Publicação da Anahp – Associação Nacional de Hospitais Privados – janeiro | fevereiro 2015
anahp por dentro A partir de agora, empresas de atenção domiciliar poderão ser afiliadas à entidade
saúde suplementar Aprovada a permissão de capital estrangeiro na saúde. Saiba mais sobre as principais mudanças para o setor hospitalar
bem-estar
Qualidade de vida: Um benefício que não tem preço
Nos últimos anos, a preocupação das companhias com o bem-estar de seus funcionários começou a ganhar espaço no mercado. Saiba mais sobre as iniciativas das instituições de saúde
eventos Evento reúne mais de 500 participantes e os principais especialistas nacionais e internacionais para falar sobre governança clínica
Publicação da Anahp – Associação Nacional de Hospitais Privados – janeiro | fevereiro 2015
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O ano de 2015 se inicia com uma série de novidades para o setor saúde.
Mercado de gestão de facilities e serviços integrados cresce no Brasil.
06 opinião
38 hospitais membros
Por que o setor de saúde necessita do investimento privado?
Hospitais Anahp investem em qualidade e infraestrutura.
08 em foco Francisco Eustácio Fernandes Vieira, Diretor Presidente do Hospital Santa Joana (PE) compartilha as particularidades da região Nordeste e os desafios da saúde privada no país.
12 anahp por dentro
Capa bem-estar
Região Sul aumenta a sua representatividade na Anahp com a chegada dos hospitais – Nossa Senhora do Pilar e Santa Cruz, ambos de Curitiba (PR).
Qualidade de vida: Nos últimos anos, a preocupação das companhias com o bem-estar de seus funcionários começou a ganhar espaço no mercado. Pág. 32
16 saúde suplementar Aprovada no Congresso a permissão de capital estrangeiro na saúde.
20 eventos Fórum Internacional Horizontes Anahp reúne mais de 500 participantes e os principais especialistas nacionais e internacionais para falar sobre o tema.
Caro leitor Esperamos que a saúde seja uma prioridade do atual governo e desejamos uma gestão exitosa para os nossos governantes. Francisco Balestrin Presidente do Conselho
Iniciamos o ano de 2015 com uma série de novidades para
entidade com o tema e reforça a sua posição de vanguarda no setor.
o setor saúde. Primeiramente, não poderíamos deixar de
Nesta edição da publicação, acompanharemos ainda uma
mencionar o segundo mandato da Presidente Dilma Rousseff e
entrevista com Francisco Eustácio Fernandes Vieira, falando
a confirmação do Médico Arthur Chioro como Ministro da Saúde.
sobre o crescimento do setor saúde na região Nordeste, e um
Esperamos que a saúde seja uma prioridade do atual governo e
excelente artigo de José Henrique Germann Ferreira sobre o
desejamos uma gestão exitosa para os nossos governantes.
futuro do sistema de saúde brasileiro, a partir de um modelo
A Anahp também iniciou o ano com acontecimentos importantes.
coordenado e integrado, com recursos compartilhados.
Em dezembro foi aprovada a nova categoria de instituição
A matéria de capa desta edição do Panorama Anahp trata de
membro da Associação. A partir de agora as empresas de
um tema fundamental nas empresas – a qualidade de vida dos
atenção domiciliar poderão ser afiliadas à entidade. Em 2014 a
colaboradores. Nos últimos anos, a preocupação das companhias
Associação estabeleceu um grupo de estudos para discutir a
com o bem-estar de seus funcionários começou a ganhar espaço no
atenção domiciliar no país a partir do envelhecimento da população,
mercado. Para entender como os hospitais estão lidando com essa
da mudança do perfil clínico e epidemiológico e do estímulo à
questão, algumas instituições compartilham as suas experiências.
desospitalização. A entidade percebeu que a melhor maneira
Ainda nesta edição, saiba o que muda para os hospitais com
de buscar uma alternativa viável para o setor era a aproximação
a regulamentação da Lei nº 13.003/2014, que modifica a Lei
com as empresas que proporcionam esse tipo de serviço.
nº 9656/1998, para regular alguns aspectos da relação entre
Não poderia deixar de mencionar o sucesso do Fórum
prestadores de serviços de saúde e operadoras de planos de saúde.
Internacional Horizontes Anahp. O evento reuniu mais de
Outro assunto importante e em pauta é a permissão
500 participantes e os principais especialistas nacionais e
de capital estrangeiro na saúde. Em dezembro de 2014
internacionais para falar sobre Governança clínica: Desafio da
foi aprovada a Medida Provisória 656/2014 que, entre
sustentabilidade dos hospitais brasileiros. Durante o Fórum,
outras novidades, permite a participação direta ou
tivemos a oportunidade de contar com a presença do Ministro
indireta de capital estrangeiro no setor de saúde.
da Saúde, que em seu discurso apresentou preocupações
O processo de expansão da Anahp continua a todo vapor.
convergentes às propostas do Livro Branco da Anahp.
No último trimestre de 2014 a região Sul aumentou a sua
O lançamento do Código de Conduta Empresarial | Compliance
representatividade na Associação com a chegada dos hospitais
para Hospitais Privados, em dezembro, foi outro marco para a
Santa Cruz e Nossa Senhora do Pilar, ambos de Curitiba (PR).
Associação. A publicação nasceu a partir do trabalho do Grupo de
Para finalizar, parabenizo as instituições citadas na publicação
Estudos sobre Compliance, estruturado com o objetivo de propor
pelos investimentos em qualidade e infraestrutura.
recomendações para que os hospitais privados desenvolvam seus códigos de conduta. A iniciativa da Anahp reflete a preocupação da
Desejo a todos uma excelente leitura!
Associação Nacional de Hospitais Privados
Panorama Anahp
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Panorama Anahp
Conselho de Administração Presidente: Francisco Balestrin | H. Vita (VR) – RJ
Diamond
Vice-Presidente: Antônio C. Kfouri | H. do Coração (HCor) – SP Fernando Torelly | H. Moinhos de Vento – RS Francisco Eustácio Vieira | H. Santa Joana – PE Henrique Neves | H. Israelita Albert Einstein – SP José Ricardo de Mello | H. Santa Rosa – MT José Roberto Guersola | Rede D’Or São Luiz Itaim – SP Maria Norma Salvador Ligório | H. Mater Dei – MG Paulo Chapchap | H. Sírio-Libanês – SP
Expediente
Gold
Panorama é uma publicação bimestral da Anahp – Associação Nacional de Hospitais Privados. Jornalista Responsável Evelyn Tiburzio – MTB 11.385/MG Conselho Editorial Carlos Figueiredo Evelyn Tiburzio Laura Schiesari Direção de Arte Graphic Designers
Silver
Fotos Shutterstock, Jô Mantovani Tiragem 5.000 exemplares
Anahp – Associação Nacional de Hospitais Privados Rua Cincinato Braga, 37 – 4º andar – São Paulo – SP www.anahp.com.br – 11 3253.7444
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Panorama Anahp
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opinião
Por que o setor de saúde necessita do
investimento privado? O Brasil tem um Produto Interno Bruto (PIB) anual de R$ 4,4 Trilhões e o setor saúde representa 9,3% do total, cerca de R$ 410 bilhões de reais. A taxa média de crescimento anual do PIB nos últimos dez anos foi de 5,5% enquanto que no setor saúde foi de 8,2%, ou seja, o setor saúde não só cresceu mais rapidamente que a média do PIB do País, mas contribuiu para o seu crescimento. Para ressaltar a importância do setor, ele gera cerca de 4,3 milhões de empregos diretos. O financiamento dos investimentos não se modificou de forma relevante nos últimos dez anos, 45% público e 55% privado, sendo que o montante privado está direcionado para 25% da população. O gasto em saúde do setor público é de pouco menos de US$ 500 por habitante/ano, o mesmo que a Namíbia e o Suriname, e do setor privado de US$1.700, similar ao da Grécia e da Coreia. Há, portanto, pelo menos dois sistemas de saúde em um mesmo território. Na verdade são mais, se forem consideradas as disparidades regionais, pois os indicadores de saúde são entre 20% e 30% piores no Nordeste. As necessidades de saúde são atendidas por uma rede de cerca de 280 mil estabelecimentos de saúde e os 450 mil leitos estão dispersos em pouco mais de seis mil hospitais, sendo que quatro mil são privados. A média de leitos por estabelecimento é baixa, com 65 leitos. Pouco mais de 250 hospitais têm alguma certificação de qualidade, segundo o Datasus, 2014. Com o envelhecimento da população – o percentual de idosos dobrará
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nos próximos 15 anos – a rede atual, mal distribuída, sem a escala adequada e tecnologicamente defasada, não estará à altura para atender ao crescimento da demanda. Haverá, portanto, necessidade
• a simplificação da regulamentação do Ministério da Saúde, Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e tornar as decisões mais participativas e ágeis, com o equilíbrio entre os interesses das diversas partes; • um novo modelo de remuneração de serviços para alinhar incentivos, em termos de qualidade e
de investimentos substanciais
segurança, eliminar desperdícios e reduzir custos;
para a expansão e readequação
• linhas de financiamento de longo prazo, em condições
dos estabelecimentos de
normais do mercado, para os investimentos de
saúde, para se conseguir
expansão e modernização dos ativos, desde que
desenvolver uma nova rede em
alinhados com o planejamento indicativo do setor;
termos de conceitos, infraestrutura,
• padronização de procedimentos, de materiais e do uso de
equipamentos e tecnologia de informação,
medicamentos; na redução de custos e do desperdício; e
bem como de processo assistencial.
• melhora da qualidade da assistência e segurança do
Isto requer um planejamento de longo
paciente por meio de programas de acreditação.
prazo da rede ideal de serviços, tipo de
Neste ambiente de maior previsibilidade, os recursos para o
cuidados e da escala das unidades.
financiamento estariam disponíveis, sejam de bancos públicos,
O papel do Estado é relevante
fundos imobiliários e, provavelmente num futuro próximo, do
na elaboração do planejamento
capital estrangeiro. Entretanto, para atrai-los é necessário que
indicativo, na criação de um ambiente
haja uma expectativa razoável de retornos adequados. O risco
propício para o investimento e no
da atividade não afugenta investidores, mas a incerteza sim.
monitoramento do desempenho do setor.
