JÁ - o jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa - nº1

Page 1

CRÓNICA , Ana Paula Amar o OPINIÃO, Fernando Moreir a

Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 1


A página da diretora :: ONDE PÁRA O MENINO JESUS? Há dias, num passeio pela cidade, deparei‐me com muitas varandas em vias de serem visitadas pelo Pai Natal. Entrei num centro comercial e o Pai Natal lá estava a rar fotografias com criancinhas que sentava no colo. As montras, os postais, os sacos de compras, os bolos nas pastelarias, a televi‐

Índice ::

2 Onde pára o menino Jesus? 4 Editorial 5 Tarde do professor. Ser assistente operacional 6 Reflexões dos Diretores de Turma 8 No cias e a vidades Desporto Escolar 14 A vidades TAP Dia internacional da Filosofia Dia da declaração dos direitos humanos 16 Dia Internacional da Pessoa com Deficiência Um duende diferente ‐ 3º e 4º ano EB3 24 Dossiê: SOLIDARIEDADE ENTREVISTA com a Vice‐ Presidente da Câmara Municipal de Condeixa 31 OPINIÃO de Fernando Moreira A juventude e a mobilidade soci‐ al em Portugal 32 Na Biblioteca acontece… 34 Escrita cria va 36 Diversões 38 Crónica de Ana Paula Amaro A força das palavras Exatamente iguais: Apenas dife‐

são, tudo em meu redor celebra um velhote de ar bonacheirão, a quem as artroses parecem não chegar e que, ano após ano, vai ocupando sorrateiramente o lugar do Menino Jesus. O meu próprio telemóvel faz questão de me enviar diariamente um calendário do advento com gnomos, florestas cheias de neve e… lá no meio … vem o vermelhusco do Pai Natal!! Às vezes parece‐me que estou a olhar para um quadro do Wally… só que a tentar descobrir onde pára o menino Jesus!!! É claro que no ra ng da Standard & Poors o Menino Jesus nem deve constar!!! Mas por favor!!! É o nascimento dele que celebramos no dia 25 de dezembro!!! É a esperança renovada do amor na simplicidade, da fé na salvação, da proximidade entre o humano e o divino que nos torna crentes de que o bem triunfará sobre todas as adversidades. E como precisamos desta mensagem vitamínica nos dias de hoje!!! Felizmente passei na festa das escolas do Sebal e lá estava… tudo como na minha infância: um presépio vivo com todas as figuras que me faziam sonhar. E lá estavam os pais e os avós, embevecidos com os seus meninos como Maria e José terão ficado com o seu menino, Jesus. E pensei comigo mesma que, afinal, a tradi‐ ção ainda é o que era, e que a nossa frágil condição humana de seres cheios de afeto nos conduzirá inexoravelmente a amar os pequeninos e a viver o Natal da forma mais autên ca, mostrando de forma incondicional o amor que por eles sen mos. E lá fui, mais uma vez, ler a História An ga do Miguel Torga para ter a certeza que os maus aca‐ bam fritos e os bons levam sempre a melhor!!! A todos desejo um Santo Natal!

rentes 39 Brevemente numa escola perto

de si...

2 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012


:: A página do Conselho Geral

O Conselho Geral do Agrupa‐

mento é o órgão de direção

responsável pela definição das

linhas orientadoras da a vidade

Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa

do agrupamento, assegurando a par cipação e a representação

Ficha Técnica

da comunidade educa va.

Direção do Jornal:

Neste primeiro ano de mandato do Conselho Geral realizaram‐se sete reuniões; nas três primeiras procedeu‐se à cons tuição do órgão, à eleição do presidente e nas restantes foram analisados, aprovados e dados pareceres sobre os mais diversos assuntos. Alguns dos documentos mais significa vos para o agrupa‐ mento e que são da competência do Conselho Geral discu r e aprovar, foram: ‐ o Projeto Educa vo do Agrupamento, o qual foi largamente deba do e aprova‐ do em abril de 2012;

Ana Rita Amorim Isabel Neves Fernando Pascoal Paulo Carregã Editores Isabel Neves Paulo Carregã Grafismo:

‐ o Plano Anual de A vidades que, sendo o documento que operacionaliza o

Ana Rita Amorim

Projeto Educa vo, reflete muito do trabalho desenvolvido nos estabelecimentos de ensino do agrupamento, o qual vai muito para além do espaço da sala de aula, complementa a formação dos nossos alunos e enriquece toda a comunida‐ de educa va;

Redação Ana Rita Amorim Isabel Neves

‐ o Regulamento Interno do Agrupamento, o qual foi revisto 3 vezes. Sim, 3 ve‐

Paulo Carregã

zes. Estas revisões foram essencialmente consequência de mudança na legisla‐ ção, mas que obrigaram a alterações no documento em vigor. Na análise dos documentos e assuntos tratados foi uma preocupação constante

Plataforma WWW Fernando Pascoal

a qualidade dos serviços prestados pelo agrupamento, o sucesso dos nossos alunos, o seu bem‐estar e das suas famílias, assim como a sa sfação de todos os que trabalham diariamente para que isso seja possível.

Impressão: Reprografia da Escola Fernando Namora

Sendo esta uma época de votos e intenções, o Conselho Geral deseja a toda a comunidade educa va um Natal pleno de simbolismo e alegria e que, no Novo Ano, as nossas ações sejam bem sucedidas.

Propriedade: Agrupamento de Escolas de Condeixa

A Presidente do Conselho Geral Profª Graça Figueiredo

Contactos e envio de materiais para publicação no jornal:

Composição do Conselho Geral 15%

5% 35%

10% 15% 10% 10%

aec.jornal@aecondeixa.pt

17 docentes 22 não docentes 33 encarregados de educação 2 alunos 4 2 representantes do município 5 63 representantes da comunidade local 7Diretora (sem direito a voto)

Os textos de opinião publicados no jornal são da responsabilidade exclusiva dos seus autores.

Dezembro de 2012

Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 3


Editorial::

Levar os direitos a sério - isso é ser solidário Vivemos tempos di ceis, nos quais o projeto de uma sociedade inclusiva, caraterizada pela equidade e pela jus ça, pare‐ ce estar não apenas em crise, mas também a ser considerado como impossível e irrealizável, assumindo por isso os governos e os líderes de opinião que têm assento nos média a posição de que é preciso “fazer mais com menos” e de que “temos de viver com os recursos que temos, os quais, sendo poucos, implicam que temos de empobrecer”. Neste sen do, consoante as perspe vas sociopolí cas, há quem proponha o “aprofundamento”, a “reforma”, a “racionalização”, a “refundação” ou sim‐ plesmente a “destruição” do estado social; no geral, a ideia de um estado mínimo tornou‐se cada vez mais presente na dis‐ cussão pública. Longe de toda a discussão polí ca sobre modelos do estado e da sociedade, as situações sociais de pobreza e de exclu‐ são social tornaram‐se também no cia, sendo hoje comum falar‐se dos novos pobres e também das dificuldades das ins tui‐ ções que prestam ajuda a todas essas pessoas; fala‐se dessas ins tuições recorrendo de novo à linguagem da assistência e da caridade, assumindo‐se à par da que essas pessoas foram abandonadas pelo estado, incapaz de garan r os direitos dos seus cidadãos. A solidariedade (ou seja, aquilo que a Revolução Francesa designou por fraternidade) é, pelo contrário, a crença na realidade desses direitos e na ideia de que o ser humano tem direito a uma vida decente e digna; mais do que isso é o compromisso a vo em tornar efe vos esses direitos e essa dignidade. Numa situação de emergência social como aquela que estamos a viver, ser solidário é, no imediato, ajudar quem neces‐ sita de apoio urgente e, enquanto se desenvolve essa ajuda, iniciar um processo de capacitação dessas pessoas, de molde a devolver‐lhes a sua condição de cidadãos a vos, produ vos e capazes de cumprir as suas obrigações sociais e de beneficiar dos seus direitos. O primeiro número do JÁ apresenta um dossiê dedicado ao tema da solidariedade: o tema é tratado de uma forma plu‐ ral, com textos que defendem perspe vas dis ntas, dando‐nos assim informação ú l para que cada um de nós, de forma crí ca, elabora a sua opinião fundamentada; neste dossiê, estão incluídos um texto de opinião do professor Fernando Morei‐ ra e uma entrevista à Vice‐Presidente da Câmara Municipal de Condeixa, Dr.ª Margarida Guedes. Os textos dedicados ao dia internacional da pessoa deficiente, na qual se inclui a crónica da professora Ana Paula Amaro, também se ligam a este dossiê. Tal como outros jornais escolares, o Já reporta em parte significa va das suas páginas as a vidades realizadas no agrupa‐ mento de escolas de Condeixa; contudo, para além disso, o JÁ procura também trazer para as suas páginas o contributo de todos aqueles que fazem as escolas agrupadas de Condeixa — professores, alunos, funcionários não docentes, pais e encar‐ regados de educação, e ainda os representantes da comunidade local que mostrem interesse pelo trabalho de formação que se realiza no nosso agrupamento; a sua colaboração enriquece significa vamente este jornal. Por fim, uma breve nota histórica; o JÁ é um novo jornal, mas há um passado que assume como seu; na verdade, o JE, o Jornal da Escola, fundado pelo professor Fernando Moreira no âmbito do Clube Mul média do grupo de Filosofia, cons tui a nossa memória, que aqui assinalamos.

