Fotomanya Vip Nº 4

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REVISTA MENSAL - Nº 4 - JANEIRO 2013

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2/3 Editorial Ana Luar

62 / 67 Fotógrafo do Mês João Lapa

4/5 Patrícia Almeida

68 / 71 Hugo Borges

6 / 15 Galeria de Membros

72 / 73 Carlos Cristino

16 / 19 Mendicidade Fotografia Colectiva

74 /80 Teatro Aberto Jorge Jacinto

20/ 23 Ónésimo Costa Maria João Monteiro

81 / 82 Nuno Bernardo

24/ 25 Olavo Azevedo 26 / 27 Óscar Valério 28 / 29 Eduardo Jamac de Freitas. 30/ 31 Sérgio Nuno Pontes 32 / 35 António Tedim 36/ 43 Aqui Há Pastores Jorge Simão Meira Paula Silva Maria José Almeida Rosário Soares Ana Batista Constantino Gabriel Salvador 44 / 61 Auschwitz - Birkenau e Dachau Filipe Morais Roque Cristiano Bento Fernando Mestre

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Edição Ana Luar

84 / 89 Filhos de Ninguém António Fernandes 90 / 93 Retratos da India Armando Isaac 94 / 97 Angola José A Silva Marques 98 Ana Casanova

Editorial Ana Luar

Jornalistas Jorge Jacinto Filipe Morais

Dados Legais Distribuição Mensal Online/Papel

Tiragem

100 exemplares

Impressão

DIGISET, LDA

100 Makin Of Nuno Borges 103 Mundo Vip Jorge Jacinto

Regº 399674/14 Número de Depósito Legal 352970/12 Nif: 128905352

Endereço

Praça Duque de Cadaval nº2 2660-352 Flamenga /Loures


EDITORIAL Sabemos que a essência representa a natureza de um ser ou objecto e constitui a temperamento ideal para o existencialismo, características imutáveis da mesma, princípios do conhecimento. Mas, como podemos definir a essência da fotografia, sendo ela tão complexa e subjectiva em toda a esfera artística? Todo o ser, dotado de capacidades físicas e visuais, tem a capacidade de facilmente manusear uma câmara fotográfica e com ela representar aquilo que os seus olhos observam. Contudo, a essência da fotografia reside essencialmente na sua capacidade de observar e retractar um objecto ou acontecimento, seguindo perspectivas pessoais e, através delas, revelar uma intenção. É aqui que reside a principal disparidade entre quem fotografa sem intenção e com intenção. A consecução de conhecimentos e técnicas fotográficas é indispensável para executar um bom trabalho mas elas de nada servirão se não existir a autêntica essência da fotografia. Por exemplo, posso dar-vos o exemplo da essência da fotografia de rua na qual se pretende captar os momentos, e os momentos acontecem em um piscar de olhos, às vezes literalmente. A fotografia de rua eterniza subtilezas que durariam apenas um segundo. Todos temos consciência de que em fotografia não há como os pequenos momentos para obtermos um grande olhar. A importância da fotografia é tão extraordinária que não se pode imaginar um ser, uma família, uma sociedade, mesmo as mais primitivas, que não tenha sido fotografada. A fotografia concilia um momento, uma realidade presente/passado, no momento que ocorre, momento único, jamais repetido, jamais revivido. A foto é a testemunha ocular do fato, é a confirmação do sucedido, é a existência contida na imagem. O registro fotográfico proporciona comunicação, é factor de reflexão e de questionamento, revela mil possibilidades de interpretações, ainda que num momento congelado e guardado para sempre. A fotografia pode ser utilizada no processo de investigação do cotidiano para análises históricas, sociais, geográficas, étnicas e económicas ser usadas na educação visionando o aumento de conhecimento. Ana Luar

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PatricĂ­a Almeida 4

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GALERIA FOTOMANYA VIP

Very Inspiring Photography

Jorge Canelas Hugo Augusto

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VĂ­tor Ribeiro Filipe Correia

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Fred Concha Manuel Silva

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Emanuel Fernandes


Vitor Oliveira

Paulo Alexandre Carvalho

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Cristiano Bento

Henrique Frazão

José Manuel Asérnio Festas na Aldeia de Alfarim : Dezembro 1999Arraial | Castanhas assadas Arquivo analógico


Cristina Mestre

Fernando Gil

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Joaquim Machado Laura CorrĂŞa


Milena Seita

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Nuno Sousa,

natural da cidade do Porto, Portugal. Sou um fotógrafo amador que apenas descobriu o gosto pela fotografia no ano 2005. Desde aí vou vendo trabalhos de outros fotógrafos (em especial por meio de sites de partilhas de fotos) e tentando colocar em prática o que vou vendo e aprendendo. Por isso me considero um autodidacta, que tenta aprender a cada dia com os meus erros. Em especial a partir do ano 2008 o meu interesse pela fotografia aumentou, o que me levou a comprar a minha primeira câmara digital SLR, a qual me ajudou explorar e melhorar alguns aspectos da fotografia, o que resultou em algumas das minhas fotos terem sido publicadas em revista da especialidade e vencedoras de alguns prémios de fotografia. Além disso também tenho participado em diversas exposições colectivas e individuais e já participei em alguns livros de fotografia. Sou co-fundador do GAFA (Grupo de Amigos Fotógrafos Amadores), um projecto que procura promover a fotografia, apoiar instituições de solidariedade social e fomentar o turismo cultural, através do desenvolvimento de exposições, publicações e outras actividades culturais.

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Foto de Filipe Correia

MENDICIDADE

Tem-se por mendigo, pedinte, vagabundo, morador de rua, ou sem-abrigo, todo o indivíduo que vive em extrema carência material, não podendo garantir a sua sobrevivência com meios próprios. Mas não podemos esquecer que muitas das situações de indigência estão associadas a problemas relacionados com toxicodependência, alcoolismo, patologias do foro psiquiátrico e crimes graves. A mendicidade é um dos problemas sociais que na última década tem afectado a grosso modo os grandes centros urbanos. Não é incomum dentro da cidade, encontramos alguém de mão estendida, exibindo chagas, com bebés ao colo etc…etc… Aflige-me verificar o aumento de crianças nas ruas, pedindo esmola. Estas crianças enfrentam riscos, como tráfico de menores, violência e maus tratos, estando estas práticas a contribuir igualmente para a formação destorcida da sua personalidade e do seu papel na sociedade. Estamos perante um flagelo e o pior é que o Estado Português se demitiu de funções e a assistência é garantida por associações, que angariam géneros alimentícios e mobilizam voluntários. Mas isso não garante um apoio igual ao que existia antigamente através das zelosas e beneméritas comissões de assistência. Deixou de existir a preocupação de conter a mendicidade, pois ela é presentemente uma prática livre, como se tal fosse um direito que a todos assiste. Preocupante é também perceber que algumas pessoas envolvidas na prática de mendicidade e da prostituição e trabalho infantil não tem necessidade tão presente e aparentam ter capacidade para desenvolver actividades produtivas ou de ter um acolhimento familiar, mas (ao invés disso) recorrem a rua.Acontece que depois paga o justo pelo pecador e começamos a pensar que são todos farinha do mesmo saco, quando isso não é verdade.

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Isabel G Silva


Tudo serve para conseguir dinheiro para uma refeição, para um vício ou até mesmo para dar a alguém que comanda este centro de operações, sim porque outro flagelo é alguém usar os mais fragilizados para obter lucros em troca de uma sopa e de uma barraco para pernoitar.