O futuro do sistema de saúde brasileiro está em um modelo
Este ambiente compreende um marco legal
coordenado e integrado, com recursos compartilhados, de
de regras claras, equilibradas e estáveis, um órgão
um Sistema Nacional de Saúde e não um Sistema Único
regulador com liderança tecnicamente competente
de Saúde e um Sistema de Saúde Suplementar.
e ética, e mecanismos de estímulo à competição.
Por último, este novo modelo requer investimentos na formação
Seriam evidentes os ganhos provenientes desta abordagem:
e capacitação de mão de obra específica. Somente com
• um planejamento indicativo coordenado e integrado da
profissionais formados e preparados para executar as
oferta de serviços no País, baseado em critérios técnicos e
tarefas e atividades complexas ligadas à assistência e
epidemiológicos, com uma melhor distribuição hierárquica e
com a correta compreensão do significado e das suas
espacial dos serviços, e concentração da demanda em unidades
implicações humanas, sociais e econômicas é que o
especializadas para atendimento de alta complexidade;
desafio das próximas décadas será superado.
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em foco
Nordeste: A região que mais cresce no Brasil Francisco Eustácio Fernandes Vieira, Diretor Presidente do Hospital Santa Joana (PE), compartilha as particularidades da região Nordeste e os desafios da saúde privada no país O acesso aos serviços privados de assistência à saúde tem crescido exponencialmente no Brasil. Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) somam 50,6 milhões de beneficiários de planos de saúde, mais de 25% da população do país. O Nordeste é a terceira região mais representativa em número de beneficiários de planos de saúde, com 6,9 milhões de usuários em dezembro de 2013 (13,6% de participação do total de beneficiários) e taxa de crescimento de 6,2% entre dezembro de 2012 e dezembro de 2013. Pernambuco é o segundo estado com maior representatividade em números de beneficiário, 1,5 milhão de pessoas em dezembro de 2013, atrás apenas da Bahia, com 1,6 milhão de usuários. “Somos a região que mais tem crescido no país. Recentes dados do IBGE revelam que nos últimos doze meses o Brasil gerou 1,5 milhão de postos de trabalho, sendo 1 milhão na região Nordeste, oriundos principalmente do setor industrial”, comenta Francisco Eustácio Fernandes Vieira, Diretor Presidente do Hospital Santa Joana (PE). O executivo também falou sobre os desafios da saúde no Brasil, a necessidade de mais investimento para o setor e políticas de saúde mais integradas. “É fundamental que tenhamos políticas de saúde integradas entre público e privado, possibilitando a cada um o desenvolvimento das suas habilidades e competências, evitando a duplicidade de ações e o consequente desperdício”, explica. Para o Diretor-presidente do Hospital Santa Joana (PE), o modelo
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Não é possível conviver com uma discussão cansativa de valores de diárias, taxas e fornecimento de materiais”.
É fundamental que se tenha políticas de saúde integradas entre público e privado, possibilitando a cada um o desenvolvimento das suas habilidades e competências, evitando a duplicidade de ações e o consequente desperdício”.
de saúde privada está esgotado por que foi construído em cima de
mesmos padrões de segurança e qualidade de assistência à saúde.
fundamentos que não resistem a uma avaliação crítica atualizada.
Ao longo desses anos, expansões, avanços e certificações,
“Não é possível conviver com uma discussão cansativa de valores de
felizmente, tem feito parte da nossa trajetória.
diárias, taxas e fornecimentos de materiais. A negociação fica muito pobre quando não envolve, acima de tudo, a qualidade e a segurança da assistência e por consequência a resolubilidade dos problemas e o comprometimento institucional com a ética e o bem-estar do paciente. Se não existe um alinhamento sólido e compartilhado
Qual a sua percepção sobre a saúde na região Nordeste? Há particularidades em relação às demais regiões brasileiras?
entre os serviços médicos hospitalares e as operadoras, não há como o produto final atender bem as partes envolvidas”, pondera.
São inúmeras as razões que justificam o fato de Recife ser um dos mais
Acompanhe a entrevista na íntegra:
avançados polos médicos do país. Destacaria as suas fortes raízes culturais e a tradicional liderança regional socioeconômica, aliadas a sua privilegiada localização geográfica, que possibilita um intenso e
Qual a sua trajetória na área da saúde?
efetivo intercâmbio com grandes cidades vizinhas de outros estados (João Pessoa, Natal, Maceió, entre outras).
Iniciei a minha carreira na saúde ainda quando estudante de medicina,
O mercado de saúde suplementar em Recife tem uma distribuição
com a fundação da modesta Casa de Saúde Santa Helena em
muito especial por não ter possibilitado até então o domínio de nenhuma
sociedade com outros médicos. Poucos anos depois, inauguramos
operadora, e até o momento a única empresa que possui hospital
uma nova casa de saúde dentro de padrões semelhantes, porém
próprio é a Unimed Recife. É de fácil compreensão que cidades ou
localizada em outro município (distrito industrial do Cabo – PE).
estados em que operadoras que lideram o mercado e possuem serviços
Em 1979, com a inauguração do Hospital Santa Joana, realizamos
médico hospitalares próprios refletem naturais dificuldades para o
o grande sonho de proporcionar à população e à classe médica
empreendimento e sustentabilidade de outros serviços.
um serviço de saúde com elevado padrão de qualidade técnica e
Somos também uma região que tem crescido mais do que o restante
moderna concepção de arquitetura hospitalar.
do país. Recentes dados do IBGE revelam que nos últimos 12 meses
Outro empreendimento relevante foi, sem dúvida, o Hospital Memorial
o Brasil gerou 1,5 milhão de postos de trabalho, sendo 1 milhão na
São José, inaugurado em 1989. Igualmente moderno e mantendo os
região nordeste, oriundos principalmente do setor industrial.
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em foco
beneficiários de planos de saúde NO Brasil
50,6 milhões em dezembro de 2013 beneficiários de planos de saúde no Nordeste
6,9 milhões em dezembro de 2013 Número de beneficiários em Pernambuco
1,5 milhão em dezembro de 2013 Número de beneficiários em Recife
650,2 mil em dezembro de 2013 Taxa de crescimento do número de beneficiários no Nordeste
6,2% entre dezembro de 2012 e dezembro de 2013
Qual a sua avaliação sobre o modelo de saúde praticado no Brasil hoje?
Em sua opinião, quais os desafios do setor privado de saúde?
O setor de saúde do Brasil representa 9.2% do PIB nacional. Na
O modelo de saúde privada (operadora x serviços médicos) está
última década houve uma significativa redução da participação
esgotado por que foi construído em cima de fundamentos que
do setor público no financiamento da saúde, que saiu de 58 para
não resistem a uma avaliação crítica atualizada. Não é possível
45%. Por ano, o governo federal investe 1.8% do PIB, quando para
conviver com uma discussão cansativa de valores de diárias,
uma saúde de qualidade, são necessários 10% da receita corrente
taxas e fornecimentos de materiais. A negociação fica muito pobre
bruta. É fundamental que se tenha políticas de saúde integradas do
quando não envolve, acima de tudo, a qualidade e a segurança da
público e do privado, possibilitando a cada um o desenvolvimento
assistência, e por consequência a resolubilidade dos problemas
das suas habilidades e competências, evitando desse modo a
e o comprometimento institucional com a ética e o bem-estar do
duplicidade de ações e o consequente desperdício. Inúmeros
paciente. Se não existe um alinhamento sólido e compartilhado
exames, consultas e até mesmo procedimentos são realizados
entre os serviços médicos hospitalares e a operadora, não há
em duplicidade pela falta do registro eletrônico dos pacientes,
como o produto final atender bem as partes envolvidas.
sistema que identifica e armazena o seu histórico de saúde.
O conselho de administração da Anahp tem se dedicado de
É inadiável a discussão, sem preconceitos e exaltações ideológicas,
forma exaustiva à análise e discussão deste assunto, inclusive
de como podemos avançar na prevenção e promoção da saúde,
em reuniões formais com a Federação Nacional da Saúde
área em que o Brasil patina e que são ferramentas capazes
(FENASAÚDE). Há de se encontrar alternativas que atendam
de evitar o surgimento de doenças, reduzir a mortalidade e
às dificuldades financeiras das operadoras de saúde devido ao
consequentemente os custos com tratamentos e internações.
reconhecido aumento das sinistralidades, da expectativa de vida,
Precisamos de uma regulação que ofereça maior garantia jurídica
recursos tecnológicos, judicialização, etc. Por outro lado, para
para a participação das empresas privadas na saúde pública de
manterem boas práticas assistenciais com qualidade e
projetos como PPPs (Parcerias Público Privadas), PDPs (Parcerias
segurança os hospitais dependem também de resultados
para Desenvolvimento Produtivo) e as Organizações Sociais (OS).
financeiros satisfatórios.
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Qual a sua visão em relação ao trabalho desenvolvido pela Anahp? O senhor entende que a Associação desempenha um papel importante na saúde?
