Resumo e Mapa Mental do Livro - O mestre Ignorante

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Universidade Estadual da Paraíba Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional Metodologia da Pesquisa e do Trabalho Científico Profº. Dr.º Lemuel Dourado Guerra Sobrinho

| U M A (R E) L E I T U R A |

ANA APARECIDA ALMEIDA DE SOUZA TAMILLA RENELLY RODRIGUES DE OLIVEIRA E SILVA TIAGO COSTA TORRES NOGUEIRA VANUSA VANIERE NUNES TEIXEIRA

Campina Grande, 22 de Março de 2020


|RESUMO| O livro - O Mestre Ignorante do autor Jacques Ranciére retrata, em cinco capítulos, alguns pontos reflexivos pertinentes à docência, ao ensino e à aprendizagem a partir do filósofo e professor Joseph Jacotot (1770-1840). Considera, portanto, que as inteligências são iguais e o aprendizado ocorre em via de mão dupla através de alguns conceitos abordados ao longo do texto como: Emancipação, Ensino Universal, Igualdade, Desigualdade, Panecástica e compreensão. São 192 páginas conceituais mas que podem subsidiar em uma metodologia colaborativa para nossos dias atuais.

“Todo homem que fala tem ideias de ideologia, de gramática, de lógica e de eloquência. Todo homem que age tem princípios de moral privada e moral social. Todo ser, apenas por vegetar, desenvolve suas noções de física e de cálculo; e, somente pelo fato de viver com seus semelhantes, desenvolve sua pequena coleção de fatos históricos e sua maneira de julgá-los. Destutt de Tracy apud Rancière (2019, p. 58).


| CAPÍT ULOS DO LIVRO|

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01 Capítulo

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03

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ã

çõ REFERÊNCIA: RANCIÉRE, Jacques. O mestre Ignorante – cinco lições sobre a emancipação intelectual; Tradução de Lílian do Valle 3. ed. 8. reimp. – Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.


| MAPA MENTAL DO LIVRO| Compreender significa que nada compreenderá, a menor que se explique.

O mestre é vigilante e paciente. Aprender e compreender são duas maneiras de exprimir o mesmo ato de tradução. EMANCIPAÇÃO: que todo homem do povo pudesse conceber sua dignidade de homem, medir a dimensão de sua capacidade intelectual e decidir quanto a seu uso. ENSINO UNIVERSAL: aprender qualquer coisa e a isso relacionar todo o resto, segundo o princípio de que todos os homens têm igual inteligência.

Quem quer emancipar um homem deve interroga-lo à maneira dos homens e não à maneira dos sábios.

ENSINAR ERA: Transmitir conhecimentos e formar espíritos. Diretor da politécnica. Ensinou Análise, Ideologia, e Línguas antigas, Matemáticas Puras e Direito. Joseph Jacotot- leitor de literatura francesa na Universidade de Louvain O segredo do mestre é saber reconhecer a distância entre a matéria ensinada e o sujeito a instruir – aprender e

compreender.

O explicador que tem necessidade do incapaz, e não o contrário.

ENSINO UNIVERSAL: é preciso aprender qualquer coisa e a isso relacionar todo o resto.

PANECÁSTICA: busca o todo da inteligência humana em cada manifestação intelectual. BONS MESTRES: guiam discretamente a inteligência do aluno.

ENSINAR ERA: Transmitir conhecimentos e formar espíritos. MESTRE IGNORANTE: é a experiência crucial que libera os puros poderes da razão, lá onde a ciência não poder mais vir a seu socorro.

Capítulo

02

“O homem pensa sua fala antes de falar seu pensamento.”

A lição do ignorante

Capítulo

01

Capítulo

03

Uma aventura intelectual

A razão dos iguais

Capítulo

04

A sociedade do desprezo

Basta que haja distração, que a inteligência se disperse, para que seja levada pela gravitação da matéria..

O sucesso depende da habilidade e da força do lutador, não da sua razão.

A inteligência é atenção e busca, antes de ser combinação de ideias. A vontade é potência de se mover, de agir segundo movimento próprio, antes de ser instância de escolha. [...] o modo mais frequente de exercício da inteligência é a repetição.

A inteligência não mais se ocupa de adivinhar e de se fazer adivinhar. Ela tem por objetivo o silêncio do outro, a ausência de réplica, a queda dos espíritos na agregação material do consentimento.

“Uma ordem qualquer, desde que não possa ser perturbada, eis o que são as organizações sociais, desde o começo do mundo.

