Fotomanya Vip Nº 6

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REVISTA BIMESTRAL- Nº 6 Abril/Maio 2013

Tópicos

Embarcações Gentes da Ria A Arte do Nu

Lisboa

Ana Mendes Carmo Sérgio Coutinho

Reportagem com:

Teresa Ricou por Jorge Jacinto

FOTOGRAFIAS QUE RIMAM ESPECIAL POESIA Victor Gil Carlos Palhau José Gabriel Duarte Fotomanya Vip 1


ÍNDICE

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Lisboa a Meus Pés

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Galeria de Membros

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Momentos de Poesia com José Gabriel Duarte

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Lisboa a Cidade Mágica Ana Mendes Carmo & Sérgio Coutinho

44 / 45

Poesia e Fotografia Carlos Palhau

46 / 49

A Arte a Nu Ana Ribeiro

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O Guerreiro João Ramos

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POESIA por : João Carlos Esteves

58 / 63

Passeio Fotográfico à Serra da Estrela Hugo Augusto, Luciano Magno e Pedro Carmona Santos

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Praia da Marinha _ Álvaro Rôxo

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Ana Filipa Scarpa

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Fotografias que Rimam Victor Gil & Pedro Gil

76 / 107 Embarcações Vários autores 1068 / 109 Making Of Nuno Borges 110 / 111 As Minhas Flores Carla Quelhas 112 / 115 Teresa Ricou Jorge Jacinto

Edição Ana Luar

Editorial Ana Luar

Jornalistas Jorge Jacinto Filipe Morais

Dados Legais Distribuição Bimestral Online/Papel

Tiragem

100 exemplares

Impressão

DIGISET, LDA

Número de Depósito Legal 352970/12

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EDITORIAL Engraçado que depois de ter lido alguns artigos de opinião sobre a importância da imagem nos dias que correm, percebi que os olhos do mundo são as câmaras diversas, as de fotografia, as das televisões, as dos telefones que filmam, ou fotografam e que passaram a ser o olhar oficial do ser humano, da humanidade. Acho muito giro perceber, que qualquer miúdo na rua pode com um telemóvel fotografar os amigos e enviar em tempo real a mesma imagem a alguém, As pessoas usam a imagem sem perceber a sua importância e a facilidade com que uma foto fala ou expõe quem a tira. A facilidade com que a imagem passou a ser suportada na nossa sociedade leva ao perigo da banalização da arte de fotografar, apesar da imensa informação e dos inúmeros WorShops existentes que nos dão um conhecimento alargado do que é a arte fotografia. Em conversa com amigos que se consideram fotógrafos, percebi que a maioria das pessoas nem sequer tem conhecimento da importância da fotografia e dos grandes fotógrafos da história. As pessoas dominam três ou quatro nomes sonantes da fotografia e consideram-se informados sobre a história da mesma. Para não escrever á toa e porque também sinto a necessidade e o gosto de estar informada, investiguei imenso sobre a história da fotografia e a cada linha que lia e foto que via, era quase viciante a vontade de passar mais saber e mais conhecimento ao meu ser… Estava eu iludida de que já sabia muito (risos). É realmente fascinante o que o conhecimento faz por nós. Acreditem ou não sentimo-nos muitos mais preparados para conversar sobre o assunto e a revelar mais de nós enquanto amantes da arte de fotografar. Outra das paixões que tenho é a escrita, e foi por isso que a aliei a este número da nossa revista, pois a escrita lado a lado com a fotografia são o quadro perfeito para um momento de serenidade onde as palavras fluem e a imagem preenche. Não me vou alargar neste texto, prefiro deixar-vos a apreciar a obra de grandes poetas do nosso tempo e fotografias de amigos que fazem parte do nosso dia-a-dia. Espero e desejo, que gostem tanto quanto eu, desta edição.

Ana Luar

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Um Libreto de Amor Há palavras que têm sabor, palavras que se deixam degustar enquanto as sentimos rolar por sobre a língua, antes de abrirmos ao de leve os lábios para as deixarmos sair; Enquanto existem em mim, sabem a sonhos, a esperança, mas quando mas calas com um beijo e fogem para a tua boca, sabem-me a amor e a paixão; quando mais tarde as exalas inesperadamente, sabem-me a destino; Quando mas sussurras ao ouvido; quando mas gravas com os dedos sobre a pele; quando mergulho os meus olhos nos teus e as vejo navegar na tua alma; quando vislumbro uma sílaba perdida no canto da tua boca e provo uma letra apressada no gosto do teu sorriso... Há palavras que têm cheiro a mil passeios de mãos dadas, no parque, na praia…; que soam como música perdida nas estrofes de vento que refrescam o verão…; que uivam na tempestade para que as lembremos para sempre…; que cantam para nós de manhã para que o nosso despertar seja suave e melodioso…; que nos imprimem vida, movimento, ritmo… Há palavras que nascem bem dentro de nós e que ficam lá mesmo depois de as gritarmos ao vento e de as levarmos pela mão a conhecer o mundo de outra pessoa. Palavras que embalamos sem mesmo nos darmos conta e das quais nos alimentamos com cada vez mais avidez… São palavras que um dia nos batem à porta de mansinho e nos pedem para entrar… e não encontramos forças para as mandar embora… e deixamos que fiquem e que, aos poucos, vão tomando conta de nós… exigindo ser o nosso centro… o âmago de tudo… E, quando enfim, derrubadas todas as barreiras, nos preenchem, querem mais, querem ser partilhadas, porque são especiais, porque querem colorir os dias daqueles que amamos e unir-nos ainda mais, sem pressas, porque têm todo o tempo do mundo para fazer-nos felizes… São palavras assim como: Amo-te! … Que me aproximam de ti a cada dia que passa, palavras que me preencheram os silêncios e me elevaram os sonhos e, em cada um deles, consigo entrever linhas de vida ainda inenarradas, acenando-me por entre os traços do teu sorriso, convidando-me a aproximar-me, a prová-las na tua boca para sentir que são iguais às minhas, e que também elas querem que fiquemos juntos para sempre… (prosa poética escrita em 2005, na cidade do Barreiro, tendo ganho uma uma menção honrosa num concurso menor, algumas vezes lida em público, por diseurs com muita vocação) Rui Jorge Cunha Rebelo

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Fotos de vários autores

Evento “Lisboa a meus pés”

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GALERIA DE MEMBROS

Bruno Cruz Paula Cristina

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Pedro Reis

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Paulo Benjamim

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Filipe Correia 12

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SĂŠrgio Coutinho Hugo Marques

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Pedro Belchior

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Paulo RemĂŠdios Cristiano Bento

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Armando Romรฃo

Fรกtima Salcedo


Olavo Azevedo

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Sergio Ferreira

Paulo Benjamim


Paula Silva

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Isabel G Silva

Jorge Sousa


Luis Silva Paula Cristina Paula Cristina

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JosĂŠ Macedo

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Nuno Borges

Nuno Borges

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Pedro Santos Fotomanya Vip 25


Nuno N贸brega

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Analua Zoé Mário Pereira

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JosĂŠ Barbosa Ricardo Zambujo

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Ricardo Zambujo

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Milena Seita

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Momentos de Poesia com José Gabriel Duarte José Gabriel Duarte nasceu em Lisboa, é licienciado pela Escola Naval e engenheiro informático pela US Naval Postgraduate. A sua carreira profissional inclui um longo período como Oficial da Armada, tendo saído em 1999, para ingressar como Quadro superior de uma empresa de seguros. O seu gosto pela música e em particular pela clássica, levou-o a estudar a vida e obra de J.S.Bach, e a divulgá-la numa página do Facebook intitulada “A Herança de Bach”. Na poesia é co-autor da “Colectânea de Novos Poetas Portugueses”, Editora “A Esfera do Caos”(2011) e da Antologia “Rio de Doze Águas” Editora Coisas de Ler 2012, e autor do livro “No Outro Lado de Mim” Chiado Editora. Criou recentemente uma Página de escritor no Facebook, intitulada “No Outro Lado de Mim” onde divulga a sua poesia, e onde tem já mais de 2.000 fãs.