Foto de Filipe Correia

Não podemos generalizar é certo mas infelizmente está a tornar-se um suplício caminhar pelas ruas das cidades, sem nos sentirmos desumanos e egoístas. Juro-vos que sou uma boa pessoa e que o meu lado caridoso é bem acima da média, fui voluntária de rua durante mais de 9 anos mas confesso que fico irritada quando ando pelas ruas e sou abalroada literalmente por mãos que me impedem a passagem e que me seguem enquanto não abro a carteira. Se não dou esmola, sinto-me a pior das pessoas e chego a casa com um sentimento de culpa tremendo - Se dou acabo sempre por me sentir uma otária que mais uma vez caiu no conto do vigário. Num destes dias, saí para fotografar em Lisboa e fiquei irritada como há muito tempo não me sentia pois em menos de uma hora distribui 11 euros em moedas que tinha na carteira. Não digo que tenham sido mal empregues em alguns casos já em outros, tenho as minhas dúvidas. As desculpas são as mais diversas, desde a renda em atraso, á sopa que só se comeu anteontem, ao bolo que se deseja agora, ou ao leite para os filhos que estão agarrados á saia, sujos, com o ranho a saltar do nariz, olhos implorantes e esbugalhados, mas com uma PSP no bolso e um telemóvel no outro. Chego a pensar se estarei a fazer bem em “ajudar” ou se apenas estarei a contribuir para que alguém continue de forma fácil a explorar a pequena idade dos filhos e a ganhar num só dia, aquilo a que cada um de nós tem de se esforçar durante um mês de trabalho. Há algum tempo vi uma reportagem na TV que nos dava conta de um testemunho de arrumadores de carros em Lisboa, que ganham em média 1.200 a 1.400 euros por mês com as moedas que vamos oferecendo, com receio que nos risquem o carro ou nos furem os pneus.

Ana Mendes Carmo

Paulo Benjamim

Paulo Monteiro

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AIsabe G Silva

Um dos entrevistados teve mesmo a ousadia de dizer que ele não fazia isso mas que todos os colegas o faziam como retaliação da pouca generosidade dos utilizadores do parque de estacionamento. Sinto-me logo a ferver, e o meu mau feitio começa a disparar em todas as direcções. Então não basta pagarmos 80 cêntimos por cada 15 minutos na grande Lisboa e ainda temos que sustentar uma sociedade de gente que mendiga para os vicios de centenas de euros por dia, iPad, cigarros no bolso e ténis da Nike? Ajudar a quem realmente precisa não a esta cambada de gente a quem o trabalho nada diz porque mendigar para alguns é a forma mais fácil de sustentar o vicío. O problema também tomou maiores proporções com a desculpa que se vive uma grande crise quando, esta situação anormal se agrava, com as graves e súbitas perturbações da vida económica .

Paula Silva

Que é feito dos serviços de assistência do Estado aos que realmente eram inteiramente necessitados? Esses serviços tinham a missão de fornecer géneros alimentícios, artigos de vestuário, hospedagem, bem como assistência hospitalar ou farmacêutica a todas as pessoas que precisavam de ajuda. Este apoio à verdadeira pobreza estava espalhado por todo o país, através de comissões de assistência municipais e paroquiais.

Hoje quem precisa passa fome e quem beneficia é todo aquele que tem mais facilicade em estender a mão. A história contada pelos nossos avós e pais, relembra-nos que antigamente os indivíduos encontrados pelas autoridades a mendigar de forma abusiva e ostensiva, procurando condicionar os sentimentos alheios, eram detidos e imediatamente conduzidos ao albergue ou ao asilo mais próximo.

Ana Luar

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Hugo Augusto

Hoje a mendicidade é explorada ao máximo ganhando terreno para nos fazer sentir membros de uma sociedade egoísta, quando isso não é verdade e os números das doações feitas pelo nosso povo neste ano 2012, deram provas de que somos um povo que se importa com os outros e que doamos até quando estamos no mesmo barco de contenção. Não gostamos é de ser enganados na nossa generosidade e altruísmo só porque ainda usamos carteira.


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Onésimo Costa nasceu em Junho de 1979 na ilha de S. Tomé e Príncipe, vive em Lisboa, Formação em Engenharia. Vê na fotografia a fuga e libertação do rigor e das regras da actividade profissional. 2011 - Exposição: "à janela com o mundo" Dezembro de 2011 Faculdade de Letras - Universidade de Lisboa 2010/11/12 - Publicação de fotos em revistas da especialidade 2009 - Participação como autor no livro “olhar a nu”, cujas receitas de vendas do livro reverteram para a “Associação Abraço” 2008 - Exposição colectiva “fotógrafos em santa Engrácia” “Cada foto é uma mensagem ou parte de uma história, ilustração de fantasias, alegrias, medos, sonhos, receios, ansiedade… é parte de mim” A técnica, aprendeu com outros amantes da fotografia, gosta da partilha de experiencia e de conhecimento. “o conhecimento do outro constitui uma riqueza” Papa Bento XVI

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Maria Joao Monteiro, modelo fotográfico, 37 anos, nasceu em Beja e actualmente

reside na zona do Barreiro.

Desde cedo criou o gosto pela fotografia, mas devido à falta de informaçao, nunca lhe foi possivel realizar esse sonho de ser modelo fotográfico na altura devida. Mais tarde numa brincadeira com a melhor amiga aceitaram uma sessao fotografica com Isa Silva e a partir dai os convites foram surgindo e o fascinio como modelo foi aumentando. Foi fotografada por vários fotógrafos com algum reconhecimento na area de moda e não só... Fazendo questão de deixar claro o prazer que foi trabalhar com cada um destes excelentes fotografos/ amigos. Faces Project com Elton Varela, Leo, J.Cal, Ivania Silva, Pedro Dias, Quico Jesus, Pedro Gonçalves, Henrique Morais Workshop’s com Luca Businari, Alexandre Serra, Licença para Fotografar, Fernando Branquinho, Rodolfo Xavier e o Luis Firmo The Hat Project, com o Joel Reis, o Daniel Correia e agora com o Onesimo. Aquele que desperdiça o dia de hoje, lamentando o de ontem, desperdiçará o de amanhã, lamentando o de hoje _ Maria João, quer aproveitar todas as oportunidades que surgirem para a realização deste sonho, independentemente dos problemas que surjam na sua vida devido a essas opções. Existe um pensamento de António Gedeão que Maria João não esquece “É o sonho que comanda a vida”

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Olavo Azevedo O real irreal Pensar em executar fotografia abstracta, significa fazer uma representação descomprometida da realidade, num conceito de ambiguidade consistente. O processo requer a separação entre a qualidade do sujeito e a sua representação física, no qual as formas, cores, padrões, texturas e design têm um papel determinante no resultado visual final. As fotografias aqui apresentadas, representam objectos do dia a dia aos quais foi aplicado a esse processo. A não existência de um conceito de escala comparativo, reforça o abstraccionismo pretendido. Foram realizadas em casa com recurso a coisas comuns: vidro, papel, plástico, tecidos coloridos, azeite, água e borracha. Foi usada uma Canon 5D Mark II e uma lente macro de 100mm

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Óscar Valério ”Diálogos abstracionistas da águA” Fluem as palavras perante encanto e beleza. Por entre cores e cantos e notas de formusura, qual concerto de violinos que soltam notas entre pingos de chuva. Flui um sorriso e um corpo feminino, e a inocência uma visão do olhar de um menino. E a beleza é uma visão de raios de sol que rompem a escura solidão. Fluo deixo-me levar no curso de água de encanto e esplendor. Impossível é resistir às sombras, às cores, às formas e texturas, à composição e amor. E então sou uma entrega, e junto a este rio eu sou maior. Cada rosto é uma história, cada forma é um conto, cada mácula é um verso, e canto uma ode e a ti me entrego de paixão, que a beleza é tamanha e resistir-lhe em vão. Arde um fogo com ternura, pinta a minha tela pura, vamos contar esta história e deste momento, para sempre fazer memória. Arquiteta. Joana Maria Tomé