Fotografia: Sebastião Salgado

4 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012


:: A página da comunidade educa va Um professor, disse Thomas Mann, é a personificação da consciência do aluno - confirma-o nas suas dúvidas, explica-lhe o motivo de sua insatisfação e estimula a sua vontade de melhorar. Mas o professor, para além da sua relação com os alunos, é também um profissional que integra uma instituição, a escola, que se define, antes de mais, pelos professores que tem, mas também pelos professores que teve e que, dando-lhe o melhor do seu trabalho e da sua dedicação, a constituíram e desenvolveram. Uma escola que recorda quem a serviu é uma escola que respeita a sua identidade e que sabe como o futuro se constrói com o que, no passado, nos fez crescer; a tarde do professor que abaixo se assinala serviu justamente para lembrar estes factos, homenageando três professores cuja contribuição para a educação e o ensino em Condeixa é reconhecida por alunos, funcionários e professores.

“Somos Assistentes Operacionais” Dias agitados, muito solicitados. Respondem com prontidão ao trabalho e à emoção. Educadores em que a formação é simplesmente amor e devoção. Cremos no futuro. Semeamos sorrisos de esperança. Garra para vencer, sentido para crescer. Apoiamos a desilusão, incentivamos ao sucesso. Acreditamos num mundo Onde gira o progresso. Guardadores de segredos Aconchego de corações Fremidos de amor, destruídos de dor, Estamos sempre lá, Com o nosso ombro amigo Fazendo acreditar que faz sentido aqui estar A escola, nossa casa, os meninos nosso abrigo. Somos alimentados pelo sonho Movidos pela correria desenfreada Pelos sorrisos contagiantes Que nos tornam fortes e confiantes E assim é: Amamos, vencemos, “laboramos” para um ideal, É o papel do Assistente Operacional.

Anabela Vitorino Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 5


A página do Diretor de Turma :: ::

Projeto “ A minha turma é a melhor da escola” O olhar de uma diretora de turma

Quando, como diretora de turma, pre‐ parava a exposição do projeto aos meus alunos do 6ºC, depois de terminada a leitura dos princípios orientadores e obje vos enquadradores do mesmo, ocorreu‐me o que Marçal Grilo disse sobre educação e aprendizagem, no livro “Di cil é Sentá‐los”: «A ideia de que a educação são os meni‐ nos a saltar e os cavalos a correr, que é tudo muito bonito, muito fácil, não é verdade. A educação, e a aprendizagem sobretudo, é esforço, é trabalho, é mui‐

TURMA VENCEDORA do 6º ano em 2011/2012

tas vezes sacri cio.» Foi este espírito que norteou a mo va‐ ção que me coube promover junto dos meus alunos e dos pais, numa perspe ‐ va de adesão e comprome mento com o projeto e, simultaneamente, de reco‐ nhecimento, por parte de todos os en‐ volvidos, da relevância e importância da educação. O projeto “A minha turma é a melhor da escola” veio, assim, contri‐ buir para fortalecer o sen mento de que não basta andar na escola. É preciso preparar o futuro, adquirir saber, co‐ nhecimentos, cul var os saberes e colo‐ car os conhecimentos ao serviço da re‐

dos, vão, por certo, contribuir para a

vo e também a direção do agrupa‐

construção duma cidadania responsá‐

mento por ter acreditado nele como

vel a nível cívico, cultural e profissio‐

promotor de mudança.

nal e que foram a chave do sucesso

Em jeito de balanço deixo a minha

na turma do 6ºC.

modesta opinião: este projeto precisa

E não é apenas o 6ºC (alunos, pais e

de ter con nuidade pois pode con ‐

professores) que está de parabéns.

nuar a dar frutos!

Está também de parabéns a equipa promotora do projeto que viu nele uma forma de desenvolver capacida‐ des e a tudes capazes de a ngir as metas consignadas no projeto educa‐

solução de problemas, adquirir sen do do dever e responsabilidade, da exigên‐ cia e do rigor. E foi mesmo assim…Muito trabalho, muito estudo, muita dedicação, muito esforço. Fizemos uma caminhada co‐ le va: alunos, pais, professores, funci‐ onários. Alcançámos as metas. O reco‐ nhecimento chegou, como previsto, e par mos em viagem, a prome da e tão esperada viagem, certos de que também ela fortaleceu as a tudes, os valores e os comportamentos que, a par do nível de conhecimentos a ngi‐ 6 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012

Condeixa, 06 de julho de2012 Aldina Barrosa Machado Esteves diretora de turma do 6ºC em 2010/2011


:: A página do Diretor de Turma com outras ins tuições, encontrar soluções ou procurar

A Escola, Pilar da Sociedade Atual

minimizar problemas pode fazer a diferença na vida destes seres. Às vezes, basta apenas escutar…

Numa época em que se assiste à desagregação de todos

Nesta época que se quer de paz interior, mais próxima dos

os sistemas, polí cos, económicos, sociais e familiares, a

outros, de sorriso na cara, esperemos conseguir fazer a pon‐

escola mantém‐se como o úl mo reduto de segurança e

te entre todos, funcionários, alunos, famílias, nós que for‐

fiabilidade para os mais jovens. Muitos não sabem se, quan‐

mamos uma grande comunidade, a escolar, do Agrupamen‐

do chegarem à noite a casa, terão jantar, a mãe empregada,

to de Escolas de Condeixa e pode ser que o novo ano pareça

o pai ausente por estar num segundo emprego que lhe per‐

menos negro e mais promissor.

mita trazer algum dinheiro extra para casa no final do mês. Não sabem se a casa que os abriga con nuará a ser a sua, no próximo mês; se o carro, que os transporta de manhã,

Votos de um melhor ano para todos nós!

dos Coordenadores dos

Diretores de Turma do Agrupamento

terá combus vel para os levar no dia seguinte… No meio deste cenário de caos e incerteza futura, a Escola é uma certeza nas suas vidas. Nela estão os amigos, os mo‐ mentos de alegria par lhada, a refeição quente do almoço (para alguns, já a do pequeno‐almoço), a oportunidade de conhecer novos dados, de ouvir histórias diferentes, de so‐ nhar… Sobretudo, a par r do momento em que entram de manhã no edi cio, a oportunidade de esquecerem, durante algumas horas, que o mundo fora dele parece estar a ruir sem se vislumbrar o momento da sua reconstrução, com‐ prometendo um futuro promissor para eles. O papel do diretor de turma é, por isso, cada vez mais fulcral. Mais do que supervisionar o aproveitamento e o comportamento dos alunos e informar a família, cabe‐lhe ser o olho vigilante e perspicaz, o ouvido atento e pronto a escutar confidências e desabafos de jovens perplexos, bara‐ lhados com a situação que vive o país e que se reflete nas suas casas. Quando tudo o mais parece falhar, fazer a ponte

As pautas da avaliação do 1º Período serão afixadas no dia 21 de Dezembro a partir das 10h00. As entregas das avaliações aos Encarregados de Educação, acontecerão entre os dias 3 e 9 de Janeiro, em reuniões convocadas pelos Diretores de Turma para o efeito.

Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 7


NOTÍCIAS/ ATIVIDADES ::

Os atletas do Agrupamento… no Corta-Mato Escolar No dia 31 de outubro, decorreu, no Par‐ pantes, a quem foram entregues cer fi‐ que Verde, o Corta‐Mato do Agrupamen‐ cados, par cularmente, àqueles que se to de Escolas de Condeixa‐a‐Nova, dina‐ classificaram nos seis primeiros lugares mizado pelo Grupo de Educação Física e de cada escalão/género, que alcançaram integrado no projeto do Desporto Esco‐ o direito de representar o Agrupamento lar.

no Corta Mato Distrital, a realizar‐se no

Par ciparam nas diferentes provas dos dia 29 de janeiro, em Coimbra. respe vos escalões – infan s A, infan s B, iniciados e juvenis – um total de 85 alunos, desde o 1º ciclo de ensino até ao secundário. Foram realizadas provas desde os 1000 até aos 3500 metros, a que os alunos corresponderam bastante bem, com grande empenho, imprimindo, dessa forma, um nível compe

vo salutar.

Para a realização do evento, o Agrupa‐ mento contou com a colaboração da Câmara Municipal de Condeixa‐a‐Nova, Bombeiros Voluntários e Guarda Nacio‐ nal Republicana. O grupo felicita todos os alunos par ci‐ Escalões

Nas palavras das alunas Mafalda Mar ns (5º A) e Bruna Brito (5º B) "Para alguns, a primeira vez, para outros mais uma vitó‐ ria numa carreira já longa, começada ainda no 5ºano”. No final da prova hou‐ ve a entrega dos prémios, e muitos aplausos. Todos os alunos que realiza‐ ram esta prova veram uma par cipação bastante posi va deixando a imagem de grande espirito despor vo. Contaram também com toda a família reunida que se orgulhou dos seus campeões. Foi um dia que vai ficar na nossa memória. Ficam as classificações de pódio e algumas fotos…

CORTA MATO ESCOLAR 2012 1º Lugar 2º Lugar

3º Lugar

Infantis A Femininos

Mafalda Martins (5ºA)

Carolina Ferreira (5ºA)

Iara Noivo (5ºC)

Infantis A Masculinos

Pedro Ferreira (5ºB)

Diogo Oliveira (5ºD)

Rafael Silva (5ºA)

Infantis B Femininos

Diana Oliveira (7ºB)

Filipa Lopes (7ºA)

Virgínia Gonçalves (6ºA)

Infantis B Masculinos

Daniel Santos (5ºA)

André Costa (6ºF)

Pedro Jimenez (6ºE)

Mariana Coutinho (8ºA)

Tânia Ribeiro (8ºC)

João Frota (9ºC)

André Bernardes (8ºC)

Pedro Sales (10ºC)

Emanuel Bacalhau (11ºA)

Iniciados Femininos Iniciados Masculinos Juvenis Masculinos

Mª Francisca Rodrigues (8ºA) Dmytro Bodnarchuk (9ºB) João Fonseca (9ºA)

8 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012


:: NOTÍCIAS/ ATIVIDADES Compal Air 3 x 3… o Basquetebol espetáculo! Tal como tem sido hábito no Agrupamento, decorreu, uma vez mais, o Torneio de Basquetebol que integra o projeto de âmbito nacional Compal Air 3 x 3. Esta compe ção que obedece a diferentes fases, culminando na nacional, com as equipas apuradas nas escolas de todo o país, visa a ade‐ são e fomento da modalidade. O nosso torneio realizou‐se durante três quartas‐feiras, de 3 a 17 de outu‐ bro, de acordo com os diferentes escalões/géneros das equipas inscritas. Par ciparam 57 alunos, integrando 15 equipas. Foram ainda realizadas provas técnicas de lançamento, drible e manejo de bola, nas quais se des‐ tacaram os mais dotados… Foram tardes de boa confraternização despor va, nas quais os alunos de‐ monstraram, mais uma vez, que o desporto é mo vo de alegria e bem‐ estar. No final, foram apuradas as equipas vencedoras por escalão, a saber: 7º B female (Inf. Fem.); 2win (Inic. Fem.); Gucci (Juv. Fem.); Sem nome (Inf. Masc.); Bichos (Inic. Masc.). Boa sorte a todos para a próxima fase!

Mais rápido, mais longe… mais forte – Projeto Mega

dinamizadas pelo Grupo de Educação Física / Clube de

O Agrupamento voltou a integrar o projeto Mega, desen‐

Desporto Escolar foram provas de velocidade (40m) e sal‐

volvido numa parceria entre a Federação Portuguesa de

to em comprimento.

Atle smo e o Desporto Escolar. Mo var e sensibilizar os

Foram obje vos da integração deste projeto no Plano

alunos para a prá ca do Atle smo, apoiando os jovens

Anual de A vidades, a promoção de es los de vida saudá‐

mais talentosos nesta área, são os grandes obje vos do

veis, desenvolver prá cas orientadoras para as aprendiza‐

Projeto Mega.

gens dos alunos, a aplicação dos conteúdos abordados na

O Projeto Mega desenvolve‐se tendo como referência a

disciplina de Educação Física, o desenvolvimento do espíri‐

velocidade, uma qualidade sica fundamental no desen‐

to de fairplay e o apuramento dos alunos com as melhores

volvimento motor da criança/jovem, transversal à prá ca

classificações, por escalão, em cada uma das provas para

de quase todas as a vidades despor vas. As a vidades

representarem a nossa escola na Fase Distrital. De 7 de novembro a 5 de dezembro, às quartas‐feiras, da parte da tarde, foram realizadas as provas calendarizadas de acordo com os escalões, tendo sido plenamente alcan‐ çados os obje vos traçados. Depois do apuramento realizado em cada turma, par ci‐ param na Fase Escola 38 alunos. De realçar a envolvência, uma vez mais, dos alunos do 1º ciclo no projeto, tal como havia acontecido no Corta‐Mato, através da disciplina de Expressão Físico‐Motora lecionada no âmbito das A vida‐ des Extracurriculares.

Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 9


NOTÍCIAS/ ATIVIDADES :: Os alunos com melhores classificações em cada prova e, pelo facto, apurados para representar o Agrupamento de Escolas de Condeixa‐a‐Nova, no dia 13 de março, na Fase Distrital, que se realizará no Estádio Cidade de Coim‐ bra, foram os seguintes:

Escalão

CORRIDA DE VELOCIDADE (SEGUNDOS)

SALTO EM COMPRIMENTO (METROS)

Feminino

Feminino

Feminino

Masculino

Infantis A 2002/03

5ºC Alexandra Marques (6,51) 5ºE Maria Rocha (6,90)

5ºB Gonçalo Costa (6,11) 5ºB Pedro Ferreira (6,35)

5ºC Alexandra Marques (2,80)

4ºA Carlos Lima (3,47)

Infantis B 2000/01

6ºA Virgínia Gonçalves (6,66) 7ºB Diana Oliveira (6,84)

7ºB Guilherme Nunes (6,52) 7ºB Francisco Palrilha (6,70)

7ºB Diana Oliveira (3,55)

6ºA Tiago Narciso (3,88)

Iniciados 1998/99

8ºE Ana Miranda (6,56) 7ºC Ana Leal (6,75)

8ºC André Bernardes (6,09) 8ºE Gonçalo Beja (6,42)

8ºE Ana Miranda (3,68)

8ºE Gonçalo Beja (4,24)

Todas as informações e fotos do Clube de Desporto Escolar em: http:// efdeaecondeixaanova.blogspot.pt/

10 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012


:: NOTÍCIAS/ ATIVIDADES Este ano a EB2 oferece um novo espaço de apoio às famílias e aos alu‐ nos ‐ o ATL. Ao longo deste primeiro período foram já realizadas algumas a vida‐ des diver das como a comemoração do Halloween, em que nos mascará‐ mos, fizemos jogos, cozinhámos boli‐ nhos e comemos muitos docinhos, e a do dia de S. Mar nho, em que deco‐ rámos a nossa sala a preceito, fizemos cartuchos e comemos castanhas. Semanalmente, os alunos têm a oportunidade de realizar diferentes a vidades ar s cas, bordados e tape‐ çarias, culinária, ver filmes e jogar jogos e ainda têm apoio na realização dos TPCs. O ATL convida todos os alunos da EB2 a aparecerem na sala C1.02 para conhecerem o nosso espaço e par ci‐ parem nas nossas a vidades.

