, escritórios ou até mesmo habitação) ao longo do tempo. Espaços multifuncionais e com um layout flexível e dinâmico são pontos importantes para que o projeto não se limite a um determinado espaço no tempo. Apesar de ser privado, o empreendimento
primeiro shopping Center aberto da cidade, com projeto diferenciado, tendo como conceito a valorização do paisagismo. Inaugurado em 1998 como Shopping Aldeota Expansão, só nos anos 2000, após reformas, foi reinaugurado e seu nome foi modificado para Jardins Open Mall. Atualmente possui 28 lojas e 3 restaurantes com 2.148 m² de área bruta locável. Além de lojas e restaurantes o espaço possui um riacho que cruza o empreendimento, as passagens são feitas por pedras que apesar de se harmonizarem com o ambiente não são acessíveis.
oferece grandes e verdadeiras áreas públicas que são realmente integradas ao espaço público existente. O projeto cria condições favoráveis para que as pessoas se reúnam nesses espaços. A mistura de funções: lojas, escritórios, parque, restaurantes e bares, e a praça pública localizada na entrada que serve de palco para eventos, como feiras ou apresentações de artísticas produz um ambiente permanentemente ocupado, o que o torna muito mais seguro. Figura 31: Jardins Open Mall Fonte: Site Jardins Open Mall
49
e agradável. O riacho junto a vegetação existente formando um microclima no local proporcionando um momento de compras agradável, através dos seus serviços e ambiente aconchegante. Por se tratar de uma área nobre de Fortaleza e da localização privilegiada, localizado na Av. Desembargador Moreira, importante via do bairro Meireles, o Jardins Open Mall possui um mix de lojas onde oferece serviços variados e sofisticados para agradar um público de alto padrão. A partir das análises de estudo de caso foram observados pontos positivos e negativos de cada obra, constituindo-se bases, que servirão de norteador para o projeto que será proposto.
Figura 32: Planta Baixa Jardins Open Mall Fonte: Site Jardins Open Mall
Os jardins se estendem no decorrer de todos os ambientes, nas calçadas entre as lojas e restaurantes, tornando o espaço bastante sombreado
04
DIAGNÓSTICO DA ÁREA
52
04.01. A ESCOLHA Para compreender a situação atual que se encontra a cidade de Fortaleza, foi feito análises por meio de mapas que cruzam informações de índices (socioeconômicos e territoriais), e identifica a localização de equipamentos comerciais, de maior relevância, dentro do contexto cidade. Somente com avaliação e interpretação destes mapas, foi possível criticar a configuração real e propor um novo equipamento para a Região de Fortaleza. N
Mapa 1: Localizaçãode Fortaleza Fonte: Produção autoral.
N Avenida Shopping e Office Shopping Iguatemi Shopping Center Um Grand Shopping North Shopping Fortaleza North Shopping Joquei Shopping Pátio Dom Luis RioMar Kennedy Salinas Shopping Shopping Benfica Shopping DelPaseo Shopping Parangaba Via Sul Shopping
Mapa 2: Localização dos shoppings centers de Fortaleza Fonte: ABRASCE, editado pela autora
53
Fortaleza possui, segundo dados do IBGE 2007, 114 bairros e 2.452.185mil habitantes em uma região de aproximadamente 315 km². Para atender essa demanda existem, atualmente, 14 shoppings (ABRASCE) distribuídos no contexto urbano. Porém, analisando o mapa percebe-se que essa distribuição tende a leste da cidade. N Shoppings Fortaleza Até 10.148 10.149 a 19.943 19.944 a 33.612 33.613 a 52.000 Acima de 52.000
Mapa 3: Densidade Demográfica Fonte: Fortaleza em mapas, editado pela autora.
Ao analisarmos o mapa demográfico de Fortaleza, mapa 03, percebemos que a população não se distribui de forma homogênea, criando regiões com uma concentração populacional muito forte, enquanto outras regiões encontram se com baixos indicies de densidade. A região oeste encontra-se fortemente adensada e com poucos empreendimentos que possam atender a essa demanda, em contraposição a região leste que se encontra pouco habitada apresenta um número maior de empreendimentos nesse sentido.
54
N
Shoppings Fortaleza 0.01 - 0.26 0.26 - 0.51 0.51 - 0.75 0.75 - 1.00
Mapa 4: Índice de Desenvolvimento Humano (Renda) Fonte: Fortaleza em mapas, editado pela autora.
Em relação ao mapa 04, que traz as informações do índice de desenvolvimento humano relacionado a renda que cada bairro apresenta, percebe-se que a maioria dos shoppings da capital existem para suprir as demandas dos bairros mais abastados.
55
N Shoppings Fortaleza ZEDUS
Mapa 5: Zonas Especiais de Dinamização Urbanística e Socioeconômica (ZEDUS) Fonte: Fortaleza em mapas, editado pela autora.
As Zonas Especiais de Dinamização Urbanística e Socioeconômica (ZEDUS), são porções de territórios destinadas à implantação ou intensificação de atividades sociais e econômicas, e ao analisarmos o mapa 05, percebemos que a grande maioria destes empreendimentos estão relacionados a essas zonas.
56
N
Shoppings Fortaleza Terminais Ônibus Metrô Estações Sistema Cicloviário
Mapa 6: Mobilidade Fonte: Fortaleza em mapas, editado pela autora.
Outro fator muito importante na construção de um shopping é a preocupação com os acessos do edifício. Tão importante quanto proporcionar estacionamento para veículos particulares é a preocupação com o acesso por transporte público, vinculando sua localização à proximidade com estações de metrô, ou terminais de ônibus, o que garante uma variedade público. Como podemos perceber no mapa 06, a maioria dos shoppings estão próximos a terminal de ônibus ou estações de metrô. Diante do mapeamento realizado e conhecimento da localização dos principais shoppings existentes é possível notar uma certa aglomeração na distribuição desses equipamentos, onde bairros da porção leste de Fortaleza são detentores de grande parte deles. Região, esta, que vem passando por um momento de crescimento promovido pela especulação imobiliária, trazendo para si, cada vez mais, novos empreendimentos de suporte as futuras habitações.
