Publicação da Anahp – Associação Nacional de Hospitais Privados – setembro | outubro 2016
Os desafios dos processos de contas
hospitalares
Hospitais, operadoras e ANS debatem a falta de padrão para uma terminologia adequada, glosas e a necessidade de revisão de processos. Pág. 20
Opinião: O desejo genuíno de uma saúde mais ética. Pág. 06
“Temos recursos limitados do orçamento, e sempre teremos essa limitação”, afirma Ministro da Saúde em entrevista ao Panorama Anahp. Pág. 16
Publicação da Anahp – Associação Nacional de Hospitais Privados – setembro | outubro 2016
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Para contribuir com a discussão e com o desenvolvimento de melhores práticas na área de padronização de materiais - ponto fundamental nos processos de contas hospitalares - a Anahp promoveu um estudo de caso sobre o stent farmacológico para artérias coronárias
O desejo genuíno de uma saúde mais ética Leia o artigo de Francisco Balestrin, Presidente do Conselho de Administração da Anahp, e Claudia Scarpim, Diretora Executiva do Instituto Ética Saúde
10 Anahp por dentro
A partir de 2017, além dos indicadores de performance, o SINHA passará a contar com o Programa DRG e indicadores de desfecho. Saiba mais!
16 saúde
Em entrevista ao Panorama Anahp, Ministro da Saúde, Ricardo Barros, fala sobre gestão e o orçamento do setor, as alternativas para melhorar o acesso e a qualidade do sistema de saúde, a composição do Ministério e o futuro das Agências Reguladoras.
26 eventos
Belém, no Pará, reúne 200 pessoas para debater o tema Ética: A Sustentabilidade da Saúde no Brasil
Mesmo em cenário adverso, a White Martins acredita que a preocupação da sociedade com a saúde e o envelhecimento da população são fatores que contribuíram para a resistência do mercado de saúde, sobretudo, na iniciativa privada.
Hospitais associados investem em expansão e qualidade assistencial
Capa saúde
Saiba mais sobre os desafios e soluções do processo de contas hospitalares. Pág 20
Publicação da Anahp – Associação Nacional de Hospitais Privados – setembro | outubro 2016
Os desafios dos processos de contas
hospitalares
Hospitais, operadoras e ANS debatem a falta de padrão para uma terminologia adequada, glosas e a necessidade de revisão de processos. Pág. 20
Opinião: O desejo genuíno de uma saúde mais ética. Pág. 06
“Temos recursos limitados do orçamento, e sempre teremos essa limitação”, afirma Ministro da Saúde em entrevista ao Panorama Anahp. Pág. 16
Caro leitor Para contribuir com a discussão e com o desenvolvimento de melhores práticas na área de padronização de materiais, a Anahp promoveu um estudo de caso sobre o stent farmacológico para artérias coronárias”.
Poucas questões são tão complexas e exigem tanto dos hospitais
os sistemas de informação do Sistema Único de Saúde (SUS);
como os processos que envolvem contas hospitalares. Eles
e fortalecer o Complexo Industrial da Saúde, entre outras
exigem empenho tanto de hospitais como de operadoras e
medidas. Ricardo também garantiu que, apesar do período de
seguradoras, pressionam o órgão regulador por mais medidas e
recessão, “os convênios assumidos serão todos cumpridos”.
também impactam no índice de glosas dos agentes envolvidos.
Veja também a cobertura do seminário “Ética: A
Esse é o principal assunto desta edição do Panorama, que traz a
sustentabilidade da saúde no Brasil”, edição que ocorreu em
cobertura de um workshop sobre o assunto, realizado no último
Belém, no Pará, no último mês de agosto. Tema de 2016
mês de setembro. Nele, reunimos representantes de hospitais,
dos eventos e seminários realizados pela Anahp, o assunto
operadoras de saúde e também do órgão regulador para apresentar
também é explorado em artigo nesta publicação. Dados
cases e soluções para esse difícil processo dentro das entidades.
alarmantes do Instituto Ética Saúde são compartilhados.
Para contribuir com a discussão e com o desenvolvimento
Por fim, aproveito para convidar a todos para o 4° Conahp –
de melhores práticas na área de padronização de materiais -
Congresso Nacional de Hospitais Privados, que ocorre dias 16,17,18
ponto fundamental nos processos de contas hospitalares -
de novembro de 2016, abordando o tema “Ética: A sustentabilidade
a Anahp promoveu um estudo de caso sobre o stent
da saúde no Brasil”. Lá, discutiremos em profundidade as ações
farmacológico para artérias coronárias. Os resultados do
necessárias para um setor mais ético e sustentável. Até lá!
estudo foram apresentados durante o evento, e o leitor poderá conferir as informações nesta mesma reportagem.
Boa leitura!
Ainda nesta edição, confira a entrevista com o Ministro da Saúde, Ricardo Barros. Nela, ele elenca as prioridades para seu mandato como: melhorar a gestão e o financiamento do setor para promover a saúde e prevenir as doenças; aperfeiçoar
Francisco Balestrin Presidente do Conselho de Administração
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Panorama Anahp
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Panorama Anahp
Conselho de Administração Presidente: Francisco Balestrin | H. Vita Curitiba – PR
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Vice-Presidente: Antônio C. Kfouri | H. do Coração (HCor) – SP Eduardo Amaro | H. e Maternidade Santa Joana – SP Fernando Torelly | H. Sírio-Libanês – SP Francisco Eustácio Vieira | H. Santa Joana – PE Henrique Neves | H. Israelita Albert Einstein – SP José Ricardo de Mello | H. Santa Rosa – MT José Roberto Guersola | Hospital Barra D’Or – RJ Maria Norma Salvador Ligório | H. Mater Dei – MG
Expediente
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Panorama é uma publicação bimestral da Anahp – Associação Nacional de Hospitais Privados. Jornalista Responsável Evelyn Tiburzio – MTB 11.385/MG Redação Evelyn Tiburzio Maria Carolina Buriti Conselho Editorial Carlos Figueiredo Evelyn Tiburzio
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Direção de Arte Luis Henrique Lopes Fotos Gustavo Rampini Shutterstock Tiragem 3.500 exemplares
Anahp – Associação Nacional de Hospitais Privados Rua Cincinato Braga, 37 – 4º andar – São Paulo – SP www.anahp.com.br – 11 3178.7444
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Opinião
O desejo genuíno de uma
saúde mais ética
* Francisco Balestrin e Claudia Scarpim
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Panorama Anahp
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Frequentemente falam de ética como se o simples fato de
A iniciativa, no entanto, acabou ganhando proporção e
pronunciar esta palavra mágica fosse o suficiente para que
importância singular e teve seu escopo de atuação ampliado
ela adquirisse validade. Essa, no entanto, não é bem uma
para congregar os demais atores do segmento saúde e ser
verdade - haja vista a quantidade de casos de corrupção no
disponibilizada como uma importante ferramenta para a
Brasil, de empresas que aparentemente tinham regras claras
mobilização e a transformação do mercado de dispositivos
e bem estabelecidas de compliance e outras iniciativas com
médicos, tornando-se atualmente um Instituto independente,
o objetivo de mitigar condutas e práticas inadequadas.
