Identidade Arte

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ANA CAROLINA DE MORAES SATAKE

IDENTIDADE ARTE redesign linha arte dos vinhos casa valduga

Trabalho de conclusão de curso da graduação como parte obrigatória para obtenção do grau de Bacharel em DESENHO INDUSTRIAL com Habilitação em Design Gráfico FAAP-Fundação Armando Alvares Penteado

São Paulo dez/2009



Professora orientadora DĂŠbora Suzuki

TCC1

Professor msc Carlos Eduardo Leite Perrone Professora msc Maria Cecilia Consolo

TCC2

Professor msc Miguel Farias Professor Paulo Sampaio



Dedico esse projeto a alma do meu primo Rodolfo Satake, que junto com Deus, se fez presente em todos momentos, como exemplo de superação e sucesso, assim aumentando minha fÊ.


AGRADECIMENTOS

Agradeço em especial minha irmã Ana Paula de Moraes Satake e a minha prima Susi Carla Ernesto que tiveram grande participação neste projeto, na revisão dos textos e principalmente na motivação para eu continuar. Aos meus pais Adônia L. de Moraes Satake e Paulo Roberto Satake que continuaram acreditando em mim e no meu potencial para a realização do mesmo. Sinto-me realizada pessoalmente pela execução do projeto, ao qual me dediquei totalmente e que nada seria igual sem a participação da professora orientadora Débora Suzuki que pode me acompanhar desde o princípio, me transmitindo calma e segurança. Os professores Miguel Farias, Paulo Sampaio e Júlio Freitas que deram suas opiniões respeitando as minhas e assim contribuindo positivamente para a evolução do projeto. E por fim aos meus amigos de sala e da vida, que se fizeram presentes e foram como apoio para todas as horas de desespero e alegria, me completando como pessoa.


PALAVRAS-CHAVE

1 Vinhos 2 Embalagem 3 Processo de Produção de Vinho 4 Identidade Visual 5 Redesign 6 Linha Arte 7 Casa Valduga


RESUMO

O projeto apresentado como parte da graduação em Desenho Industrial com habilitação em Design Gráfico tem como tema a vinícola Casa Valduga, em especial a Linha Arte, que passa por um processo de redesign, buscando a construção de sua identidade, baseado em um conhecimento aprofundado sobre o produto vinho e todas as possíveis aplicações deste novo elemento gráfico que é apresentado através de mockups digitais e um display interativo.


ABSTRACT

The project presented as part of a graduate in Industrial Design with specialization in Graphic Design has as subject the winery Casa Valduga, especially Art Line, which passes through a process of redesign, looking to build their identity based on a thorough understanding of the product wine and all the possible applications of this new graphic that is presented through digital mockups and an interactive display.


SUMÁRIO

Capítulo

9 INTRODUÇÃO

1

Capítulo

contextualizando a embalagem

2

Capítulo

o design de uma garrafa de vinho

3

casa valduga

12 14 15 16 17 18 19 22 23 24 25 26 27 29 30 31 32 33 35

1.1 o que é embalagem? 1.1.1 como é o design de embalagens? 1.1.2 o porquê da criação de embalagem 1.1.3 a necessidade da inovação 1.2 a trajetória do vinho 1.2.1 o vinho e a tradição 1.2.2 a trajetória do vinho no Brasil 2.1 linguagem – design de vinhos 2.2 a imagem do vinho 2.2.1 a rolha 2.2.1.1 tipos de rolha 2.2.2 a cápsula 2.2.3 a garrafa 2.2.4 histórico do rótulo 2.2.4.1 a arte e o rótulo 2.2.4.2 o rótulo e o termo legal 2.2.4.3 o novo mundo e a indústria do desejo 2.2.4.4 a leitura do rótulo 2.2.5 o cartucho

38 3.1 histórico família valduga 39 3.1.1 casa valduga 40 3.1.2 design casa valduga 3.1.3 concorrência 41 42 3.2 histórico salton 43 3.2.1 histórico salton 44 3.3 histórico miolo 45 3.3.1 design miolo


Capítulo

48 49 50 51

Capítulo

54 5.1 conhecendo o consumidor 55 5.2 o consumidor de vinhos 5.2.1 a quem se destina 56

Capítulo

60 61 62 63 64 68 69 70 77 79 81

4

mercado

5

consumidor

6

casa valduga

4.1 mercado atual 4.2 consumo mundial de vinho 4.3 consumo no Brasil 4.4 casa valduga no mercado

6.1 A escolha da linha para o redesign 6.1.1 A linha arte 6.2 conceito 6.3 o processo de criação 6.4 a marca 6.5 a rolha 6.5.1 a cápsula 6.6 o rótulo e contra-rótulo 6.7 a box 6.8 o cartucho 6.9 a identidade

82 GLOSSÁRIO 89LISTA DE FIGURAS 91 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS



INTRODUÇÃO

A enofilia se tornou um fenômeno em todo ocidente; a imigração dos europeus ao país e a história de sua produção se mesclam. O vinho construiu no século XX, que juntamente com a participação de um público cativo o fez tornar-se um produto de grande sofisticação e tradição no mercado atual. Nota-se a evolução na sofisticação e investimentos nas embalagens, tornando sua funcionalidade essencial para o produto que informa todo processo de produção, desde a colheita até o engarrafamento. Desenvolver uma Identidade Visual de um vinho requer cuidados e cultura, o que torna esse processo ainda mais interessante por toda sua complexidade. A vinícola Casa Valduga, objeto do projeto, apresenta uma história tradicional, como a de muitas famílias italianas, porém se destaca bastante no setor da viticultura, dentre tantos imigrantes. Diante desse crescimento, a vinícola merece um design em seus rótulos que retratem a valorização da empresa, tornando assim o vinho Casa Valduga conhecido também pela identidade visual criada para suas embalagens, além de sua tradição e qualidade. Cada detalhe de um vinho, da história e da tradição permeiam a trajetória desse projeto, que pretende passar emoção, surpreender o consumidor através da identidade visual do produto, não somente com a intenção da expansão do mesmo - vinho Casa Valduga - no mercado, mas também focando na inovação e exploração dos vínculos afetivos com os públicos de interesse.

9


ESQUIS


CapĂ­tulo

1

contextualizando a embalagem


1.1

O QUE É EMBALAGEM?

As embalagens apareceram muito tempo atrás quando se descobriu a necessidade de transportar e proteger as mercadorias. No começo usaram-se cestos, caixas, garrafas, tambores, bolsas, barris, sacolas entre outros objetos, mas como cada vez mais os produtos se tornavam industrializados, houve a necessidade do desenvolvimento de novas embalagens, que atendessem essa nova demanda da sociedade. A partir daí, os materiais como cerâmica, vidros, tecidos, madeiras somaram-se ao papel, papelão, alumínio e plástico. Hoje em dia, as embalagens deixaram de ter sentido de artesanato. Devido às circunstâncias evolutivas atualmente na indústria há a personalização e adequação das necessidades do mundo moderno, mas para que isso ocorresse foi preciso olhar o passado para poder avançar no presente e no futuro, pois o passado ensina e só evolui quem conhece a trajetória. Para as empresas de embalagens o grande desafio é lidar com a globalização do mercado, com a competição e a tecnologia, e para os designers criar ferramentas que possam ser usadas como diferencial na competição, uma vez que se denominou como ideal para as embalagens a resistência ao transporte, a identificação do fabricante e a forma de seduzir os compradores com características próprias dos produtos expostos.

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A Maizena é uma daquelas embalagens imutáveis, com 130 anos no mercado passou por minúcias mudanças e sempre se manteve na preferência do consumidor brasileiro1.

No ano de 1999 a Nestllé inaugurou sua participação no mercado de queijos ralados. A empresa apostava em sachês de 50g, mas sua passagem nesse mercado foi breve, o Queijo Ralado Nestlé saiu de linha.2 A velocidade com que as coisas acontecem no mundo influenciou na evolução das embalagens, muitas delas sofrem o fenômeno de aparecer e desaparecer e outras, no entanto ficam décadas no mercado e por serem do gosto popular são atemporais. Em levantamentos feitos sobre embalagens antigas percebeu-se que elas sofreram modificações ao longo do tempo, algumas de forma bem evidente e outras bem mais sutis que passaram desapercebidas aos olhos do consumidor. Segundo o designer e professor Auresnede Stephan

“É mais ou menos como o Fusca (...) desde que foi desenhado pelo Ferdinand Porsche até o modelo que ainda hoje é produzido no México, várias mudanças ocorreram, mas a estrutura básica foi mantida (...).” Essa comparação resume-se ao fato de que produtos e embalagens clássicos mudam para permanecer iguais e resistirem ao mercado. A história da embalagem também no Brasil teve a evolução de recipientes para equipamentos de última geração. O Brasil apresenta hoje um dos maiores índices de compras por impulso do mundo, a conseqüência disso é que a embalagem adquire maior importância,

sendo reconhecida como meio de comunicação para qualquer produto. Mas essa preocupação com as embalagens teve um avanço maior com a abertura do mercado nacional para produtos importados, fato ocorrido no Governo Collor, percebeu-se que as embalagens internacionais tinham um atrativo maior e por conseqüência vendiam mais. Atualmente dos dez mil produtos expostos em supermercados brasileiros, apenas 5% apresentam propaganda massiva na mídia, tornando o design de embalagem um “vendedor silencioso”. Com isso o design de embalagem deixou de ser empregado somente no produto e passou também aos pontos de venda, por isso aumentou a preocupação desde a criação ou levantamento de um produto. Para que uma embalagem seja reconhecida é necessário um conjunto de elementos que formam sua identidade, o material utilizado, o tipo de recipiente, o formato, as cores, o rótulo, o logotipo e o texto. Estes elementos que fazem a embalagem ser imediatamente reconhecida sem ao menos ser lida. A embalagem tornou-se mais do que uma peça que informa, protege e transporta um produto.

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1.1.1

COMO É O DESIGN DE EMBALAGENS? O design de embalagens está diretamente ligado ao design de produtos e ao design gráfico. O designer de produto fica responsável pela forma da embalagem, considerando problema de ergonomia e estética, já o designer gráfico trata o rótulo da embalagem, onde o produto é apresentado graficamente. A embalagem deixou de ser apenas um meio de armazenamento e transporte de um produto e passou a ser um objeto que possibilita uma relação individual do consumidor com o produto. A embalagem é a identidade da empresa ou produto que ela representa e muitas vezes é o único meio de comunicação com o consumidor, informando e expondo. Segundo a ABRE, Associação Brasileira de Embalagens, para muitos consumidores a embalagem é o objeto que identifica simbolicamente o produto, pois o produto não está desvinculado de seu conteúdo. Exemplos disso são os frascos de perfume, o extintor de incêndio, caixa de fósforos ou de lenços de papel, entre outros.

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1.1.2

O PORQUÊ DA CRIAÇÃO DE EMBALAGEM O design de embalagens se preocupa além da estética e funcionalidade com fatores sociais, culturais, de fabricação, de custos e materiais que resultaram no produto final como um todo. Uma embalagem não pode ser apenas bonita, ela deve levar em conta padrões de higiene, formatos, praticidade e segurança agregada a forma eficiente às necessidades e expectativas do consumidor, que são um diferencial no mercado, pois a inovação e o design são capazes de criar uma personalidade que pode ou não conquistar a fidelidade do consumidor. Quando se desenvolve uma embalagem alguns elementos devem ser levados em consideração no projeto técnico, a matéria-prima, os processo produtivo, a economia na fabricação e no transporte sempre somado a qualidade do produto. O rótulo apresenta o design de informação e publicidade.. A criação de uma embalagem deve responder as seguintes questões:

• De que tipo de embalagem se trata? • É uma embalagem para líquidos? • É uma embalagem para proteger produtos frágeis? • Qual o peso e o tamanho dos objetos que vai conter? • São pesos uniformes? • Como a embalagem vai ser transportada? • A embalagem terá que ser atraente? • Em que material a embalagem será fabricada? • Qual a fábrica executará a embalagem? • Em quanto tempo essa embalagem está pronta? • Qual o orçamento disponível para o projeto e execução da embalagem? • Qual o destino final dessa embalagem? Ela é reutilizável e/ou reciclável? Uma embalagem que responder a todas ou a quase todas as perguntas, estará pronta para ser lançada e comercializada no mercado com maiores chances de ser aceita , pois segundo Fábio Mestriner, presidente da ABRE,

“A embalagem é um fator decisivo no novo cenário competitivo e as empresas que pretendem ter um lugar de destaque no futuro em suas áreas de atividade precisarão fazer dela algo realmente importante em sua gestão empresarial.”