Qual a importância dos processos de acreditação para os hospitais e para os pacientes? Trata-se do mais importante e conceituado certificado
Apesar de ter apenas 13 anos, a Anahp foi gerada por
internacional da área hospitalar, que é certamente almejado por
21 hospitais bastante amadurecidos, com excelente
muitos, porém poucos o alcançaram até o momento. Ao lado
conhecimento e prática dos cuidados assistenciais ao
do nosso coirmão, Hospital Memorial São José, nos tornamos
paciente e, sobretudo, do compromisso com a sociedade e
os dois primeiros e únicos hospitais do norte e nordeste a
com a vida. Ela teve o privilégio de ser conduzida por grandes
obter a acreditação da Joint Comission International (JCI).
líderes estruturadores que se destacaram ao seu tempo
Foi um longo processo que demandou mais de 3 anos e
pelas realizações empreendidas e os êxitos alcançados.
envolveu toda a instituição, trazendo, no entanto, excelentes
Neste último conselho de administração presidido pelo colega
ensinamentos gerenciais, conceituais e educativos, todos
Francisco Balestrin, a Anahp passou a ser uma entidade
manualizados, estabelecendo conformidades que presidem
mais aberta ao inter-relacionamento com as instituições
as melhores práticas de segurança e qualidade na assistência
privadas, públicas e governamentais, discutindo e contribuindo
ao paciente. Desde então, o processo de melhoria em
com estudos e propostas para a saúde do Brasil.
todas as áreas tem sido zeloso e permanente.
Para ilustrar de forma extraordinária citaria o Livro Branco, brilhante trabalho da instituição, que representa um conjunto de propostas para o debate da sustentabilidade do sistema de saúde brasileiro. Estas ações, acrescidas das outras já incorporadas à sua trajetória, deram à Anahp enorme visibilidade, trânsito, e prestígio nacional.
Como o Santa Joana tem se preparado para atender à crescente demanda do setor? Quais os investimentos da instituição em expansão? É um processo contínuo de ampliação e melhoria dos serviços, com forte investimento na capacitação técnica dos recursos humanos. Concluímos recentemente a nossa nova multi emergência, na qual estamos implementando o sistema de RFPID, que permite o monitoramento e rastreamento do paciente em todos os setores da emergência.
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anahp por dentro
O hospital e seu
protagonismo na saúde
Em 2015, o papel dos hospitais para o sistema de saúde será o foco das discussões dos eventos da Associação 12
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Os hospitais são instituições respeitadas e que lidam com
tende a ser cada vez mais complexa.
o bem mais precioso do cidadão – a saúde. As atribuições
No Brasil, este cenário ganhou novos contornos, com o
dessas entidades vão além da assistência médica curativa e
aumento da renda, que ampliou o acesso aos serviços de
reabilitação, para serem reconhecidas pela colaboração na
saúde, com o ingresso de novos usuários das operadoras,
prevenção de doenças, no ensino e na investigação científica.
e com o envelhecimento e a mudança do perfil epidemiológico
Os hospitais brasileiros, a exemplo dos grandes centros
da população.
internacionais, são instituições de alta complexidade, desde a
Esse desafio exige dos gestores investimento constante na
sua estrutura física e arquitetônica, como de gestão, capacitação,
ampliação das instalações, adaptação dos serviços, incluindo
procedimentos, logística, comprometimento com a saúde,
estrutura física e capacitação das equipes, bem como aquisição
a qualidade no tratamento e o bem-estar de seus pacientes.
de novas tecnologias, com vistas a atender as demandas atuais e
A governança hospitalar supera a de qualquer outra atividade
a se preparar para as exigências futuras. Isso tudo sem abrir mão
econômica, exigindo um esforço intelectual, financeiro e
do cuidado e da qualidade da assistência, no momento em que,
tecnológico acima do padrão para gerir uma realidade que
não raramente, pacientes e familiares estão bastante fragilizados.
A Associação promoverá dois seminários, em Brasília e Belo Horizonte, e em novembro o 3º CONAHP (Congresso Nacional de Hospitais Privados) encerrará as discussões sobre o tema.
O setor hospitalar está empenhado na busca permanente pela melhoria da assistência. A governança clínica nessas instituições tem caráter multifuncional e exige a participação de
hp para a Eventos da Ana ma: discussão do te
complexidade. “Estamos falando de pilares que vão desde a
Seminários:
e a gestão de riscos de eventos adversos, até a educação e
todo o corpo clínico e de suporte das instituições, dada sua alta auditoria clínica participativa, a efetividade da intervenção clínica
Brasília Belo Horizonte
treinamento dos profissionais, desenvolvimento de pesquisa, transparência de todos os processos e relações interpessoais, e o uso de tecnologia da informação”, complementa Balestrin.
Congresso:
3º CONHAP nal de Congresso Nacio s Hospitais Privado
Ciente da importância do setor hospitalar para a saúde brasileira e dos desafios para a construção de um modelo que atenda as necessidades da população e o apelo do mercado por relações mais saudáveis e transparentes, em 2015 “O hospital e seu protagonismo na saúde” será o tema principal dos eventos da Anahp. A Associação promoverá dois seminários, em Brasília e Belo Horizonte, e em novembro o 3º CONAHP (Congresso Nacional de Hospitais Privados) encerrará as discussões sobre o tema.
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anahp por dentro
Anahp amplia seu escopo de atuação no
mercado da saúde Associação inova mais uma vez e apresenta novidades para o mercado. A partir de agora, empresas de atenção domiciliar poderão ser afiliadas à entidade
Novas Categorias de Membros da Anahp
Associado Titular, Associado e Afiliado. Estas são as novas categorias de entidades membros da Anahp em 2015. A partir de agora, para se associar na categoria Associado Titular, as instituições hospitalares devem possuir ao menos uma das acreditações de excelência reconhecidas, entre elas a brasileira ONA Nível 3 (Organização Nacional de Acreditação),
Associado Titular
ou as americanas JCI (Joint Commission International) ou NIAHO (National Integrated Accreditation for Healthcare Organizations), ou ainda a canadense Accreditation Canada. A categoria Associados contempla as instituições hospitalares que ainda não possuem as condições para serem caracterizadas como Associados Titulares, mas que
Associado
se comprometam a adotar as medidas necessárias para adquirir a certificação de qualidade no prazo de quatro anos. A grande novidade fica a cargo da categoria Afiliados, que passa a contemplar as empresas de atenção domiciliar. Em 2014 a Associação estabeleceu um grupo de estudos
Afiliado
para discutir a atenção domiciliar no país a partir do envelhecimento da população, da mudança do perfil clínico e epidemiológico e do estímulo à desospitalização. A entidade percebeu que a melhor maneira de buscar uma alternativa viável para o setor era a aproximação com as empresas que proporcionam esse tipo de atenção.
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Associação Nacional de Hospitais Privados
Região Sul aumenta a
sua representatividade na Anahp No último trimestre de 2014, os Hospitais Santa Cruz e Nossa Senhora do Pilar passaram a integrar o time de instituições associadas à Anahp A região Sul aumenta a sua representatividade na Anahp com a
Para integrar o time de hospitais de excelência da Associação,
chegada dos hospitais – Nossa Senhora do Pilar e Santa Cruz,
é preciso que as instituições sejam privadas, com ou sem fins
ambos de Curitiba (PR). Com a inclusão das duas instituições,
lucrativos, e atendam majoritariamente o mercado privado. Para
a Associação passa a contar com 68 hospitais membros.
a categoria Associado Titular, é necessário possuir alguma
Juntas, as instituições associadas à Anahp somam mais de 14.700
acreditação internacional ou a acreditação de excelência
leitos, o que equivale a 11,5% do total de leitos privados para
pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). Já para a
medicina suplementar existentes no Brasil. O faturamento dos
categoria Associado, a instituição deve estar em processo
hospitais membros alcança R$ 17,3 bilhões, o que corresponde a
de acreditação, não ultrapassando o prazo máximo de
20% do total de despesas assistenciais na saúde suplementar.
quatro anos para obter sua certificação de qualidade.
Perfil dos Novos Associados Hospital Santa Cruz
Hospital Nossa Senhora do Pilar
Leitos
192
Leitos
107
Leitos de UTI
41
Leitos de UTI
31
Funcionários
824
Funcionários
455
Acreditação
ONA III
Acreditação
ONA II
Categoria
Hospital associado titular
Categoria
Hospital associado
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saúde suplementar
Regulamentação da
Lei nº 13.003 Saiba mais sobre as principais mudanças para o setor hospitalar Sancionada em 24 de junho, a Lei nº 13.003/2014 entrou em vigor no dia 24 de dezembro, modificando a Lei nº 9656/1998, para regular alguns aspectos da relação entre prestadores de serviços de saúde e operadoras de planos de saúde. A regulamentação da Lei, publicada no dia 12 de dezembro de 2014, se dá a partir de três Resoluções Normativas (RNs nº 363, 364 e 365) e uma Instrução Normativa (IN nº 56).
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Panorama Anahp
Associação Nacional de Hospitais Privados
RN nº 363 A RN nº 363 dispõe sobre as regras contratuais escritas firmadas
contemplando os direitos, obrigações e responsabilidades das partes
entre as operadoras de planos de assistência à saúde e os
envolvidas, bem como os critérios e procedimentos para prorrogação,
prestadores de serviços de atenção à saúde. Os contratos escritos
renovação e rescisão. Além disso, o reajuste contratual deve ser
devem estabelecer com clareza as condições para a sua execução,
aplicado anualmente, na data de aniversário do contrato escrito.
Principais deliberações: • Houve uma simplificação das regras em relação à
ainda em vigor, os hospitais continuam impedidos de
RN 42. Há menos cláusulas obrigatórias e as que
cobrar os Preços Máximos ao Consumidor (PMC) em
permaneceram são menos detalhadas.
medicamentos. Portanto, é importante que os hospitais
• Foram incluídas algumas vedações de práticas que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) considera
das cláusulas que garantem a remuneração pelos serviços
abusiva, como procedimentos que violem os códigos de
relacionados à administração de medicamentos.