que desempenha um trabalho contínuo neste sentido.
Nas últimas décadas, este contexto foi agravado por grandes
Informações da Abraidi relatam que no Brasil há 14.482 empresas
escândalos que repercutiram mundialmente, como as falências da
atuando no mercado de Dispositivos Médicos Implantáveis (DMI), que
Enron e Worldcom em 2001, o escândalo do Lehman Brothers em
geram mais de 135 mil empregos diretos. Em 2013 o país ocupou o
2008, a fraude financeira do Banco Panamericano em 2011, e mais
11º lugar no mundo em relação ao Consumo de DMI, movimentando
recentemente os desvios investigados na Petrobras. Todos são
algo em torno de U$D 10,6 bilhões. Ou seja, um mercado
exemplos concretos de fragilidade dos dispositivos de compliance,
extremamente relevante, que merece uma atenção especial do setor.
gerando perdas irreparáveis a estas empresas e para a sociedade.
Entretanto, em 2009, de 180 países, o Brasil ocupou a 75ª
Mas o que é ética afinal de contas? Como ela vem sendo
colocação no ranking de corrupção percebida elaborado pela
entendida nas relações pessoais, profissionais e institucionais?
ONG Transparência Internacional. Dados da Confederação
Ética é, principalmente, a relação que estabelecemos uns com
Nacional da Indústria (CNI) demonstram ainda que 6 em cada 10
os outros. Sem ética, não sabemos nos situar em nenhuma
brasileiros consideram que a corrupção é o principal problema
esfera de nossas vidas. Sem ética individual, de nada adiantam
do país. A Fiesp, por sua vez, apurou que o custo médio anual
mecanismos para inibir condutas perversas nas organizações.
da corrupção foi estimado em R$ 41,5 bilhões, correspondendo
A sociedade está doente e cética em relação ao futuro do
a 1,38% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2008.
país – o que é compreensível diante de tantos escândalos –
Essas são apenas algumas das razões que levam a crer que o
mas é exatamente em momentos como este que iniciativas
tema Ética, sem dúvida, é uma das questões mais importantes
brilhantes e genuínas acabam surgindo e se transformando
no atual contexto político, econômico e social do país.
em algo muito maior do que inicialmente foi proposto.
Após 10 meses de atuação, os dados do Instituto Ética Saúde são
Neste sentido, o Ética Saúde - movimento liderado pela Associação
alarmantes, o que endossa ainda mais a necessidade de discutir
Brasileira de Importadores e Distribuidores de Implantes (ABRAIDI)
o tema no setor. Estatísticas do Canal de Denúncias do Instituto
e o Instituto Ethos – nasceu a partir de um Acordo Setorial entre
reportaram 366 denúncias com informações de suspeitas e indícios
Importadores, Distribuidores e Fabricantes de Dispositivos Médicos.
de irregularidades. Ao todo, 1195 denunciados foram citados, sendo 467 distribuidores (39%), 403 médicos (33,7%), 163 hospitais (13,6%), 86 importadores (7,2%) e 76 fabricantes (6,4%). Destes, 384 são signatários do Ética Saúde e 811 não. O Estado com o maior número de denúncias é São Paulo (92), seguido de Mato Grosso do Sul (54), Mato Grosso (48), Rio Grande do Sul (41), Maranhão (21), Rio de Janeiro (20), Paraná (18), Espírito Santo (11), Bahia (11) e Pernambuco (10). Os demais estados somam 40 chamados. O assunto que mais registra relatos é “Concessão de incentivos pessoais ou comissões.
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* Francisco Balestrin, Presidente do Conselho de Administração da Anahp e Claudia Scarpim, Diretora Executiva do Instituto Ética Saúde
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SABR.ENO.16.03.0327
Opinião
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anahp por dentro
SINHA passa por processo de
aprimoramento
A partir de 2017, além dos indicadores de performance, o SINHA passará a contar com o Programa DRG e indicadores de desfecho.
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“Não se gerencia o que não se mede”. Essa é uma das frases mais
membros da Anahp, o SINHA passa atualmente por mais um
comuns no ambiente de negócios. Na saúde, mais especificamente
processo de melhoria e ampliação de seu escopo. “Queremos
no setor hospitalar, a necessidade de acompanhar indicadores de
que o SINHA tenha como premissa produzir informações que
desempenho torna-se ainda mais urgente quando o resultado está
auxiliem os gestores no planejamento estratégico e na tomada
diretamente relacionado à qualidade do atendimento ao paciente.
de decisão das entidades. Por isso estamos reavaliando e
Há 12 anos, quando o Sistema Integrado de Indicadores
aprimorando os indicadores, e ampliando o SINHA com a
Hospitalares Anahp (SINHA) foi criado, o objetivo
adoção do DRG (Diagnosis Related Group) e Indicadores
principal dos hospitais era medir o desempenho das
de Desfecho, uma realidade iminente para os hospitais”,
instituições associadas, proporcionando uma fonte para
explica Carlos Figueiredo, Diretor Executivo da Anahp.
benchmarking setorial, algo raro naquele momento.