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1.1.3

A NECESSIDADE DA INOVAÇÃO

A necessidade de inovar vem devido à abundância de novidades do mercado atual. Com isso, a embalagem passou a ter um papel preponderante tomando força maior na hora da escolha de um produto. O processo de inovação não se dá em apenas uma fase, uma vez que isso depende diretamente do consumidor que se quer atingir, levando-se em conta a cultura e os desejos que o mesmo cria como expectativas, estas se baseiam em informações certas, vantagens e funcionalidade.

Portanto, uma inovação tem como principal objetivo melhorar a qualidade de vida do consumidor. Já que a inovação busca um bem comum, não é em 100 % das vezes que este objetivo é alcançado, porém não se deve temer uma inovação apenas pelo medo de correr riscos porque não existe uma fórmula para se criar uma embalagem. No contexto atual o design prima pela originalidade para construir a identidade do produto. Dentre os vários tipos de consumidores existem aqueles que buscam os aspectos sensoriais em uma embalagem, nelas encontram boas sensações através do toque, do olfato, da visão e etc. por isso, as embalagens devem trabalhar de forma harmoniosa somando esforços e conhecimentos para romper barreiras tecnológicas e/ ou encontrar algumas oportunidades de melhorias que juntas fazem a diferença.

“A empresa de água Isklar ganhou o prêmio de melhor conceito no Platinum Award e ficaram com a prata na categoria Best New Brand em 2008 no Water Innovation Awards. A empresa que ousou desde o conceito até a criação, fez um estrondoso sucesso com a inovação confirmando um futuro para o produto, mesmo com essa incerteza econômica do mundo, provando que inovando, o mercado se expande ainda mais.”3

Quando se constró uma identidade visual para um produto, deve-se ter como preocupação atingir o consumidor, tendo para isso a coragem de sair da mesmice, sem ter medo de errar, pois só assim tem-se a oportunidade de criar, inovar, evoluir, surpreender e destacar-se dentre os outros.

16


1.2

A TRAJETÓRIA DO VINHO

Não há registros precisos sobre o local em que o vinho foi feito pela primeira vez, pois certamente o vinho é uma obra da natureza e sua descoberta, do acaso. Durante milênios, o vinho foi feito basicamente da mesma forma: cultivo da uva, colheita, pisa ou prensa, fermentação e estocagem esses conhecimentos eram transmitidos de geração em geração. Como surgiu a cultura do vinho? Provavelmente na Antiguidade, onde ele se definiu como bebida dos deuses, da realeza e acompanhou o nascimento da civilização greco-romana. Em Atenas estava presente quando se discutia política, quando se recitavam versos e enquanto filosofavam. Na Roma Republicana no cultivo de outras artes como as marciais, o canto e a poesia, além da gastronomia. Na Antiguidade, o vinho era tão reverenciado que possuía seu próprio deus, Dionísio para os gregos, Baco para os romanos, com rituais e celebrações próprios. Ele foi causa também de algumas guerras por disputas de rotas comerciais. Se o vinho nos anos antes de Cristo já apresentava um simbolismo divino com o advento do cristianismo por ter destaque nos rituais religiosos passa de sangue do deus Dionísio para sangue de Cristo.

Na Idade Média ele estava relacionado às abadias e aos monges. Da Antiguidade ao século XIX a vitivinicultura não sofreu grandes alterações, melhorias devido a metodologia científica só apareceram com a Revolução Francesa. Esse universo também foi beneficiado quando apareceram químicos como Louis Pasteur que desvendou a fermentação, sem a qual não haveria vinho, apenas suco de uva, e Jean-Antoine Chaptal que solucionou a falta de açúcar em épocas mais frias.Outros avanços ocorreram em meados do século XX com as cubas de aço inoxidável de temperatura controlada. A ciência desempenhou papel importante nas pesquisas realizadas sobre vinhos, fermentação, e envelhecimento do vinho em adegas – o que resulta em um vinho de melhor qualidade. Para haver uma melhor comercialização desse vinho foi criada uma Legislação Vitícola. Essa legislação evita fraudes, tráfico e adultérios, pois possui denominações e regulamentações que são utilizadas em quase todo o mundo. Hoje o vinho é feito com tecnologia de ponta, estudos de topografia, de solo e higiene. Porém, sempre o objetivo será o desenvolvimento de safras com alto nível de qualidade e charme como eram os vinhos dos séculos vindouros.

17


1.2.1

O VINHO E A TRADIÇÃO

Os vinhos são uma prova de tradição, pois em todo o processo onde se transforma a uva em vinho, desde a colheita até o engarrafamento tudo é feito de acordo com os conhecimentos que são passados de geração para geração. Ao longo do tempo foram desenvolvidos cuidados e técnicas sem que se deixasse de seguia a história e a tradição das vinícolas. A evolução foi inevitável, mas a maneira de pensar, executar e produzir continuou tendo o mesmo propósito, um vinho de qualidade.

4

As embalagens são constantemente reformuladas, a necessidade de inovar e criar novas tendências é bastante clara, mas a idéia primária de transportar algum produto com segurança, protegendo e identificando continua como sempre foi. Contudo, seguir normas para um melhor entendimento global já é uma “nova tradição” em vários países, resultado de um padrão contido na legislação.

18


1.2.2

A TRAJETÓRIA DO VINHO NO BRASIL Houve inúmeras tentativas para a iniciação da viticultura em terras brasileiras, porém sem sucesso. As mudas de uva européias trazidas pelos imigrantes italianos à Serra Gaúcha não vingaram e então passaram a produzir vinho da cepa americana Isabel (não-vinífera). Estabelecidos na Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul formaram as primeiras cooperativas e desde então vêm se plantando na região as uvas de Cabernet Franc, Merlot e Riesling Itálico. Os brasileiros amantes de vinho tiveram que esperar a abertura da economia brasileira para conhecer os melhores vinhos, a industria vinícola brasileira apenas se modernizou e passou a oferecer produtos de qualidade ao brasileiro a partir de 1990 quando o governo Collor instituiu uma “ segunda abertura de portos” ao abrir a economia nacional ao mercado internacional. Até então não havia produtos para competir com os nacionais. Essa abertura possibilitou a compra de máquinas e equipamentos mais modernos que melhoraram a qualidade dos vinhos, e as vinícolas passaram, nessa época, a poder contar com a consultoria e renomados enólogos.

5

O mercado de vinhos beneficiou-se com essa abertura e vinhos de melhor qualidade chegavam ao Brasil. Os primeiros foram os alemães seguidos dos chilenos, italianos e argentinos. Boa parte da melhoria da qualidade dos vinho brasileiro se deve a EMBRAPA. A empresa desenvolveu mudas adequadas a Serra Gaúcha e indicou limites para obter uma produção mais qualificada de uva. As principais regiões vinícolas no Brasil são a Serra gaúcha, Serra do Sudeste, ambas no Rio Grande do Sul, o vale do peixe em Santa Catarina e Vale do São Francisco em Pernambuco e Bahia.Em 2007 a Serra Gaúcha recebeu a Indicação de Procedência, etapa que prenuncia a Denominação de Origem. Aparentemente os espumantes são a vocação brasileira, “(...) muitas vezes melhores que muitos importados, incluindo vários europeus” segundo o respeitado sommelier Manoel Beato.

5

19


ESQUIS


CapĂ­tulo

2

o design de uma garrafa de vinho


2.1

LINGUAGEM DESIGN DE VINHOS O mundo todo está descobrindo o vinho brasileiro, o Brasil vem desenvolvendo uma grande capacidade para a produção de vinhos de qualidade e por essa razão a imagem do vinho nacional se tornou mais conhecida, entretanto essa embalagem mais do que bela deve estar bem servida de informações. O Design de Vinhos segue como um movimento cada vez mais forte. Esse design é fundamental para o desenvolvimento de uma embalagem e sua sensibilização que é resultado de novas artes com diversas temáticas. Para desenvolver uma embalagem/rótulo de vinho por inteiro, é necessário que se conheça todo o processo de desenvolvimento de um vinho para que o resultado seja um projeto de qualidade que passe para o consumidor a verdadeira essência de um vinho.

22


2.2

A IMAGEM DO VINHO

Não existe segunda oportunidade para a primeira impressão, essa parece ser a regra número um para a indústria do vinho, uma vez que pesquisas revelam que mais da metade dos consumidores de vinho do mundo compram um vinho pela primeira vez guiandose exclusivamente pela embalagem. Os vinhos sempre foram ditos como uma bebida que não tem um rótulo atraente, e que estes servem apenas para informar. Porém, pesquisas realizadas concluem que os conhecedores do assunto se interessam e muito pela aparência do vinho, e sentem falta de rótulos mais imponentes. Já os leigos, apesar de saberem da importância de um rótulo, pelas informações contidas, comprariam um vinho por sua aparência.

O vinho não se resume apenas ao rótulo, o design gráfico é pensado e aplicado em todos os detalhes. A rolha, a cápsula, a garrafa, o rótulo e o cartucho fazem parte do design de um vinho.

“Com mais de 100.000 marcas disponíveis no mundo, a luta para captar a atenção do consumidor combate-se sem tréguas e a imagem converteu-se, quase, no mais importante ingrediente do vinho.”1 Essa diversidade de marcas faz com que o consumidor busque além de um bom vinho uma imagem valiosa para sua percepção.

O vinho não se resume apenas ao rótulo, o design gráfico é pensado e aplicado em todos os detalhes. A rolha, a cápsula, a garrafa, o rótulo e o cartucho fazem parte do design de um vinho.

Trecho de reportagem de Nuno Guedes Vaz Pires para a Revista Wine, edição número 20

1

23


2.2.1

A ROLHA

“A vinícola Salton, com sua tradicionalidade marca as rolhas de cortiça com o nome da casa e a data quando iniciaram a viticultura.”

6

Antigamente a calibragem do gargalo não era uniforme, pois as garrafas eram sopradas com a boca e apesar de serem “fechadas” com uma rolha de cortiça estas não vedavam bem, pois tinham que se adaptar ao diâmetro da boca da garrafa. Somente no século XVIII a rolha de cortiça se torna coerente, as garrafas já se apresentavam com gargalo de calibre uniforme, permitindo assim a vedação regular com as primeiras rolhas. A identificação de uma rolha é de suma importância e antes de chegarem ao produtor, a rolha é marcada. Essa marcação pode ser feita por carimbo a tinta ou marca a fogo, pode ser feita com as armas da família, alguns códigos ou com o ano do vinho, tudo de acordo com as especificações do produtor. A primeira coisa a ser examinada em uma rolha é a correspondência de seus dizeres com os rótulos, pois no caso de vinhos caros a garrafa rotulada pode ser reutilizada. Em um vinho barato ou uma falsificação grosseira. A rolha, é inutilizada na primeira vez que foi sacada da garrafa e teria que ser substituída.