Aparece e traz um amigo!

Tapetes contadores de histórias A Galinha Medrosa

A propósito do projeto A falar bem é que a gente se entende, mais uma vez, os tapetes contadores de histórias procuram dar o seu contributo no desenvolvimento da comunicação, linguagem e fala, acreditando que, através do lúdico e das histórias, podemos oferecer às nossas crianças mecanismos que lhes permitam aperfeiçoar e desenvolver estas competências de uma forma divertida e prazenteira. Assim, idealizado e confecionado pela Educadora Nina (Fernanda Raposo), surge agora um novo tapete, neste caso falador, da história

adaptada da Galinha Medrosa, que pretende, com as peripécias de uma galinha muito medrosa e de um discurso atabalhoado, trabalhar algumas das dificuldades de linguagem mais comuns nas nossas crianças. A partir de janeiro de 2013 serão calendarizadas sessões da história do tapete falador, A Galinha Ruiva, em todas as salas dos jardins de infância do agrupamento.

Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 11


NOTÍCIAS/ ATIVIDADES :: da palavra dita à entrega de produtos de higiene, passando pelos bens, nomeadamente alimentares, ou mesmo tampi‐ nhas. Assim, o espírito de par lha, de forma discreta, mas efe va, foi envolvendo os alunos e respe vas famílias, pro‐ fessores e funcionários, chegando às salas de aula, em res‐ posta a dificuldades previamente sinalizadas ou simples‐

A 17 acontece…

mente visando o enriquecimento comum. De facto, podemos dizer que em torno do dia 17 de cada

Já em época de presépios, de calor da lareira e de tradi‐ mês compareceu uma vontade solidária, feita de «coisas, cional atenção ao outro, acalmamos a infan l ansiedade, pequenas coisas», daquelas que aproximam as gentes e produto de um longo ano de espera, recordando que afinal que ensinam que não é Natal só a 25 de dezembro. Na nos‐ o espírito de Natal acontece sempre que quisermos. Cum‐ sa escola, também a cada 17, esse Natal acontece. pre, pois, dar aqui conta de um programa que, ao longo dos

úl mos meses, tem feito acontecer em Condeixa‐a‐Nova, de diferentes formas e em diversos locais. O programa «A 17 acontece» nasceu no âmbito das inici‐ a vas camarárias respeitantes ao Dia Mundial Contra a Pobreza e a Exclusão Social, assinalado a 17 de outubro do corrente ano, tendo o Agrupamento de Escolas de Condeixa naturalmente aderido, a par de outros parceiros, numa altura em que as dificuldades se vão fazendo sen r com par cular intensidade: nas palavras da Vice‐Presidente da Câmara Municipal de Condeixa (responsável pela pasta da ação social), Dr.ª Margarida Guedes, o que mais preocupa, no momento, «são os bens alimentares», mas, para além disso, «há muitos pos de carências». Ciente da diversidade e da importância dessas carências, bem como da especificidade do seu papel no seio da comu‐ nidade, a EB2 trouxe daquele evento um simbólico cesto de recolha, cuja presença inspirou a vidades de diferente ca‐ riz, desde a troca de conhecimento à recolha de vestuário,

12 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012

Sandra Galante, coordenadora da EB2


:: NOTÍCIAS/ ATIVIDADES Na Quinta das Romãzeiras No dia 19 de novembro, fomos visitar a Quinta das Romãzeiras, na Casa de Saúde Rainha Santa Isabel. É uma quinta agrícola onde vimos muitas coisas interessantes: árvores de fruto, estufas, muitas flores e um lago com patos. No lago havia uma jangada onde é posta a comida para os patos e uma casa para as galinhas! Nas estufas havia muitos vegetais: cou‐ ves, alfaces, espinafres, beringelas, morangos, pepinos… Também havia um local onde se colocam as fezes dos animais que depois se decompõem em estrume para as plantas. Aprendemos que há pessoas que, mesmo com uma deficiência, cul vam na quinta e criam animais para a sua alimentação. No final, recebemos uma flor cor de laranja! No dia 21 de novembro, voltámos à Casa de Saúde Rainha Santa Isabel mas, desta vez, fomos par cipar em ateliês. Fizemos muitos trabalhos, diferentes uns dos outros: pintámos cascas de nozes, que colámos em cartões, pintámos e ficaram umas joaninhas muito engraçadas! Também fizemos espantalhos, com pano, fios, cola, jornal e um pau de espetada. Outros colegas fizeram pulseiras de lã e colares. Gostámos muito desta a vidade e de ver os trabalhos que já estavam feitos por outras pessoas. E ainda nos ofereceram uma borboleta de papel, com um chupa‐chupa! Grupo de alunos do 3ºA ‐ EBNº1 de Condeixa

ÁRVORE DA SOLIDARIEDADE A pobreza e a exclusão social cons tuem um dos mais graves problemas das soci‐ edades dos nossos dias. Não podemos, nem queremos alhear‐nos de um pro‐ blema que toca a todos, por isso, e, por‐ que acreditamos que é possível fazer a diferença através de pequenos gestos, decidimos associar‐nos a esta causa construindo a ÁRVORE DA SOLIDARIEDA‐ DE. Tivemos como obje vos desenvolver nos alunos sen mentos de solidariedade entre todos, sensibilizar para os valores da família e amizade e interiorizar valo‐ res democrá cos e de cidadania.

No âmbito da comemoração do Ano dos Morcegos, os alunos do Jardim de Infância n.º 1 de Condeixa visitaram as Buracas do Casmilo, à procura de ves gios destes animais… que são os únicos mamíferos que voam e que gostam de viver em grutas!

Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 13


NOTÍCIAS/ ATIVIDADES :: Atividades realizadas pelos formandos do Curso Profissional de Apoio Psicossocial

14 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012


NOTÍCIAS/ ATIVIDADES ::

Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 15


:: NOTÍCIAS/ ATIVIDADES

16 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012


:: NOTÍCIAS/ ATIVIDADES A Evolução da Informática Esteviveram em exposição, durante o mês de outubro e novembro, no átrio da Escola Secun‐ dária Fernando Namora, alguns equipamentos que fazem parte da “evolução da informá ca”. Esta exposição foi dinamizada pelos alunos do 1º ano do Curso de Instalação e Operação de

DICA TIC Crie os seus livros/documentos digitais u li‐ zando a ferramenta gratuita na web ISSUU.