“O setor hospitalar mudou muito na última década, especialmente
Com o passar dos anos, o SINHA foi aprimorado e as
com as acreditações nacionais e internacionais. A mensuração
informações, antes restritas ao grupo de hospitais membros
de resultados e a comparabilidade com outras fontes,
da Anahp, também passaram a ser compartilhadas com o
sejam elas nacionais ou internacionais, é uma necessidade
mercado em 2009, por meio do Observatório Anahp. Em sua
para as instituições. Essa evolução do SINHA acompanha
oitava edição, a publicação é hoje referência para o setor.
a evolução das nossas instituições e é extremamente
Com indicadores periódicos sobre o desempenho financeiro,
necessária”, completa Paulo Zimmer, Coordenador do Grupo
operacional, de recursos humanos e assistenciais dos hospitais
de Trabalho melhores Práticas Assistenciais da Anahp.
O que muda a partir de agora? O SINHA será subdividido em três grandes Programas –
em fase de discussão e estruturação, mas a nossa ideia é
indicadores de performance, DRG e indicadores de desfecho.
trabalhar com a metodologia da International Consortium for
Os indicadores de performance, que hoje são a base
Health Outcomes Measurement (ICHOM)”, explica Figueiredo.
para a produção do Observatório Anahp, contemplam
A nova plataforma SINHA passará a funcionar em
os desempenhos financeiro, operacional, de recursos
2017, com os dados aprimorados e com os novos
humanos e assistenciais das instituições membros. Esses
serviços a serem disponibilizados.
indicadores estão passando por um processo de avaliação e reparametrização à realidade das instituições hospitalares. “Hoje, por conta dos processos de acreditação e benchmarking internacional os quais os hospitais participam, percebemos a necessidade de rever alguns indicadores do SINHA e de incorporar outros mais pertinentes”, comenta Zimmer. O DRG, metodologia de gerenciamento de custos e da qualidade assistencial-hospitalar, tem sido bastante discutida pelo setor, inclusive pelas operadoras de planos de saúde, uma vez que a ferramenta pode ser uma grande aliada para a remuneração dos serviços hospitalares. Na Anahp, desde 2015 tem sido desenvolvido um projeto piloto com 18 instituições membros, e a intenção é que os demais associados também passem a fazer parte desta base. O terceiro produto SINHA refere-se aos Indicadores relacionados ao desfecho clínico do paciente e na análise completa do perfil epidemiológico dos hospitais Anahp. “Este projeto ainda está
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A nova Cadeia de Suprimentos é colaborativa e integrada E a BIONEXO faz parte da construção dessa cadeia
Tradicionalmente completa
bionexo.com
saúde
Ricardo Barros
fala dos desafios da saúde no
atual cenário político e
econômico do país Em entrevista ao Panorama Anahp, Ministro da Saúde fala sobre gestão e o orçamento do setor, as alternativas para melhorar o acesso e a qualidade do sistema de saúde, a composição do Ministério e o futuro das Agências Reguladoras.
Em meio à crise política, a desaceleração da economia e mais de 10 milhões de desempregados somente no último ano, Ricardo Barros assumiu uma das principais pastas do Governo Federal, o Ministério da Saúde.
verbas crescentes a cada ano e, segundo Barros, não há nenhuma dificuldade na viabilidade de cumprir com o que está programado. “Já recompusemos os recursos do orçamento deste ano, onde estavam contingenciados R$ 5,5 bilhões. Evidentemente, a crise
Assim como todos os setores da economia, a saúde também tem
afeta a todos e a saúde faz parte do governo. O que posso garantir
sentido os efeitos da recessão. Na saúde suplementar, por exemplo,
é que os convênios assumidos serão todos cumpridos”, afirma.
as operadoras de planos de saúde já perderam mais 1,5 milhão de
Entre as medidas prioritárias para a saúde, o Ministro menciona
beneficiários, especialmente por conta do alto índice de desemprego.
melhorar a gestão e o financiamento da saúde, e com isso
O setor saúde, que entre despesas públicas e privadas,
fortalecer as ações de promoção e prevenção; e aperfeiçoar os
movimenta 9,5% do Produto Interno Bruto (PIB), ou
sistemas de informação do SUS, integrando-o em todo o território
seja, R$ 563,1 bi, tem grandes desafios pela frente,
nacional para a correta aplicação dos recursos públicos.
especialmente com a atual conjuntura econômica. Segundo Ricardo Barros, “temos recursos limitados do orçamento, e sempre teremos essa limitação”. Entretanto, o Ministério da Saúde tem
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Acompanhe a entrevista na íntegra!
Temos recursos limitados do orçamento, e sempre teremos essa limitação
Nosso país vive um momento político e econômico bastante
O senhor entende que o orçamento da saúde é insuficiente?
delicado. Qual a sua avaliação sobre a saúde no país? Qual
Quais serão as alternativas do Ministério para melhorar o
será o principal desafio?
acesso e a qualidade do sistema de saúde em um momento
A gestão. Temos recursos limitados do orçamento, e sempre
de recessão?
teremos essa limitação. Precisamos melhorar a qualidade dos
O Ministério da Saúde tem verbas crescentes a cada ano e não
serviços prestados, motivar e qualificar o servidor público, que é o
vejo nenhuma dificuldade na viabilidade de cumprir com o que
maior ativo que nós temos, pois 50% de tudo que se arrecada no
está programado. Já recompusemos os recursos do orçamento
Brasil é investido em servidores. Colocar também a informatização
deste ano, onde estavam contingenciados R$ 5,5 bilhões.
em todos os sistemas para que a gente tenha transparência e evite
Evidentemente a crise afeta a todos e a saúde faz parte do
fraudes, além de um grande investimento na prevenção que é para
governo, ela não será uma “ilha” dentro do governo. O que posso
economizarmos recursos e mantermos a população mais saudável.
garantir é que os convênios assumidos serão todos cumpridos.
Quais serão as medidas prioritárias a serem
O senhor acredita que uma maior integração entre os setores
adotadas pelo Ministério da Saúde?
público e privado de saúde é viável? Como o setor privado
Melhorar a gestão e o financiamento da saúde e com isso
pode contribuir com a saúde no Brasil?
fortalecer as ações de promoção à saúde e prevenção de doenças.