ética das profissões de saúde e restrições às contestações
• A resolução fortalece o papel do Padrão TISS. No
de glosas. Hospitais que sofrem com essa situação
•
insistam nas suas negociações contratuais, na manutenção
caso de operadoras não plenamente preparadas para
podem apoiar-se na resolução para combatê-la.
utilizá-lo, é importante atribuir-lhes, contratualmente, a
No processo de renovação dos contratos, recomenda-se que
responsabilidade pelo descumprimento (inclusive no caso
os hospitais fiquem atentos às cláusulas que garantam que as
de contestação de glosas de procedimentos faturados fora
operadoras arcarão com os custos de acomodação superior ao do
do Padrão TISS por responsabilidade da operadora).
plano em caso de inexistência de vaga. A RN 286, que estabelecia
• A ANS continua não tendo autoridade para impor sanções
essa obrigatoriedade aos contratos, foi revogada.
aos prestadores. Em caso de descumprimento desta
Sem a RN 241, e com a Resolução nº3 de 2009 da CMED
resolução, somente as operadoras podem ser multadas.
RN nº 364 A RN nº 364 dispõe sobre o índice de reajuste definido pela
partes ao término do período de negociação, conforme
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a ser aplicado
estabelecido na Resolução Normativa – RN nº 363, de 11 de
pelas operadoras de planos de saúde aos seus prestadores
dezembro de 2014, art. 12, § 3º. O reajuste será limitado ao
de serviços de saúde em situações específicas.
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O índice de reajuste definido pela ANS será aplicado quando
Nos contratos que cumprem a IN 49, não incidirá o índice
houver previsão contratual de livre negociação como única
da ANS. A IN 49 já estipulava a obrigatoriedade de mais
forma de reajuste e quando não houver acordo entre as
de uma forma de reajuste, além da livre negociação.
Principais deliberações: • Nos debates na Câmara Técnica composta pela ANS
índice da ANS se aplica. Recomenda-se que, nas negociações
para regulamentação da Lei, as operadoras propuseram
contratuais, os hospitais busquem uma cláusula afirmando que
que o índice deveria incidir sobre o total da conta
o índice, se aplicado, incidirá sobre diárias, taxas e aluguéis.
hospitalar, incluindo OPME e medicamentos. Os
• Será aplicado um Fator de Qualidade ao índice de
hospitais defenderam a aplicabilidade do índice
reajuste definido pela ANS, descrito por meio de Instrução
apenas para diárias, taxas e aluguéis.
Normativa e aplicado a partir de 2016. Esta iniciativa
• Como não houve acordo, a Agência resolveu que hospitais
deve significar uma diferenciação entre os índices de
e operadoras devem decidir, em livre negociação, quando o
reajuste de hospitais acreditados e não acreditados.
RN nº 365 A RN nº 365 e na IN nº 56, a ANS tratou apenas sobre a
hospitalares. Segundo a Agência, já existem regras adequadas
substituição de prestadores de serviços de atenção à saúde não
em vigor para a substituição de prestadores hospitalares.
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saúde suplementar
Aprovada no Congresso a permissão de
capital estrangeiro na saúde
O setor hospitalar brasileiro ganhou um novo incentivo para atrair
De acordo com o texto, companhias internacionais poderão
investimentos. Em dezembro de 2014 foi aprovada, na Câmara
controlar empresas e atuar no setor hospitalar, bem como
dos Deputados e no Senado Federal, a Medida Provisória
clínica geral e especializada, laboratórios, serviços de
656/2014 que, entre outras novidades, permite a participação
atendimento a empresas e atendimento filantrópico.
direta ou indireta de capital estrangeiro no setor de saúde.
Com a aprovação da proposta, a Lei 8.080/1990 passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta,
III – serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa,
inclusive controle, de empresas ou de capital estrangeiro
por empresas, para atendimento de seus empregados e
na assistência à saúde nos seguintes casos:
dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social; e
I – doações de organismos internacionais vinculados
IV – demais casos previstos em legislação específica.”
à Organização das Nações Unidas, de entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos;
“Art. 53-A. Na qualidade de ações e serviços de saúde, as atividades de
II – pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar
apoio à assistência à saúde são aquelas desenvolvidas pelos laboratórios
ou explorar:
de genética humana, produção e fornecimento de medicamentos
a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital especializado,
e produtos para saúde, laboratórios de análises clínicas, anatomia
policlínica, clínica geral e clínica especializada; e
patológica e de diagnóstico por imagem e são livres à participação
b) ações e pesquisas de planejamento familiar.
direta ou indireta de empresas ou de capitais estrangeiros.”
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eventos
Governança clínica: Desafio da
sustentabilidade dos hospitais
brasileiros
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Fórum Internacional Horizontes Anahp reúne mais de 500 participantes e os principais especialistas nacionais e internacionais para falar sobre o tema Governança clínica, governança integrativa, conduta empresarial e remuneração foram os principais temas discutidos durante o Fórum Internacional Horizontes Anahp, promovido nos dias 03 e 04 de dezembro de 2014, no Hotel Tivoli Mofarrej, em São Paulo. O encontro, que contou com a presença de especialistas nacionais e internacionais, reuniu mais de 500 participantes.
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eventos
Curso pré-evento Os desafios para a implantação dos princípios de governança clínica nos hospitais brasileiros foram abordados no curso préevento, que iniciou as atividades do Fórum Internacional Horizontes Anahp. Especialistas compartilharam as dificuldades práticas para implementar nas instituições as sete dimensões da governança clínica: auditoria clínica, gerenciamento de risco, efetividade e eficiência clínica, comunicação assistencial, accountability e transparência, gestão de pessoas e pesquisa operacional. Para Evandro Tinoco, Diretor Clínico do Hospital PróCardíaco (RJ), o Brasil ainda enfrenta obstáculos para oferecer uma medicina com custo-benefício e qualidade, e ressaltou que ainda temos uma estrutura de atendimento fragmentada. “Sem a ferramenta da segurança clínica é impossível oferecer uma medicina de qualidade”, explica. De acordo com Fernando Torelly, Superintendente Executivo do Hospital Moinhos de Vento (RS) e moderador dos
Sandro Chaves, Vania Rohsig, Paola Andreoli, Fernando Torelly, Laura Schiesari e
debates da manhã, “a governança clínica é um grande movimento em busca do que é melhor para o paciente”. Sandro Chaves, Diretor Técnico do Hospital Mater Dei (MG)
realizar essa atividade e a liderança tem que abraçar a causa. “São
compartilhou a experiência da instituição com a auditoria clínica
necessários critérios de avaliação adequados, que façam sentido
e chamou a atenção para o objetivo principal dessa ferramenta,
para a equipe e é preciso mensurar os resultados, incentivar a
que é a melhoria contínua da qualidade. “Não basta auditar, é
melhoria contínua e dar feedback para as equipes, com transparência.
preciso auditar com a intenção de melhorar”, comenta.
Se a liderança e a gestão não estiverem alinhadas não funciona”, diz.
Segundo o palestrante a referência a respeito do processo de
A experiência no gerenciamento de risco para as instituições de
governança clínica vem do Reino Unido e foi uma tentativa de
saúde, especialmente para melhoria dos resultados e gestão, foi
restabelecer a confiança no sistema, abalado por uma série de
apresentada por Paola Andreoli, Gerente de Risco do Hospital
escândalos relativos a resultados negativos. “O processo de
Israelita Albert Einstein (SP). Para a especialista, a era da segurança
auditoria clínica faz parte do contrato de trabalho dos profissionais
é um marco para a qualidade, pois trabalha com conceitos, como
de saúde do NHS (sistema de saúde britânico), que são avaliados
foco na transparência, responsabilidade, liderança, cultura justa
constantemente. No Mater Dei não existe um contrato formal, mas
e trabalho em equipe. “O gerenciamento de risco assistencial é
há um acordo subentendido sobre a auditoria clínica”, compartilha.
um sistema capaz de identificar, analisar e corrigir inadequações,
Chaves ressalta, no entanto, que é preciso ter equipe e estrutura para
minimizando os riscos para o objetivo final da organização. Entretanto, não existe gerenciamento de risco sem responsabilização das pessoas e particularmente da liderança”, explica. Quando o assunto é efetividade e eficiência clínica, Helidéa de Oliveira Lima, Diretora de Qualidade Assistencial da Rede D’Or (RJ), afirma que é necessário desenvolver sistemas e estruturas que promovam
Sem a ferramenta da segurança clínica é impossível oferecer uma medicina de qualidade”, explica Evandro Tinoco.
aprendizado em toda organização. “Para alcançar esses resultados, utilizamos a ferramenta da governança clínica, que é o melhor caminho para enfrentar os desafios de gestão e qualidade”, comenta. “A gente consegue avaliar eficiência, mas para a efetividade ainda precisamos caminhar muito. Cabe a nós, profissionais da saúde, nos qualificarmos em gestão para promover essa mudança que já passou da hora”, completa Lima. Melhorar a comunicação entre os membros da equipe, eliminar barreiras impostas pela própria estrutura hospitalar e compartilhar as mesmas metas foram pontos fundamentais citados por Vania Rohsig, Superintendente Assistencial do Hospital Moinhos de Vento (RS), para uma comunicação assistencial eficiente. A palestrante compartilhou as ferramentas adotadas pela instituição para
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A governança clínica é um grande movimento em busca do que é melhor para o paciente”, diz Fernando Torelly. Helidéa Lima
facilitar a comunicação entre a equipe e ressaltou a importância
por meio da mudança na cultura da organização. “A integração
do treinamento. “Existe uma série de ferramentas para facilitar
entre as áreas não é uma tarefa fácil. A visão cartesiana e a alta
o nosso trabalho e esses sistemas de informação são cada vez
especialização não favorecem uma compreensão sistêmica dos papeis
mais necessários para que nos apoiem e facilitem a comunicação
de cada profissional. Além disso, ainda temos as diferentes culturas
e a desospitalização do paciente precocemente”, compartilha.
e formações e a própria indefinição do modelo assistencial”, avalia.
