UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ ICA – INSTITUTO DE CULTURA E ARTE Graduação em Publicidade e Propaganda
A ABORDAGEM DO PARTO NAS NOVELAS DA GLOBO (2015 - 2017)
ALUNA: ANA EDMÉA TEIXEIRA ELIAS Orientadora: Prof. Dra. Daniela Duarte Dumaresq
Fortaleza 2018
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ANA EDMÉA TEIXEIRA ELIAS
A ABORDAGEM DO PARTO NAS NOVELAS DA GLOBO (2015 - 2017)
Monografia apresentado como requisito para conclusão do curso de graduação em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Ceará.
Orientadora: Prof. Dra. Daniela Duarte Dumaresq
Fortaleza 2018 2
RESUMO No Brasil, as telenovelas são um grande fenômeno midiático, têm um amplo alcance e impactam fortemente os comportamentos e normas sociais. A Globo é a principal rede de TV brasileira e também domina a indústria televisiva de novelas. Considerando a grande influência das novelas na sociedade brasileira, é necessário analisar de que forma ela pode estar impactando o comportamento feminino em relação ao parto. Este trabalho buscou analisar a abordagem e conceitos transmitidos nas cenas de parto das telenovelas da Globo e refletir sobre como essa imagem pode impactar na visão do parto entre as mulheres. Foi realizada uma análise de conteúdo de 27 cenas de parto das telenovelas da Rede Globo entre 2015 e 2017, atentando para questões relacionadas a humanização, tipos de parto, posição, localização, presença de acompanhante, existência de complicações e que conceitos e sentimentos permeiam o momento do parto. Foi possível constatar que a maioria dos partos acontecem com forte tensão dramática, transmitindo muita dor, medo e ansiedade. Houve uma abrangência de partos normais, com a mulher deitada na cama, em posição estática, quase sempre acompanhada de alguém que a auxilia. Doze partos aconteceram em hospitais, doze em ambiente domiciliar e três em outros lugares, como num taxi, vagão de metrô ou até ao relento. A maioria dos partos domiciliares aconteceram em novelas de época e o pai raramente está presente. Dez partos aconteceram sem ajuda de profissional de saúde especializado e Sete apresentaram algum tipo de complicação que poderia oferecer riscos a mãe e ao bebê, duas cenas resultaram em morte materna. Na imagem dos partos prevalece um modelo estático, onde a mulher permanece na mesma posição e muitas vezes não é consultada quanto as decisões durante o parto. Palavras-chave: Parto; Novelas; Televisão; Globo.
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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................................................................................... 05 2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................................................................................................................... 08 a.
A TELEVISÃO NA CULTURA BRASILEIRA ...............................................................................................................................................................
08
b.
O GÊNERO NOVELA .........................................................................................................................................................................................................
14
c.
O PARTO ............................................................................................................................................................................................................................
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3. ANÁLISE DE CENAS ........................................................................................................................................................................................................
29
a. APRESENTAÇÃO DO MÉTODO .....................................................................................................................................................................................
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b. ANÁLISE DO CONTEUDO DAS CENAS ....................................................................................................................................................................... 34 c. RESULTADOS ENCONTRADOS .....................................................................................................................................................................................
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4. CONCLUSÃO ........................................................................................................................................................................................................................
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5. REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................................................................................................... 67 6. ANEXOS ................................................................................................................................................................................................................................ 71
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1 INTRODUÇÃO No Brasil, as telenovelas são um grande fenômeno midiático,
assistido em 2013 nos Estados Unidos, o NCIS da CBS, teve uma
têm um amplo alcance e impactam fortemente os comportamentos e
média de audiência de 21,6 milhões de espectadores. (STANTON,
normas sociais. Segundo o Observatório Ibero-Americano de Ficção
2015).
Televisiva, o Brasil tem a mais forte indústria nacional de telenovelas e produz o maior número de telenovelas por ano. Em 2013, 17,3% do horário da televisão brasileira eram dedicados a ficção, em sua maioria, telenovelas. (OBITEL, 2014)
Ao longo deste estudo, foi possível constatar uma surpreendente escassez de pesquisas em torno das representações do parto nas novelas e os seus impactos na percepção das mulheres sobre este momento. Segundo um estudo realizado por Claire Stanton na
A Globo é a principal rede de TV brasileira e também domina
Universidade de Princeton entre 1990 e 2014, a abordagem do
a indústria televisiva de novelas. A rede atinge 99,5% dos
nascimento nas novelas brasileiras tem gerado uma visão dicotômica,
espectadores e ocupa em média 42% do público (o concorrente mais
onde a cesariana é retratada de forma tranquila, controlada e
próximo detém 20%). Em 2013, a Globo produziu todas as 10 novelas
civilizada, encaixando-se no modelo de ações de uma “mulher
mais vistas no país, pelo sétimo ano consecutivo. A novela mais
moderna”. Enquanto a maioria dos nascimentos naturais vem sendo
popular em 2013 foi Salve Jorge que teve uma média de audiência de
retratado como algo primitivo, agonizante, antiquado, doloroso e fora
66,77 milhões de espectadores. Como forma de situar a importância
do controle. (STANTON, 2015)
desse número, se a compararmos com o programa de televisão mais
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Segundo a Organização Mundial da Saúde, o percentual
analisar de que forma ela pode estar impactando o comportamento das
recomendado de cirurgias cesariana seria de 15% do total de partos.
mulheres em relação ao parto. Neste sentido, este trabalho buscou
No Brasil, os números superam todos os países do mundo,
analisar a abordagem e conceitos transmitidos nas cenas de parto das
contabilizando cerca de 56% do total de partos, aproximadamente 1,6
telenovelas da Globo e refletir sobre como essa imagem pode impactar
milhões de operações cesarianas por ano. Há, porém, uma diferença
na visão do parto entre as mulheres. O problema que esta pesquisa
considerável entre os serviços de saúde, pois as cesarianas chegam a
visou investigar é: qual a abordagem das cenas de parto nas novelas
85% no sistema privado e a 40% no SUS. (BRASIL, 2016). Como
da Globo e como este enfoque pode estar impactando os gostos,
forma de transformar essa situação, o Ministério da Saúde vem
percepções e comportamento das mulheres em relação a escolha no
implementando desde 1999 portarias (Portaria nº985, de 5 de agosto
momento do parto.
de 1999, Portaria Nº 11, de 7 de janeiro de 2015, entre outras) que regulamentam a existência dos Centros de Partos Normal. No entanto, o Brasil ainda caminha a passos lentos para a transformação desta realidade em torno do nascimento. Desta forma, é necessário estimular em primeiro lugar a adesão e o conhecimento das gestantes em relação ao parto normal humanizado para que elas se apropriem dessa mudança e possam então vivenciar o nascimento de forma saudável e plena.
Neste trabalho inicialmente foi realizada uma pesquisa em busca do referencial teórico pertinente a essas questões. Foram pesquisados temas relativos a televisão na cultura brasileira, as características das telenovelas nacionais e questões relacionadas ao parto e situação obstétrica no Brasil. Além disso, ao longo da pesquisa, foram exploradas questões a respeito da influência da televisão e das novelas nos hábitos da sociedade brasileira e seus possíveis impactos na situação obstétrica do Brasil.
A televisão aberta tem um papel importante nesta mudança, pois atinge diversos públicos de forma simples e ampla. Considerando a grande influência das novelas na sociedade brasileira, é necessário
A metodologia utilizada para a pesquisa foi a análise de conteúdo. Neste modelo de análise é estudado o teor das mensagens
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por meio de procedimentos sistemáticos que geram indicadores
humanização, tipos de parto, posição, localização, presença de
capazes de produzir inferências sobre o conteúdo da comunicação.
acompanhante, existência de complicações e que conceitos e
Neste tipo de estudo, a mensagem é um meio de expressão de ideias,
sentimentos permeiam o momento do parto. Cada cena foi tabelada
onde o analista deve categorizar unidades que se repetem através de
compilando os pontos importantes e categorias temáticas. Após
uma expressão que as representem. Esta análise pode acontecer por
tabelar todas as cenas, os dados foram quantificados e cruzados de
meio da criação de categorias temáticas, onde segmentos da
acordo com os temas previamente definidos.
mensagem serão codificados e caracterizados. O texto é desmembrado em unidades com o intuito de criar categorias conforme os temas que emergem do texto. Para isso é necessário identificar pontos em comum que permitam seu agrupamento. (CAREGNATO E MUTTI, 2006). Neste estudo foram pesquisados os conteúdos das cenas de parto das telenovelas da Rede Globo entre 2015 e 2017. A pesquisa das cenas foi feita através do motor de busca do Google e dos sites Youtube e Globoplay. Foram encontradas 27 cenas no período de estudo e realizada uma análise de conteúdo de cada cena individualmente,
atentando
para
questões
relacionadas
a
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REFERENCIAL TEÓRICO
2 REFERENCIAL TEÓRICO A TELEVISÃO NA CULTURA BRASILEIRA
No Brasil, a primeira mostra de uma transmissão radiofônica se deu durante os festejos do Centenário da Independência Brasileira
1. Da Era do Rádio à Televisão A radiodifusão, como um serviço de transmissão regular, surgiu nos Estados Unidos em novembro de 1920. A KDKA foi primeira emissora radiofônica, sua programação tinha como base a produção de coberturas jornalísticas. O sucesso do rádio foi imediato e rapidamente multiplicaram-se o número de emissoras. Em 1922, as primeiras emissoras radiofônicas regulares surgiram na Inglaterra e na
em 1922, no Rio de Janeiro. O público ficou espantado e maravilhado ao ouvir na transmissão o discurso de Epitácio Pessoa (então presidente da República) e trechos da ópera O Guarani que estava acontecendo no Teatro Municipal, em tempo real. No ano seguinte, surgiu a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro e a partir de então, a radiodifusão expandiu-se pelo Brasil, com destaque para as emissoras de rádio cariocas e paulistas. (CALEBRE, 2004).
França. Os EUA, em 1924, já contavam em 530 emissoras em
O sistema de radiodifusão no mundo seguia dois modelos
funcionamento. Na década de 30, o rádio já trazia o mundo para dentro
básicos. O primeiro era centrado no controle estatal e educação
de casa, os indivíduos sentiam-se integrados por partilharem das
nacional (presente na maioria dos países europeus). O segundo tinha
mesmas fontes de informação, gerando um repertório comum a ser
um viés mais comercial, voltado para os interesses do mercado e
discutido. As empresas norte-americanas fabricantes de equipamentos
financiado por verbas de publicidade (sistema norte-americano). Na
e aparelhos de rádio começaram então a expandir a produção para
década de 1920, o governo brasileiro não teve interesse em criar um
outros países. (CALEBRE, 2004).
sistema estatal de emissoras de rádio, deixou assim o caminho aberto
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para a iniciativa privada, mas preocupou-se em controlar o conteúdo
veículo um aliado estratégico na questão da formação de uma unidade
e o caráter daquilo que era transmitido. Em novembro de 1924, através
cultural. (CALEBRE, 2003).
de decreto, o presidente Arthur Bernardes aprovou o Regulamento dos serviços civis de radiotelegrafia e radiotelephonia. O decreto determinava que a programação deveria ser de benefício público, com fins educativos, científicos e artísticos. Era proibido propagar informações internas de caráter político sem prévia permissão do governo. Estava também previsto que, em caso de guerra ou de qualquer tipo de crise política, o governo poderia suspender o funcionamento de qualquer emissora particular e utilizá-la ou até mesmo cassar sua concessão. Determinava ainda que só seriam feitas concessões a sociedades nacionais, com transmissões em língua portuguesa. (CALEBRE, 2003).
Entre os anos de 1940 e 1950 havia no Brasil uma crescente produção cultural que encontrava limites para consolidar-se no sentido capitalista de uma sociedade de consumo. A sociedade era ainda predominantemente rural, a população tinha baixa escolaridade e pouco acesso ao mercado, possuía um público limitado para as artes e para o consumo cultural. As telecomunicações ainda pouco desenvolvidas eram outro empecilho à constituição de um mercado cultural integrado em âmbito nacional. (RIDENTE, 2018). Sob a ótica de Renato Ortiz, em A Moderna Tradição Brasileira (1988), somente nos anos de 1960 e 1970, durante a ditadura militar, que a indústria cultural amadureceu na sociedade brasileira. Especialmente a partir da
Na década de 20, o crescimento do rádio brasileiro se deu
década de 1970, o mercado de bens culturais cresceu em volume e
lentamente. Acelerou-se na década de 1930, mas, somente após o
dimensão, com o desenvolvimento expressivo da indústria televisiva,
término da Segunda Guerra Mundial (1945), o Rádio tornou-se
fonográfica, cinematográfica, editorial, além de agências de
acessível para as classes populares (CALEBRE, 2004). Como meio
publicidade e negócios dos meios de comunicação de massa; seguindo
de produção cultural, o rádio inovou, absorveu e adaptou formas de
os moldes internacionais de racionalidade empresarial. O mesmo
arte já existentes como a música e o teatro. A capacidade de falar para
Estado que promovia a censura tornou-se um dos principais
diversas pessoas e para muitas localidades simultaneamente tornava o
anunciantes dos meios de comunicação. Instituições governamentais
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como a Embrafilme, A Funarte, o Serviço Nacional de Teatro, o Instituto Nacional do Livro e o Conselho Federal de Cultura promoviam incentivos culturais diretos a indústria cultural, em ascensão no Brasil. (RIDENTE, 2018).
2. Gênese e expansão da televisão no Brasil A televisão era uma máquina capaz de influenciar a opinião pública e, ao mesmo tempo, uma máquina que diminuía distancias e possibilitava a exacerbação da imaginação fantasiosa de um mundo provável e
Segundo Ridente (2018), Renato Ortiz (1988) considera que a
possível. Uma máquina que dá asas a fantasia mais
plena realização da indústria cultural só se concretizou depois do
caprichosa e capaz de juntar os grupos humanos mais
golpe militar de 1964, pois beneficiou-se de políticas do Estado como
afastados. (BARBOSA, 2010).
agente de modernização da sociedade. No entanto, a modernização aprofundou as iniquidades sociais e trouxe consigo repressão, censura, prisões, torturas e até mortes dos adversários, ao mesmo tempo que patrocinava o crescimento capitalista em geral. Com a expansão da escolaridade, aumento e diversificação das classes médias, foram diminuindo os limites para o desenvolvimento da indústria cultural e formava-se um público para o consumo cultural. A sociedade se urbanizava, o campo se mecanizava e capitalizava com o agronegócio, acompanhando a economia brasileira que se diversificava e racionalizava em bases capitalistas contemporâneas, através da super exploração da força de trabalho associada à restrição da liberdade de organização e manifestação.
A implantação da televisão no Brasil deu-se em 1950, cinco anos depois de seu aparecimento em quase todos os países do mundo, mas ainda era um veículo caro e de elite naquela década, limitada a uma programação local, sem meios tecnológicos para difusão em áreas amplas. (RIDENTE, 2018). Desenvolveu-se entre 1950 e 1969, quando ultrapassou a radiodifusão. Em setembro de 1950 foi inaugurada a primeira emissora comercial brasileira, a TV-Tupi. Em 1955 ainda não passavam de 250.000 aparelhos receptores. A programação oscilava entre programas informativos, noticiários com debates e entrevistas, programas educativos e programas de distração. O Teleteatro marcou época com o TV de Vanguarda e para o público infantil o programa de maior destaque foi Sitio do Pica-pau Amarelo
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que estreou em 1951 e permaneceu por 14 anos no ar.
para usufruir do lazer fez com que a televisão se tornasse o meio de
(CAMPEDELLI, 1987). Entre as décadas de 60 e 70, os investimentos
comunicação mais abrangente nos lares brasileiros.
do Estado em telecomunicações através da criação do Ministério das Comunicações e da Embratel, trouxe incentivos à produção cultural, incluindo a ampliação das redes de televisão, como a rede Globo, que ajudaram a atenuar a baixa integração cultural em âmbito nacional. (RIDENTE, 2018).
A televisão há décadas vem sendo capaz de trazer influências culturais e seus impactos sociais no Brasil têm sido estudados por diferentes pesquisadores. No final do século XX, pesquisadores e demógrafos correlacionaram a exposição aos meios de comunicação, principalmente à TV, com a queda na taxa de natalidade das últimas
Para Campedelli (1987) a televisão é uma espécie de
duas décadas, assim como muitos outros aspectos da vida cotidiana.
“liquidificador cultural”, um eletrodoméstico capaz de unir cinema,
(SOUZA, 2015). Um dos estudos que recebeu maior atenção em nível
teatro, literatura e música em um único lugar, oferecendo ao público
internacional foi a pesquisa realizada por Ferreira, Chong e Duryea
uma forte mistura eletrônica de ingredientes culturais. Propicia o
intitulada “Soap Operas and Fertility: Evidence from Brazil”. O
contato entre regiões distantes, culturas diversas, fazendo emergir
estudo considerou a rápida queda na taxa de natalidade no Brasil
novas formas de comunicação. No boom imobiliário da década de 70,
desde 1960 e explorou o impacto da chegada das telenovelas sobre as
os novos lares passaram a possuir a “Sala de televisão”, um novo
taxas de natalidade em comunidades de todo o Brasil. Os resultados
ambiente atrativo que incentivava o desejo da classe-média e
revelaram uma surpreendente correlação entre as novelas e as
estimulava a venda de imóveis. Na década de 80, a televisão já estava
tendências de mudanças no número de filhos. Os autores concluíram
presente na grande maioria dos lares brasileiros, sendo considerado
que as mulheres de 15 e 49 anos, que moravam em locais que
um dos maiores entretenimentos da sala-de-estar. A facilidade de
recebiam o sinal da Rede Globo, tinham menos filhos que aquelas
acesso à distração, de forma cômoda e prática, sem necessidade de
mulheres que não tinham acesso ao sinal da emissora. De acordo com
locomoção para assistir ao espetáculo e nem qualquer aparato físico
a análise, a probabilidade de uma mulher que morava em uma
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localidade com acesso ao sinal da Globo engravidar era 6% menor que
criou novos estímulos e consagrou conceitos, imagens e marcas. A
em mulheres de regiões sem acesso à rede. Cada ano de exposição a
televisão transformou-se na principal fonte de notícias e informações
Rede Globo foi associado a uma redução nos nascimentos equivalente
para as mais amplas camadas da sociedade, em todos os níveis, idades,
a dois anos de educação escolar feminina, ou à existência de um
classes, de todos os lugares deste pais. O discurso televisivo invadiu
médico ou enfermeira por 1000 habitantes. O efeito foi mais forte
todos os lugares da sociedade trazendo o mundo para perto de nós e,
entre
de outra parte, levando-nos para mais perto do mundo. (SALLES,
mulheres
de
menor
escolaridade
e
baixa
condição
socioeconômica, com idades semelhantes às das protagonistas das novelas mais populares da época. Observou-se que, em geral, as famílias mais felizes nas novelas eram pequenas e ricas, enquanto as
1988). 3. A televisão na sociedade brasileira
mais infelizes eram pobres e numerosas. A imagem retratada ligava
Ao longo de seus 68 anos de história, a distribuição dos
então a decisão de ter menos filhos com mobilidade social.
aparelhos acompanhou o crescimento econômico. Em 1960, apenas
(FERREIRA, CHONG E DURYEA Apud STATON, 2015).
4,6% dos domicílios brasileiros possuíam televisão. Depois, em 1970,
Para Mauro Salles em “O Brasil e a Televisão”, em menos de quatro décadas a televisão ajudou a transformar a face do país, trouxe profundas alterações na cultura, modificou os hábitos diários da população, revolucionou a política, influenciou padrões de comportamento, afetou a fala e inovou a língua dos brasileiros. Como veículo publicitário, a televisão impactou a economia, firmou-se
subiu para 22,8% e para 56,1% em 1980. Na segunda metade da década de 80, os sinais de tv se tornaram disponíveis para a maior parte do território nacional. Nos anos 90 os televisores encabeçaram a lista dos eletrodomésticos mais vendidos e ainda em 1991, 71% dos domicílios já possuíam pelo menos um aparelho. (HAMBURGER, 2005 - Pág. 22)
como uma das mais fortes ferramentas de venda de bens e serviços,
A partir de 1945 as operadoras de TV desenvolveram um
dando eficiência e velocidade à dinâmica de produção e consumo;
modelo de transmissão de programas que até hoje é aplicado: a TV 12
para toda a família. A família era a base da concepção e expansão da
lares possuem TV por assinatura, 23% tem antena parabólica,
televisão, com isso a televisão rapidamente tornou-se o mais
enquanto a TV aberta, chega a 72% dos domicílios brasileiros.
importante meio de comunicação, tanto em audiência como em
(CABRAL, 2016).
influencia social, política e cultural. A televisão representa um forte motor da economia e sozinha reúne mais audiência do que qualquer outro meio de comunicação. (TORRES, 2016).
Desta forma, dado o alcance e a influência da televisão no cenário nacional, é necessário utilizar o seu alcance para promover mudanças e estimular bons hábitos. Em sociedades com baixa
Segundo a Pnad 2013, 96,9% dos lares brasileiros têm, pelo
alfabetização e limitada circulação de jornais, a televisão desempenha
menos, um aparelho de televisão em casa. Dada sua abrangência, a
um papel importante na circulação de idéias. Os programas
TV só não chega em lugares que não têm energia elétrica ou solar. A
direcionados para a população local têm o potencial de atingir uma
Pesquisa Brasileira de Mídia (PBM) 2015 que investiga os hábitos de
quantidade enorme de pessoas e poderiam ser usados como meio de
consumo de mídia pela população brasileira, revelou que 95% dos
propagação de políticas públicas, transmitindo mensagens sociais
entrevistados veem TV e destes, 77% assistem todos os dias, enquanto
importantes, como por exemplo sobre a prevenção do HIV / AIDS, a
55% ouvem rádio, 48% acessam a Internet, 21% leem jornal e 13%
educação das crianças, os direitos das minorias, etc. Os meios de
revistas. Ao comparar os resultados com os de 2014, observou-se que
comunicação em massa podem ser empregados para melhorar os
os brasileiros estão passando mais tempo diante da TV, sendo que as
resultados das políticas de desenvolvimento social no Brasil.
mulheres, os idosos e os que têm baixa escolaridade se destacam em
(FERREIRA, CHONG E DURYEA, 2008).
relação aos demais grupos. Detectou-se também que apenas 26% dos
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O GÊNERO NOVELA chamar folhetim-romance, romance-folhetim ou folhetim tout court.