A saúde suplementar coopera muito com o Sistema Único de Saúde
Aperfeiçoar ainda os sistemas de informação do SUS de forma que
e garante acesso de pessoas que podem pagar o seu plano ao nosso
seja integrado em todo o território nacional, para a correta aplicação
sistema, que é universalizado. Essas pessoas quando precisam de
dos recursos públicos. Manter a qualificação permanente dos
atendimento também são atendidos pelo SUS sem nenhuma restrição.
profissionais que atuam no SUS. Fortalecer o Complexo Industrial
Portanto, a relação que haverá é de cooperação e nós receberemos
da Saúde, para garantir a agilidade, a segurança à população e a
essas pessoas que deixaram de ter plano e atenderemos como
proteção ao consumidor. Ampliar e atualizar os protocolos clínicos
todos que necessitarem do sistema como já fazemos.
e as diretrizes terapêuticas. Por fim, manter o diálogo permanente com as entidades representativas dos profissionais de saúde, como o Conselho Nacional de Saúde (CNS), o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (CONASS) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS).
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saúde
De que forma os poderes legislativo e judiciário podem contribuir / interferir na condução do Ministério da Saúde? Na intensificação do uso dos sistemas de controle de gastos, e isso é uma das minhas prioridades nessa gestão. Como exemplo
Nós temos uma reclamação muito persistente de morosidade na regulação e isso encarece lá na ponta, para o consumidor
disso, a judicialização. Temos que saber como é gasto cada centavo no SUS. A gestão da informação vai permitir tratar com clareza e transparência quanto e onde é utilizado na saúde os R$ 110 bilhões do governo federal, R$ 70 bilhões dos estados e R$ 60 bilhões dos municípios. Todos os procedimentos e medicamentos que estão fora da regulação do SUS e tudo que está incorporado ao sistema será avaliado por juízes com o auxílio de pareceres técnicos. Estamos trabalhando junto com o Conselho Nacional de Justiça para garantir eficiência do acesso a tratamentos e medicamento que são ofertados no SUS.
Qual o perfil de profissional o senhor busca para
Qual será a condução do Ministério em relação às Agências
compor o Ministério da Saúde em sua gestão?
Reguladoras?
Como ministro de Estado da Saúde é importante fortalecer as
Fortalecer o Complexo Industrial da Saúde, compatibilizando a
ações de promoção e prevenção da saúde e para isso precisamos
atuação das agências reguladoras, ANS e ANVISA, para garantir
buscar perfis de profissionais ousados. Nós necessitamos da
agilidade e segurança à população, bem como a proteção ao
boa vontade das pessoas, da participação, da mobilização
consumidor. Nós temos uma reclamação muito persistente de
e do envolvimento de todos para que a população brasileira
morosidade na regulação e isso encarece lá na ponta para o
que precisa do SUS seja beneficiada na ponta, com o serviço
consumidor. Um laboratório leva três anos para aprovar uma
qualificado. É nesse sentido que busco profissionais, de
instalação ou para aprovar um novo medicamento. Então, hoje
maneira criteriosa, com base em perfil técnico e também de
nós temos esse problema. Se você monta um laboratório, às
gestão que fortaleçam o funcionamento da saúde no país.
vezes, ele fica de seis meses a um ano e meio pronto, esperando a regulação do órgão regulador. Isso custa. Custa o investimento,
Qual o perfil de profissional o senhor busca para compor o
o capital parado e as pessoas que têm que estar contratadas
Ministério da Saúde em sua gestão?
regularmente para que a vistoria possa ser feita. Então, está lá o
Como ministro de Estado da Saúde é importante fortalecer as
empresário com o laboratório pronto, com as pessoas contratadas
ações de promoção e prevenção da saúde e para isso precisamos
e aguardando a autorização para funcionar. Isso tudo depois vai
buscar perfis de profissionais ousados. Nós necessitamos da
impactar no custo do serviço prestado. Alguém vai
boa vontade das pessoas, da participação, da mobilização
ter que pagar a conta. Precisamos fazer o mais
e do envolvimento de todos para que a população brasileira
rápido possível ao mesmo tempo garantindo
que precisa do SUS seja beneficiada na ponta, com o serviço
a segurança e a proteção do consumidor.
qualificado. É nesse sentido que busco profissionais, de
Eu vou buscar diálogo com as agências
maneira criteriosa, com base em perfil técnico e também de
para que isso possa acontecer.
gestão que fortaleçam o funcionamento da saúde no país.
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4º CONAHP
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16, 17 e 18 de Novembro de 2016
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658,00
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Outras instituições Set
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1.634,00
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saúde
Processos de contas
hospitalares Workshop Anahp reúne representantes da ANS, das operadoras de planos de saúde e dos hospitais para discutir os desafios do processo de contas hospitalares
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Panorama Anahp
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Marizélia Leão Moreira e Leonisa Obrusnik abordam a interoperabilidade do padrão TISS
Responsável por 9,5% do Produto Interno Bruto (PIB), a saúde
no dia 1 de setembro de 2016, no Hospital do Coração – HCor
é um dos setores com maior representatividade econômica no
(SP), o Workshop “Processos de Contas Hospitalares”. O evento
Brasil. Desse montante, 4,3% das despesas são públicas e
reuniu cerca de 200 pessoas, e contou com a participação de
5,2% são privadas. Somente as despesas da saúde suplementar
representantes da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)
correspondem a 2,4% do PIB (R$ 143,9 bi), atendendo a 50
abordando as atualizações sobre a Troca de Informações em
milhões de beneficiários, ou seja, 25% da população.