Sistemas Informá cos (IOSI), contando com a presença de alguns equipamentos tais como: o ábaco, placas gráficas, disquetes, motherbo‐

Registe‐se em (h p://issuu.com/) faça uma

ards, processadores, discos, entre outros equi‐

biblioteca de publicações e par lhe com os

pamentos.

seus amigos. Esta aplicação transforma um documento do Office ou um ficheiro PDF num livro digital.

blog do IOSI

http://www.seguranet.pt/tiras-seguranet

Retirado do site da seguranet—7º ano TIC

http://cefiosiesfn.blogspot.com

Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 17


:3 DEZ ‐Dia Internacional da Pessoa com Deficiência ::

Um duende diferente

montagem de bonecos. Ninetalis ficou encarregue de pintar os bonecos. Os bonecos seguiam pela passadeira

Texto elaborado pela turma D do 3º/4º Anos da EBNº3

rolante e iam passando por outros du‐

Estamos na época natalícia. Já cheira a

O Piteco foi a correr chamar o Pai Natal. endes que nham diferentes responsa‐

azevinho, a musgo verde, a pinheiros

Este estava na sua sala a trabalhar no bilidades. Uns punham os olhos, outros

vaidosos, enfeitados de bolas colori‐

computador. É aí que tem todas as os braços, outras as pernas, até ficarem

das

cin lantes…

informações re radas das cartas das completos. Finalmente chegavam às

hummmmm… e o cheirinho a filho‐

crianças, numa enorme base de dados mãos habilidosas de Ninetalis. Este

e

luzinhas

(é assim que ele sabe quem se portou estava tão feliz que o seu sorriso che‐ bem ou mal…).

gava de orelha a orelha No fim da

O Pai Natal reparou na aflição de Piteco passadeira e depois de passarem pelo e ligeirinho chegou à porta. Deu‐lhe um secador, os bonecos iam caindo num aperto no coração! Rapidamente man‐

cesto gigantesco. Havia bonecos bran‐

da‐o entrar e começou a reconfortá‐lo. cos, outros amarelados com olhitos à Mandou preparar um banho quen ‐

chinês, outros negros e de cabelo enca‐

nho, arranjou roupinhas de lã confortá‐

rapinhado, outros avermelhados, ou‐

veis e um cremoso chocolate quente. tros acastanhados…enfim de variadas Ninetalis parecia outro.

cores e expressões.

Escusado será dizer que o Pai Natal, com

Os duendes que estavam a empacotar

ses, a bolo de mel, rabanadas e bolo‐

o seu coração carregadinho de genero‐

os bonecos começaram a reparar que

rei, que fazem despertar o ape te!?

sidade e solidariedade, lhe arranjou

aqueles bonecos eram diferentes.

logo emprego. Iria trabalhar na linha de

Criou‐se uma agitação enorme! Os

montagem da Fábrica de Brinquedos.

duendes começaram a gritar, gerou‐

‐ Mais um par de mãos dá sempre jeito

—se uma infernal confusão e começa‐

nesta altura do ano – disse o Pai Natal.

ram a maltratar o duende Ninetalis.

Na Fábrica estava tudo preparado para a

Zangaram‐se com ele e insultaram‐no

Na casa do pai Natal, na Lapónia, já se sente a azáfama desta época; todos correm de um lado para o outro, atare‐ fados com o frenesim do trabalho que há para fazer: construir brinquedos, preparar e verificar se o trenó foi à inspeção, alimentar bem as renas, colo‐ car em ordem as cartas escritas por todas as crianças do mundo que envia‐ ram para o Pai Natal com os seus imen‐ sos pedidos. Enfim, nem imaginam! Truz, truz, truz. Batem à porta. O duen‐ de Piteco abre a porta e surge à sua frente outro duende. Estava enregela‐ do, era baixinho, muito magrito e mi‐ damente pedia um emprego.

18 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012


:: 3 DEZ ‐Dia Internacional da Pessoa com Deficiência dizendo que ele não fazia nada em condições, que nha estragado a pro‐ dução toda de bonecos. Ninetalis encolheu‐se envergonhado. Já estava habituado a ser tratado as‐ sim… as pessoas não o compreendi‐ am. Mais uma vez ia perder o seu emprego. E ele que estava a gostar tanto deste! A gritaria, a confusão e os empurrões não paravam. Todos estavam contra ele. O barulho perturbou tanto o sossego do Pai Natal que este levantou‐se e

aguardavam. De repente, o Pai Natal

este ano a tantos milhões de pesso‐

foi ver o que se passava

virou‐se para o Ninetalis e, sorrindo,

as?!

A barafunda reinava e todos queriam

disse‐lhe:

Os duendes envergonhados com a

explicar ao Pai Natal a desgraça que o

‐Parabéns! És um génio! Tiveste

a tude que nham do com o Nine‐

Ninetalis nha provocado. Afinal, ele

uma ideia fantás ca. Transformaste e

talis, abraçaram‐no, pediram‐lhe mui‐

marcaste para sempre este Natal.

tas desculpas e elogiaram a forma

nha estragado o Natal! O Pai Natal esforçava‐se mas não con‐ seguia compreender o que se passava

Os duendes, nos seus fa nhos ver‐ des, estavam incrédulos!

porque todos falavam e refilavam ao

‐Ó Pai Natal, afinal o que se passa?! –

mesmo tempo, acusando o Ninetalis.

Não se vai zangar ou despedir o Nine‐

Felizmente o Pai Natal é muito pacien‐

talis?! Ele estragou os brinquedos!

diferente que ele nha de ver as coi‐ sas. Tinha conseguido unir todas as raças do planeta com um simples bo‐ neco! No dia de Natal, nas diferentes par‐

te, calmo, generoso e aguardou que

‐Calma, meus pequeninos heróis. Ora

todos se acalmassem. Nessa altura

pensem um bocadinho …o que fez o

Vul rius, o supervisor da fábrica de

Ninetalis? Ele transformou os bone‐

Aguardamos pelas expressões felizes

brinquedos, informou o Pai Natal do

cos normais que fazíamos em bone‐

de todos numa união familiar repleta

sucedido.

cos extraordinariamente parecidos

de amor e carinho com votos de um

com todas as raças do planeta. Agora,

bom Natal para todos os habitantes

todas as pessoas do mundo poderão

do planeta!

Ficaram todos em ”suspense” a aguar‐ dar o veredito final. Todos olharam para o Pai Natal. Este

comprar ou receber um boneco da

sorri com um ar de visionário… nha

sua raça, seja ela europeia, asiá ca,

do uma genial e luminosa ideia.

rentes etnias como a cigana…tantas e

o Natal, graças ao seu talento, Nineta‐

tantas outras! Foi realmente uma

lis iria transformar este Natal num

ideia excelente!

O espanto era geral. Em silêncio

sa, sorrisos e muita alegria.

africana, indiana, indígena ou de dife‐

Ninetalis afinal não nha destruído

Natal diferente.

tes do mundo, houve espanto, surpre‐

‐Já imaginaram os rostos e as expres‐ sões felizes que vamos proporcionar

Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 19


3 DEZ ‐Dia Internacional da Pessoa com Deficiência ::

20 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012


:: 3 DEZ ‐Dia Internacional da Pessoa com Deficiência Como forma de assinalar o Dia Internacional da Deficiência, o departamen‐ to de Educação Especial dinamizou, de 3 a 7 de dezembro, a “Semana da Diferença”. Ao longo desta semana os alunos da EB2 puderam visualizar, no hall do bloco B, uma apresentação alusiva à deficiência e inclusão educa va e social das pessoas portadoras de deficiência. Para além disso, diversos cartazes espalhados pela escola chamaram a atenção para a necessidade de respeitar as diferenças, encarando‐as como naturais na diversidade hu‐ mana. Nem todas as pessoas sem deficiência são eficientes em todos os as‐ petos da sua vida, assim como as pessoas portadoras de deficiência não são deficientes em tudo, antes pelo contrário: têm muitas potencialidades: é preciso iden ficá‐las, acreditar nas capacidades de cada um e tratar essas pessoas com todo o respeito que merecem, apenas como qualquer outra, mas atendendo às suas necessidades especiais.

DEFICIÊNCIA (Mário Quintana) "Deficiente" é aquele que não consegue modificar a sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino. "Louco" é quem não procura ser feliz. "Cego" é aquele que não vê o seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria. "Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. "Mudo" é aquele que não consegue dizer o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia. "Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda. "Diabético" é quem não consegue ser doce. "Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer.