1. As telenovelas “Uma telenovela se assemelha a um novelo se desenrolando” (CAMPEDELLI, 1987).
Uma outra expressão comum de se ouvir, embora as vezes em tom pejorativo, é “Folhetim Eletrônico”. Da mesma forma que o folhetim, a telenovela é um tipo especial de ficção, desenvolve-se segundo vários trancamentos dramáticos, apresentados aos poucos, uma
Em muitos idiomas a palavra NOVELA significa “história
história parcelada. Por seu universo pluriforma, exige do autor um
curta”, algo entre o conto e romance: não tão curta como o conto, nem
hábil manuseio para conduzir os desdobramentos da história, onde
tão longa como o romance. Uma história usualmente curta, ordenada
cada núcleo tem seu próprio conflito a ser trabalhado. Deve existir,
e completa com fatos fictícios verossímeis e de diálogo vivo. Já a
portanto, um perfeito domínio do diálogo, que é a base de seu
telenovelas, não se enquadra nessas características, pois é uma história
discurso. Assim, pode-se considerá-la como uma técnica ficcional
longa que se desenrola quase sempre por mais de 100 capítulos e os
multívoca, sistema que trabalha com diversas bases dramáticas, o que
scripts normalmente ultrapassam as 3000 páginas. A semântica
a diferencia do romance e assemelha-a ao folhetim. Um formato que
Medieval é mais adequada para a moderna telenovela, na época o
foi capaz de aglutinar vários gêneros que alimentam a sede romanesca
termo era usado como sinônimo de “entrecho”, enredo”, “narrativa
da América Latina. (CAMPEDELLI, 1987).
trançada” e aplicava-se às novelas de cavalaria. (CAMPEDELLI, 1987).
Do ponto de vista técnico, a telenovela é um entrecruzamento de várias histórias conduzidas por um fio de uma trança que vai se
Segundo Marcos Rey, escritor e roteirista, o mais certo seria
desenrolando. Trata-se de uma narrativa com múltiplas histórias
chamá-la de folhetim. Já para Marlyse Meyer o gênero deveria se
acontecendo ao mesmo tempo. O enredo principal será aquele que, ao
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longo do tempo, mostrar-se preferido pelo público. Assim como sua
causas
temporalidade será também definida por pesquisas de opinião. O
complexas, não nasce da incompreensão, da neurose,
novelista manobra a história através da opinião pública, tornando assim o público como um co-autor, as vezes até indesejado. Esta é
sociais,
não
possui
raízes
psicológicas
do desencontro de opiniões ou de personalidades. Tem sempre forma concreta, personifica-se num individuo propositadamente mau: o tirano e o vilão. Às vezes,
uma das diferenças entre o texto escrito para publicação e o texto
este foco de malignidade organiza em volta de si uma
televisivo. Uma obra publicada não sofre modificações e a relação
rede que funciona às ocultas, com nomes fictícios,
autor-obra-público surge depois. Na televisão o processo de criação
usurpando cargos e títulos aristocráticos: é a
aos “pedaços” lida com um universo imprevisível, e não só o público vive a ansiedade dos novos capítulos, como também o autor. Tornando-a assim uma paraliteratura ficcional de imaginação popular. (CAMPEDELLI, 1987). O folhetim criou um gênero romanesco hibrido em que é possível encontrar personagens diversos, de variadas classes, atuando lado-a-lado. Por outro lado, o melodrama trabalha com empenho em torno da divisão entre o Bem e o Mal, do início ao fim. (CAMPEDELLI, 1987).
conspiração, a trama diabólica. A dificuldade, para as vítimas, consiste em desencavar a verdade, sepultada sob várias camadas de mentira. (ALMEIDA PRADO, 1972, p.87, apud CAMPEDELLI, 1987, p.29)
2. As telenovelas da Rede Globo A TV Globo iniciou seu funcionamento em 1965, um ano após o golpe militar de 1964. A concessão do canal foi feita pelo governo federal em 30/12/1957 e levou 8 anos para a estruturação da emissora (construção do edifício, importação de equipamentos e treinamento de pessoal). A nova estação carioca pertencia a Família Marinho que já
O segredo da popularidade do melodrama estava
comandava o jornal O Globo, a Rádio Globo e a Rio Gráfica Editora.
provavelmente na maneira como encarava e explicava
A parceria com a empresa americana Time-Life nos dois primeiros
as relações humanas, na simplicidade de suas concepções morais. O mal, para ele, não decorre das
anos forneceu à emissora um know-how em operação e produção
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televisiva antes desconhecidos no mercado nacional. Estruturou-se
A telenovela-folhetim foi descoberta na Argentina pelo diretor
assim segundo os moldes das modernas empresas de televisão,
da TV Excelsior que a importou e adaptou para exibição diária. Seria
aderindo a uma política gerencial subordinada a estratégias de
então a primeira telenovela exibida no Brasil, enquanto narrativa de
marketing. O contrato com a Time-Life vigorou entre 1962 e 1969, em
capítulos diários, foi “25499 Ocupado” de Tito Miglio e estreou em
uma parceria turbulenta devido denúncias de vinculação ilegal entre a
julho de 1963, na TV-Excelsior. No entanto, o folhetim passou
Rede Globo e a multinacional. A constituição brasileira da época
despercebido, o sucesso na época era dos filmes importados dos
proibia a participação de empresas estrangeiras nas atividades de
Estados Unidos. (CAMPEDELLI, 1987).
comunicação de massa, mesmo assim a Globo mantinha um contrato com a empresa. Foi então formada uma comissão parlamentar de inquérito que investigou e concluiu pela ilegalidade da transação. O governo federal da época (gestão de marechal Castelo Branco) fez vista grossa e somente da gestão seguinte (Costa e Silva) a emissora foi pressionada a desfazer o contrato com a empresa norte-americana. Em 1969 a EMBRATEL permitiu a formação da primeira rede brasileira de televisão, ligando a TV Globo com dezenas de emissoras afiliadas distribuídas pelo território nacional. Esse processo de nacionalização da programação foi auxiliado pelo uso de pesquisas para conhecer as preferencias, expectativas e comportamento dos usuários, algo inovador dentro do cenário nacional. (MELO, 1988)
A “era das telenovelas” na televisão brasileira teve início em 1964, com “O direito de nascer”, originalmente uma novela de rádio, adaptada para vídeo e exibida na TV-Tupi com expressiva audiência, nessa época o país contava com 598.000 aparelhos. No mesmo ano, 1964, foi inaugurada a TV-Globo em parceria com o grupo americano Time-Life. A emissora na década de 70 já se tornou campeã de audiência, liderando o mercado e ultrapassando a produção de novelas da Excelsior, antes as maiores do país. (CAMPEDELLI, 1987). Entre as décadas de 60 e 70 era fácil definir o público das telenovelas: predominantemente composto por donas de casa de classe média e consequentemente os folhetins baseavam-se em “histórias para mulheres”. Já no final da década de 70 essa realidade
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foi se modificando, o público passou a ser indistinto e impreciso, os
A segunda modernização foi relacionada à evolução técnica
enredos deixaram de ser direcionados só para mulheres, todos os
dos equipamentos. A Rede Globo absorveu as inovações do mercado
segmentos passaram a assistir as telenovelas. Após as dezenove horas
japonês com câmeras de alta qualidade e acoplou-se ao sistema
a grande maioria das pessoas estavam em casa, atentas ao mundo
americano cinematográfico. E a terceira modernização aconteceu em
exibido através da televisão. (CAMPEDELLI, 1987).
relação ao modo de contar as mesmas histórias utilizando técnicas
Já na década de 80, a rede Globo foi responsável por grandes inovações no que tange o universo das telenovelas, pois descobriu antes das outras emissoras que poderia abordar conteúdos mais ousados, atuais e realistas, transformando-os em objetos de distração. Para isso, a emissora se aplicou três grandes modernizações: a primeira foi a divisão dos horários segundo o perfil de público. No horário das seis eram exibidas adaptações da literatura romântica para adolescentes, domésticas e donas de casa. No horário das sete, historias leves, românticas e com algum humor; para adolescentes,
como: valorização do ponto-de-partida, fisgando o telespectador logo na abertura do espetáculo; utilização de Plots (narrativas de acontecimentos, normalmente com enredos usuais e populares); A absorção de fatos reais sendo incorporados pela narrativa, como acontecimentos
recentes
de
grande
comoção
popular;
acompanhamentos musicais com trilhas sonoras que acompanham a ação cênica; alimentar paixão e familiaridade pelo teleator; e ter vilões, personagens que deterão a completa antipatia do público. (CAMPEDELLI, 1987).
donas de casa e mulheres que trabalham fora. O horário das oito era
As telenovelas produzidas pela TV-Globo, enquanto produto
dirigido para a mulher madura, para o marido e família em geral, com
cultural, possuem características singulares. Um ponto que deve ser
histórias em torno de problemas familiares, dia-a-dia e grandes
destacado é o caráter indiscriminado de consumo, pelo qual formas
questões. Já o horário das dez horas era destinado a histórias
literárias antes acessíveis apenas aos letrados passaram a ser
experimentais. (CAMPEDELLI, 1987).
consumidas por todos, tanto pelos cultos como pelos não cultos. Outro ponto é sua íntima relação com a aceitação do mercado – a opinião do
17
telespectador tem peso, é conhecida e pesquisada permanentemente
Para Jaguaribe (2014), com o cenário complexo e
ao longo dos capítulos. As proposições estéticas e culturais
multifacetado do Brasil contemporâneo, a telenovela da Globo já não
enquadram-se no repertorio conceitual do público, sem jamais
detém o mesmo poder de síntese e capacidade descritiva. Os inúmeros
estabelecer um discurso isolado, sem ligação com o telespectador.
acertos e mazelas atuais da democracia brasileira não cabem mais num
Além disso, a produção dos capítulos é feita em ritmo industrial,
só enredo totalizante. Além dessa dificuldade em criar narrativas
obedecendo a velocidade da programação. A telenovela é uma obra
abrangentes que toquem as diversas realidades nacionais, a
criada coletivamente, apesar de haver a presença estilística dos
hegemonia da telenovela foi ferida pelo advento da TV a cabo, pelo
autores, o resultado final depende de toda uma equipe realizadora.
uso do computador e da internet como ferramenta de comunicação,
(MELO, 1988)
trabalho e entretenimento. Vale ressaltar que a exposição e ficcionalização do cotidiano é um fenômeno que se acelerou com a
A Globo é a principal rede de TV brasileira e também domina a indústria televisiva de novelas. A rede atinge 99,5% dos espectadores e ocupa em média 42% do público (o concorrente mais próximo detém 20%). Em 2013, a Globo produziu todas as 10 novelas mais vistas no país, pelo sétimo ano consecutivo. A novela mais popular em 2013 foi Salve Jorge que teve uma média de audiência de 66,77 milhões de espectadores. Como forma de situar a importância
ampliação do uso das tecnologias digitais por milhares de pessoas. Através do telefone celular, usuários estão constantemente conectados e postando fotos de si mesmos. A realidade tornou-se um Reality show que tomou o lugar das tramas novelísticas, com espetáculos encenados por participantes que inventam a si mesmos e representam, com uma “pseudo-autenticidade”, seus próprios personagens midiáticos.
desse número, se a compararmos com o programa de televisão mais assistido em 2013 nos Estados Unidos, o NCIS da CBS, teve uma média de audiência de 21,6 milhões de espectadores. (STANTON, 2015).
18
3. As novelas como influenciadoras de hábitos no Brasil As telenovelas existem na cultura brasileira há mais de 50 anos e se mantém até hoje como um dos formatos mais explorados dentro da grade de programação da televisão aberta brasileira. Desde o princípio, quando Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello trouxe em 1950 a televisão para o Brasil, as famílias já se encantaram e reuniam-se para apreciar a programação oferecida. Com a evolução desse meio foi possível notar a sua grande capacidade de persuasão sobre as pessoas, podendo interferir no comportamento e modo de consumo. As telenovelas tornaram-se então uma grande criadora de modismos. (SOARES E HECK, 2017). Nessa linha de raciocínio, é notório o impacto da telenovela na sociedade brasileira, cada nova novela dita uma nova moda, linguagem e até hábitos que influenciam o padrão de consumo do público que assiste. No ano de 2009, por exemplo, o Brasil foi “invadido” pela cultura indiana, por conta da telenovela Caminho das Índias, da TV Globo. Essa incursão de outras culturas no país chega através da grande mídia, tornando o público telespectador um potencial consumidor (COAN, 2009). Para Marques (2018) existe
uma forte relação entre o mercado da moda e os figurinos das telenovelas da Rede Globo. Para a autora, as peças utilizadas na caracterização de alguns personagens tornam-se modismos e influenciam um consumo material e simbólico por parte das telespectadoras. A telenovela, ao lado de outras mídias, tem alto potencial de divulgação, disseminação ou até massificação de alguns estilos, gostos e modismos para o público. Esta relação reforça a ideia de que comunicação e consumo caminhando juntos e estabelecem uma conexão entre ficção e realidade. As influências do “figurino da tv” na “roupa da vida real” estabelecida em produções ficcionais audiovisuais podem demonstrar a importância das telenovelas como ferramenta de transmissão de valores e significados para o público, ao mesmo tempo em que a ficção também busca na realidade elementos para criar sua narrativa. Para Beatriz Jaguaribe (2014) sempre houve uma penetração dos valores televisivos nos hábitos cotidianos de consumo e as telenovelas funcionavam tanto como um retrato da imagem nacional, como também um mostruário de modalidades de consumo para a classe média. As telenovelas eram capazes de transformar a audiência em “massas desejantes”, e influenciavam na construção da
19
subjetividade dos telespectadores através dos seus personagens. Essa
mostravam uma imagem dicotômica entre nascimento natural versus
influência chegava inclusive a ultrapassar as fronteiras brasileiras. A
cesariana. Segundo o estudo, as cenas do parto cesariano, o retratam
autora cita como exemplo a novela Vale Tudo (1988) de Gilberto
como um processo relaxado e rápido, onde há uma relação de
Braga, que chegou a impactar o vocabulário cubano quando a empresa
confiança entre a mulher que dá à luz e o doutor, num hospital ao lado
gastronômica da heroína Raquel, chamada “Paladar”, tornou-se uma
de um profissional competente com toda a tecnologia e assistência
palavra genérica para definir os restaurantes familiares que surgiram
necessária; e geralmente termina com a mãe chorando de alegria com
nos anos 1990, em Cuba.
o seu bebê. Assim, a medicalização do nascimento se associa com a
As mulheres são o público alvo principal das novelas pois envolvem-se mais com a história e consequentemente acabam se deixando influenciar por padrões expostos na trama. Por este motivo, as protagonistas passaram a ter grande destaque no enredo, alcançando a admiração do público e sendo vistas como um modelo a ser seguido e imitado. (HAMBURGER, 2005). A novela brasileira vem alcançando cada vez mais público tanto no Brasil como no mundo. Dada a crescente influência dos folhetins brasileiros para além do território nacional, uma pesquisa realizada pela Universidade de Princeton em parceria com a USP, avaliou as novelas transmitidas entre 1990 e 2014, período em que houve grande mudança de práticas obstétricas e revelou que as cenas
modernidade, civilização e controle, enquanto o parto natural é retratado como um evento doloroso, traumático, e primitivo com possíveis complicações traumáticas que necessitam uma cesariana de emergência. Até os partos naturais que acontecem num hospital sem complicações, também transmite sensações de perigo e susto. A maioria das cenas acontecem em cavernas, banheiros sujos e muitas vezes sem qualquer assistência. Grande parte ocorre numa outra época, o que reforça a imagem do parto natural antiquado, carregado de dor, perigo e medo. (STATON, 2015). Claire Staton, em sua pesquisa publicada na Universidade de Princeton (2015), estudou a abordagem do parto em oitenta e sete cenas de novelas brasileiras entre 1990 e 2014. Das oitenta e sete cenas, setenta e três ilustraram o nascimento natural e quatorze
20
cesarianas. Entre as cenas de parto natural, apenas vinte e sete
reforça a ideia de nascimento natural como um método antiquado de
ocorrem em um hospital com um médico e com acesso à tecnologia
ter um filho. Do total de 87 partos analisados na pesquisa, apenas 10
moderna; das quais, onze desenvolvem complicações. Dos onze
resultaram em nascimentos normais sem complicações, em um
nascimentos com complicações, cinco terminam em morte e cinco em
hospital, com ajuda de profissionais, mostrando o parto normal de
cesarianas de emergência. Mesmo entre as dezesseis cenas de
forma positiva. Já entre as 14 cenas de partos cesarianos, todas, exceto
nascimentos que ocorrem em um hospital sem complicações, quatro
umas, caracterizam o parto como um processo relaxado e rápido, com
deles ainda transmitem sentimentos de medo, dor e perigo; e outras
um médico competente e todos os cuidados necessários.
duas dessas cenas têm um ar de ficção científica (nascimentos de
Considerando a alarmante situação do parto e atendimento
clones na novela O Clone). Assim, apenas dez das vinte e sete cenas
obstétrico no Brasil, faz-se necessário refletir sobre o papel dos meios
de nascimento em hospitais mostram o parto natural de forma
de comunicação na mudança desta realidade. As telenovelas, como
positiva. As outras quarenta e seis representações de nascimento
um produto cultural de grande relevância e influencia social, devem
natural que acontecem fora do hospital, se passam em uma variedade
preocupar-se com seu papel no que tange essas questões. Haja visto
de locais intragáveis, como selvas, campos, quartos, dentro de um
que as abordagens dadas ao nascimento nas cenas colaboram para a
banheiro público sujo, em uma caverna, ônibus, táxi, ambulância,
realidade do parto no Brasil à medida que alimenta sentidos diversos
canoa e no acostamento. Nenhuma das mulheres nessas cenas recebe
ao momento através de suas narrativas. (JONES, 2014).
assistência médica e muitas dão à luz completamente sozinhas. Além disso, a maioria das cenas de nascimento natural é retratada em épocas passadas, particularmente durante o período colonial no Brasil, o que
21
22
O PARTO 1 A Epidemia de Cesarianas Na civilização moderna, a gravidez, o parto e a amamentação passaram a ser vistos como um fenômeno complexo devido às variadas mudanças acarretadas. Um fenômeno natural foi ganhando novos significados. Para Mello (1966), em seu livro publicado na década de 60, “Assim Nasce o Homem. Filosofia do Parto e da Amamentação” a mulher foi sendo doutrinada a enxergar o parto como sinônimo de sofrimento, pois desde criança ouviu falar que é um dos momentos mais difíceis e dolorosos da vida da mulher. Criou-
passou a acontecer quase que plenamente em ambiente hospitalar. Seguindo essa onda, emergiu a possibilidade de escolher o tipo de parto, mas este é um assunto complexo e polêmico, pois os índices de cesariana aumentaram muito além do esperado. A cesariana a pedido tem sido indicada como uma das causas do crescente aumento destes índices, mas diversos fatores estão envolvidos, tais como: aspectos socioeconômicos,
preocupações
ético-legais,
características
psicológicas e culturais das pacientes e dos médicos. (CURY E MENEZES, 2006).
se assim um progressivo sentimento de temor e preocupação. Em
Além disso, também é preciso destacar a participação do
consequência, este medo tornou-se o grande perturbador da harmonia
médico como promotor de uma cultura intervencionista. Em estudo
neuromuscular do trabalho de parto e o sonho da maternidade foi
realizado com 156 gestantes de uma clínica privada na cidade de
sendo sufocado por um oceano de medo e apreensão (MELLO, 1966).
Osasco (SP) foi observado que algumas vezes o próprio obstetra
Nas últimas décadas do século XX, a preocupação em oferecer maior segurança à vida materna e neonatal acabou por
estimulava a escolha por cesariana, superestimando a segurança e praticidade do processo. (CURY E MENEZES, 2006).
institucionalizar o momento do nascimento. O parto que comumente
Mesmo em ambiente hospitalar, a cesariana só deveria
acontecia em casa sob os cuidados das parteiras e o apoio da família,
acontecer em casos de emergência, quando houvesse complicações
23
que impedissem o parto normal. Estudos realizados pelo American
hospitalar. Normalmente as pessoas já chegam nesses ambientes
Journal of Obstetrics and Ginecology mostraram que o parto normal
sentindo-se fragilizadas, por este motivo é necessário um ambiente
é mais seguro. A mortalidade infantil para nascidos em cesáreas é 11
acolhedor.
vezes maior quando comparada aos nascidos em partos normais e o número de óbitos maternos é 10 vezes maior em cesarianas que em partos normais. Isso porque a cesárea é uma intervenção cirúrgica e envolve riscos como: reações anafiláticas, infecções, complicações cirúrgicas e exposição a anestésicos. Além disso, alguns estudos revelaram que os bebês nascidos de parto normal têm menor propensão a doenças respiratórias, autoimunes e até obesidade (RODRIGUES, 2015). Os avanços tecnológicos trouxeram diversos benefícios à sociedade. A saúde transformou-se em um mercado lucrativo e promissor, mas é necessário enxergar o ser humano de forma individualizada e não mecanizada. Com a evolução dos processos e necessidade de otimizar a produtividade, o tempo tornou-se um elemento importante e valioso. Mas a busca por uma assistência acelerada e dinâmica muitas vezes acaba por enfraquecer valores básicos e primordiais relacionados as emoções, percepções, sensações e experiências vivenciadas pelos pacientes dentro do universo
Além da questão relacionada ao tipo de parto, a hospitalização do processo também trouxe algumas questões à tona. À medida que aumentou a segurança técnica do procedimento, alguns pontos foram perdidos ao longo deste caminho de mudanças. Não é difícil encontrar mulheres com queixas em relação às decepções e frustrações que vivenciaram neste momento da vida. Os casos de desrespeito e abuso na hora do parto tornam cada vez mais frequentes e conhecidos. Uma pesquisa realizada na Santa Casa de Misericórdia no Estado do Pará avaliou a experiência de puérperas atendidas no momento do Parto. De acordo com o estudo, eram frequentes a violência e a omissão do estado na garantia do direito da mulher. Os problemas encontrados começam com as dificuldades de acessar os serviços, o que faz a gestante peregrinar à procura de um lugar onde possa encontrar segurança, acolhimento e disponibilidade de leitos. Além disso, o uso excessivo de tecnologias invasivas (medicamentos, anestesia, toques, exames, cirurgias, etc),
24
ou ausência destas quando necessárias, por omissão ou descuido dos
mulher e repercutir em longo prazo na saúde da criança. (SANTOS,
profissionais. (VIANNA, 2014).
