MERCADO DAS MALVINAS - Um novo lar para o Mercado de Caucaia

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MERCADO DAS MALVINAS UM NOVO LAR PARA O MERCADO DE CAUCAIA

GIOVANA FERREIRA RODRIGUES



MERCADO DAS MALVINAS UM NOVO LAR PARA O MERCADO DE CAUCAIA


FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLÓGIAS - CCT ARQUITETURA E URBANISMO GIOVANA FERREIRA RODRIGUES

MERCADO DAS MALVINAS UM NOVO LAR PARA O MERCADO DE CAUCAIA

Fortaleza - Ceará 2019


GIOVANA FERREIRA RODRIGUES

MERCADO DAS MALVINAS UM NOVO LAR PARA O MERCADO DE CAUCAIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza como requisito à obtenção do título de Arquiteta e Urbanista. Orientadora: Prof. Wladimir Capelo Magalhães

Fortaleza - Ceará 2019



GIOVANA FERREIRA RODRIGUES

MERCADO DAS MALVINAS UM NOVO LAR PARA O MERCADO DE CAUCAIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza como requisito à obtenção do título de Arquiteta e Urbanista. Fortaleza, ___ de dezembro de 2019. BANCA EXAMINADORA ____________________________________ Arq. Wladimir Capelo Magalhães Orientador

____________________________________ Arq. André Araújo Almeida Professor Convidado

____________________________________ Arq. Vanessa Figueredo Poulin Arquiteta Convidada



“ A vida pode mudar a arquitetura. No dia em que o mundo for mais justo, ela será mais simples”. (Oscar Niemeyer)


RESUMO A evolução das cidades, juntamente a sua expansão territorial e crescimento econômico, propiciou a organização das primeiras feiras na idade média e tornou necessário a construção de burgos, locais onde os comerciantes que, antes vendiam suas mercadorias nas ruas, passaram a controlar a demanda dos consumidores da época e ofertar uma qualidade estrutural aos clientes que se baseassem numa maior proximidade entre os envolvidos na troca comercial. Atualmente, com a chegada dos grandes supermercados, percebe-se que a relação cliente e vendedor é cada vez menor e baseada em fins lucrativos. Diante desse cenário que busca devolver diretamente esta relação, a proposta de um espaço planejado que supra todas as necessidades dos usuários e acrescente um novo olhar aos mercados públicos vem carregada com ressignificado e ligadas diretamente aos principais conceitos que o projeto traz, o dinamismo, a permeabilidade e a apropriação para com os frequentadores do espaço. Palavras-chave: Comércio; Dinamismo; Mercadoria; Apropriação.


ABSTRACT The evolution of cities, along with their territorial expansion and economic growth, led to the organization of the first fairs in the Middle Ages and made it necessary to build burgos, places where traders, who previously sold their goods on the streets, began to control the demand of the cities consumers and to offer structural quality to customers based on greater proximity among those involved in trade. Today, with the arrival of large supermarkets, it is clear that the relationship between customer and seller is becoming smaller and profit-based. Given this scenario that seeks to return this relationship directly, the proposal of a planned space that meets all the needs of users and adds a new look to public markets comes loaded with resignification and directly linked to the main concepts that the project brings, the dynamism, the permeability and appropriation towards space goers. Keywords: Trade; Dynamism; Commodity; Appropriation.



AGRADECIMENTOS Encerrar um ciclo traz muitas sensações, mas a de dever cumprido e satisfação pessoal são as mais gratificantes. Nessa etapa que se encerrar diante de tantas dificuldades enfrentadas, agradeço primeiramente a Deus por me conceder conhecimento e bom senso para desempenhar essa profissão que influencia diretamente no dia a dia das pessoas. Agradeço aos meus pais João Batista e Maria de Lourdes ,que me deram a oportunidade de ter uma formação profissional e que muitas vezes abdicaram de suas escolhas para que eu sempre pudesse ter o melhor. Em seguida agradeço as minhas irmãs, Geany e Gessica por me apoiarem em todas as decisões e por me acompanharem diante de toda essa caminhada. As minhas amigas de faculdade, em especial Sarah Pequeno, Gabriela Silveira e Maria de Fátima que vivenciamos juntas todas as experiências que a faculdade pode proporcionar, boas e ruins, grata a amizade de vocês meninas e por todo o grupo das Arquipinks que fizeram essa jornada mais alegre e divertida. Ao meu namorado Osmar Viana, por me ajudar e me apoiar e me amparar nas horas mais críticas. Agradeço as minhas amigas Dara luiza e Aline Maria que são amigas de infância, que acompanharam e fizeram parte desse trajeto, sempre com palavras de apoio, motivação e companheirismo. Aos meus colegas de trabalho da T2 Arquitetura que me deram a oportunidade de fazer parte da equipe e agregar cada vez mais conhecimento a minha formação profissional. E por último, não menos importante, agradeço ao meu orientador por ser solicito e me ajudar no desenvolvimento do projeto durante ano. Todos vocês fazem parte dessa conquista.


LISTA DE FIGURAS Figura 01 – Baazar Árabe. [26] Figura 02 – Agora Grega Pirene. [28] Figura 03 – Mercado Público Império Romano. [28] Figura 04 – Fondaco de Tedeschi, 1505. [29] Figura 05 – Mercado de São Paulo. [30] Figura 06 – Fachada Mercado de São Paulo. [30] Figura 07 – Mercado dos Pinhões. [31] Figura 08 – Mercado das Carnes, 1897. [31] Figura 09 – Fachada Mercado Estação Báltica. [34] Figura 10 – Vista interna Mercado Estação Báltica. [34] Figura 11 – Praça da manhã. [35] Figura 12 – Praça da noite. [35] Figura 13 – Estrutura, Mercado Estação Báltica. [35] Figura 14 – Feirantes, Mercado Estação Báltica. [35] Figura 15 – Planta Baixa Mercado Estação Báltica. [36] Figura 16 – Mercado de Santa Caterine. [37] Figura 17 – Estrutura Mercado Santa Caterine. [37] Figura 18 – Fachada Mercado Santa Caterine. [38] Figura 19 – Corte Longitudinal, Mercado Santa Caterine. [38] Figura 20 – Estrutura, Mercado de Cachan. [39] Figura 21 – Mercado Cachan. [39] Figura 22 – Corte Longitudinal Mercado de Cachan. [40] Figura 23 – Disposição Interna Mercado de Cachan. [40] Figura 24 – Localização geográfica Cacauia. [44]

Figura 25 – Igreja Matriz, Caucaia - CE. [45] Figura 26 – Praia do Icaraí, Caucaia - CE. [45] Figura 27 – Mercado de Caucaia nos anos 90. [46] Figura 28 – Mercado de Caucaia 2019. [46] Figura 29 – Desabamento de parte da coberta do Mercado de Caucaia 2017. [46] Figura 30 – Parte Interna do Mercado de Caucaia. [47] Figura 31 – Mapa de Localidade do Mercado. [47] Figura 32 - Medidas terreno. [50] Figura 33 - Usos do Solo entorno terreno. [51] Figura 34 - Topografia terreno. [52] Figura 35 - Condicionantes Ambientais. [53] Figura 36 - Mapa de Unidades de Planejamento Caucaia. [54] Figura 37 - Estudo zoneamento 01. [59] Figura 38 - Estudo zoneamento 02. [59] Figura 39 - Estudo zoneamento 03. [60] Figura 40 - Estudo zoneamento 04. [60] Figura 41 - Estudo zoneamento 05. [60] Figura 42: Planta de Situação e Locação. [65] Figura 43: Planta de Implantação - Térreo. [67] Figura 44: Planta Baixa - 1º pavimento. [69] Figura 45: Planta Baixa - 2º pavimento. [71] Figura 46: Cortes. [73] Figura 47: Fachadas A e B. [74]


LISTA DE TABELAS Figura 48: Fachadas C e D. [75] Figura 49: Térreo - Setor 01. [76] Figura 50: Térreo - Setor 02. [77] Figura 52: Térreo - Setor 03. [78] Figura 53: 1º pav - Setor 04. [79] Figura 54: 1º pav - Setor 05. [80] Figura 55: 2º pav - Setor 06. [81] Figura 56: Detalhe 01. [82] Figura 57: Detalhes 02 e 03. [83] Figura 58: Detalhe 04. [84] Figura 59: Detalhes 05 e 06. [85] Figura 60: Detalhe Corte C. [86] Figura 61: Planta Estacionamento. [89] Figura 62: Corte Estacionamento. [89] Figura 63: Tipologia Box Fixo. [90] Figura 64: Tipologia Barraca Feira. [91] Figura 65: Tipologia Barraca Carnes e Peixes. [92] Figura 67: Estrutura. [95] Figura 68: Perspectiva 01 - Entrada Principal. [98] Figura 69: Perspectiva 02 - Entrada Lateral. [99] Figura 70: Perspectiva 03 - Área Comércio Térreo. [100] Figura 71: Perspectiva 04 - Café 1º Pav. [101] Figura 72: Perspectiva 05 - Praça de Alimentação 2º pav. [102]