Saúde Suplementar (TISS) e Terminologia Unificada na Saúde
Diante desses números, há alguns desafios constantes no setor
Suplementar (TUSS), e a experiência das Operadoras de Planos
e, um deles, é o processo de contas hospitalares. “Vivemos
de Saúde e dos hospitais na gestão estratégica do faturamento.
um momento muito delicado em nosso país e, olhando para
Marizélia Leão Moreira, da Gerência de Padronização e
o cenário hospitalar, observamos que apesar da taxa de
Interoperabilidade da ANS, falou sobre a interoperabilidade do
ocupação se manter estável, percebemos uma mudança no mix
padrão TISS e afirmou que “é um desafio muito grande fazer a
de paciente, com procedimentos menos complexos”, comenta
governança das informações quando há uma série de variáveis que
Carlos Figueiredo, Diretor Executivo da Anahp. “Dentro deste
não seguem a mesma trajetória, como a tecnologia”, comenta.
contexto, o processo de contas hospitalares é complexo e falta um
A representante da ANS ainda mencionou os desafios atuais da
padrão de terminologia adequado”, complementa o Executivo.
TISS, como padronizar ações administrativas e subsidiar as ações da
Com o objetivo de discutir o tema e buscar soluções conjuntas para
ANS, e reforçou a importância da construção coletiva, ressaltando
otimizar os processos de contas hospitalares, a Anahp promoveu
que a governança da informação é um processo contínuo.
Associação Nacional de Hospitais Privados
Panorama Anahp
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saúde Ainda recebemos uma grande parte das tabelas na versão antiga, mas nós temos um prazo para adequação dos prestadores e, passando esse período, vamos começar a glosar”, afirma Rosemeire. A reestruturação do processo de contas hospitalares no Hospital
os desafios enfrentados, foram mencionados a incompatibilidade
Alemão Oswaldo Cruz foi compartilhada por Marcos Alexandre
do tipo de tabela versus o serviço em cobrança; erro na leitura do
Dalmolin, Gerente Financeiro da Instituição. “Nossas glosas iniciais
demonstrativo de análise de conta médica (dúvidas sobre os motivos
eram de 4,1%, a provisão com devedores duvidosos era duas
de glosas, abertura dos itens, status da conta, etc); dúvidas quanto
vezes acima do orçado e nossos prazos médios de faturamento
ao envio de materiais, OPME e medicamentos; falta de elegibilidade
e recebimento eram superiores a 30 e 90 dias, respectivamente”,
no momento do atendimento; e cobrança de códigos na tabela
menciona Marcos. “Separamos os processos em quatro grandes áreas e colocamos todos os envolvidos numa sala para mapearmos
anterior negociada e não na codificação TUSS equiparada e alinhada. “Ainda recebemos uma grande parte das tabelas na versão antiga,
os problemas, discutir e corrigir os procedimentos”, complementa.
mas nós temos um prazo para adequação dos prestadores e,
De acordo com Marcos, a revisão de processos e o realinhamento
passando esse período, vamos começar a glosar”, afirma Rosemeire.
dos fluxos melhorou muito a situação no Hospital. “Não foi fácil,
Wagner, por sua vez, reforçou a importância do alinhamento
houve desentendimento, situações delicadas e desconfortáveis,
nos hospitais, para evitar as glosas. “O acompanhamento
mas era necessário promover a mudança e isso aconteceu
contínuo dos valores respondidos e respectivas pendências
e ganhamos muito em eficiência operacional. As glosas
é fundamental, pois não há possibilidade de troca de
caíram para 2,8%, o prazo médio de faturamento caiu para
serviço enviado no faturamento inicial”, explica.
22 dias e o de recebimento para 85 dias”, compartilha.
Para Rosemeire, o relacionamento é a palavra-chave neste
Os impactos das versões da TISS para as operadoras foram
processo. “Nós temos que entender o lado do hospital, mas o
abordados por Rosemeire Ishiguro e Wagner Marciliano, Gerentes
hospital também precisa entender o lado da operadora”, finaliza.
da Superintendência de Sinistros e Saúde da SulAmérica. Entre
Rosemeire Ishiguro, Wagner Marciliano, Marcos Alexandre Dalmolin e Fernando Rocha compartilham as suas experiências durante o Workshop Anahp
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Panorama Anahp
Associação Nacional de Hospitais Privados
Padronização
de materiais Os desafios para a padronização de materiais são
padronização dos itens com maior impacto sobre as despesas
enormes devido à variedade de produtos, diversidade
e com maior frequência nos hospitais (Curva ABC). Para
de tabelas, difícil correlação entre os itens, falta de
a validação pelos fabricantes dos itens identificados nas
padrão entre os fabricantes, entre outras questões.
primeiras etapas, a Associação propõe o desenvolvimento de
Com o objetivo de contribuir com as discussões acerca da
um portal. “Novos produtos ou atualizações dos atuais terão
padronização de materiais, a Anahp promoveu um estudo
um portal para padronização da entrada, após o processo
de caso com Stent Farmacológico para Artérias Coronárias.
de Registro na ANVISA ser concluído”, comenta Carlos.
Foram 1115 itens identificados, 717 incidências nos 30
O Executivo da Anahp reforça, no entanto, que a entrada
hospitais avaliados, sendo que deste montante, havia 306
na terminologia não significa que foi incorporado no rol da
itens únicos, 107 itens possuíam Código Simpro e apenas
ANS. Significa, apenas, que o produto possui um código
37 possuíam código TUSS. “Vale lembrar que ainda há
para que possa ser negociado no mercado de saúde.
possibilidade de que nem todos os fabricantes tenham
O principal objetivo para a proposta de padronização é
respondido o edital da Anvisa sobre atualização dos nomes
que exista uma fonte única de referência para o mercado,
técnicos, base de origem para o estudo de caso da Anahp”,
sem informações de preços. O portal contemplaria
explica Carlos Figueiredo, Diretor Executivo da Associação.
uma interface de fácil navegação, a possibilidade de
De acordo com Carlos, o estudo realizado demonstra que
correlacionar com outras tabelas e terminologias existentes,
não há referências seguras para os diferentes modelos de
e de classificar os produtos por categorias, grupos, tipos
produtos disponíveis no mercado, todas as bases existentes
e características principais, bem como a validação dos
são incompletas e fragmentadas, o processo de entrada
materiais por um comitê de especialistas em produto.
de dados no sistema de saúde é falho, não há padrão entre
O estudo de caso foi desenvolvido no âmbito da Associação,
os fabricantes, e o registro Anvisa não permite conversão
mas de acordo com o Diretor Executivo da Anahp a ideia
automática dos produtos registrados para diferentes itens.