7

“O vinho Quinta de Bacaôlha Cabernet Sauvignon, clássico de portugal em sua rolha tem o simbolo do bacalhau e o nome do vinho, dando um ar descontraido e robusto.” O material com o qual a rolha é confeccionada é extraído da casca do sobreiro - o Quercus suber, é uma espécie de carvalho comum na zona mediterrânea. Essa árvore é descascada a cada nove ou dez anos para que se extraia o precioso produto que tem sua primeira safra depois de vinte e cinco anos de plantio. A rolha de cortiça apresenta características tais como ser impermeável, compreensível, elástica, bem leves, isolante térmica e biodegradável e apresentam tamanhos que variam de 30X15mm (pequena) a tem até 55X25mm (grande). Porém, recentemente a cortiça começou a ser ameaçada, pois o TCA (Tricloroanisol), uma substância química volátil liberada pela cortiça, quando atacada por um fungo pode provocar aromas desagradáveis de mofo no vinho. Hoje até 5% dos vinhos que utilizam rolhas de cortiça acabam por sofrer problemas causados pelo TCA, por isso há a implementação de controles de qualidade para liberar a matéria-prima desse tipo de contaminação. A rolha de cortiça tem qualidades naturais que ajudam na economia de comunidades rurais e equilibram o ecossistema do qual fazem parte, mas hoje já se buscam rolhas alternativas ou até a solução dos problemas para a preservação da mesma.

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2.2.1.1

TIPOS DE ROLHAS 10

Rolha Maciça

8

A rolha maciça é a de melhor qualidade, pois é feita de cortiça maciça. Quanto mais longa, larga e elástica melhor a rolha, para que a rolha desempenhe seu papel com qualidade ela deve ser comprimida na boca da garrafa que apresenta um diâmetro menor que o da rolha. Essa vedação deve ser feita por uma máquina qualificada para que a rolha fique firme e a garrafa bem vedada.

9

Rolha de aglomerado de cortiça

É o tipo de rolha mais barato. É composta por sobras da elaboração das rolhas maciças, essa sobra é moída e tem seus pedaços colados. Essa cola pode passar aromas negativos ao vinho, por isso alguns produtores adicionam um pedaço de cortiça maciça na parte da rolha que permanece em contato com o líquido.

Rolha sintética

Nos anos 90 esse tipo de rolha chegou ao mercado causando espanto e muitas vezes revolta em consumidores tradicionais. Essa rolha oferece vantagens e desvantagens diante da cortiça. Sua durabilidade não é comprovada, estima-se 5 anos de vida.

Os tradicionalistas criticam seu lado estético. Porém, são mais baratas e permitem que o vinho seja guardado de pé. Elas podem ser coloridas e principalmente não transmitem o TCA. Na atualidade, 20% das garrafas de vinho são vedadas com rolhas sintéticas.

Tampa de rosca

11

Desde os anos 60 a tampa mais conhecida como screwcap, vem sendo pesquisada para o uso em vinhos na Austrália. Tratase de uma tampa metálica de rosca coberta internamente por um plástico inerte. Suas vantagens são o baixo custo, fácil manuseio, pois não é necessário o uso de saca-rolhas e as garrafas podem ficar de pé além de serem recicláveis e não transmitem o TCA funcionam perfeitamente para fermentados jovens. Para produtos de guarda sua longevidade não é comprovada, mas é aceita em vinhos brancos e de consumo jovem em geral. Esta tampa de rosca esta sendo implantada cada vez mais e no mercado é a tendência atual, cerca de 15% das garrafas comercializadas nos mundo possuem tampa de rosca e em 2009 acredita-se que três bilhões de recipientes de vinho serão vedados desta maneira.

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2.2.2

A CÁPSULA 12

As cápsulas podem ser de qualquer cor. As operações de gravação pode ser silk screen, hot stamping e a utilização de relevo, tornando as cápsulas totalmente personalizadas de acordo com a vinícola Esta peça é utilizada para proteção da boca da garrafa e da rolha. Ela não apresenta uma função vedante, apesar da cápsula de chumbo proteger de certa forma a porosidade da rolha. Existem três tipos de cápsulas conforme o tipo de material utilizado para sua fabricação. São eles:

Um exemplo de uma nova cápsula no mercado: Clos des Bouveries Vintage 2004, é o primeiro champanhe com abertura fácil através da nova cápsula criada pela Alcan Packaging Capsules. Uniram a elegante tradição com a inovação. A inovação é a junção de uma alavanca, uma cápsula de alumínio especial e uma rolha metálica.

Cápsula de chumbo: É a mais tradicional e atualmente está sendo substituída pela de estanho. A comunidade vitivinícola internacional, através de sua entidade maior que é a OIV (Office International du Vin) recomenda a todas as industrias vinícolas do mundo o abandono desta cápsula desde janeiro de 1996, em respeito à ecologia. O material que provavelmente substituirá o chumbo será realmente o estanho. Cápsula de plástico termorretrátil: Estas cápsulas ganham adeptos a cada ano, pela boa apresentação e o baixo preço. Cápsula Alupoli: É um material formado por um sanduíche de plástico e alumínio. Tem apresentação quase idêntica ao chumbo, sendo utilizada na maioria das vezes em garrafas de Champanha.

13

26


2.2.3

A GARRAFA

Os italianos produziram garrafas de vidro no século XVII. As garrafas eram frágeis e era necessário que envolvesse as mesmas em palha. Este tipo de embalagem foi totalmente abandonada pelos produtores de qualidade, que atualmente usam vasilhames de tipo bordalês. As garrafas espessas, resistentes e escuras, começaram a ser produzidas por volta de 1630, pelos ingleses e substituíram as antigas ânforas de argila. Os ingleses apesar de não produzirem bons vinhos, juntamente com os ibéricos, revolucionaram a difusão do vinho. Uma dúvida que eventualmente pode surgir para as pessoas é se o formato e a cor da garrafa são fundamentais. O formato da garrafa não tem nenhuma influência na bebida, é somente estética ou tradição. Já a cor das garrafas tem um papel bem mais importante. A tonalidade que deve ser privilegiada é a das cores mais escuras, seja a preta (a cor que mais protege o vinho), a marrom, a verde ou até mesmo a cor azul. Os vinhos mais delicados ficam mais protegidos em garrafas com tons mais escuros, pois a ação da luz acelera desenfreadamente o desenvolvimento do vinho. Já os vinhos reconhecidos como resistentes e longevos, como os brancos, podem ser embalados em garrafas incolores.

As garrafas sofreram uma constante evolução, passaram de peça decorativa para garrafas confiáveis e resistentes. A forma cilíndrica é mais prática para armazenar as garrafas na posição horizontal, que é necessária para envelhecer o vinho e mantê-lo em contato com a rolha. O padrão internacional para o tamanho de uma garrafa é de 750ml(existem outros tamanhos menos utilizados) e quase todos os vinhos do mundo estão em garrafas com essa capacidade. O litro é mais utilizado para vinhos comuns, a meia garrafa contém 375ml, e também é muito utilizada. A diferença de tamanho não é justificada apenas pela qualidade do vinho, ela também afeta seu envelhecimento. Uma garrafa grande, por exemplo, faz com que o vinho chegue menos depressa à maturação. Capacidade

Equivalências garrafas-padrão

Nome em Champagne e Bourgogne

Nome em Bordeaux

187 ml

1/4

Quart

Quart

375 ml

1/2

Demie

Demie

750ml

1

Bouteille

Bouteille

1,5l

2

Magnum

Magnum

2,25l

3

3,0l

4

4,5l 6,0l

-

Marie-Jeanne

Jroboam

Double Magnum

6

Rhoboam

Jroboan

8

Mathusalem

Impriale

9,0l

12

Salmanazar

-

12,0l

16

Balthazar*

-

15,l

20

Nabuchodonosor*

-

* Essa garrafas gigantes são comercializadas atualmente mediante encomendas especiais.

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14

“O designer tem a possibilidade de usar uma garrafa de outro formato, desde que esteja dentro do conceito proposto. Por exemplo essa garrafa conceito “Vinho Verde” , criada pelo designer Viktor Pucsek para o concurso PapaMama Design Competition, ilumina o vinho e o ambiente e o rótulo ainda se tranforma em um copo de papel para beber o vinho em qualque lugar.”

Na tabela acima, estão relacionados os tamanhos diferenciados, onde três deles são os mais habituais, são eles: o tamanho padrão, a meia-garrafa e o magnum. Na meia-garrafa um vinho “amadurece” mais rápido, pois existe maior proporção entre ar e vinho nesse recipiente. Já as garrafas magnum são muito valiosas em um leilão podendo atingir preços superiores aos de duas garrafas padrão do mesmo vinho. Existem diversas formas, tamanhos e cores a serem utilizadas, cada produtor escolhe a que está mais de acordo com a tradição da vinícola, a que se encaixa melhor com as informações que contém o vinho e o gosto do público que esperam sempre novidades.

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2.2.4

HISTÓRICO DO RÓTULO

Redondo, quadrados, pequenos, grandes, bonitos e feios, são muitos os rótulos em todo o mundo. Eles são o elo de ligação entre a produção e o consumo e sempre tiveram grande importância para o mercado de vinhos. A rotulagem é uma indústria recente, mas teve início na segunda metade do século XIX, porém só depois da Segunda Grande Guerra adquiriu importância relevante. A história dos rótulos está ligada diretamente à evolução de aspectos sociais, econômicos e industriais. Até a segunda metade do século XIX o vinho era vendido a granel, quase sempre jovem, nas tabernas ou no negociante que lhe garantia a qualidade.

(proveniência exata, a idade do vinho, nomes do produto, do engarrafador ou do importador) e promover socialmente seu proprietário ou consumidor. Os primeiros rótulos franceses eram usados apenas pelos privados ou negociantes. Os rótulos para Vinho do Porto foram encomendados por Dona Antônia em 1869 para engarrafar vinhos de 1812 a 1863 e em 1870 surge o primeiro rótulo da Quinta do Vesúvio de Dona Antônia A. Ferreira, mas a maioria do vinho ainda era vendida a granel.

As garrafas, que já eram bastante utilizadas apesar do formato ainda irregular, eram usadas apenas para reservar colheitas especiais para clientes especiais, não possuía rotulagem, apenas uma indicação a giz, cal ou pintura, do seu conteúdo ou apenas uma marca na rolha. Com a evolução das garrafas e o melhoramento das colas que seguravam os rótulos à garrafa, os rótulos dão os primeiros passos no século XIX. Surge um vinho, bebido pela aristocracia e burguesia em ascensão, com dupla função: identificar o conteúdo da garrafa

15

“Primeiro rótulo da Quinta do Vesúvio. Artesanal, antigo, grafismo manuscrito, raro e único.”

29


2.2.4.1

A ARTE E O RÓTULO

Com o aumento do engarrafamento e o desenvolvimento da litografia, a rotulagem ganhou terreno. A partir de 1830 esta técnica fez nascer a “arte publicitária” e os cartazes e rótulos por andar de mãos dadas na promoção do vinho. Apenas no final do século XIX que essa técnica dá espaço para o trabalho de cartazistas que ficaram famosos com essa nova arte, são eles: Gavarni, Doré, Bonnard, Henry, Toulouse Lautrec e outros. Em Portugal na mesma época, Roque Gameiro tornavase o cartazista mais renomado. Depois surgem outras escolas do design como o cubismo, futurismo, art deco, neorealismo, etc. Empresas dinâmicas e empreendedoras percebendo a força do cartaz e dos rótulos investiram pesado nas criações de rótulos e cartazes ligados ao tema vinho.

30


2.2.4.2

O RÓTULO E O TERMO LEGAL

1. O país de origem não precisa estar no rótulo se o vinho não for destinado a exportação. Caso contrário, é obrigatório ter o país de origem em todos os vinhos e todos os países. 2. A denominação de origem geralmente se baseia numa região geográfica como Rioja, na Espanha ou numa cepa como Barbera d’Alba, na Itália. 3. O conteúdo da garrafa no Brasil é apresentado em milimetros, como 750ml, e nos outros países geralmente é apresentado em centilitros como 75cl. 4. O teor alcoólico é na maioria das vezes representado em percentagem como 12% vol. Também pode ser expresso em graus como 12º.