Tabela 1 - Programa de Necessidades. [59]


SUMÁRIO 01 INTRODUÇÃO [19] 1.1. Apresentação do Tema [20] 1.2. Contextualização [20] 1.3. Objetivos [22] 1.3.1. Objetivos Gerais [22] 1.3.2. Objetivos Específicos [22]

03 ESTUDOS DE CASO [33] 3.1. Mercado Estação Báltica [34] 3.2. Mercado Santa Catarine [37] 3.3. Mercado de Cachan [39]

02 O MERCADO PÚBLICO E SUAS TIPOLOGIAS [25] 2.1. O Mercado Público [26] 2.2. Bazaar Árabe [27] 2.3. Ágora Grega [28] 2.4. Fórum Romano [28]

04 A CIDADE DE CAUCAIA [43] 4.1. Localização [44] 4.2. A História e Dados [45] 4.3. O Mercado Municipal de Caucaia [46]


05 TERRENO [49]

08 PERSPECTIVAS [97]

5.1. A Escolha [50] 5.2. Condicionantes Físicos [50] 5.3. Condicionantes Ambientais [53] 5.4. Condicionantes Legais [53]

06 PREMISSAS PROJETUAIS [57] 6.1. Conceito/Partido [58] 6.2. Programa de Necessidades [58] 6.3. Estudo de Zoneamento [59]

07 O PROJETO [63] 7.1. Conceito [64] 7.2. Situação e Locação [64] 7.3. Térreo [66] 7.4. 1º Pavimento [68] 7.5. 2º Pavimento [70] 7.6. Cortes [72]

09 CONSIDERAÇÕES FINAIS [105]

10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [109] 7.7. Fachadas [74] 7.8. Plantas Layout [76] 7.9. Detalhes [82] 7.10. Estacionamento [88] 7.11. Tipologia de Barracas [90] 7.12. Estrutura [94]



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INTRODUÇÃO


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1.1. APRESENTAÇÃO DO TEMA

1.2. CONTEXTUALIZAÇÃO

A presente pesquisa tem o papel de auxiliar na apresentação e na elaboração do Trabalho Final de Graduação do Curso de Arquitetura e Urbanismo na Universidade de Fortaleza. O objetivo desse trabalho serviu como base de pesquisa e de aprofundamento para o desempenho da nova proposta de mercado para Caucaia, através de pesquisas em campo, do auxílio bibliográfico e dos conhecimentos adquiridos durante todo o curso de Arquitetura e Urbanismo, a fim de um porvindouro resultado valoroso para a população.

Os mercados são lugares onde pode ser encontrar uma grande variedade de produtos, desde alimentos primários até artigos eletrônicos, pode proporcionar também ambientes de maior permanência como restaurantes e cafés, tudo isso associado a dinamização em comum dos espaços e de tudo que os cerca, proporcionando renda, agregando ainda mais valor ao polo comercial formal e oferecendo um espaço provido de infraestrutura de qualidade aos usuários, esses são alguns dos argumentos determinantes para a fundamentação do partido conceitual do projeto. O momento atual do comercio dos mercados é retratado em queda pela forte presença dos grandes supermercados, atraídos principalmente pela comodidade das compras, estacionamento, e a variedade de produtos, isso faz com que cada vez mais as antigas formas de mercados públicos caiam no esquecimento e cada vez menos sejam lembrados pelas gerações que o presenciaram ativamente. Com o avanço de maneiras mais rápidas e práticas de atendimento no comércio, importância da relação dos clientes com os vendedores é menos ativa ainda e a maneira como o ambiente interno é tratado reforça ainda mais essa falta de relação, longos corredores direcionais, sem dinamização dos espaços, ou sequer integração das pessoas no mesmo ambiente. Recomenda aos arquitetos que se apropriem e aprimorem os métodos existentes ao invés de renunciálos, pois a validade dos mesmos se consolida na medida em que produzem espaço, arquitetônico ou urbano, de melhor qualidade. Com efeito, este objetivo só poderá ser alcançado na medida em que o processo de planejamento contemple as características peculiares


21 do sítio arquitetônico, observando os padrões de comportamento e as expectativas dos grupos sociais envolvidos, delineando semelhanças, mas acima de tudo, respeitando diferenças (OLIVEIRA, 2006).

Um fator muito forte que está enraizado ao Mercado em questão é a ligação histórica para com seus frequentadores e donos de bancas, cujo esses são reconhecido em vários aspectos sociais e culturais para vivencia e permanência naquele lugar. Por um lado, o apego afetivo a esse local é o reflexo da luta diária enfrentada pelos usuários, que mesmo possuindo a oferta de lugares bem assistidos de tecnologias, de organização e de estratégias, optam por resistir à tradição do mercado, da lotação em dias pontuais, das condições ruins de higiene sanitária, do planejamento desfavorável e da má execução dos ambientes. A afeição com o tema tem um vínculo pessoal, e também residente do município em questão, e sempre via a necessidade de uma intervenção para a mudança daquele cenário, idealizando sempre um projeto que satisfaça a todos e que retome o verdadeiro significado de convívio e vivência para os usuários do Mercado. Além disso, a situação atual em que se encontra a edificação é reflexo do descaso ao equipamento público que não recebe a devida manutenção mínima, necessária para o funcionamento. A má distribuição dos espaços internos, por exemplo, é porta de entrada para o mercado informal que só cresce nos últimos tempos, o que de acordo com dados do crescimento contínuo de desempregados, obriga os ambulantes, por falta de espaço, a se apropriarem das ruas e das calçadas, dificultando, assim, ainda mais o tráfego dos pedestres. Em vista desses empasses citados anteriormente, a escolha do terreno foi determinante para que o novo equipamento acomodasse a todos e

fornecesse toda a infraestrutura que é necessária aos feirantes e clientes. Visto que se faz necessário um local maior, a nova proposta do mercado será feita no terreno onde localizava-se o antigo Mercado das Malvinas, situado a 600m do atual Mercado, que foi desativado nos anos 90 e depois demolido para a construção de um novo projeto pela prefeitura que nunca foi iniciado. A respeito dos métodos construtivos, os pilares utilizados são metálicos de seção 30x30cm, as vigas metálicas possuem seção de 50x30cm, a laje estilo steel frame foi determinante por conseguir vencer grandes vãos sem a necessidade de uma espessura alta, as soluções para a coberta foram em vigas de alma cheia para melhor sustentação da grande coberta que é o principal marco do projeto. Outro ponto que será de grande consideração é a relação com a temperatura interna que o ambiente pode gerar, o que caracteriza fortemente decisões estratégicas de conforto térmico, sobretudo aos alimentos que são a maior parte da mercadoria vendida no mercado. A relação com os alimentos requer locais bem ventilados e providos de uma boa iluminação tanto para uma boa conservação como para a circulação de odores ruins no local. [..] o conforto térmico humano está relacionado com a “combinação satisfatória, num determinado ambiente, da temperatura radiante media temperatura do ar, velocidade do ar e umidade relativa com as vestimentas usadas pelas pessoas nesse ambiente e a atividade desenvolvida, resultando em sensação de bem-estar”, além disso, o o conforto térmico tem a ver com o equilíbrio térmico do corpo humano, onde tanto os fatores pessoais como ambientais podem influenciar nesse equilíbrio (BARTHOLOMEI, 2003).


22 Por fim, a importância de se ter um equipamento que gere fonte de renda, agregue valor histórico, traga diversidade de comércio, vivência e valor arquitetônico ao ambiente é imensamente significante para a Cidade, uma vez que o mercado público é um marco inicial no desenvolvimento social e econômico, gerador de impactos positivos e interferentes na vida urbana e do meio.

1.3. OBJETIVOS

1.3.1. OBJETIVOS GERAIS

Elaborar um projeto que contemple, traga dinamicidade, fluidez e integração atrelados a uma arquitetura que desenvolva e reviva o verdadeiro significado do mercado para a população, trazendo de volta a relação cliente e vendedor. Além disso, proporcionar ambientes que não sejam somente ao comércio, mas também para convívio das pessoas.