****Feliz Natal** São os votos do departamento de Educação Especial

E "Miserável" são todos os que não conseguem falar com Deus.

Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 21


NOTÍCIAS /ATIVIDADES :: Notícias do Departamento de Educação Especial

No dia 17 de outubro, par cipámos na inicia va “A 17 acontece…” com a leitura do poema

Viver a Inclu i r na

Entre os dias 17 e 26 de outubro, a profes‐ sora Maria João Antunes, responsável pela UEEA, dinamizou sessões de sensibilização para o Au smo em todas as turmas do 5º ano. A avaliação destas sessões conside‐ ra—se bastante posi va dado que os alu‐ nos se mostraram bastante interessados no tema, ques onando a professora sobre as caraterís cas e necessidades de diver‐ sos alunos com Necessidades Educa vas Especiais, mesmo daqueles que não se enquadram no Espetro do Au smo. Foi passado um pequeno ques onário, no final de cada sessão, no qual era pedido aos alunos que, anonimamente, avalias‐ sem a sessão. A maior parte dos alunos (80%) avaliou as sessões com a menção de excelente. Era ainda pedido aos alunos que expressassem a ideia principal com que ficaram sobre o Au smo; aqui estão algumas: “O au smo é uma perturbação da cabeça e as pessoas que têm essa perturbação parece que vivem noutro planeta”;

Ama r

Difer ença

em s incer idade respe , Cons ito, S uper truir ar di um m Ond ficuld undo e to d ades mais o s te . justo nham Pobr o m esmo es , i d osos valor S em , cria distin nças, ção d e raç S er a a ou pe na cor. s difer Na v en t e ida n , ingué So m mé o s to i g d u os ún al, D e us icos, fez-n difer os a e ntes, cada Ama um… r a to E S P d ECIA os se Faze L! m di r da stinç difer Pesso ão, ença a s po apre So m ndiza o s to rtado gem, dos n ras d ós, q e ne c ue pr e s U ns sidad ecisa prec es , mos isam viver mais Outr em i g de ca o de ualda rinho estím de. Outr , ul o p o a s ra se Prec anda guir, isam m co de gu m di ficuld ia… Algu ade, d e apoio ns ve em c para om o Outr pros segu os fa s olh ir. lam a os da lingu a l m a agem ; So m o s to das m Bran dos d ãos; cos, ifere mula nt e s ; tos, n egro Há q s… I ue vi RMÃ ver a OS! difer E ne l e a nça, apre R es p nder eitan a am do to ar, d o s os Vida seres feliz , uni d vamo os… s to d (adap os ga . de P n har. aula Belm vida o

ino)

“Que quem tem au smo não consegue controlar‐se e por isso devemos ajudá‐‐

No dia 3 de outubro realizou‐se uma sessão in tulada “Alunos com NEE

las”;

nas Escolas Regulares: a realidade da EB2 de Condeixa”. Esta sessão,

“Acho que é um problema grave, mas de‐

des nada a todos os professores que lecionam na EB2 e dinamizada

vemos tratar essas pessoas como trataría‐

pela professora Maria João Antunes, teve como obje vo sensibilizar

mos qualquer outra”;

para a inclusão socioeduca va dos alunos com NEE que frequentam

“Devemos brincar com eles e dizer‐lhes

esta escola, nomeadamente os que apresentam Perturbações do Espe‐

sempre o que devem fazer”;

tro do Au smo. Foi dado especial ênfase às crises que estes alunos

Com o obje vo de sensibilizar e dar a conhecer, de uma maneira geral,

apresentam, quando sujeitos a elevados níveis de ansiedade ou frustração, e indicadas algumas

as caraterís cas das pessoas com Perturbações do Espetro do Au smo, estratégias para as prevenir, ou, se tal não for realizou‐se no hall junto ao bar e sala de alunos, entre os dias 15 de possível, que a tudes tomar, quando a crise já setembro e 30 de novembro uma pequena exposição sobre o tema. 22 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012

se encontra instalada.


:: NOTÍCIAS/ ATIVIDADES Alguns alunos do nosso Agrupamento, com a ajuda dos professores Mário Alves e Isabel Correia decidiram lembrar o dia de S. Martinho, oferecendo aos professores da Escola Básica nº 2 um momento musical com algumas canções. Esta atividade foi antecedida por uma ida à feira para comprar castanhas e concluída com um belo magusto! No dia 12 de novembro, eu, os professores e alguns colegas fo‐ mos até à sala dos professores para tocar e cantar canções rela‐ cionadas com o dia de S. Mar ‐ nho. Quando lá chegámos estavam lá muitos professores. Cantámos três canções e, quando acabámos, todos bateram palmas porque gostaram muito. No final, a diretora ofereceu‐nos broa e castanhas assadas. Voltámos para a sala, cantámos e tocámos mais uma vez e come‐ mos as castanhas assadas e bebe‐ mos sumo.

“Comunicar com símbolos” - software educativo que facilita a aprendizagem da leitura e da escrita pela associação da palavra à imagem

Sandra Santos nº 9 8ºC

No dia 9 de Novembro dois jogadores da Aca‐ démica vieram à escola A sala dos alunos estava enfeitada. Eu vi os jogadores e eles deram autógrafos. Eu fiquei feliz. Mariana 6ºF Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 23


A Solidariedade aos olhos dos nossos alunos:: No passado ano letivo, por ter cumprido todos os meus deveres enquanto delegada de turma, entrei para o quadro de valor. Quando me disseram isto fiquei um pouco espantada porque não estava mesmo à espera. Acho que só fiz o que me foi pedido, tendo em conta a minha função perante a turma. Para mim, a solidariedade é ajudar quem precisa, não tendo em conta a sua idade nem o seu estatuto social, e ajudar é não estar à espera de nada em troca.

Um amigo No ano passado ganhei o quadro de valor, porque eu ajudei um colega da minha turma que tinha problemas. Ele, de vez em quando, não tomava o comprimido e ficava descontrolado, e eu tentava acalmá-lo e, muitas vezes, conseguia. Tentei ser amigo dele para o ajudar. Para mim, ser solidário é ajudar as outras pessoas e tentar compreendê-las sem receber nada em troca.

Júlia Silva Nº11 7ºG

Diogo Manaia, 7ºA

Solidariedade nos dias de hoje Dar sem esperar receber em troca... Esta é a primeira ideia que me surge quando penso numa definição ou num sentido para o termo Solidariedade. Em tempos que toda a gente diz serem de crise, há imensas iniciativas e projetos em que nos podemos envolver e colaborar, de maneira a dar apoio e a ajudar aqueles que verdadeiramente precisam de auxílio. Um projeto que tem vindo a destacar-se nesse domínio é o “Banco Alimentar Contra a Fome”, caraterizado pelo elevado número de voluntários que consegue reunir à volta de um objetivo comum: recolher alimentos para posterior distribuição por instituições de solidariedade social e pelas famílias mais carenciadas. A forma de recolha mais co-

mum, utilizada em todas as campanhas, é a que diretamente é levada a cabo por centenas de voluntários distribuídos nos vários pontos de venda das grandes cadeias de super e hipermercados, que, estabelecendo contacto direto com as pessoas, trocam um sorriso e um obrigado por um saco com alimentos. Mas não se pense que só quem vai às compras pode contribuir. Para evitar que alguém que queira ajudar fique de fora, o “Banco Alimentar Contra a Fome” criou num sítio da internet uma alternativa à entrega direta. Sob a denominação alimentestaideia.net, criou a possibilidade de, qualquer

24 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012

pessoa selecionar os alimentos e as quantidades que pretende doar; e o Banco Alimentar a que pretende destiná-las, tudo com o controlo do valor que a doação representa. Depois, é só proceder ao pagamento e a entrega é garantida. Como é bom de ver, não há desculpa para não ajudar, pois, tudo se encontra à distância de um clique. Mas mais perto ainda que um clique no rato do computador, estão os nossos conhecidos que, tantas vezes, precisam da nossa ajuda. E esses têm um rosto e uma voz. Basta estar atento e ver o que à nossa volta merece a nossa solidariedade. João Francisco Letras Ferreira Nº 10 8º Ano - Turma D