No início do século XX a Europa estava em estado caótico em conseqüência da praga filoxera e o resultado disso foi a grande quantidade de rótulos enganosos. A fraude era considerada “legítima” pelos agentes levando em conta a falta de vinho e a necessidade de manter esse negócio vivo. Na Europa dois conceitos ganharam forma: a definição do produto, delimitação do espaço produto e o seu controle garantido por lei. Nasceram então às regiões demarcadas com seus estatutos e leis, e os rótulos passaram a informar sobre a genuidade do vinho engarrafado. Até na década de 40 os rótulos estavam presentes apenas para a população das cidades, na Europa rural o vinho continuava a ser vendido a granel. No Brasil, o primeiro cartaz de propaganda foi elaborado em 1930 para a Junta Nacional do Vinho por Mário Costa, com as legendas “Comam Uvas Bebam Vinho”, “Quem bebe vinho contribui para o pão de mais de um milhão de portugueses”, estes dizerem retratavam o país rural que o Brasil era. Quando o assunto são os rótulos, algumas menções são obrigatórias, estas devem estar contidas nos rótulos , as determinações ficam por conta de cada país. As obrigatoriedade dos rótulos são:

5. O nome e o endereço de quem engarrafa e de quem tem a propriedade da marca na maioria dos outros países e na União Européia deve contar no rótulo. 6. A menção da presença de dióxido de enxofre ou aditivos deve aparecer em todos os vinhos que são exportados para os Estados Unidos ou produzidos no mesmo. 7. A cepa é uma indicação muito utilizada. Pode-se mencionar apenas duas cepas em um rótulo, mas o detalhamento de todas que foram utilizadas pode aparecer no contra-rótulo. 8. A safra que está no rótulo indica que pelo menos 85% do vinho permanece a ela. 9. A menção “seco” ou “suave” está no rótulo com todas as letras ou na caso dos vinhos brancos identificase com símbolos que são internacionais. 10. Um selo oficial que fica na rolha ou na cápsula existe para que o organismo de controle regional autentifique a origem e qualidade do vinho. 11. O nome do vinhedo tem como funcionalidade, uma garantia de qualidade suplementar.

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2.2.4.3

O NOVO MUNDO E A INDÚSTRIA DO DESEJO Os californianos no início da década de 70 descobriram que a indústria do desejo que é a publicidade se tornaria a responsável por revolucionar a imagem do vinho, que historicamente estava ligada à rígida e conservadora tradição francesa. Essas propostas contribuíram para gerar um novo mercado de consumidores menores de 40 anos. Durante muito tempo à própria indústria dos vinhos se encarregou de afastar seus potenciais novos clientes, pois os jornalistas, as imagens e todas as mensagens as quais rodeavam o vinho tinham o conceito “para beber vinho é preciso ser entendido”, e esse destino só mudou quando o discurso foi alterado. A industria do vinho buscou entender o mercado a partir de códigos usados com as cervejas, os refrigerantes, as músicas da moda, por considerarem e entenderem que essas indústrias proporcionavam sonhos às pessoas. Como resultado mudaram o motivo de se beber vinho, que deixou de ter uma função e passou a ser um estilo.

(...)em uma cultura de consumo, o indivíduo moderno adquire a consciência de que fala não só com suas roupas, mas com sua casa, mobília, decoração, carro e outras atividades que devem ser lidas e classificadas quanto à presença e ausência de gosto.”2 Agora, portanto os criativos, os publicitários e os estrategistas de “marketing” são tão importantes como o enólogo no processo de elaborar um vinho. A globalização foi uma das responsáveis pela concorrência no mercado, e tendo o mercado mais de 100.000 marcas disponíveis, a luta por chamar a atenção do consumidor torna-se uma luta de gigantes e a imagem um dos ingredientes mais importantes do vinho.

Na sociedade o significado simbólico de bens e serviços só faz crescer e se impõe à cultura do “estilo de vida”.

2

Frase de Mike Featherstone retirada do livro Costumer Culture and Postmodernismo

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2.2.4.4

A LEITURA DO RÓTULO

A leitura do rótulo não é simplismente uma leitura de dados, pois compreender o rótulo e as informações nele contidas tornam-se um fator decisivo para a escolha de um produto. Em geral, os rótulos são divididos em dois grupos, os geográficos e os varietais onde ambos informam o teor alcoólico e diferenciam-se ao informar a origem do vinho e da(s) cepa(s) utilizada(s).

Rótulo Geográfico O rótulo do tipo geográfico destaca principalmente a região, aldeia ou vinhedo onde o vinho foi produzido, certificando a origem do produto. Esse tipo de rótulo é muito encontrado na Europa, onde a área de produção é dita como o elemento mais importante para a caracterização de um vinho.

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Rótulo Varietal O rótulo varietal destaca principalmente a(s) cepa(s), o ingrediente de maior importância para a definição do sabor, fator importante na escolha feita pelo consumidor. Os rótulos do tipo varietal são encontrados em sua maioria na Austrália, EUA e África do Sul. O fato desse tipo de rotulagem ter enfoque maior na(s) cepa(s), não significa, no entanto, que a origem do vinhedo seja menos importante.

Leitura do contra-rótulo Os contra-rótulos cotém informações adicionais sobre o vinho e por vezes revelam tanto quanto o rótulo. Não existe uma regra específica ou um destaque que facilite a leitura do contra-rótulo, estes variam de acordo com o que cada produtor julga ser mais importante.

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2.2.5

O CARTUCHO

“Vinhos italianos da marca Tempus Two, mostram design, modernidade, inovação e atracção no kit com uma identidade coerente e delicada.”

O cartucho é utilizado para guardar o vinho depois de uma compra, é simplesmente uma caixa/ embalagem onde o consumidor guarda o vinho para o transporte seguro ou para presentear alguém. Existem embalagens (kits) as quais disponibilizam o vinho com taças. Essas embalagens podem ser em madeira ou qualquer outro material dependendo da atividade a qual será destinada.

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Os cartuchos são explorados de diversas formas, alguns são artísticos, podendo ser elaborados por um artista da atualidade, e tem como objetivo primordial a apresentação de um produto diferenciado em consonância com o restante do produto.

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“O champanhe veuve clicquot é um dos produtos mais luxuosos e de qualidade, tendo variedades de embalagens, sempre criativas e diferenciadas.”

35


ESQUIS


CapĂ­tulo

3

casa valduga


3.1

HISTÓRICO FAMÍLIA VALDUGA A história da família Valduga no Brasil começa no século XIX, no ano de 1875, quando muitos italianos migraram para o país. Entre eles, três irmãos Valduga que deixaram a cidade de Rovereto na Itália em busca da nova América. Chegando ao Brasil descobriram em Bento Gonçalves, uma região da Serra gaúcha hoje conhecida como Vale dos Vinhedos e foi lá que com suas próprias mãos cultivaram as primeiras videiras, construíram a adega e as pipas, concretizando seus sonhos. Desta tradicional família italiana, Luiz Valduga que faleceu em 2004, era seu principal descendente, ele se destacou pelo carisma, simpatia e sua passagem pela história do vinho brasileiro foram marcantes, pois foi um dos pioneiros mais autênticos e batalhadores. A Casa Valduga foi fundada em 1973 em um vale cercado de montanhas, com uma bela visão dos parreirais e lá atingiam uma produção de aproximadamente 200 mil litros anuais. Essa empresa familiar, após três gerações, hoje é comandada pelos irmãos Juarez Valduga, Erielso Valduga e João Valduga. A tragetória da familia é marcada pela tradição artesanal e a investimentos em tecnologia, tendo como filosofia, preservar a excelência

em vinhos e espumantes. A família, sempre com um espírito inovador, direcionou a empresa para a área de enogastronomia e enoturismo, criando em 1992 uma pousada e um elegante restaurante, tendo como objetivo tornar o turista um verdadeiro viticultor, assim sendo com sua criatividade a Casa Valduga criou o primeiro Complexo Enoturístico do Brasil. Hoje esse complexo cresceu para melhor acomodar os turistas que todo ano comparecem para ver a evolução, possui também a maior adega de espumantes da América Latina, investindo em produtos de padrão excelência já reconhecidos internacionalmente. A empresa tem seu trabalho reconhecido, através da busca pela qualidade ao longo do tempo, recebendo mais de 100 premiações nacionais e internacionais, e em 2005 teve uma exposição elaborada para contar sua história, com 14 painéis fotográficos iluminados no Mercado Municipal de Curitiba, comemorando os 130 anos de Casa Valduga. No Brasil seus produtos são comercializados apenas em lojas especializadas, hotéis e restaurantes, mas os vinhos da Casa Valduga conquistam diversos paladares do mundo inteiro, diante a exportação.

38


3.1.1

CASA VALDUGA

A Casa Valduga em todo momento divulga o encanto da cultura do vinho. A interessante tradição vinda de geração em geração mostra como tratar um vinho, desde a entrada da uva até o engarrafamento os vinhos recebem uma atenção especial para que seja preservada as características de cada variedade. Pensando sempre na qualidade, a Casa Valduga tornouse uma família que sempre deseja o bem do próximo, histórias de sofrimentos e alegrias fizeram dessa família (empresa) a Casa Valduga que se importa com o que as pessoas irão consumir, buscando novas tecnologias, conhecimentos e funcionários para sempre manter o padrão de qualidade. Desde antigamente a Família Valduga produz vinhos, além da alimentação da família. A produção é limitada, seu objetivo é mostrar a qualidade alcançada quando se produz um vinho com grandes recursos de tecnologia, tradição de família e grandes corações, sendo esse o diferencial da Casa Valduga, considerada uma das melhores vinícolas do país.

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3.1.2

DESIGN CASA VALDUGA

A Casa Valduga tem dado bastante atenção ao design dos seus produtos. Em 2006 a empresa passou por uma reformulação na sua identidade corporativa, resultando em um logotipo mais clean. A linha Identidade da Casa Valduga, após a inovação revelada em 2005 , a qual propõe um espaço para que o próprio consumidor inserisse sua impressão digital no rótulo resultou em uma grande aceitação desse vinho no mercado. Atualmente o desejo da empresa é se ampliar internacionalmente, e isso já vem acontecendo desde o ano de 2007.

No momento não existe nenhuma empresa responsável pela criação dos rótulos, estes dependem de cada safra e quantidade de rótulos a serem produzidos. A criação é responsabilidade de uma agência. A empresa tem consciência que o design gráfico é necessário para uma melhor apresentação do produto, porém ainda hoje seus rótulos são considerados simples nesse mercado tão evolutivo e uma nova precisa ser elaborada já que se passaram três anos da reformulação dos rótulos, e a criação de uma nova identidade visual é inevitável, pois assim como os produtos da Casa Valduga evoluem o design deve acompanhar essa evolução.

Segundo Juciane Casagrande, diretora comercial da Casa Valduga -

“A melhoria da qualidade precisava ser expressa também no visual do produto, e não só em seu conteúdo.”

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40


3.1.3

CONCORRÊNCIA

Segundo Luciano Cardinali, diretor de Comunicação e Marketing da Associação Brasileira de Sommeliers de São Paulo, as vinícolas Miolo e Salton são atualmente concorrentes diretas da vinícola Casa Valduga. A vinícola Miolo, vinícola de grande porte, concorre em qualidade dos vinhos. Já a vinícola Salton concorre com os vinhos das linhas Desejo e Talento com os vinhos da Casa Valduga, ambos apresentam grande qualidade. O design de rótulos de todas conversam, pelo fato de mostrarem sempre inovações e qualidade para seus clientes.