2010).
Deve-se considerar que, juntamente com as questões sociais,
No entanto, da mesma forma como a operação cesariana
estruturais e biomédicas que determinam a mortalidade materna no
possui implicações complexas, são também complexos os motivos do
Brasil, as complicações maternas graves decorrentes da operação
seu uso excessivo no Brasil. As causas incluem a forma como a
cesariana também contribuem para o aumento destas taxas no Brasil.
assistência ao nascimento é organizada no País, centrada na
Em relação aos impactos para o recém-nascido, a realização de
intervenção e escolhas individuais dos profissionais médicos,
operações cesarianas desnecessárias em mulheres com idade
deixando de lado a abordagem multidisciplinar. Também vale
gestacional em torno de 37ª semana contribui para que o bebê
ressaltar as características socioculturais, a qualidade dos serviços, as
desenvolva uma serie de problema. (BRASIL, 2016). Este grupo vem
características
aumentando a cada ano e com morbidade crescente, e esta progressão
adequadamente as mulheres para o parto e nascimento. (BRASIL,
está relacionado ao número crescente de intervenções obstétricas,
2016).
especialmente nascidos por cesariana. (SANTOS, 2010).
da
assistência
pré-natal,
que
não
prepara
Além de todas essas questões, o papel dos meios de
Os nascimentos não devem ser programados durante o
comunicação como formadores de uma imagem primitiva para o parto
período de 34 a 37 semanas sem indicações clínicas precisas, pois
natural, enquanto a cesariana é vista como um retrato da modernidade,
podem resultar na ocorrência de desconforto respiratório neonatal e
também podem ter forte papel no aumento do número de cesarianas
consequente internação em unidades de terapia intensiva neonatal. A
no Brasil. Por este motivo torna-se necessário explorar soluções que
ocorrência de cesarianas também pode interferir no vínculo entre a
auxiliem na transformação desta realidade, visando melhorias que se
mãe e o bebê, no aleitamento materno, no futuro reprodutivo da
estendam às diversas demandas existentes no Brasil. Neste trabalho
25
será explorado conteúdo das cenas de parto nas telenovelas da Globo
lugares se encaixam dentro desta recomendação. No continente
e que conceitos são perpetuados através das imagens projetadas.
americano a completa maioria extrapola esses índices. O Brasil e a República Dominicana lideram o ranking de cesáreas no mundo, com 56% dos partos ocorrendo por meio de cirurgia. Em seguida vêm Egito (51,8%), Turquia (47,5%) e Itália (38,1%). (PERASSO, 2015).
2 A situação do parto no Brasil e no mundo O grupo populacional designado “materno-infantil” vem já há bastante tempo despertando o interesse das instituições estatais, no sentido da promoção de ações prioritárias em políticas públicas de saúde direcionadas para esse segmento específico da população. (MARQUES, 1984). O grupo engloba mulheres em idade fértil, gestantes, parturientes, crianças e adolescentes, e na década de 70, já englobava cerca de 70% da população total do País. Devido sua importância biológica e socioeconômica o Ministério da Saúde passou a destacá-lo como prioridade para ações integradas de saúde de interesse coletivo. (BRASIL, 1975). Ao
longo
do
Século.
XX,
com
o
processo
de
Institucionalização do nascimento, o mundo passou a vivenciar uma verdadeira epidemia de Cesarianas. Apesar da OMS indicar que o percentual recomendado de partos cirúrgicos seja de 15%, poucos
Imagem 2 - Índices de Cesariana por país. Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/07/150719_cesarianas_mundo_rb
26
No Brasil, como já foi citado, os números já chegam a 56%
aplicar intervenções desnecessárias. No parto humanizado é essencial
do total de partos, sendo 85% no sistema privado e a 40% no SUS. As
reconhecer os aspectos sociais e culturais do nascimento, oferecer
regiões centro-oeste, sul e sudeste possuem as mais altas taxas de
suporte emocional à mulher e sua família, facilitar a formação dos
cesarianas. Levando-se em conta a taxa recomendada pela OMS como
laços afetivos e fortalecer o vínculo mãe-filho; além de criar espaços
ideal para número de cesáreas, entre 10% e 15%, nenhum dos estados
onde a mulher possa exercer sua autonomia durante todo o processo,
brasileiros conseguiu atingir esse valor ideal. O Maranhão, estado que
informar à paciente todos os procedimentos a que será submetida,
mais se aproxima da taxa ideal, tem percentual quase duas vezes e
permitir acompanhante que a gestante escolher e sempre respeitar
meia maior que a recomendada pela OMS. Já no estado de São Paulo,
todos os seus direitos. (DIAS E DOMINGUES, 2005).
onde há o maior número de partos cesáreos entre os estados avaliados, são realizadas quatro vezes mais cesarianas do que o ideal. (RODRIGUES, 2016). No Ceará dos 53.664 partos realizados em 2015, 57% foram cesáreos (Secretaria de Saúde do Ceará, 2015).
O parto humanizado não é apenas um tipo de parto, ele representa um conceito que pode ser aplicado às diversas variedades de parto que existem. O importante é que o parto seja voltado para a necessidade e vontade da mãe. A gestante deve ter privacidade, não sentir fome nem sede, manter-se em um lugar com temperatura
3 O Parto humanizado: conceitos O termo “humanizar” é atribuído a uma assistência que valorize a
confortável, pode andar e se movimentar segundo sua necessidade e, quando o bebê nascer, o aleitamento deve ser imediato, fortalecendo assim o vínculo entre a mãe e o filho.
qualidade do cuidado do ponto de vista técnico, com respeito aos direitos do paciente, valorizando sua subjetividade e referências culturais (DESLANDES, 2004). Para garantir uma assistência humanizada ao nascimento deve-se respeitar a fisiologia do parto, sem 27
Imagem 1 - Tipos de parto humanizado. Fonte: http://portalbebes.net/parto-humanizado/
28
ANÁLISE DA S CENA S
3 ANÁLISE DAS CENAS 1. Apresentação do Método A televisão exerce forte impacto no comportamento, gostos e vontades dos brasileiros, pois representam o meio de comunicação mais abrangente na sociedade, estando presente em mais de 90% dos lares no Brasil (CABRAL, 2016). Assim, deve-se analisar suas influencias e valorizar a responsabilidade do seu papel em torno dessas questões.
Através da análise, buscou-se pesquisar a abordagem do parto nas cenas das telenovelas. Observou-se se o parto é tratado como uma enfermidade, com associação aos valores de medo, dor, passividade e fragilidade feminina, a imposição da tecnologia sobre a natureza, o poder institucional e o risco da morte. Ou se o parto é tratado como um evento natural do universo feminino, onde a mulher é protagonista do processo, tendo assim a sua vontade respeitada. É importante também estudar o contexto brasileiro e os números que oscilam a cada
O atual estudo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa
ano, de acordo com o foco que a mídia vem dando para o tema, pois
exploratória, transversal de abordagem qualitativa. A corpus do estudo
a abordagem dada ao parto pelas telenovelas colaboram com a
foi pesquisado entre os meses de agosto e novembro de 2018 e foi
realidade do parto no Brasil à medida que constrói sentidos negativos
examinado por meio de uma análise de conteúdo das cenas de parto
ou positivos associados a ele em suas narrativas.
nas telenovelas da rede Globo entre os anos de 2015 a 2017. Os folhetins globais existem há mais de 50 anos e são desde essa época um dos produtos culturais mais relevantes e abrangentes na sociedade. (SOARES E HECK, 2017).
Como metodologia foi escolhida a análise de conteúdo das cenas. Os critérios escolhidos para análise serão os conceitos defendidos na definição de parto humanizado, que são: liberdade de escolha do tipo de parto, privacidade, conforto, dignidade, proteção e 29
segurança no momento do nascimento. Serão analisados também
1. Pré-Análise: é a fase de organização através da leitura, hipóteses,
informações como: localização, acompanhantes e sentimentos
objetivos e elaboração de indicadores para fundamentar a
envolvidos.
interpretação; 2. Exploração do Material: os dados obtidos são codificados por
A análise de conteúdo utiliza-se de um conjunto de técnicas para estudo do teor das mensagens por meio de procedimentos sistemáticos que geram indicadores capazes de produzir inferências sobre o conteúdo da comunicação. Neste tipo de estudo, a mensagem
meio de categorias temáticas; 3. Tratamento dos resultados e interpretação: classificação dos elementos do texto segundo suas semelhanças e diferenças através de categorias comuns. (CAREGNATO E MUTTI, 2006)
é um meio de expressão de ideias e o analista deve categorizar unidades que se repetem através de uma expressão que as
Desta forma, neste estudo o texto analisado foi o conteúdo
representem. Esta análise pode acontecer por meio da criação de
audiovisual das cenas de partos das telenovelas e para o
categorias temáticas, os segmentos da mensagem são codificados e
desenvolvimento na análise observou-se as seguintes informações e
caracterizados a partir de significações. O texto é desmembrado em
temáticas: nome da novela, título da cena, horário da novela, data de
unidades com o intuito de criar categorias temáticas conforme os
exibição, tipo de parto, local, personagens presentes no momento,
temas que emergem do texto. Para isso é necessário identificar pontos
existência de complicações do parto na cena, presença ou não de
em comum que permitam seu agrupamento. (CAREGNATO E
conceitos relacionados ao parto humanizado (liberdade de escolha do
MUTTI, 2006).
tipo de parto, privacidade, conforto, dignidade, proteção e segurança).
A técnica de Análise de Conteúdo pode se desenvolver em três etapas:
As cenas foram analisadas segundo o modelo temático de Minayo (2012) seguindo os seguintes passos: codificação das cenas; agrupamento das codificações em categorias temáticas; seleção de
30
informações representativas de cada categoria; articulação das categorias temáticas com o referencial teórico. Para facilitar a análise, o conteúdo de cada cena foi incluído dentro da seguinte quadro: MODELO DE QUADRO PARA ANÁLISE INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Novela Autor Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à PONTOS POSITIVOS: humanização PONTOS NEGATIVOS: Descrição da Cena: Link da cena:
2. Busca e Seleção das Cenas de Parto nas Telenovelas Para a busca e seleção das cenas inicialmente foram listadas todas as novelas exibidas pela rede globo nos anos de 2015, 2016 e 2017. A procura foi feita através do Site Globo.com, Youtube e utilizado o motor de busca da Google, explorando informações sobre datas, horário das novelas, número de capítulos e autor. Os resultados da pesquisa foram unidos e organizados na TABELA 01 ordenados pela data de início de novela. Após descobertos os títulos das novelas, foi efetuada uma longa busca nos sites Glogo.com, Youtube e Google utilizando palavras chaves como “parto”, “nascimento”, “dar à luz” acrescido do nome de cada novela exibida durante o período de análise. As cenas encontradas foram organizadas por ordem de data em uma tabela geral contendo data de exibição, nome da novela, descrição da cena e link
Após a codificação das informações de cada cena separadamente, essas informações foram cruzadas e agrupadas para encontrar o número e frequência de ocorrência de cada categoria temática dentro do total de cenas em estudo.
de acesso ao vídeo. Para algumas cenas é necessário cadastro e assinatura no site da emissora. Após a busca, foram encontradas 21 cenas disponíveis para visualização que foram usadas como objeto de estudo deste trabalho. A listagem geral das cenas está contida na TABELA 02.
31
TABELA 01: NOVELAS DA GLOBO ENTRE 2015 E 2017 NOVELA
Nº de Capítulos
Nº
INÍCIO
FIM
HORÁRIO
AUTOR
1
09/03/2015
10/07/2015
18h
Sete Vidas
106
Licia Manzo / Cecília Giannetti
2
11/04/2015
07/11/2015
19h
I Love Paraisópolis
154
Alcides Nogueira / Mário Teixeira
3
16/03/2015
28/08/2015
21h
Babilônia
143
Gilberto Braga / Ricardo Linhares / João Ximenes Braga
4
08/06/2015
25/09/2015
23h
Verdades Secretas
64
Walcyr Carrasco / Maria Elisa Berredo
5
13/07/2015
15/01/2016
18h
Além do tempo
161
Elizabeth Jhin
6
31/08/2015
11/03/2016
21h
A Regra do Jogo
167
João Emanuel Carneiro
7
9/11/2015
30/05/2016
19h
Totalmente Demais
175
Rosane Svartman Paulo Halm
8
18/01/2016
26/08/2016
18h
Êta Mundo Bom!
190
Walcyr Carrasco / Maria Elisa Berredo
9
14/03/2016
30/09/2016
21h
Velho Chico
172
Benedito Ruy Barbosa
10
31/05/2016
8/11/2016
18h
Haja Coração
138
Daniel Ortiz
11
9/11/2016
5/06/2017
19h
Rock Story
179
Maria Helena Nascimento
12
29/08/2016
21/03/2017
18h
Sol Nascente
175
Walther Negrão / Suzana Pires / Júlio Fischer
13
3/10/2016
31/03/2017
21h
A Lei do Amor
155
Maria Adelaide Amaral Vincent Villari
14
22/03/2017
25/09/2017
18h
Novo Mundo
160
Thereza Falcão / Alessandro Marson
15
3/04/2017
20/10/2017
21h
A Força do Querer
172
Glória Perez
16
17/04/2017
18/09/2017
23h
Os dias eram assim
88
Ângela Chaves e Alessandra Poggi
17
6/06/2017
8/01/2018
19h
Pega Pega
184
Cláudia Souto
18
26/09/2017
19/03/2018
18h
Tempo de Amar
148
Alcides Nogueira / Bia Corrêa do Lago
19
23/10/2017
12/05/2018
21h
O Outro Lado do Paraíso
172
Walcyr Carrasco
32
TABELA 02: LISTAGEM GERAL DAS CENAS DE PARTO EM NOVELAS DA GLOBO ENTRE 2015 A 2017 Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
DATA 16/05/2015 27/05/2015 07/07/2015 07/11/2015 04/01/2016 18/01/2016 11/03/2016 11/03/2016 15/03/2016 23/03/2016 25/03/2016 08/06/2016 20/07/2016 30/09/2016 16/03/2017 31/03/2017 05/04/2017 16/05/2017 08/05/2017 22/05/2017 30/05/2017 31/05/2017 07/10/2017 15/11/2017 09/12/2017 19/03/2018 20/03/2018
NOVELA Sete Vidas Sete Vidas I Love Paraisópolis I Love Paraisópolis Malhação Êta mundo bom! Êta mundo bom A Regra do Jogo Velho Chico Velho Chico Velho Chico Êta mundo bom Êta mundo bom Velho Chico Sol Nascente A lei do amor Novo Mundo Novo Mundo Malhação Os dias era assim A força do querer Novo Mundo Tempo de Amar O outro Lado do Paraiso O outro lado do Paraiso Tempo de Amar O outro Lado do Paraiso
Parto Parto Parto Parto Parto Parto Parto Parto Parto Parto Parto Parto Parto Parto Parto Parto Parto Parto Parto Parto Parto Parto Parto Parto Parto Parto Parto
DESCRIÇÃO de Thais de Diana de Margot de Danda de Ciça de Anastácia de Maria de Domingas de Piedade de Leonor de Leonor (2º filho) de Dita de Filomena de Olivia de Carolina de Helô de Carmem de Anna de Keyla de Alice de Ritinha de Leopoldina de Maria Vitória de Clara da prima de Juvenal de Eunice de Suzy
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Dentre as 27 cenas analisadas, duas foram exibidas no
3. Análise das Cenas As cenas foram assistidas individualmente inúmeras vezes
horário de 17:30, ambas na Malhação. As novelas do horário de 18h
com atenção para o preenchimento das informações na tabela de cada
foram as que mais tiveram cenas de parto, contabilizando 12 cenas. O
cena. As tabelas com informações de cada cena, acrescidas de
segundo horário com mais cenas de nascimento foi no horário de 21h
imagens de referência para facilitar a visualização e entendimento das
que apresentou 10 cenas no período. As novelas de 19h tiveram
condições de cada parto, foram anexadas no final do trabalho
apenas 2 cenas e as 23h apenas 1 cena foi encontrada.
(ANEXOS). O tempo de análise variou de acordo com o tempo de cena e a riqueza de elementos contidos em cada cena. Ao fim da
Todas as 27 cenas de nascimento retrataram partos normais, com o bebê nascendo por via vaginal.
análise das 27 cenas foi criada uma tabela geral com resultados de algumas categorias temáticas como: tipo de parto, posição da
GRÁFICO 4 Horário das Novelas contendo as cenas de parto
parturiente, local, período histórico, complicações do parto, presença de acompanhante durante o parto, presença do pai do bebê no momento do nascimento e se houve ajuda de profissional de saúde no momento do parto. Após completada essa tabela geral, foi possível visualizar quantitativamente a frequência dos dados dentro do tempo pesquisado.
23h 21h 19h 18h 17:30 0
2
4
6
8
10
12
14
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O PARTO NAS NOVELAS DE ÉPOCA Dentre as novelas contendo as cenas analisadas, 12 partos aconteceram em produções de época. É importante considerar a época
Entre as novelas de época da pesquisa estão: Êta mundo
pois os hábitos e costumes do período influenciam a forma como
bom!, Velho Chico, Novo mundo e Tempo de Amar. A novela Êta
acontece o parto. Dentre as cenas de nascimentos em novelas de
mundo bom! foi ambientada nos anos 40 e é tipicamente rural, com
época, apenas duas aconteceram em ambiente hospitalar. A grande
muitos cenários característicos do interior do Brasil. A história é
maioria (8 cenas) aconteceram em ambiente domiciliar, o que reflete
inspirada no conto ‘Cândido’ do filósofo francês Voltaire. O folhetim
o perfil de nascimento de épocas passadas, quando os nascimentos
mostrou ao longo da história quatro cenas de parto, destas, três
aconteciam predominantemente em casa com a ajuda de parteiras.
aconteceram em ambiente domiciliar, duas na fazenda de Quinzinho e Cunegundes, um lugar pitoresco com animais e árvores, distante da
GRÁFICO 5 - Período histórico das novelas com cenas de
cidade grande. A outra cena aconteceu na fazenda do Barão de Goytacazes, uma casa grande, mas em lugar afastado e rural. A quarta
parto
cena aconteceu em ambiente hospitalar, a parturiente Maria morava na cidade grande e, após ser acusada injustamente de roubo, entrou em trabalho de parto prematuro, com risco de vida para a mãe e bebê, 44% 56%
Novelas que retratam um periodo atual
justificando assim a necessidade de levá-la para receber assistência em ambiente hospitalar.
Novelas de época
A outra novela que possui capítulos em épocas passadas e apresentou cenas de nascimentos foi Velho Chico. O início da trama
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se passa no final da década de 1960, no Nordeste brasileiro, na fictícia
como inseguro, limitado, retrógrado e com sofrimento indesejado. Os
Grotas do São Francisco, cidade marcada pelo coronelismo, que controla
partos mostrados em novelas de época ocorrem normalmente em
a política e a economia da região. Em situação de pobreza extrema,
ambientes rurais e isolados, lugares sem assistência especializada ao
devido à seca, muitas famílias abandonam suas casas para buscar
parto e distantes da cidade grande. Esses traços fazem uma conexão
sobrevivência em outros lugares do país. A primeira cena de parto da
implícita relacionando o nascimento natural a algo primitivo e
novela acontece nesse cenário. Em pleno sertão nordestino, sem água,
antiquado.
sem vizinhança, a personagem Piedade entra em trabalho de parto. Ela
Na novela Tempo de Amar, a história se inicia em Morros
grita e ninguém a escuta, caminha mesmo com dores à procura de
Verdes, cidade fictícia de Portugal, no final da década de 1920; ao
ajuda e encontra Miro (seu esposo) cavando um poço em busca de
longo da narrativa os núcleos de personagens se dividem entre
água. Piedade dá à luz ao relento, deitada no chão, embaixo de uma
Portugal e Rio de Janeiro. No folhetim foram encontradas duas cenas
árvore com galhos secos, em um lugar sem conforto, sob o sol
de parto. O primeiro é o parto de Maria Vitoria que dá à luz deitada
escaldante do sertão. As outras 3 cenas de parto de Velho Chico
na cama, em um convento, com a ajuda das freiras, mas sem a
também se passam em lugares mais afastados, em ambiente
presença de nenhum familiar. O outro é o parto de Eunice que
domiciliar. Duas cenas acontecem na casa do coronel Afrânio, são os
acontece em ambiente hospitalar com ajuda profissional. Em ambos o
dois partos de Leonor (esposa de Afrânio), no segundo parto Leonor
pai do bebê não está presente no momento do parto.
morre após dá à luz ao filho. A quarta cena de velho Chico acontece
A novela Novo Mundo, apesar de ser uma produção que
no último capítulo da novela, quando Olivia sente as contrações e tem
retrata a realidade brasileira no início do Século XIX, entre 1817 e
um parto gemelar domiciliar, sem complicações.