57
Para nortear a escolha do bairro para a implantação no novo centro comercial, foi listado alguns parâmetros fundamentais, como: · Localizar-se em área de fácil acesso por transporte público, como a proximidade a um terminal de ônibus ou de metrô; · Localizar-se em uma zona especial de dinamização urbanística e socioeconômica; · Localizar-se em uma região com uma grande demanda populacional; · Ter acesso a uma via de grande porte; · Localizar-se próximo a equipamentos que proporcionem um fluxo constante de pessoas; · Manter uma distância considerável a qualquer outro equipamento semelhante; Diante de todos dados colhidos e já apresentados nessa pesquisa, sobre a localização dos principais equipamentos existentes na cidade de Fortaleza, escolheu-se trabalhar no bairro Mondubim, mais precisamente na ZEDUS - PERIMETRAL SUL. ZEDUS - PERIMETRAL SUL - Área com adequabilidade de empreendimento com porte maiores ao longo das margens da Via Expressa. Visa adequar e estimular a instalação de comércio atacadista, varejista, industrias de pequenos portes, equipamentos de grandes portes e transporte de carga. (SEUMA, 2017)
N
Figura 33: Localização Geográfica Mondubim Fonte: Produção Autoral
58
04.02. JUSTIFICATIVA DO TERRENO Após analises dos mapas acima, foi decidido
instalação de um equipamento desse porte.
que a área proposta para a implantação do projeto
· Público: O terreno escolhido está localizado
será localizada no bairro Mondubim, uma área
em um bairro populoso e predominantemente
periférica, cuja a construção do novo equipamento
residencial, e mantem uma distância favorável de
ligado ao comércio, seria uma forma de requalificação
qualquer outro equipamento similar.
e valorização da área, proporcionando o desenvolvimento da região.
· Acessibilidade: O terreno está inserido dentro de um sistema viário que facilita o acesso ao
O bairro é cruzado por duas vias de grande
empreendimento, pelas mais diversas formas de
porte, uma delas é a Avenida Godofredo Maciel,
transporte. Pode ser acessado pelas rotas de ônibus
caracterizada por ser uma via que tem forte ligação
atuais, pois está próximo a diversas paradas de
com o comércio, o que garante um fluxo viário
ônibus; transporte particular, pois está conectado a
intenso, assim como de pedestres. O grande número
uma via arterial; bicicleta pois apresenta nas suas
de restaurantes nessa região intensifica esse fluxo no
p r ox i m i d a d e s c i c l o f a i x a s ; m e t r ô , p o r s u a
período noturno, tornando assim, a dinâmica dessa
proximidade à estação de metrô da linha sul.
via muito “viva” em qualquer hora do dia. Porém, essa dinâmica fica concentrada em uma
· Dimensão: O terreno possui dimensão compatível com o programa de necessidades.
determinada região da Avenida Godofredo Maciel,
N
com a implantação do o novo centro comercial esse fluxo seria conduzido para a região proposta. Por isso, foi escolhido dois terrenos, no cruzamento das principais vias do bairro. Os terrenos fazem limites com a Avenida Godofredo Maciel (Via Arterial I), Rua Oscar Benevides (Via local), Avenida Presidente Costa e Silva (Via Arterial I) e Rua Coronel Tibúrcio (Via Local). Possuem uma área total aproximada de 19.803m² e seu entorno é feito praticamente por residências térreas. A escolha deste terreno foi estratégica e obedeceu ao pré-requisitos elaborados anteriormente. · Zoneamento: O terreno está inserido na Zedus – Corredor Perimetral Sul, o que viabiliza a
Terreno
Figura 34: Localização Terreno Fonte: Produção Autoral
59
04.03. ÁREA DE INTERVENÇÃO E USO DO SOLO
04.04. ACESSIBILIDADE E HIERARQUIZAÇÃO VIÁRIA
Ao analisar o mapa de uso e ocupação do solo,
A partir do mapa de fluxos é possível perceber a
pode-se perceber a relação do espaço com seu uso
proximidade da área de intervenção com a estação
por comércio e serviço ou uso misto nas edificações
Mondubim da linha sul do metrô de Fortaleza,
imediatas a Av. Godofredo Maciel, já as quadras que
também, há pontos de ônibus próximo, o que facilita o
vão se afastando da avenida mantém um caráter, em
deslocamento e acesso a região por transporte
sua maioria, residencial.
público. N
N
Ponto de ônibus Alto Fluxo
Estação metrô Médio Fluxo
Mapa 8: Mapa Hierarquização Viária Fonte: Produção Autoral
Área Verde/Espaço público Institucional
Residencial
Uso Misto
Comércio/Serviço/Indústria
Vazio Urbano
Terreno
Mapa 7: Uso do solo Fonte: Produção Autoral
Outra característica marcante no bairro é a pouca verticalização, grande parte do bairro possui edifício baixos de no máximo quatro ou cinco andares.
Terreno Baixo Fluxo
60
04.05. CONDICIONANTES FÍSICOS E AMBIENTAIS 04.05.01. TOPOGRAFIA
04.05.02. ORIENTAÇÃO SOLAR
O terreno possui 19803m² e um declive de 3
De acordo com o estudo da orientação solar a
metros, caracterizando-se por ser levemente
melhor fachada, que receberá o sol no período da
acidentado.
manhã, está voltada para Rua Coronel Tibúrcio, a
A cota mais baixa está localizada na Av.
fachada voltada para Av. Godofredo Maciel receberá
Godofredo Maciel a partir da qual o terreno começa a
maior insolação no período vespertino e por isso
subir até chegar na cota mais alta, nível da Rua
deverá apresentar soluções de controle da incidência
Coronel Tibúrcio.
solar e conforto térmico. O vento predominante localiza-se na direção
N
sudeste.