Paulo Marcelo Zimmer, Gerente Integrado de Cirurgia e Centro
A pesquisa operacional como ferramenta para suporte à decisão clínica
Cirúrgico do Hospital Israelita Albert Einstein (SP) abordou a
foi abordada por Otávio Berwanger, Diretor do Instituto de Ensino e
accountability e transparência, fundamentais para o processo de
Pesquisa do Hospital do Coração – HCor (SP). “A coleta estruturada
desenvolvimento de um modelo de governança clínica eficiente.
de dados gerados na assistência proporciona o desenvolvimento de
“Com o crescimento das tecnologias e do conhecimento disponível
ferramentas ativas que auxiliam na tomada de decisões dentro do
na internet, a responsabilidade e a transparência do trabalho dos
hospital, por meio de condutas baseadas em evidência”, menciona.
profissionais e instituições de saúde mudam radicalmente”, comenta.
Berwanger ainda citou a experiência do HCor em parceria
Zimmer citou como exemplo dessa mudança os sites direcionados
com o Ministério da Saúde para o tratamento de Síndrome
para os pacientes nos Estados Unidos, em que os médicos
Coronariana Aguda (SCA). O projeto comparou os indicadores
são avaliados com notas, além do serviço disponibilizado pelo
de instituições de mesmas características e o resultado
governo americano, o Hospital Compare, do MedCare, que serve
demonstrou redução de 20% da mortalidade por infarto.
para avaliar e comparar hospitais que prestam serviço para o seguro subsidiado pelo governo. “Existe muita informação e elas estão disponíveis aos pacientes. Precisamos preparar os nossos
Paulo Zimmer, Fábio Patrus, Maria Norma Salvador Ligório e Otávio Berwanger
médicos para as mudanças que estão acontecendo”, pondera. O papel da gestão de pessoas na governança clínica também foi mencionado durante o pré-evento. Para Fábio Patrus, Superintendente de Gestão de Pessoas e Qualidade do Hospital Sírio-Libanês (SP) o papel da gestão de pessoas na governança clínica está em potencializar a aprendizagem e promover a segurança permanente
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eventos
Com o crescimento das tecnologias e do conhecimento disponível na internet, a responsabilidade e a transparência do trabalho dos profissionais e instituições de saúde muda radicalmente”, comenta Paulo Zimmer.
Fábio Peterlini fala sobre governança clínica
Ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante a cerimônia de abertura do Fórum Anahp
Na palestra magna do curso pré-evento, Fábio Peterlini, Diretor de Práticas Assistenciais do Hospital São Camilo (SP) falou sobre a fragilidade do atual modelo assistencial e a importância da governança clínica para melhorar os resultados das instituições. “Cada vez mais tomamos conhecimento do custo com saúde, mas apesar de
Ministro da Saúde participa da abertura oficial do Fórum Internacional da Anahp
toda essa discussão ao longo dos anos e detecção dos problemas, pouco evoluímos na prática. Temos um modelo
Arthur Chioro participou da cerimônia de abertura do
de assistência ainda em desenvolvimento e o modelo de
Fórum Internacional da Anahp, ao lado do Presidente do
remuneração do setor é fundamental nesse sentido”, afirma.
Conselho da Associação, Francisco Balestrin, e do Diretor-
Para o palestrante a governança clínica veio para ocupar
presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS),
uma lacuna entre a gestão e a clínica. “Precisamos melhorar
André Longo, entre outros representantes do setor.
continuamente os cuidados, por meio da assistência focada
O Presidente do Conselho da Anahp ressaltou a importância
no paciente, em tempo adequado, com eficiência e equidade,
dos hospitais para o sistema de saúde e as dificuldades
efetividade e segurança. Há necessidade de envolver os
enfrentadas por estas instituições. “Apesar de sua importância,
profissionais médicos e melhorar os resultados, organizar
os hospitais com frequência são vistos como parte do
os times, medir o desempenho, desenvolver processos e
problema, mas na verdade são a solução. Estamos aqui para
desmantelar a cultura difundida até então”, pondera Peterlini.
trabalhar e contribuir com o novo modelo assistencial e de
Para finalizar as atividades do pré-evento, Laura Schiesari,
remuneração, focados exclusivamente na oferta de serviços de
Diretora Técnica da Anahp fez um apanhado geral das
saúde, com condições adequadas para o paciente”, afirma.
discussões e ressaltou que os hospitais vivem um momento de
O Diretor-presidente da ANS, por sua vez, abordou a
expansão e sobriedade. “Apresentamos os conceitos em torno
representatividade do setor de saúde suplementar, as questões
da governança clínica e um pouco de prática, mas de uma
específicas na rede hospitalar brasileira, que afetam a escassez
forma fragmentada. Agora é o momento de darmos um passo
de leito e sua organização, e mencionou a dificuldade de
adiante e fazermos mais e melhor. Já conseguimos construir
prosperar do modelo de remuneração do setor. “Estamos
os pilares e agora falta colocá-los em prática”, diz Schiesari.
extremamente atrasados neste quesito”, enfatiza.
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Conselho da Anahp com o Ministro da Saúde e Diretores
Ashraf Shehata compartilha a experiência americana na construção
da ANS durante a abertura do Fórum Anahp
de um sistema de saúde de qualidade e com menos custo
“O desafio de construir um sistema nacional de saúde, que
Modelos compensatórios
tem cada vez mais participação do setor privado como fator decisivo, não pode ser desconsiderado. O maior problema do
Ashraf Shehata, Sócio Líder Global da Consultoria e do Centro de
nosso país é que nós temos trabalhado com compartimentos
Excelência de Saúde da KPMG, compartilhou a experiência americana
estanques. Mas precisamos de uma agenda comum, que
na construção de um sistema de saúde de qualidade e com menos
não pode ser colocada em segundo plano a integração
custo. Segundo o palestrante, nos Estados Unidos todos estão
entre os setores público e privado”. Essa foi uma das
preocupados com a questão da qualidade e a lógica é bastante
preocupações apresentadas pelo Ministro em seu discurso.
simples: se há qualidade a instituição é remunerada por isso.
Chioro também citou a questão do capital estrangeiro na
Para Shehata não adianta ter o melhor médico ou o melhor hospital, é
saúde, sancionado pela Presidente Dilma; a mudança no
preciso ter o melhor sistema e com foco no paciente e, nesse
perfil dos hospitais públicos e privados, que ampliam as suas
sentido, a convergência entre todos os players do setor
complexidades e aparato tecnológico para suprir as demandas
(governo, operadoras, indústria, etc) é fundamental para as
da população; a importância da redução do tempo de
mudanças. “Ninguém pode fazer isso sozinho. Para agregar valor,
permanência e desospitalização, com foco no cuidado domiciliar
todos devem fazer parte do sistema e se envolver”, pondera.
e no cuidado integral; chamou a atenção para a judicialização
Shehata também falou da conectividade como uma aliada
na saúde, que virou uma ferramenta de inversão de valores e
importante para a redução de custos. “Quando você entende como
incorporação desenfreada; e a necessidade de mudança do
os consumidores de saúde se comportam, você consegue prever
modelo de remuneração do setor, que segundo o Ministro é
custos e trabalhar com mais informações e possibilidades para os
extremamente oneroso e produz uma lógica perversa e injusta.
serviços. Os consumidores direcionam os planos de saúde”, explica.
A necessidade de investir nas estratégias de promoção
Durante o talk show sobre a necessidade de reforma dos modelos
à saúde, de avançar na implantação de políticas de
compensatórios na saúde suplementar, Martha Oliveira, Diretora de
segurança do paciente e de pensar um plano diretor
Desenvolvimento Setorial na ANS, elencou sete pontos principais a serem
para a assistência hospitalar, que contemple a ampliação
revistos: o papel da saúde suplementar e como ela interage com o SUS, o
da rede pública e privada, alcançando as regiões que
modelo assistencial atual, a transparência nos dados e informação qualificada,
enfrentam um vazio de assistência, também foram
como o próprio beneficiário enxerga o setor, a cultura de desconfiança entre
preocupações citadas como primordiais pelo Ministro.
os atores, a incorporação de tecnologia no país e a transição epidemiológica.
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Marcio Coriolano, Presidente da Bradesco Saúde citou a questão do OPME como um dos principais problemas do setor e ressaltou a necessidade de pensar uma reforma possível neste cenário. “OPME é apenas a ponta do iceberg. Hoje, há coisas inseridas no rol sem a menor comprovação de custo-efetividade e temos a cultura de que todo mundo pode consumir tudo o tempo todo”, afirma. Para o Presidente da Bradesco Saúde o setor precisa de mais regulação pensando na cadeia produtiva, mais eficiência para o sistema e a necessidade de
OPME é apenas a ponta do iceberg. Hoje, há coisas inseridas no rol sem a menor comprovação de custo efetividade e temos a cultura de que todo mundo pode consumir tudo o tempo todo”, afirma Marcio Coriolano.
um terceiro agente que facilite essa integração. “Tudo o que nós estamos discutindo agora depende do que vai acontecer no Brasil”, pondera Gonzalo Vecina, Superintendente Corporativo do Hospital Sírio-Libanês (SP). Para ele, o setor precisa pensar um modelo macro e tentar estabelecer inter-relações com alguns prestadores de serviços dispostos a construir atos médicos mais enfrentáveis. “Hoje,
Governança clínica – na busca pela excelência
há muitas equipes despreparadas utilizando uma tecnologia para a qual elas não estão preparadas”, afirma.
A implementação de uma modelo de gestão clínica associado
Segundo Vecina, determinados tipos de atos médicos só
à utilização de um sistema de informação foi a experiência
poderiam ser acatados por instituições que tem capacidade para
compartilhada por Charlotte Stockman, Enfermeira Líder
isso. “Esse é um projeto que tem que vir tanto da área reguladora,
(Informática) na Croydon Health Services, NHS Trust.
quanto das operadoras. Precisamos de um entendimento
A palestrante apresentou a estrutura de governança da instituição e
macro para aumentar a eficiência do setor”, completa.
os resultados positivos com a mudança do modelo de gestão.