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Eduardo Jarnac de Freitas Nasci em Oeiras a 6 de Fevereiro de 1981. Muito cedo captei as minhas primeiras imagens, fruto de uma infância, muito vivida e colorida, fielmente retratada em extensos álbuns familiares. Neto e sobrinho de avôs e tios com capacidades artísticas, quer na pintura quer na fotografia, dificilmente escaparia à razão mendeliana de propensão para a expressão artística por imagens. Durante anos dediquei-me ao desporto radical, fundamentalmente à escalada, talvez, quem sabe, para ver o mundo numa perspectiva diferente. A fotografia surgiu, para mim, como uma extensão natural da minha forma de viver, acompanhando-me nos meus tempos livres e, cada vez mais, na minha vida profissional da qual são testemunho alguns instantâneos nos últimos guias da Best Guide. www.liquidimages.com.pt/?u=Krazef

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Chamo-me Sérgio Nuno Pontes, tenho 35 anos e nasci em Oeiras, numa família onde a fotografia reina, pois somos todos apaixonados por esta arte. Gosto de ver o mundo à minha maneira e como tal, tento sempre que possível, fugir ao convencional. Este pormenor da minha personalidade reflecte-se na maneira como vejo o mundo, e sequentemente como faço fotografia. Digamos que ando sempre a procura de pontos de vista novos. A acrescentar a essa minha faceta, adoro observar as pessoas e os seus respectivos comportamentos. Por esse mesmo motivo, para mim é um verdadeiro prazer sair algures por ai com a minha máquina fotográfica na mão e fazer fotografia de rua! Espaços pessoais: A Teoria do Kaos Photography https://www.facebook.com/sergio.pontes1977/info

Procissão em Honra de S. Pedro - Padroeiro de Outeiro de Polima S. Pedro foi apóstolo de Cristo. É tido como o fundador da Igreja Cristã em Roma. É considerado pela Igreja Católica como seu primeiro papa. Era Pescador e trabalhava com o irmão e o pai. Por indicação de João Batista, foi levado por seu irmão André, para conhecer Jesus Cristo.

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António Tedim Para António Tedim a fotografia surgiu-lhe tarde, mas rapidamente se tornou uma paixão. Amador, tem dedicado uma boa parte do meu tempo livre à fotografia, quer fotografando, quer no estudo da técnica. Para ele fotografia é liberdade, é um testemunho e um modode ver a vida. Os seus temas favoritos são o fotojornalismo e a fotografia documental, embora também tenha interesse pela fotografia de paisagem e da natureza. Participa regularmente em concursos de fotografia tendo os seus trabalhos obtido prémios em concursos em Portugal, Espanha, França, Inglaterra e Alemanha. Expôs 2 vezes individualmente e participou em inúmeras exposições colec tivas quer em Portugal quer no estrangeito.

blog (www.antoniotedim.blogspot.com) onde publica parte do seu trabalho. Contacto: www.aalvesmd@gmail.com

A RAPA DAS BESTAS A Rapa das Bestas é uma tradição com cerca de 400 anos e que se celebra no verão em várias localidades da Galiza. Os homens e mulheres da aldeia buscam nos montes os cavalos de pura raça galega que vivem todo o ano em liberdade nos montes ao redor da aldeia e concentram-nos num local vedado o "curro".Conseguem juntar centenas e centenas de cavalos. Aí os "aloitadores" (os homens e mulheres que enfrentam os cavalos) usando a força prendem um a um os cavalos e é-lhes cortada a crina. Aos poldros nascidos no ano anterior são colocados chips de controle. Com a crina cortada os cavalos correm menos risco de, na sua vida em liberdade, ficarem com as crinas presas em ramos de árvores ou em pequenos arbustos. Em muitas rapas os cavalos também são desparasitados. Estas acções para além de proporcionarem bem-estar aos animais, contribuem para a preservação da espécie No final da rapa os cavalos são devolvidos à liberdade nos montes onde vivem todo o ano. A rapa mais famosa é a Rapa de Sabucedo (festa declarada de interesse turístico internacional pela Unesco) onde os “aloitadores só usam as mãos para prenderem os cavalos. Realiza-se sempre no primeiro fim de semana de Julho. Sabucedo é uma pequena aldeia do município de A Estrada na província de Pontevedra.

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Jorge Sim ão M eira , fotó g rafo am ador, n a sc ido a 0 6/01 /19 63 , em Vil a P rai a de Âncora – Por t u gal . P remi ado em cerc a de 1 20 conc ur sos de foto g raf i a em Por t u gal e no e st rangeiro. Fotos public ad a s em jor n ai s , rev i sta s , c alend ár ios , c ar taze s , p ostai s ilu st rados , blo g ue s e sít ios d a e s p e c i alid ade n a Inter net . Par t ic ip ou em cerc a de 150 ex p osiçõ e s cole c t iva s de fo to g raf i a em Por t u gal , E s p anh a , M éx ico, Argent in a , C ub a , E .U. A . , C an ad á , Per u , Venez uel a , Chile, E l S alvador, B olív i a , Colômbi a , G ré c i a e B ra sil . Reali zou 11 ex p osiçõ e s indiv idu ai s . Co -autor de sete liv ros de foto g raf i a .

A I N D A H Á PA S TO R E S A profissão de pastor resiste com grande dificuldade a ponto de se encontrar quase extinta. Durante décadas os pastores povoaram e conduziram seus rebanhos por montes e vales na porocura de alimento, mesmo em épocas de grande adversidade climatérica. A vida era dura, sem palavras tendo como unico companheiro o céu e o seu cão o pastor era um homem solitário. É que o romantismo que hoje sentimos por esta função, não tem paralelo com a vida de um pastor nos anos 40 ou 50. Houvesse chuva, vento ou um sincelo de arrepiar, o pastor tinha de ir para a serra. Tinha por companhia as cabras. Para entreter o pífaro e jogos tradicionais de pastores, como a chisca e a malha. Na sacola, levava pão, azeitonas, chouriço ou queijo. Água, havia de a encontrar pela serra, na cova de uma pedra ou à beira da lagoa. O frio ou a chuva era empurrado pela manta de lã. Pela possibilidade de contemplar, de se sentir natureza, os pastores eram senhores de uma sabedoria respeitada. Como eles, só os moleiros... pois, ambos viviam ao vento, no cimo de montes limpos de gente. Talvez por isto, estejam poéticamente representados nas páginas de vários escritores de renome em Portugal e tenham servido de tema para o filme documentário “Ainda há pastores?” realizado por Jorge Pelicano.

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Existe a necessidade de compreender que com a modernidade da indústria leiteira e principalmente as dificuldades da profissão seus filhos e netos não seguiram a tradição de seus antepassados, seguindo caminhos menos duros e mais vantajoso monetáriamente falando. Restando pouco mais de uma dezena de pastores na região, o fim de uma época parece ter chegado a seu fim. Talvez por isto tenhamos de compreender as pontes que podem ligar a vida do pastor com a conservação da natureza e da biodiversidade. Começamos a questionar o abandono de determinadas actividades tradicionais e as consequentes repercussões na fauna e na flora. É pertinente a preservação da biodiversidade e a valorização do pastor e da pastorícia, inovando a tradição e conjugando-a com novas actividades económicas no espaço rural, como contributo significativo para o desenvolvimento local, cruzando ambiente, economia (numa visão social e solidária) e cultura.