1822, trouxe uma abordagem diferenciada para o momento do parto.
Para STATON (2015) as cenas de parto em novelas de época
A produção aborda o período de estadia e reinado de Dom Pedro I no
ilustram uma tendência dos folhetins em tipificar o nascimento natural
Brasil. Durante a história foram encontradas 3 cenas de partos, todos
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naturais, acontecidos em ambientes domiciliar. O primeiro foi o parto
a ajuda de parteiras ou familiares do sexo feminino. O pai do bebê
de Carmem, neste o nascimento acontece em condições nada
normalmente aguarda do lado de fora do quarto o desfecho do parto.
adequadas. Carmem morava de favor na casa da prima e escondia o
Outra questão a ser levantada é que das 7 cenas com complicações no
fato de estar grávida. Entrou em trabalho de parto na cozinha de casa,
parto, mais da metade acontecem em novelas de época (4) e duas
deitada no chão, em lugar sujo, desconfortável, sem ajuda e após o
resultaram em morte materna.
nascimento do bebê, Carmem morre. Os outros dois nascimentos em Novo Mundo foram o Parto de Anna e de Leopoldina e trouxeram uma abordagem mais diferenciada. No parto de Anna, o pai do bebê (Joaquim) teve um papel fundamental na cena ao ajudar Anna, que estava com dificuldades para dar à luz. Joaquim ajudou Anna colocando-a de cócoras e orientando-a sobre como deveria proceder, fazendo referência a sua vivência com a cultura indígena, por ter presenciado muitos partos das índias. O terceiro nascimento da novela, parto de Leopoldina, também trouxe inovações relacionada a posição de dar à luz e a presença do pai no nascimento em folhetins de época. Leopoldina pariu em pé, amparada por Pedro e Lourdes, ajudante da casa. No nascimento em novelas de época raramente o pai está presente. Das 12 cenas em histórias de época, a maioria segue um padrão com parto domiciliar, com a parturiente deitada na cama e com
No Brasil do século XIX, tradicionalmente, os partos e seus cuidados eram realizados por mulheres popularmente conhecidas como aparadeiras, comadres ou mesmo de parteiras-leigas. Em sua maioria, eram mulheres pertencentes às camadas populares da sociedade. Elas possuíam um saber prático e ajudavam as mulheres durante a gestação, parto e pós-parto. Estas mulheres eram de inteira confiança das famílias da época e costumavam também serem consultadas sobre temas como doenças venéreas, aborto ou mesmo o infanticídio. Em 1808, com a chegada da Corte Portuguesa no Brasil, ocorreu a implantação do ensino oficial de Medicina na Bahia e no Rio de Janeiro. A medicina incorporou essa prática, intitulando-a Arte Obstétrica. Esse processo se deu originalmente na Europa (nos séculos XVII e XVIII) se estendendo depois ao Brasil. Nas escolas de medicina, salvar a vida da mulher era o objetivo fundamental. A cesariana era considerada um crime porque quase sempre era fatal
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para a mulher, o aborto, segundo este autor, deveria ser praticado nos
O parto com fórceps acontece quando há problemas na
casos críticos. Desde 1840, mesmo antes de dominar as técnicas, a
evolução natural do trabalho de parto e é necessária intervenção do
obstetrícia proclamou como se exclusividade médica a prática do
médico para auxiliar no período expulsivo, geralmente em casos de
fórceps e cesariana. (BRENES, 1991).
sofrimento fetal ou exaustão da mãe. Nesses casos, o fórceps é um instrumento que auxilia na saída do bebê, quando está prestes a nascer,
Esse resgate histórico de hábitos e técnicas da época está presente em duas das cenas de parto na novela Êta mundo bom!, nas quais foi necessário o uso do Fórceps devido dificuldades na saída do bebê. No parto de Filomena, a parteira relatou que o bebê estava preso e a mãe apresentava um sangramento abundante, o que a fez desmaiar durante o trabalho de parto. As sequências da cena levam o espectador a pensar que Filomena não resistirá ao parto pois, com o passar do
já baixo demais no canal de parto para fazer uma cesariana e não se pode perder tempo. A opção mais adequada é a utilização do fórceps para preservar a mãe e o bebê e obter um parto mais rápido. Após o fórceps estar ajustado, o médico puxa com ligeira pressão enquanto a mulher faz força para empurrar durante uma contração. Normalmente pratica-se o chamado fórceps de alívio, quando o couro cabeludo do bebê já está visível na vulva. (TABORDA, 2011)
tempo, ela vai ficando pálida e com a pele fria. Após horas de espera durante toda a madrugada, ao amanhecer, o médico chega na casa onde Filomena está e a encontra desfalecida. Ao avaliar a situação, o profissional revela que será necessário o uso do fórceps. Outro ponto positivo que ajudou a solucionar o problema foi a chegada de Candinho, pai do bebê de Filó. Ao ver Candinho, Filó ganha animo e finalmente dá à luz ao bebê. IMAGEM 01 – PARTO COM FÓRCEPS FONTE: http://enfermagemeobstetricia.blogspot.com/2010/01/tipos-de-parto.html
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Desta forma, nesta análise foi possível observar 12 cenas de
momento do nascimento. Na metade dos casos (4 cenas) devido a mãe
nascimentos em novelas de época da Globo transmitidas entre 2015 e
ter sido abandonada e o pai do bebê sequer ter tomado conhecimento
2017. As novelas de época analisadas foram: Novo mundo (história se
do parto. Nas outras 4 cenas em que o pai não estava presente, ele
passa no início do século XIX, entre 1817 a 1822), Tempo de Amar
aguardava do lado de fora do quarto, muitas vezes ansioso por
(década de 1920), Êta Mundo Bom! (década de 1940) e Velho Chico
notícias, mas impedido de entrar por considerarem ser um momento
(final da década de 1960). Os nascimentos nessas novelas acontecem
do universo feminino, sendo adequada apenas a presença de mulheres.
predominantemente em ambiente domiciliar (9), a parturiente normalmente está deitada (8), acomodada sob uma cama (7). As cenas retratam momentos de muito sofrimento, dor e tensão. A maioria das cenas não apresenta ajuda de profissionais (parteiras, enfermeira ou médicos) no momento do parto (7) e o pai raramente está presente (em apenas 4 cenas o pai está presente no momento que a mulher dá à luz). Os partos acontecem normalmente em locais distantes da cidade, em ambiente rural, afastado da área urbanizada. Houve também uma frequência acentuada de complicações (4), 30% dos partos tiveram problemas como morte materna (2) e hemorragia (2). Essas características associadas transmitem uma imagem do parto como um momento, tenso, doloroso, com risco de vida. A presença do pai no parto é rara em novelas de época. Entre
Em contrapartida a grande prevalência do parto em um formato “padronizado”, a novela Novo Mundo trouxe uma abordagem diferenciada com variações no modo de nascer. A novela apresentou dois partos domiciliares com a parturiente em outras posições (de cócoras e em pé), com o pai do bebê presente e atuante em ambas as cenas. No parto de Anna, Joaquim (pai do bebê) tem papel fundamental na evolução do trabalho de parto, utilizando referências do modo de nascer nas tribos indígenas. No parto de Leopoldina, Pedro e Lourdes a ajudam e Leopoldina dá à luz em pé. Estas duas cenas inquietam por trazerem novas possibilidades de nascimento, sem que a mulher precise necessariamente seguir um padrão imposto pelos hábitos massificados de sua época, mas respeitando, sobretudo, as necessidades e instintos do seu próprio corpo.
as cenas analisadas, 60% (8) o pai do bebê não estava presente no
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PARTO HOSPITALAR X DOMICILIAR Entre as 27 cenas analisadas, 12 partos aconteceram em
momento que volta a energia, o bebe nasce, mas não chora.
ambiente hospitalar, 12 em ambiente domiciliar e 3 cenas
Felizmente os policiais chegam no momento e fazem massagem
aconteceram outros lugares, como dentro de um taxi, em um vagão de
cardíaca no Recém-nascido e depois de um tempo, o bebê chora.
metrô ou até mesmo ao relento.
Muitos curiosos se aproximam da janela do vagão e com celulares, filmam a cena. Keyla deu à luz em lugar público, sem privacidade,
Os partos que acontecem em lugares esdrúxulos são
sem presença de nenhum familiar ou amigo, sem ajuda profissional.
normalmente carregados de grande tensão dramática. No caso do parto de Keyla, a adolescente entrou em trabalho de parto dentro de
Já no parto de Ritinha, o trabalho de parto começou em casa e
um vagão de metrô, durante uma queda de energia que paralisou o
Ritinha pegou um taxi que a levaria até a casa de sua mãe. Durante o
trem. Keyla não estava acompanhada de nenhum amigo ou familiar,
trajeto, o trânsito fica paralisado devido um conflito com troca de tiros
mas diante da situação, quatro adolescentes que estavam no mesmo
entre policiais e traficantes. Ritinha grita de dor e Jeiza (policial) a
vagão se disponibilizaram a ajudá-la. As quatro garotas não sabiam
ajuda. Jeiza palpa a barriga de Ritinha e detecta que o bebê está
como proceder e buscaram ajuda na internet. Diante da situação de
invertido, a policial então faz uma manobra para colocar o bebê na
estar em trabalho de parto em um lugar público, Keyla se mostra aflita
posição de nascer. Na cena, o bebê nasce saudável, mas a sequência é
e incomodada com o fato ter que tirar a calcinha diante de pessoas que
carregada de forte tensão dramática. Essa manobra realizada por Jeiza
ela sequer conhecia até aquele dia.
As contrações ficam mais
na barriga de Ritinha, segundo pesquisa realizada por Malacarne
frequentes e Keyla reluta pois não quer deixar que ninguém veja suas
(2018), pode ser chamada de versão cefálica externa (VCE) e é uma
partes intimas, mas Lica, mesmo assim, insiste e olha entre as pernas
técnica com respaldo científico, mas deve ser realizada por obstetras,
de Keyla, constatando que já era possível ver a cabeça do bebê. No
em ambiente hospitalar. A posição ideal do feto no parto é a cefálica,
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que ocorre na maioria dos casos, mas de 3% a 4% dos bebês podem
por tecidos azuis (7). Três cenas de parto hospitalar tiveram
permanecer sentados ou até deitados. Na manobra VCE, o
complicações devido a hemorragia pós-parto, mas nenhuma delas
profissional manipula a barriga da mãe, movimentando o bebê para
resultou em sequelas na mãe ou no bebê. Em uma cena foi necessário
fazê-lo mudar de posição. O procedimento é relativamente simples,
o uso de fórceps e em outra foi realizada episiotomia.
mas, por ter chance de complicações como início prematuro do trabalho de parto, descolamento de placenta, compressão de cordão e até mesmo ruptura uterina, costuma ser feito no hospital. No caso do Parto de Ritinha, a manobra foi feita por uma policial, com a parturiente deitada dentro de um taxi.
Episiotomia é uma incisão efetuada na região do períneo utilizada para ampliar o canal de parto e é geralmente realizada com anestesia local. Esse procedimento é muito realizado em Obstetrícia, mas, embora venha sendo praticada há mais de 200 anos, sua realização é controversa. A episiotomia era anteriormente considerada
Nas cenas que aconteceram em ambiente hospitalar a
pelos obstetras como uma estratégia para proteger o períneo e o feto
parturiente fica predominantemente deitada sobre a cama na sala de
das lesões do parto, porém, gradualmente tem se demonstrado tratar-
parto em posição ginecológica, na qual a mulher fica deitada com as
se de procedimento prejudicial e desnecessário. Atualmente,
pernas abertas e levantadas. Cada perna é colocada em perneiras
considera-se que os riscos de lesão materna superam os possíveis
elevadas que sustentam os membros e facilitam a visualização do
benefícios. Além de não proteger o assoalho pélvico, a episiotomia
períneo pelo obstetra. Apenas uma cena em ambiente hospitalar
aumenta a frequência de dor perineal, dor durante relação sexual,
mostra uma posição diferenciada, foi o caso do parto de Alice em Os
sangramento, laceração do esfíncter anal, lesão retal e incontinência
dias eram assim. Alice deu à luz sentada na cama da Sala de Parto
anal, sem benefícios nas taxas de incontinência urinária ou melhoria
com a ajuda do médico e acompanhada de Vitor (pai do bebê). Nas
dos resultados neonatais. Quando realizada rotineiramente sem
cenas em hospitais com narrativas em período atual, normalmente a
indicação precisa, a episiotomia é uma mutilação genital feminina,
mulher fica monitorizada por aparelhos, com soro na veia e coberta
devendo, portanto, ser evitada. (AMORIM E KATZ, 2008).
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sua opinião e sentimento relacionados as decisões durante parto não são consideradas, nem sequer consultadas. É preciso refletir sobre o papel educativo dos meios de comunicação como ferramenta para levar informação à população. As novelas têm papel fundamental na conscientização do público em relação a muitas questões importantes. Quando no parto a mulher é retratada em situação de submissão e deixada a mercê da decisão profissional, sem que ela tenha poder de IMAGEM 02 – EPISIOTOMIA FONTE: https://casahumanna.com.br/tag/episiotomia/
No parto de Susy, na novela O outro lado do paraíso, Suzy deu à luz no hospital, na Sala de Parto. Próximo ao desfecho do parto, o obstetra acalma Suzy e fala “Calma, tá tudo ótimo. É que a abertura é estreita, mas a gente já alargou um pouco. Já vai nascer”, ao relatar que alargou a passagem o médico se refere a episiotomia. Logo em seguida o bebê nasce. Na cena, o trabalho de parto acontecia sem intercorrências e o procedimento é citado como algo simples e rotineiro e em nenhum momento foi perguntado à parturiente sobre sua opinião em relação a realização da episiotomia. O médico só avisou após já ter sido realizado o corte. Atitudes como essa tornam a mulher um personagem coadjuvante no momento do nascimento, pois
escolha, contribui-se para a medicalização do parto e propagação de procedimentos danosos para a mulher. O respeito às decisões da parturiente, colocando-a como protagonista do processo, é um dos principais pontos de uma assistência humanizada ao parto. Os partos que acontecem em ambiente domiciliar (12) ocorrem em sua maioria em novelas de época (9), nessas cenas a mulher dá à luz normalmente no quarto, com a parturiente deitada na cama. Os únicos que fogem à regra foram os partos de Anna e Leopoldina na novela Novo Mundo. Em quase todos os casos a parturiente é de família simples com baixa renda, acontecem em lugares afastados da cidade, em zonas rurais. Surpreendentemente, apesar do parto ser em casa, a maioria (7) não conta com a presença do pai no momento do nascimento. A maior parte (7) também não
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contou com ajuda profissional durante o parto. Três partos
SANTOS E SILVA, 2008). Diante do modelo vigente, enraizado no
domiciliares resultaram em complicações, destes, dois resultaram em
imaginário coletivo da população e nas condutas dos profissionais, é
morte materna.
necessário incorporar uma prática humanista que se contraponha aos
Os avanços científicos e tecnológicos proporcionaram indiscutíveis benefícios à obstetrícia. Equipamentos e exames permitiram um melhor controle dos riscos materno-fetais. A cirurgia cesariana surgiu como uma alternativa que, em algumas situações
excessos da assistência intervencionista. Nesse contexto, os meios de comunicação têm o papel de informar sobre os direitos e possibilidades da mulher na assistência ao parto, retirando-a do papel de submissão para colocá-la como protagonista do processo.
proporciona uma maior segurança à vida, tanto da mulher como do
Nas cenas analisadas, o parto hospitalar acontece sempre com
bebê. Entretanto, com o advento da tecnologia, muitos procedimentos
ajuda profissional o que transmite segurança para a mulher. O
passaram a ser utilizados sem justificativas obstétricas adequadas,
profissional próximo, consegue atuar rapidamente em caso de
trazendo resultados negativos como: epidemia de cesarianas,
intercorrências, evitando o agravamento das complicações. Já os
mortalidade materna e morbidade perinatal, insatisfação das
partos domiciliares das novelas acontecem normalmente em locais
parturientes e altos custos. O descontentamento com este tipo de
distantes, sem acesso rápido a assistência especializada. A maior parte
assistência vem impulsionando algumas mulheres a buscarem um
dos partos domiciliar aconteceram sem a ajuda de um profissional e
modelo de assistência que respeite o processo de gestar e parir,
resultaram também em uma mortalidade materna maior. As duas
vivenciando um nascimento de forma fisiológica e natural.
cenas que resultaram em morte materna aconteceram em ambiente
Atualmente, as mulheres que optam pelo parto domiciliar planejado
domiciliar. Essa imagem reforça o pensamento coletivo a ideia de que
ainda têm como enfrentamento não só o modelo medicalizado, mas
o parto em casa é inadequado e inseguro. Assim como nas cenas, o
também a sua própria rede familiar e de amigos, que tem este modelo
parto domiciliar era muito comum em épocas passadas, mas com os
institucionalizado como o mais adequado e seguro. (MEDEIROS,
avanços tecnológicos na saúde, gradativamente o parto começou a
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acontecer quase predominantemente em ambiente hospitalar. No entanto, atualmente muitas mulheres que desejam tornar o nascimento mais natural e humanizado, escolhem vivenciar o parto em casa. Mas essa decisão encontra muitas vezes resistência tanto pelos profissionais como por familiares e amigos, pois entra em conflito com ideias arraigadas pela sociedade ao longo do tempo.
IMAGENS CENAS Nº13 E Nº27 – Parto de Filomena (superior) e Parto de Suzy (inferior)
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A PRESENÇA DE ACOMPANHANTE Em meados do Século 20, o sistema de saúde dos países
falta de empatia, o tratamento hostil, a solidão, a dor, o desconforto e
industrializados estabeleceu como regra que os partos deveriam
a preocupação ou a incerteza com o que está acontecendo. (DINIZ et
acontecer em ambiente hospitalar. Pela primeira vez na história, a
al., 2014).
maioria das mulheres começaram a parir sem a presença de qualquer familiar e essa situação se estendeu pelas últimas décadas, quando a presença de acompanhantes era geralmente proibida no parto institucionalizado. No Brasil, essa regra fez parte da formação de médicos e de enfermeiros. Infelizmente, os profissionais de saúde tendem a subestimar a importância da experiência do parto por se concentrarem principalmente nos resultados práticos e sucesso do procedimento. Contudo, é preciso perceber que a experiência do parto é poderosa, com consequências para autoimagem da mulher, sua saúde física e mental, seu relacionamento com o bebê, com o companheiro(a) e até com a família. Para algumas mulheres, o parto é evento empoderador, de êxtase ou até orgástico; embora para outras mulheres a experiência de dar à luz pode ser estressante e dolorosa. Dentre as principais causas de estresse e ansiedade da mulher no parto estão: a falta de familiaridade com os profissionais de saúde, com o
Na década de 1990, um movimento mundial começou a documentar a alta satisfação materna e os benefícios emocionais e de saúde relacionados ao parto que acontecem com a presença e apoio contínuo durante o parto. Vários grupos de estudiosos e ativistas em todo o mundo organizaram pesquisas para observar parturientes com e sem acompanhantes. Esses estudos documentaram muitos resultados positivos para a saúde materna e neonatal com intervenção simples. Após esta constatação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou uma recomendação internacional de que “o apoio contínuo
durante
o
trabalho
tem
benefícios
clinicamente
significativos para as mulheres e crianças e nenhum prejuízo conhecido, e que todas as mulheres devem ter apoio durante o parto e nascimento”. A presença de acompanhante melhora a segurança da mulher no parto, pois estimula sua capacidade para se expressar, o que
ambiente hospitalar e suas rotinas, as dificuldades de comunicação, a 45
pode ser muito importante em casos de complicações graves. (DINIZ et al., 2014).
No Brasil, a Lei de nº 11.108 que entrou em vigor no dia 7 de Abril de 2005 garante às parturientes o direito à presença de acompanhante durante todo o trabalho de parto. Segundo o Artigo 19
O acompanhamento, por um membro da família ou por uma doula pode incluir o apoio emocional, a transmissão de informações sobre o progresso do parto, técnicas para lidar com o momento, medidas de conforto como massagem, banho quente, ajuda para ir ao
da referida lei, os serviços de saúde são obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de um acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato; e este acompanhante deverá ser indicado pela parturiente.
banheiro, entre outros. As teorias que exploram os efeitos do apoio contínuo sobre os resultados do parto sugerem que este apoio otimiza
De todas as cenas analisadas, em quase todas a parturiente está
a fisiologia do parto e os sentimentos competência e controle da
acompanhada de algum familiar ou amigo que lhe dá apoio e consolo
mulher, reduzindo a necessidade de intervenções médicas. A pesquisa
do momento do parto. Entretanto, é preciso destacar algumas cenas
mais recente sobre o apoio contínuo no parto foi publicada em 2011,
em que a presença de acompanhante é negada. Na novela I Love
e revela que as mulheres que tiveram o apoio de acompanhantes eram
Paraisópolis, Margot entrou em trabalho de parto e foi levada para o
mais propensas a ter parto vaginal espontâneo e menos propensas a
hospital. Ao ser encaminhada para a sala de parto, Grego (que a
relatar insatisfação; o trabalho de parto era mais curto, com menor
acompanhava), foi impedido de entrar. Em nenhum momento foi
probabilidade de cesarianas ou parto vaginal instrumental. As análises
perguntado a Margot se ela queria que alguém entrasse com ela.
mostraram também que o apoio contínuo foi mais eficaz quando feito
Margot deu à luz sem intercorrências e na sala com ela estava apenas
por alguém que não fazia parte da equipe do hospital. A presença de
a equipe médica. O mesmo aconteceu no parto de Maria, na novela
acompanhante pode ser considerada um indicador de segurança, de
Êta mundo bom!, Maria entra em trabalho de parto prematuro e dá a
qualidade do atendimento e de respeito pelos direitos das mulheres na
luz na sala de parto de um hospital, sem a presença de nenhum familiar
assistência ao parto. (DINIZ et al., 2014).
ou amigo ao seu lado. Em ambos os casos, as parturientes tinham
46
acompanhantes no hospital aguardando ansiosos por notícias na sala de espera. Em nenhum momento foi questionado pela parturiente ou pelos familiares o motivo de não ser permitida a entrada de acompanhante na sala de parto. A banalização dessa questão em uma novela, em horário com grande audiência, pode levar o telespectador a pensar que o “normal” é que a mulher passe pelo momento do parto sem apoio contínuo de algum familiar ou amigo. A propagação dessa ideia pode provocar prejuízos emocionais para a mãe e consequentemente, para o bebê.