1.3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Explanar e compreender sobre as tipologias, fluxos e disposições internas dos mercados. Ÿ Analisar o município em questão e suas relevâncias. Ÿ Projetar um mercado que propicie um ambiente agradável e adequado aos usuários Ÿ


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O MERCADO PÚBLICO E SUAS TIPOLOGIAS


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2.1. O MERCADO PÚBLICO Segundo Vargas (2001), a origem dos mercados se deu com o surgimento das feiras livres por volta do século IV na sociedade feudal, que usavam das feiras para a vender os excedentes de produção. Pintaudi¹ (2006) diz que, os mercados públicos constituem-se em uma das primeiras formas que marcam a separação homem/natureza, ou seja, do momento em que o homem deixa de produzir sua própria existência, anunciando outros ritmos para o tempo/espaço social, através da troca de produtos. As feiras livres eram localizadas próximas a igrejas ou a locais de movimento intenso, não apresentavam boas condições sanitárias e nem higiênicas com os alimentos que eram expostos, em algumas vezes, diretamente ao solo sem nenhuma proteção. A partir do crescimento e desenvolvimento das cidades, e consequentemente o aumento da população e da necessidade de espaço para expansão, surgiu a primeira ideia sobre o mercado, uma edificação que teria barreiras físicas e delimitaria a área de comércio das demais áreas da cidade, que anteriormente eram juntas, e assim deram-se início a algumas características presentes até hoje no cenário dos mercados públicos. (VARGAS. 2001) A divisão dos ambientes, a precaução com a higiene sanitária, o aumento da demanda e da procura, são fatores que moldaram os avanços e a evolução da dinamização do mercado público, de acordo com as mudanças acontecidas em cada época. Até então os mercados vêem resistindo e mantendo a tradição e os costumes que vão passando de geração em geração, mesmo com a atualidade trazendo os supermercados e todas as formas que facilitam o ato de fazer compras, a prosperidade dos mercados até os dias atuais veem com ajuda da reformulação tanto dos comerciantes como dos usuários. ¹ Silvana Maria Pintaudi é Bacharel e Licenciada em Geografia pela Universidade de São Paulo (1976). Realizou uma pesquisa com o apoio do CNPQ cujo o título é “ Os Mercados Públicos: Metamorfose de um espaço na história Urbana”, 2006

O questionamento dessa forma emerge, justamente quando ela passa a se desfazer, quando ela chega aos limites de sua existência enquanto forma (incluída sua estrutura e função) reconhecida e apropriada socialmente para a reprodução da sociedade. Quando esse costume sofre uma ruptura com a presença de outras formas de abastecimento, mais modernas, surgem como possibilidades a metamorfose do mercado público, que passa a ser apropriado como lugar “tradicional”, onde se pretende produzir uma “identidade” para a sociedade, ou então o desaparecimento dessa forma da paisagem urbana e, consequentemente, do imaginário. Essas possibilidades concretizam-se como tendências já que nada se efetua de modo pleno. (PINTAUDI, Silvana. 2006.)

Ao passar dos anos se fortalece um vínculo com a sociedade e o mercado que se torna presente e passa a ser identidade e relevância fazendo parte do cenário da paisagem urbana não só para as pessoas, mas também para o meio. Em seguida se deu em diferentes lugares do mundo diversas formas de representação do mercado de acordo com seus costumes e cultura local, a cerca disso serão abordados brevemente alguns desses tipos que tiveram maiores relevância e que até hoje ainda são presentes e perpetuam essa tradição.


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2.2. BAZAAR ÁRABE Durante muitos anos, conforme Vargas (2001), a evolução dos novos costumes foram surgindo e diversos tipos de manifestações de mercados aconteceram de acordo com a cultura do local ou necessidade de expressão de cada região, um deles é o Bazaar árabe, que se deu início no oriente médio. Na arquitetura do Bazaar Árabe é notório características de teto abobadado nos seus principais corredores, é uma construção em grande magnitude e complexa, como eram as obras na sociedade oriental (Figura 01). Esses grandes mercados estão sempre ligados a tradição cultural e ao enaltecimento dos costumes, o aspecto religioso está ligado diretamente ao comércio.

Figura 01: Baazar Árabe. Fonte: GC - Blog Vambora.

Segundo Mumford (1998), a organização de zonas realizada dentro do estabelecimento comercial nos bazaars árabes se apresentam, de certa forma, como um conceito de supermercado em sua forma mais primitiva. Dispostas em determinadas áreas de acordo com o pefil do produto, entende-se que esta composição remete aos

encontrados nos supermercados atuais, em que cada seção possui um tipo de produto a ser vendido, refletino, através de um detalhe cotidiano e simplista, uma estruturação originada há séculos passados.


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2.3. ÁGORA GREGA

2.4. FÓRUM ROMANO

De acordo com Vargas (2001), na Grécia antiga a manifestação do mercado se deu pela Ágora, um local que antes de ser utilizado para atividades comerciais, era um espaço designado para reuniões, discursão e debates políticos, por essas importantes ações acontecerem nesse local, a Ágora era localizada no centro da cidade e rodeada dos mais importantes prédios que formavam o núcleo urbano. A forma da edificação foi se dando de acordo com o traçado da malha urbana de forma retangular, mas com essa maneira de disposição não havia muito proveito das atividades econômicas, com o intuito de torna mais visível e convidativa, a Ágora toma uma nova forma em “U”, tornando-se mais permeável. A planta baixa de um exemplo de Ágora que era setorizada por três áreas importantes (Figura 02). O número 6, é representado pela fonte central, o número 7 era a parte coberta onde ficavam a maioria das lojas de diversos produtos e o número 8 era onde se encontravam as tendas de comércios que eram montadas em dias de mais movimento.

Segundo Oliveira (2006), o Fórum Romano não diferente da Ágora Grega e sofrendo influências arquitetônicas, é disposto de forma semelhante, mas apresenta detalhes específicos que o caracterizam. O Fórum era situado no centro da cidade em meio aos prédios políticos e sociais mais importantes, a medida em que a demanda necessitava de espaço e a cidade se expandia, o fórum ia sendo levado a outras localidades, como ás margens das muralhas ou próximos a vias importantes, a mudança do fórum gera movimentação e dinâmica ao espaço, as feiras passam a ser perene e isso provoca uma grande manifestação urbana central. As praças que acabaram se formando promoviam atividades para o convívio como, festas, confraternizações, circulação de notícias, debate de ideias e concentração de diversas atividades transformando o meio em um centro comercial (VARGAS, 2001).

Figura 02: Ágora grega Pirene. Fonte: Vargas, 2001, pag. 119.

Figura 03: Mercado Público Império Romano. Fonte: Vargas, 2001, pag. 129.


29 Com o passar do tempo o Mercado foi se solidificando, tomando forma e valor social. Por volta do século XIII, surgem um dos primeiros mercados edificados, por influência romana esses prédios apresentam extensas galerias com pilastras em área coberta e uma região central descoberta

Figura 04: Fondaco de Tedeschi, 1505. Fonte: Vargas, 2001, pag. 152.

O progresso vai acontecendo e a modernização evoluindo junto as conveniências que aparecem, o ponta pé inicial do desenvolvimento das lojas, se dá a partir do balcão que antes era configurado por uma tábua corrida usada para a separação da área do cliente com a área do vendedor. Logo em seguida vem a construção edificada das lojas o que propôs a permanência do comércio sem a necessidade de monte e desmonte, com a chegada do vidro as lojas atribuem as vitrines e os ambientes se tornam mais requintados. A setorização dos tipos de produtos ocorre de forma natural e isso acaba facilitando a fiscalização

das incorporações reguladoras (VARGAS,2001, pág. 155). A preocupação com a higiene sanitária é cada vez mais corriqueira e minuciosa e por consequência disso, as feiras livres vão perdendo cada vez mais espaço nos centros urbanos, o número de lojas aumentam e o consumismo entra em vigor com a utilização de novos materiais as lojas se tornam mais atrativas e os usuários mais convidados as compras. Então surgem as galerias, um corredor amplo e coberto utilizando ferro e vidro como principais materiais, que também serviam de passagem para os pedestres e normalmente ligam uma rua a outra. A junção das lojas em um só espaço veio a partir de manter o controle e a ordem do local onde acontecem as atividades comerciais, a fim de reduzir os riscos com a salubridade e uma nova maneira de acomodar as lojas. Entrando no século XX e resgatando todos os progressos da evolução dos mercados, hoje vivenciamos a cultura dos supermercados e perdemos parte da identidade que os mercados municipais agregam as cidades. As relações e interações mudaram, o presente momento mostra o mínimo contato que temos ao fazer compras, a relação cliente produto e cliente vendedor a cada dia que passa é menos indireta e rápida. Os mercados hoje são vistos como um espaço de tradição e resistência pertencentes ao meio urbano agregando valor histórico e social por mais que tenham perdido relevância com o passar do tempo, sendo assim se faz necessária a valorização dos mercados públicos para que os laços existentes não sejam perdidos.