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Jorge Sim達o Meira

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Ana Batista Constantino

- Sou um Guardador de Rebanhos Sou um guardador de rebanhos. O rebanho é os meus pensamentos E os meus pensamentos são todos sensações. Penso com os olhos e com os ouvidos E com as mãos e os pés E com o nariz e a boca. Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la E comer um fruto é saber-lhe o sentido. Por isso quando num dia de calor Me sinto triste de gozá-lo tanto. E me deito ao comprido na erva, E fecho os olhos quentes, Sinto todo o meu corpo deitado na realidade, Sei a verdade e sou feliz. Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa) (Fonte: http://www.cfh.ufsc.br/~magno/guardador. htm)

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Gabriel Salvador


Paula Silva

Maria José Almeida Rosário Soares

Olá, Guardador de Rebanhos "Olá, guardador de rebanhos, Aí à beira da estrada, Que te diz o vento que passa?" "Que é vento, e que passa, E que já passou antes, E que passará depois. E a ti o que te diz?" "Muita cousa mais do que isso. Fala-me de muitas outras cousas. De memórias e de saudades E de cousas que nunca foram." "Nunca ouviste passar o vento. O vento só fala do vento. O que lhe ouviste foi mentira, E a mentira está em ti." Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa) (Fonte: http://www.cfh.ufsc.br/~magno/guardador.htm)

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Auschwitz Birkenau e dachau HOLOC AUSTO NUNCA MAIS

Te xto: Filipe Morais Roque Pe squisa feita atravĂŠs do site original United States Holocaust Memorial M useum Fotos: Auschwitz-Bilirrubina Fer nando Mestre / Pedro Car mona D achau/ Cristiano Bento

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Hol o c a us to : g e noc í di o e f i m da c onsciência Humana. Os Campos de Concentração de Auschwitz-Birkenau foram um dos símbolos do Holocausto levado a cabo pelo regime Nazi liderado por Adolf Hitler durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945). O objectivo desses campos era, entre outros, exterminar as raças consideradas inferiores e menos puras como os judeus e/ou ciganos e fazer experiências de laboratório visando criar uma raça absolutamente pura. Localizados no sul da Polónia, estes foram alguns dos vários campos de concentração/extermínio construídos nesse País, ocupado desde 1939, onde existiram três campos principais e trinta e nove campos auxiliares. Os campos localizavam-se nos municípios de Auschwitz e Birkenau, situados a 60 quilómetros da cidade de Cracóvia. Como todos os outros campos de concentração nazis, os campos de Auschwitz eram dirigidos pelas SS – diminutivo de “Schutzstaffel” (em português “Tropa de Protecção”), comandadas por Heinrich Himmler. Os comandantes principais do campo foram o Tenente-Coronel Rudolf Hoess, até ao Verão de 1943, seguido do Tenente-Coronel Artur Leibehenschel e finalmente pelo Major Richard Baer.

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Existiam três campos principais, que eram: Auschwitz I – Foi o Campo de Concentração original, criado em Maio de 1940, serviu de centro administrativo para todo o complexo. Geralmente o campo abrigava entre treze e dezasseis mil prisioneiros, alcançando cerca de vinte mil em 1942. Muito embora não existam números exactos pensa-se que neste campo terão morrido perto de 70 mil intelectuais polacos e prisioneiros de guerra soviéticos. À entrada de Auschwitz I lia-se e ainda hoje se lê as palavras: “Arbeit macht frei” (o trabalho liberta). Os prisioneiros do campo saíam para trabalhar durante o dia nas construções do campo, com musica e marcha tocada por uma orquestra. As SS geralmente seleccionavam prisioneiros, chamados “Kapos”, para fiscalizar os restantes.

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PEDRO CARMONA SANTOS Auschwitz II (Birkenau) – Auschwitz II (Birkenau) é o campo que a maior parte das pessoas conhece como Auschwitz. Ali estiveram presos centenas de milhares de judeus e ali também foram executados mais de um milhão de judeus e ciganos, que chegavam sobretudo vindos de comboio. Localizava-se a 3 quilómetros de Auschwitz I e a sua construção foi iniciada em 1941 como parte da “Endlösung der Judenfrage” – Solução Final. O campo tinha uma área de 2,5 por 2 quilómetros e estava dividido em várias secções, cada uma delas separadas em campos, cercados e rodeados de arame farpado e cercas eléctricas. O campo albergou até 100 mil prisioneiros em dado momento e o objectivo principal não era o de manter prisioneiros como força de trabalho (como acontecia em Auschwitz I e III) mas sim de exterminá-los e por isso era composto por quatro crematórios e câmaras de gás. Cada câmara de gás podia receber até 2500 prisioneiros por turno. O extermínio em grande escala começou na Primavera de 1942. As câmaras de gás do Birkenau viriam a ser destruídas pelos nazis em Novembro de 1944 com a intenção de esconder as actividades do campo das tropas soviéticas. Auschwitz III (Monowitz) – Criado em Maio de 1942, foi utilizado como campo de trabalho escravo para a empresa IG Farben e produzia combustíveis líquidos e borracha sintética.

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Foi considerado um dos campos auxiliares de trabalho, instalados no complexo de Auschwitz, e estava estreitamente relacionado com a industr com a indústria alemã, principalmente nas áreas militar, metalúrgica e do minério. Este campo era regularmente visitado pelos médicos de Auschwitz II, que realizavam inspecções sanitárias com o objectivo de enviar os doentes e fracos para as câmaras de gás de Birkenau.

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O Holocausto marcou a humanidade para a história degradante e os limites sem fronteiras da pesquisa clínica desvirtuada, agressiva, perversa e degradante . Em Auschwitz I os médicos das SS realizavam experiências “médicas” em bebes, gémeos e anões, além de fazerem esterilizações forçadas e experiências de hipotermia em adultos. O médico mais conhecido por realizar essas experiências era o Capitão das SS, Dr. Josef Mengele mais conhecido como “O Anjo da Morte”, dentro do campo de concentração. A crueldade era tal que um dos casos mais macabros do médico nazi Josef Mengele é o dos gêmeos ciganos Guido e Ina, costurados um ao outro, pelas costas, como siameses. A mãe matou os dois com morfina para terminar com o sofrimento. Mengele fez experiências com ciganos e judeus que tinham doenças hereditárias como nanismo, síndrome de Down, irmãos siameses e outras afeções. Um dos casos registrados sobre o tratamento dado aos anões, está o da Família Orvitz, conhecidos na Romênia como Trupe Lilliput, eram uma familia de artístas formada por sete anões, mais seus irmãos altos. Também dissecou vivas algumas pessoas mestiças, submergindo depois os seus cadáveres numa tina com um líquido que consumia as carnes, deixando livres os ossos. Os esqueletos eram enviados para Berlim como macabro mostruário da degeneração física dos judeus ou outros. Por vezes realizava sessões de submersão em água gelada de prisioneiros fortes para observar as suas reações ante a hipotermia. Tudo era feito dentro dos muros de arame electritificado de Auschwitz e Birkenau.... Entre o crematório e o quartel das chamadas experiências médicas ficava a chamada “Parede Negra”, onde os guardas das SS executaram milhares de prisioneiros.