IMAGENS CENA Nº 07 – Parto de Maria.
Uma outra cena em que essa questão foi levantada foi no parto de Ciça, na novela Malhação. Ciça não tinha uma boa relação com o sogro Miguel e estavam apenas os dois em casa quando Ciça entra em trabalho de parto. Miguel leva Ciça para o hospital e enquanto aguardam o anestesista no apartamento, Ciça pede para Miguel: “Miguel, se o Rodrigo não chegar a tempo, você entra na sala de parto comigo? Eu não quero ficar sozinha lá”. O sogro tenta negar alegando que não se sente bem e não pode ver sangue, mas Ciça insiste: “Miguel, se não fosse importante pra mim eu não tava te pedindo”. Na cena ficou bem clara a importância que o acompanhante IMAGENS CENA Nº 03 – Parto de Margot.
teria para Ciça no momento do parto.
47
A POSIÇÃO DE DAR À LUZ Todas as 27 cenas de parto analisadas retratam partos normais
seguintes, seu uso estendeu-se para o trabalho de parto. A
cujos bebês nascem por via vaginal, a maior parte das personagens
incorporação desta posição no processo de parturição foi acentuada,
dão à luz deitadas em posição ginecológica e assumem uma postura
especialmente com a adesão ao parto hospitalar, quando houve um
estática durante todo o trabalho de parto. As únicas cenas que fogem
aumento no número de hospitais maternidades, em que as mulheres
à regra e as personagens se movimentam durante o trabalho de parto,
eram admitidas em trabalho de parto e colocadas em posição
são nos partos de Leopoldina e Anna, na novela Novo Mundo.
ginecológica, permanecendo deitadas durante todo o processo. O
Leopoldina sentia as dores e caminhava pela casa durante as
fortalecimento de tal prática se deu à medida que se multiplicaram as
contrações, resultando em um parto em pé. Já Anna estava grande
intervenções obstétricas como: monitoramento eletrônico materno e
parte do tempo deitada e com dificuldades para dar à luz. O trabalho
fetal, infusão de medicamentos e anestesia peridural. Tais
de parto só se concretizou quando Joaquim (pai do bebê) entrou no
procedimentos exigiam as mulheres deitadas e estáticas durante o
quarto e reconduziu o processo, estimulando Anna a colocar-se de
trabalho de parto. Contudo, as sociedades sem influência das práticas
cócoras. Em posição ereta, o parto de Anna evoluiu mais rapidamente.
ocidentais ainda adotam, prioritariamente, posturas eretas durante
A obstetrícia ocidental teve suas raízes na Europa, no século XVII, quando as mulheres foram encorajadas a adotar postura em decúbito dorsal. Esta posição ficou conhecida como posição francesa. Já na Inglaterra era comum a postura deitada em decúbito lateral, conhecida como posição inglesa. Originalmente, a postura deitada era indicada somente no momento do parto, mas ao longo dos três séculos
parto, podendo ser: sentadas, ajoelhadas, agachadas, de cócoras, andando e com a liberdade de mudar sua posição durante as contrações. Desde o final do século XVII, há relatos da importância da posição ereta durante o trabalho de parto, por perceberem que a posição horizontal prejudicava a evolução do trabalho de parto. Mas apesar de todas as evidências, por muito tempo tem predominado a
48
conveniência da posição dorsal da mulher no momento do parto.
sobre o trajeto e descida fetal é favorecida pela posição ereta da
(MAMEDE, MAMEDE E DOTTO, 2007)
parturiente no trabalho de parto, impedindo a compressão dos grandes
Somente a partir da década de 1980 retornaram as discussões acerca das desvantagens da posição dorsal no trabalho de parto, bem como as vantagens da mobilidade da mãe e da postura ereta nesse processo. Inúmeras pesquisas têm demonstrado a importância da posição materna na evolução do parto, especialmente nos períodos de dilatação e parto, impactando no bem-estar da mãe e trazendo efeitos para o feto. Todavia, apesar das evidências concretas das vantagens da postura ereta e da mobilidade materna durante o trabalho de parto e parto, as ideias preconcebidas e os costumes continuaram a
vasos maternos, aumentando os diâmetros do canal de parto, melhorando o ângulo de encaixe, a ventilação pulmonar, além de tornar as contrações uterinas mais eficientes. Diante das vantagens, a posição vertical assumida pela parturiente tem ganhado destaque na assistência ao parto humanizado. Estudos mostram que a posição vertical produz melhor efeito na progressão do trabalho de parto, devido à melhor circulação uterina e obtêm os melhores resultados tanto durante o período de dilatação como no expulsivo. (MAMEDE, MAMEDE E DOTTO, 2007).
prevalecer, com predomínio da posição dorsal, independente do
Os efeitos positivos da posição ereta da mulher no parto
desejo da mulher. Fisiologicamente, é melhor para a mãe e para o feto
ficaram evidentes no parto de Anna, na novela Novo Mundo. Ao
quando a mulher se mantém em movimento durante o trabalho de
colocar Anna de cócoras, Joaquim faz referência à cultura indígena.
parto, pois o útero contrai-se de modo mais eficaz, o fluxo sanguíneo
A novela se passa no Brasil do início do século XIX e Joaquim
que chega ao bebê através da placenta é mais abundante, o trabalho
conviveu um tempo com os índios da época, quando foi possível
de parto se torna mais curto, e a dor é menor. A ação da gravidade
presenciar a forma que as índias davam à luz.
49
IMAGEM CENA Nº 18 – Parto de Anna e representação de parto indígena à direita.
50
“NÃO VAI DAR TEMPO” Umas das frases mais faladas quando as personagens entram
As novelas criam em sua narrativa uma conexão implícita
em trabalho de parto nas cenas é essa: “não vai dar tempo”. Uma
entre a ficção e a realidade. Através da criação de personagens
mistura de ansiedade e medo fazem com as mulheres fiquem
legíveis, ambientados em locais reconhecíveis pelo público, a
temerosas de que o parto aconteça muito rápido e não tenha tempo de
verossimilhança do enredo é não somente realista, mas ela também
chegar no hospital ou de buscar ajuda. De fato, os partos da ficção
torna-se mítica. O mito moderno é criado através de uma linguagem
normalmente acontecem de forma muito rápida, o que reforça o mito
ideológica naturalizada pelo sentido comum. No caso da telenovela, a
de que não há tempo para buscar auxilio profissional. Foi o que
estética realista funciona como afirmação legitimadora em que a
aconteceu no parto de Carolina, na novela Sol Nascente. Carolina
verossimilhança da ficção que supostamente retrata a vida “tal como
estava conversando na recepção da pousada quando começa a sentir
ela é”. O código estético realista ajuda a promover maior legitimidade
as contrações. A mãe de Carolina corre para pegar as chaves do carro
e intensidade dramática ao enredo novelístico. Esses modelos de
e levá-la ao hospital quando um médico presente diz que não dará
realismo estético possuem alto poder de persuasão pois apresentam
tempo e ela deve ser levada para um quarto, pois o bebê já irá nascer.
retratos de realidade como se fossem a realidade em si e para tanto,
A
forma
turvam as demarcações entre ficção e fato. Alguns filmes apostam em
surpreendentemente rápida e Carolina dá à luz, sem intercorrências.
estratégias de choque para mobilizar o espectador e tirá-lo de sua zona
Essa abordagem em novelas reforça a crença popular de que não há
de conforto. Este “choque do real” é um recurso estético que visa
tempo de deslocar-se para o hospital e pode fazer com que a mulher
incentivar a catarse e a intensidade. (JAGUARIBE, 2014). A partir
tome decisões impensadas, movidas pelo medo e ansiedade.
dessa experiência realística, capaz de despertar sentimentos e
evolução
do
trabalho
de
parto
acontece
de
emoções, o telespectador é levado a acreditar e considerar o conteúdo
51
ficcional como verdades estabelecidas, promovendo a criação de “mitos”. Segundo pesquisa realizada por Staton (2015), o estereotipo do nascimento inesperado e mal assistido é comum nas representações de parto da rede Globo.
A autora cita que essa abordagem
melodramática foi alvo de sátira pela própria TV Globo que divulgou um vídeo com “os partos da ficção”, nele o narrador cita uma serie de locais absurdos em que as personagens deram à luz. Para Staton, o número de cenas que retratam o nascimento de forma repentina, inesperada, não planejada e perigosa transmitem uma sensação de medo e descontrole aos telespectadores. Essa imagem de parto normal
IMAGENS CENA Nº 15 – Sol Nascente: Parto de Carolina
como algo fora do controle fortalece a ideia de que “não vai dar tempo” chegar no hospital, que se estabelecem no imaginário coletivo como uma “verdade” mítica.
52
PRIVACIDADE, CONFORTO E SEGURANÇA Um dos pontos que não pode ser deixado de lado no momento
de parto em um lugar público (vagão de metrô) e mostrou-se muito
de dar à luz é necessidade de prover a mulher de um local confortável,
desconfortável com o fato de ter que tirar a calcinha e expor suas
seguro e privativo, onde ela possa sentir-se tranquila para concentrar-
partes íntimas para pessoas que ela sequer conhecia previamente.
se no trabalho de parto. A maioria das cenas de partos nas novelas
Após o nascimento do bebê, surgiram muitos curiosos no local com
acontecem em lugares privativos e seguros como no quarto de sua
celulares, filmando e fotografando a cena. Rapidamente, muitas
residência e na sala de parto do hospital. No entanto, em algumas
pessoas em vários lugares, visualizaram o vídeo de Keyla após o
cenas, nos partos domiciliares é possível observar uma movimentação
parto, inclusive o próprio pai do bebê.
muito exagerada de pessoas dentro do quarto onde a personagem está em trabalho de parto. Foi o que aconteceu no parto de Filomena, na novela Êta mundo bom!. Devido a tensão e demora no trabalho de parto, vários integrantes da família começam a entrar a todo momento no quarto, foi possível perceber pelo menos 10 personagens que apareceram no momento da cena, durante o parto de Filomena. O parto é um momento íntimo e a mulher deve ser sempre consultada sobre as pessoas que ela deseja que estejam presentes, para que ela se sinta confortável.
A era das mídias digitais, apesar de trazer grandes benefícios a comunicação, também tem provocado uma constante fragilidade da privacidade. As pessoas cada vez mais trocam dados por meio eletrônico, as relações humanas se tornam cada vez mais interativas através dos dispositivos móveis, mas também cada vez mais vulneráveis aos ataques na esfera da privacidade. O brasileiro, de forma geral, tem um perfil exibicionista, mas ainda conhece pouco sobre a vulnerabilidade do excesso de exposição, assim como em relação aos excessos em relação a invasão da privacidade alheia. A
No parto de Keyla (Malhação) também foi um momento tenso
falsa percepção de anonimato trazida pela tecnologia faz com que
devido à falta de privacidade da parturiente. Keyla entrou em trabalho
internautas cometam infrações ao expor conteúdos inapropriados e
53
sem autorização prévia. É necessário refletir sobre a potencialidade
americana Lauren Archer criar um abaixo-assinado que reuniu mais
dos danos cometidos contra a imagem de uma pessoa, pois qualquer
de 23 mil assinaturas. Lauren teve uma foto de seu parto publicada
deslize pode ter repercussão global em pouco tempo, fazendo com que
com seu consentimento no Instagram da doula Katie Vigos, em abril
o desgaste possa ser bem maior que o próprio fato. Quanto mais
de 2017, a imagem recebeu várias denúncias, foi considerada como
avança a tecnologia, mais é afetada a privacidade individual.
um conteúdo ofensivo e banida pelo Instagram. A doula Katie também
Felizmente, a prática de divulgações ilícitas vem sendo cada vez mais
demonstrou indignação ao falar com o jornal “The Guardian”: “Esta
desvendados e punidos pela Justiça Brasileira e com o tempo, espera-
censura envia uma mensagem para as mulheres de que o seu poder
se que essas práticas sejam coibidas para evitar abusos contra a
para dar à luz é ofensivo e obsceno, e deve ser escondido. Como mãe
imagem e reputação de cada indivíduo. (ATHENIENSE, 2010). É
ou gestante, ver fotos cruas da força de seu corpo é extremamente
verdade que o parto é um evento capaz de causar comoção e
poderoso. Nascimento é assustador, mas só porque a nossa sociedade
curiosidade em muitas pessoas. No entanto, é preciso refletir sobre o
o encobriu em mistério e vergonha. Permitir fotos sem censura afasta
respeito a privacidade da mulher, dando a parturiente o direito de
essa cortina”. O abaixo-assinado surtiu efeito e tanto o Instagram
decidir quem ela quer que a acompanhe no momento de dar à luz e o
como o Facebook passaram a autorizar a exibição de imagens de parto
que ela autoriza que seja divulgado. O parto é um momento íntimo e
nas redes. Para a doula essa foi uma mudança revolucionária que afeta
a exposição indiscriminada de imagens, sem autorização prévia da
a visão do parto para o mundo: “Juntos, parimos uma grande
mulher, não deve acontecer.
mudança na consciência coletiva, e agora estamos livres para
Por outro lado, até o início de 2018, as imagens de parto eram consideradas ofensivas e banidas pelo Facebook e Instagram. Mesmo com autorização da mulher, as redes não apoiavam a divulgação de
compartilhar o nascimento sem censura em sua plena expressão de glória em duas das maiores plataformas online do mundo”, disse Katie. (IG Delas, 2018).
imagens do parto. No entanto, essa realidade mudou após a norte-
54
Por muito tempo a representação melodramática do parto dominou o imaginário feminino e arraigou conceitos, medos e preconceitos. Enquanto o modelo dramático dos partos da ficção foi difundido indiscriminadamente, a imagem do parto real era escondida por ser considerada ofensiva e obscena. Felizmente, já é possível vislumbrar mudanças, mas é ainda distante a ampliação de uma visão humana do nascimento para a grande maioria da população brasileira.
IMAGEM CENA Nº 19 – Malhação: Parto de Keyla.
55
AS COMPLICAÇÕES NO PARTO No total de cenas analisadas, 7 partos apresentaram algum tipo
elemento-chave do gênero telenovela. Contudo, as novelas têm
de complicação revelada que poderia atrapalhar o trabalho de parto e
constantemente aproveitado o potencial melodramático do parto
oferecer riscos a mãe e ao bebê. Duas cenas terminaram com morte
natural, retratando como um evento negativo e doloroso, enquanto as
materna, no segundo Parto de Leonor (Velho Chico) e no Parto de
cesarianas são representadas como uma experiência positiva e
Carmem (Novo Mundo). Em ambas não foi justificado o motivo do
controlada, apesar das evidencias de que este procedimento também
falecimento das mães e os bebês nasceram saudáveis. Em 4 cenas as
pode resultar em complicações graves para a mulher.
personagens apresentaram hemorragia durante ou após o parto, foi o
considerando os impactos das mensagens das telenovelas sobre a
caso dos partos de Ciça (Malhação), parto de Maria (Êta mundo
sociedade brasileira e como as percepções das mulheres sobre o parto
bom!), parto de Filomena (Êta mundo bom!) e no parto de Clara (O
são baseadas na imagem transmitida pelas novelas, os conceitos em
outro lado do Paraiso). Em todos os casos de hemorragia, houve
torno do nascimento em novelas têm um papel importante na atual
ajuda profissional que contornou a intercorrência e não houve
tendência da assistência obstétrica no Brasil. (STATON, 2015).
Assim,
sequelas para a mãe ou para o bebê. A única cena em que houve complicações para o recém-nascido, foi no parto de Keyla. O bebê de Keyla não chorou ao nascer e foi necessário realizar massagem cardíaca. A existência de complicações durante o parto das personagens ajuda a transmitir um retrato traumático do nascimento. É fato que o conflito e a dor são incrivelmente úteis na criação do melodrama, um
IMAGEM DA CENA Nº 11 – Velho Chico: Leonor dá à luz (2º filho), mas não resiste ao parto.
56
A AJUDA PROFISSIONAL A ajuda profissional é de extrema importância para que a
massagem cardíaca no bebê. Não é raro encontrar notícias nos jornais
mulher se sinta segura no momento do parto. Entre as 27 cenas
relatando partos realizados por policiais. Segundo matéria publicada
analisadas, em dez não houve ajuda de profissional de saúde
pelo portal R7 da emissora Record (11/04/2016), vem sendo
especializado como: parteiras, doulas, enfermeiros ou médicos. A
necessário treinar os policiais para socorrer grávidas e realizar partos
maioria dos partos sem acompanhamento de profissionais aconteceu
emergenciais. Apesar de não serem profissionais da área de saúde, a
em novelas de época (7), em um tempo que os profissionais eram
polícia pode ajudar as mulheres no transporte para hospitais
escassos e muitas casas localizadas em lugares afastados de difícil
maternidade e, quando não há tempo, o parto acaba sendo realizado
acesso. O fato de quase 40% das cenas acontecer sem ajuda
pelos próprios policiais. Mas apesar de ser válida a ajuda da polícia, o
profissional, já transmite um temor e uma tensão no espectador devido
ideal é que a gestante seja atendida por profissional de saúde
ao medo de complicações que levem à morte da personagem, sem que
especializado. Por esse motivo, a Rede Cegonha, implementada pelo
tenha ninguém presente capaz de salvá-la.
Ministério da Saúde através da portaria nº 1.459, (2011), prevê a
Em duas cenas que não houve presença de profissional de saúde, a ajuda de policiais foi de muita importância para o desfecho do parto. O primeiro foi no parto de Ritinha, que deu à luz em um táxi com a ajuda da policial Jeiza, em meio a um tiroteio. O outro caso foi no parto de Keyla, nessa cena os policiais chegaram após o bebê ter nascido, mas o recém-nascido não chorou e o policial teve papel importante ao realizar manobra de ressuscitação, realizando
criação dos SAMU Cegonha, cujas ambulâncias devem ser devidamente equipadas com incubadoras e ventiladores neonatais. A medida visa, nas situações de urgência, a promoção do acesso ao transporte seguro para as gestantes, puérperas e recém-nascidos de alto risco. (BRASIL, 2011). No entanto, mesmo com 8 anos da portaria, esse serviço ainda não está amplamente difundido no Brasil, fazendo com que as gestantes em situação de emergência e sem ajuda especializada, tenham que acionar outros serviços de apoio. 57
TABELA 03: TABELA DE RESULTADOS COM DADOS DAS NOVELAS DA GLOBO ENTRE 2015 E 2017 Z
NOVELA
NOME DA CENA
HR
ÉPOCA
TIPO DE PARTO
POSIÇÃO
LOCAL
ACOMP.
COMPLICAÇÕES
PAI
AJUDA PROF.
1
Sete Vidas
Parto de Thais
18
Atual
Normal
Deitada
Hospital
Sim
-
SIM
Sim
2
Sete Vidas
Parto de Diana
18
Atual
Normal
Deitada
Hospital
Sim
-
Não
Sim
3
I Love Paraisópolis
Parto de Margot
19
Atual
Normal
Deitada
Hospital
Não
-
Ausente
Sim
4
I Love Paraisópolis
Parto de Danda
19
Atual
Normal
Deitada
Hospital
Sim
-
SIM
Sim
5
Malhação
Parto de Ciça
17
Atual
Normal
Deitada
Hospital
Sim
Hemorragia /atonia uterina
Ausente
Sim
6
Êta mundo bom!