RECEIO Receio que a sombra da noite Subitamente escureça o dia Que a luz do Sol se esconda Se envergonhe Nem se despeça Se torne penumbra Sem cor Atraiçoada E fria.

Cristina Mestre

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Cristina Mestre

JANELA DO TEMPO Debrucei-me sobre a janela Do meu tempo Quis revisitá-lo Pensei que talvez A voz do vento O acordasse E me soprasse Perguntei Mas esperei em vão Ouvi apenas O vazio do silêncio A ausência do tempo A sua negação Foi como se tudo O que eu quisesse ouvir Se escondesse de mim Ou se calasse Ou me dissesse Será melhor ... Não.

SINAL Parei Escutei Olhei E atravessei... Para ficar esmagado sob o corpo de mulher que avançava para mim gemendo vibrando veloz desenfreado!

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Ana Mendes Carmos Lisboa Cidade A Baixa Pombalina é o "coração" da capital. Foi edificada sobre as ruínas da antiga cidade de Lisboa, destruída pelo grande Terramoto de 1755. A sua edificação obedeceu a um rigoroso plano urbanístico, segundo um modelo reticular de rua/quarteirão, obedecendo à filosofia do Iluminismo. A reedificação da baixa de Lisboa após o terramoto constituiu o primeiro caso de construção tipificada, normalizada e em "série" da humanidade. Os seus autores foram Manuel da Maia e Eugénio dos Santos e a decisão política deve-se ao Marquês de Pombal, ministro d'El Rei D. José I. A Baixa é também a maior zona comercial da cidade de Lisboa. Nas proximidades e com interesse histórico são ainda a Praça dos Restauradores e o Elevador de Santa Justa, projectado em finais do século XIX por Mesnier du Ponsard. Na baixa também se localiza a Praça do Comércio, também conhecida como Terreiro do Paço, o Rossio, ou Praça Dom Pedro V, Chiado, o Convento do Carmo e a Praça dos Restauradores. A Praça do Comércio, mais conhecida por Terreiro do Paço, é uma praça da Baixa de Lisboa situada junto ao rio Tejo, na zona que foi o local do palácio dos reis de Portugal durante cerca de dois séculos. Os edifícios, com arcadas que circundam a praça, albergam alguns departamentos de vários Ministérios do Governo Português e ainda o famoso café Martinho da Arcada, o mais antigo de Lisboa, e um dos preferidos de Fernando Pessoa.

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Lisboa é uma cidade de muitos encantos., podemos falar de muitas particularidades como a cor amarela característica, dos seus Elétricos que são o transporte tradicional no centro da cidade. Desde os bairros tradicionais portugueses, onde o eco do Fado ainda se faz ouvir, aos seus engraxadores, teatros históricos e a variedade de cafés e restaurantes. a praças fascinantes cheias de história. Lisboa é conhecida pela sua luminosidade única e pelo charme incomparável. Tornou-se um dos destinos favoritos da Europa graças à sua incrível diversidade, às paisagens magníficas e ao invejável clima soalheiro. Todos os locais da cidade mantêm um toque de tradição – Lisboa soube preservar a beleza e o encanto antigos, quer seja nas ruas repletas de vendedores de flores ou de castanhas assadas, nos esplêndidos edifícios adornados com azulejos, nas pastelarias emblemáticas ou nos restaurantes inspirados em velhas adegas.

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Fotógrafo do Mês SÉRGIO PAULO DA SILVA COUTINHO

Nasci em Lisboa a 2 de outubro de 1967,desde pequeno que sempre tive o fascínio pela fotografia,lembro-me de aos 10 anos ter a minha primeira máquina fotográfica,lembro-me também como adorava tirar fotos instantâneas com uma máquina fotográfica Kodak da minha avó,e ver aparecer de imediato o resultado da foto. Depois de ter tido ao longo dos anos várias máquinas fotográficas convencionais,chegou então a era do digital,e então tudo mudou,o digital veio revolucionar a fotografia.Se antes do digital o ato de fotografar era o grande desafio do fotografo,com a era digital a edição passou a ter uma importância determinante no resultado final da fotografia. É na era digital que começo a ter um gosto cada vez maior pela fotografia.Depois de ter passado pelas máquinas compactas,e por uma bridge,uma fuji s3200,eis que entro então no mundo das reflex,com a aquisição da canon eos 550d,que me veio abrir novos horizontes,e proporcionar melhores resultados fotográficos. Nestes últimos trés anos a fotografia passou a ocupar um espaço importante na minha vida,de tal maneira " que necessito tanto dela,como quase do ar que respiro ". A fotografia permite-me mostrar ao mundo como os meus olhos vêm,os detalhes,e a sensibilidade com que eu sinto as coisas que me rodeiam.Basta um click para eternizar uma bela paisagem,ou um momento que nos é tão especial,basta um click para registar,e fazer história de nós,das coisas,e da vida. No dia 20 de fevereiro de 2013 tive a oportunidade de realizar a minha primeira exposição de fotografia ao vivo,e poder mostrar alguns dos meus trabalhos. Desde o final do ano de 2012,que faço parte deste fantástico grupo, que é o fotomanya vip,onde se vê,comenta,e aprende fotografia.Já tive a minha primeira foto publicada na revista nº 5 do grupo,por ter sido escolhida a foto do dia,e agora o privilégio,e a honra de poder publicar a minha biografia,dando-me assim a conhecer melhor. Contactos: http://www.facebook.com/sergio.coutinho.1840 sergiocoutinho1967@gmail.com

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A SĂŠ de Lisboa uma dos monumentos mais antigos da cidade mandado construir em 1150 por D. Afonso Henriques

Elevador da Bica: O elevador da Bica ĂŠ o mais pequeno, e o mais antigo dos elevadores em funcionamento.

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Poesia e Fotografia Carlos Palhau Vieram os poetas!... Vieram os poetas com sonhos Declamaram poemas criados Todos os que não eram poetas Olharam para eles E pensaram calados A vida, esse belo poema sonhado Faz de nós um povo julgado Aprisionado, maltratado, violado Podíamos ser perfeitos Como perfeitos são os dias Podíamos ser amáveis Como amáveis são as noites No entanto somos carne Carne arrancada por feras famintas Vieram os poetas com sonhos Acordar um povo que não era perfeito!...