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3.2

HISTÓRICO SALTON

A família italiana Salton, veio para o Brasil em 1878 e se instalou em Vila Izabel, hoje conhecida como Bento Gonçalves. Os irmãos Paulo, Angelo, João, Cezar, Luiz e Antônio Salton, em 25 de agosto de 1910, fundaram uma sociedade para comercializar cereais. A família trouxe mudas de vinhas da Itália que tiveram excelente adaptação com o clima brasileiro e a partir daí a Salton mudou de ramo, se dedicando a cultura de uvas e a elaboração de vinhos, espumantes e vermutes, tudo com o nome de “ Paulo Salton e irmãos” Durante muitos anos, a família importou e aclimatou as melhores variedades de uvas para vinhos, formando assim seus próprios vinhedos.

A empresa tem como valores:

“Seriedade e valorização do cliente; Assegurar a responsabilidade frente as gerações futuras; Lucro como alavanca primordial na busca dos resultados; Trabalhar o espírito de equipe e seu comprometimento; Oportunizar a educação e o desenvolvimento dos seus colaboradores; Nortear a ética e a honestidade nas suas relações com os consumidores, fornecedores e clientes.”3 Diante disto, quase um século de trabalho, resultaram em uma grande concorrente que prega como filosofia, elaborar produtos saudáveis e de alta qualidade.

A vinícola SALTON se firmou no mercado como uma das melhores vinicolas do país, depois de muita luta.

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Valores retirados da Diretrizes da Empresa pelo site www.salton.com.br

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3.2.1

DESIGN SALTON Os 98 anos da vinícola Salton tiveram muitos altos e baixos, porém provaram que investir na qualidade dos produtos e na imagem percebida pelo consumidor traz resultados altamente positivos. A imagem da Salton, até o ano 2000, se associava a produtos populares, como o conhaque Presidente, chegando ser dele 90% de faturamento da empresa. A vinícola começou a investir na produção de vinhos finos no ano de 2001, porém a nova fase, mesmo depois de grandes melhorias não conseguia passar para o consumidor a linguagem da empresa atual.

“Um rótulo de material e acabamento requintado, como os de papel metalizado, sem dúvida diferencia a garrafa frente aquelas embalagens e a destacam no ponto-de-venda.”4 Para se chegar a uma nova estratégia, foram pensadas duas soluções, na primeira deu-se maior atenção ao desconhecimento do consumidor sobre vinhos, essa situação poderia ser melhorada através de um rótulo de visual impactante, que chama a atenção abrindo a possibilidade de leitura de informações sobre o produto. Já a segunda parte direciona-se as embalagens tipo bag-in-box e latas de alumínio que são grandes concorrentes, não tão sofisticada como uma garrafa.

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A Salton se dedicou a desenvolver rótulos que mesclassem tradição, ousadia e criatividade, sempre ressaltando elementos brasileiros como forma de comunicação com o consumidor, que condiz claramente com o mercado externo. Diante disso, a LabMattar, foi a agência escolhida para passar a nova imagem que a Salton desejava. A LabMattar Design é comandada pela designer/ arquiteta e diretora da Associação dos Designers Gráficos ADG Simone Mattar, especialista em foodbranding - concentração de diversas diciplinas, onde a quantidade e qualidade de detalhes pensados, encanta os clientes. A reformulação começou pelo nome da empresa, que passou de “Vinhos Salton” para “Vinícola Salton”. A partir dai, a marca antiga baseada no escudo da família Salton, passou a ser uma marca inspirada na tradicionalidade do brasão, porém com a desconstrução de imagens, facilitando a aplicação da mesma em diversos materiais. Esse redesign premiou a LabMattar com 2 prêmios na 8ª Bienal de Design Gráfico na categoria Design de Embalagens com os rótulos Salton Desejo e Salton Talento que tiveram como conceito a brasilidade dos produtos pois a criação buscou no nosso idioma a inspiração para uma identidade própria. A Salton com o novo design conseguiu conquistar seu espaço no mercado de vinhos mais sofisticados e provou que a imagem de um vinho diz muito sobre seu conteúdo.

1Trecho de reportagem com Wagner Ribeiro, diretor comercial da vinícola Salton para a Revista EmbalagemMarca, edição número 115, março/2009

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3.3

HISTÓRICO MIOLO

De Piombino Dese, em 1897 veio para o Brasil, Giuseppe Miolo como diversos imigrantes italianos em busca de novas oportunidades. Ele era um jovem sonhador, que já nessa época tinha paixão pela uva e pelo vinho. O italiano se instalou em Bento Gonçalves e entregou suas economias em troca de um pedaço de terra no vale dos vinhedos, e iniciou a plantação de uvas. O vinícola Miolo surgiu em meio a uma grande crise que ocorreu no final da década de 80. A crise atingiu as cantinas, dificultando a comercialização de uvas finas, obrigando a família Miolo em 1989 produzir seu próprio vinho para venda a granel para outras vinícolas. A partir dessa data a empresa só evoluiu, lançando seu próprio vinho engarrafado em 1994. Com um crescimento rápido, focou-se na qualidade e na compaixão da família pela vitivinicultura e a vontade de fazer dos vinhos brasileiros cada vez mais conhecidos, investiram em tecnologia, em recursos humanos e no próprio consumidor.

24

E hoje a Miolo, organiza seu futuro com um planejamento estratégico, traçando metas para que até 2012 já tenham 1000 vinhedos próprios e produzam 12 milhões de litros de vinhos finos por ano, exportem 30% da sua produção anual, faturem 150 milhões de reais por ano e conseqüentemente sejam o maior negócio de vinhos finos do Brasil, e estão caminhando para isso.

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3.3.1

DESIGN MIOLO

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A vinícola Miolo está sempre inovando em questão de design em vinhos. A empresa tem preocupação em como passar para seu consumidor informações de um produto de qualidade de forma atraente aos olhos dos mesmos. A Miolo é uma empresa que investe muito em planejamento, pensando em estratégias para todas as áreas. Na área de comunicação, sustentam o desenvolvimento em importantes questões como natureza, arte, cultura, enoturismo, saúde, gastronomia, moda, tradição, convivência e relacionamento.

Pensando em se destacar no mercado e aumentar suas vendas a Miolo chega sempre com idéias novas e divertidas. O vinho tinto jovem Gamay,se apresenta com um rótulo de desenho exclusivo do artista plástico pernambucano Romero Britto (artista da atualidade com nome no mercado das artes). O rótulo e a embalagem do produto mostram imagens coloridas, alegres e vibrantes. Esta ligação entre o artista Romero Britto e o produto tornou-se divertido e uma opção de presente cheia de alegria e felicidade.

Na vinícola uma parte do faturamento direciona-se para o marketing, que se dedica a ter como essência um conceito para cada produto. Nesse segmento a Miolo se destaca pela forma de comunicação usada, obtendo características marcantes como elegância, minimalismo e uso de imagens que transmitem idéias.

Outro vinho, mais estruturado e encorpado, que inovou no design, foi o vinho Gran Lovara. Sua inovação se dá como primeiro vinho brasileiro com rótulo em braile, destinando-se a comunicação com deficientes visuais, um público que hoje ganha seu espaço, seja no trabalho ou num simples ato de escolher o vinho que desejam beber. O rótulo visa atrair a atenção de um consumidor especial, carente de produtos dirigidos a eles. A Miolo com esse trabalho, além de inovar no design contribui em um ato social, dando um passo em direção ao respeito pelo consumidor.

A Zorzo Design do Rio Grande do Sul, desenvolveu diversos rótulos e embalagens para a Miolo. Em 2008 a empresa surpreendeu a todos quando foi premiada na 2ª edição do Prêmio EmbalagemMarca e destaque no IF Product Design Award, com o espumante Brut Millésime. O design da garrafa apresenta uma linguagem gráfica minimalista, de precisão e perfeição, destoando dos rótulos tradicionais, com sua simplicidade enriquece o produto com umas formas harmônicas e sinuosas, fazendo do espaço uma ousadia memorável na solução gráfica.

A Miolo, segue com sua linha de pensamento, aparecendo com novidades e se destacando cada vez mais nesse mercado altamente competitivo.

45


ESQUIS


CapĂ­tulo

4

mercado


4.1

MERCADO ATUAL

Impossível falar do mercado de vinhos sem questionar a atual crise econômica pela qual passa o mundo. Os efeitos da crise estão limitados nesse mercado, porém é necessário cautela nesse momento de incerteza. O atual cenário econômico tem influenciado muito no comportamento dos consumidores, as variações de preços, o desemprego e a conseqüente queda na renda, estão deixando o consumidor mais seletivo , fazendo remanejamentos para ajustar o orçamento doméstico. Diante desse contexto surgem algumas dúvidas, tais como: • A crise afetou ou afetará o mercado de vinhos? • Investir na produção e design de vinhos vale a pena? • Os consumidores comprarão vinhos?

Segundo estudos do instituto de pesquisa, as bebidas em geral tiveram crescimento no consumo, passando de 47% em 2007 para 51% em 2008, confirmando que a resposta é sim, o mundo tem plenas condições em investir em vinhos, pois esse mercado vem crescendo há anos e mesmo com a crise, tem se desenvolvido em conseqüência de nichos de consumidores em todos os setores. O mercado de vinhos movimenta a economia e deve continuar evoluindo e rendendo bons frutos para os países. Essa crise gera desafios, mas as oportunidades existem, e devem ser agarradas, pois a crise é passageira e as marcas de aprendizado ficam e seguem adiante.

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4.2

CONSUMO MUNDIAL Um estudo realizado pela Vinexpo CEO junto com a empresa britânica ISWR, afirma que o consumo mundial de vinho irá aumentar até 2012, países como Rússia e China contribuem para esse aumento, o consumo desses países devem ser de 24,4% na Rússia e 36,6% na China. O estudo afirma ainda que entre os anos de 2008 e 2012, o mundo inteiro, terá um aumento de 6% de consumo. Os Estados Unidos provavelmente serão o maior consumidor do mundo, com 3,8 milhões de garrafas consumidas ultrapassando a líder histórica no consumo da bebida, a França. Estima-se que em quatro anos a produção de vinho aumentará 3,8%, o que corresponde a 36 milhões de garrafas, esse aumento de produção e consumo no mercado, equivalerá a 8,92%, tornando esse negócio ainda mais rentável.

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4.3

CONSUMO NO BRASIL

O consumo de vinhos no mercado brasileiro está em constante crescimento. Os vinhos brasileiros têm a preocupação de divulgar as características autênticas, propagar os benefícios à saúde e democratizar o consumo perante os consumidores, que também são a favor desse crescimento juntamente com inovações nas embalagens e o aumento na oferta do produto no varejo. O padrão de qualidade dos vinhos brasileiros já é reconhecido, falta ainda conquistar seu espaço perante o mercado na preferência dos brasileiros. O vinho nacional é vítima de preconceito, diante disso é necessário demonstrar perante os consumidores a verdadeira imagem do vinho brasileiro, para gerar um crescimento e até mesmo um reconhecimento internacional. No Brasil temos que desmistificar a idéia de que o vinho é uma bebida “para momentos especiais” e que “um bom vinho custa caro”, essas idéias restringem o consumo da bebida.

As vendas na cidade de Porto Alegre tem se destacado como a menos influenciável por qualquer fator nas vendas. A cidade possui o índice de consumo per capta mais alto do Brasil, com 3,8 litros por pessoa ao ano. Já a cidade de São Paulo tem maior influência se trabalhados os incentivos à comercialização. O mercado paulistano tem um grande potencial pelo tamanho, receptividade a novidades e globalização de tendências de consumo, por isso deve receber esforços de educação no mercado. Quanto à cidade de Recife, sua diferenciação em reconhecer que as ações de informação e divulgação são estratégia de inovação que incrementam as vendas, também merecem atenção. A cidade, que representa o nordeste do país, não faz uso de informações básicas e assim apresentam maior índice de confusão sobre vinhos e espumantes, confundindo os consumidores com sangrias e sidras.