O entendimento do cidadão sobre o setor também foi
“A integração entre serviços, associado ao processo eletrônico
citado como ponto primordial para as mudanças do
das informações, proporcionou mais envolvimento do time,
sistema. “Temos que trabalhar em várias frentes para
ganho de eficiência e segurança para o paciente”, explica.
fazer as pessoas perceberem que elas têm participação
Helidea Lima também mencionou os desafios para a implantação
na construção da saúde”, explica Oliveira.
da governança nas instituições de saúde no Brasil. “Vivemos um
“O problema está em acertar a questão do acesso e
cenário complexo com a transição demográfica, condições crônicas,
transmitir ao paciente que o necessário para sua segurança
tripla carga de doença e desigualdade na atenção à saúde. O nosso
está sendo feito. Esta resposta esbarra na fragmentação
grande desafio é por onde começar. Precisamos falar de governança
do setor que precisa ser revista”, complementa Vecina.
clínica de uma maneira integrada e não mais fragmentada”, comenta.
Gonzalo Vecina, Carlos Figueiredo, Martha Oliveira e Marcio Coriolano
Charlotte Stockman, Helidéa Lima e Henrique Neves
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Compliance O segundo dia do evento contou com a participação do Antropólogo Roberto DaMatta abordando o tema ética e a sociedade brasileira. “O Brasil tem ética demais. O nosso dilema é que temos uma ética do Estado Nacional (Constituição), que se refere aos sistemas formais, políticas econômicas, escolaridade; e temos outra ética da sociedade, que refere-se à cultura”, afirma. Para o Antropólogo, problemas históricos nos aspectos social, cultural e econômico parecem ter criado no país uma ética diferente, que se relativiza de acordo com as classes sociais. “A aplicação das leis também parece se adequar de acordo com as conveniências. No Brasil nós não julgamos o delito, mas quem fez. Dependendo da pessoa muda tudo. Como gerenciar um sistema com ética dupla?”, questiona. Dando continuidade às discussões sobre compliance, Carlos Alberto Marsal, Superintendente de Controladoria e Finanças do Hospital Sírio-Libanês (SP); Lúcio Flávio Gonzaga
Roberto DaMatta fala sobre ética e a sociedade
Silva, Conselheiro Efetivo do Conselho Federal de Medicina
durante o Fórum da Anahp
(CFM); Adriana Fussuma, Health Care Compliance Officer da Johnson & Johnson compartilharam as suas experiências no desenvolvimento e implementação de códigos de conduta. De acordo com Marsal, o setor vive um conflito conceitual, em que o objetivo é a saúde e o embate é a remuneração. “Há uma tendência mundial de estabelecer processos de relacionamento mais ajustados entre os agentes públicos e o fortalecimento desses dispositivos começam a surgir no país”, comenta. Para Marsal, ainda vivemos num país que precisa de lei para que as coisas aconteçam e por essa razão surgiu a Lei Anticorrupção, que dá um direcionamento para a sociedade contra práticas de corrupção. “O compliance é um dos pilares da governança, que tem como objetivo mitigar riscos, fortalecer controles internos, avaliar e fomentar
O programa de compliance precisa de estrutura adequada, mas antes de pensar na estruturação é necessário identificar onde está o risco da instituição”, pondera Adriana Fussuma.
conformidade, reportar riscos e fraudes, influenciar a cultura na busca de transparência e difundir elevados padrões éticos e de conduta”, explica. “O programa de compliance precisa de estrutura adequada, mas
Denise Santos, Adriana Fussuma,
antes de pensar na estruturação é necessário identificar onde está
Carlos Alberto Marsal e Luiz
o risco da instituição”, pondera Fussuma. A
Flávio Gonzaga Silva
palestrante também compartilhou o modelo de compliance adotado pela Johnson & Johnson e a necessidade de estabelecer um comitê com representantes de áreas que possam contribuir. A importância do código de ética médica também foi mencionada durante o debate. “Os códigos de ética médica são orientadores para uma conduta adequada, evitando erros e ações judiciais. Trata-se de uma segurança para o profissional e para o paciente”, explica Gonzaga.
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eventos Anahp lança código de conduta empresarial Em meio a apresentações e discussões sobre conduta ética e empresarial na saúde, o Presidente do Conselho de Administração da Anahp, Francisco Balestrin, juntamente com o Ministro da Saúde Arthur Chioro, lançou o Código de Conduta Empresarial | Compliance para Hospitais Privados. A publicação nasceu a partir do trabalho do Grupo de Estudos sobre Compliance, estruturado pela Associação com o objetivo de propor recomendações para que os
A proposição da Anahp, de um código de conduta empresarial orientativo para os hospitais, reflete a preocupação da entidade com o tema e reforça a sua posição de vanguarda no setor”, comenta Francisco Balestrin.
hospitais privados desenvolvam seus códigos de conduta. Dividido em sete capítulos, o documento aborda aspectos como integridade; transparência; solidariedade; valorização do capital humano; gestão financeira; contábil e patrimonial; além do relacionamento com os fornecedores, o corpo clínico e as operadoras. Para Balestrin, a mudança da moralidade da sociedade estimula mudanças no comportamento dos profissionais. “Observamos um novo cenário, com um mercado mais exigente e atento a essas questões. A proposição da Anahp, de um código de conduta empresarial orientativo para os hospitais, reflete a preocupação da entidade com o tema e reforça a sua posição de vanguarda no setor”, comenta.
DRG | Ferramenta de gestão clínica “Nós temos muitos atores no sistema de saúde, o que dificulta a comunicação, especialmente quando a informação não está disponível de maneira adequada. Isso é um grande desafio”, afirma Thilo Koepfer, Vice-presidente na 3M Health Information Systems. Para o palestrante, o Diagnosis Related Group (DRG) surgiu para traduzir a linguagem clínica em códigos e categorizálos em grupos, melhorando a qualidade e conveniência do cuidado ao paciente e a acurácia do diagnóstico. “Não podemos gerir o que não podemos medir”, afirma. Koepfer apresentou a experiência da 3M na implantação do DRG na Europa e na Austrália e citou a necessidade de possuir base dados consistente para a utilização da metodologia.
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Thilo Koepfer aborda o tema DRG durante o evento
Governança integrativa “A integração das áreas administrativas e assistenciais em função do cuidado ao paciente, que é o objetivo de qualquer instituição de saúde”. Essa é a definição de governança integrativa para Alceu Alves da Silva, Superintendente Executivo do Sistema de Saúde Mãe de Deus (RS). Para o Diretor Técnico Hospitalar do Hospital Nossa Senhora das Graças (PR), Luiz Sallim Emed, “Não dá mais para trabalhar de forma isolada. É necessário e possível integrar a equipe e nós temos que liderar este processo”, comenta. “A governança pode ser incorporada em qualquer instituição, independente do perfil e tamanho. No caso da saúde, a assistência tem que estar impregnada inclusive no governo. O desafio é sair do discurso para a prática”, diz Luiz Alberto De
Ary Ribeiro, Luiz Sallim, Alceu Alves da Silva e Luiz Alberto De Luca
Luca, Superintendente Corporativo do Hospital Samaritano (SP). Segundo Alves, com o avanço da medicina, o médico já não tem o domínio do conhecimento, mas continua protagonizando as prescrições medicamentosas, nutricionais, entre muitas outras. “Uma prescrição médica revisada por um farmacêutico, por exemplo, agrega segurança ao paciente e para o próprio médico”, exemplifica Alves. De acordo com De Luca, o médico está passando por um processo de entendimento de gestão e correlação de seu papel com os custos, apesar das resistências. Para o Superintendente do Samaritano, é preciso comunicar e desenvolver o tema, realizar treinamentos, avaliar o corpo clínico por desempenho e estimular suas competências. “Sermos bons do ponto de vista de governança é absolutamente essencial e respeitoso com o paciente”, pondera Ary Ribeiro, Superintendente Comercial e de
Mauro Borges, Miguel Cendoroglo, Gabriel
Serviços do Hospital do Coração – Hcor (SP).
Dalla Costa e Sandro Chaves
Governança clínica nos hospitais brasileiros Miguel Cendoroglo, Superintendente do Hospital Israelita Albert
a partir das estratégias práticas adotadas pela instituição com
Einstein (SP), Sandro Chaves, Diretor Técnico do Hospital Mater
foco nos protocolos assistenciais e programa de alta por meio do
Dei (MG), Gabriel Dalla Costa, Gerente Médico do Hospital
engajamento da equipe assistencial e dos médicos. “As vaidades
Moinhos de Vento (RS) e Mauro Borges, Superintendente
devem ser exploradas e a competição, em nível sadio,
Médico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP), abordaram
estimulada. Na Mayo Clinic, por exemplo, as pessoas se
as experiências dos hospitais com a governança clínica.
adaptam à cultura da organização, não o contrário”, afirma.
A estratégia do Mater Dei foi elaborar o planejamento estratégico
A melhoria da eficiência do fluxo do paciente por meio do
do corpo clínico integrado ao planejamento estratégico do
accountability das lideranças assistenciais e a redução de
hospital. “Essa iniciativa proporcionou maior envolvimento
custos e melhora de resultados clínicos foram os tópicos
dos médicos com os objetivos institucionais e com as áreas
apresentados por Cendoroglo como desafios para a instituição
administrativas, produtivas e de apoio, contribuindo com
para a nova proposta de integração da equipe com foco
sugestões e ações. Os gestores administrativos também
no paciente. “A mudança de cultura na organização, a
passaram a ter maior visão estratégica de seu negócio a partir
continuidade do cuidado, o trabalho em rede e o trabalho
da proximidade com o corpo clínico”, compartilha Chaves.
cooperativo com outros prestadores e componentes da
Dalla Costa apresentou os resultados positivos obtidos pelo hospital
cadeia são os grandes desafios do hospital”, comenta.
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eventos
Organização, avaliação de desempenho e remuneração – a experiência da Cleveland Clinic
modelo de organização da Cleveland Clinic
O modelo de organização da Cleveland Clinic, de trabalhar
recebem feedback direto do gestor. No entanto, Machado ressalta
como unidade integrada, foi compartilhado por André
que nem todos se adaptam à cultura da organização. “A maioria dos
Henrique Salvador e André Machado discutem o
Machado, Diretor do Center for Neurological Restoration
médicos não quer ter salário fixo e sim ser remunerado por volume.
da Cleveland Clinic Neurological Institute (USA).