Linhas cruzadas!... Linhas cruzadas Mãos magoadas Olhares fantasmas Pessoas enganadas Frutos colhidos Destinos partidos Sonhos partilhados Corpos rasgados Crianças aflitas Mentes destroçadas Mulheres apagadas Ideias violadas Velhos gozados Trapos usados campos molhados Corações arrasados Penso a cura Nos sorrisos infantis e sou feliz 44

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Descubro eu Pessoa que sou!... Descubro eu Pessoa que sou, Novos prazeres ao escrever assim. São para mim, para ti, para eles, As palavras que falam de mim. Gosto do amor que fica no papel, Da sensualidade que fica nas palavras. Sou assim poeta de mil palavras, Como pessoa que sou, gosto de mim, gosto de ti. Sem abismos, sem mentiras, falo de mim, Encontro nas palavras, um mundo de dar. Nas frases que escrevo, ganho o teu olhar, Nos poemas, ganho o teu pensar. No meio das palavras, Um novo mundo vos darei Como Pessoa que sou, Gosto de ti, gosto de mim e gosto de sonhar!

Falam comigo!... Falam comigo as pedras que pisas Dizem-me coisas segredadas Como me dizem as palavras minhas Contam-me que o tempo não é bom Para mim e para ti que passas sem ver o fim Como tu sou passageiro de uma vida empedrada Deixo marcas na calçada agora já lavada Que o tempo não leva para lá onde tu estás E ando teimoso por ruas descalças Procuro no tempo perdido O tempo outrora falado por ti aos outros perdidos por aí E andam comigo palavras, dessas que escrevo por aí

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Ana Ribeiro (AnaR), nasce em Lisboa em 1958, é licenciada em Sociologia pela FCSH da Universidade Nova de Lisboa. O fascínio pela fotografia acontece logo na infância quando acompanha de perto o hobby da sua madrinha de baptismo, colorir com lápis de cor (“especiais”) as fotografias de família, na altura reveladas a preto e branco. Tomar contacto, mesmo que de forma autodidata, com o Photoshop, possibilitou experienciar a fotografia para além do óbvio, uma forma de auto terapia, de comunhão total com a Arte per se. É pela mão do seu marido (João Mac Santos) que em 2010 toma contacto pela primeira vez com uma Reflex, é também ele quem mais conhecimentos lhe tem transmitido e incentivado a continuar esta paixão, especial-

mente no que respeita a edição criativa… Em 2012 resolve investir de uma forma diferente e opta por fazer o Curso de Especialização em Fotografia (4ª edição), ILSA Campus, Lisboa, sob a coordenação do fotógrafo Paulo Roberto, descobrindo no retrato e no nú uma das formas de expressão de hoje mais gosta.

Faz parte de diversas galerias de fotografia online, nomeadamente Reflexos, PodiumFoto, Olhares, LiquidImages, Flirck, Aminus3, Artwork Project, entre outras. Alguns dos seus trabalhos foram já publicados em revistas como DP - Arte Fotográfica (Galeria SAMSUNG) e Super Foto Digital. Realizou a sua primeira exposição de fotografia em Ribeira d’Ilhas, Ericeira, em Abril de 2011, em parceria com João Mac Santos, subordinada ao tema “Surf ”. Integrada no Grupo Fotomanya VIP, participou em várias exposições coletivas sob os temas “As cores da Vida” (Hotel NH, Lisboa), “A Pontualidade da Cor” (Restaurante La Parrucha, Lisboa), “As Cores do Mar” na Casa do Eléctrico, Sintra, entre outras. A escrita é outra das suas formas de expressão, que cultiva desde os dezasseis anos, tendo já participado como co-autora em várias antologias de poesia sob a coordenação de Luis Filipe Soares (V e VI Antologia de Poesia Contemporânea) e de Ângelo Rodrigues (I, III, IV e V Antologia de Poesia Portuguesa Contemporânea, Antologia de Prosa Poética Contemporânea e Antologia de Poesia Erótica Contemporânea); Foi premiada com o 2º Prémio dos Jogos Florais – I Centenário do Município de Loures, na modalidade de poesia, sob o pseudónimo de Magda Raquel.

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João Ramos nasceu em Lisboa, no ano de 1970. Não se lembra da primeira vez que pegou numa má-

quina de fotografar, nesses tempos brincava com uma máquina quadrada que pertencia a sua mãe. Aos 14 anos recebe a sua primeira máquina fotográfica, uma Agfa Mini como prenda de natal, ficou fascinado. Depois disso teve várias compactas e sempre muita vontade de registar momentos. Mais recentemente a três anos atrás com uma cadeira do curso de Animação Sociocultural, começou a fazer reportagens fotográficas e a paixão pela fotografia ganhou novo folego. Fotografava com uma bridge Fugi Filme (requisitada) e sempre que possível com câmaras emprestadas. Além da cadeira da faculdade, onde fez várias Reportagens fotográficas, fez formação paralela em fotografia, além de ler imenso sobre fotografia e de por em prática os conhecimentos adquiridos. Tem participado em algumas exposições coletivas e projetos artísticos ligados a fotografia. Atualmente não vive sem fotografar tal como o ar que respira. A fotografia _uma das minhas paixões capta um lapso de tempo, congela o momento para a quase eternidade! O tempo passa e o esquecimento faz parte também da nossa memória por isso uns segundos bastam para regista o momento como que magia para que a memória perdure. É reparar nas árvores, no céu, nos olhares, nas casas velhas cheias de alma, é o dia que começa e o dia que acaba. Fotografar é amar as pequenas coisas da vida, que afinal são maiores pois existem e são belas! A alegria de olhar e encontrar a poesia nos momentos... https://www.facebook.com/pages/Jo%C3%A2o-F-Ramos-Photographer/137531136327972 Facebook: Joâo F. Ramos Photographer Fotógrafo: João Ramos Assistente de produção. Alice Pereirinha Maquilhadora: Andreia Carvalhais Modelo: Fábio Martins

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POESIA por : João Carlos Esteves

João Carlos Esteves nasceu em Lisboa, a 7 de Janeiro de 1961, mas as suas raízes familiares provêm da Beira Alta. Reside na Parede, onde cresceu e passou grande parte da sua vida, tendo também residido por algum tempo na Madeira e, mais recentemente, em Macau. Ao longo da vida contactou com diversos ambientes sócio-culturais, fruto da sua actividade profissonal, permitindo-lhe obter com isso uma visão multi-facetada das relações humanas e das diversas perspectivas do ser humano perante a vida. Desde cedo nutriu o gosto pela escrita, com particular incidência na expressão poética, mas apenas recentemente se aventurou no mundo

das letras. Lançou-se no mercado editorial com a publicação do seu primeiro livro “Gotas de Silêncio” (Temas Originais) em Fevereiro de 2011. Seguiu-se uma participação na Antologia “Por um Sorriso” (Temas Originais) em Abril de 2011. Em Novembro de 2011 publica o seu segundo livro, “Absolvição” (Temas Originais). No ano de 2012 integrou duas Antologias, “Entre o Sono e o Sonho”, Vol. III (Chiado Editora) e “III Antologia Temas Originais – Ano de 2011” (Temas Originais). Teve ainda uma pequena contribuição para o livro “Cresci com a Poesia” (Caleidoscópio, Outubro de 2010), da escritora Dina Ventura. Neste momento tem vários projectos literários em mão, nomeadamente uma nova participação na Antologia “Entre o Sono e o Sonho”, Vol. IV, da Chiado Editora, e o lançamento do seu terceiro livro de poesia, previsto para o corrente ano. Apreciador confesso de poesia Portuguesa, encontra em Eugénio de Andrade o expoente máximo da escrita poética.