N
Figura 35: Terreno: Linhas Topográficas Fonte: Produção autoral
Devido a presença de curvas de nível no terreno, as soluções propostas devem visar equilibrar a topografia garantindo acessibilidade dos pedestres
Figura 36: Condicionantes ambientais do terreno Fonte: Produção autoral
61
04.06. LEGISLAÇÃO URBANA ESPECÍFICA Através da Lei complementar 236/17 de Parcelamento Uso e Ocupação do Solo do Município de Fortaleza, foi feita a análise da legislação para a implantação do equipamento em estudo. O terreno pertence à ZEDUS – Corredor Perimetral Sul, essa zona especial foi criada como forma de intensificar o crescimento socioeconômico em áreas específicas da Cidade. Onde os índices urbanísticos são favoráveis a esses objetivos, como podemos ver na tabela 5. PARÂMETROS URBANOS DE OCUPAÇÃO ZONA
ZEDUSPerimentral Sul
TAXA DE PERMEABILIDADE (%)
TAXA DE OCUPAÇÃO (%)
ÍNDICE DE APROVEITAMENTO
Tabela 6: Classificação das atividades Fonte: LUOS Fortaleza GABARITO (m)
Sendo o uso adequado a zona de acordo com a
básico minímo máximo
tabela 6.26 Zona Especial de Dinamização Urbanística 30
60
1,5
0,1
1,5
48,00
e Socioeconômica - Zedus Corredor Perimetral Trecho Sul, do Anexo 6 – Adequação dos usos ás
Tabela 5: Indicadores Urbanísticos Fonte: LUOS Fortaleza
zonas da lei vigente.
Como sequência obrigatória de análise, foram classificadas, em grupos e subgrupos, as atividades desenvolvidas e discriminadas no programa de necessidades. As atividades do equipamento estão inseridas no grupo Comercial, e pertencentes respectivamente aos subgrupos Comércios e Serviços Múltiplos (CSM), se caracterizando como shopping center/centro de compras.
Tabela 7: Adequação dos usos às zonas Fonte: LUOS Fortaleza
Verificou-se também adequabilidade do uso em r e l a ç ã o a o s i s t e m a v i á r i o. C o m o f o i v i s t o anteriormente o terreno tem sua frente para avenida Godofredo Maciel uma via arterial I, portanto comprovando sua adequabilidade de acordo com a tabela 8.5 - Grupo Comercial - Subgrupo Comércio e
62
Serviços Múltiplos – CSM do anexo 8 - Normas E Adequação Dos Usos Ao Sistema Viário / Anexo 8.1 Adequação Dos Usos Ao Sistema Viário.
Tabela 8: Adequação dos usos ao sistema viário Fonte: LUOS Fortaleza
63
05
PREMISSAS PROJETUAIS
66
05.01. CONCEITO E PARTIDO
05.02. DIRETRIZES PROJETUAIS
A ideia central deste projeto se baseia no
Tendo em vista o que foi exposto nessa
conceito de “comércio de rua”, ou seja, trazer essa
pesquisa anteriormente, foram traçadas diretrizes
ambiência de comércio para dentro de um
para o desenvolvimento do projeto, são elas:
equipamento planejado, de modo, que este sirva como um catalisador do espaço público, proporcionando diversas atividades tanto em seu interior como no seu entorno. Os principais eixos regem as decisões projetuais, são: · Permeabilidade
· Espaços multifuncionais e criativos (Possibilitar a flexibilidades dos usos) · Estimulo a apropriação pública dos espaços vinculados ao comércio · Permeabilidade da quadra (deve permitir a passagem, mas também estimular a permanência do público)
· Integração
· Envolver o usuário/transeunte a edificação
· Apropriação
· Trazer mais possibilidades de vida noturna
O Centro Comercial Elo foi pensado para ser um
· Uma edificação visível e acessível, que
centro comunitário de convivência que aliado ao
estimulem a curiosidade das pessoas que passam
espaço comercial tradicional, busca refletir o
gerando mais visitas e usos a edificação.
ambiente único dos comércios de rua e atrair pessoas da área residencial para a área comercial de uma forma espontânea. Por meio da apropriação dos espaços.
67
05.03. PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO Com base nas diretrizes projetuais apresentadas, e nas referências projetuais estudadas, foi elaborado o programa de necessidades, conforme tabela 9. PROGRAMA DE NECESSIDADES SETORES/AMBIENTES
QUANTIDADE
USUÁRIOS
ÁREA (m²)
SETORES/AMBIENTES
SOCIAL Jardins Praça Playground
01 01 01
-
8.690 5.100 3.500 90
2 1 4 -
225 -
3.135 415 645 1.000 275
1
-
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
8 1 5 5 13 4 4 4 3 8 5 4 2 25 -
800 460 50 40 5 25 40 25 20 20 15 20 40 15 22 55 15 15 3,27
COMERCIAL Lojas Satélites Lojas Âncoras Hall de Serviços APOIO WC Feminino WC Masculino WC Acessível DML Ponto de ônibus Ponto de Táxi Estacionamento Área de embarque e desembarque SERVIÇOS Guarita Segurança Almoxarifado Oficina de Manutenção WC + Vestiário Feminino WC + Vestiário Masculino Refeitório DML Central Depósito de Lixo Depósito de Gás Central de Energia Carga e Descarga Enfermaria Sala para Descanso Elevadores e Casas de Máquinas
LAZER Cinema Academia Restaurantes Cafés, Lanchonetes e Quiosques Centro de Convivência ADMINISTRAÇÃO Recepção Diretoria Marketing Comercial Financeiro Contabilidade Departamento Pessoal Recursos Humanos Relações Públicas Sala de Reunião Sala de Auditoria SAC CPD Copa WC + Vestiário Feminino WC + Vestiário Masculino WC Acessível
Tabela 9: Programa de Necessidades Fonte: LUOS Fortaleza
QUANTIDADE
USUÁRIOS
52 2 1
-
2 1 4 -
329 1 2 3 20 2 10 -
1
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9
ÁREA (m²)
8.400 6.300 2.000 100 190 40 40 3,25 3,30 50 58 9.098 484 9 9 70 12 15 15 55 20 12 4 30 90 30 30 32
68
05.04. FLUXOGRAMA Após estabelecer o programa de necessidades e o pré-dimensionamento dos ambientes, torna-se possível prever os fluxos que ocorreram dentro do equipamento. Essa determinação de fluxo é importante, pois influenciará diretamente na disposição dos ambientes dentro do terreno.