O homem é uma vontade servida por uma inteligência.

Todo homem pode, a cada instante, emancipar-se e emancipar a um outro.

A liberdade não se garante por nenhuma harmonia preestabelecida. Ela se toma, ela se conquista e se perde somente pelo esforço de cada um. A virtude de nossa inteligência está menos em saber, do que em fazer. “Saber não é nada, fazer é tudo.”

O segredo do gênio é o do Ensino Universal: aprender, repetir, imitar, traduzir, decompor, recompor.


05 Capítulo

O emancipador e suas Imitações

Constatamos que o presente capítulo é consubstanciado em todo o arcabouço teórico proferido por Joseph Jacotot e aclamado pelo autor Jacques Rancière, o qual proclama a todos os discípulos contemporâneos de Jacotot o dever da disseminação Tópicos pautado no princípio da igualdade e do método da emancipação. Corolário a isso, Rancière faz-se mister em estender tais instruções para o homem singular, como de um pai para sua filiação, outrossim para aquele menos abastado, arraigado na esperança do convencer os ignorantes de seu poder.

Método emancipador e método social Emancipação dos homens e instrução do povo Os homens do progresso De carneiros e de homens O círculo dos progressistas Sobre a cabeça do povo Triunfo do velho A sociedade pedagogizada Os contos da Panecástica O túmulo da emancipação


05 Capítulo

O emancipador e suas Imitações

Método emancipador e método social No dimanar do capítulo, o autor nos constata a impossibilidade de disseminação do Ensino Universal pelos métodos adotados por partidos reformadores, governo, exército, escola, de modo que apenas um homem pode emancipar o outro. Destarte, foram relatados experimentos comprobatórios desta afirmativa, que não obstante da intenção de sua propagação, fora abstida por ser o gênero humano atrelado ao velho método. Corolário a isso, o autor abona a impossibilidade de o Ensino Universal ser um método social.

Emancipação dos homens e instrução do povo No decurso da leitura, verificamos que difusão do Ensino Universal é patente sobretudo para os pobres, carentes da oportunidade de se instruírem, abandonados no charco em que se encontram e que perpetua a desigualdade de inteligência. Nesse diapasão, o autor demonstra o inexorável reconhecimento da instrução como vetor para que o homem afaste o desprezo em si da criatura razoável, dirimindo o velho embrutecimento galgado pelas engrenagens da máquina social, a qual compele a introdução da emancipação.


05 Capítulo

O emancipador e suas Imitações

Os homens do progresso Vemos ainda que, em síntese, houve toda uma trajetória abstida pela influência do progresso social, guerreada por personagens como Prof. Durietz, que influenciou pessoas como o deputado M. Ternaux, bem como o tintureiro Beauvisage que chegou a transformar seus operários em associados e de igual modo o M. de Lasteyrie, entusiasta do método de Jacotot que chegou a fundar a Sociedade dos Métodos de Ensino. Todos estes considerados como homens de progresso, erigidos pela emancipação que se perfaz pelo poder de entender a igualdade de inteligência.

De carneiros e de homens Nesta seção, analisamos que o autor engendra motivos que convalidam a ideia de que a Sociedade dos Métodos subjuga a capacidade das famílias de prover os seus próprios métodos, através da oferta de métodos pré-fixados erigida por uma ideia antagônica da proposta por Jacotot pautado no binômio inteligência e igualdade entre professor e aluno. Destarte, a propositura de métodos da Sociedade de Métodos sabota os ditames da Jacotot, enleando o ideal de igualdade proposta por este.


05 Capítulo

O emancipador e suas Imitações

O círculo dos progressistas Analisamos nesta seção, que o homem de progresso sofreu mutações no seu conceito, passando a transpor a ideia do homem ideal como aquele que decide a sua hierarquia social através da instrução. Com isso, o consectário auferida pelo autor, é de que tal conceito converge com a desigualdade, não obstante confundida com liberdade, angariada pelo embrutecimento que concerne com a pedagogia arraigada no velho. Nesse diapasão, o autor proclama o aperfeiçoamento da instrução como sendo a perpetuação das amarras da desigualdade.

Sobre a cabeça do povo Continuando a nossas análises, vemos que o Ensino Universal é posto em patente para o desenvolvimento intelectual ideal das famílias no enfrentamento das dificuldades do cotidiano, no intuito de coibir a exploração governamental que se aproveitam da obscuridade das massas para impor as suas instruções que garante o domínio sobre todos.