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NAS MARGENS DO ENTARDECER procurei-te... nas horas que se cruzaram em avanços e recuos nos silêncios e clamores que povoam os meus dias o sabor almiscarado da tua pele povoa-me as memórias do presente breve momento intemporal que se alojou nas planuras da minha alma o crepúsculo foi inundado pelo aroma dos teus cabelos esvoaçantes numa dança ritmada pelo fluxo da maré junto a ti nas margens do entardecer quero reter o fragor das ondas do mar perto de mim perto do sonho João Carlos Esteves, Abril/2012 (revisto em Fevereiro/2013)

Foto: Miguel Löppenberg Antunes

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NAQUELA PAREDE DE PEDRA INCERTA na janela daquela parede de pedra incerta respira um mundo pintado de branco inverno ali, ao alcance dos meus passos mas deste lado da parede de pedra incerta a neve cobre os meus passos lentos e arrefece a vontade de me fazer caminho na alvura. na janela daquela parede de pedra incerta mora um quadro vivo de luz fria e vento alvo ali, ao alcance dos meus olhos mas o olhar fica deste lado da parede de pedra incerta e eu retenho em mim a respiração do mundo pintado na luz fria que se aninha na janela

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ECOS DA ETERNIDADE chega a noite... ... aconchego o teu corpo suave no refúgio dos meus braços afloram-me sensações quase imperceptíveis como murmúrios de ecos indecisos que se espalham ao meu redor afagam-me suavemente mesmerizam-me o olhar preso no mistério do teu sorriso Ah!! falta-me a grandiosidade da expressão que fizesse da tua imagem estátua de letra e verbo! indecisas palavras emergem nos ecos que se enrolam no meu peito em ânsias de te amar eternamente...

Maria Luisa T

João Carlos Esteves, Dezembro/2011 (revisto em Fevereiro/2012)

SENTIR MAR em planícies de espuma branca as aves marinhas bailaram ao ritmo das ondas erguidas no oceano inventado pelos beijos salgados que trocámos ... ... e o teu sabor a maresia abraçou o meu sentir mar numa viagem sem destino

Ana Luar

João Carlos Esteves, Agosto/2011 (revisto em Fevereiro/2013)

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Passeio fotográfico à Serra da Estrela com Hugo Augusto, Luciano Magno e Pedro Carmona Santos

Uma aventura de dois dias por uma das mais bonitas serras portuguesas, com o objectivo de captar paisagens únicas. 58

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Hugo Augusto | Canon 5D MK II, EF17-40 F4L USM |1/100, f/8, ISO 200, 17mm


DIA 1, 4h.30 da manhã, partida do Covão D’Ametade Com a previsão de céu pouco nublado, optamos pela subida à Lagoa dos Cântaros. Esperava-nos um percurso já por si dificil, com uma duração média de 2h. Iniciamos a caminhada por volta das 4h30 mas não foi possível atingir o topo antes das 7h30. As condições do terreno revelaram-se bastante mais complicadas de superar devido à quantidade de neve e textura da mesma. Além das dificuldades, tivemos ainda o infortúnio de a lagoa estar completamente gelada, impossibilitando a obtenção das fotografias inicialmente planeadas. Ainda assim, o local é de uma beleza extrema e possibilitou alguns belos registos. Direita: Já perto da lagoa | Hugo Augusto | Canon 5D MK II, EF17-40 F4L USM | 1/50, f/11, ISO 100, 17mm

Chegada à lagoa com Luciano Magno na fotografia Hugo Augusto | Canon 5D MK II, EF17-40 F4L USM | 1/160s, f/11, ISO 200, 19mm

A fotografarem, Luciano Magno na esquerda e Pedro Carmona Santos na direita.


Pedro Carmona Santos | Canon 5D MK II, EF17-40 F4L USM | 0.8s, f/18, ISO 50, 20mm Luciano Magno | Nikon d7000, Sigma 10-20mm | 1/320s, f/9, ISO 100, 11mm

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Covão D’Ametade Esquerda: Pedro Carmona Santos | Canon 5D MK II, EF17-40 F4L USM | 1/25s, f/14, ISO 50, 40mm Direita: Luciano Magno | Nikon d7000, Sigma 10-20mm | /1/200s, f/6.3, ISO 200, 20mm

DIA 2, visita à Nave de St. António, Vale do Zêzere e Vale do Rossim Amanhecer encoberto e resto de dia nublado veio mais uma vez, sabotar os planos que tinhamos para estes locais. Tentamos ainda assim, aproveitar ao máximo a belíssima matéria prima que estava diante dos nossos olhos. Covão D’Ametade Direita: Nave de St. António | Pedro Carmona Santos | Canon 5D MK II, EF17-40 F4L USM | 1.6s, f/16, ISO 50, 22mm

Vale do Zêzere A fotografarem, Luciano Magno e Hugo Augusto ao fundo

Vale do Zêzere Hugo Augusto | Canon 5D MK II, EF17-40 F4L USM | 1/20, f/13, ISO 400, 17mm


Vale do ZĂŞzere

Hugo Augusto | Canon 5D MK II, EF17-40 F4L USM | 0,6s, f/20, ISO 200, 17mm

Vale do Rossim

Luciano Magno | Nikon d7000, Sigma 10-20mm | 1/25s, f/10, ISO 200, 10mm

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Álvaro Roxo Amante de fotografia de paisagem, amador a 100%, autodidacta. Nascido em Moçambique, em janeiro de 1971, foi em Mirandela que cresci, sendo que é com Trás Os Montes e as suas gentes, que me identifico! Mais do que um hobbie, a fotografia condiciona a forma como observo o mundo, as coisas, os momentos! Muitas vezes, dou comigo a “enquadrar”, a “focar”... como se a retina se transformasse numa objectiva! Com a minha câmara fotográfica, procuro brincar com a luz... Capta-la de forma a contar uma história, a história daquele momento, ou de uma sucessão de momentos condensados, numa imagem. Amante de fotografia, mas essencialmente amante, do momento em que se faz a fotografia... Estar ali, desfrutar daquela paisagem arrebatadora, é por si só, motivo mais do que suficiente para sair para fotografar! “

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A Praia da Marinha é uma das mais bonitas e emblemáticas praias de Portugal, considerada, ainda, como uma das 10 mais belas praias da Europa e uma das 100 mais belas praias do Mundo pelo Guia Michelin tendo chegado inclusive a ser distinguida com o galardão “Praia Dourada” pelo Ministério do Ambiente, em 1998, devido aos seus valores naturais singulares. Além dessa honrosa distinção, passou ainda a ser a imagem promocional do ‘Guia de Portugal’ distribuído por todo o mundo. Esta praia situada em Caramujeira, na zona costeira do concelho de Lagoa, no Algarve, tornou-se bastante conhecida não só pelas suas belas falésias, como ainda pela alta qualidade da água que permite vislumbrar o fundo marinho com uma visibilidade única. A Praia da Marinha tem sido muito utilizada pelas agências de publicidade internacionais e pelas televisões para a gravação de anúncios.