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Estima-se que o número total de mortes ocorridas em Auschwitz-Birkenau, entre 1940 e 1945, terá sido superior a um milhão de pessoas, sobretudo judeus, mas também polacos, ciganos, prisioneiros de guerra soviéticos e milhares de pessoas de outras nacionalidades (por exemplo franceses, checos, jugoslavos, austríacos, alemães, etc). Durante os anos de operação dos campos, perto de 700 prisioneiros tentaram fugir, sendo que 300 tiveram êxito. A pena aplicada por tentativa de fuga era geralmente a morte por inalação. Geralmente, as famílias dos fugitivos eram presas e “internadas” em para serem exibidas como advertência a outros prisioneiros. Os campos de concentração Auschwitz I, Auschwitz II (Birkenau) e Auschwitz III (Monowitz) viriam a ser liberados no dia 27 de Janeiro de 1945 pelo chamado “Exército Vermelho” da União Soviética, que ainda conseguiu salvar alguns milhares de prisioneiros que se encontravam à beira da morte. Holocausto Judeu foi classificado como o maior crime contra a humanidade existente até hoje. Quando ,entre 1939-1945, se fizeram 6 milhões de vitimas, todos judeus em que os autores dos crimes foram Nazistas. Além da quantidade, o mais assustador foi a forma quase industrial como os judeus foram massacrados. No auge dos campos de concentração, as roupas, dentes, cabelos e até os cadáveres eram reaproveitados pelos nazistas. Homens mais fortes trabalhavam até a morte, os “improdutivos” iam direto para as câmaras de gás e outros eram simplesmente executados (calcula-se em 1,4 milhão) em operações de “limpeza”. CRUELDADE - O massacre também se deu de outras formas. Cerca de 800 mil judeus morreram de febre tifóide, desnutrição e outras doenças ao ficarem confinados nos chamados guetos.

Estima-se que o número total de mortes ocorridas em Auschwitz-Birkenau, entre 1940 e 1945, terá sido superior a um milhão de pessoas, sobretudo judeus, mas também polacos, ciganos, prisioneiros de guerra soviéticos e milhares de pessoas de outras nacionalidades (por exemplo franceses, checos, jugoslavos, austríacos, alemães, etc). Fotos: Pedro Carmona Santos

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FERNANDO MESTRE

( 80 0.00 0 s a pa to s d e cri a nça s m o rta s n o s campos d e con cen t ração n az is ta)

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O Campo de Concentração de D achau foi o primeiro a ser constr uído pelo regime nazi , em 1933, após a ascensão ao poder de Adolf Hitle r em 30 de Janeiro de 1933. Localizado numa antiga fábrica de pólvora próxima da cidade de D achau, a alguns quilómetros de M unique, este campo foi projectado por Theodor Eicke e chegou a ter mais de 200 mil prisioneiros de mais de 30 Países e, a partir de 1941, foi utilizado para o exter mínio de mais de 30 mil pessoas. Os primeiros prisioneiros foram alemães, adversários políticos de Hitler, mas com o decor rer do tempo foram sendo transferidos para lá homossexuais, estrangeiros provenientes de vários Países, sacerdotes, ciganos, testemunhas de Jeová e judeus.

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Este campo foi utilizado para o treino dos guardas de campos de concentração das SS e estava dividido em duas secções – a área do campo e a área do crematório. A área do campo consistia em 32 quartéis e era composta por uma cerca eletrificada de arame far pado, uma trincheira e um muro com sete tor res de guarda.

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DACHAU, FÁ B RICA DA MO RTE, TESTE MUNHA DAS ATROC IDADE S NAZ IS TA S Em D achau, tal como noutros campos nazis, os médicos alemães também realizavam “experiências médicas” nos prisioneiros, como por exemplo testes de alta altitude usando câmaras de descompressão, experiências com malária e a tuberculose, hipoter mia, e testes experimentais para novos remédios que ser vissem aos alemães. O s prisioneiros também eram forçados a serem cobaias em testes de métodos de dessalinização da água e de estancamento de perda de sangue excessivo. Como resultado destas experiências, ce ntenas de prisioneiros mor reram ou ficaram per manentemente incapacitados. Os prisioneiros também eram mobilizados para trabalhos forçados, sendo primeiro empregados na operação do campo, em diversos projectos de constr ução e em pequenos secto res de trabalhos manuais, mas também constr uíam estradas, trabalhavam em pedreiras, e drenavam pântanos. As vítimas, segundo os documentários que são exibidos no memorial, vinham em trens de carga. Eram transportadas como se fosse gado. M uitos já chegavam doentes. Todos mor rendo de fome e de sede, sujos e aos trapos. Rápida triagem deter minava a ida dos doentes diretamente para os for no s. Os demais, que poderiam ser úteis em algum trabalho futuro, eram levados para os pavilhões, os bar racões de madeira com piso de ter ra batida. Tudo ainda está bem conser vado, mostrando com fidelidade como era o local em 1945, quando os nazistas fugiram das tropas aliadas, abandonando os prisioneiros que não tiveram tempo de matar.

O Campo de D achau viria a ser libertado em 29 de abril de 1945, pela 4 2ª D ivisão de Infantaria do Exército dos Estados Unidos (EUA) e ficou marcada pela primeira visão que os soldados tiveram, ao chegar ao local, com centenas de mortos, empilhados, junto a um comboio de 39 car r uagens. Esta visão levaria que muitos dos guardas das SS que se encontravam no campo fossem executados sumariamente, através do fuzilamento, por alguns dos soldados americanos e até por parte de alguns dos prisioneiros entretanto libertados. Após a libertação do campo, demorou cerca de seis semanas até que os 32 mil prisioneiros que lá se encontravam conseguissem sair.

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O que restou daquele campo de exter mínio será preser vado para sempre – como um alerta e uma vergonha de crimes praticados contra a humanidade. Essa verdadeira memória do hor ror, que deixa mudos os visitantes, jamais será esquecida e ficará como testemunha desse cenário de violência e atrocidades que vitimou milhares de judeus e prisioneiros políticos durante a II G uer ra M undial. O campo de concentração de D achau, na Alte Römerstrasse 75, nas proximidades de M unique, no Estado da Baviera, Alemanha, marca pelo seu frio e duro silêncio e sempre será lembrado por quem o visitou como um lugar de morte, onde barbaramente foram cometidos os mais ar repiantes crimes contra inocentes. Os ar repios são incontrolaveis desde o primeiro minutos em que pisamos aquele chão... niguem fica indiferente. Os visitantes de D achau costumam caminhar em silêncio. S ó se escutam os passos. O u as breves frases dos guias. Todos obser vam as paredes escuras dessas constr uções e sempre têm a sensação de que já viram aqueles locais. Ver mos tudo pela Tv é uma coisa, sentir o cheiro e a carga de um lugar destes é algo que nos confronta cara a cara com uma realidade que marca para o resto da vida.

D e c l a ra ç ã o U n i v e r s a l d o s D i r e i t o s d o H o m e m To d a s a s p e s s o a s n a s c e m l i v r e s , I g u a i s e m D i g n i d a d e e D i r e i t o ; A s p e s s o a s s ã o d o t a d a s d e ra z ã o e c o n s c i ê n c i a e d e v e m a g i r e m r e l a ç ã o u m a s à s o u t ra s c o m e s p í r i t o d e f ra t e r n i d a d e ; t o d o s t e m o s D i r e i t o a v i d a e a L i b e r d a d e e s e g u ra n ç a p e s s o a l ; N i n g u é m s e rá s u b m e t i d o a t o r t u ra , n e m t ra t a m e n t o o u c a s t i g o c r u e l ,

Texto: Fil ip e Morais Roq ue Pes q uis a feita at ravés d o s ite or igin al Un i te d S tate s Holoc aus t M e mo ri al M useu m Fotos: Auschwitz-Birkenau Fer nand o Mestre / Ped ro Car m ona D ach au/ Cristiano Bento No s ite d o U n ited S tates Hol ocaus t Me morial M us eum n ão fal tam in for mações s ob re o Holoc austo para q uem q uis er s e aprofun d ar.