Nesse caso ele não se adapta ao modelo da Cleveland”, salienta.
Para Machado, o médico deve estar inserido na cultura do
Machado também compartilhou o modelo remuneratório da
hospital e trabalhar para o crescimento e desenvolvimento da
instituição e explicou os motivos que levam os profissionais a
instituição. “Na Cleveland Clinic a equipe é maior do que cada
escolherem a Cleveland Clinic além dos salários compatíveis
médico e o princípio de corresponsabilidade é muito forte”, explica.
com o mercado. “A reputação da empresa, os benefícios
O palestrante mencionou ainda que todos os médicos e demais
e a possibilidade de desenvolvimento de carreira são os
profissionais envolvidos na assistência são avaliados anualmente e
principais atrativos para atrair talentos”, compartilha.
A perspectiva dos modelos compensatórios no Brasil “Tudo que é compensatório parte do pressuposto de que a estrutura
Para Sérgio Ricardo Rodrigues de Almeida Santos, Diretor Executivo da
não existe”, afirma Cláudio Lottenberg, Presidente do Hospital
One Health, esse nosso modelo de remuneração não é mandatório e
Israelita Albert Einstein (SP). Para o executivo, o atual modelo
existem outras opções. Ele ainda ressalta que ninguém está preparado
centrado no hospital é oneroso e corrobora para que o setor atue
para ser avaliado. “Trata-se de uma mudança de cultura”, afirma.
compensatoriamente. “Grande parte dos problemas do sistema
“As compensações existem porque ainda somos remunerados
de saúde é fruto de uma fragmentação excessiva”, completa.
pela nossa incompetência. A nossa base tecnológica conversa
Florentino Cardoso, Presidente da Associação Médica Brasileira
pouco e os órgãos reguladores são cada vez mais políticos.
(AMB) fez uma analogia à década de 80, em que médicos tinham
Nós estamos extremamente equivocados por querermos
remuneração parecida, sem privilégios e o desempenho era
discutir dinheiro. Quando começarmos a discutir práticas
comparado aos melhores centros. “Nós continuamos defendendo
a coisa vai começar a mudar”, finaliza Lottenberg.
a formação excelente e a educação continuada. O custo da medicina em nosso país somos nós que pagamos”, comenta.
Claudio Lottenberg, Francisco Balestrin, Florentino Cardoso e Sérgio Ricardo Santos
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bem-estar
Qualidade de vida:
Um benefício que não tem preço Nos últimos anos, a preocupação das companhias com o bem-estar de seus funcionários começou a ganhar espaço no mercado
Pesquisa da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV) demonstra que investir no bem-estar dos funcionários já é considerado um imperativo estratégico para as empresas. As iniciativas contribuem para combater alguns dos males que mais afetam a performance no trabalho, como o estresse e problemas emocionais, quaisquer que sejam suas causas. Nos últimos anos, a preocupação das companhias com o bem-estar de seus funcionários começou a ganhar espaço no mercado. Entre as iniciativas observadas, podemos citar os espaços de convivência e lazer, os clubes de caminhada e corrida, assistência e grupo de apoio para perda de peso, assistência psicológica, atividades culturais, entre tantos outros exemplos. Para serem eficientes, os programas de qualidade de vida precisam ser bem estruturados, possuir boa comunicação com os colaboradores da empresa, além de estarem alinhados com as lideranças para geração de valor e resultados.
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O Programa tem como objetivo estimular mudanças graduais de estilo de vida e comportamento dos colaboradores e terceiros, além de seus familiares”, explica Rodrigo Demarch.
Programas de qualidade de vida Criado em 2010, o Programa Bem-estar do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP) é uma ferramenta estratégica que propõe diversas ações para a promoção da saúde e da qualidade de vida. As atividades são voltadas, em sua maioria, para o gerenciamento do peso corporal, aumento de atividade física, melhora de hábitos alimentares e redução do estresse. “O Programa tem como objetivo estimular mudanças graduais de estilo de vida e comportamento dos colaboradores e terceiros, além de seus familiares”, explica Rodrigo Bornhausen Demarch, Gerente de Qualidade de Vida e Saúde da instituição. No Hospital Sírio-Libanês (SP), as atividades voltadas ao bem-estar dos colaboradores teve início em 2004 e não parou de crescer. “Com o passar do tempo nos organizamos e passamos a ampliar a ofertas de atividades, atendendo as sugestões e solicitações de colaboradores e dos resultados de pesquisas internas”, comenta Bruna Faria Ribeiro de Carvalho, Analista de Qualidade de Vida da Instituição. “Anualmente os colaboradores são convidados a preencher o sistema de avaliação de saúde online com questões referentes ao estilo de vida, saúde mental, indicadores biométricos de saúde e disposição e prontidão para mudança comportamental. Após o preenchimento das informações, o colaborador é encaminhado para o exame médico periódico para avaliação e orientações”, completa Demarch. No Sistema de Saúde Mãe de Deus (RS), o Programa Bem-estar Emocional tem como finalidade principal proporcionar aos funcionários um espaço de escuta terapêutica e social, contribuindo para o bem-estar do colaborador, melhoria da qualidade de vida e, consequentemente, melhores resultados organizacionais. “Os programas de gestão de pessoas da instituição são destinados a todos os profissionais, respeitando suas peculiaridades”, explica Maiane Bertoldo Lewandowski, Coordenadora da Consultoria Interna Recursos Humanos do hospital. Uma das preocupações das instituições hospitalares é contemplar os funcionários que trabalham à noite. “Os horários noturnos são desafiadores, mas progressivamente estamos implementando ações como ginástica laboral, adaptando os horários dos os workshops para possibilitar a participação do pessoal que deixa o plantão, por exemplo”, compartilha Lewandowski. Algumas das atividades oferecidas no Programa Bemestar do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP) contemplam academia de ginástica, oficina de canto, coaching de saúde e bem-estar, vacinação, acompanhamento nutricional e oficinas de nutrição, análise ergonômica dos postos de trabalho, cinesioterapia laboral, cuidados coordenados da saúde, programa gerar e academia anti-estresse. De acordo com Demarch, a gestão do Programa é realizada pelo Centro de Atenção à Saúde do Colaborador (CASC), que conta com uma equipe de profissionais com dedicação exclusiva, formada por médicos, equipe de enfermagem, psicóloga, fisioterapeuta, nutricionista, assistente social, educadores físicos e pessoal administrativo.
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bem-estar
Resultados Os programas de bem-estar demonstram resultados bastante efetivos. Por meio de indicadores é possível identificar os índices de adesão ao programa, performance nas diferentes vertentes, além da satisfação dos usuários. “O índice de participação no programa é considerado bastante alto – 75% da população do hospital com participação elevada”, compartilha Demarch. O Gerente de Qualidade de Vida e Saúde do Hospital Alemão Oswaldo Cruz menciona ainda que a instituição utiliza um sistema de
O baixo índice de desligamento voluntário e o baixo turnover institucional são alguns exemplos de avaliação positiva das ações de qualidade de vida”, explica Bruna Carvalho.
Business Intelligence, que permite transformar dados em informações para a tomada de decisão estratégica em relação às atividades do
das ações. “O baixo índice de desligamento voluntário e o baixo
programa, bem como a destinação de recursos para determinadas
turnover institucional são alguns exemplos de avaliação positiva das
atividades ou investimento em novos serviços. “Alguns dados são
ações de qualidade de vida”, explica. Bruna observa, no entanto,
bastante interessantes, como por exemplo, aqueles relacionados
que medir a satisfação do colaborador ainda é um desafio.
ao plano de saúde dos colaboradores. Nos últimos quatro anos
Segundo Lewandowski, os resultados do ciclo do Programa Bem-estar
a nossa sinistralidade caiu de aproximadamente 84% para 73%.
Emocional também são visíveis em indicadores institucionais, como
Isso resultou na não aplicação de reajuste no último ano, o que
o absenteísmo, especialmente quando o motivo de afastamento é
representa uma economia significativa para o hospital”, comenta.
de origem psicológica (classificação CID F). “Com a realização dos
Outros dados interessantes são os relacionados aos indicadores
atendimentos é possível mensurar como estão os funcionários em
de saúde populacional. “Entre 2010 e 2013 o número de fumantes
termos de saúde mental e qualidade de vida, bem como avaliar e
diminuiu de 7,6% para 6%, as pessoas passaram a se alimentar de
propor a melhor forma de intervenção a partir dos quatro âmbitos
forma mais saudável, ingerindo mais vegetais e frutas, e o número de
propostos – físico, psicológico, social e organizacional”, explica.
pessoas fisicamente ativas no Programa aumentou consideravelmente,
De acordo com Demarch, o programa teve seu conceito expandido
diminuindo o sedentarismo em mais de 11%. Além disso, existe a
à medida que foi amadurecendo. “Iniciamos com um programa de
percepção subjetiva de valor, que certamente é muito importante para
promoção à saúde no ambiente de trabalho e evoluímos para um
a organização, apesar de ser menos tangível”, ressalta Demarch.
programa de gestão de saúde populacional, com gerenciamento de
De acordo com Carvalho, as manifestações de satisfação
casos crônicos e gerenciamento de casos de alto custo. Todas estas
espontâneas dos colaboradores é um indicador do impacto favorável
ações conjuntas refletiram na queda da sinistralidade”, enfatiza.
O que dizem os gestores dos programas de qualidade de vida
*Fonte: Pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV) com mais de 500 gestores em 2011.