:: A Solidariedade aos olhos dos nossos alunos

Solidariedade A solidariedade não é uma obrigação, mas um dever moral. Nós, escuteiros, não a praticamos por nos impingirem essa obrigação ou por termos como lema fazer uma boa ação por dia. Quando nos entregamos aos outros, não esperamos qualquer recompensa, pelo contrário: damo-nos sem medida, combatemos sem cuidar das feridas, trabalhamos sem procurar descanso e o nosso maior objetivo é dar e receber sorrisos. Todos nos conhecem

pela “praga” de adolescentes de calção e meia até ao joelho, de inverno a inverno, e lenço ao pescoço, como os que recolhem alimentos, cheios de boa vontade, que podem mudar a vida de muitas famílias. No entanto, a solidariedade não é só isto. Há a limpeza de espaços públicos e as campanhas de bens para instituições, em que participamos, e os sorrisos e abraços que distribuímos. Ser solidário é dar o nosso lugar no transporte público e fazer toda a viagem em pé, é ajudar alguém a atravessar a rua, é ver as diferenças e torná-las indiferentes, é olhar para quem

está ao nosso lado, é dizer não aos preconceitos, é denunciar a violência doméstica e os abusos infantis. Tudo é solidariedade quando ajudamos os outros sem quaisquer benefícios para nós, a não ser tranquilidade e paz de espírito. Isto é ser escuteiro mas, acima disso, é ser humano, é crescer interiormente e despertar para a realidade. Vivemos num mundo em que, cada vez mais, ou somos solidários ou solitários. Qual preferes? Faz a tua própria escolha, mas lembra-te: amanhã podes ser tu a precisar de ajuda! Filipa Beatriz 12ºC

Ser solidário Ser solidário é algo muito precioso. Eu sou aluna da EB2 de Condeixa e sou, com muito orgulho, escuteira. Ser escuteiro não é só ter um lenço ao pescoço, não é só andar de farda vestida e de chapéu B P (Baden Powell) na cabeça. É muito mais do que isso, é sermos solidários para com os outros. É ajudarmos os outros.

Não é alguém pedir-nos algo e nós dizermos não. Ser solidário não é só darmos os nossos brinquedos velhos a quem não os tem, pela altura do Natal. É também auxiliar alguém a atravessar a rua ou a carregar algo muito pesado. É ajudar alguém que não tem nada. Se alguém precisa de água nós não dizemos: - Desculpe, mas já só temos pouca água.

Dizemos sim: - Espere um momento, nós vamos já tirar dos nossos cantis. E oferecemos a água. Fazemos o mesmo com comida ou outra coisa qualquer. Mesmo tendo pouco, esse pouco, torna-se muito para alguém. E lembrem-se, façam como Baden Powell, fundador do escutismo, nos ensinou: “Tentem sempre deixar o mundo um pouco melhor do que o encontraram.” Raquel Cardoso, 6ºF

Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 25


ENTREVISTA :: Já - Tendo em conta a situação global do país neste momento, como é que avalia a situação social do concelho de Condeixa? Dr.ª Margarida Guedes (MG) - No concelho de Condeixa, tal como no resto do país, tem havido um crescimento significativo das famílias com necessidade de apoio social; esta evolução não nos surpreendeu, dada a situação global do país, pelo que elaborámos, na Câmara Municipal de Condeixa (CMC), um plano de apoio social, um plano estratégico, de modo a intervir nas situações de pobreza que vão sendo identificadas, ajudando as pessoas a ultrapassar os seus problemas mais prementes. Já - Quais são os “sinais exteriores” de pobreza? MG – Os sinais exteriores de pobreza não se modificaram muito; sabemos que há situações através dos pedidos de auxílio que chegam aos serviços de ação social do concelho. Nós funcionamos em rede, temos uma rede social e, dentro dessa rede social, temos técnicos de serviço social que vão por todo o concelho; na Ega, temos o centro social e aqui, em Condeixa, temos os serviços locais de ação social da segurança social do distrito de Coimbra e temos ainda os serviços sociais da CMC, da Santa Casa e da APPACDM. As pessoas dirigem-se a estes serviços e apresentam-nos a sua situação, mas os problemas são mais visíveis nos estabelecimentos de educação e de ensino. Com efeito, nas escolas podemos observar alguns sinais que evidenciam situações de pobreza, nomeadamente quando um aluno deixa de ir comer, passa mal durante as aulas sem causa conhecida e não adquire os materiais necessários; no caso dos adultos, verifica—se que estes, por vergonha ou por outras razões, escondem muitas vezes a sua situação. Já: O desemprego é um fator que produz pobreza; qual a taxa de desemprego no concelho de Condeixa? MG: A taxa de desemprego no concelho de Condeixa não é das maiores face ao distrito e ao país. Contudo, não sendo das maiores, há desemprego no nosso concelho, nomeadamente de dois tipos – o desemprego de longa duração, que atinge sobretudo pessoas com 45 ou 50 anos que têm dificuldade em encontrar ofertas de emprego, e o desemprego dos mais jovens. No concelho de Condeixa há, principalmente nas novas urbanizações, muitos jovens que, mesmo tendo níveis elevados de qualificação, estão desempregados, seja por não encontrarem emprego, seja por terem ficado recentemente desempregados. Esta situação também se verifica em algumas famílias e um sinal disso é o facto de haver muitos apartamentos à venda porque as famílias não conseguem pagá-los. Um outro indicador dos efeitos do desemprego no nosso concelho é o facto de haver muitas famílias que não conseguem pagar atempadamente a água, a luz ou a renda.

O motivo mais invocado por essas pessoas é o facto de um ou mais elementos do agregado familiar estar desempregado. Esta situação verifica-se cada vez mais, sendo visível nas atas da CMC – cada vez mais há pessoas que solicitam o pagamento da água em prestações ou que têm atrasos no pagamento. Nas escolas verifica-se também que um número crescente de famílias está a pedir a revisão dos apoios recebidos; há algumas famílias que têm dificuldades crescentes em pagar as refeições ou o transporte dos filhos. A CMC, através de um programa de emergência social, está a apoiar diretamente muitas famílias jovens no pagamento da água, da luz ou da prestação da casa; não é, felizmente, uma situação generalizada, mas é bem maior daquela que nós gostaríamos de ter Já: Há, na atual situação de crise no país, “novos pobres”? Que tipos de pessoas estão nessa situação? MG: Sim, há novos pobres. Há pessoas que, devido ao desemprego ou devido à redução dos seus rendimentos, estão a recorrer aos serviços de apoio social. Muitas vezes, essas pessoas só recorrem aos serviços quando a situação já é muito grave, não sabendo muitas vezes como fazê-lo, pois estão perante uma situação inesperada. Temos tido um número muito significativo destes casos. Estas pessoas procuram apoio social, nomeadamente a nível dos bens alimentares ou do rendimento social de inserção, o qual tem agora regras de atribuição muito apertadas; a nível dos bens alimentares, o recurso às cantinas sociais tem aumentado muito (as cantinas sociais são uma medida de política social recente que traz tantos problemas quanto os que resolve); o pedido de bens alimentares também tem aumentado significativamente. De facto, todos os dias (não é uma vez, mas todos os dias mesmo), temos pessoas a solicitar este tipo de apoios. Um outro sinal de que as coisas não estão bem é o aumento dos pedidos de apoio por famílias monoparentais ou divorciadas; em geral, nestas famílias, os filhos ficaram ao cuidado das mães e há muitos casos em que só as mães contribuem para sustentar a família – essas famílias são muito mais vulneráveis à redução do rendimento e ao desemprego, pelo que estão a recorrer mais aos serviços de apoio social. Já: Qual a distribuição da pobreza no concelho de Condeixa, a pobreza ocorre mais na área rural ou urbana?