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Fotógrafo do Mês (do grupo Fotomanya Vip) JOÃO LAPA Nasceu a 23 de Novembro de 1965 na cidade de Lamego freguesia de Almacave e o seu interesse pela fotografia começou a 3 .4 anos mais a serio , não tem um estilo de foto que goste mais de fazer pois agrada-lhe fazer um pouco de tudo . Gosta de ter o seu próprio conceito e regras, mas um dos estilos de fotos que mais gosto e me dá fazer é a fotografia de rua instantâneos...Usauma velhinha Sony A700 de 2007 com um conjunto de lentes de kit uma 18-70 e uma 70-300

Para mim fotografar é mais que técnica, enquadramento, regra dos terços ou tantas outras coisas, fotografar é uma continuação do que os meus olhos alcançam e um vicio que se entrenha na pele. Mas acima de tudo é emoção, sensibilidade, sentimento… é algo que me faz pensar, criar mundos e inventar historias através da imagem. Agradeço o facto de me terem escolhido para fotógrafo do mês e de acharem que de alguma forma constructiva o meu trabalho é uma mais valia para o grupo Fotomanya Vip É um prazer enorme participar nos projectos do grupo e na excelente revista.

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Navegante (Carcavelos)

Sony A700 f/18 6 seg Iso-100 20mm


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Silencio

Sony A700 f/20 30seg Iso-100 18mm

A Passagem

Sony A700 f/16 30seg Iso-100 18mm

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O vigilante

Sony A700 f/5 30seg Iso-100 18mm

Despida, (Tejo Parque das Naçþes)

Sony A700 f/18 4seg Iso-100 18mm

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H

ugo Borges – 35 anos – Litoral Oeste

Desde sempre senti um enorme fascínio pela fotografia mas apenas em 2010 iniciei a minha jornada neste universo, embora me considere ecléctico na apreciação dos diversos tipos de fotografia e consequentemente no dia-a-dia me depare com constantes auto-exercícios de composição e luz com as imagens rotineiras com me vou deparando no meu quotidiano, é na fotografia de Paisagem Natural que encontro a minha realização. O fascínio pela teatralidade que a natureza nos oferece, desde os cenários grandiosos até aos seus mais ínfimos pormenores, faz-me sentir previligiado por poder estar nos locais que vou conhecendo e que me proporcionam a contemplação de momentos mágicos e efémeros de luz e cor que tento registar e partilhar através das minhas fotografias.

Canon EOS 40D

Canon EOS 40D Iso 100

f/8

25 seg

Local: S. Pedro de Moel Um dos locais mais bonitos e difícieis de fotografar… uma agitação marítima incessante e o spray constante da rebentação nas escarpas do farol do Penedo da Saudade são factores que prejudicam a obtenção de uma foto aceitável, aliando a que para se poder obter composições originais tem de se percorrer as escarpas destes penedos muito perigosos e ter a atenção das marés… enfim, não é tarefa fácil, mas quando

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Canon EOS 40D Iso 100 f/10 0,3 seg

Local: S. Pedro de Moel Quando os vários elementos se conjugam e dispomos de tempo para os realçar…

Canon EOS 40D - Iso 100 - f/8 - 10 seg

Local: S. Pedro de Moel Bem… é S. Pedro de Moel em todo o seu esplendor… esta fotografia tem um especial significado para mim, foi o espectáculo de luz e cor mais arrebatante que presenciei e perante tal não tenho mais palavras!

Canon EOS 40D Iso 200 f/8 25 seg

Local: Peniche Peniche é um dos locais de Paisagem Costeira com uma beleza fora do comum, a composição das suas falésias e os seus lugares recônditos e inacessíveis, fazem desta Península um local que permite fotografar durante todo o dia e parte da noite. O local desta fotografia só é possível, o seu acesso, mediante determinadas marés… a corda que está presa a rocha superior serve de resguardo aos pescadores que perdem a noção do tempo relativamente às marés e que têm de aguardar no topo desta uma saída oportuna… algo que ia acontecendo comigo!

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Iso 200 f/8 120 seg Local: Foz do Arelho / Lagoa de Óbidos. Não sendo um “purista”, por vezes sinto a necessidade de transformar a realidade em algo que me pertença, algo que toque o meu interior… Esta fotografia é um desses exemplos, quebra várias “convenções”, mas para mim, quando a tirei, era o que fazia sentido! Esta foto faz parte do meu projecto “Boats colection”

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C ARLO S C RI S TINO Nasci em Lisboa em 1950, em casa dos meus pais existia uma velhinha Kodak de fole, creio que uma MP JaJ utilizada para fotos de família. O meu Pai nas horas vagas reparava equipamentos para fotógrafos profissionais, creio que foi a minha ligação com a fotografia. Foi com a Kodak MP JaJ que fiz as primeiras fotos lá para os meus 14/15 anos, muitas tentativas e lá ia conseguindo algumas aproveitáveis. Belém era o meu santuário fotográfico, a proximidade do Tejo, os monumentos e as famílias ali em passeio despertavam-me imenso interesse, especialmente ao pôr do sol. Com um fotógrafo profissional onde comprava os rolos amarelinhos Kodak de 36 fotos, aprendi algumas bases e trukes da fotografia que me valeram de muito, foi o meu primeiro mestre. Uma Nikon f-501 e uma Mamiya nc1000s esta última que a conservo com muito carinho foram máquinas que me foram acompanhando durante a era analógica. Surge a era digital e passo a utilizar as inovadoras compactas na minha actividade profissional. Foi um período menos activo em matéria de fotografia pessoal, parecia que a máquina já ia fazer tudo, passei a “hibernar” para a fotografia. No final de2009 terminei a minha actividade profissional, volto a ter tempo e interessar-me pela fotografia. Através do Facebook tomo conhecimento de comunidades e entusiastas de fotografia, surge o Fotomaya Vip, decidido a compreender melhor o actual processo fotográfico reciclando e adquirindo novos conhecimentos.

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Frequento cursos, workshops, treinos de fotografia em estúdio e no terreno com empresas, fotógrafos profissionais e amadores experientes. Volto á Nikon com um pack D90 objectiva 18/200 exploro novas áreas. Mais tarde a D90 foi substituída por uma D7000 e novas objectivas, irra!! nunca acertamos com os corpos das máquinas e eles nunca param de nos aliciar com aquele novo equipamento fantástico mas….. ups!! é esse o preço??? Através da fotografia conheci amigos fantásticos, vou a locais lindos e inesperados, tenho a sorte da minha companheira ser também é fotógrafa, partilhamos assim essa paixão comum e se não estamos a fotografar é porque estamos a preparar o próximo projecto.

Tento em cada clik eternizar o momento através da objectiva, é um momento único, só nosso, a que dedicamos todo o nosso saber e paixão na captura da luz que se transforma em arte.

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Comédia no Teatro Aberto

Reportagem: Jorge Jacinto

Os actores Ana Guiomar,Jorge Corrula,Sara Prata e Tomás Alves, juntam-se no palco do Teatro Aberto para levarem ao público esta peça. A história é simples e quase faz parecer uma emissão de um qualquer “talk-show” na Tv. Rui (Jorge Corrula) gosta da Xana (Ana Guiomar), tal como ela é, mas Xana gostava que ele a achasse ainda mais bonita. Daniel (Tomás Alves) não resiste ao encanto de uma bela rapariga e Carla (Sara Prata) queixa-se de ser demasiado atraente. Será a aparência assim tão importante? Numa rodaviva de encontros e desencontros, verdades e mentiras, discute-se o ser e o parecer e o que se procura nesta vida, porque há razões, muitas razões, para uma pessoa afinal querer ser bonita.