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2.5. MERCADOS BRASILEIROS Um dos grandes representantes da arquitetura e exemplo de mercado é o Mercadão de São Paulo, assim conhecido pelos frequentadores e comerciantes do local, o Mercado Municipal Paulistano é hoje para o Município um grande polo turístico e econômico compreendido em uma área de 12.600 metros quadrados e abriga 290 boxes de frutas, verduras, cereais, carnes e outros produtos alimentícios. Foi projetado pelo engenheiro Felisberto Ranzini e inaugurado em 25 de janeiro de 1933, fruto da era cafeeira quando a cidade passava pelo momento de valorização da parte central e implantação das medidas higiênicas. Em 2004 passou por uma obra de restauro pelo arquiteto Pedro Paulo de Mello, que recuperou a fachada, os vitrais e construiu um mezanino que hoje está a área destinada aos restaurantes, quiosques e cafés. A arquitetura do mercado apresenta influências neoclássicas e góticas, os materiais utilizados na sua construção foram alvenaria de tijolos e estrutura em concreto, a iluminação natural fica por conta das claraboias no teto que permitem a passagem de luz e os vitrais da fachada principal que dão cores diferentes ao ambiente interno de acordo com a intensificação da luz do sol.

Figura 05: Mercado de São Paulo. Fonte: Site Abril.

Figura 06: Fachada mercado de São Paulo. Fonte: Site Abril.

Logo, o Mercado Municipal de São Paulo atualmente é um grande gerador de economia e tornou-se um forte atrativo turísticos e social tanto da população local que vive o cotidiano do mercado nas compras dos produtos, como das pessoas vindas de fora que agregam mais valor e importância ao enaltecimento do mercado. Outro exemplo de mercado fica em Fortaleza, o antigo mercado da carne e atualmente dividido em duas partes, o Mercado dos Pinhões e Mercado da Aerolândia, construído em ferro e fabricado na França em 18 de abril de 1897 a edificação foi entregue a população da cidade com finalidade ao comércio de frutas, verduras e carnes. Sua primeira locação foi na, hoje, Praça Waldemar Falcão, em 1937 foi desmontado por decisão política da época, mas em 1938 retoma ao seu papel de mercado, passando pelo processo de divisão em duas partes. Sua primeira parte vai para a Praça do Otávio Bonfim e depois para a Praça da Aerolândia onde até onde permanece e sua segunda parte vai para a praça usualmente conhecida como Praça dos Pinhões que hoje atribui nome ao mercado.


31 arte e a realidade, o feijão e o sonho – permitindo ao Mercado conservar-se mais vivo do que nunca. (LEAL, 2012, p. 53).

Figura 07: Mercado dos Pinhões. Fonte: Anuário do Ceará.

Figura 08: Mercado das Carnes, 1897. Fonte: Fortaleza Nobre.

A beleza dos detalhes do Mercado dos Pinhões, os adornos de sua fachada, a delicadeza dos ferros que suportam as lâminas de vidro colorido, em rosa e amarelo, a leveza das colunas e recortes, a semelhança mantida com uma pequena gaiola de pássaros raros, que houvesse pousado, inesperadamente, em meio a casas e comércio, tudo isso é que deve ter conseguido o milagre de harmonizar as amenidades e o trabalho, a

O Mercado das Carnes era dividido em três setores, uma parte central com cinco metros de largura e 40 de comprimento e as outras duas partes eram iguais com aproximadamente 700 metros quadrados cada uma, essas duas partes iguais facilitaram a proposta de divisão do mercado futuramente. O edifício tinha oito entradas satisfazendo as medidas sanitárias impostas, sua estrutura em ferro e a forma como era disposta pelas fachadas permite uma enorme ventilação e iluminação natural, o que era adequabilíssimo devido ao tipo de mercadorias que eram comercializadas ali e pelo clima quente de Fortaleza (GASPAR, 2012). Na perspectiva de hoje o Mercado dos Pinhões é muito voltado ao incentivo a manifestação cultural, oferece oficinas, exposições, feiras artesanais, apresentações artísticas e outros eventos, na parte externa está a praça pertencente ao mercado que promove feiras todas as sextas. Já a parte do mercado que ficou localizada do bairro Aerolândia, não é tão bem conservada quanto o Mercado dos Pinhões, que fica no bairro Aldeota, mas conta semelhantemente com o mesmo tipo de agenda cultural. Portanto, a valorização dos mercados públicos é parte da nossa cultura, cabe a nós continuarmos enraizando e enaltecendo cada vez mais o uso desses equipamentos e dissipando o prestígio que é ter um Mercado na cidade.



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REFERENCIAL PROJETUAL


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3.1. MERCADO ESTAÇÃO BÁLTICA Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ

Ficha Técnica: Escritório responsável: Koko architects. Área: 25.000 m² Arquitetos: Lembit-Kaur Stöör, Martin Tago, Maia Grimitliht, Raivo Kotov, Andrus Kõresaar. Ano do Projeto: 2017

O mercado é localizado na Estônia, a edificação é uma nova proposta com referências do antigo mercado do ano de 1993, a ideia é dar ao novo ambiente um ar mais contemporâneo e diversificado, mesmo em dias agitados o mercado não passa despercebido aos olhos dos frequentadores, sua identidade e contato com o passado histórico presente no lugar é marcante e uma forte característica. Para a menor perca de aspectos do local, as novas fachadas foram executadas a partir das antigas frentes dos armazéns, que compuseram muito os novos materiais com as grandes paredes em pedras que datam os anos de 1870. A coberta é outro ponto relevante nesse projeto, um elemento de destaque que foi elaborado arquitetonicamente alinhado a sua estrutura em pilares metálicos e um marcante ripado na parte interna da coberta, a solução para o telhado conversa com o entorno e não impacta a vistas que as pessoas tem da edificação, uma coberta simples, satisfatória, mas com elementos bem marcados que agregam valor estético e estrutural ao mercado atendendo todas as necessidades precisas.

Figura 09: Fachada Mercado Estação Báltica Fonte: ArchDaily.

Figura 10: Vista interna Mercado Estação Báltica. Fonte: ArchDaily.

O prédio possuí uma área de 25.000m² e está locado entre duas praças, a praça da manhã e a praça da noite, os nomes referem-se ao melhor momento para frequentá-las. Elas são conectadas aos mercados por rampas e terraços, com cafés e restaurante, para o usuário sentar e comer, além de um parque infantil, trazendo mais dinâmica ao ambiente.


35 barracas. Na parte central encontra-se um corredor que oferece diversos tipos de restaurantes, o pavimento térreo é muito marcado pela dinâmica que foi proposta ao novo mercado, a integração com os ambientes e diversos tipos de comércio proporcionando uma maior vivência do ambiente.

Figura 11: Praça da manhã. Fonte: ArchDaily.

Figura 13: Estrutura, Mercado Estação Báltica. Fonte: ArchDaily. Figura 12: Praça da noite. Fonte: ArchDaily.

Com relação aos ambientes internos, o mercado possuí três pavimentos, os quiosques de madeira que estão no térreo, alguns deles, são destinados ao comércio de pães, doces e especiarias, estes são mais presentes na região em que o mercado é mais aberto, outros quiosques são destinados a venda de carnes, verduras e vegetais, esses possuem uma forma e distribuição remetendo as barras de feira, com balcão e área de exposição do produto, mas contento uma nova forma de integração fugindo do mais convencional dos alinhamentos das

Figura 14: Feirantes, Mercado Estação Báltica. Fonte: ArchDaily.


36 O primeiro pavimento é voltado ao comércio que era mais presente no antigo mercado, lojas de antiguidades, roupas usadas, a presença da iluminação natural é marcante, prestigiado pela alta coberta há um restaurante e uma cervejaria que utilizaram desse princípio e acrescentaram um grande terraço exterior. A planta baixa do mercado mostra a variedade de tipologias de barracas e a fluidez como acontece a disposição dos ambientes, tudo isso associado a uma boa solução de desempenho do conforto térmico.

Figura 15: Praça da noite. Fonte: ArchDaily.

Contudo, a forma como o projeto do mercado foi solucionado acerca dos diversos ambientes criados a partir das diferentes maneiras que podem se comportar a disposição da barraquinhas e lojas é muito versátil, outra contribuição marcante que servirá como influência ao futuro projeto que será desenvolvido ao final da disciplina é a coberta, marcante, com diversidades de materiais, mas não perdendo a sutileza e seu principal fundamento de uso que é protejar e proporcionar abrigo.