05 Capítulo

O emancipador e suas Imitações

Triunfo do velho Vimos nesta seção, uma evidente perpetuação do velho, arraigado na oferta de novas explicações para as mais antigo, consubstanciado pelo pensamento progressista que, no intuito da reciclagem do sistema explicador a todo tempo, conta com o embrutecimento ofertados pelas revistas, universidades, sociedades eruditas, comissão etc. Outrossim, a hierarquia intelectual abstida pelo progresso, coíbe a igualdade de inteligência, o que fez surgir várias escolas dependentes de um mestre explicador.

A sociedade pedagogizada Constatamos nesta seção, que a republica converge o seu poder sobre o povo através da igualdade aparente, que de longe correlaciona com a igualdade de inteligências, germinado através da instrução dos ignorantes pelos supostos sábios e perpetuado pelo egoísmo dos homens mergulhados em suas preocupações matérias, que equaliza progressivamente a desigualdade das inteligências. Conquanto, o emancipar elucida ao homem a possibilidade de ser igual em uma sociedade desigual, desmascarando os malefícios do progresso social.


05 Capítulo

O emancipador e suas Imitações

Os contos da panecástica

O jornal de filosofia Panecástica nos foi apresentada como um canal de comunicação discreta, para aqueles adeptos ao método de Jacotot, que acolhia e reconhecia o outro como um sujeito intelectual com plena capacidade cognitiva de expressar o que bem entender, sem qualquer julgamento do que é verdadeiro, interligando entre todos o interesse comum da igualdade de inteligência, trazendo em evidencia que este não é o objeto a ser almejado, mas sim auferido desde o princípio.

O túmulo da emancipação Em derradeiro, Racière de forma concisa, nos mostra que o Ensino Universal certamente não consegue vingar, diante da força que a reprime, mas é inexorável o seu entendimento de que ela jamais morrerá.


| M A P A M E N T A L D O C A P Í T U L O 05 | Tópico Método emancipador e método social

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Um homem emancipado pode ser o que quiser; O ensino universal não é, nem pode ser um método social, não podendo ser difundido nas instituições da sociedade nem por iniciativa delas.

Tópico

O ensino universal é o método dos pobres e multiplicador dos poderes intelectuais daquele que o emprega; O governo não deve instrução ao povo, pela simples razão de que não se deve as pessoas aquilo que elas podem conquistar por si próprias;

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01

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Emancipação dos homens e instrução do povo

Tópico

Os homens do progresso

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Tópico

04

De carneiros e de homens

Tópico

O círculo dos progressistas

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São homens que caminham e não se preocupam com a classe social daquele que afirmou alguma coisa, mas vão por si próprios conferir se a coisa é verdadeira; Saber não é nada em si e fazer é tudo; A confusão feita entre a prática da emancipação e a instrução popular é o mesmo que confundir o povo com instruir um rebanho de carneiros. O ensino universal implica: observação, comparação, reflexão, imitação, teste e correção. Todas as práticas sendo realizadas por si próprio. O progresso é a nova maneira de dizer desigualdade. Sempre haverá retardo e sempre haverá desigualdade e com isso o exercício contínuo do privilégio de reduzi-la.


| M A P A M E N T A L D O C A P Í T U L O 05 | 

Tópico

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06 Sobre a cabeça do povo

 Tópico

07

O triunfo do velho

Tópico

08 A sociedade pedagogizada

O ensino universal é um método natural capaz de ensinar o que se ignora e permitir ensinar facilmente o que se sabe. A instrução do povo com o objetivo de emancipa-lo intelectualmente é o caminho para reduzir as desigualdades sociais. Os ideais do ensino universal e a emancipação intelectual puderam ser colocados a serviço dos progressistas para maior benefício do velho método com isso reiterando as instituições, revistas, jornais e portanto as explicações que hierarquizam e mantem o laço social, fundamentado na desigualdade das inteligências. O meio para construir igualdade com a desigualdade, é a instrução do povo. No entanto é preciso entender a importância da individualidade no processo de emancipação. É preciso escolher fazer uma sociedade desigual com homens iguais. É isso que emancipar significa.

Tópico

O Jornal de Filosofia Panecástica buscava difundir, partindo da igualdade, questões do interesse do cidadão, não almejando trazer a verdade pois ela não se pode dizer, apenas sentir.

Com o fechamento do jornal reflete-se sobre o que Jacotot havia predito que o ensino Universal não vingaria como também jamais morreria.

09 Os contos da panecástica Tópico

10

O túmulo da emancipação


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