Autor, Neil LaBute (dramaturgo,encenador,etc.) nasceu em Detroit, nos Estados Unidos. Versão, encenação e realização de vídeo e luz: João Lourenço e Vera San Payo de Lemos. Cenário, António Casimiro e João Lourenço. Figurinos, Dino Alves. Luta cénica, David Chan. Direcção de Produção e montagem, Célia Caeiro. Direcção técnica, Melim Teixeira Espectáculos na Sala Azul, de Quarta a Sábado às 21,30-Domingo matiné às 16,00.

ENCENADOR João Lourenço

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“Há Muitas Razões Para Uma Pessoa Querer Ser BONITA”

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Nuno Bernardo, natural do Barreiro, tem um gosto especial pela música e pela fotografia. Desde 2009 que decidiu juntar as suas paixões numa só e começou a fotografar espectáculos locais para reportagem. As oportunidades foram surgindo e actualmente já tem trabalho publicado em alguns dos websites da especialidade mais populares em Portugal como o Palco Principal e o Festivais De Verão. Actualmente marca presença como fotógrafo oficial em várias salas do país e até alguns festivais como o Vagos Open Air ou o Rock In Rio Lisboa. No entanto este tipo de fotografia tem as suas dificuldades bastante explícitas. Em regra geral: um fotógrafo credenciado, a quem geralmente é dada a oportunidade de disparar durante as primeiras três músicas do concerto em questão, não pode utilizar flash. Como tal, são exigidas melhores condições para ultrapassar situações de pouca luz. Para além disso, são vários fotógrafos a desempenhar a tarefa ao mesmo tempo. Nem sempre se consegue captar aquele momento em que o vocalista saltou porque a velocidade do obturador estava muito baixa, ou então a foto ficou desfocada e/ou demasiado granulada por falta de luz. Tudo isto se torna um desafio para o fotógrafo presente, que se vê sempre em condições muito diferentes de concerto para concerto, de sala para sala ou de ambiente para ambiente.

ENSLAVED no Vagos Open Air KAISER CHIEFS no Rock In Rio Lisboa

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DEAFHEAVEN no Musicbox


AMOR ELECTRO no Rock In Rio Lisboa JOSS STONE no Rock In Rio Lisboa

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António Fernandes Naceu na ainda vila do Montijo, no mês de Dezembro de 1969. Comecou nas andanças fotográficas com uma analógica Pratika, mas unicamente para recordar os momentos passados fora de Portugal. A fotografia de viagens surgiu na sua primeira viagem a Marrocos. Na altura nem sequer lhe passou que anos passados o seu caminho seguiria por fotografar os rostos do seu pequeno mundo. Há quatro anos atrás foi-lhe oferecida a Nikon D60 e a partir desse momento sentiu que algo tinha mudado. Tem um gosto espe cial por fotografar gentes , expressões, momentos . Faz basicamente fotografia de rua. Costuma dizer em tom de brincadeira que rouba as almas a quem se cruza com a sua objectiva.

FiILHOS DE NINGUÉM Falar de crianças nunca é muito fácil, especialmente falar de crianças que vivem numa cultura onde as carências e a pobreza são tão marcantes que chocam. Pobreza não significa não poder ter um computador ou telemóvel. Pobreza é não ter casa decente nem roupas limpas, significa não ter água limpa para beber nem comida boa para comer. Pobreza significa não ter escola, hospital, nem médico. Todos sabemos que ninguém nasce inteiramente pronto para viver, precisamos de cuidados, orientação e ensinamentos; ou seja, só nos tornamos de fato humanos na medida em que convivemos e aprendemos com outras pessoas em uma dada cultura por muito estranha que ela nos pareça é nesse aprendizado da vida social que formamos nossa personalidade e elaboramos nossos planos de vida, nossos sentimentos e desejos. Em alguns países da Ásia a carência é muita e encontrar crianças desnutridas e sem os cuidados básicos é uma constante. O mais ridículo da situação é que estas vidas podem ser salvas com vacinas, uma nutrição adequada e cuidados de saúde e materno-infantis básicos.

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O mundo dispõe da tecnologia e conhecimento necessários para o fazer. O desafio é tornar estas intervenções acessíveis a todas as crianças. Mais de metade das mortes causadas por pneumonia e diarreia – que em conjunto são responsáveis por quase 30 por cento das mortes de menores de cinco anos em todo o mundo – ocorrem em países como: Índia, Nigéria, Mongólia, e Filipinas. As doenças infecciosas são tipicamente doenças associadas às desigualdades, que afectam maioritariamente as famílias mais pobres e vulneráveis que não têm acesso a tratamentos básicos e medidas de prevenção. Estas mortes são em grande medida evitáveis. Nestes países as crianças estão habituados a viver com muito pouco - Basta dizer que são povos nómades e nenhum destes povos conta com essas comodidades Ocidentais - não tem luz nem água canalizada nem sequer casa de banho nem outros bens essenciais que classificamos de importantes - Apesar das grandes lacunas estruturais, as crianças são muito sociáveis, calorosas e quando interagimos existe a sensação de que já nos conhecem há muito tempo. O sorriso de alguns é de orelha a orelha, em alguns casos tímido nos primeiros minutos ou quando percebem que estão a ser alvo da nossa curiosidade, mas facilmente se entregam á conversa e á brincadeira com os visitantes. Encontramos crianças felizes e crianças com grandes carências em todos os povos do mundo e porque os sonhos fazem parte da sua essência. A insensibilidade humana é enorme e as nossas crianças sofrem sem que suas dores e seus corpos sejam finalmente salvaguardados. O que fazemos pelas nossas crianças é muito pouco. Elas precisam de muito mais. Precisam de mais ajuda, respeito e amor. Até quando veremos as nossas crianças tratadas como animais, até quando elas serão vendidas como escravas, até quando as veremos morrer de fome, até quando as veremos sem pernas e braços por causa da minas terrestres, até quando as veremos mortas nas guerras, até quando serão violadas sem piedade? Algum dia viveremos num mundo onde todas as crianças tenham direitos iguais?

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ARMANDO ISAAC Nasceu em Caria, é licenciado em Organização e Gestão de Empresas pelo ISCTE. Foi director de uma Instituição de Crédito da qual está reformado.Frequentou um Curso Livre de Fotografia no IADE, durante 2 anos. E-mail: armando.isaac@sapo.pt; Tlm: 96 509 46 59. Tem recebido vários premios a nivel nacional e internacional, dos quais se salientam: Primeiros e segundos prémios em concurso das C.M. do Cadaval, de Constância e da Nazaré, Jogos Florais da Lousã e Ameixoeira, Orfeão de Rio Tinto, A. B. V.. Agualva Cacém e da Revista Tempos Livres do Inatel. durante vários anos. Obteve o 1º prémio do I Grande Concurso da revista Volta ao Mundo; 2º prémio no 11º Reencontres Photo District de Moyenne Durance, França; Medalha “Imagens Sem Fronteira” na Biennal Reflect Mondial de la Photographie, Bélgica; Duas medalha Racal e Prémio cidade de Silves em Salões Internacionais de Arte Fotográfica do Algarve; admitido na VI e VII Bienal de fotografia de V. F. de Xira; 1º e 2º prémio no Concours Photo Amateur, Mably, França; Seleccionado para a representação portuguesa à 20ª Bienal FIAP na Bélgica. Participou em várias exposições colectiva, tendo individualmente realizado as seguintes exposições: “Ciganos em Portugal - A excepção e a Regra”; “Nazaré”, “Picaria” e “Corpos” a convite da VI bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira. Tem várias fotos suas publicadas em jornais e revistas, bem como em capas de livros e CD’s.