é abrir para a participação da indústria, operadoras e
A partir deste diagnóstico, a Anahp propõe a identificação e
demais elos da cadeia interessados em contribuir.
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eventos
Ética:
A sustentabilidade da
saúde no Brasil Belém (PA) foi palco para o segundo seminário do ano abordando o tema Ética. Evento reuniu cerca de 200 participantes.
Luis Eduardo Loureiro Bettarello (em pé), Superintendente Técnico Médico no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo (SP)
A necessidade de mais financiamento, uma gestão mais adequada e,
Para Francisco Balestrin, Presidente do Conselho da Anahp, o tema
principalmente, conduta ética na saúde foram as prioridades citadas
Ética é pertinente em qualquer tempo, mas ainda mais apropriado
pelo Secretário de Estado da Saúde do Pará, Vitor Manuel Jesus
no atual cenário brasileiro. “O nosso objetivo é promover reflexões
Mateus, e pelo Prefeito da Cidade, Zenaldo Rodrigues Coutinho,
e debates sobre a estreita correlação entre atitudes e posturas
durante o Seminário sobre “Ética: A sustentabilidade da saúde no
éticas e a viabilidade do sistema de saúde. Ou seja, uma discussão
Brasil”, promovido no dia 19 de agosto de 2016, em Belém (PA).
sobre ética conectada à sustentabilidade do setor”, comenta.
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O evento reuniu cerca de 200 participantes e
as pessoas percebam e entendam o código de conduta”, explica.
abordou temas como compliance, transparência,
Segundo Gustavo, se a instituição não possuir um controle
escolhas adequadas na saúde e governança.
interno forte, due diligence, todo o trabalho acaba se
Para Florence Oliva, Gerente Executiva de Auditoria Interna e
esvaindo. “O nosso desafio é manter a discussão e o tema
Controles Internos da Beneficência Portuguesa de São Paulo
compliance perene na instituição”, complementa.
(SP), o programa de compliance é importante porque dissemina elevados padrões éticos e culturais nas instituições, auxilia nas decisões de novos negócios, adequa às áreas de acordo com o código de ética, melhora o relacionamento com os stakeholders e fortalece os controles internos das organizações. “Um programa efetivo de compliance deve permitir o adequado nível de supervisão, controle e reporte dos riscos de conformidade interna e externa”, explica. No entanto, ela ressalta que “é preciso entender o negócio para implementar o compliance”. Florence apresentou ainda as iniciativas adotadas pela Beneficência Portuguesa, como atitude ABC (atenção, bem-estar e carinho).“Incorporar um comportamento ABC é pensar no coletivo, de forma cooperativa e natural. Uma atitude legítima e verdadeira”, completa. A experiência do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP) em relação à política de ética organizacional foi compartilhada por Gustavo Teixeira, Gerente Jurídico da Instituição. “A governança e a liderança ética são fundamentais neste processo, pois o exemplo tem que vir de cima, além disso, é importante um programa de integridade para que
Florence Oliva, Gustavo Teixeira e Lorena Porto Pereira
Um programa efetivo de compliance deve permitir o adequado nível de supervisão, controle e reporte dos riscos de conformidade interna e externa”, Florence.
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conflitos éticos na medicina. “A relação entre médico e paciente
eventos
mudou muito nos últimos anos. Hoje o paciente não é mais passivo, ele é questionador e empoderado. Precisamos ampliar o nosso olhar sobre as instituições, expectativas e paciente”, afirma.
A relação entre médico e paciente mudou muito nos últimos anos. Hoje o paciente não é mais passivo, ele é questionador e empoderado”, Marcelo.
Os comitês de ética e o envolvimento das equipes multiprofissionais na discussão sobre o tema também foram citados como fundamentais. “Com o envolvimento das equipes, todos começam a entender que a boa conduta ética na linha do cuidado é fundamental para que a instituição cresça e amadureça”, comenta Gideon Basílio, Diretor Geral do Hospital Adventista de Manaus (AM). A importância de ouvir o paciente também foi um dos pontos mencionados durante o debate. “As instituições estão focadas na gestão, mas o paciente deveria ser envolvido para ajudar a melhorar o sistema de saúde como um todo”, diz Monica Rosenberg, Diretora e Fundadora do Instituto Não Aceito Corrupção.
A ética nas relações com pacientes também foi um dos temas
Para Rômulo Nina, Diretor de Qualidade do Hospital
abordados no evento. De acordo com Marcelo Godoy, Especialista
Porto Dias (PA), o grande dilema é como empoderar
em Bioética Clínica, a evolução da tecnologia tem trazido grandes
o paciente sem perder a autoridade técnica.
Marcelo Godoy, Gideon Basílio, Mônica Rosenberg e Rômulo Nina
A Ética nas escolhas em saúde foi debatida por Ary Ribeiro,
Antonio, por sua vez, abordou as dualidades da ética impostas
Presidente da Comissão Científica do 4° Conahp; Antonio
pelo setor e o desafio de manter o equilíbrio entre crescimento,
Eduardo Antonietto, Diretor de Governança Clínica do Hospital
qualidade e eficiência; e mencionou ainda as habilidades e
Sírio-Libanês (SP) e Felipe Riani, Gerente Executivo da Gerência
atitudes da liderança e os benefícios de trabalhar com gestão da
de Relacionamento entre Prestadores e Operadoras de Planos
estratégia. “Líderes estadistas comandam instituições colaborativas.
de Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Instituições colaborativas são mais sustentáveis”, afirma.
“Ética é sustentabilidade e faz bem para o negócio. Se
O momento atual de recessão no país, a necessidade de tomar
conseguirmos que essa premissa seja disseminada no setor,
decisões para reduzir custos pautadas na ética, bem como a relação
estaremos contribuindo com a saúde no país”, afirma Ary.
direta do tema com a judicialização foram alguns pontos mencionados
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por Felipe. O representante da Agência ainda compartilhou algumas iniciativas da ANS convergentes com o tema, como a criação de um grupo específico para discutir órteses, próteses e materiais especiais (OPME), a revisão do roll de procedimentos, entre outras. Para Ary, no entanto, a maturidade dos órgãos de regulação ainda é primária. “Precisamos de mais maturidade para saber quais são as nossas ações no campo ético”, explica.