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ANA FILIPA GARIN SCARPA

Lisboa,1960.

Desde sempre as artes plásticas a fascinaram. No seu percurso profissional, passou pela Galeria de Arte 111, onde entre muitos outros pintores com que se cruzou, Carlos Botelho e Júlio Pomar foram os que mais a marcaram. Mais tarde e pelas mãos do pintor João Faria Blanc cursou pintura em azulejo Sec. XVII. Em 2005, e a fazer fotografia amadora, concorreu pela primeira vez a um concurso internacional de fotografia promovido pela Atlant Photo e arrecadou o primeiro prémio Nikon D70. O que era uma brincadeira depressa passou a uma actividade mais séria e uma constante busca de outros fotógrafos e outros olhares levaram-na a entender a fotografia como modo de vida. Um Diploma Oficial Nikonistas de Fotografia Digital, pela Escola de Fotografia e Desenho IDEP de Barcelona, veio completar a sua formação. A quantidade de prémios e representações em Portugal nomeadamente, pelas câmaras Municipais de Ílhavo,Lisboa, Corroios, Odemira, Oeiras, Sintra, Tavira, bem como no estrangeiro, que se destaca a Medalha de Bronze da FIAP, em França, o prémio The nine Hours Urban Photographer of the Year 2012, Menção Honrosa no concurso internacional da Society of Biology, Charles Darwin House, e muitas outras nomeações em Espanha, Eslováquia, Itália, entre outros, são também a sua certificação. Já com mais de cem exposições coletivas e individuais é convidada regularmente para jurada em concursos nacionais e estrangeiros, nomeadamente para o Urban Photographer of the Year 2013 . Com a abertura do seu estúdio de fotografia, abre uma nova etapa na elaboração de trabalhos fotográficos, quer em formação, quer em projetos próprios. Hoje com a atividade mais virada para projetos pessoais, tenta não passar um dia sem fazer fotografia. É o melhor da sua vida, a sua paixão. Esta exposição fotográfica estará patente de 9 de Março a 20 de Abril. Biblioteca Municipal de Corroios.

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FOTOGRAFIAS QUE RIMAM Victor Gil & Pedro Gil

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enho intenção de trespassar estas linhas, apesar de não saber que sonhos vou acordar. Quem vai estar à espera neste trilho incerto, que carris seguir nesta rota errante, que atalhos vadios eu vou enfrentar. Acontece de novo um vulto de mulher. Mas pode ser somente alucinação, por vezes apenas a imagem desfocada. Embora dentro deste varado coração, habite um guerreiro entregue à espada. Talvez não queira soltar as minhas raízes, movido pela confusa agitação do desejo. Porque insisto em ficar aqui parado, com a dor partida e o corpo amarrotado, com a luxúria sensual que tem meu beijo. Mas desta vez vou saltar os obstáculos que me embargam os movimentos, que não me deixam deslocar para outro lado. Acho que vou atravessar estes caminhos, vou deixar para trás o meu passado.

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J

unto ao velho muro gasto pelo tempo, jaz a velha ”pasteleira”. As gastas pedaladas, os raios incertos, os furos que teve, são riscos dos tempos. Andou na borga com a vida, andou na vida com homens, andou na vida com mulheres. Foi companheira de copos, de beijos, gozos, prazeres. Andou por caminhos de terra batida, ruas, ladeiras, atalhos. Carregou couves das hortas, guardou rebanhos de gado, andou na pesca, na caça, fez do pedal o seu fado. Já correu montes e vales, foi soberana das estradas. Com ferrugem na corrente, junto ao muro gasto da casa, repousa agora indiferente.

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I

nquieta-me este repouso, estes raios de vida ignorados no tempo, este lugar que desanima sem enredo, como um punhal espetado no vento. Quantas vezes estas rodas se embriagaram de lama na lenta pressa dos caminhos. Quantos segredos guardaram nas estranhas armadilhas que as pedras estendiam. Sou suspeito porque tenho um coração iludido e doce, porque procuro sempre além dos desejos. Sou presa fácil na poeira dos carreiros, um mendigo da memória. Sou vendaval de cascos ferindo as ladeiras, temporal de palavras sem história. Poemas Victor Gil Fotografias Pedro Gil Fotomanya Vip 75


EMBARCAÇÕES MODERNAS E DE OUTROS TEMPOS

As embarcações, dividem-se por vários tipos entre os quais se destacam: barcos de grande porte, navios, botes de uso Militar, que se transformam em Pontes flutuantes, pela Engenharia Militar, e outros como o da figura, que podem ser estendidos, com ligaduras, formando um grande Plano de Transporte, como os Catamarãs de dois, três ou mais cascos. Estes ainda se subdividem em grupos, subgrupos, famílias, com base em inúmeros critérios navais. Dada a utilização generalizada do termo “Barco” como unidades de boca (convés a quilha), ponte (Boreste a Bombordo) e pequeno Calado (área submersa), assistimos muitas vezes de forma errada à divisão entre embarcação e barco, ou entre embarcação e navio, devido ao pequeno navio e nave (soma de navios). Na realidade tanto um como o outro são primeiro embarcações, devido a possibilidade de se processar nas suas unidades, dessa forma, e só depois Barco ou pequeno Navio, sendo veleiro, moto propulsado ou velo motor. Da mesma forma que um submarino convencional e um Submarino Atómico, às vezes do tamanho de pequenos Porta Aviões ou Balsas que possibilitam as justas posições, são embarcações. Ou seja, todos os barcos são embarcações, mas nem todas as embarcações são barcos, pois embarcação é maior que barco, no Brasil. O que distingue um pequeno Navio de um barco, segundo os dicionários é o seu uso especifico ou seja, o Porta Aviões é um grande Navio, como o é também o submarino, os pequenos e grandes barcos tanto grandes como pequenos, de uso genérico como os chamados Iates em que existem verdadeiros Transatlânticos, são barcos grandes, embora haja Iates com o tamanho de pequenos navios. Um termo, como foi dito acima, embarcação é correspondente de nave, que é bastante conhecido devido às naves espaciais, que se acoplam uma as outras, formando as naves, barcos que se transformam em naves, para facilitar o trabalho dos espaços nautas; Sendo essas, de grande e de pequeno tamanho. A nave pode também referir-se enquanto elemento da arquitectura, numa ligação simbólica com a embarcação e/ ou nave, que se forma com os diversos Barcos de pesca de São Pedro, o Pescador, onde o Barco de pesca de São Pedro, que era pequeno, se amplia, com o aumento de Barco, formando uma grande nave, e a Igreja grande - Barco