RETRATOS DA ÍNDIA

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Neste imenso território de mais de três milhões de quilómetros quadrados, independente desde 1947, vivem cerca de mil milhões de habitantes predominantemente hindus seguindo-se os muçulmanos, os cristãos, os Siks, os pársis e os judeus. O pó, a poesia, o suor, a pobreza humana, o esplendor e a fé, são alguns dos fios que se entrelaçaram para formar a Índia dos últimos 5000 anos, ensombrados por alguns invasores passados tais como os Gregos, os Turcos, os Afegãos, os Portugueses e os Ingleses, tendo todos deixado a sua marca no tecido social e na mentalidade, constituindo uma multiculturalidade fascinante. Os rituais prescritos pelos antigos textos védicos comandam hoje as vidas diárias de centenas de milhões de hindus. A fé está profundamente enraizada e existem testemunhos dela por todo o lado. A família é fulcral na sociedade hindu tradicional e a sua união é garantida pelos casamentos combinados, em que as adolescente trazem ao marido escolhido dotes negociados. Estes casamentos não unem apenas duas pessoas, mas duas famílias, clãs ou até mesmo comunidades. O dinheiro, a terra, a tradição e a conveniência social desempenham um papel importante. Mas os tempos estão a mudar. Com maior acessibilidade à educação e ao controlo das gravidez, as mulheres dispõem hoje de maior domínio sobre as suas vidas e o casamento por amor é cada vez mais aceite pelas classes médias. Os rituais em torno da fertilidade vão desde a entrega de oferendas nos santuários naga (dedicados ao deus-serpente, símbolo da fertilidade), à doação de pedras negras a um cacto antigo no Templo de Kali em Calcutá. Quando uma mulher do deserto enverga um pido, um véu amarelo com uma grande mancha vermelha, anuncia a sua gravidez e a aceitação pela comunidade. Mas ser simplesmente fértil não chega. Os versos védicos honram os filhos, seguidos de mais filhos, mas nuncas as filhas. Quando nasce um rapaz, sopram-se conchas de caramujo em Bengala e Assuão e rufam-se tambores em Maarastra. Quando nasce uma rapariga, as mulheres do Rajastão escondem-se por detrás dos seus véus e choram. Num texto filosófico, Krishna explica que, no momento da morte, a alma passa para outro corpo. Os hindus, queimam tradicionalmente os mortos em piras fúnebres, de preferência nas margens dos rios sagrados, como o Ganges, onde as cinzas são mais tarde espalhadas para que se possa quebrar o ciclo da reencarnação. Revista Fotomanya Vip

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José A. Silva Marques O Angolano, José A. Silva Marques, nasceu na Boa-Entrada, Concelho de Amboim, Província do Kwanza-Sul, a 29 de Novembro de 1958, tendo aí vivido até aos três anos de idade. Em 1961 a família mudou-se para Luanda, onde viveu até aos dezassete anos. Ainda menor, tem de acompanhar seus pais, para Portugal, em SET1975. Em Portugal, concluiu o ensino secundário e foi profissional de Polícia durante 25 anos, mas tendo uma paixão que professava como hobbie, a Fotografia. Esta passa a ser a sua actividade profissional a tempo inteiro após a aposentação. A Paixão pela fotografia e o Amor a Angola estão indissociados. Há 28 anos nasce o “bicho” da fotografia, associado à chegada da filha Liliana, o que se repete com o nascimento do filho Pedro. Foi o desejo de perpetuar, expressões, sorrisos, gargalhadas e momentos únicos. Foi o cunhado, Zé Santiago, também fotógrafo, que lhe emprestou a primeira máquina que usou e lhe deu conselhos ainda na época da fotografia analógica. Sente nessa altura necessidade de adquirir uma máquina fotográfica, que na época foi uma “Mamiya”. Depois optou pela “Canon” até aos dias de hoje. A 19OUT2006, José A. Marques da Silva, regressa a Angola, levado pelo coração e enorme saudade. Um dia para ele de sensações inenarráveis, “de lágrimas e sorrisos” que guardará para sempre na memória, já que a despedida também ficou marcada para sempre. Foi questão de honra, voltar a tratar da nacionalidade Angolana com B.I. e Passaporte que ostenta orgulhosamente. Foram quinze dias vividos intensamente como se fosse possível duplicar o tempo e impedir a hora da partida. Em Portugal, a FEV2008, realiza a sua primeira Exposição Pública Individual na Galeria Augusto Bértolo em Alhandra-V.F. Xira, “Luanda… Cidade de Contrastes - 31 Anos de Saudade”. Em SET2010, realiza a segunda Exposição Pública Individual, na Galeria Verney em Oeiras “Angola… Contrastes, Trajes e Tradições” com o patrocínio da Embaixada de Angola em Lisboa. Tendo sempre em pensamento Angola e os filhos, a quem pretende deixar pela fotografia, um legado, capta com sentimento a “alma, tradições gostos e sentires, de gentes e locais”. O seu Sonho maior é retornar às origens, promovendo o seu País de origem, de Cabinda ao Cunene, divulgando a cultura do seu Povo e as belezas naturais desta Terra abençoada onde nasceu e pretende voltar: ANGOLA, SEMPRE! Biografia por Ana Casanova

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Nuno Borges...

MAKING OF Nº 4

Por vezes, quando vemos o resultado do que fotografamos ficamos insatisfeitos com a reduzida visão do horizonte do cenário contemplado. Mesmo com uma lente extra grande angular ficam a faltar elementos além da distorção resultante dessas lentes. Assim, proponho este mês combinar várias fotos para se obter uma panorâmica sem distorções. Para obter uma sequência de fotos com boa qualidade, alinhadas e niveladas, é importante: usar tripé, cabo disparador ou temporizador para evitar oscilações; deixar 30% de sobreposição entre elas; usar uma distância focal de 50 mm para não haver distorção; certificar-se que cada foto está na posição certa para criar uma linha contínua; definir o balanço de brancos manualmente para não haver alterações de tons; escolher um ISO baixo para evitar ruído; usar uma abertura pequena f/11 a f/16 para aumentar a profundidade de campo; fazer a focagem com o foco automático e de seguida ativar o modo manual para o fixar. Existe equipamento para obter uma sequência de fotos alinhada, mas é muito dispendioso. Assim utilizase a câmara escura digital através de um programa de edição como o Elements, Lightroom, Photoshop CS ou outro com as devidas adaptações na funcionalidade Photomerge. No programa de edição seguir os passos: seleccionar menu File, New, Automate, Photomerge Panorama. Quando a janela Photomerge aparecer escolher a opção Auto e na área dos ficheiros clicar em browse, de modo a localizar a sequência de imagens fotografadas, seleccionar e clicar em ok para dar início ao processo. Posteriormente fundir as camadas seleccionando Layer e de seguida Merge Visible. Por último, seleccionar a ferramenta Crop e excluir as margens excedentes de modo a obter uma margem reta. Agora vamos lá para o terreno experimentar. Abraço à comunidade e boas fotos! Nuno Borges – Lovejoydivision© Quadro Photomerge

Panorâmica sobre a Ria de Alvor, Portimão.

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Fotógrafo Jorge Jacinto

Tomás Alves , Sara Prata , Ana Guiomar e Jorge Corrula.

Fátima Lopes

Ana Ferreira João Rôlo

Anabela

João Baião

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