37

3.2. MERCADO SANTA CATARINE Ficha Técnica: Ÿ Arquitetos: Enri Miralles e Benedetta Tagliabue Ÿ Área: 7.000 m². Ÿ Ano do Projeto: 2005 Essa edificação faz parte do programa de reabilitação do Instituto de Mercados de Barcelona e sua historia se inicia com a demolição do convento de Santa Caterine, da qual suas terras foram cedidas ao poder público para a construção do futuro mercado, em 1848 ele foi oficialmente aberto, mas com pouco movimento de clientes e feirantes, reflexo dos anos pós guerra, com isso em 1997 iniciou-se uma nova proposta ao mercado para trazer novos frequentadores e uso. O conceito da nova intervenção vem da coberta feita pelo engenheiro José Maria Velasco, que terminou sua execução em 2005. A coberta extende-se para margens fora da área do mercado, o que estimula o crescimento de áreas para convívio como restaurantes ao ar livre.

quatro entradas principais dadas a acessos de ruas laterais, a configuração interna dos espaços tem referência a disposição dos antigos ambientes dos mercados, onde o maior movimento acontecia na região central. A estrututura metálica dos postes que sustentam a coberta são fixos ao chão, possuem uma forma ramificada que apoia a coberta feita de réguas de madeira tratada, os pilares não obedecem uma ordem ou um formato igualitário padrão de todas as necessidades. precisas.

Figura 16: Mercado de Santa Caterine. Fonte: WikiArquitetura.

Figura 17: Estrutura Mercado Santa Caterine. Fonte: WikiArquitetura.

O desenho que é representado na coberta refere-se a frutas e legumes vendidas nas barracas em cores bem diversas. O mercado tem

A coberta é composta por 325.000 peças hexagonais de 1m² cada, essas peças por sua vez são compostas por 36 pequenos


38 hexágonos que compõe o “reflexo” das barracas das feiras. A fachada com arcadas foi reconstruída em 1988, as paredes laterais são originais do primeiro mercado, há dois subsolos destinado ao estacionamento dos carros, as lojas não obedecem uma disposição muito regular e nem setorizadas, ligado ao mercado existe uma praça e como ele está localizado e uma parte central em Barcelona, no seu entorno a muitas residências o que necessitou a elaboração de um plano de desenvolvimento para maior privacidade aos moradores devido à grande demanda de frequentadores do mercado. Portanto, o Mercado de Santa Caterina tem como maior propósito a nova coberta que trouxe a renovação dos ambientes e repercutiu o espaço externo. Os pilares não ficaram presos aos ambientes fazendo da coberta um complemento a estrutura já existente do prédio, e esse tipo de solução estimulará o processo criativo na compreensão do futuro projeto arquitetônico que será desenvolvido ao sim do semestre.

Figura 19: Corte Longitudinal, Mercado Santa Caterine. Fonte: WikiArquitetura.

Figura 18: Fachada Mercado Santa Caterine. Fonte: El País.


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3.3. MERCADO CACHAN Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ

Ficha Técnica Escritório responsável: CroixMarieBourdon Archtectures. Área: 1800 m² Arquitetos: Thomas Bourdon, Nicolas Croixmarie, Cédric Goury, Pierre Mouton Ano do projeto: 2014

Localizado na França, a edificação tem como principal âncora a estação do metrô que fica próxima ao mercado, com o intuito de ser mais um ponto atrativo para a população e quebrando o paradigma das tipologias das estações de metrô, que normalmente são pontos de passagem, o local estabelecido ao prédio irá promover ainda mais movimento, dinâmica, permanência com a edificação. Um dos principais partidos do projeto veio do terreno, que possibilitou a estrutura de um grande vão com trinta metros, deixando assim o espaço interno praticamente sem a necessidade de estruturas secundárias para a sustentação.

Figura 20: Estrutura, Mercado de Cachan. Fonte: ArchDaily.

O aço galvanizado foi o material escolhido para os elementos estruturais, a coberta é apoiada em perfis de aço, um toque de cor nos tons de amarelo e verde são reflexos no ambiente interno da interação da mercadoria que é vendida com a coberta do mercado.

Figura 21: Mercado Cachan. Fonte: ArchDaily.

O conforto ambiental foi trabalhado no projeto através de aberturas na coberta para incidência de luz natural ao ambiente interno, diminuindo assim o uso da iluminação artificial na maior parte do dia. Pelo corte é possível ver os elementos para iluminação natural, a proximidade com o Parque Simonin traz temperaturas mais amenas a região. A proposta da futura linha de metrô ganha mais integração com a permeabilidade que uma nova construção locada entre o mercado e a estação dispõe. A disposição interna do mercado é simples e padronizada, o grande vão de trinta metros facilita os fluxos internos, não tento assim obstáculos estruturais para a circulação das pessoas.


40

Figura 22: Corte Longitudinal Mercado de Cachan. Fonte: ArchDaily.

Figura 23: Disposição Interna Mercado de Cachan. Fonte: ArchDaily.


41 Em suma, o Mercado de Cachan parte do mesmo príncipio que os outros estudos citados, um modelo de coberta marcante no projeto atrelado aos fluxos internos que determinam as divisões dos ambientes e a forma de como serão dispostos. O apresso ao conforto ambiental é uma condição essencial ao projeto, que caminha lado a lado as soluções que surgirão. Os projetos que aqui foram aprofundados e estudados mais detalhadamente, tornaram-se bons exemplos ou tomados como exemplo para alguma informalidade ou erro de projeto acontecido. São edificações de mercados mundo a fora que presam pelos principais conceitos que foram abordados no projeto, conceitos como acessibilidade, fluidez, conforto térmico e beleza plástica. Iniciando a contextualização do espaço de estudo, será brevemente explicado a seguir sobre o município em questão, suas particularidades e legislação regente.



04 CAUCAIA


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4.1. LOCALIZAÇÃO Caucaia é um município que integra a região metropolitana de Fortaleza de acordo com dados do IBGE (2017), Sua localidade é bem favorecida pelos acessos, tanto rodoviários como pelo mar, o complexo industrial do porto do Pecém instalado em Caucaia, trouxe mais desenvolvimento e interesse por parte das políticas públicas.

BRASIL

CEARÁ Figura 24 - Localização geográfica Caucaia. Fonte: Produção autoral.

CAUCAIA


45

4.2. A HISTÓRIA E DADOS A princípio, Caucaia era uma aldeia de origem indígena que cujo o significado é “mato queimado”, sendo Fortaleza a vila sede, só depois com a chegada dos jesuítas as vilas, Caucaia tornou-se uma e recebeu o nome de Vila Nova Real de Soure,. Em 1943 recebeu o nome de Caucaia que permanece até hoje. As raízes indígenas ainda sobrevivem, não tão mais notórias, mas ainda existem descendentes e traços da cultura². Figura 26: Praia do Icaraí, Caucaia - CE. Fonte: IBGE Cidades.

Possuí cerca de 1.228,506 Km² de extensão territorial, densidade demográfica 264,91 hab./Km² e uma população estimada em 363.982 habitantes, desses 40,09% são homens, e 50,96% são mulheres, onde 89,18% desses indivíduos moram na região urbana. Umas das suas principais fontes de economia é o turismo por apresentar belas praias. Ainda se vê uma forte presença da atividade agropecuária no município devido a sua grande área rural que é propicia para o desenvolvimento dessa atividade, de acordo com o IBGE (2006), eram mais de 39 mil hectares de terra utilizados para a agropecuária.

Figura 25: Igreja Matriz, Caucaia - CE. Fonte: IBGE Cidades.

² Fonte: Câmara Municipal de Caucaia. Disponível em: https://www.cmcaucaia.ce.gov.br/institucional/historia-do-municipio/ Acesso em: 7 de maio 2019.


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4.2. O MERCADO MUNICIPAL DE CAUCAIA O mercado é localizado no centro da sede do município, margeado por três ruas de intenso fluxo de pedestres e veículos. A variedade das suas mercadorias vai do hortifrúti, produtos manufaturados até comidas regionais. A atual edificação data a década de 80, antes disso um primeiro mercado foi construído, mas não há período ao certo de quando foi. A edificação apresenta estrutura em concreto e coberta metálica, boxes de diferentes tamanhos para necessidades distintas, uma rampa de acesso central, a fachada oeste se dá acesso por uma rua pedonal que hoje é repleta por vendedores ambulantes e barracas dificultando o tráfego e a fluidez do trajeto.

frequentadores do mercado, a parte destinada aos banheiros estão em total desuso devido à falta diária de limpeza e manutenção, os próprios feirantes levam itens de higiene pessoal para que possam ter o mínimo de assistência, outro fator relevante citado pelos entrevistados, é a quantidade de ambulantes nas proximidades do mercado e a influência direta que os feirantes sofrem, já que os ambulantes acabam formando uma 'barreira' e assim dificultando a entrada dos usuários ao mercado.

Figura 28: Mercado de Caucaia 2019. Fonte: Arcevo Pessoal.

Figura 27: Mercado de Caucaia nos anos 90. Fonte: IBGE.