Parto de Anastácia
18
Déc.40
Normal
Deitada
Casa/Quarto
Sim
-
Ausente
Não
Parto prematuro / Hemorragia Ausente
Sim
7
Êta mundo bom
Parto de Maria
18
Déc.40
Normal c/ Fórceps
Deitada
Hospital
Não
8
A Regra do Jogo
Parto de Domingas
21
Atual
Normal
Deitada
Hospital
Sim
-
SIM
Sim
9
Velho Chico
Parto de Piedade
21
Déc.60
Normal
Deitada
Ao relento
Sim
-
SIM
Não
10
Velho Chico
Parto de Leonor
21
Déc.60
Normal
Deitada
Casa/Quarto
Sim
-
Ausente
Não
11
Velho Chico
Parto de Leonor
21
Déc.60
Normal
Não exibido
Casa/Quarto
Não
Morte mãe
Ausente
Sim
12
Êta mundo bom
Parto de Dita
18
Déc.40
Normal
Deitada
Casa/Quarto
Sim
-
Ausente
Sim
13
Êta mundo bom
Parto de Filomena
18
Déc.40
Normal c/Fórceps
Deitada
Casa/Quarto
Sim
Bebê “preso”+ Hemorragia
SIM
Sim
14
Velho Chico
Parto de Olivia
21
Atual
Normal Gemelar
Deitada
Casa/Quarto
Sim
-
SIM
Não
15
Sol Nascente
Parto de Carolina
18
Atual
Normal
Deitada
Casa/ Quarto
Sim
-
Ausente
Sim
16
A lei do amor
Parto de Helô
21
Atual
Normal
Deitada
Hospital
Sim
-
SIM
Sim
17
Novo Mundo
Parto de Carmem
18
Séc.XIX
Normal
Deitada
Casa/Cozinha
Não
Morte mãe
Ausente
Não
18
Novo Mundo
Parto de Anna
18
Séc.XIX
Normal
De Cócoras
Casa/Quarto
Sim
-
SIM
Não
19
Malhação
Parto de Keyla
17
Atual
Normal
Deitada
Vagão de Metrô
Sim
RN não chorou -
Ausente
Não
20
Os dias era assim
Parto de Alice
23
Atual
Normal
Sentada
Hospital
Sim
-
SIM
Sim
21
A força do querer
Parto de Ritinha
21
Atual
Normal
Deitada
Dentro do Taxi
Sim
Bebê invertido
Ausente
Não
22
Novo Mundo
Parto de Leopoldina
18
Séc.XIX
Normal
Em pé
Casa/Sala
Sim
-
SIM
Não
23
Tempo de Amar
Parto de Mª Vitória
18
Déc.20
Normal
Deitada
Convento/Quarto
Sim
-
Ausente
Não
24
O outro Lado do Paraiso
Parto de Clara
21
Atual
Normal
Deitada
Hospital
Sim
Hemorragia pós-parto
SIM
Sim
25
O outro lado do Paraiso
Parto prima de Juvenal
21
Atual
Normal
Deitada
Casa/Quarto
Sim
-
Ausente
Sim
26
Tempo de Amar
Parto de Eunice
18
Déc.20
Normal
Deitada
Hospital
Não
-
Ausente
Sim
27
O outro Lado do Paraiso
Parto de Suzy
21
Atual
Normal c/ Episiotomia
Deitada
Hospital
Sim
-
SIM
Sim
massagem cardíaca
58
CONCLUSÃO
4 CONCLUSÃO No Brasil, a televisão tem um amplo alcance e forte impacto no comportamento dos brasileiros. Segundo a Pnad 2013, 96,9% dos lares brasileiros têm, pelo menos, um aparelho de televisão em casa e a TV aberta chega a 72% dos domicílios brasileiros. (CABRAL, 2016). As novelas da Globo estão entre os programas de maior audiência da emissora e os conceitos transmitidos na narrativa tem alto poder de persuasão entre os telespectadores. Ao longo dessa pesquisa foi possível observar que o impacto das telenovelas da Globo atravessa diversos aspectos da vida cotidiana. Cada nova novela lançada tem um alto potencial de divulgação, disseminação ou até massificação de alguns estilos e é capaz de ditar novos modismos, linguagens e hábitos que influenciam o padrão de consumo do público que assiste. (COAN, 2009).
pesquisa foi possível observar alguns conceitos presentes na abordagem do parto nas novelas da Globo. Foram analisadas 27 cenas, todas retrataram partos normais, com o bebê nascendo por via vaginal. O que já revela uma mudança em relação a pesquisa desenvolvida por Claire Staton (2015) pela Universidade de Princeton que avaliou os partos das novelas transmitidas entre 1990 e 2014 e revelou que as cenas mostravam uma imagem dicotômica entre nascimento natural versus cesariana. Segundo o estudo, as cenas do parto cesariano, o retratam como um processo relaxado e rápido, onde há uma relação de confiança entre a mulher que dá à luz e o médico, num hospital ao lado de um profissional competente com toda a tecnologia e assistência necessária; associando a cesariana com a modernidade, civilização e
Esta relação entre as novelas e mundo real reforça a ideia de
controle, enquanto o parto natural é retratado como um evento
que comunicação e consumo caminhando juntos e estabelecem uma
doloroso, traumático, e primitivo com possíveis complicações
conexão entre ficção e realidade. As telenovelas representam uma
traumáticas que necessitam uma cesariana de emergência. Das oitenta
ferramenta de transmissão de valores para o público. Ao longo desta 59
e sete cenas analisadas por STATON (2015), setenta e três ilustraram o nascimento natural e quatorze cesarianas.
Dentre as novelas contendo as cenas analisadas, 12 partos aconteceram em produções de época (Êta mundo bom!, Velho Chico,
Já no atual estudo não foi encontrado nenhuma representação
Novo mundo e Tempo de Amar). Dentre as cenas de nascimentos em
de parto cesariano, mas em algumas cenas foram encontrados
novelas de época, apenas duas aconteceram em ambiente hospitalar.
conceitos que minimizam o valor do parto normal. Como foi o caso
A grande maioria (8 cenas) aconteceram em ambiente domiciliar, com
do Parto de Ciça, na Malhação. O sogro Miguel a leva para o hospital
a parturiente deitada na cama recebendo a ajuda de parteiras ou
e enquanto aguardam o médico no apartamento, Miguel fala para
familiares do sexo feminino. Outra questão a ser levantada é que das
Ciça: “Eu não entendo porque é que você insiste nessa história de
7 cenas com complicações no parto, mais da metade acontecem em
parto normal. Ciça, isso atrapalha tanto. Isso piora toda a situação.
novelas de época (4) e duas resultaram em morte materna. Houve
Aliás, hoje em dia, no tempo que a gente tem, cheio de compromisso,
também uma frequência acentuada de complicações (4), 30% dos
cheio de hora marcada. Porque é que os médicos ainda insistem em
partos tiveram problemas como morte materna (2) e hemorragia (2).
aceitar parto normal. Eu não entendo, sinceramente.”. Ciça já havia
Essas características associadas transmitem uma imagem do parto
decidido que gostaria que seu filho nascesse por um parto normal e a
como um momento, tenso, doloroso, com risco de vida.
fala de Miguel traz uma série de preconceitos e ideias erradas. Para completar, Ciça tem complicações no parto com hemorragia grave causada por atonia uterina. Fortalecendo ainda mais os conceitos de Miguel sobre o parto normal. Na grande maioria das cenas o parto é retratado de forma muito dramática, com a mulher sentindo muitas dores e transmitindo a sensação de medo e ansiedade.
A presença do pai no parto é rara em novelas de época. Entre as cenas analisadas, 60% (8) o pai do bebê não estava presente no momento do nascimento. Na metade dos casos (4 cenas) devido a mãe ter sido abandonada e o pai do bebê sequer ter tomado conhecimento do parto. Nas outras 4 cenas em que o pai não estava presente, ele aguardava do lado de fora do quarto, muitas vezes ansioso por
60
notícias, mas impedido de entrar por considerarem ser um momento
Os partos que acontecem em ambiente domiciliar (12)
do universo feminino, sendo adequada apenas a presença de mulheres.
ocorrem em sua maioria em novelas de época (9), nessas cenas a mulher dá à luz normalmente no quarto, com a parturiente deitada na
Entre as cenas analisadas, 12 partos aconteceram em ambiente hospitalar, 12 em ambiente domiciliar e 3 cenas aconteceram outros lugares, como dentro de um taxi, em um vagão de metrô ou até mesmo ao relento. Nas cenas que aconteceram em ambiente hospitalar a parturiente fica predominantemente deitada sobre a cama na sala de parto em posição ginecológica, na qual a mulher fica deitada com as pernas abertas e levantadas, facilitando a visualização do períneo pelo obstetra. Apenas uma cena em ambiente hospitalar mostra uma posição diferenciada, foi o caso do parto de Alice em Os dias eram assim. Alice deu à luz sentada na cama da Sala de Parto com a ajuda do médico e acompanhada de Vitor (pai do bebê). Nas cenas em
cama. Em quase todos os casos a parturiente é de família simples com baixa renda, acontecem em lugares afastados da cidade, em zonas rurais. Surpreendentemente, apesar do parto ser em casa, a maioria (7) não conta com a presença do pai no momento do nascimento. A maior parte (7) também não contou com ajuda profissional durante o parto. Três partos domiciliares resultaram em complicações, destes, dois resultaram em morte materna. Desta forma, o parto domiciliar acaba sendo realizado em sua maioria por mulheres de baixa renda que dão à luz sem ajuda profissional. Enquanto as cenas de parto hospitalar acontecem sempre com ajuda profissional o que transmite segurança para a mulher.
hospitais com narrativas em período atual, normalmente a mulher fica monitorizada por aparelhos, com soro na veia e coberta por tecidos
Em quase todas a parturiente está acompanhada de algum
campos cirúrgicos (7). Três cenas de parto hospitalar tiveram
familiar ou amigo que lhe dá apoio e consolo do momento do parto.
complicações devido a hemorragia pós-parto, mas nenhuma delas
Entretanto, é preciso destacar algumas cenas em que a presença de
resultou em sequelas na mãe ou no bebê. Em uma cena foi necessário
acompanhante é negada. No parto de Margot em I Love Paraisópolis,
o uso de fórceps e em outra foi realizada episiotomia.
e no parto de Maria, em Êta mundo bom!, Em ambos os casos, as parturientes tinham acompanhantes no hospital aguardando ansiosos
61
por notícias na sala de espera. Em nenhum momento foi questionado
Umas das frases mais faladas quando as personagens entram
pela parturiente ou pelos familiares o motivo de não ser permitida a
em trabalho de parto nas cenas é essa: “não vai dar tempo”. Uma
entrada de acompanhante na sala de parto. A banalização dessa
mistura de ansiedade e medo fazem com as mulheres fiquem
questão em uma novela, em horário com grande audiência, pode levar
temerosas de que o parto aconteça muito rápido e não tenha tempo de
o telespectador a pensar que o “normal” é que a mulher passe pelo
chegar no hospital ou de buscar ajuda. De fato, os partos da ficção
momento do parto sem apoio contínuo de algum familiar ou amigo. A
normalmente acontecem de forma muito rápida, o que reforça o mito
propagação dessa ideia pode provocar prejuízos emocionais para a
de que não há tempo para buscar auxilio profissional.
mãe e consequentemente, para o bebê. Um dos pontos que não pode ser deixado de lado no momento A maior parte das personagens dão à luz deitadas em posição
de dar à luz é necessidade de prover a mulher de um local confortável,
ginecológica e assumem uma postura estática durante todo o trabalho
seguro e privativo, onde ela possa sentir-se tranquila para concentrar-
de parto. As únicas cenas que fogem à regra e as personagens se
se no trabalho de parto. A maioria das cenas de partos nas novelas
movimentam durante o trabalho de parto, são nos partos de
acontecem em lugares privativos e seguros como no quarto de sua
Leopoldina e Anna, na novela Novo Mundo. Leopoldina sentia as
residência e na sala de parto do hospital. No entanto, em algumas
dores e caminhava pela casa durante as contrações, resultando em um
cenas, nos partos domiciliares é possível observar uma movimentação
parto em pé. Já Anna estava grande parte do tempo deitada e com
muito exagerada de pessoas dentro do quarto onde a personagem está
dificuldades para dar à luz. O trabalho de parto só se concretizou
em trabalho de parto.
quando Joaquim (pai do bebê) entrou no quarto e reconduziu o processo, estimulando Anna a colocar-se de cócoras. Em posição ereta, o parto de Anna evoluiu mais rapidamente.
Do total, foram identificados sete partos que apresentaram algum tipo de complicação. Duas cenas terminaram com morte materna, no segundo Parto de Leonor (Velho Chico) e no Parto de
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Carmem (Novo Mundo). Em 4 cenas as personagens apresentaram
A ajuda profissional é de extrema importância para que a
hemorragia durante ou após o parto, foi o caso dos partos de Ciça
mulher se sinta segura no momento do parto. Entre as 27 cenas
(Malhação), parto de Maria (Êta mundo bom!), parto de Filomena (Êta
analisadas, em dez não houve ajuda de profissional de saúde
mundo bom!) e no parto de Clara (O outro lado do Paraiso). Em todos
especializado como: parteiras, doulas, enfermeiros ou médicos. A
os casos de hemorragia, houve ajuda profissional que contornou a
maioria dos partos sem acompanhamento de profissionais aconteceu
intercorrência e não houve sequelas para a mãe ou para o bebê. A
em novelas de época (7), em um tempo que os profissionais eram
única cena em que houve complicações para o recém-nascido, foi no
escassos e muitas casas localizadas em lugares afastados de difícil
parto de Keyla. O bebê de Keyla não chorou ao nascer e foi necessário
acesso. O fato de quase 40% das cenas acontecer sem ajuda
realizar massagem cardíaca.
profissional, já transmite um temor e uma tensão no espectador devido ao medo de complicações que levem à morte da personagem, sem que tenha ninguém presente capaz de salvá-la.
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REFERÊNCIA S
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ANEXOS
CENA Nº 01 INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto de Taís Novela Sete Vidas Autor Lícia Manzo e Cecília Giannetti Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à humanização
Total: 40:35 / Parto: 26:15 a 27:34 / Duração: 18:00 16 de maio de 2015 Normal - deitada Hospital – Sala de Parto Tais, Pedro (pai do bebê) e equipe médica Nenhuma PONTOS POSITIVOS: Parto em lugar confortável, seguro, privativo, acompanhado por equipe de profissionais. Pai do bebê presente no momento do nascimento. PONTOS NEGATIVOS: Descrição da Cena: Tais estava em um restaurante com Pedro, Vicente e Luísa. Estavam os quatro conversando sentados à mesa quando a bolsa de Taís estourou. Pedro acalma Taís e sai para pegar o carro. Na cena seguinte, Taís aparece já no hospital, na sala de parto, ao lado de Pedro e da equipe médica. O médico pede para que Taís faça mais força na próxima contração. Taís faz força e grita. O bebê nasce chorando. O médico coloca logo o bebê no colo de Taís. Tais chora de emoção com o filho nos braços e Pedro beija sua cabeça. Link da cena: https://globoplay.globo.com/v/4186629/programa/?s=17m05s
IMAGENS CENA Nº 01 – Sete Vidas: Parto de Thais.
CENA Nº 02 INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto de Diana Novela Sete Vidas Autor Lícia Manzo e Cecília Giannetti Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à humanização
Total: 39:42 / Parto: 27:24 a 28:10 / Duração: 18:00 27 de maio de 2015 Normal Hospital Diana, Irene e equipe médica Nenhuma PONTOS POSITIVOS: Parto em lugar seguro, privativo, com ajuda de uma equipe de profissionais. PONTOS NEGATIVOS: sem a presença do pai do bebê, nenhum familiar ou amigo de Diana Descrição da Cena: CONTEXTO: Irene é uma workaholic que adiou a maternidade para investir na carreira de publicitária. Chegou a terminar um relacionamento devido sua recusa a ter filhos. Com o relógio biológico no limite e diante da impossibilidade de engravidar por conta de um problema de saúde, Irene começa a sentir vontade de ser mãe. Nesse período, Irene conhece Diana Na lanchonete que Diana trabalha. Irene descobre que Diana está gravida e não quer o bebê por não ter condições de criá-lo. Irene então decide adotar a criança. CENA DO PARTO: Diana aparece na sala de parto fazendo força. Irene está ao seu lado, segurando sua mão e dando apoio. O bebê nasce. Som de choro de bebê ao fundo. Irene segura o bebê e o acalenta. Diana faz semblante de tristeza e não olha para o bebê. Link da cena: https://globoplay.globo.com/v/4211657/programa/ IMAGENS CENA Nº 02 – Sete Vidas: Parto de Diana.
CENA Nº 03 INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto de Margot Novela I Love Paraisópolis Autor Alcides Nogueira E Mário Teixeira Tempo de cena Total: 4’46’’ / Parto: 51’’-4’46’’ / Duração: Horário 19:00 Data de Exibição 07 de julho de 2015 Tipo de Parto Normal Local Hospital – Sala de Cirurgia Personagens Presentes na Cena Médicos Complicações do Parto na Cena Nenhuma Conceitos relacionados à PONTOS POSITIVOS: Parto realizando em lugar humanização confortável, privativo, acompanhado por uma equipe medica que dá à paciente a sensação de segurança. PONTOS NEGATIVOS: Ausência de familiar acompanhante no momento do nascimento. Descrição da Cena: Margot estava em um restaurante aguardando seu pedido e conversando com Grego quando a bolsa rompeu. Todos os presentes se mobilizam e a colocam em um taxi que a leva para o hospital. Ao chegar no hospital, Grego a carrega na cadeira de rodas e é impedido de acompanhar Margot por não ser o pai do bebê. Ela entra para o centro obstétrico sozinha e um tempo depois o médico chega e tenta rapidamente tranquilizar os acompanhantes que aguardam ansiosos na recepção. Margot dá a luz sem complicações e o nascimento é acompanhado de um fundo musical que dá à cena uma atmosfera emotiva e feliz. (Trilha sonora: “For you babies” de Simple Red). Links da cena: http://sic.sapo.pt/Programas/i-love-paraisopolis/videos/2016-07-08-I-Love-Paraisopolis---Episodio-de07-de-julho#2016-07-08-Margot-entra-em-trabalho-de-parto-e-Grego-fica-desesperado http://sic.sapo.pt/Programas/i-love-paraisopolis/videos/2016-07-08-I-Love-Paraisopolis---Episodio-de07-de-julho#2016-07-08-Margot-da-a-luz-Maria
IMAGENS CENA Nº 03 - I Love Paraisópolis: Parto de Margot. Fonte: http://gshow.globo.com/novelas/i-love-paraisopolis/Vem-porai/noticia/2015/09/margot-da-luz-maria.html
CENA Nº 04 INFORMAÇÕES/TEMAS Parto de Danda I Love Paraisópolis Alcides Nogueira E Mário Teixeira Total: 5:34 / Parto: 3:10 a 4:44 / Duração: 19:00 07 de novembro de 2015 Normal Hospital – Sala de Cirurgia Danda, Cicero (pai do bebê) e Médicos Nenhuma PONTOS POSITIVOS: Parto realizando em lugar confortável, privativo, acompanhada do pai do bebê e por uma equipe médica que dá à paciente a sensação de segurança. PONTOS NEGATIVOS: Pai desmaiou dentro do centro cirúrgico quando o bebê nasceu. Descrição da Cena: Durante um show de Luan Santana que cantava a música “Escreve aí” com letra romântica e emotiva. Na plateia, vários personagens participam da cena, com crianças correndo no gramado, casais se beijam e uma atmosfera feliz. Danda em close aparece feliz, abraçada por Cicero, embalados pelo romantismo do momento. A música de fundo se encerra e surge o som de batimentos de coração. O Semblante tranquilo de Danda muda para uma feição assustada que se segue do grito: “Mae! Tô fazendo xixi na calça”. A reação de Danda dá à cena um tom cômico. O Show é interrompido e todos se mobilizam para ajudar Danda. Muda o cenário e Danda aparece em uma cama de hospital sendo empurrada por funcionários e familiares. Na cena seguinte, Danda está no centro cirúrgico, acompanhada de Cícero (pai do bebê) e da equipe médica. No momento que o bebe nasce, Cícero desmaia. Em seguida aparecem Danda, Cicero com o bebê no colo e familiares no apartamento comemorando o momento. Link da cena: http://sic.sapo.pt/Programas/i-love-paraisopolis/videos/2016-09-29-DandaNome da Cena Novela Autor Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local Personagens Presentes Complicações do Parto Conceitos relacionados à humanização
tem-o-filho
IMAGEM CENA Nº 04 - I Love Paraisópolis: Parto de Danda.
CENA Nº 05 Nome da Cena Novela Autor Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à humanização
INFORMAÇÕES/TEMAS Parto de Ciça Malhação Emanuel Jacobina e Rodrigo Salomão Total: 30:24 / Parto: 13:12 a 14:22 / Duração: 17:30 04 de janeiro de 2016 Normal – deitada Hospital – Sala de Parto Ciça, Miguel (sogro de Ciça) e equipe de médicos Hemorragia e Hipotensão PONTOS POSITIVOS: Local seguro, privativo, com equipe médica presente e atuante. PONTOS NEGATIVOS: hemorragia pós-parto devido Atonia Uterina, o útero não contraiu após o parto e o sangramento não cessou. Foi necessária hemotransfusão e massagem uterina.
Descrição da Cena: Ciça está em casa com Miguel quando a bolsa estourou. Ciça grita e diz “Aii. não vai dar tempo”. Os dois aparecem no carro, em um engarrafamento. Miguel sobe com o carro pela calçada para desviar do trânsito. A polícia os segue, Miguel estaciona e policial aborda o carro. Miguel explica a situação mostrando Ciça em trabalho de parto. Miguel chega no hospital com Ciça. Miguel e Ciça chegam na recepção. Ciça aparece no quarto do Hospital com Miguel e Dra Eliane. A médica comunica que estão apenas aguardando o anestesista. Miguel demostra preocupação. A médica o acalma dizendo que vai dar tudo certo e sai. Miguel fala para Ciça: “Eu não entendo porque é que você insiste nessa história de parto normal. Ciça, isso atrapalha tanto. Isso piora toda a situação. Aliás, hoje em dia, no tempo que a gente tem, cheio de compromisso, cheio de hora marcada. Porque é que os médicos ainda insistem em aceitar parto normal. Eu não entendo, sinceramente.”. Ciça responde “Não, não, eu morro de medo de cirurgia” e Miguel diz “Não tem que ter medo, a Dra Eliane é ótima, ela fez o parto de todos os meus filhos”. Ciça o interrompe e pede “Miguel, se o Rodrigo não chegar a tempo você entra na sala de parto comigo? Eu não quero ficar sozinha lá”. Miguel fica tenso e reluta “Desculpa Ciça eu não posso entrar com você (..)eu tenho medo de sangue, eu não aguento ver sangue” Ciça então fala “Miguel, se não fosse importante pra mim eu não tava te pedindo”. Na cena seguinte Ciça aparece na sala de parto ao lado de Miguel e da equipe Médica. Ciça grita e a médica diz para que ela faça força. O bebê nasce. Dra Eliane diz “Ela ta perdendo muito sangue”. Ciça desmaia. Miguel pergunta o que está acontecendo. a médica responde “Ela ta com quadro de atonia uterina. O útero não contraiu depois do parto, a hemorragia só tende a aumentar”. Anestesista pede “Oxitocina” e aplica na veia de Ciça. Dra Eliane: “Eu vou tentar contrair o útero pra estancar esse sangramento. Quanto é que ta a pressão dela?” Anestesista responde “Baixa agora, 9x5”. Dra Eliane pede para Miguel esperar fora da sala. Na sala de parto, médica diz que massagem uterina não está fazendo efeito e solicita prova cruzada para realizar hemotransfusão. Miguel, Rodrigo, Ana e Livia aguardam na sala de espera. Dra Eliane vai na sala de espera e avisa que Ciça teve complicações, mas apesar do susto, agora ela está bem, descansando.