COMERCIAL
LAZER HALL DE SERVIÇOS
LOJAS SATÉLITES
ADMINISTRATIVO LOJAS ÂNCORAS
SALAS DE ENTREVISTA
ACADEMIA DP + DH CINEMA CENTRO DE CONVIVÊNCIA
SOCIAL PRAÇA
PLAYGROUND
RECEPÇÃO
RESTAURANTES SERVIÇOS CAFÉ, LANCHONETES E QUIOSQUES
APOIO WC’S E DML PONTOS DE ÔNIBUS PONTO DE TÁXI ÁREA DE EMBARQUE E DESEMBARQUE ESTACIONAMENTO
WC + VESTIÁRIO
JARDINS
DEPÓSITO DE LIXO DEPÓSITO DE GÁS
ENFERMARIA ENTRADA DE FUNCIONÁRIOS DML CENTRAL
CARGA E DESCARGA
SALA DE MANUTENÇÃO
GUARITA REFEITÓRIO RESERVATÓRIO INFERIOR CENTRAL DE ENERGIA
DESCANSO ALMOXARIFADO WC + VESTIÁRIO + ARMÁRIOS
Figura 37: Fluxograma Fonte: Produção Autoral
CPD CENTRAL DE SEGURANÇA COPA COMERCIAL FINANCEIRO MARKETING CONTABILIDADE RELAÇÕES PÚBLICAS SAC SALA DE REUNIÃO SALA DA AUDITORIA DIRETORIA
69
05.05. SETORIZAÇÃO O estudo de setorização se iniciou a partir da
uso comercial. Como já foi citado anteriormente, a
locação e separação dos acessos ao empreendimento,
fachada voltada para Av. Godofredo Maciel (via de
tanto pedestre, veículos e serviços.
maior fluxo) receberá maior insolação no período da
As condicionantes ambientais também são
tarde e por isso deverá apresentar soluções de
pontos de grande importância na determinação da
controle da incidência solar e conforto térmico,
localização dos setores, assim como a implantação de
explorando o uso de marquises, grandes cobertas,
vitrines voltadas para as vias de maior fluxo, é um
paisagismo espelhos d'água, afim de criar um
fator tão importante quanto, para uma edificação de
microclima único nesse espaço.
Figura 38: Estudo de zoneamento térreo e superior, respectivamente Fonte: Produção autoral
06
PROJETO
72
06.01. CONCEITO E PARTIDO Durante o processo criativo, muitos foram os fatores que influenciaram o resultado final do centro comercial proposto. Esses fatores vão desde influências físicas, como a topografia do terreno que possui um desnível de três metros, passando por influências sociais e econômicas. O desenvolvimento do projeto uniu esses fatores à ideia de criar um edifício segmentado, livre, convidativo, rico em circulações amplas que interligassem os espaços. Contrapondo-se ao formato de shopping tradicional, a ideia é aproximar o máximo possível ao espaço urbano, estimulando apropriação do espaço sem anular a cidade.
Figura 39: Evolução Projetual. Fonte: Produção autoral.
73
A opção por um centro comercial térreo e aberto, com pátios internos arborizados, foi desenvolvida a fim de explorar o clima local, a ventilação natural, porém era necessário que se somasse a isso um elemento que auxiliasse no conforto térmico do edifício. Por isso, o uso de cobertas será necessário. Cobertas que se projetam sobre a praça, em busca do pedestre, permitindo-o caminhar pela sombra.
Figura 40: Croqui inicial. Fonte: Produção autoral.
74
06.02. COBERTA E SITUAÇÃO A implantação do edifício foi pensada visando a maior permeabilidade da quadra, resultando em oito blocos distintos, soltos uns dos outros, o que além de permitir uma ventilação natural e uma circulação mais dinâmica, formaram-se assim uma variedade de ruas, esquinas e pequenas praças. As vitrines foram implantadas de forma irregular e angulada, reforçando a dinamicidade dos caminhos, porém as lojas mantêm seu traçado ortogonal. A separação central dos blocos resultou em um corredor que é demarcado pelo desenho diferenciado da paginação de piso, nele foram trabalhadas diversas áreas de convívio, afim de estimular a permanência dos usuários.
ÁREA TOTAL DO TERRENO: 19 803,10m² ÁREA CONSTRUÍDA: 9 585,45m² TAXA DE PERMEABILIDADE: 34% TAXA DE OCUPAÇÃO: 52% ÍNDICE DE APROVEITAMENTO:0,48 GABARITO: 16,10m
75
Figura 41: Pl. de Situação. Fonte: Produção autoral.
76
A paginação de piso é um ponto importante do projeto, pois como se trata de duas quadras, ela será um dos elementos responsáveis pela identidade visual do conjunto como um todo. Para a grande parte da paginação foi utilizado o piso drenante, que além ser permeável tem um alto nível de refletância solar. No corredor central, foi utilizado uma paginação de piso diferenciada, que além de trazer identidade ao local, tinha a intenção de ser mais intimista, para isso foi escolhido o piso cimentício que imita madeira. O piso cimentício foi escolhido por ter a característica de suportar alto tráfego, inclusive de veículos, ponto importante pois essa paginação irá fazer a conexão entre as duas quadras. As grandes cobertas têm a intenção de tornar o passeio agradável, trazendo sombra e conforto térmico aos pedestres. Para elas os materiais utilizados foram a madeira laminada colada e estrutura metálica. Como coroamento dos blocos frontais, uma laje jardim foi utilizada como elemento de que auxiliasse o desempenho térmico da própria edificação. O coroamento do bloco de fundo, foi pensado em platibanda convencional, com a intenção de esconder a instalação do telhado, em telha termoacústica, assim como a laje técnica para a instalação de condensadores. Com a escolha de dois terrenos para a proposta do centro comercial, surge a problemática da Rua Jorge Ralpp, que passaria no meio da edificação. Depois analises por Street View e por visitas técnicas foi verificado o pouco trafego existente nessa via, por isso, decidiu-se aplicar estratégias do Traffic Calming, que nada mais é do que medidas físicas, desenvolvidas para controlar a velocidade e induzir os motoristas a um modo de dirigir mais apropriado à segurança. As medidas adotadas foram: • Nivelamento da via com a calçada; • Pavimentação de cor vermelha e textura diferenciada; • Mobiliário urbano avançando sobre a via (o estreitamento da via, traz a sensação de alerta ao motorista); • O paisagismo foi utilizado para valorizar a paisagem e a identidade local. Todas essas medidas foram utilizadas afim de tornar a rua em questão um lugar de convivência entre ciclistas, pedestres e veículos.
77
Figura 42: Pl. de Coberta. Fonte: Produção autoral.