A edificação encontra-se hoje em péssimas condições de uso, e para uma melhor compreensão e visão da situação existente, foram realizadas algumas entrevistas com comerciantes e usuários do mercado, os relatam são exemplos de alguns aspectos da precariedade do equipamento público. A falta de estacionamento para os clientes é um ponto muito frisado, que causa ainda mais a queda de

Figura 29: Desabamento de parte da coberta do Mercado de Caucaia 2017 Fonte: Site G1.


47 É visível que existe uma má distribuição dos espaços internos que é refletida de diversas maneiras, o mercado possui algumas passagens de corredores muito pequenos e escuros, a iluminação natural só é mais proveniente no primeiro pavimento onde a coberta é mais elevada, coberta essa que é parte do motivo do grande número de desapropriações do mercado pelos feirantes e frequentadores.

o que acarretou ainda mais a perca do vínculo e com a edificação que sobrevive ao desamparo diário. Em um bairro próximo a localização do Mercado Municipal, nos anos de 1982 foi construído um galpão auxiliar com o objetivo de melhorar as condições dos comerciantes e usuários, o nome do galpão era Centro de abastecimento Virgílio Távora, popularmente conhecido como Mercado das Malvinas, seu uso não perdurou por muitos anos, mesmo contato com uma estrutura mais moderna e eficaz. Por ser localizado mais distante do centro e longe do movimento mais intenso da cidade, não atraiu o público desejado e então o mercado das Malvinas foi demolido e o gestor da época resolveu que iria propor uma nova edificação no mesmo lugar do antigo mercado, no centro do município, que é até então o Mercado Municipal Juaci Pontes.

Mercado Municipal da Caucaia - Existente

Mercado das Malvinas - Demolido

Figura 31: Mapa de Localidade do Mercado. Fonte: Google Earth. Figura 30: Parte Interna do Mercado de Caucaia. Fonte: Arcevo Pessoal.

A falta de assistência e preservação de um equipamento público tão importante para a história do município, é vista como descaso com o desabamento do teto do Mercado, que aconteceu em 2017, os feirantes e donos de boxes do primeiro pavimento tiveram que sair e foram remanejados para uma área que servia de estacionamento público nas proximidades do mercado, com isso, os vendedores que antes pertenciam ao mercado passaram a ser comerciantes informais,

Visando essa mudança que já teria sido pensada a tempos atrás, a proposta de um novo mercado seria em uma área maior oferecendo a todos o direito do espaço de trabalho, um lugar atrativo aos frequentadores e comerciantes que ali passam tantas horas do seu dia. Um ambiente arejado, com a presença de espaços de convívio e áreas livres, com a capacidade de abrigar a quantidade precisa de lojas, boxes, áreas comuns e estacionamento, suprindo assim os anseios da população e agregando ainda mais valor do município que busca sempre essa proximidade com o passado do história.



05 TERRENO


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5.1. A ESCOLHA

5.2. CONDICIONANTES FÍSICOS

Uma das principais fontes decisórias para o início do desenvolvimento do projeto é o terreno, onde será localizada a edificação em estudo. O terreno em análise localiza-se no bairro Centro, Sede do município de Caucaia, tendo assim algumas vantagens estratégicas para a escolha. Primeiramente por estar locado dentro do centro da cidade e ser rota principal para quem frequenta as praias do litoral de Caucaia, o que é umas das principais fontes econômicas provenientes do município. Enaltecimento e valorização da cultura regional, com as feiras livres e barracas culinárias característicos da região, que acontecia no terreno em questão. Agregar maior significado e importância a cultura dos mercados, solidificando cada vez mais a economia do município.

O terreno possui uma área de 13.286,30m² e quatro frentes, sendo uma frente para a via arterial, uma para a via coletora, e as outras duas para as vias locais. Devido a esse aspecto propicia-se uma região de intenso fluxo de pessoas e veículos, entretanto o terreno dispõe de uma boa profundidade, o que ameniza esse fator com a solução de maiores afastamentos nas regiões das vias de intenso movimento com a função de uma implantação mais convidativa ao edifício para uma melhor utilização e aproveitamento dos espaços. 157,89

99,93

103,63

A= 13.286,30m²

105,17 Figura 32: Medidas terreno. Fonte: Produção autoral.

Com o intuito de situar e melhor demonstrar a localização da futura edificação, foi feita uma análise geral do entorno e dos aspectos atribuídos a ele como influência ao Mercado que será projetado. Quais as diretrizes que deverão ser seguidas para servirem de base as decisões projetuais, que contemplaram a nova edificação. O entorno onde estar localizado o terreno, é inserido a meio de usos variados, a Rua Juaci Sampaio Pontes é predominantemente de uso comercial, e isso é um fator positivo ao futuro Mercado, que atrairá ainda mais dinâmica as ruas e imediações, já a Rua Joaquim Bento


51 Cavalcante conta com atividades de serviços público e uso predominantemente residencial, mas também é rota de passagem de transportes públicos e um dos caminhos principais para as praias do litoral de Caucaia. Quanto aos gabaritos, a Cidade de Caucaia ainda não apresenta muita verticalização, nem mesmo no Bairro Centro onde está situado o terreno de estudo. A altura máxima permitida é de 13,50m e o gabarito de quatro pavimentos, no entorno da área de estudo a presença de até um pavimento se dá mais ao uso comercial, o uso residencial a predominância é pelo térreo. O processo de como irá se comportar e situar a edificação do mercado ainda será analisado, mas é notória a necessidade de que exista duas fachadas principais as duas ruas que determinam quase todo o fluxo de veículos e pedestres e que também são as mais favoráveis ao comércio e integração para com a via, devido a facilidade de acesso.

Terreno Público Comercial

Rua J

oaquim Bento Ru

aJ

oa

qu

im

Ru a Barão de Ibia pina

Rua Juaci Sampaio

Be n

Residencial Privado

to

Rua Presidente Getulio Vargas

Rua Pedro Gomes da Rocha

Rua Juaci Sampaio

Rua Barão de Ibiapina

Figura 33: Usos do Solo entorno terreno. Fonte: Produção autoral.


52 De acordo com as curvas de níveis existentes no terreno, ele apresenta um desnível de sete metros do início ao fim, com curvas de um em um metro, o que foram determinantes para a locação do térreo e definições dos acessos a edificação. Como trata-se de um terreno de grande extensão, as curvas agregaram valor para a implantação e para o edifício como um todo.

30 29

31

32

33

34

35

36

RUA JOAQUIM BENTO

34

RUA DAS MALVINAS

RUA

31

32

30

33

IO

MPA

CI SA

JUA

RUA DAS MALVINAS

Figura 34: Topografia terreno. Fonte: Produção Autoral.


53

5.3. CONDICIONANTES AMBIENTAIS

5.4. CONDICIONANTES LEGAIS

A localização do terreno tem predominância dos ventos do sudeste, e insolação leste oeste, a região que ficou localização com essas condições é a área mais privilegiada, o que no caso é parte do setor do comércio área predominante no projeto. As partes onde recebem o sol da tarde foram situadas estrategicamente com barreiras para amenizar a incidência do sol e o jogo de alturas da coberta cria zonas de baixa pressão internas ao edifício gerando sempre a renovação do ar, mesmo nos lugares menos privilegiados com a ventilação natural.

Para a possível regulamentação do projeto e decisões que acarretaram para o desenvolvimento do Mercado, é preciso uma breve explanação sobre a legislação vigente do Município, o que dita todos os parâmetros e restrições que devem ser cumpridos para a elaboração de um projeto conforme as normas. No Município de Caucaia o Zoneamento acontece da seguinte forma, o primeiro zoneamento acontece com a divisão em duas partes, a Zona Rural, que ainda apresenta grande dominância e a Zona Urbana. Para melhores decisões de planejamento e fiscalização o órgão responsável pela execução do PDDU (Lei de Parcelamento Uso e Ocupação do Solo), estabeleceram uma divisão de Unidades Territoriais de Planejamento e Unidades de Planejamento, essas foram delimitadas através de corredores indutores, existentes ou planejados, de expansão urbana, as quais serão listadas abaixo. Unidades Territoriais de Planejamento (UTPs): Ÿ UTP.1 - Unidade Territorial de Planejamento Rio Ceará; Ÿ UTP.2 - Unidade Territorial de Planejamento Sede/ Litoral; Ÿ UTP.3 - Unidade Territorial de Planejamento Garrote; Ÿ UTP.4 - Unidade Territorial de Planejamento Salgada/Parnamirim; Ÿ UTP.5 - Unidade Territorial de Planejamento Litoral; Ÿ UTP.6 - Unidade Territorial de Planejamento Cauípe; Ÿ UTP.7 - Unidade Territorial de Planejamento Jurema; Ÿ UTP.8 - Unidade Territorial de Planejamento Planalto Caucaia; Ÿ UTP.9 - Unidade Territorial de Planejamento Caucaia Metro; Ÿ UTP.10 - Unidade Territorial de Planejamento Camará; Ÿ UTP.11 – Unidade Territorial de Planejamento Primavera; Ÿ UTP.12 - Unidade Territorial de Planejamento BR-222;

Figura 35: Condicionantes Ambientais. Fonte: Produção Autoral.