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Para
70%
Para
68%
Para
28%
Para
27%
Para
23%
Exemplos de iniciativas focadas no bem-estar dos colaboradores:
Grupos para perda de peso e orientação nutricional
Atividades culturais
Grupos antitabagismo
Comemorações com ações sociais
Clubes de corrida e caminhada
Espaços de lazer
Participação em campeonatos esportivos e corridas de rua
Ações de voluntariado
Convênios com academias
Exames de saúde e controle de estresse periódicos
Ginástica laboral
Campanhas de vacinação
Espaços de relaxamento
Acompanhamento gestacional
Acompanhamento de fisioterapeutas no espaço de trabalho
Acompanhamento de doenças crônicas com participação de familiares
a qualidade de vida dos profissionais é imperativo estratégico para as empresas
o stress e questões emocionais são os problemas que mais afetam os profissionais
os programas de bem-estar reduzem os custos com assistência médica
eles ajudam a manter a produtividade dos profissionais
eles ajudam a reter talentos nas empresas
Com a realização dos atendimentos é possível mensurar como estão os funcionários em termos de saúde mental e qualidade de vida, bem como avaliar e propor a melhor forma de intervenção”, explica Maiane Lewandowski. Associação Nacional de Hospitais Privados
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perfil
Mercado de gestão de
facilities e serviços
integrados cresce no Brasil Sodexo considera o segmento promissor e promete ampliar os serviços para a saúde O mercado de gestão de facilities e serviços integrados tem ganhado cada vez mais espaço e apresenta grande potencial de crescimento e amadurecimento no Brasil. Há mais de 35 anos no país, a Sodexo possui uma ampla gama de serviços integrados de alimentação e facilities, com perspectiva de ampliação das atividades. “Cada vez mais as empresas entendem as vantagens da terceirização da gestão de facilities para se concentrar em seu core business, com ganhos de produtividade e rentabilidade. Para 2015, a meta é ampliar ainda mais a presença dos nossos serviços de qualidade de vida no mercado em geral e no segmento de saúde, em especial”, explica Sandra Passos, Diretora do Segmento de Saúde e Educação da Sodexo On-site. Acompanhe a entrevista na íntegra:
Qual é a trajetória da Sodexo no Brasil? Fundada em 1966 por Pierre Bellon, na França, a Sodexo é líder global em serviços que contribuem para a qualidade de vida de seus consumidores, fator essencial no desempenho individual e organizacional. Operando em 80 países, a empresa atende 75 milhões de consumidores diariamente por meio de uma combinação única de serviços no segmento On-site, focado em Alimentação e Facilities Services; e no segmento de Benefícios e Incentivos, que oferece cartões de refeição, alimentação, cultura, presente e benefícios de gestão de despesa, entre outros. No Brasil, a Sodexo atua há 35 anos, sendo que o segmento de On-site possui hoje 35,5 mil colaboradores e mais de duas mil unidades operacionais. A Sodexo On-site, com sua ampla gama de serviços integrados de Alimentação e Facilities Services, atende clientes de áreas diversas como: Corporativo, Saúde, Educação, Energia e Gás.
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Cada vez mais as empresas entendem as vantagens da terceirização da gestão de facilities para se concentrar em seu core business, com ganhos de produtividade e rentabilidade”.
Sandra Passos, Diretora do Segmento de Saúde e Educação da Sodexo On-site
A empresa possui atuação em todo o território nacional e, por
Em 2014, a Sodexo On-site expandiu sua presença no segmento de
oito vezes, recebeu o prêmio Top of Mind Fornecedores de RH,
saúde, com forte atuação na entrega de ofertas integradas, que inclui
na categoria Serviços de Alimentação Coletiva.
Alimentação e Facilities Services.
Como a Sodexo avalia a atuação da companhia no mercado de saúde?
Cada vez mais, a empresa é reconhecida como uma referência de alta qualidade na oferta de alimentação (restaurantes, cafeterias, retail e eventos), serviços de limpeza comum ou técnica – para um
A Sodexo On-site atende ao rigoroso controle de qualidade e à
ambiente complexo como o hospitalar, por exemplo – jardinagem,
especialização necessária das instituições de saúde. Em clínicas
recepção e correio interno, entre outros.
e hospitais, a empresa elabora dietas apropriadas a cada ação terapêutica. Nos restaurantes para a equipe de colaboradores ou no conforto médico, a Sodexo On-site desenvolve fórmulas customizadas de alimentação. Visitantes e familiares têm a sua
Qual a avaliação da Sodexo em relação ao mercado brasileiro de facilities? Há grandes possibilidades de crescimento?
disposição cafeterias, lojas de conveniências e room service. No Brasil, a Sodexo On-site está presente nos seguintes
Acreditamos no enorme potencial de crescimento deste segmento,
hospitais: Santa Paula (SP), Sabará (SP), Samaritano (SP),
pois cada vez mais as empresas entendem as vantagens da
São Luiz Itaim (SP), Hospital das Clínicas de Niterói (RJ), São
terceirização da gestão de facilities para se concentrar em seu core
Rafael (BA), São Lucas (SE), São Marcos (PE) e Santa Julia (AM),
business, com ganhos de produtividade e rentabilidade.
entre outros. No mundo, a Sodexo On-site está presente nos principais hospitais de países como França, Espanha, Itália, Suécia, Alemanha, Inglaterra, Bélgica, EUA, China e Chile.
Quais são as perspectivas da companhia para 2015? Para 2015, a meta é ampliar ainda mais a presença dos nossos serviços de qualidade de vida no mercado em geral e no
Sodexo no Brasil Mais de 2,2 bilhões de reais em faturamento anual
35.5 mil
colaboradores
Entre os 20 maiores empregadores
Atuação nacional
Mais de 2 mil unidades de atuação
segmento de saúde, em especial.
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hospitais membros
notas
hospitais membros Hospital Santa Izabel (BA) inaugura novos equipamentos tecnológicos e amplia atuação na área de oncologia pediátrica Ao reforçar seu parque de bioimagem, a instituição amplia de forma significativa o atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde, conveniados de operadoras de planos de saúde e particulares. A expectativa é que com a operacionalização dos novos aparelhos a capacidade de realização seja dobrada. O Provedor da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, Roberto Sá Menezes, ressalta a importância dos investimentos feitos de modo planejado no Santa Izabel para disponibilizar à comunidade baiana tecnologia avançada aliada à alta capacitação do quadro de profissionais. “Ao expandir e qualificar serviços, captando novos investimentos para cuidar com qualidade e calor humano de cada paciente, o Hospital Santa Izabel mantém atualizada a sua secular trajetória de contribuição para o bem-estar da população”, disse o Provedor. Os investimentos no Hospital Santa Izabel também contemplaram o Serviço de Hemodinâmica, que é um dos mais demandados e conceituados do país para realização de cateterismos diagnósticos e terapêuticos. Os pacientes contarão com mais um moderno equipamento, considerado o primeiro, totalmente digital, a entrar em operação no Norte e Nordeste.
Hospital Márcio Cunha (MG) recebe Prêmio Hospital Best 2014, na categoria Destaque Regional – Vale do Rio Doce, durante o XII Hospital Fest Brasil O Prêmio Hospital Best é uma iniciativa da Associação Brasileira de Marketing em Saúde (ABMS) e realizada pela Revista Saúde Best. As instituições ranqueadas em todo o país tornam-se referência no segmento hospitalar para empresas fornecedoras de equipamentos hospitalares, fortalecendo o mercado. Instituído pela Usiminas e administrado pela Fundação São Francisco Xavier, o Hospital Márcio Cunha conquistou recentemente a certificação internacional da NIAHO, desenvolvida a partir dos padrões norte-americanos de segurança. Em 2003, foi o primeiro do Brasil a ser Acreditado com Excelência pela ONA. Hoje, é referência para quase 1 milhão de habitantes no Leste de Minas, com serviços nas áreas de ambulatório, pronto-socorro, internação e de diagnóstico.
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Excelência por princípio!
Hospitais Membros Associados Titulares
Associados
Beneficência Portuguesa de São Paulo
Hospital Madre Teresa
Hospital Santa Cruz
AACD – Associação de Assistência
Casa de Saúde São José
Hospital Mater Dei
Hospital Santa Joana
à Criança Deficiente
Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos
Hospital Márcio Cunha
Hospital Santa Paula
Hospital Aliança
Hospital A. C. Camargo – Câncer Center
Hospital Memorial São José
Hospital Santa Rosa
Hospital Marcelino Champagnat
Hospital Alemão Oswaldo Cruz
Hospital Meridional
Hospital São Camilo Pompeia
Hospital Nossa Senhora do Pilar
Hospital Anchieta
Hospital Metropolitano
Hospital São José
Hospital Primavera
Hospital Bandeirantes
Hospital Moinhos de Vento
Hospital São Lucas
Hospital Santa Genoveva
Hospital Barra D’Or
Hospital Monte Sinai
Hospital São Luiz – Unidade Itaim
Hospital Santa Izabel
Hospital Copa D’Or
Hospital Nipo-Brasileiro
Hospital São Lucas de Aracajú
Hospital Santa Lúcia
Hospital Dona Helena
Hospital Nossa Senhora das Graças
Hospital São Rafael
Hospital Santa Marta
Hospital do Coração – HCor
Hospital Nove de Julho
Hospital Saúde da Mulher
Hospital Santo Amaro
Hospital e Maternidade Brasil
Hospital Porto Dias
Hospital Sírio-Libanês
Hospital São Francisco
Hospital e Maternidade Santa Joana
Hospital Português
Hospital Vera Cruz
Hospital São Mateus
Hospital Esperança
Hospital Pró-Cardíaco
Hospital VITA Batel
Hospital Villa-Lobos
Hospital Felício Rocho
Hospital Quinta D’Or
Hospital VITA Curitiba
Imperial Hospital de Caridade
Hospital Infantil Sabará
Hospital Rios D’Or
Hospital VITA Volta Redonda
Real Hospital Português
Hospital Israelita Albert Einstein
Hospital Samaritano
Santa Casa de Maceió
Hospital Mãe de Deus
Hospital Santa Catarina
Vitória Apart Hospital