78
06.03. TÉRREO E MEZANINO O térreo foi destinado a receber o maior número de lojas possíveis. São 43 das 52 lojas, somente no térreo. Recebe também 1 âncora e uma loja estilo galeria que permite a travessia do pedestre por dentro do próprio edifício, o que é possível acontecer com qualquer loja, já que sua estrutura independente da vedação possibilita essa flexibilidade dos usos. Foi locado também no térreo um hall de serviços, que nada mais é do que lojas de dimensões reduzidas, pensadas para atender serviços básicos do dia-a-dia, como por exemplo, casas lotéricas, ateliê de costura, entre outros.
LEGENDA cód.
ambiente
cód.
ambiente
01
E m b a r q u e e D e s e m b.
07
A p o i o ( W c ’s )
02
Adm. e Serviços
Pa ra d a d e Ô n i b u s
08
03
Lojas
09
P l ay g r o u n d
04
 n c o ra s
10
D e p. l i xo e g á s
05
Re s t a u ra n t e s
11
Carga e Descarga
06
Hall de Serviço
79
Figura 43: Térreo. Fonte: Produção autoral.
80
Figura 44: Mezanino. Fonte: Produção autoral.
81
06.03.01. LOJAS O equipamento conta com 52 lojas de áreas variáveis (de 35m² até 125m²). Cada loja é composta pelo salão livre (área de vendas), um banheiro (assim como ponto de água que possibilite a instalação de outros banheiros caso seja de necessidade do locatário), e mezanino que poderá ser utilizado como administração ou uma ampliação da área de vendas (este poderá, também, ser utilizado como sobreloja duplicando assim sua área bruta locável) A flexibilidade foi um dos principais requisitos, porém ela só foi possível através de sua estrutura independente das vedações, o que possibilita diversas composições de lojas.
QUADRO DE ESQUADRIAS Nº. larg. (m) alt. (m) P1
3,00
2,40
P1
0,60
2,10
material
tipo
qt.
V i d r o t e m p e ra d o 8 m m C o r r e r ( 2 F ) 0 1 01 M a d e i ra t i p o p a ra n á Abrir
82
Figura 45: Pl. Baixa Loja. Fonte: Produção autoral.
83
Figura 46: Mezanino Loja. Fonte: Produção autoral.
84
Figura 47: Corte AA (Loja). Fonte: Produção autoral.
Figura 48: Corte BB (Loja). Fonte: Produção autoral.
85
06.03.02. ÂNCORAS O equipamento conta com 52 lojas de áreas variáveis (de 35m² até 125m²). Cada loja é composta pelo salão livre (área de vendas), um banheiro (assim como ponto de água que possibilite a instalação de outros banheiros caso seja de necessidade do locatário), e mezanino que poderá ser utilizado como administração ou uma ampliação da área de vendas (este poderá, também, ser utilizado como sobreloja duplicando assim sua área bruta locável) A flexibilidade foi um dos principais requisitos, porém ela só foi possível através de sua estrutura independente das vedações, o que possibilita diversas composições de lojas.
QUADRO DE ÁREAS cód.
ambiente
área (m²)
nível
01
Loja
839,66
+3,10
02
Gerência
23,82
+3,10
03
DML
5,20
+3,08
04
Ve s t i á r i o f e m .
3,70
+3,10
05
Ve s t i á r i o m a s c .
3,70
+3,10
06
WC masc. PCD
3,27
+3,08
07
WC fem. PCD
3,27
+3,08
20,08
+3,10
08
Copa
09
Depósito
9,30
+3,10
10
Mezanino
480,50
+6,10
11
DML
3,28
+6,10 +6,08
12
WC fem. PCD
3,27
13
WC masc. PCD
3,27
+6,08
14
WC feminino
9,32
+6,08
15
WC masculino
9,32
+6,08
QUADRO DE ESQUADRIAS Nº. larg. (m) alt. (m) 2,40
material
P1
3,00
P1
0,80
2,10
P3
1,00
2,10
P4
1,00
2,10
M a d e i ra t i p o p a ra n á
tipo
qt.
Correr
02
M a d e i ra t i p o p a ra n á
Abrir
06
M a d e i ra t i p o p a ra n á
Abrir
04
Abrir
03
V i d r o t e m p e ra d o 8 m m
86
Figura 49: Pl. Baixa Âncora. Fonte: Produção autoral.
87
Figura 50: Mezanino Âncora. Fonte: Produção autoral.
88
Figura 51: Corte CC (Âncora). Fonte: Produção autoral.
89
06.03.03. APOIO O apoio é composto por banheiro feminino e masculino, banheiro família (um banheiro com fraldário destinado para crianças de até 10 anos de idade acompanhas dos pais ou responsável), banheiro PCD masculino, banheiro PCD feminino e um DML. Serão instalados quatro apoios para atender aos visitantes do centro comercial.
QUADRO DE ÁREAS cód.
ambiente
área (m²)
nível
01
Circulação
37,87
+3,10
02
WC feminino
4,17
+3,08
03
WC masculino
41,17
+3,08
04
WC família
18,14
+3,08
05
WC feminino PCD
3,27
+3,08
06
WC masculino PCD
3,27
+3,08
07
DML
3,28
+3,08
QUADRO DE ESQUADRIAS Nº. larg (m) alt (m) peit (m)
material
tipo
qt.
P1
3,00
2,40
-
V i d r o t e m p e ra d o 8 m m
Correr
01
P1
1,00
2,10
-
M a d e i ra t i p o p a ra n á ( P C D )
Abrir
02
P3
0,80
2,10
-
M a d e i ra t i p o p a ra n á
Abrir
01
Maximar (8F) 01
J1
5,00
0,50
1,60
M a d e i ra e v i d r o
J2
2,50
0,50
1,60
M a d e i ra e v i d r o
Maximar (4F) 01
J3
1,00
0,50
1,60
M a d e i ra e v i d r o
Maximar (2F) 03
90
Figura 52: Pl. Baixa Apoio. Fonte: Produção autoral.
91
Figura 53: Corte DD (Apoio). Fonte: Produção autoral.
92
06.03.04. ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS No setor de administração e serviços foi locado todos os ambientes inerentes ao bom funcionamento do empreendimento, são eles: recepção, sala de recursos humanos, departamento pessoal, refeitório, sala de descanso e descompressão, sala de manutenção, sala de segurança, DML central, sala da central de processamento de dados (CPD), Enfermaria, banheiros e vestiários feminino e masculino, além dos banheiros acessíveis. No segundo pavimento desse setor, ficaram locados as salas de diretoria, marketing comercial, financeiro, contabilidade, relações públicas, sala de reunião, SAC, copa, assim como, banheiros e vestiários feminino e masculino e banheiros acessíveis.