50


4.4

CASA VALDUGA NO MERCADO A Casa Valduga está na terceira geração e já conquistou seu espaço no mercado. A empresa atende o mercado interno, tendo representantes em quase todas capitais brasileiras, e ainda exporta seus vinhos para os Estados Unidos, Alemanha, Holanda, República Tcheca, Suíça, Luxemburgo e China. O objetivo da vinícola é estimular o consumo de vinho nacional de qualidade entre os novos apreciadores de vinho do país, e para isso a empresa adequou não só o estilo do vinho, mas também os valores. A vinícola sempre busca a evolução com novos processos, porem não abre mão da produção limitada em seus vinhedos. A meta para 2009 é investir tanto no mercado externo quanto no interno, pois segundo representantes da Casa Valduga ocorre uma grande repercussão no mercado interno quando os vinhos nacionais alcançam o padrão internacional, ou seja, com o vinho sendo exportado seus lucros aumentam e conseqüentemente o reconhecimento também. O conceito dos vinhos brasileiros está mudando, houve uma mudança cultural, onde os vinhedos mudaram o conceito de quantidade para qualidade. A qualidade dos vinhos brasileiros vem ganhando

destaque no mercado internacional, por meio de feiras e convenções do ramo. A Casa Valduga já esta a algum tempo nesse mercado, visando a expansão da empresa com o reconhecimento pela qualidade implantada.

“Estamos em primeiro mundo em termos tecnológicos. Hoje temos enólogos que fazem estágios fora do país, enfim temos o que há de melhor para a cultivação da fruta e elaboração do vinho”5 O que a Casa Valduga quer passar para os consumidores brasileiros, é que eles têm vinhos de qualidade, construíram uma história, evoluíram, conquistaram profundo conhecimento sobre cada detalhe e tem plenas condições de concorrer com vinhos importados, pois já estão classificados nesse patamar. Muitas pessoas só consomem vinhos importados, apenas por ser importado, e não dão conta que existem vinhos melhores e nacionais. O consumidor internacional degusta e fica surpreso com a qualidade e padrão dos vinhos Casa Valduga, seu mercado tem crescido ano a ano, por isso sempre buscam novidades para atingir todo nicho de mercado. A Casa Valduga faz grandes investimentos no mercado internacional, pois com isso ha um aumento significativo no mercado nacional. Os consumidores acreditam que um produto brasileiro com boa aceitação no mercado exterior é de boa qualidade, aumentando assim o seu consumo em nosso país. Um projeto internacional da vinícola é a linha Mundvs, uma proposta ousada. A proposta não é importar vinhos, e sim reunir o melhor terroir dos outros países, para que atinja a competência da vinícola nacional. Com esse projeto a Casa Valduga quer criar essa linha internacional, com a assinatura e o estilo brasileiro, assim divulgando ainda mais o Brasil.

Trecho de reportagem com Juciane Casagrande, diretora comercial da Casa Valduga para o site www.meuvinho.com.br

5

51


ESQUIS


CapĂ­tulo

5

consumidores


5.1

variação que envolve diversos tipos de segmentos, fazendo com que o consumidor opte por um caminho ou outro, mas levando sempre em consideração os benefícios procurados de cada um.

CONHECENDO O CONSUMIDOR O comportamento do consumidor varia conforme a fase em que o mundo está, em cada país podese ter um consumidor diferente. Na fase atual onde um crise econômica afeta a todos, não importando a classe social, os consumidores no geral, tornamse consumidores mais cautelosos com o que irão consumir. Duas tendências mundiais de comportamento do consumidor chamadas de trading up e trading down, foram observadas no estudo “Trading Up and Down Around the World” realizado pela consultoria em estratégia e gestão empresarial Boston Consulting Group (BCG). A trading up reflete na intenção do consumidor de escolher produtos e serviços em algumas categorias por preços mais elevados, porém que lhe tragam benefícios de funcionalidade, tecnologia ou até mesmo emoções mais relevantes. Já a segunda tendência observada trading down, mostra o oposto, onde os consumidores fazem um balanceamento que para comprar algo mais caro em uma categoria opta-se por pagar menos em outra categoria, pensando no estado abalado da atual economia mundial. O tranding up e tranding down são tendências consideradas fortes nos países desenvolvidos e também nos emergentes, podendo ocorrer uma

Os consumidores estão adotando um novo modelo de compras, dando preferência a lojas que oferecem descontos para a compra geral e economizam o possível para investir em produtos/serviços de categorias que oferecem gratificação emocional. O mundo está em movimento, e o consumidor por consequência também se desenvolve, as pessoas hoje trabalham, estudam, fazem atividades fisicas, saem a procura de restaurante, bares e viajam muito mais do que antigamente, então o consumidor é visto não somente como um ser que vive através da mobilidade fisica, o ponto vai mais além, o que as pessoas buscam são mudanças que podem ser chamadas de mobilidade cultural e social. Os consumidores querem melhorar de vida para assim mudar de nível social e também esperam o aumento de liberdade para novos padrões culturais e diferenças. Outra ferramenta em questão na vida do consumidor, é a internet, que evoluiu junto com a população, fazendo desta tecnologia um novo caminho mais dinâmico, estar em diversos lugares ao mesmo tempo, tendo a flexibilidade de opções, a busca de conhecimentos sobre qualquer assunto curioso ou necessário. Vivemos em uma crise e notamos que os consumidores em meio a crise estão buscando alternativas para passar por ela, apostar na inovação pode ser uma solução, já que esse conceito já causa certa curiosidade, dificuldade e necessidade de vencer no mercado turbulento, e obter a lealdade dos consumidores.

“Não é o caso de perder totalmente as esperanças, mas, sim, um excelente momento para as empresas investirem em inovação, oferecer novos valores e criar produtos que os consumidores considerem indispensáveis.”6 Os consumidores não são fáceis de enganar, eles têm a plena consciência do que é necessário e atualmente não levam só em conta os preços, a qualidade, a inovação e design, o assunto sustentabilidade está em alta e os consumidores já estão dando conta disto,

Trecho de reportagem com Michael Silvertein, sócio-sênior do BCG em Chicago para o site www.revistafator.com.br

6

54


As empresas declaram diariamente seu compromisso com o cliente, porém na atualidade satisfazer as expectativas do cliente, não é obter lealdade do mesmo. As empresas estudam a cabeça dos clientes, para descobrir suas vontades e necessidades, planejando estratégias que mexam com seu emocional e façam do cliente seu. Esta tática não é honesta com o consumidor, pois tratar as pessoas como objetos que podem ser manipulados, não é digno de merecimento de fidelidade. Tudo passa, muda e os produtos vão mudando de acordo com o que o consumidor quer, na verdade o consumidor deseja ser tratado com honestidade, autenticidade e comprometimendo, adjetivos difíceis de se encontrar hoje no mercado.

Os clientes deveriam ser tratados como parceiros e não como caixas eletrônicas emocionais, acreditar na capacidade dele de tomar suas próprias decisões. Dando as razões certas e não a manipulação do cérebro, o cliente torna-se seu e leal ao produto por sua própria escolha, focar no coração do consumidor e desenvolver uma experiência que seja atraente e financeiramente justificável é o método mais digno de obter um cliente por vontade própria.

5.2

por isso as empresas, para conquistar mais clientes, têm que pensar nesse conjunto de necessidades para garantir o seu sucesso.

O CONSUMIDOR DE VINHOS O vinho como já dito, é um produto refinado, que passa por um processo cauteloso para seu desenvolvimento e chega ao consumidor mediante longo trabalho. O consumidor de vinho busca principalmente qualidade e analisa todo o processo de fabricação processando em sua mente contudo, se o vinho é digno de ser degustado.

“O valor do vinho é mais do que um simples (ou mesmo complexo) prazer gustativo. é uma tapeçaria de gostos e sentimentos, expectativas e associações.”7 Hugh Jonhson faz uma ótima definição, pode-se perceber que o que um consumidor de vinho leva em consideração, a embalagem/rótulo de um vinho que é a continuação de um processo onde o cliente cria em sua cabeça a expectativa de como será o produto e se valerá a pena comprá-lo.

7

Frase de Hugh Jonhson

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5.2.1

A QUEM SE DESTINA

O público a quem se destina o produto pode ser divido perante duas observações analisadas em pesquisas. A primeira definição é de um consumidor homem ou mulher que aprecia vinhos, conhece o assunto e está diante de todas as novidades do ramo. Esse público, se preocupa com detalhes do processo de execução, da qualidade, termos técnicos, tem um paladar refinado, e esse é o tipo de consumidor que varia de sommeliers até o consumidor que estuda o assunto através de cursos, revistas e pessoas do ramo. Já a segunda definição é oposta e define-se um consumidor homem ou mulher leigo, este não entende do assunto, mas aprecia um bom vinho, necessita de dicas de conhecedores, e se deixa levar apenas pelo visual da embalagem/rótulo.

As vendas na cidade de Porto Alegre tem se destacado como a menos influenciável por qualquer fator nas vendas. A cidade possui o índice de consumo per capta mais alto do Brasil, com 3,8 litros por pessoa ao ano. Já a cidade de São Paulo tem maior influência se trabalhados os incentivos à comercialização. O mercado paulistano tem um grande potencial pelo tamanho, receptividade a novidades e globalização de tendências de consumo, por isso deve receber esforços de educação no mercado. Quanto à cidade de Recife, sua diferenciação em reconhecer que as ações de informação e divulgação são estratégia de inovação que incrementam as vendas, também merecem atenção. A cidade, que representa o nordeste do país, não faz uso de informações básicas e assim apresentam maior índice de confusão sobre vinhos e espumantes, confundindo os consumidores com sangrias e sidras.

Esse tipo de consumidor alinha-se na classe A e classe B, mas sobretudo destina-se a apreciadores, seja qual for o grau de conhecimento.

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57


ROJET


CapĂ­tulo

6


6.1

A ESCOLHA DA LINHA PARA O REDESIGN Depois da pesquisa realizada para maior conhecimento e entendimento sobre a marca Casa Valduga, algumas questões foram levantadas, principalmente em relação a necessidade de se construir uma identidade para a marca e esse foi o ponto de partida do projeto, seguido pela definição da linha para a qual o redesign seria pensado. A vinícola Casa Valduga possui quinze linhas, entre vinhos, espumantes e destilados. A linha escolhida para o desenvolvimento do redesign foi a Linha Arte, por ter sido esta a que resultou em uma quantidade maior de questionamentos quanto a sua funcionalidade na relação consumidor-produto e por esta linha, outro fator relevante se deve ao fato da linha ter sido desenvolvida exclusivamente para atender e satisfazer, em especial o consumidor brasileiro. O desenvolvimento de um redesign possibilida a solução de alguns pontos críticos, problemas e dificuldades diagnosticados, os quais geram um perfil equivocado da marca. A Casa Valduga tem como objetivo atual aumentar o consumo de seus produtos no Brasil. A identidade visual atual não condiz com a cultura, conhecimento e vontades do consumidor brasileiro. Diante desse perfil e a partir dele foi possível encontrar embasamento necessário para a criação de uma nova identidade visual para a Linha Arte Casa Valduga.

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6.1.1

A LINHA ARTE

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A Linha Arte está subdividida em duas, linha Arte e linha Arte Elegance. Os produtos dessas linhas são 100% produzidos no Brasil, nas terras de Bento Gonçalves. O conceito da identidade visual da linha atual é como o próprio nome diz a ARTE. A empresa somou a esse conceito todo o processo de produção do vinho, desde a colheita da uva até o engarrafamento e rotulagem do vinho, por considerar este processo uma verdadeira obra de arte, elaborada com muita delicadeza e cuidado. Apesar da Linha Arte já ter sofrido uma reformulação, os principais problemas levantados não foram resolvidos por completo, uma vez que a linha se apresenta muito simples, com exagero da coloração branca, pouca sofisticação, o que torna a embalagem/ rótulo pouco atrativo.