Ética é sustentabilidade e faz bem para o negócio. Se conseguirmos que essa premissa seja disseminada no setor, estaremos contribuindo com a saúde no país”, Ary.
Ary Ribeiro, Felipe Riani e Antonio Eduardo Antonietto
O papel da governança também foi objeto de discussão
trabalhados. “Os nossos próximos passos serão a instalação dos
entre os participantes do evento. “Os gestores têm
Canais de Denúncia, aprofundamento dos Controles Internos
responsabilidade de criar um ambiente em que o
e a consolidação do Escritório de Compliance”, afirmou.
exercício da ética seja facilitado”, afirma Balestrin.
Raul, por sua vez, compartilhou o desafio de implantar a governança
Luci Emídio, Diretora Executiva do Hospital Santa Marta (DF) e Raul Sturari, Diretor Técnico do Grupo Santa (DF)
em um hospital familiar, para a sustentabilidade da instituição. “Existe uma grande dificuldade em separar o que é família,
compartilharam os desafios para a implementação do modelo
propriedade e gestão. A governança, no entanto, proporciona a
de governança nas instituições e como este processo tem
percepção dos valores e a perenidade da instituição”, comenta.
contribuído para a sustentabilidade dos hospitais.
“As empresas familiares são muito importantes na nossa
De acordo com Luci, após a implementação de uma Sistema de
sociedade, fonte de emprego e renda, por isso é fundamental
Gestão de Riscos, integrando Governança, Riscos e Compliance,
profissionalizar a gestão dessas organizações”, finaliza.
a instituição identificou uma série de pontos que precisavam ser
Luci Emídio, Francisco Balestrin, Raul Sturari e Carlos Figueiredo
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Foco na
resiliência do mercado
Mesmo em cenário adverso, a White Martins acredita que a preocupação da sociedade com a saúde e o envelhecimento da população são fatores que contribuíram para a resistência do mercado de saúde, sobretudo, na iniciativa privada.
O cenário econômico adverso foi menos impactante para o setor de saúde. Essa é a opinião da fabricante de gases medicinais, White Martins. Segundo Cristiano Cruz, gerente nacional de healthcare da empresa, isso se deve a dois fatores principais: preocupação da sociedade com o tema saúde e também ao envelhecimento da saúde. A esses fatores, também soma-se o movimento das PPPs (Parcerias Público Privada), a entrada de capital
Avaliamos que toda a cadeia da saúde terá melhores perspectivas em 2017
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estrangeiro para saúde e as fusões e aquisições no segmento. Na opinião de Cristiano, neste segundo semestre, o setor deve retomar a confiança, o que culminará também em melhores perspectivas no cenário de saúde em 2017. Veja a seguir, a entrevista na íntegra.
Christiano Cruz, Gerente Nacional de Healthcare White Martins
O atual momento do país impactou quase todos os setores da economia, a White Martins sentiu alguma mudança no segmento de gases medicinais? Mesmo com retração da atividade econômica nos últimos três anos no Brasil, avaliamos que o segmento médico-hospitalar – especialmente no âmbito da iniciativa privada – comprovou ser mais resiliente que outros setores neste mesmo período. Verificamos que dois fatores são essenciais neste processo: maior preocupação da sociedade com a saúde e o envelhecimento da população. Desta forma, temos maior demanda por serviços e produtos marcados por inovações e soluções integradas. Também devemos considerar a existência de um forte movimento para ampliação das Parcerias Público Privadas (PPPs), aporte de capital estrangeiro e o número crescente de fusões e incorporações.
Verificamos que dois fatores são essenciais neste processo: maior preocupação da sociedade com a saúde e o envelhecimento da população
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retranca perfil Temos respondido a rápida demanda do setor médico-hospitalar com novos produtos e serviços, e com excelência no atendimento a nossa base de clientes
4. Quais as perspectivas da White Martins para 2017? Há investimentos previstos? Avaliamos que toda a cadeia da saúde terá melhores perspectivas em 2017. A retomada da atividade econômica a partir de uma maior estabilidade de fatores macroeconômicos será fundamental para gerar um melhor ambiente para investimentos e concretização de negócios. A White Martins terá como pilares a continuidade nos aportes em inovação para desenvolvimento de produtos e serviços, bem como fortalecimento de sua excelência na gestão de atendimento aos clientes.
2. Como a White Martins se mantém na liderança do segmento? Qual o diferencial da companhia para fidelização dos clientes? Mantemos um alto índice de confiabilidade no fornecimento a nossos clientes. Temos respondido a rápida demanda do setor médico-hospitalar com novos produtos e serviços, e com excelência no atendimento a nossa base de clientes. Além disso, o relacionamento com o mercado – baseado em excelência operacional, inovação, transparência e ética – nos credencia ao reconhecimento e fidelização em um segmento que temos grande expertise.
3. Qual o balanço da White Martins para o primeiro semestre de 2016 em termos de atividade econômica? O primeiro semestre pode ser contextualizado por uma menor liquidez no mercado e uma breve redução da agenda econômica prevista para o setor médico-hospitalar. É importante notar que este momento deverá ser superado a partir do segundo semestre, quando já verificamos a retomada da confiança do empresariado, o que possibilitará maior geração de aportes somada à circulação mais intensa de capital.