QUADRO DE ÁREAS cód.
ambiente
área (m²)
01
Re c e p ç ã o
8,70
nível
cód.
+6,10
18
A n t e c â m a ra
ambiente
nível 8,70
+6,10
02
D e p a r t a m e n t o Pe s s o a l
73,88
+6,10
19
A l m ox a r i f a d o
73,88
+6,10
03
Re c u r s o s H u m a n o s
28,77
+6,10
20
Comercial
28,77
+6,10
04
S a l a d e S e g u ra n ç a
28,77
+6,10
21
Contabilidade
28,77
+6,10
05
Sala de Manutenção
12,90
+6,10
22
Re l a ç õ e s P ú b l i c a s
12,90
+6,10
06
CPD
17,40
+6,10
23
SA C
17,40
+6,10
07
Re c e p ç ã o E n f e r m a r i a
37,00
+6,10
24
M a r ke t i n g
37,00
+6,10
08
Enfermaria
42,09
+6,10
25
Auditoria
33,70
+6,10
09
Circulação
94,25
+6,10
26
Circulação
94,25
+6,10
10
D M L C e n t ra l
37,60
+6,10
27
Diretoria
37,60
+6,10
11
Sala de Descanso
24,98
+6,10
28
S a l a d e Re u n i ã o
24,98
+6,10
12
Re f e i t ó r i o
40,35
+6,10
29
Financeiro
40,35
+6,10
13
WC feminino PCD
3,27
+6,08
30
WC feminino PCD
3,27
+6,08
14
WC masculino PCD
3,27
+6,08
31
WC masculino PCD
3,27
+6,08
15
W C / Ve s t i á r i o m a s c .
15,85
+6,08
32
W C / Ve s t i á r i o m a s c .
15,85
+6,08
16
W C / Ve s t i á r i o f e m .
15,85
+6,08
33
W C / Ve s t i á r i o f e m .
15,85
+6,08
17
Armário
6,06
+6,08
34
DML
6,06
+6,08
18
A n t e c â m a ra
53,40
+6,08
35
Copa
53,40
+6,08
QUADRO DE ESQUADRIAS Nº. larg (m) alt (m) peit (m) P1
1,80
2,10
-
tipo
qt.
Nº. larg (m) alt (m) peit (m)
Alumínio e vidro
Abrir
01
J1
3,70
material
1,80
0,60
tipo
qt.
M a d e i ra e V i d r o
Fixa
01 04
material
P1
1,00
2,10
-
M a d e i ra t i p o Pa ra n á
Abrir
04
J2
2,50
0,50
1,60
M a d e i ra e V i d r o
Correr (5F)
P3
1,00
2,10
-
M a d e i ra t i p o Pa ra n á ( P C D )
Abrir
04
J3
2,00
1,80
0,60
M a d e i ra e V i d r o
Fixa
04
P4
0,80
2,10
-
V i d r o t e m p e ra d o 8 m m
Abrir
19
J4
1,50
0,50
1,60
M a d e i ra e V i d r o
Correr (3F)
19
P5
0,60
2,10
-
M a d e i ra t i p o Pa ra n á
Abrir
02
J5
4,00
0,50
1,10
M a d e i ra e V i d r o
Correr (8F)
02 01
P6
1,80
2,10
-
V i d r o t e m p e ra d o 8 m m
Abrir (6F)
01
J6
2,50
1,00
1,10
M a d e i ra e V i d r o
Correr (2F)
P7
1,00
2,10
-
C o r t a Fo g o
Abrir
04
J7
0,80
0,50
1,60
M a d e i ra e V i d r o
Correr (2F)
04
P8
0,90
2,10
-
M a d e i ra t i p o Pa ra n á
Abrir
01
J8
3,00
1,00
1,10
M a d e i ra e V i d r o
Correr (3F)
01
P9
1,80
2,10
-
M a d e i ra t i p o Pa ra n á
Abrir (2F)
02
J9
4,00
1,00
1,10
M a d e i ra e V i d r o
Correr (4F)
02
J10
1,80
M a d e i ra e V i d r o
Correr (2F)
01
1,00
1,10
93
Figura 54: Pl. Baixa Administração e Serviço. Fonte: Produção autoral.
94
Figura 55: Superior Administração e Serviço. Fonte: Produção autoral.
95
Figura 56: Corte EE (Administração e Serviços) Fonte: Produção autoral.
Figura 57: Corte FF (Administração e Serviços). Fonte: Produção autoral.
96
06.03.05. RESTAURANTES Os ambientes denominados de restaurantes fazem parte do setor de lazer do empreendimento, e tem o papel para acolher bares, restaurantes e afins. Espaços estes, que podem ficar abertos até mais tarde, trazendo dinâmica tanto ao horário de funcionamento do empreendimento quanto ao fluxo de pessoas. Serão três restaurantes distribuídos no centro comercial, dois no térreo e um no primeiro pavimento. Todos os três restaurantes dispões de entrada de funcionários, banheiros de funcionários, triagem e higienização de alimentos, depósito de alimentos, cozinha, lavatório de pratos, caixa, banheiros clientes, salão e mezanino. Também será possível, a utilização dos espaços externos com a intenção de tornar o mall ainda mais “vivo”.
QUADRO DE ÁREAS cód.
ambiente
área (m²)
nível
01
Salão
134,57
+3,10
02
WC PCD
3,27
+3,08
03
WC masculino
8,71
+3,08
04
WC feminino
8,71
+3,08
05
Caixa
3,27
+3,10
06
P ra ç a g a r ç o n s
8,73
+3,10
07
L av. d e p ra t o s
9,38
+3,08
08
Tr i a g e m
10,25
+3,10
09
Depósito
11,06
+3,08
10
Cozinha
35,84
+3,08
11
Circulação
11,91
+3,08
12
WC PCD (funcionários)
2,80
+3,08
13
WC masc (funcionários)
1,7
+3,08
14
WC fem (funcionários)
1,97
+3,08
15
Mezanino
133,05
+6,10
16
Bar
9,38
+3,08
QUADRO DE ESQUADRIAS Nº. larg (m) alt (m) peit (m) P1
1,00
2,10
-
tipo
qt.