A Linha Arte Elegance por sua vez é focada em arabescos com tonalidade palha (rótulo) e preto (contra-rótulo e cápsula) resultando em uma conjunto pouco harmôrnico. As duas linhas Arte e Arte Elegance inovam por outro lado, com a criação do Vinho Bag in Box, onde o vinho é acondicionado em uma caixa de 3 ou 5 litros, com válvula Flec Tap para fechamento, entretanto, a identidade desenvolvida para as caixas acompanham o mesmo segmento da linha e são pouco atrativas. A linha Arte se contradiz pois apesar de buscar a arte, resulta em muita simplicidade, pouca inovação o que acarreta a perda do foco nos ideais da empresa.

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6.2

CONCEITO

O conceito para o redesign da Linha Arte foi desenvolvido em 2 frentes. Por um lado, a história... O ano de 1973 foi uma data de grande importância para a Casa Valduga, foi ano de sua fundação da vinícola e começo da construção de sua história. Nesse mesmo ano Hélio Oiticica, artista plástico brasileiro, escreveu BRASIL DIARRÉIA, texto que critica o ‘carácter’ brasileiro e exige que todos assumam uma posição crítica e que seja criada uma linguagem para brasileiros e por brasileiros.

“ E a questão brasileira é ter caráter, isto é, entender e assumir todo êsse fenômeno, que nada deva excluir dessa “postar em questão”: a multivalência dos elementos “culturais” imediatos, desde os mais superficiais aos mais profundos (ambos essenciais); reconhecer que para se superar uma condição provinciana estagnatória, êsses termos devem ser colocados universalmente, isto é, devem propor questões essenciais ao fenômeno construtivo do Brasil como um todo, no mundo, em tudo o que isso possa significar e envolver”8 Esses fatos compõem parte do conceito que baseado em obras de Hélio Oiticica, o artista que revolucionou e questionou a linguagem que o Brasil traçava de si mesmo, radicalizando seus propósitos e incluindo T recho do texto Brasil Diarréia

8

o espectador como ativo e participante de suas obras. Para Oiticica as cores eram de extrema importância, pois acreditava que a contaminação pela cor, assumindo uma vivência e envolvimento com a tal possibilitando o trabalho com o conceito de tridimensionalidade. Por outro lado, o processo... Os vinhos da Casa Valduga presam muito seu processo de fabricação e a relação desse com a vida e história da Casa Valduga, que tem como palavras chaves e pontos de apoio para seu crescimento e desenvolvimento a tradição e a família. A vinícola pode ser entendida como uma grande família, que se mantem fiel as suas tradições, as quais deseltaram no desenvolvimento dos produtos Casa Valduga. Atualmente a vinícola almeja, mais do que nunca, estreitar laços com o consumior brasileiro, e criar com ele uma relação de fidelidade e tradição. Enfim, o conceito no qual o redesign da Linha Arte será inspirado, é a junção do verdadeiro processo de produção de uma vinho e as obras de Hélio Oiticica, uma artista totalmente brasileiro. Essa junção resulta nos ideiais de grande importâcia para a Casa Valduga, que tem como principios básicos sua tradição e identidade, buscando a criação de uma relação forte com o consumidor brasileiro.

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6.3

O PROCESSO DE CRIAÇÃO

“Se você tem a oportunidade de fazer uma boa pesquisa sobre seu cliente, o consumidor do produto, os concorrentes, o mercado, métodos de produção, etc., as probabilidades de se chegar a um bom resultado final são quase certas. Lógico que o designer deve saber o que fazer com isso depois, pois em nada adianta fazer uma excelente pesquisa e não saber usála da maneira certa”9 Todo projeto foi pensado detalhadamente desde o início da pesquisa, pois o processo de criação acontece de diferentes formas e a todo momento. Através desse processo foi possível desenvolver cada idéia elaborada para a concepção da Linha Arte Casa Valduga.

Frase de Adriane Shibata

9

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6.4

A MARCA

A marca é o resultado mais visível no processo de busca de identidade para um produto, pois está sempre presente junto ao produto e é dela a responsabilidade de causar uma boa ou má impressão ao consumidor e por essa razão a marca deve ser visualmente agradável, ao ponto de ser apreciada antes mesmo do produto ser consumido. A nova marca Linha Arte Casa Valduga, foi criada a partir de um símbolo, o parreiral. No parreiral as videiras são plantadas enfileiradas, com espaçamento regular respeitando a topografia do terreno e o desenvolvimento de cada muda. Esse plantio ordenado da forma ao parreiral, e esse desenho deu origem as primeiros rafes, pois a sensação que se queria obter seria a de estar adentrando em um parreiral, que apesar de parecer bastante simetrico, não é uma vez que as videiras tem seu crescimento de forma irregular.

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A não simetria das videiras no parreiral foram transformadas em linhas que juntamente com a tipografia deram origem aos primeiros estudos, nos quais foram aplicadas as cores que foram pensadas de acordo com o fator predominância, no caso dos parreirais a cor verde, que simbolicamente representa a natureza, com a qual a Casa Valduga tem grande preocupação. Outra cor utilizada, porém em menor quantidade é a cor roxa, que está presente de todo o processo de fabricação do vinho tinto ao qual dá a cor. Essa colocaração foi usada em duas tonalidades diferentes, dependendo do destaque ou leveza dependendo do enfoque desejado. A marca Linha Arte Casa Valduga começa a partir desse momento a tomar forma, sua identidade começa a ter uma representação gráfica.

Os primeiros esboços: formando a idéia de volume e o grafismo que se pode fazer nos parreirais, assim usando a arte.

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O processo utilizado para a criação da marca e alguns dos estudos mais trabalhados, assim nota-se a evolução da marca.

Nesse processo, forma-se a letra A de Arte e V de Valduga, trabalhando -se com o ludico.

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Marca sempre aplicada em branco, sendo uma cor neutra a marca não confronta com as outras cores utilizadas. e ganha destaque.

Tipografia denominada ChocolateBox, obtem serifa e destaca o nome da linha. Cor Verde C 56 M 0 Y 99 K 0 Tipografia Myriad Pro Regular, sem serifa para não entrar em confronto com a marca e o nome da linha em destaque.

Tipografia denominada ChocolateBox, obtem serifa e destaca o nome da linha. Cor Lilás C 24 M 25 Y 0 K 0 Tipografia denominada Jey, estilo manuscrita por os vinhos Elegance passar por um processo mais demorado, então mais trabalhoso, busca passar a idéia de processo mais manual. Cor Roxa C 89 M 91 Y 4 K 0

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O p ro d u t o v i n h o n ã o é composto apenas pelo líquido a ser degustado, mas também por um conjunto de elementos, tais como rolha, cápsula, rótulo, contra-rótulo e cartucho, nos quais os elementos gráficos também são aplicados.

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6.5

A ROLHA

A rolha uitilizada pela Casa Valduga é do tipo sintética e para entender melhor o porque dessa escolha foi elaborada uma pesquisa onde concluiu-se que o principal fator favorável ao uso de rolhas sintéticas deve-se ao fato de estas não influenciarem na composição do vinho, pois sua vedação mantem o ar mais limpo para o vinho. As rolhas sintéticas podem ter formas e desenhos, os quais resultan do processo de fabricação sobre pressão no qual são executadas. O grafismo também pode ser aplicado na rolha, que para esse projeto foi escolhida na cor preta e terá a impressão feita em branco, uma das vantagens deste rolha em reação a rolha convencional deve se ao fato de que na sintética a impressão não desaparece com o passar do tempo e não sai na água.

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6.5.1

A CÁPSULA

A cápsula é o elemento protetor do gargalo da garrafa, para o projeto de redesign este foi elaborado nas cores preto/roxo e preto/ verde, com aplicação do grafismo da nova marca.

O Grafismo acima , remete ao parreiral visto de cima,. Essa conposição mostra ao consumidor, que com uma visão de cima sinta-se como estivesse prestes a entrar na bebida.

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6.6

O RÓTULO E CONTRA-RÓTULO Os rótulos da Casa Valduga são do tipo varietal,cada rótulo elaborado para a Linha Arte difere-se em seu lay-out, porém todos destacam a cepa utilizada no processo de produção. A diagramação do rótulo é vertical e horizontal, sempre dando destaque para cepa. A marca Casa Valduga e o grafismo proposto, sempre seguindo os padrões e a legislação vigente. O rótulo é composto ainda por um rótulo interativo, no qual um livreto é retirado de uma luva, assim como os cachos de uva são retirado na videira para o início de todo o processo, e nele estão todas a informações sobre a cepa, a produção e curiosidades sobre cada tipo de vinho ou espumante até que este estivesse nas mãos do consumidor. Além disso o próprio consumidor pode fazer suas considerações e impressões sobre o vinho que acabara de beber. A diagramação do livreto é composta através do uso de ilustações de forte contraste, junto com um toque de delicadeza com, traços de nanquim, onde cada ilustração,acompanha o texto escrito, que conta o processo de produção da bebida.

leitura, ainda seguindoa linha das ilustrações, com traços leves como o de um nanquim. O contra-rótulo não segue nenhum padrão pré determinado, o produtor escolhe as informações que julga ser as mais relevantes para estar dispostas no contra-rótulo. Os contra-rótulos das Casa Valguda contém algumas informações que são: • Nome do estabelecimento produtor e engarrafador • Endereço do produtor e/ou engarrafador • País de origem (indústria brasileira) • Conteúdo líquido em mililitros (ml) • Registro do produto no mara • Classificação do vinho em relação a sua classe • Classificação do vinho em relação à cor • Classificação do vinho em relação • Aos teores de açúcares: seco, demi-sec e suave. • Graduação alcoólica • Marca • Código de barra

Para o livreto, também foi desenvolvido uma linha de pictogramas, onde cada um representa informações rápidas e de fácil

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FLORA CALIFORNIANA RIESLING ITÁLICO PINOT BLANC

CASA VALDUGA

2008

750 mL 12,5% voL

BRASIL

SERRA GAÚCHA

Elegance

reserva

CABERNET SAUVIGNON

VINHO TINTO MEIO SECO FINO SERRA GAÚCHA BRASIL

Arte

CASA VALDUGA

www.casavalduga.com.br

7898276970942

INDUSTRIA BRASILEIRA LOTE 001/2009

www.casavalduga.com.br

Produzido e Engarrafado na origem por Casa Valduga Vinhos Finos Ltda. Linha Leopoldina, Vale Dos Vinhedos Bento Goncalves Rs Fone: (54) 21053122 Cnpj 87.848.180/0001-44 Graduação Alcoólica 12,5% Vol. Responsavel Tecnico: Jõao Valduga CRQ Nº 05405428 Registro do Produto no Ministério da Agricultura Rs 11114 00018-5 Composição: Fermentado de uvas e conservante INS 220. Não Contém Glútem. Prazo De Validade: Indeterminado, desde que conservado com sua vedação original. Aprecie com moderação.

7898276970096

INDUSTRIA BRASILEIRA LOTE 001/2008

Produzido e Engarrafado na origem por Casa Valduga Vinhos Finos Ltda. Linha Leopoldina, Vale Dos Vinhedos Bento Goncalves Rs Fone: (54) 21053122 Cnpj 87.848.180/0001-44 Graduação Alcoólica 12,5% Vol. Responsavel Tecnico: Jõao Valduga CRQ Nº 05405428 Registro do Produto no Ministério da Agricultura Rs 11114 0004-0 Composição: Fermentado de uvas e conservante INS 220. Não Contém Glútem. Prazo De Validade: Indeterminado, desde que conservado com sua vedação original. Aprecie com moderação.