Link da cena: https://globoplay.globo.com/v/4716065/programa/?s=01m22s
IMAGEM CENA Nº 05 - Malhação: Parto de Ciça
CENA Nº 06 INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto de Anastácia Novela Autor Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à humanização
Êta mundo bom! Walcyr Carrasco E Maria Elisa Berredo Total: 3:25 / Parto: 0:11 a 1:11 / Duração: 18:00 18 de janeiro de 2016 Normal Quarto de Anastácia Anastácia, mãe de Anastácia e Parteira Nenhuma PONTOS POSITIVOS: Parto realizando em lugar confortável, privativo, acompanhada da mãe e de uma parteira. PONTOS NEGATIVOS: Ausência de profissionais que ajudassem no caso de complicações. A parteira relata que o parto está demorando e seria melhor buscar ajuda. O bebe nasce e não é colocado imediatamente no colo da mãe. Parteira o leva para “banhar” e só depois o entrega para a mãe.
Descrição da Cena: Primeiro Capitulo da Novela - Em 1920, uma noite chuvosa, com trovões e relâmpagos. Anastácia aparece em trabalho de parto no seu quarto, sendo ajudada por sua mãe e uma parteira. A mãe diz para que a filha faça força e a parteira diz que o parto está demorando e seria melhor buscar a ajuda. A mãe diz que não pode chamar pois ninguém pode saber da gravidez da filha. O bebê nasce com saúde, mas a atmosfera é tensa devido ao temor pelo futuro da criança. Logo após o nascimento do bebê, o Barão (pai de Anastácia) chega de viagem e se depara com a filha e seu bebê no colo. O pai se revolta ao ver a cena e saber que a filha escondeu a gravidez por ter sido abandonada pelo pai da criança que fugiu ao saber da gestação. O Barão afirma que Anastácia não ficará com o filho e o bebê é retirado do colo da mãe em meio a gritos e sofrimento. O Barão ordena que um escravo mate o bebê. Na margem do Rio, o bebe estava para ser jogado nas águas quando a parteira impede o escravo de matar a criança convencendoo a colocar o bebê em um cesto e deixá-lo seguir na correnteza das águas. Link da cena: https://globoplay.globo.com/v/4746502/
IMAGEM CENA Nº 06 – Êta mundo bom: Parto de Anastácia
CENA Nº 07 INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto de Maria Novela Autor Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à humanização
Êta mundo bom Walcyr Carrasco e Maria Elisa Berredo Total: 35:23 / Parto: 00:03 a 14:45 / Duração: 18:00 11 de março de 2016 Normal com Fórceps - Deitada Hospital – Sala de Parto Maria e equipe médica Parto prematuro PONTOS POSITIVOS: Parto realizado em local seguro, privativo. Com equipe de profissionais que transmitem segurança à paciente. PONTOS NEGATIVOS: Parto prematuro, mãe perdendo muito sangue. Foi necessário fórceps pois a vida da mãe e do bebê corriam risco. Sem a presença de qualquer, familiar ou amigos no momento do parto para confortar a mãe. Pai do bebê não estava presente
Descrição da Cena: Após ser acusada injustamente do roubo da jóia de sua Patroa, Maria sente uma forte dor no ventre. Todos ficam preocupados pois o bebê ainda não estava no tempo de nascer. Maria é levada ao hospital e examinada. O médico vai a sala de espera e comunica Anastácia (patroa de Maria), em tom de preocupação: “Parto prematuro é sempre um risco. Segundo o obstetra a dilatação não é suficiente mas ela já entrou em trabalho de parto. A mãe e a criança estão entre a vida e a morte. Um parto prematuro é causado possivelmente por uma situação de tensão extrema. Sabe me dizer se ela teve um choque?”. Anastácia confirma que houve sim um choque e sente-se culpada pela situação de Maria. O médico avisa que Maria já foi levada para sala de parto. Maria está na sala de Parto sentindo fortes dores. A enfermeira diz “Doutor, não é melhor aplicarmos sedativo, as dores estão muito fortes”. O médico responde “Não, ela vai ter que suportar, Respire. Não há dilatação suficiente, preciso que ela seja forte”. O anestesista diz “Não é o caso de uma cesariana, doutor?”. O obstetra responde “Com o bebê nessa posição a cesariana é muito difícil. A outra profissional que está atrás diz “Ele está entalado”. O anestesista fala: “Ela está perdendo muito sangue, não resistirá a um parto demorado”. O obstetra diz: “Estamos nas mãos de Deus... Fórceps.”. O médico pega o Fórceps e o coloca entre as pernas de Maria. Maria Grita. Choro de bebê ao fundo. O médico levanta o bebê e diz “é uma menina!”. Maria pede para segurar sua filha. O médico diz “Só pode segurá-la depois que ela for limpa. Por pouco tempo. Ela é prematura. Irá para incubadora.”. Maria chora. Anastacia e Celso São avisados que o bebê nasceu. Maria aparece no quarto do hospital com o bebê no colo.
Link da cena: https://globoplay.globo.com/v/4877648/programa/
IMAGEM CENA Nº 07 – Êta mundo bom: Parto de Maria.
CENA Nº 08 INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto de Domingas Novela Autor Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à humanização
A Regra do Jogo João Emanuel Carneiro Total: 1:16:58 / Parto: 39:58 a 42:45 / Duração: 21:00 11 de março de 2016 Normal Sala de Parto - Hospital Domingas, César (pai do bebê), Obstetra, Pediatra e Anestesista Nenhuma PONTOS POSITIVOS: Parto realizando em lugar confortável, privativo, acompanhada do pai do bebê e por uma equipe de profissionais que dão à paciente a sensação de segurança. PONTOS NEGATIVOS: não foram identificados
Descrição da Cena: Último capítulo da novela – Ao fundo toca a música “Nossa Canção” na voz de Vanessa Da Mata. Domingas aparece já na sala de parto, em posição de dar à luz e fazendo força durante as contrações. César (pai do bebê) fica ao lado do rosto de Domingas confortando e dando apoio. A médica está posicionada para receber o bebê enquanto, em segundo plano, o pediatra já está preparado para pegar o Recém-Nascido. O bebê nasce, cortam o cordão umbilical, enrolam o recém-nascido em um pano e em seguida o colocam no colo da mãe. Domingas e César expressam grande felicidade e em meio a declarações de afeto de ambos, se beijam. Ao fundo trilha sonora: “Nossa Canção” na voz de Vanessa Da Mata. Link da Cena: https://globoplay.globo.com/v/4878085/programa/ (integra) IMAGEM CENA Nº 08 – A Regra do Jogo: Parto de Domingas
CENA Nº 09 INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto de Piedade. Novela Autor Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local
Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à humanização
Velho Chico Benedito Ruy Barbosa Total: 34:02 / Parto: 4:52 a 8:49 / Duração: 21:00 15 de março de 2016 Normal No Sertão Nordestino, ao relento, deitada no chão, embaixo de uma árvore com galhos secos. Piedade e Miro (esposo de Piedade) Nenhuma. PONTOS POSITIVOS: Piedade é ajudada por Miro (pai do bebê) que pega o recém-nascido ao nascer. PONTOS NEGATIVOS: Ao entrar em trabalho de parto Piedade grita e ninguém a ajuda, ela caminha mesmo com dores à procura de Miro. Piedade dá à luz ao relento, deitada no chão, embaixo de uma árvore com galhos secos, em um lugar sem conforto, sob o sol escaldante do sertão, sem ajuda de profissionais.
Descrição da Cena: A cena se passa no sertão em um período de estiagem. Piedade e Miro moram em uma casa de Taipa em meio a uma vegetação seca onde falta agua e os animais morrem de sede. Várias pessoas das redondezas deixam suas terras e vão embora para a cidade. Miro e Piedade decidem ficar, pois, aquela terra é tudo que eles têm. Piedade acorda sentindo as contrações e começa a gritar por Miro que não a escuta. Piedade, mesmo com dores, caminha a procura de Miro pelas terras e o encontra cavando um poço em busca de água. Piedade o repreende alegando que naquelas terras ele não encontrará agua. Os dois discutem e ela fala que irá embora daquele lugar. Miro esbraveja e diz para que ela vá embora. Piedade dá poucos passos e para devido às dores, quando sua bolsa rompe e ela se deixa no chão de terra seca. Miro escuta os gritos, corre ao seu encontro e a arrasta para debaixo de uma arvore de galhos secos. Piedade dá à luz, Miro ergue o bebê e em seguida entrega-o para a mãe. Em meio a felicidade do nascimento de seu filho, piedade pede para ir embora daquele lugar com Miro e dão ao filho o nome de Santo dos Anjos. Link da Cena: https://www.youtube.com/watch?v=ti4uC8P4OPQ https://globoplay.globo.com/v/4886638/programa/
IMAGEM DA CENA Nº 09 – Velho Chico: parto de Piedade
CENA Nº 10 INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto de Leonor (1º filho). Novela Autor Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à humanização
Velho Chico Benedito Ruy Barbosa Total: 3:52 / Parto: 0:45 a 3:48 / Duração: 21:00 23 de março de 2016 Normal Quarto Leonor, Parteira, dona Encarnação (sogra de Leonor), Bebê estava “virado” mas nasce com saúde. PONTOS POSITIVOS: O parto acontece em lugar confortável com ajuda de uma parteira e a sogra de Marina. PONTOS NEGATIVOS: Leonor é tratada de modo hostil pela sogra que a chama de frouxa. Não existe acompanhamento do parto por nenhum profissional que auxiliasse em caso de complicações.
Descrição da Cena: Novela de época - Ao fundo a música “Oração de São Francisco” em instrumental. As cenas do parto acontecem intercaladas por trechos do padre falando sobre o significado de Deus e onde ele pode ser encontrado. A criada reza no oratório pedindo para que a criança nasça com saúde. Leonor em trabalho de parto, a parteira diz “A criança não quer desvirar” enquanto dona Encarnação diz “Vamos ter que dar um jeito nisso. Vamos! Faz força! Se você quer segurar esse filho nos braços você tem que fazer força. Não pode desistir. ” Em tom hostil Dona Encarnação grita “Vaai! Deixa de ser frouxa menina, não quer o filho? ” Enquanto empurra a barriga de Leonor para forçar o bebê a nascer. Afrânio aguarda aflito fora do quarto caminhando de um lado para outro. O bebe nasce e Dona Encarnação ergue-o para ver o sexo da criança, fazendo cara de espanto e decepção quando descobre que é uma menina. Ao fundo trilha sonora com a “Oração de São Francisco” em instrumental. Link da cena: https://www.youtube.com/watch?v=G53WXBGMSSM
IMAGEM CENA Nº 10 – Velho Chico: Parto de Leonor (1º filho).
CENA Nº 11 INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto de Leonor (2º filho). Novela Autor Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à humanização
Velho Chico Benedito Ruy Barbosa Total: 4:56 / Parto: / Duração: 21:00 25 de março de 2016 Normal Quarto Não exibido Leonor morre após dar à luz ao filho PONTOS POSITIVOS: Presença de um profissional médico no momento do parto PONTOS NEGATIVOS: Mãe morre após o parto. Após o parto todas as atenções são direcionadas para o bebê e a mãe fica em segundo plano. Só é lembrada quando a filha pede para vê-la.
Descrição da Cena: Novela de época – Afrânio e Dona Encarnação aguardam aflitos na Sala enquanto a criança Tereza (filha de Afrânio e Leonor) está embaixo da mesa observando o movimento. Empregados sobem as escadas apressados com pilhas de lençóis brancos. Choro de bebê ao fundo. Dona Encarnação no oratório ergue os olhos e vê o Médico descendo as escadas com o bebê no colo. Afrânio corre ao encontro da criança e diz “Nasceu! ”. Encarnação pergunta “É menino, doutor?”. Afrânio desenrola os panos que encobrem o bebê para visualizar o sexo da criança e fala “É macho, mainha” com semblante de felicidade. Afrânio chama Tereza “Venha cá Terê, venha ver seu irmãozinho”. Tereza corre para junto do bebê e pergunta ”E mainha, eu quero ver ela.”. O médico diz que é melhor não levar a menina e chama Afrânio para subir até o quarto. Tereza chora por não poder ver a mãe. Afrânio encontra Leonor deitada na cama e beija sua face, já sem vida. Link da cena: https://globoplay.globo.com/v/4911709/ https://globoplay.globo.com/v/4911716/programa/ (integra)
IMAGEM DA CENA Nº 11 – Velho Chico: Leonor dá à luz (2º filho), mas não resiste ao parto.
CENA Nº 12 INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto de Dita Novela Autor Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à humanização
Êta mundo bom Walcyr Carrasco e Maria Elisa Berredo Total: / Parto: 20:04 a 23:06 / Duração: 18:00 08 de junho de 2016 Normal – deitada Quarto/casa Dita, Parteira, Manuela (ajudante da casa) e Cunegundes (sogra de Dita) Nenhuma PONTOS POSITIVOS: Lugar confortável, privativo, seguro. Parteira presente no parto. Sem complicações PONTOS NEGATIVOS: Pai do bebê não estava presente. Dita foi destratada pela sogra durante o parto.
Descrição da Cena: Dita está no quarto em trabalho de parto com ajuda da parteira e Manuela. Dita grita. Cunegundes entra no quarto e diz “Pelo amor de Deus, para com essa gritaria, ou então vai ter vosso filho no raio que as parta!”. Manuela repreende Cunegundes “é assim que ocê fala do vosso neto?”. Cunegundes irritada fala “Ai pelo amor de deus, essa gritaria que eu não guento, meus ovido tão zunindo. Para de Gritar. PAAARAAA!”. Dita grita e o bebê nasce. Manuela queima a tesoura na vela e entrega para parteira cortar o cordão umbilical. Manuela segura o bebê e diz “é um menino! Olha aqui boca de fogo, você tem um neto, boca de fogo” (se refererindo a Cunegundes). Cunegundes responde “Meu nome é Cu-negundes, e pra mim não me interessa, isso ai é um estrupício, fio da vossa sobrinha que também é um estrupício”. Dita fica triste e Manuela a consola “Se a vó não der amor, nós a de dar amor em dobro, viu minha fia”. Dita pede para segurar o bebê e Manuela coloca a criança no colo de Dita. Quincas, atordoado, entra gritando no quarto. Quincas pega o filho nos braços. Link da Cena: https://globoplay.globo.com/v/5080645/programa/?s=20m33s
IMAGEM DA CENA Nº 12 – Êta mundo bom: Parto de Dita.
CENA Nº 13 INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto de Filomena Novela Autor Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à humanização
Êta mundo bom Walcyr Carrasco e Maria Elisa Berredo Total: 30:08 / Parto: 00:00 a 13:26 / Duração: 18:00 20 de julho de 2016 Normal com Fórceps - Deitada Quarto Filó, Eponina, Parteira, Dita, Cunegundes, Candinho, Bebê “entalou” PONTOS POSITIVOS: Lugar confortável, seguro. Ajuda profissional. Família e pai do bebê presentes no parto. PONTOS NEGATIVOS: Falta de privacidade. A todo momento entram várias pessoas no quarto, por curiosidade. Bebê fica preso. Filó tem hemorragia.
Descrição da Cena: A família estava toda sentada à mesa quando Filomena começa a sentir as contrações. Filomena diz “Mãe, o meu filho ta pra nascer”. Cunegundes fala “Gente, chama a parteira pelo amor de Deus”. Na cena seguinte Filomena já está no quarto, deitada, sentindo as dores, ao lado de Eponina e Dita. Entram várias pessoas no quarto com curiosidade de ver como está o parto, mas Cunegundes expulsa. Zé dos Porcos entra com a Parteira no quarto. Filó grita. Parteira olha entre as pernas de Filó e diz “O bebê entalou”. Filó fica desesperada e fala “Salva meu filho, eu não posso perder o meu filho. Cadê o Candinho. Candinho!”. A parteira diz “Tem que chamar o médico eu não dou conta”. Todas ficam aflitas e Eponina corre para chamar o médico da Cidade. Filomena desmaia na cama. Eponina diz “Desmaiada? No parto a muié não pode desmaiar”. Parteira diz “Nesse passo há de ir embora a mãe e o fio”. Cunegundes grita e pede para a parteira calar a boca. Cunegundes chora e diz que está com medo de perder sua filha. Amanhece o dia e Filó continua desmaiada. Eponina diz que Filó está pálida e com a pele fria. Candinho chega na casa no mesmo momento que o médico. Seu Quinzinho diz para Candinho “Nós tamo perdendo a Filó Candinho e o vosso filho ta indo junto”. Candinho e o médico entram no quarto. O médico pergunta o que houve e Eponina diz “O bebê entalou e ela não aguentou”. Candinho pergunta pelo bebê, Parteira fala “ta preso, a moça perdeu sangue por demais”. Candinho fica ao lado de Filó desfalecida. O médico diz que Candinho não precisa ficar no quarto, mas Candinho diz que fica. Médico examina Filó. Candinho chora e pede pra Filó acordar. Filomena acorda e segura a mão de Candinho. Médico diz que as contrações estão fracas e espaçadas, terá que usar o Fórceps. Bebê nasce. Choro de bebê ao fundo. Todos comemoram. Manuela banha a criança e depois leva para os braços de Filó e Candinho.
Link da Cena: https://globoplay.globo.com/v/5180429/programa/
IMAGEM DA CENA Nº 13 – Êta mundo bom: Parto de Filomena.
CENA Nº 14 INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto de Olivia Novela Autor Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à humanização
Velho Chico Benedito Ruy Barbosa Total: / Parto: / Duração: 21:00 30 de setembro de 2016 Normal (gemelar) Quarto Olivia, Ceci e Miguel (pai do bebê) Nenhuma PONTOS POSITIVOS: Olivia dá à luz em lugar confortável, privativo, ao lado de pessoas conhecidas, em que confia. Miguel, pai do bebê, acompanha e conforta Olivia durante o parto. PONTOS NEGATIVOS: Ausência de profissional no local que auxilie em caso de complicações.
Descrição da Cena: Ao mesmo tempo que acontece o Casamento de Santo com Tereza, Olivia (Filha de Santo) entra em trabalho de parto. Ceci reza para que o parto aconteça sem problemas e entra no quarto para ajudar Olivia que já sente as contrações deitada sob a cama. Miguel (pai dos bebês) entra no quarto e abraça Olivia dando apoio e carinho para a amada no momento do parto. Nasce o bebe, todos ficam felizes. Olivia e Miguel seguram o filho quando Ceci diz “Ahh.. Vem outro fia! ”. Nasce o segundo bebê. Ceci pede para que escolham os nomes dos bebes enquanto benze os recém-nascidos com ramos de plantas. Olivia segurando a menina diz que ela se chamará Rosa dos Anjos. Miguel segurando o menino diz que ele se chamará Belmiro dos Anjos. Trilha sonora: Link da cena: https://globoplay.globo.com/v/5344899/
IMAGENS CENA Nº 14 - Olívia dá à luz gêmeos
CENA Nº 15 INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto de Carolina Novela Autor Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à humanização
Sol Nascente Walther Negrão, Suzana Pires e Júlio Fischer Total: 37:16 / Parto: 35:44 a 36:55 / Duração: 18:00 16 de março de 2017 Normal - deitada Quarto Carolina, Ana Clara (mãe de Carolina), Milena e médico Nenhuma PONTOS POSITIVOS: Lugar confortável, seguro, privativo. Teve ajuda profissional. Acompanhada da mãe. PONTOS NEGATIVOS: trabalho de parto e tempo de nascimento muito repentino, quase instantâneo. Pai do bebê não estava presente.
Descrição da Cena: Chega um Hospede novo na pousada, Dr. François Leghar. Carolina começa a sentir dores e chama pela mãe avisando que sua bolsa estourou. Dr. François pergunta quantos meses de gestação ela esta e mãe de Carolina diz “No final do sétimo mês”. Ana Clara pede para pegarem o carro para que Carolina seja levada para o Hospital. O médico fala “Calma, não vai dar tempo. Vamos subir com ela para o quarto agora. Na cena seguinte, Carolina está no quarto. O bebê nasce chorando. Médico corta o cordão umbilical. Loretta segura o bebê e colora nos braços de Carolina. Link da cena: https://globoplay.globo.com/v/5730230/programa/
IMAGENS CENA Nº 15 – Sol Nascente: Parto de Carolina
CENA Nº 16 INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto de Helô Novela Autor Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à humanização
A lei do amor Maria Adelaide Amaral Vincent Villari Total: 1:05:41 / Parto: 28:00 / Duração: 21:00 31 de março de 2017 Normal Hospital – Sala de Parto Helô, Pedro (pai do bebê) e equipe médica nenhuma PONTOS POSITIVOS: Helô dá à luz em lugar confortável, seguro, privativo, ao lado de Pedro e de uma equipe de profissionais. O Pai corta o cordão umbilical do bebê PONTOS NEGATIVOS: Pai do Bebê é barrado na porta do Centro Obstétrico, mas depois aparece dentro da Sala de Parto (erro de continuidade?)