M a d e i ra t i p o Pa ra n á
Abrir
03 02
material
P1
1,00
2,10
-
M a d e i ra t i p o Pa ra n á ( P C D )
Abrir
P3
0,90
2,10
-
M a d e i ra t i p o Pa ra n á
Abrir
02
P4
0,80
2,10
-
M a d e i ra t i p o Pa ra n á
Abrir
07
P5
0,60
2,10
-
M a d e i ra t i p o Pa ra n á
Abrir
02 03 02
J1
0,50
1,60
1,60
M a d e i ra e v i d r o
Maximar
J2
0,50
1,60
1,60
M a d e i ra e v i d r o
Correr (5F)
97
Figura 58: Pl. Baixa Restaurante. Fonte: Produção autoral.
98
Figura 59: Mezanino Restaurante. Fonte: Produção autoral.
99
Figura 60: Corte GG (Restaurante). Fonte: Produção autoral.
Figura 61: Corte HH (Restaurante). Fonte: Produção autoral.
100
06.04. 1º PAVIMENTO E MEZANINO O primeiro pavimento do empreendimento é privilegiado de áreas lazer e convívio, esse pavimento conta com 9 lojas satélites, 1 âncora, 2 restaurantes, 5 lanchonetes, 2 salas de cinema, 1 academia além de um centro de convivência de 800m² equipado com mobiliários que estimulam a permanência do usuário.
LEGENDA cód.
ambiente
01
Lojas
02
 n c o ra s
03
Re s t a u ra n t e s
04
Cinema
05
A p o i o ( W C a c e s s í ve i s , f e m i n i n o, m a s c u l i n o e f a m í l i a )
06
Academia
07
Café, Lanchonete e Quiosque
08
C e n t r o d e C o nv i v ê n c i a
09
Laje Jardim
101
Figura 62: Planta do 1º pavimento. Fonte: Produção autoral
102
Figura 63: Planta Mezanino Fonte: Produção autoral
103
06.04.01. CINEMA O cinema faz parte do setor de lazer do empreendimento e assume o papel de “âncora”, no sentido de trazer para o centro comercial pessoas que em busca de lazer e entretenimento. Para o bom funcionamento do cinema, esse espaço conta com bilheteria, foyer, lanchonete, banheiros feminino e masculino, assim como banheiros acessíveis, DML, e duas salas de cinema: uma com capacidade para 130 pessoas e a segunda com capacidade para 124 O ponto de partida para a elaboração do projeto referentes as salas de exibição e projeção teve como base o estudo da norma técnica NBR12237 “Projetos e instalações de salas de projeção cinematográfica” e a Recomendação Técnica para Arquitetura de Salas de Exibição elaborada pela Associação Brasileira Cinematografia, ABC, e da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura.
QUADRO DE ÁREAS cód.
ambiente
área (m²)
nível
01
B i l h e t e i ra
10,62
+9,10
02
Foye r C i n e m a
59,88
+9,10
03
Lanchonete
14,75
+9,08
04
DML
28,77
+9,08
05
WC feminino PCD
3,27
+9,08
06
WC masculino PCD
3,27
+9,08
07
WC feminino
9,58
+9,08
08
WC masculino
9,85
+9,08
09
Sala 01
207,40
+9,10
10
Sala de Projeção 01
11,45
+12,10
11
Sala 02
24,98
+9,10
12
Sala de Projeção 02
13,08
+12,10
13
Café
3,27
+12,10
QUADRO DE ESQUADRIAS tipo
qt.
M a d e i ra t i p o Pa ra n á
Abrir
01
M a d e i ra t i p o Pa ra n á
Abrir
04
-
M a d e i ra t i p o Pa ra n á P C D
Abrir
02
-
M a d e i ra t i p o Pa ra n á
Abrir
02
-
M a d e i ra t i p o Pa ra n á
Abrir (2F)
02
-
M a d e i ra t i p o Pa ra n á
Abrir (2F)
02
1,60
Aluminio e Vidro
Correr (5F)
02
Nº. larg (m) alt (m) peit (m) P1
0,90
2,10
-
P2
0,80
2,10
-
P3
1,00
2,10
P4
1,00
2,10
P5
1,90
2,10
P6
1,80
2,10
J1
2,50
1,60
material
104
Figura 64 - Pl. Baixa Cinema Fonte: Produção autoral
105
Figura 65: Corte II (Cinema) Fonte: Produção autoral.
106
06.04.02. ACADEMIA A academia assim, como o cinema integra o setor de lazer do empreendimento e também assume esse papel de âncora, visto que a prática de atividade física está cada vez mais incluída na rotina das pessoas. Para atender essa demanda, a academia contém: recepção, salão da academia, sala de dança, sala de pilates, tatame, gerência, banheiros e vestiários femininos e masculinos.
QUADRO DE ÁREAS cód.
ambiente
área (m²)
nível
01
Re c e p ç ã o A c a d e m i a
29,65
+9,10
02
Salão Academia
255,35
+9,10
03
W C / Ve s t i á r i o M a s c
31,34
+9,08
04
W C / Ve s t i á r i o Fe m
28,87
+9,08
05
Sala da Gerência
13,95
+9,10
06
Sala do Pilates
29,65
+9,10
07
Sala de Dança
50,85
+9,10
08
Mezanino
123,30
+12,10
09
Ta t a m e
59,40
+12,10
QUADRO DE ESQUADRIAS Nº. larg (m) alt (m) peit (m)
material
tipo
qt.
P1
3,00
2,40
-
M a d e i ra e V i d r o
Correr
01
P2
0,90
2,10
-
M a d e i ra t i p o Pa ra n á
Abrir
03
P3
0,90
2,10
-
Vidro
Abrir
02
J1
2,50
1,60
1,60
M a d e i ra e V i d r o
Correr (5F)
02
107
Figura 66: Pl. Baixa Academia Fonte: Produção autoral.
108
Figura 67 - Mezanino Academia Fonte: Produção autoral.
109
Figura 68: Corte JJ (Academia) Fonte: Produção autoral.
Figura 69: Corte LL (Academia) Fonte: Produção autoral.