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Quando o homem se sedentarizou, considerando o final da Pré-História e o início da Idade Antiga, procurou locais próximos aos grandes rios para praticar a agropecuária. Porém, essa atividade gerou um excedente de produção que precisava ser escoado, feito por terra e pelos grandes rios. Dessas civilizações destaca-se a Mesopotâmia, com os rios Tigre e Eufrates; a Índia, com o rio Ganges; a China, com os rios Amarelo e Azul, e o Egito, com o Nilo, onde imperavam os navios de papiro. Os três países ainda preservam o hábito do comércio fluvial. Somente os Fenícios, por volta de 3.000 a.C., desvendaram completamente o Mar Mediterrâneo. Em função da geografia local, com portos naturais e terreno acidentado e pouco fértil, no início, praticavam a pesca. Naturalmente, foram conquistando os postos de maiores comerciantes marítimos da Idade Antiga. Por mar, exportavam cedro, azeite, vinhos e o Múrex], extinto, uma espécie de (molusco de onde se extraía a púrpura na China e Grécia, cor muito rara na época, o molusco já desaparecia) e importavam ferro, estanho, ouro, prata, lã e marfim. Muitos dos produtos circulavam (em mão dupla) entre o extremo Oriente e o Ocidente. Também no Mediterrâneo, para controlar melhor o comércio, os Fenícios fundaram Feitorias (Bases Militares) e/ou entre - portos de interesse Político de Estado, como Cartago, no norte da África; Córsega e Sardenha, próximas da Península Itálica, em grande parte do Chipre, e outras ilhas. Os Fenícios ou seja, os povos que iriam formar mais tarde o povo Filisteu, tiveram um papel fundamental para a navegação Militar, em defesa e da comercial, influenciando todos os povos da Antiguidade com sua técnica naval e cultura, organizando o alfabeto para facilitar o comércio, divulgando os seus produtos e o seu conhecimento processual, além de desobstruir espaço para novas actividades comerciais, devido a força naval que dispunham. Os gregos, na posse desse conhecimento (e também favorecidos pela geografia local) ficaram famosos mais tarde pelo comércio no Mediterrâneo, e desenvolvimento militar-Naval, que foram, posteriormente superados pelos romanos na tecnologia das Naves Romanas, verdadeiras fortalezas flutuantes, que dominaram esse mesmo mar por séculos, passando até a chamá-lo de Maré Nostrum (nosso mar). No final da Idade Média, os portugueses aderiram à arte da navegação comercial com Naves, grandes barcos rápidos, que chegavam a 10 nós pelas velas e pela arquitectura do Casco, concretizando a descoberta das dimensões planetárias, a integração entre diferentes culturas e o comércio de produtos inusitados entre os diversos cantos do planeta Nesta época deu-se inicio à Era dos Descobrimentos Europeus entre o século XV e o início do século XVII, que começou com a conquista de Ceuta na África pelos portugueses. Este foi um período da história em que os Europeus exploraram intensivamente o globo terrestre em busca de novas rotas de comércio. Estas grandes viagens reclamaram uma produção progressiva de embarcações, grandes Barcos, com o propósito da eficiência. Inicialmente, os portugueses praticavam a navegação de cabotagem empregando a barca e o barinel, pequenos Barcos. No entanto, estas pequenas embarcações naves não resistiam às exigências do avanço para sul e foram substituídas por caravelas. A partir daqui, as navegações continuaram em progressiva evolução.

Pesquisa no site Novas Embarcações do Mundo e nas revistas Viagens à Volta do Mundo

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JC Costa

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Rosa Mouzinho Eduardo Branquinho

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Rosário Soares César Marrafa

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Óscar Valério

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Jorge Santos

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Maria Armanda

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LADO A LADO As águas calmas da lagoa ondulavam-se num movimento harmonioso acariciando levemente o barco, cândido e imaculado, construído com madeiras novas, pintadas de um branco singelo, mas ao mesmo tempo denso e compacto. Sentamo-nos cada um na sua ponta, deixamo-nos embalar sob o sol jovem, forte e quente, com os olhos fixos um no outro e o sorriso a preencher-nos a cara jovem e apaixonada. Sem perdermos tempo agarramos nos remos com as duas mãos e, em uníssono, remamos com o fulgor de quem sentia que o mundo podia acabar no minuto seguinte, sempre de olhos fixos um no outro, sempre em uníssono, sempre com um sorriso que nos preenchia, que nos dava forças para continuar. Fizemo-lo durante dias, semanas, meses, anos, fizemo-lo naquele barco que começava a ficar com a tinta gasta e baça, com a madeira a começar a abrir pequenas fendas, sob o sol a envelhecer e a perder calor, com os olhares a perderem-se no ruído que nos rodeava, com as braçadas a perderem lentamente a sintonia, mas a remarmos, ainda que cada vez com menos fulgor.

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O barco continuava o seu percurso, em boa verdade, porque tu remavas mais do que eu, em boa verdade eu percebi isso e não fiz nada para alterar esse estado, nem sempre estive atento para ver se precisavas que te substituísse, já para não falar de remarmos juntos, com a mesma vontade, com o mesmo esforço, de olhos colados um no outro, a brilharem do mesmo entusiasmo, ou simplesmente a remarmos juntos, ainda que fosse de forma descoordenada, mas ao menos remávamos juntos, ou não foi por isso que entramos no barco? Vi-te várias vezes a remar pelos dois, e no conforto da inércia olhava para os teus olhos penetrantes e doces como a cor de mel que os preenchia, para a tua pele morena, para o teu cabelo forte e negro, para o teu sorriso sensual, olhava e confiava que não fazia mal que remasses pelos dois, porque no meu íntimo eu havia de compensar depois... só agora percebo que não podemos compensar o passado. Na lagoa, de brisa fresca proveniente do arvoredo verdejante que a ladeava, via os barcos como o nosso e nunca me dei ao trabalho de os olhar com atenção, de os analisar e ver neles o nosso espelho. Uns passavam a grande velocidade, com os olhares imbuídos numa pele terna e vivida permaneciam fixos um no outro e o sorriso ainda lhes preenchia a cara, como nós, outrora; outros deambulavam num ritmo incerto e sem direção; outros encontravam-se à deriva, com os remos inertes nas presilhas dos barcos, com musgo a colorir a madeira rasgada pelo tempo. Sempre pensei que, embora o meu desleixo, haveríamos de remar juntos até à eternidade, imaginei que quando não tivéssemos forças, neste caso quando tu deixasses de remar, iríamos estacionar o barco debaixo de um árvore e ali ficaríamos, de olhos fixos um no outro, de sorriso aberto, a perder-nos no tempo da paixão que nos juntou e, lado a lado acompanhávamos o sol a pôr-se. Hoje, quando acordei, o barco apenas se mexia pela ondulação das águas calmas da lagoa, provocadas pelos barcos que passavam, procurei-te e não te vi, olhei em redor e não te encontrei, tentei vislumbrar onde estarias, mas apenas conseguia ver os barcos a passarem, com casais, de olhos fixos um no outro e de sorriso largo. Levantei-me e olhei para os remos, peguei neles outra vez, como no início e, de pé, com um remo apenas, remei, ora para o lado direito, ora para o lado esquerdo, tentei dar a volta para trás, para te chamar e dizer que lamento, que agora percebo que o barco só anda com duas pessoas a remar, mas a lagoa só tinha um sentido.