Descrição da Cena: Helô é encontrada no cativeiro já em trabalho de parto. Pedro carrega Helô nos braços e a coloca no carro. Ela não sabe se aguenta chegar ao hospital para dar à luz. O Cordão umbilical precisa ser colhido para o transplante que salvará a vida de Letícia (filha de Helô e Pedro). Após longo trajeto, Helô chega ao hospital. Helô aparece sendo carregada na maca até o Centro Obstétrico e Pedro a acompanha, mas é barrado na porta quando o médico diz: “Pedro, agora deixa com a gente”. Letícia aguarda no apartamento do hospital ao lado de Pedro. Helô dá à luz na Sala de Parto ao lado de Pedro e da equipe médica. Pedro corta o cordão umbilical do bebê. Helô segura o filho ao lado de Pedro, todos demonstram felicidade com o nascimento do bebê. Ao fundo, trilha sonora Instrumental lenta. Link da cena: https://globoplay.globo.com/v/5769160/ https://globoplay.globo.com/v/5769328/ (Cap. Na integra)
IMAGEM CENA Nº 16 – A lei do Amor: Parto de Helô
CENA Nº 17 INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto de Carmem Novela Autor Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à humanização
Novo Mundo Thereza Falcão Alessandro Marson Total: 35:16 / Parto: 2:30 a 3:58 / Duração: 18:00 05 de Abril de 2017 Normal No chão da Cozinha de casa Carmem, Elvira (prima de Carmem), Germana e Licurgo Carmem morre após dar à luz ao bebê PONTOS POSITIVOS: bebê nasceu com saúde. PONTOS NEGATIVOS: Carmem dá a luz sem nenhuma ajuda ou apoio, em um lugar sujo, desconfortável e sem privacidade. O parto culminou na Morte de Carmem após o parto.
Descrição da Cena: https://globoplay.globo.com/v/5779916/ Carmem estava conversando com Elvira na cozinha quando começa a sentir contrações e deita-se no chão. Até o momento ninguém sabia que Carmem estava grávida. Elvira pensa que Carmem está possuída pois começa a gemer e se retorcer no chão. Elvira sai para buscar a ajuda de Germana e Licurgo. Enquanto caminham em direção à cozinha Licurgo diz “Vou expulsar o demônio dela” e Germana fala “Você expulsa o demônio e eu expulso a gorda”. Quando os três chegam na cozinha deparam-se com Carmem sentada no chão com o bebê no colo. Todos ficam surpresos e enquanto a questionam sobre ter escondido a gravidez, Carmem desfalece após pedir que Elvira cuide do seu filho. Link da cena: https://globoplay.globo.com/v/5779916/
IMAGEM CENA Nº 17 - Carmem dá à luz um menino
CENA Nº 18
Leopoldina diz que Joaquim deve cortar o cordão umbilical da criança. Joaquim diz “Entre o
INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto de Anna Novela Autor Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à humanização
Novo Mundo Thereza Falcão e Alessandro Marson Total: / Parto: / Duração: 18:00 16/05/2017 Natural – de cócoras Quarto Anna, Joaquim, Leopoldina e duas ajudantes da casa. nenhuma PONTOS POSITIVOS: Anna está no quarto, em um lugar confortável, seguro, privativo. Recebeu a ajuda de pessoas próximas e confiáveis. Joaquim (pai do bebê) ajudou no parto. Bebe nasceu de parto natural. Sem intercorrência. PONTOS NEGATIVOS: Não foi possível encontrar profissionais na cidade para ajudar no parto.
povo Tucaré, o pai é o responsável por cortar o cordão umbilical da criança sempre. Mas como o pai dela não está aqui, eu posso fazer? ” (Joaquim ainda não sabe que é o pai do bebê). Anna gesticula que sim. Joaquim corta o cordão e diz “Pronto, agora o cordão não liga mais vocês, o que liga vocês daqui pra frente é o amor. Pra sempre. ” Joaquim depois sai do quarto para que Anna descanse. Na presença de Leopoldina Anna diz “Não é incrível, Deus quis que o pai trouxesse o filho ao mundo. Isso é lindo, isso é Deus. Estou tão grata, Senhor. Minha filha, você é fruto de um grande amor”.
Link da cena: https://globoplay.globo.com/v/5873526/ https://globoplay.globo.com/v/5873530/programa/ https://globoplay.globo.com/v/5876267/programa/ https://globoplay.globo.com/v/5876259/programa/
Descrição da Cena: Após chegar de viagem, Anna começa a sentir contrações. Anna entra em trabalho de parto e recebe ajuda de Leopoldina no quarto. Joaquim foi em busca de ajuda, mas não encontrou nenhum médico ou parteira na cidade. Leopoldina sai do quarto e recebe de Joaquim a notícia de que não há nenhum profissional na cidade para ajudar no parto. Joaquina quer levar Anna até outra cidade e Leopoldina diz a Joaquim que não dará tempo. Leopoldina diz a Joaquim que fará o parto de Anna. Joaquim aguarda aflito no corredor, fora do quarto. Anna deitada na cama sofre com as dores e diz “Eu não aguento mais, essa parteira está chegando? ”. Leopoldina preocupada vai até Joaquim e fala “Eu não sei mais o que fazer, o neném não quer sair e eu estou com muito medo dela e dor bebê. ” Joaquim então diz “Deixa eu tentar. Eu vi as índias fazerem eu sei como elas fazem, eu posso ajudar... eu sei como proceder. ”. Leopoldina permite que Joaquim entre no quarto para ajudar no parto de Anna. Joaquim conforta Anna que fala para Joaquim “Eu vou morrer, salva meu Filho”, e Joaquim diz “Você não vai morrer, você só ta fraca, cansada. Eu vou te ajudar”. Joaquim ajuda Anna a levantar-se da cama e a deixa de cócoras. Anna: “A dor está vindo” e Joaquim, de frente para Anna, a tranquiliza “Calma, respira, relaxa, Anna. Não é dor, é o seu corpo ajudando o seu filho a nascer. Ele está vindo”. Anna concentra-se e dá à luz uma menina, Joaquim segura a criança e a coloca nos braços da mãe. Anna dá à filha o nome de Vitória.
IMAGEM CENA Nº 18 – Novo mundo: Parto de Anna.
CENA Nº 19
força como se fosse evacuar” e “Nunca puxe o bebê pela cabeça”. Keyla grita e o bebê
INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto de Keyla Novela Autor Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena
Conceitos relacionados à humanização
Malhação Cao Hamburger 0:02 a 3:48 / Duração: 17:30 08/05/2017 Normal - deitada Dentro do Metrô Keyla, Lica, Ellen e Tina Bebê não chorou, policia precisou fazer manobra de ressuscitação (massagem cardíaca) no RN. PONTOS POSITIVOS: 4 Garotas desconhecidas ajudam Keyla no momento do parto. PONTOS NEGATIVOS: Keyla deu a Luz em um lugar público. Sem privacidade, sem a presença de nenhum familiar ou amigo, sem ajuda de profissionais com destreza para realizar o parto. Após o parto o bebê não chorou. Policiais fizeram massagem cardíaca no RN e só depois ele chorou. Curiosos começam a encher o local e tiram fotos da cena, sem autorização de Keyla.
nasce. As luzes do metrô acendem. Lica segura o bebe e questiona “Ele não tinha que chorar?”. Benê chega com os policiais até o vagão onde estão as garotas com o bebê. O policial segura o bebe e Keyla pergunta “Porque ele não chora?” O policial faz massagem cardíaca com os dedos sob o tórax do bebê. Várias pessoas se aproximam, observam e fotografam a cena através das janelas do metrô. Todos ficam apreensivos, mas depois de um tempo o bebê finalmente chora. As garotas se abraçam felizes, o bebe é colocado no colo de Keyla. Ao fundo inicia a música Trem Bala de Ana Vilela.
Link da cena: https://globoplay.globo.com/v/5854627/programa/ https://globoplay.globo.com/v/5854623/programa/
Descrição da Cena: Dentro do vagão do metrô durante uma queda de energia que paralisou o trem, Keyla entra em trabalho de parto. Quatro garotas que não se conheciam percebem e ajudam Keyla. Benê corre para buscar Ajuda. Tina liga para sua mãe que é médica e pede orientações sobre como proceder. Ellen pesquisa na internet do notebook orientações sobre parto. O tutorial da internet diz “é necessário tirar a calcinha da parturiente”. Keyla, aflita, fala “ninguém vai tirar minha calcinha” Enquanto isso Lica conta o tempo entre as contrações. Keyla não quer deixar que ninguém veja suas partes intimas, mas Lica insiste e olha entre as pernas de Keyla para ver se o bebê está perto de nascer. Tina diz para sua mãe no telefone “Mãe já dá pra ver a cabeça do bebê” A mãe pergunta no telefone quantos centímetros da cabeça e Tina responde “Mãe, do tamanho de uma laranja”. A mãe de Tina diz que elas terão que fazer o parto ali mesmo. O vídeo da internet fala “A parturiente tem que fazer
IMAGEM CENA Nº 19 – Malhação: Parto de Keyla.
CENA Nº 20 INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto de Alice Novela Autor Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à humanização
Os dias era assim Ângela Chaves e Alessandra Poggi 3:00 a 3:36 / Duração: 23h 22/05/2017 Normal - sentada Hospital – Sala de parto Alice, Vitor (pai do bebê) e Médico Nenhuma PONTOS POSITIVOS: Parto realizando em lugar confortável, privativo, acompanhada do pai do bebê e por uma equipe médica que dá à paciente a sensação de segurança. Parto sentada que ajuda na descida do bebê. PONTOS NEGATIVOS: -
Descrição da Cena: Alice está no hospital, na sala de parto, sentada. Vitor está ao lado de Alice, segurando sua mão. Alice faz força e o bebê nasce. O médico pega o bebê e o coloca nos braços de Alice. Todos sorriem e Vitor fala “Nosso filho nasceu, é um menino”. Ao fundo trilha sonora instrumental. Link da cena: https://globoplay.globo.com/v/5887632/
IMAGEM CENA Nº 20 – Os dias eram assim: Parto de Alice.
CENA Nº 21 INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto de Ritinha Novela Autor Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à humanização
A força do querer Glória Perez Parto: 9:40 a 14:47 / Duração: 21:00 30/05/2017 Normal Dentro de um taxi, trânsito engarrafado, em meio a um tiroteio. Ritinha, Jeiza (policial), Marilda (amiga de Ritinha) e o taxista. Nenhuma PONTOS POSITIVOS: Ritinha teve ajuda de Jeiza que a tranquilizou e conduziu o parto. Bebe nasceu com saúde. Sem complicações. PONTOS NEGATIVOS: Bebê invertido. Ritinha deu à Luz dentro de um taxi, em posição desconfortável, sem privacidade, sem a presença de profissionais de saúde que ajudassem em caso de complicações.
Descrição da Cena: https://globoplay.globo.com/v/5906196/ Ritinha entra em trabalho de parto e entra em um taxi com Marilda a caminho da casa de sua mãe. Durante o trajeto, inicia-se um confronto entre traficantes e policiais com tiroteio. O transito fica paralisado e as contrações de Ritinha ficam mais fortes e frequentes. Marilda grita por ajuda. A policial Jeiza que passava ao lado do carro, entra pela porta de trás e ajuda Ritinha. Jeiza calça as luvas que tinha no uniforme e tranquiliza Ritinha “Calma, calma, respira. Vai dar tudo certo”. Jeiza palpa a barriga de Ritinha e fala “Ele tá invertido. Seu bebê não ta na posição de nascer. Tem calma. Eu vou virar ele.” . Jeiza faz manobra na barriga de Ritinha para colocar o bebê na posição de nascer. Jeiza diz: “Pronto, agora ele já ta na posição certa. Agora eu vou precisar de você. Calma, respira. No três, força pra fora. 1, 2, 3, força pra fora, vai!”. Jeiza: “ta quase”. Jeiza pede o casaco de Marilda. Ritinha grita. O terço pendurado no painel do carro cai, ao mesmo tempo que Zeca e Rui tem pressentimentos. Som de choro de bebê ao fundo. Jeiza segura o bebê e o cobre com o casaco de Marilda. Ritinha Chora. Jeiza coloca o bebê no colo de Ritinha. Jeiza tranquiliza Ritinha “ta tudo bem agora.. seu filho nasceu”. Link da Cena: https://globoplay.globo.com/v/5906196/
IMAGEM CENA Nº 21 – A força do querer: Jeiza faz parto de Ritinha.
CENA Nº 22 INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto de Leopoldina Novela Autor Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à humanização
Novo Mundo Thereza Falcão Alessandro Marson 12:20 a 13:39 / Duração: 18:00 31/05/2017 Natural – Em pé Na sala de sua casa Leopoldina, D. Pedro (pai do bebê) e Lourdes (ajudante da casa) nenhuma PONTOS POSITIVOS: Leopoldina tem a ajuda de Lourdes e Pedro. Bebê nasce rápido, com saúde, sem complicações. PONTOS NEGATIVOS: Parto aconteceu sem a presença de profissional de saúde.
Descrição da Cena: Pedro acorda e percebe que Leopoldina não está na cama. Assustado, levanta-se e corre para fora do quarto. Pedro encontra Leopoldina na sala sentindo dores. Leopoldina diz “a minha bolsa estourou”. Escorre água pelos pés de Leopoldina. Pedro grita: “Lourdes, Lourdes, Ajude-me Lourdes! Vem aqui por favor. Vamos tentar deita-la aqui. A bolsa estourou, Lourdes. O neném vai nascer.”. Leopoldina em pé, abraçada a Pedro diz “Para, para! Vai nascer agora. Agacha Lourdes, segura o meu filho. Não quero perder meu filho”. Leopoldina Grita. Choro de bebê ao Fundo. Lourdes abaixa-se, segura o bebe e o coloca nos braços de Leopoldina. Link da Cena: https://globoplay.globo.com/v/5908276/ https://globoplay.globo.com/v/5908491/programa/ (integra) IMAGEM CENA Nº 22 – Novo mundo: Parto de Leopoldina.
CENA Nº 23 INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto de Maria Vitória Novela
Tempo de Amar
Autor
Alcides Nogueira
Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à humanização
Bia Corrêa do Lago 13:15 a 16:00 / Duração: 18:00 07/10/2017 Normal - Deitada Na cama do convento Maria Vitória e Freiras Nenhuma PONTOS POSITIVOS: Lugar confortável, privativo, seguro. PONTOS NEGATIVOS: Não foi entregue o bebe à Maria Vitoria logo após o parto.
Descrição da Cena: https://globoplay.globo.com/v/6202407/ Cenário escuro, arcos de pedra, iluminação por tochas de fogo. Nos corredores do convento ecoa os gritos de Maria Vitória. No quarto aparece Maria Vitória deitada sob a cama, freiras no seu entorno. A madre ajuda no parto. Maria Vitoria faz força e grita. Choro de bebê ao fundo. Madre diz “É uma menina, forte” em tom de indiferença. Enrola o bebe e entrega a outra freira. Maria Vitoria sorri. A bebê é levada pela freira. Link da Cena: https://globoplay.globo.com/v/6202407/
IMAGENS CENA Nº 23 – Tempo de Amar: Parto de Maria Vitória.
CENA Nº 24 INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto de Clara Novela
O outro Lado do Paraiso
Autor Tempo de cena Horário Data de Exibição
Walcyr Carrasco 27:22 a 29:05 / Duração: 21:00 15/11/2017
Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à humanização
Normal Hospital - deitada Clara, Tônia (médica), Gael (pai do bebê), Livia (irmã de Gael) e equipe médica. Após nascimento do bebê, Clara tem hemorragia grave. PONTOS POSITIVOS: Clara está em um lugar seguro, confortável e privativo. Acompanhada do pai do bebe e de uma equipe médica. PONTOS NEGATIVOS: Clara tem hemorragia grave após parto.
Descrição da Cena: Na igreja, durante o casamento de Susy e Samuel, Clara começa a sentir contrações. Gael a coloca nos braços e a carrega. Em seguida Clara aparece já na sala de parto. Clara grita e o bebê surge chorando. Clara sorri e olha para Gael. Gael segura o bebê e o coloca nos braços de Clara. Clara fecha dos olhos com semblante de fraqueza. Tônia (médica) demostra preocupação e diz “Gael, alguma coisa deu errado. A Clara ta com uma hemorragia grave. Se ela continuar perdendo sangue ela pode correr risco”. Som de alerta do monitor cardíaco fica acelerado. Gael fica aflito enquanto os médicos colocam máscara de oxigênio em Clara, já desmaiada. Link da cena: https://globoplay.globo.com/v/6291891/ https://globoplay.globo.com/v/6294677/
IMAGEM CENA Nº 24 – O outro lado do Paraiso: Parto de Clara.
CENA Nº 25 INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto da prima de Juvenal Novela Autor Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à humanização
O outro Lado do Paraiso Walcyr Carrasco 5:38 a 6:37 / Duração: 21:00 09/12/2017 Normal - deitada Quarto Prima de Juvenal, Parteira e Renato (Médico). Nenhuma PONTOS POSITIVOS: Parturiente está em lugar confortável, seguro, privativo. Teve a ajuda de parteira e médico que ajudaram a conduzir o parto. PONTOS NEGATIVOS: pai do bebê não aparece na cena.
Descrição da Cena: Juvenal encontra o médico Renato na cidade e pede para que ele socorra sua prima que está em trabalho de parto. Renato pede o endereço e dirige em direção a casa onde está a prima de Juvenal. Renato chega na casa e se identifica para uma mulher que o recebe na porta “Ô de casa! Tudo bem? Eu sou o médico”. A mulher fala “Graças a Deus Doutor, que bom que você veio. Vem cá. ” e leva Renato até o quarto. A parteira está no quarto com a parturiente e fala para Renato “Eu sou parteira, mas não to dando conta”. Renato fala “Calma, eu sou médico, estou acostumado com pronto socorro. Vamos resolver. Fica calma. Deixa eu ver aqui como é que tá”. Renato palpa a barriga da prima de Juvenal. A parturiente grita. Som de choro de bebê ao fundo. Renato segura o bebê e diz “é um menino, mãe”. A mãe faz semblante de felicidade. Link da Cena: https://globoplay.globo.com/v/6347492/
IMAGEM CENA Nº 25 – O outro lado do Paraiso: parto da prima de Juvenal.
CENA Nº 26 INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto de Eunice Novela
Tempo de Amar
Autor
Alcides Nogueira
Tempo de cena Horário Data de Exibição Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à humanização
Bia Corrêa do Lago 23:16 a 25:38 / Duração: 18:00 19/03/2018 Normal - deitada Hospital Eunice, Risolina (enfermeira) e outra enfermeira. Nenhuma PONTOS POSITIVOS: Parto acontece em lugar seguro, confortável, privativo, acompanhado por enfermeira que conduz e tranquiliza a parturiente. PONTOS NEGATIVOS: O pai do bebê, mesmo sendo médico, não acompanha o parto.
Descrição da Cena: Novela de época - Aparece a fachada do hospital em preto e branco e vai colorindo aos poucos. Eunice está na sala de parto e fala: “Risolina, ainda bem que você está aqui”. Risolina diz “Vai dar tudo certa minha amiga, confia em mim e em você”. Eunice diz “Já está nascendo” e grita. Reinaldo, apreensivo, aguarda fora da sala. Eunice grita e Risolina pega o bebê. Som de choro de bebê ao fundo. Eunice sorri. Risolina entrega o bebê para outra enfermeira. Reinaldo é avisado do nascimento do filho. Reinaldo entra no quarto, encontra Eunice deitada com o bebê no colo e os abraça. Link da cena: https://globoplay.globo.com/v/6591928/ https://globoplay.globo.com/v/6592274/ (Integra)
IMAGEM CENA Nº 26 – Tempo de Amar: Parto de Eunice.
CENA Nº 27 INFORMAÇÕES/TEMAS Nome da Cena Parto de Suzy Novela
O outro Lado do Paraiso
Autor Tempo de cena Horário Data de Exibição
Walcyr Carrasco 32:50 a 40:07 / Duração: 21:00 20/03/2018
Tipo de Parto Local Personagens Presentes na Cena Complicações do Parto na Cena Conceitos relacionados à humanização
Normal - deitada Hospital – Sala de Parto Suzy, Samuel (pai do bebê) e equipe médica Nenhuma PONTOS POSITIVOS: Lugar seguro, privativo, confortável. Pai do bebê presente. Equipe médica de apoio. PONTOS NEGATIVOS: Episiotomia, soro, o bebe não é colocado no colo da mãe logo após o parto. É colocado primeiro no berço para receber os cuidados da pediatra.
Descrição da Cena: Suzy está deitada em sua cama conversando com Samuel, Cido e Adneia. Suzy começa a sentir contrações. Suzy fica nervosa, Samuel e Adneia a tranquilizam. Suzy aparece já no hospital sendo carregada na maca por Samuel, Cido, Adneia, Irene, dois funcionários do Hospital e Dr. Helder. Enquanto caminham, Samuel fala “Eu quero ver minha menina nascer!”. Dr. Helder responde “Claro doutor, o senhor é o pai, o senhor entra.”. Cido e Adneia também querem entrar mas são barrados, a pedido de Suzy. Suzy entra no centro Cirúrgico com Samuel e Dr. Helder. Suzy é monitorizada e está com soro na veia. Samuel fica ao lado de Suzy, acalmando-a. Suzy faz força. Samuel pergunta “Doutor, ta tudo bem?”. Dr. Helder responde “Calma, ta tudo ótimo. É que a abertura é estreita, mas a gente já alargou um pouco. Já vai nascer.”. Suzy faz força e grita. Choro de bebê ao fundo. Dr. Helder segura o bebê. Samuel diz “deixa eu ver minha menininha” e Dr. Helder diz “Calma, que ela vai passar pelos primeiros cuidados.” Dr. Helder corta o cordão umbilical (sem clampear). A bebê é levada para o berço aquecido e Suzy olha de longe. Samuel pega a bebê no Berço e a leva para junto de Suzy. Link da cena: https://globoplay.globo.com/v/6595708/programa/
IMAGEM CENA Nº 27 – O outro Lado do Paraiso: Parto de Suzy.