110
06.05. SUBSOLO Como já foi dito anteriormente, os estacionamentos frontais causam distanciamento do pedestre, por isso, foi definido que a maioria das vagas seriam implantadas no subsolo. A rampa de acesso ao subsolo se dá pela Rua Oscar Benevides e a saída pela Rua Cel. Tibúrcio Cavalcante. O estacionamento do empreendimento conta com 315 vagas para carros, 12 vagas exclusivas para PCD, Bicicletário com total de 36 vagas, 90 vagas para motos e ainda 5 vagas para táxi.
ESTACIONAMENTO Ta x a d e o c u p a ç ã o
46%
Re c u o F r o n t a l
41m
Re c u o L a t e ra l D i r e i t o
3m
Re c u o L a t e ra l E s q u e r d o
13m
Re c u o d e F u n d o
12,85
111
Figura 70: Subsolo Fonte: Produção autoral.
112
06.06. SISTEMA ESTRUTURAL O sistema construtivo utilizado é o sistema de laje alveolar, e o sistema básico, viga-pilar em concreto armado. A laje alveolar protendida é composta por painéis de concreto pré-fabricado e protendidos. Por serem protendidas as lajes alveolares possibilitam o uso de vãos maiores, possibilitando um ganho no custo e cronograma da obra com a redução de materiais e mão-de-obra, para a execução da laje.
113
Figura 71: Sistema Estrutural. Fonte: Produção autoral.
114
06.07. CORTES GERAIS
Figura 72: Corte AA. Fonte: Produção autoral.
Figura 73: Corte BB. Fonte: Produção autoral.
115
Figura 74: Corte CC. Fonte: Produção autoral.
116
06.08. FACHADAS
Figura 75: Fachada Norte. Fonte: Produção autoral.
Figura 76: Fachada Leste. Fonte: Produção autoral.
117
Figura 77: Fachada Sul. Fonte: Produção autoral.
Figura 78: Fachada Oeste. Fonte: Produção autoral.
118
06.09. DETALHES
Figura 79: Detalhe 01. Fonte: Produção autoral.
119
Figura 80: Detalhe 02. Fonte: Produção autoral.
Figura 81: Detalhe 03. Fonte: Produção autoral.
120
Figura 82: Detalhe 04. Fonte: Produção autoral.
Figura 83: Detalhe 05. Fonte: Produção autoral.
121
Figura 84: Detalhe 06. Fonte: Produção autoral.
Figura 85: Detalhe 07. Fonte: Produção autoral.
122
Figura 86: Detalhe 08. Fonte: Produção autoral.
123
07
PERSPECTIVAS GERAIS
126
Figura 87: Vista Frontal, embarque e desembarque Fonte: Produção autoral
127
Figura 88: Vista frontal, frente de lojas Fonte: Produção autoral
128
Figura 89: Vista corredor central Fonte: Produção autoral
129
Figura 90: Vista lateral, saída do subsolo Fonte: Produção autoral
130
Figura 91: Vista rua Jorge Ralp, traffic calming Fonte: Produção autoral
131
Figura 92: Vista Escada Fonte: Produção autoral
132
Figura 93: Área de Descanso Fonte: Produção autoral
133
Figura 94: Área de Descanso Fonte: Produção autoral
134
Figura 95: Playground Fonte: Produção autoral
135
08
CONSIDERAÇÕES FINAIS
138
Diante do exposto, uma das motivações para a execução desta pesquisa foi a oportunidade de fornecer subsídios importantes a fase de concepção de projetos ligados ao comércio, um espaço privado, que atualmente vem sendo trabalhado de forma que não leva em consideração a cidade em que se insere, gerando impactos urbanísticos. A relação de simbiose de espaço público e privado foi o principal tema desta pesquisa que, embora, seja simples e propicie uma melhor qualidade de vida para as cidades, é uma solução esquecida nos projetos de arquitetura. E é uma solução que deve ser considerada, pois esse espaço enriquece consideravelmente, tanto um espaço, quanto o outro.
139
09
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
142
ABRASCE. Disponível em: <http://abrasce.com.br/monitoramento/desempenho-da-industria>. Acesso em: 11 fev. 2019. A B R A S E L . P o r t o A l e g r e , 2 0 1 0 . D i s p o n í v e l e m : <http://www.al.abrasel.com.br/index.php/component/content/article/7-noticias/932-17072014-shoppinga-ceu-aberto-uma-tendencia-global>. Acesso em: 20 fev. 2019. ALCÂNTARA, Viviane Costa di Maggio e. Causas da Rotatividade de Lojas nos Shopping Centers de Fortaleza. 1998. 226 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Administração, Centro Tecnológico, Universidade de Fortaleza, Fortaleza, 1998. Cap. 1. BEZERRA, Aline Maria Marques; CHAVES, César Roberto Castro. Revitalização Urbana: Entendendo o processo de requalificação da paisagem. Revista do Ceds: Periódico do Centro de Estudos em Desenvolvimento Sustentável da UNDB, São Luiz, v. 1, n. 1, p.1-16, 1 ago. 2014. Mensal. BRANCO, Carlos Eduardo Castello et al. Setor de Shopping Centers no Brasil: Evolução Recente e Perspectivas. Bnds, Rio de Janeiro, p.139-190, 10 set. 2007. Disponível em: <https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/2575/1/BS 26 Setor de shopping center no Brasil_P.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2019. BRASIL, Marilia. Costa do Ipê Parque Shopping. 2011. Disponível em: <http://www.uncreated.net/?page=costadoipe>. Acesso em: 2 maio 2019. CENTER UM INAUGUROU A ERA DOS SHOPPINGS: Há quatro décadas, pensar em um shopping em Fortaleza era uma revolução no modo de fazer comércio. Fortaleza, 3 mar. 2013. Disponível em: <http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/negocios/center-um-inaugurou-a-era-dosshoppings-1.206547>. Acesso em: 14 mar. 2019. CORBELLA, Oscar; YANNAS, Simos. Em busca de uma Arquitetura Sustentável para Trópicos: Conforto Ambiental. 2. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2009. 156 p. FORTALEZA em Mapas. 2015. Disponível em: <http://mapas.fortaleza.ce.gov.br/#/>. Acesso em: 25 maio 2019. FORTALEZA. SHOPPING JARDINS OPEN MALL. Disponível em: <http://www.jardinsopenmall.com.br/oshopping>. Acesso em: 13 maio 2019.
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