Foto - António Tedim Texto - Rui Santos ( www.cognitare.blogspot.com )

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AQUI - Onde a Ria é mãe Se me tivessem perguntado onde gostaria de nascer, diria que aqui, onde nasci; na borda-d'água! Aqui: Onde as proas rumam a norte, cruzando as vagas. Onde as boinas pretas - à re - movem a barca e a vida. Onde um par de braços fortes desafia a miséria. Onde as redes rasgam as águas, arrancando-lhe pão e vinho. Aqui: Onde as cores se misturam e os cheiros se confundem. Onde o Arrais refresca as mágoas com gotas de suor e maresia. Onde a mulher é esposa e amante e camarada e cúmplice. Onde os filhos são aprendizes de uma sina herdada ao nascer, esperançosos de a mudar. Aqui: Onde o remar é poesia. Onde a Ria é mãe!

Poema - Francisco José Rito

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GENTES DA RIA As gentes da Ria são feitas de coragem. De calos nas mãos; de pele tisnada; de orgulho e de saber. São mãos de trabalho, atarefadas, porque as marés não têm travão. A água passa a correr e leva o pão, a quem não o souber agarrar. São gente de bem, que canta e que chora; que reza e pragueja; que ri da própria sorte; que luta e vence. Gente de poucas posses mas de grandes sonhos...

Poema: Francisco José Rito Foto: António Tedim

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FILIPE CORREIA, natural de Lisboa, a

fotografia esteve sempre presente nos tempos de lazer e datas assinaláveis da minha vida, no seguimento do desenho que á anos me dedicava é em 2008 que começo a olhar para a fotografia de uma outra maneira, a curiosidade leva-me a querer conhecer, adquirir todo o tipo de informação sobre técnicas fotográficas a praticar cada vez mais ,a partilhar experiências com outros fotógrafos e a participar em vários workshops, depressa a fotografia se tornou uma paixão e uma necessidade constante, ela é também o meu meio de diluição do stress, a minha porta de escape. Começando por fotografar paisagens naturais e urbanas dando maior importância á técnica de longa exposição o interesse aumentou e saltou para outras temáticas com a constante preocupação na leitura da luz, no sentido composicional e na criatividade. Com participação em várias exposições colectivas e tendo ganho alguns prémios em portais de fotografia.

Preso ao Passado Cais da Matinha /Lisboa

CANON EOS 7 D EXP-10 seg Abert- F/10 D.Focal-11mm Iso-100

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MARESIAS Costa da Caparica

CANON EOS 7 D exp-1/20 F/5.6 D.Focal-10mm Iso-100

MANHÃS da MOURISCA

CANON EOS 7 D Exp-1/10 F/5.0 .focal-10mm Iso-200

Setúbal

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MERLE AVEIRO,S達o Jacinto CANON EOS 6 D Exp-2.5 F/22 D.focal-16mm Iso-100 Fotomanya Vip 93


José Barbosa O meu contacto com a fotografia deu-se quando ainda era muito novo, na idade da escola primária. Avancei decidido para a máquina fotográfica do meu pai de chave de fendas na mão e desmanchei-a toda para ver como era por dentro. Era uma máquina de rolo, formato 120 (6x6) e achei-a muito interessante, como aliás já tinha achado o relógio despertador, a ‘telefonia’ e até mesmo o relógio de pulso do meu pai. A coisa não caiu muito bem lá em casa e a minha vocação para a fotografia ficou, digamos, fortemente limitada e mesmo reprimida por muito tempo. Com a adolescência veio a música. Pelos 16 anos, no final dos anos 60, fui para a guitarra eléctrica e para os ‘conjuntos’ como se designavam na época. Bandas eram as filarmónicas. Mais tarde virei-me para a guitarra clássica, autodidaticamente. Com a tropa em África, em Moçambique, veio a fotografia desta vez a sério, com uma Nikon Nikkormat Ftn, uma lente 50 f/1.4 e um zoom Soligor 90-230. Motivos para fotografar não faltavam: paisagens, bicharada minúscula, pequena, média e grande. Fiz montes de diapositivos. Tirava as fotos e quando se acabava o rolo metia-o numa bolsa e enviava-o por correio para a revelação. Passado um par de meses recebia a caixinha com os ‘slides’ e só então se sabia se a coisa tinha saído bem. Descobri que invertendo a lente na frente da máquina podia fazer macros 1:1 e daí a adquirir anéis de extensão e de inversão foi rápido. Ganhei um grande entusiasmo pela macrofotografia. Adquiri posteriormente no final dos anos 80 uma Canon EOS600 (de filme) com uma lente de ‘kit’ zoom 35-70mm, a que mais tarde acrescentei uma Sigma 24mm 2.8 e uma Sigma 75-300APO. A máquina trabalhou uns 15 anos até se finar, já na época digital. Parei com a fotografia, muita frustração com as revelações nas máquinas automáticas em que de 24 fotografias tiradas a uma parede branca, resultavam 24 fotos todas de cor diferente e nenhuma delas era branca. Voltei à música, compunha e fazia os arranjos musicais no computador, com a sabedoria que me restava depois de tantos anos de afastamento. Até que no verão de 2010 comprei a minha máquina actual, a Canon EOS550D e me iniciei na fotografia digital. Após um período inicial de algum desapontamento com o que ia saindo nas minhas fotos: imagens mortiças, sem ‘vida’, descobri na internet os sites de fotografia. Abri uma conta no Olhares em 2011, onde conheci muitos fotógrafos, amadores como eu, e com quem comecei a aprender muita coisa. Passado algum tempo uma grande parte desse pessoal abandonou aquele site e migrou para o 500px. Migrei também. Ali comecei a apreciar trabalhos fotográficos extraordinários que lá apareciam todos os dias, de fotógrafos de todo o mundo que me deixavam de boca aberta. Considero que este site, o 500px, foi a minha grande escola, cada uma daquelas fotos era para mim uma lição de fotografia e dava-me o incentivo para aprender e melhorar. Na fotografia gosto da cor. Gosto de fotografar ao pôr do sol e fico sempre muito tempo depois, até já não ver os botões da máquina e por vezes nem o caminho para o regresso, nos locais em que me aventuro. Fui aprendendo enquanto fotografava e procurando também aprender com alguns amigos com quem em boa hora me tenho cruzado e acompanhado em alegres e bem dispostas sessões de fotografia e conversa. Tenho pena que o meu trabalho me deixe tão pouco tempo livre para andar por aí... E não acabou...