54 A Unidade de Planejamento onde está inserido o terreno em estudo é a UTP oito, que tem o nome de Unidade de Territorial de Planejamento Planalto Caucaia, ao qual é subdividida em oito Unidades de Planejamento, e a pertencente a área em estudo é a UP 8.4 que está presente a sede de Caucaia. De acordo com o Art. 100, Capítulo III do PDDU de Caucaia, a área urbana terá os seguintes usos: I - Residencial; Comercial; Serviços; Institucional; Misto; Industrial; Sendo o Mercado uso comercial, há divisão em três grupos e o que mais adequa-se ao que será proposto a edificação é o Grupo 2 (G2), que consistem em estabelecimentos comerciais diversificados, com abrangência Central. Os parâmetros dos indicadores urbanos são extremamente necessários para a execução do projeto arquitetônico, cujo serão listados logo abaixo.

UP 8.4

UP 8.7

UP 8.3

UP 8.2

UP 8.1

UP 12.3 UP 8.6

UP 8.5

UP 7 .3

UP 7 UP 8

UP 7.5

UP 12

UP 12.1

Figura 36: Mapa de Unidades de Planejamento Caucaia. Fonte: Google Earth.

UP 12.2

UP 7.4

UP 7.2

UP 7 .1

UP 8.8


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06

PREMISSAS PROJETUAIS


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6.1. CONCEITO / PARTIDO

6.2. PROGRAMA DE NECESSIDADES

Os principais eixos que são interligados e estão presentes no conceito e na arquitetura do projeto são: Ÿ Integração Ÿ Versatilidade Ÿ Apropriação Ÿ Origem. O Mercado das Malvinas foi pensado, e por isso também o subtítulo, para ser o novo lar do comerciante, com o intuito de proporcionar convívio e lazer aos frequentadores e para quem trabalhar, resgatando e revivendo a cultura do mercado que se perdeu pouco a pouco com a rápida e cômoda evolução dos supermercados. O propósito da integração vem juntamente com a versatilidade que se dá ao lugar, não mais somente para um local de passagem rápida, mas também para conivência e pertencimento, tudo isso reunido a um espaço arquitetonicamente pensado.

Para iniciar o andamento do projeto, a escolha e o dimensionamento dos ambientes do Mercado é de suma importância, dessa forma o programa de necessidades foi criado por base nos estudos de caso presentes na pesquisa, com auxilio do PDDU de Caucaia e visitas no atual mercado que tem uma demanda de espaço reprimida, levanto em consideração sempre a melhoria do comerciante e do usuário.

SETOR ADMINISTRATIVO AMBIENTE ÁREA (m²) COPA 11,35 DESCANSO FUNC. 41,97 SALA DE MONITORAMENTO 11,40 SALA DE REUNIÃO 17,10 ADMINISTRAÇÃO 17,36 ALMOXARIFADO 11,41 VESTIÁRIO MASCULINO 23,10 VESTIÁRIO FEMININO 23,10 ACHADOS E PERDIDOS 12,00 SOM 8,00 ENFERMARIA 10,00 RECEPÇÃO 99,46


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6.3. ESTUDO DE ZONEAMENTO SETOR CARGA E DESCARGA AMBIENTE ÁREA (m²) SALA DE LOGÍSTICA 18,00 DEPÓSITO 10,00 PREPARO E DISTRIBUIÇÃO 41,40 MANUTENÇÃO 20,00 DML 10,00 SETOR COMÉRCIO AMBIENTE BARRACAS CARNES/PEIXES BARRACAS FRUTAS/VERDURAS BARRACAS UTENSÍLIOS GERAIS BARRACAS MOVEIS BANHEIRO MASCULINO BANHEIRO FEMININO

O processo criativo da implantação da edificação no terreno, se deu inicialmente com a consolidação de dois blocos separados, mas visto que isso não priorizada a ventilação predominante em toda a extensão dos blocos foi considerado a divisão em três blocos que setorizam os usos existente, se interligam através da parte principal do mercado, que é a região do comercio, e privilegia a ventilação e iluminação natural predominante. Outro fator relevante aos estudos de concepção são as formas e tipos de barracas utilizadas que são protagonistas em quase todos os ambientes do mercado.

ÁREA (m²) 4,00 30,00 3,00 1,60 37,94 37,94

SETOR PERMANÊNCIA AMBIENTE ÁREA (m²) CAFÉ 70,95 RESTAURANTE 85,50 EXPOSIÇÃO 364,20 BANHEIRO MASCULINO 37,94 BANHEIRO FEMININO 37,94

Figura 37: Estudo zoneamento 01. Fonte: Produção autoral.

Tabela 1: Programa de Necessidades. Fonte: Produção autoral.

Figura 38: Estudo zoneamento 02. Fonte: Produção autoral.


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Figura 39: Estudo zoneamento 03. Fonte: Produção autoral.

Figura 40: Estudo zoneamento 04. Fonte: Produção autoral.

Figura 41: Estudo zoneamento 05. Fonte: Produção autoral.


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07 PROJETO


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7.1. CONCEITO

Três conceitos norteiam as decisões assistidas no projeto, conforto, fluidez e dinamicidade. O conforto de possibilitar um ambiente propicio para um bom convívio e permanência, utilizando dos agentes bioclimáticos que a natureza dispõe para privilégio dos frequentadores e da edificação, a dinamicidade de favorecer ambientes que são fonte de renda para muitos, mas que também não deixam de oferecer um local de lazer e distração aos usuários, e a fluidez que torna tudo isso mais agradável. A arquitetura adotada no projeto foi pensada de forma a ser executada rápida, eficiente e esteticamente planejada cumprindo o seu papel, que é ser principal elemento no ambiente. O aço foi o material mais utilizado, por se tratar do elemento estrutural de maior relevância na edificação, os fechamentos das platibandas são em chapa de aço e as telhas zipadas tem tratamento termoacústico afim de proporcionar um maior conforto por se tratar de uma estrutura aparente. Os bambus vêm como fechamentos permeáveis, permitindo uma maior visualização e interação dos ambientes externos e internos, proporcionando ventilação e iluminação natural, as jardineiras compõe o ambiente levando mais cor e harmonia. Como elementos de fachada são um grande marco visual na edificação, compondo como elemento estético e de fechamento, os bambus recebem um tratamento de impermeabilização para maior vida útil, eles são aparafusados em terças metálicas e presos aos pilaretes de sustentação da fachada. A forma da trama configura uma paginação arbitrária e descontinua. As esquadrias foram escolhidas de forma simples, em vidro e alumínio, suprindo a necessidade e compondo o ambiente, os guarda corpos também seguem o mesmo material.

7.2. SITUAÇÃO E LOCAÇÃO

A implantação foi pensada principalmente em relação aos desníveis encontrados no terreno, e com isso o favorecimento à topografia, utilizando das curvas de níveis taludes para transição dos níveis, quando necessário. A circulação do passeio e do espaço livre que a edificação oferece, proporciona camiabilidade em todo o entorno do Mercado e diferentes visuais. ÁREA TERRENO: 13.286,30m² ÁREA CONSTRUÍDA: 8.543,16m² TAXA DE PERMEABILIDADE: 65,66% TAXA DE OCUPAÇÃO: 34,33% ÍNDICE DE APROVEITAMENTO: 0,64 GABARITO: 12,80m


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Figura 42: Planta de Situação e Locação. Fonte: Produção autoral.


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7.3. TÉRREO

A proposta é priorizar a área comercial do mercado, com isso essa região é localizada na parte central e ocupa o maior espaço da edificação, a carga e descarga é situada mais ao fundo nas proximidades da rua de acesso mais restrito e de menor movimento facilitando a locomoção dos caminhões, o trajeto da mercadoria perecível se inicia na chegada a logística, visto que, se a mercadoria precisa ser levada até as barracas ela vai para a sala de preparação e depois é distribuída, se não for necessária a distribuição a mercadoria vai para os depósitos. O setor administrativo é bem reduzido, visto que a necessidade não é priorizar essa região, mas atende à demanda necessária para o gerenciamento. As barracas são distribuídas ao longo da área comercial, as de peixes e carnes estão mais ao leste do mercado por serem priorizadas pela ventilação natural e insolação da manhã.


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Figura Figura43: 42:Planta PlantadedeImplantação Situação e Locação. - Térreo. Fonte: Produção autoral.