750 mL 12,5% voL

CASA VALDUGA

Arte Arte

2008

VINHO BRANCO SECO FINO

Exemplos dos tipos de diagramação utilizadas para os rótulos e contra-rótulos. Os rótulos necessitam dessa diferenciação para ficar mais claro ao consumidor a propriedade de cada bebida.

CASA VALDUGA

Elegance

Arte

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Foram desenvolvidos 6 pictogramas que fizem parte do livreto. Eles informam sobre necessidades basicas de qualquer apreciador de vinhos, na sua criação os traços finos das ilustrações acompanharam, dando movimento e leveza.

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Exemplos da diagramação e as capas criadas, cada uma com a cepa utilizada para ocada produto.

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Mockups Digitais dos r贸tulos e contra-r贸tulos, das 5 garrafas existentes da linha Arte e Arte Elegance.

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75


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6.7

A BOX

A Bag Box, o mais novo produto da Linha Arte, difere-se da garrafa não somente por seu formato diferenciado, mas também pelo tipo de consumidor atraído por esse tipo de produto, que visa um consumo mais rápido e de forma mais gradual.

Nota-se que a cada encaixe do desenhos, forma-se a letra V de Valduga,, assim nunca deixando, mesmo inconsientimente de pensar na empresa.

O conceito, a diagramação, as cores e as ilustrações, foram mantidas e se apresentam semelhantes a empregada nos rótulos das garrafas. Para a caixa um novo elemento gráfico foi criado. Esse grafismo parte da marca proposta para a linha, no entanto, com menos uso de cores, evidenciando a brasilidade ao remeter formas como renda e as tribos indígenas..

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O V de Valduga continua presente, atĂŠ mesmo na tampa da box.

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6.8

O CARTUCHO

O cartucho foi trabalhado de forma individualizada para cada tipo de garrafa, as cores utilizadas foram o preto e o branco destacando dessa forma a marca. O encaixe do cartucho foi pensado de tal forma que o V de Valduga possa assumir um papel de objeto de decoração. Os grafismos aplicados na box se repetem no cartucho nas tonalidades branco e preto com aplicação de verniz o que resulta em uma maior delicadeza e sofisticação.

79


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6.9

A IDENTIDADE

A identidade criada esta representada através de um novo elemento gráfico para a Linha Arte Casa Valduga, este é resultado de um minucioso processo de pesquisa, criação e desenvolvimento, no qual o enfoque é o consumidor brasileiro.

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LOSSÁRIO


A Adega *- É o lugar onde o vinho é armazenado em garrafas ou em barris. No caso das vinícolas, as adegas são normalmente localizadas no subsolo, o que ajuda a manter a temperatura ideal entre 14 e 17°C. A granel * – Solto, em montão desordenado. Aroma ** - Esse termo designa os perfumes exalados por um vinho e, mais particularmente, as sensações percebidas tanto pelo olfato como pelo paladar. Distinguem-se os aromas varietais, os aromas fermentares e os aromas pósfermentares ou de evolução.

C

Cantina ** – Adegas de vinificação, de amadurecimento em barris ou em cubas; ou de estocagem de garrafas.

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Cepa ** - Variedade do gênero Vitis vinifera. São conhecidas mais de três mil cepas diferentes.

D Decantação **– Ação de separar um líquido claro de seus sedimentos, de suas borras.

E Enogastronomia **** – Compatibilização entre vinhos e pratos. Enólogo * - O enólogo é um profissional com características definidas, dentro do perfil ocupacional da indústria, voltado acentuadamente para as tarefas de coordenação, supervisão e execução. Sendo este o responsável pela produção e por todos os aspectos relacionados com o produto final, o vinho. Enoturismo *** - Vinho e turismo,esta feliz combinação passou a denominar-se de Enoturismo. No Brasil esta atividade vem crescendo e se consolidando cada vez mais, embora comparada com outras regiões vinícolas do mundo é uma atividade recente. Ergonomia * - É a disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema, e também é a profissão que aplica teoria, princípios, dados e métodos para projetar a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho geral de um

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sistema. Esta é a definição adotada pela Associação Internacional de Ergonomia (International Ergonomics Association - IEA ) em 2000. Espumantes ** - Existem vários métodos para obter um vinho espumante: o método tradicional, sinônimo do método champanhes; o método dito rural (usado na França), quando a efervescência se deve a uma segunda fermentação; e o método Charmat (cuba fechada), quando a tomada de espuma é efetuada em cuba para evitar a necessidade de remuage e a degola.

F

Fermentação alcoólica **– Etapa decisiva na elaboração do vinho: quando os açúcares contidos no mosto se transformam em álcool, em gás carbônico e em calor sob a influência das leveduras, o suco de uva se transforma em vinho. Filoxera **- Ao ficar a vinha em suas raízes, um pulgão chamado filoxera, importado dos Estados Unidos por negligência, foi responsável pela devastação dos vinhedos da Europa entre 1860 e 1880.

M

Mostro ** – Suco de uva obtido por pisa ou prensagem.

O

Oxidação ** – Quando o oxigênio do ar está em contato direto com o vinho, este pode sofrer alterações na cor e no gosto por oxidação.

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P Parreiral * – A videira, vinha ou parreira é uma trepadeira da família das vitáceas, com tronco retorcido, ramos flexíveis, folhas grandes e repartidas em cinco lóbulos pontiagudos, flores esverdeadas em ramos, e cujo fruto é a uva. Originária da Ásia, a videira é cultivada em todas as regiões de clima temperado. A parreira produz as uvas, fruto de cujo o suco se produz o vinho, portanto o parreiral é o local onde estão plantadas várias videiras ou parreiras. Pipa * – Vasilha bojuda, de madeira, para vinho e outros líquidos; barrica. É uma unidade de medida de capacidade para líquidos, de origem européia, geralmente equivalente a meio tonel ou 21 a 25 almudes. Pisa ** - Operação facultativa anterior à fermentação, que consiste em esmagar as uvas para que elas liberem o seu suco.

R Reserva ** – Os vinhos de reserva são os vinhos guardados por negociantes para seres utilizados em cortes posteriores; Vinhos tintos que permanecem guardados durante um período de três anos na bodega, dos quais pelo menos um deles em barril. Esse período de guarda é reduzido a dois anos para os vinhos brancos e rosés, seis meses dos quais em barril.

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S Safra ** – Ano da vidima da qual provém um vinho. A qualidade de uma safra corresponde a todo um conjunto de fatores climáticos que determinarão a qualidade desse vinho e seu potencial de envelhecimento. As diferenças entre safras são tais que muitas vezes se reúnem vinhos de safras diferentes a fim de obter um vinho mais equilibrado. Sangria **– Operação que consiste em retirar numa cuba em curso de fermentação em tinto, uma parte do suco. É assim que se elaboram os Claretes, assim como certos vinhos rosés. Sidra * - A sidra é uma bebida preparada com sumo fermentado de maçã. É uma bebida muito popular na Região Autónoma da Madeira, tendo uma larga tradição na freguesia de Santo António da Serra. Sommelier * - É um profissional especializado, encarregado em conhecer o vinhos e de todos os assuntos relacionados ao serviço deste. Adicionalmente, cuida da compra, armazenamento e rotação de adegas e elabora cartas de vinho em restaurantes.

v

Vermutes * - Vermute ou vermouth é o nome de uma bebida à base de vinho que tem como erva principal a losna ou absinto (absinthium). Basicamente, o vermute é composto de 70%, no mínimo, de vinho, álcool, açúcar e infusões de ervas de diversos tipos, que dependem de cada fabricante. Todo o bom vermouth tem em sua composição pequenas quantidades de agua salobra para reduzir sua acidez.

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* Definições retiradas do site www.vikipedia.com.br em 05 de junho de 2009. ** Definições retiradas do glossário da Larousse do Vinho. *** Definição retirada do site www.enoturismobrasil.com.br em 05 de junho de 2009. **** Definição retirado do site www.winexpert.terra.com.br em 05 de junho de 2009.

Vindima * - É a colheita / apanha da uva. Num sentido mais lato a vindima engloba o período entre a colheita das uvas e o inicio da produção do vinho. Vinícola * - É uma área geográfica para o cultivo e colheitas de videiras em grande escala, a fim de produzir seus sumos derivados como suco, vinho e passa. As vinícolas atualmente são equipada com as últimas novidades da tecnológicas, tanto na colheita, prensagem e mesmo no processo de vinificação, que é o resultado do esforço de viticultores para a expansão no setor vitivinícola. Vinho seco * - É uma classificação de vinho aplicado às bebidas que possuem até 3,5 gramas de açúcar por litro. Um vinho seco pode ser tanto tinto, quanto branco. O vinho seco é apreciado por consumir praticamente todo o açúcar da uva durante o processo da fermentação. Isso mantém as características do vinho e da uva utilizada na produção. Vinho suave * - É uma classificação de vinho aplicado às bebidas que possuem mais de 20 gramas de açúcar por litro. Um vinho suave pode ser tanto tinto, quanto branco. O vinho suave tem uma dose grande de açúcar residual, pois é feita adição de açúcar, assim o açúcar que não é consumido durante a fermentação se acumula no vinho. Vitivinicultura ou viti-vinicultura * – É a ciência que estuda a produção da uva, que poderá ser destinada para o consumo in natura, para a vinificação ou para a produção de uva passa.

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LISTA DE FIGURAS

01 Imagem retirada do site www. unilever.com.br, acesso em 30 de maio de 2009.

13 Imagem retirada da Revista Adega, nº 41, 2009 13 Imagem retirada da Revista Adega, nº 41, 2009.

02 Imagem retirada da Revista EmbalagemMarca, nº 118 de Junho de 2009. 03 Imagem retirada do site www.isklar.no, acesso em 30 de maio de 2009.

14 Imagens retiradas do site www.alcanpackaging.com, acesso em 30 de maio de 2009. 15 Imagem retirada da Revista EmbalagemMarca, nº 118 de Junho de 2009.

04 Fotos crédito fotógrafo Casa Valduga. 16 Imagem retirada do livro Vinhos do Mundo todo. 05 Fotos crédito fotógrafo Casa Valduga. 17 Imagem retirada do livro Vinhos do Mundo todo. 06 Imagem retirada do site www.tertuliadesabores. blogs.sapo.pt, acesso em 30 de maio de 2009 07 Imagem retirada do site www.tertuliadesabores. blogs.sapo.pt, acesso em 30 de maio de 2009.

18 Imagem retirada do site www.wine-pages.com, acesso em 30 de maio de 2009. 19 Imagem retirada do site mundodasmarcas.blogspot. com, acesso em

08 Imagem retirada do site br.olhares.com, acesso em 30 de maio de 2009.

30 de maio de 2009.

09 Imagem retirada do site www.tertuliadesabores. blogs.sapo.pt, acesso em 30 de maio de 2009.

20 Imagem retirada do site www.casavalduga.com.br, acesso em 30 de maio de 2009.

10 Imagem retirada da Revista Adega, nº 41, 2009.

21 Imagem do acervo pessoal.

11 Imagem retirada da Revista Adega, nº 41, 2009.

22 Imagem retirada do site www.salton.com.br, acesso em 30 de maio de 2009.

12 Imagem retirada da Revista Adega, nº 41, 2009.

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23 Imagem retirada do site www.salton.com.br, acesso em 30 de maio de 2009. 24 Imagem retirada do site www.salton.com.br, acesso em 30 de maio de 2009. 25 Imagem retirada do site www.salton.com.br, acesso em 30 de maio de 2009. 26 Imagem retirada do site www.miolo.com.br, acesso em 30 de maio de 2009 27 Imagem retirada do site www.casavalduga.com.br, acesso em 30 de maio de 2009.

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