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ANA BATISTA CONSTANTINO

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EMBARCAÇÕES DE PEQUENO PORTE Um barco de pesca, é qualquer tipo de embarcação construída ou adaptada para a actividade da pesca. Os barcos de pesca podem variar desde uma simples jangada ou canoa até grandes navios que podem efectuar campanhas de pesca de vários meses sem regressar ao porto-base, os barcos-fábrica. As adaptações para a pesca podem ser máquinas para operar as artes de pesca, como guinchos ou aladores, que não implicam modificações no casco, mas podem também levar à alteração da estrutura básica, como no caso de alguns arrastões em que a popa contém uma rampa para a operação da rede de arrasto. As embarcações de pesca mais simples e mais pequenas, como as canoas e jangadas, são geralmente utilizadas para a pesca artesanal à linha ou com redes simples, como as redes de emalhar ou os xalavares.

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Paulo Mendonรงa

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Comecei a fotografar há cerca de 30 anos com uma primeira máquina Zenit. As exigências levaram-me a adquirir a profissional F2 da Nikon. Muitos rolos a preto e branco gastos e muitas horas a revelar, ocuparam-me durante uns anos. O abandono da fotografia deveu-se à incompatibilidade com a actividade desportiva que ocupava na altura. Durante uns anos passei a fazer fotografia para familiares e amigos. Com o surgimento da era digital e a “reforma” desportiva dediquei-me com mais intensidade à fotografia, fazendo cursos profissionais em fotografia e edição. Passei por muitos sites de fotografia portugueses e estrangeiros e várias participações em exposições e concursos. Faço actualmente fotografia profissional de moda e publicidade e dedico-me à abordagem de todas as áreas da fotografia como forma de aprendizagem e conhecimento Actualmente fui convidado para ministrar aulas de fotografia.

Armando Romão

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MAKING OF Nuno Borges Nunca como agora, apesar de se tirarem tantos instantâneos, o trabalho dos fotógrafos foi tão procurado e valorizado. Como se explica este fenómeno? De facto, desde coleccionadores particulares passando por empresas de decoração a galerias de arte, valorizam a fotografia sobre todas as demais formas de criação artística. A explicação está na composição. O fotógrafo Matt Hardy diferenciou de uma forma brilhante esta dualidade: “A beleza pode ser vista em todas as coisas, observar e compor a beleza é o que separa o intantâneo da fotografia.” Assim vou dar a minha contribuição a nível subjectivo sobre a forma de pensar a composição, para além da componente objectiva da técnica. A arte de composição fotográfica não é algo que surja de repente, a nossa objectiva interior leva tempo a desenvolver-se. Não basta o conhecimento técnico, é necessário a capacidade estética e intuição. Os possuidores de máquinas fotográficas por muitos conhecimentos que adquiram só arduamente irão alcançar a capacidade de compor. Primeiro temos que conhecer a gramática da fotografia, por exemplo a perspectiva e demais aspectos constantes nos manuais de fotografia. O conhecimento dessas regras é importante, pois a partir da consciência delas podem usa-las ou quebrar-las. Em segundo, com esse conhecimento gramatical interiorizado, surge o momento em que o assunto surge à vossa frente como um puzzle. Decomponham por peças, excluindo tudo o que for desnecessário para contar a história ou expressarem sensações. Para simplificar aconselho a deixarem-se envolver e absorver pelo assunto que estão a fotografar, criando deste modo uma sincronia perfeita entre o vosso olhar e o assunto, abstraindo-se dos elementos distractivos. Em terceiro lugar, destaca-se o momento decisivo da captação dentro do desenrolar da acção, que é descrito com mestria pelo fotógrafo Henri Cartier-Bresson: “Para mim, a fotografia é o reconhecimento simultâneo, numa fracção de segundo, da significância de um acontecimento, bem como de uma organização precisa de formas que dão a esse acontecimento a sua expressão adequada.” Quando fazem a composição do assunto, vão alterar a realidade criando uma só vossa. Assim se explica a valorização do trabalho dos fotógrafos. Termino com uma última frase do fotógrafo Ansel Adams: “ Tu não tiras fotos tu cria-as.”

Abraço. Nuno Borges – Lovejoydivision© Foto 1 – Fumar Mata - velocidade do obturador: 1/4, abertura: f/11, distância focal: 18 mm., ISO: 100.

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Carla Quelhas Lapa

mais conhecida por Quelhas nasceu no Seixal, distrito de Setúbal, em novembro de 1970. É docente do 1.º ciclo do Ensino Básico, profissão que desempenha com amor e paixão. O seu interesse pela fotografia começou quando ofereceu uma Fujifilm à sua filha. A paixão despertou e passou a ser uma fuga “saudável” ao stress e à agitação do dia-a-dia. No ano seguinte, adquiriu uma Nikon D3100 e decidiu aprender a fazer fotografia e não apenas tirar por tirar. A partir daí, nunca mais parou, entrando num processo de autoaprendizagem, formação totalmente autodidata - “Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende” (Guimarães Rosa). Quanto aos seus gostos e preferências, gosta de quase todo o tipo de fotografia, mas reconhece e identifica-se mais com a Natureza - paisagens e flores. Prefere este tema porque transmite um mundo de sensações infinitas! Gosta de lembrar que é uma fotógrafa amadora em constante evolução. No âmbito da fotografia participou numa exposição intitulada "A VELHA LISBOA", no Hotel Solplay e tem também apresentado os seus trabalhos fotográficos na Revista Phocal (n.º 10, 11, 12, 13 e 15) e na Revista Fotomanya Vip (n.º 2 e 3)

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TERESA RICOU Foi a primeira mulher Palhaço na Europa, e criou o Chapitô em Lisboa Fotos: Jorge Jacinto

No coração de Lisboa, no Castelo de São Jorge, mais propriamente no Chapitô (espaço cultural que ela própria criou) olhando o Tejo, «há uma menina que nasceu das histórias, combateu dragões e às vezes, tem uma varinha mágica». Maria Teresa Madeira Ricou, artista circense teatral, mímica, musical e fazedora do impossível, agitadora de personagens, inventora de sítios e projectos, com talentos e genicas implica com a vida. Frontal e directa, ela abraça o sonho de construir, de inventar, de participar, de estar lá, nas revoluções, nas injustiças, nas violências em que gentes pequenas e grandes são maltratadas. Tété foi a primeira mulher palhaço a aparecer no mundo do espectáculo de circo na Europa. Os seus «saiotes de folhos bordados», herança feminina romântica caracteriza o seu personagem a famosa Tété. Estreia-se no Circo do Povo, pela mão do palhaço Luciano. Com ele entra também na Catedral do Circo, o Coliseu dos Recreios, onde fazia parte do seu famoso grupo de «Faz Tudos». Com Luciano e Mariano Franco, velhos grandes monstros aprende as subtilezas do seu ofício, partilha com eles as suas alegrias e incertezas e vai assim construindo a sua personagem. Senhores e Senhoras, Meninos e Meninas, venham á pista, que não pagam nada, aí está TÉTÉ a única Mulher Palhaço Portuguesa, agora sem pinturas.

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Fotos de Jorge Jacinto e JoĂŁo Ramos

Marina Mota DrÂŞ Maria Barroso

Catarina Furtado Ana Guiomar, Jorge Corrula, Paula Lobo Antunes

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