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O primeiro semestre pode ser contextualizado por uma menor liquidez no mercado e uma breve redução da agenda econômica prevista para o setor médico-hospitalar
membros
notas membros Complexo Hospitalar de Niterói investe cerca de R$ 2 milhões em modernização de centro cirúrgico A cifra de R$ 2 milhões foi o mais recente investimento do Complexo Hospitalar de Niterói (RJ) na modernização de seu centro cirúrgico. O hospital fez a aquisição de duas novas tecnologias que beneficiarão procedimentos de alta complexidade, principalmente neurocirurgias e cirurgias vasculares. No total, foram adquiridos quatro equipamentos, sendo três intensificadores de imagem e um microscópio do modelo Pentero – o CHN será o pioneiro na região Leste Fluminense a utilizar esses recursos, que darão ainda mais conforto, precisão e segurança ao ato cirúrgico. “Fomos também o primeiro hospital da região Leste Fluminense a disponibilizar uma sala cirúrgica inteligente à população de Niterói e adjacências. Agora, investir no aprimoramento de nosso centro cirúrgico significa oferecer ainda mais tecnologia aos médicos que operam em nossa unidade e mais segurança aos pacientes”, reforça Eduardo Duarte, Coordenador do Centro Cirúrgico CHN.
Hospital Sírio-Libanês (SP) investe R$ 59 mi para ampliar complexo cirúrgico O Hospital Sírio-Libanês (SP) amplia o seu complexo cirúrgico. Localizado em uma torre nova, já construída, a ala de cirurgias está sendo equipada — um investimento total de R$ 59 milhões. As 14 salas para operações, que devem ser abertas em meados de 2017, receberão R$ 40 milhões —R$ 23 milhões só em equipamentos. Na mesma área, começa a funcionar no próximo dia 29 um centro pré-operatório para acomodar os pacientes [antes das intervenções] com quartos e banheiros privativos. “O fluxo é otimizado, não se perde tempo. Um mesmo anestesista faz todos os procedimentos. A enfermagem da área é especializada em cirurgia”, diz o CEO Paulo Chapchap. O hospital acaba de abrir um centro de esterilização de material, departamento que dobra de tamanho ao ocupar 1.200 m². Com aporte de R$ 18,5 milhões, a unidade é toda automatizada e cresce em capacidade, afirma. “O aumento de cirurgias minimamente invasivas demanda equipamento diferente para manter a qualidade da esterilização.”
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Hospital Integrado do Câncer Mater Dei investe em tratamento integral de ginecologia oncológica O Hospital Integrado do Câncer Mater Dei (MG) investe no atendimento integral e personalizado da mulher com câncer ginecológico, com equipes multidisciplinares, aconselhamento genético, preservação da fertilidade, além de tratamento de todos os níveis de complexidade. A especialidade é composta por ginecologistas com formação oncológica aptos a realizar procedimentos com o objetivo de diagnosticar e tratar câncer e lesões precursoras de cânceres que acometem o aparelho genital feminino. De acordo com a Ginecologista Oncológica do Hospital Integrado do Câncer Mater Dei de Saúde, Sálua Calil, a mulher deve procurar pela especialidade “para o diagnóstico de tumores que possam ser rastreados como, por exemplo, o câncer de colo uterino, mama, ou tumores hereditários, assim como na suspeita de alterações sugestivas de malignidade do trato genital feminino”. “A equipe atua em estreita parceria e colaboração com as equipes de oncologia clínica, radioterapia, anatomia patológica, radiologia, clínica médica e demais clínicas cirúrgicas, realizando cirurgias de alta complexidade e tratamentos locorregionais combinados. A Rede Mater Dei de Saúde ainda conta com a Medicina Diagnóstica, com todos os recursos e equipamentos para diagnóstico, tratamento e controle do câncer ginecológico”, conta a médica.
Hospital Moinhos de Vento inaugura Centro de Oncologia de referência mundial O Hospital Moinhos de Vento (RS) inaugurou o Centro de Oncologia Lydia Wong Ling. A unidade visa proporcionar o cuidado centrado no paciente, através de avanços tecnológicos aliados ao cuidado de profissionais de excelência. O investimento de R$ 30 milhões permitiu que os três pavimentos que hoje compõem o Serviço de Oncologia fossem remodelados, transformando-o no Centro de Oncologia mais moderno do Sul do país e um dos principais núcleos de referência no tratamento da doença. A atuação será no tratamento e diagnóstico das principais manifestações da patologia: mama, próstata, colorretal, pulmão e hematológica. A escolha reflete no número de casos. Somando, as quatro primeiras correspondem a quase 80% dos cânceres existentes. Já a neoplasia hematológica se destaca entre os jovens. O aumento da longevidade associado ao tabagismo, dieta inadequada e a um estilo de vida sedentário contribuem para a incidência da doença. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que, entre 2016 e 2017, ocorram 600 mil novos casos. E para os próximos anos, esses dados são ainda mais alarmantes. Até 2020, haverá um aumento de 14% no Brasil, e dobrará nos dez anos seguintes.
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Hospital Nipo-Brasileiro comemora recertificação nível 3 conferida pela ONA O Hospital Nipo-Brasileiro (SP) confirmou a sua recertificação em nível 3 conferida pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), que atesta o cumprimento de critérios de alta qualidade assistencial na prestação de serviços na área da saúde com foco principal na segurança do paciente. Para Walter Amauchi, Superintendente Geral da Instituição, ter uma equipe capacitada, equipamentos com tecnologia de ponta, instalações adequadas e cumprimento dos requisitos legais não bastam para quem é certificado em excelência: “é prioritário que haja uma constância de propósitos e que todos estejam comprometidos em fazer a diferença quando o assunto é segurança assistencial.”
Sabará conquista reacreditação internacional de qualidade e segurança O Sabará Hospital Infantil (SP) recebeu pela segunda vez a aprovação da Joint Commission International (JCI), demonstrando a conformidade contínua com os seus padrões internacionalmente reconhecidos. O selo de Acreditação Hospitalar, fornecido às Instituições submetidas ao processo de avaliação, é um símbolo de qualidade que reflete o compromisso da organização com a prestação de cuidados segura e eficaz do paciente. “A reacreditação pela JCI ratifica nosso compromisso com os mais altos padrões de qualidade e segurança na assistência às nossas crianças e seus familiares, comparáveis aos melhores centros de saúde do mundo. Nossa missão, como único hospital privado exclusivamente pediátrico do estado de São Paulo e pioneiro no país, é manter e aprimorar a cada dia o nosso atendimento de excelência que já é referência no Brasil”, diz Wagner Marujo, Diretor-Superintendente do Sabará.
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