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7.4. 1º PAVIMENTO

O primeiro pavimento se dá acesso por deslocamentos verticais, elevador e escada, a parte interna fica o comercio de barracas com produtos diversificados e na área externa o pé direito duplo compõe uma área de feira livre e um café para convívio e integração tanto de quem usufruir do local, como quem vem fazer compras. A área de exposição fica em cima do setor administrativo e contempla um espaço livre que conta com a proposta de amostras de artigos artesanais e artes de artistas locais.


B

NO RT E

Projeção Coberta

D

duplo ireito Pé d

S

Banheiro PNE A= 4.66m²

Banheiro Feminino A= 37.94m²

A

A

Projeção Coberta

Projeção Coberta

Projeção Coberta

Figura 44: Planta Baixa - 1º pavimento. Fonte: Produção autoral.

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7.5. 2º PAVIMENTO

No segundo pavimento fica a praça de alimentação, onde estão três grandes restaurantes que ofertam culinária regional e típica, resgatando o tradicionalismo e revivendo a cultural regional.


B

NO RT E Projeção Coberta

Pé d

duplo

D

Laje Impermeabilizada

A

ireito

A

5% TELHA TERMOACUSTICA CALHA

CALHA

CALHA

B

TELHA TERMOACUSTICA

5%

Figura 45: Planta Baixa - 2º pavimento. Fonte: Produção autoral.

71


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7.6. CORTES


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Figura 46: Cortes. Fonte: Produção autoral.


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7.7. FACHADAS

Figura 47: Fachadas A e B. Fonte: Produção autoral.


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Figura 48: Fachadas C e D. Fonte: Produção autoral.


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7.8. PLANTAS LAYOUT

Figura 49: Térreo - Setor 01. Fonte: Produção autoral.


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Figura 51: Térreo - Setor 02. Fonte: Produção autoral.


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Figura 52: Térreo - Setor 03. Fonte: Produção autoral.


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Figura 53: 1º pav - Setor 04. Fonte: Produção autoral.


80

Figura 54: 1º pav - Setor 05. Fonte: Produção autoral.


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Figura 55: 2º pav - Setor 06. Fonte: Produção autoral.


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7.9. DETALHES

Figura 56: Detalhe 01. Fonte: Produção autoral.


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Figura 57: Detalhes 02 e 03. Fonte: Produção autoral.


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Figura 58: Detalhe 04. Fonte: Produção autoral.


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Figura 59: Detalhes 05 e 06. Fonte: Produção autoral.


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Figura 60: Detalhe Corte C. Fonte: Produção autoral.


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7.10. ESTACIONAMENTO

O acesso ao estacionamento também utilizou da topografia existente evitando ao máximo a movimentação de terra, a entrada da rampa de acesso é pelo nível mais alto do terreno, que dá pela rua Joaquim Sampaio e a saída pelo nível mais baixo pela rua das Malvinas na lateral do Mercado. Jardineiras foram propostas para servir como anteparo e guarda corpo para proteção dos pedestres e da chuva.


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Figura 61: Planta Estacionamento. Fonte: Produção autoral.

Figura 62: Corte Estacionamento. Fonte: Produção autoral.


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7.11. TIPOLOGIA DE BARRACAS BOX FIXO Material: Madeira Pinus Crua com tratamento antifungos Quantidade: 180 Área: 3m²

Figura 63: Tipologia Box Fixo. Fonte: Produção autoral.


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BARRACA FRUTAS E VERDURAS – FEIRA Material: Madeira Pionus Crua com tratamento antifungos Quantidade: 72 Área: 1,60m²

Figura 64: Tipologia Barraca Feira. Fonte: Produção autoral.


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BARRACA DE CARNES E PEIXES Material: Drywall 12cm, com revestimento cerâmico em todas as paredes Agrupado de formas diferentes Quantidade: 38 Área: 4m²

Figura 65: Tipologia Barraca Carnes e Peixes. Fonte: Produção autoral.


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GÔNDOLA DE FRUTAS E VERDURAS Material: Madeira Pionus Crua com tratamento antifungos. Oito feirantes por gôndola Área: 52m²

Figura 66: Tipologia Gôndola Frutas e Verduras. Fonte: Produção autoral.


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7.12. ESTRUTURA

A estrutura é o marco principal do mercado, por isso a escolha por materiais que desempenham um valor estético agradável. A malha de pilares se comporta de 10 em 10 metros, nas dimensões de 30x30cm, nas extremidades os pilares são de 50x50cm para estruturação da coberta e contam com o reforço de consoles metálicos. As vigas "i" estão nas dimensões de 30x50cm, as vigas em alma cheia fazem parte do mercado como uma das principais características que constituem a estética da edificação. A laje em steel deck possibilita os vão maiores e também agrega valor com suas nervuras servindo de forro.


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Figura 67: Estrutura. Fonte: Produção autoral.



08

PERSPECTIVAS


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ACESSO PRINCIPAL

Figura 68: Perspectiva 01 - Entrada Principal. Fonte: Produção autoral.


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ACESSO LATERAL

Figura 68: Perspectiva 02 - Entrada Lateral. Fonte: Produção autoral.


100

ÁREA COMÉRCIO TÉRREO

Figura 70: Perspectiva 03 - Área Comércio Térreo. Fonte: Produção autoral.


101

CAFÉ 1º PAVIMENTO

Figura 71: Perspectiva 04 - Café 1º Pav. Fonte: Produção autoral.


102

PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO 2º PAVIMENTO

Figura 72: Perspectiva 05 - Praça de Alimentação 2º pav. Fonte: Produção autoral.


103



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CONSIDERAÇÕES FINAIS


106 A cultura do mercado com o passar do tempo foi cada vez menos vivida pelas pessoas, e esse costume foi perdendo importância dentro do ciclo urbano das cidades, com isso, o presente trabalho traz principalmente o resgate a essa prática, O Mercado das Malvinas está inserido no contexto do município de Caucaia como um dos principais marcos de desenvolvimento.Para a contextualização do projeto foram analisados os estudos de caso que serviram de referência e embasamento para a constituição do projeto, a visita no local do atual mercado também auxiliou para uma melhor visão das necessidades do dia a dia dos comerciantes. Com isso, é visto que o Mercado além de devolver a tradição cultural das feiras, tem como benefício também a economia e desenvolvimento gerado ao município, emprego aos moradores da região e estimulo ao crescimento e expansão do setor comercial na cidade.


107



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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


110 OLIVEIRA JUNIOR, José Vanildo. Fluxograma do Processo de Planejamento Arquitetônico aplicados a Mercados Públicos. 2006. 147f. Dissertação (Mestrado em Engenharia. Universidade Federal da Paraíba. Disponível em:<https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/tede/5557/1/arquivototal.pdf>, acesso em: 20 de fevereiro de 2019. SILVANA, Maria Pintaudi. Os Mercados Públicos: Metamorfoses de um Espaço na História Urbana. Scripta Nova. Revista electrónica de geografía y cienciassociales. Barcelon: Universidad de Barcelona, 1 de agosto de 2006, vol. X. Disponível em: < http://revista.fct.unesp.br/index.php/revistacidades/article/viewFile/505/537>, Acesso em: 26 de Fevereiro de 2019. CAUCAIA. Código de Obras e Posturas. 2001. 161f. Disponível em: <https://www.caucaia.ce.gov.br/index.php?tabela=pagina&acao=pddu>, acesso em 17 de março de 2019. CAUCAIA. Lei de Parcelamento. 2001. 121f. Disponível em: < https://www.caucaia.ce.gov.br/index.php?tabela=pagina&acao=pddu>, acesso em 19 de março de 2019. ALEXANDRE COELHO, Francisco. As transformações socioespaciais e a vunerabilidade social do município de Caucaia – CE. 2017. 144f. Disponível em:< http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/22525/3/2017_dis_facoelho.pdf>, acesso em 3 de abril de 2019. VARGAS, Heliana Comin. Espaço Terciário: O lugar, a arquitetura, e a imagem do comércio. São Paulo.2001. 340f BERNARDINNO, Fernada. Mercado Público Viver. Trabalho Final de Graduação.2011. 109f. Disponível em: < https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/118292/bernardino_f_tcc_prud.pdf?sequence=1>, acesso em 30 de abril de 2019 Bartholomei, Carolina Lotufo Bueno. Influência da vegetação no conforto térmico urbano e no ambiente construído. Campinas- SP. 2003.2005f. Disponível em: < http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258588/1/Bartholomei_CarolinaLotufoBueno_D.pdf>, acesso em 16 de abril de 2019. LEAL, Ângela Barros. Mercado dos Pinhões Fortaleza-1938: um pedaço da França em Fortaleza. In: MERCADOS de ferro do Brasil, aromas e sabores. Brasília, D.F: Instituto Terceiro Setor, 2011. p. 131-151. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e estatística. Disponível em:< https://cidades.ibge.gov.br/>, acesso em 3 de maio de 2019.


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