26 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012


:: ENTREVISTA MG: A pobreza ocorre mais nas áreas urbana, pois nestas zonas não há um suporte familiar – uma família alargada – que possa auxiliar. Nas zonas rurais, as pessoas recorrem às suas famílias alargadas em situações de emergência, mas nas zonas urbanas as famílias vivem mais isoladas, não há laços de solidariedade, pelo que não têm ninguém a quem recorrer a não ser aos serviços de apoio social. Já: Qual a percentagem de pessoas que são considerados pobres no concelho de Condeixa? MG: A medição da pobreza através de uma simples taxa é pouco elucidativa; é certo que, antes da situação de crise económica que agora vivemos, era possível contabilizar o número de famílias ou de pessoas atingidas pela pobreza, pois muitas dessas pessoas estavam presas a um ciclo de pobreza permanente ou de longa duração, de que raramente saíam. Na situação atual, com o surgimento de novos casos de novas situações de pobreza praticamente todos os dias, não se consegue contabilizar de forma tão clara; ainda assim, posso dizer que só a CMC apoiou, no mês passado, 200 famílias; ora, tendo em conta que os serviços locais da segurança social apoiaram um número igual ou superior a este e que a Santa Casa também apoiou um número muito significativo de pessoas, verificamos que estamos perante um número já muito preocupante, tendo em conta a população do concelho. Já: Quais são as causas destas situações de pobreza no concelho de Condeixa?

Temos mais pessoas a pedir apoio, mas temos menos dinheiro e temos mais trabalho, mas temos de o fazer com o pessoal existente. Já: No apoio social que é dado às famílias e às pessoas, há critérios de atribuição definidos?

MG: Sim, temos critérios definidos; todas as pessoas que recorrem aos serviços da rede social de Condeixa, que inclui instituições particulares e públicas de apoio social, são atendidas segundo regras e procedimentos iguais. A rede social estabeleceu essas regras, ou tais regras foram definidas por lei, as quais são aplicadas em todos os serviços da rede. Quando uma pessoa recorre aos serviços, as técnicas de ação social começam por elaborar um processo específico para essa pessoa, segundo procedimentos estabelecidos, o qual inclui um conjunto padrão de informações – agregado familiar, rendimentos, emprego, habilitações escolares, doenças, entre outros. Qualquer pessoa, desde que reúna as condições exigidas, pode recorrer a um determinado apoio social. As condições exigidas obedecem a três critérios, que têm de orientar sempre a prestação de um serviço público: transparência, igualdade e universalidade. A transparência refere-se à clareza das regras estabelecidas, que todos devem conhecer e controlar; a igualdade refere-se à exigência de um tratamento igual para todas as pessoas que cumpram as condições definidas – se alguém cumpre as condições exigidas para um apoio, então terá acesso a esse apoio.

MG: Há dois tipos; em primeiro lugar, temos aqueles a quem chamamos os “carenciados crónicos” – são pessoas que não têm capacidades ou competências para procurar emprego ou para responder às exigências da oferta de emprego, pois são pessoas com baixa escolaridade, com baixas competências sociais, com uma idade que o mercado de trabalho já não aceita e que têm ainda outras condicionantes pessoais ou familiares que as impedem de ter trabalhar de forma estável. Estas pessoas ou não conseguem arranjar trabalho ou, se o conseguem, não são capazes de o manter e por isso estão cronicamente dependentes de algum tipo de apoio social. Em segundo lugar, temos os novos casos de pobreza; nestes, a pobreza é causada, fundamentalmente, pela perda do emprego, por uma situação de divórcio recente, por uma situação de doença grave.

Já: No concelho de Condeixa, entre as pessoas pobres ou socialmente excluídas, qual é a situação específica dos idosos e das pessoas portadoras de deficiência?

Já: Devido à atual situação de crise económica, houve necessidade de contratar mais pessoas para a área do apoio social?

No que se refere aos idosos, temos um programa que abrange diversas vertentes, nomeadamente na parte da atividade física (exercício físico, aulas de hidroginástica), e na parte das atividades culturais e de lazer, nomeadamente aquelas que permitem combater a solidão. Além destas, temos ainda outros programas de intervenção, nomeadamente a teleassistência e os ateliês ocupacionais; por exemplo, temos ateliês de computadores, de dança e de inglês.

MG: Deveria ser assim…, mas a crise também atingiu as instituições, sobretudo as que são públicas; além disso, há, por opção política, limitações draconianas à contratação de pessoal nas instituições públicas; ainda que a necessidade exista, e é um facto que existe, não é possível contratar pessoal.

MG: No caso das pessoas portadoras de deficiência, há em Condeixa um IPSS (instituição particular de solidariedade social), a APPACDM (associação portuguesa de pais e amigos do cidadão deficiente mental), a quem compete intervir diretamente nas situações detetadas; a função da CMC é ajudar sempre que houver solicitação para tal; a CMC tem também um serviço de teleassistência que, além das pessoas idosas, inclui as pessoas portadoras de deficiência. No âmbito do programa para facilitar as acessibilidades em Condeixa, que estamos a desenvolver, estamos também a pensar nos problemas das pessoas portadoras de deficiência, nomeadamente pessoas com incapacidade ou deficiência motora ou visual. Outros tipos de apoios não fazemos, pois não são da nossa competência.

Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 27


ENTREVISTA :: Já: Uma realidade que se observa em certas zonas do concelho de Condeixa (por exemplo, na estrada para Penela) é a existência de mulheres que se dedicam à prostituição; há dados sobre quem são estas pessoas? MG: A prostituição é uma atividade difícil de analisar; a rede social tem conhecimento de que há certos locais onde se pratica a prostituição, nomeadamente à beira das estradas, toda a gente vê… A intervenção da CMC nesta prática é difícil; já pedimos às autoridades policiais para intervirem, mas isso não resolve o problema; além disso, as pessoas que se dedicam a esta atividade fazem-no em terrenos privados, que estão fora do nosso controlo. Que esta prática é degradante, é; que, sobretudo no caso da prostituição de rua, é uma expressão de pobreza e da exclusão social, também; que é uma situação que não conseguimos debelar, sim. Contudo, esta situação tem de ser enfrentada por diversas instituições e pela própria comunidade; trata-se de uma situação que não se resolve só pela lei ou pela repressão. Além disso, o facto de assistirmos a um aparente aumento desta atividade, envolvendo de resto muitas jovens, cada vez mais jovens, indicia também que o nosso país está de facto a afundar-se a nível social – o aumento da prostituição, sobretudo da prostituição de rua, é uma mau indicador social, é um sinal de que há mais pobreza e mais exclusão.

Já: As pessoas que se dedicam à prostituição de rua que descreveu são portuguesas ou estrangeiras? MG: Segundo dados das forças de segurança, parte são portuguesas, mas também há imigrantes; possivelmente há redes de prostituição envolvidas. Já: Algumas destas pessoas dedicam-se à prostituição devido ao consumo de drogas? MG: É possível que haja alguns casos, mas não tenho informação segura sobre a situação; sabemos contudo que há mais pessoas, a nível do concelho, com problemas de dependência de substâncias.

Já: Qual é a situação das pessoas dependentes de drogas no concelho de Condeixa? Estão a ser acompanhadas? MG: Algumas dessas pessoas recorrem aos apoios sociais, sobretudo aquelas que já estão a ser acompanhadas por técnicos de saúde, por técnicos do instituto da droga e da toxicodependência ou técnicos de ação social; no âmbito dos serviços sociais da CMC o apoio que lhes é dado, tendo em conta a especificidade de cada situação, segue os critérios gerais do apoio social, nomeadamente na saúde e na habitação.

No caso da dependência do álcool, que tem uma incidência muito significativa no concelho, os serviços sociais têm, antes de mais, tentado encaminhar as pessoas identificadas para tratamento, pois em primeiro lugar tem de vir o controlo da dependência, para depois se atuar a nível da reintegração social. Contudo, há muitas reincidências, as pessoas dependentes do álcool resistem muito ao tratamento; como já disse, o nosso objetivo nestes casos é primeiro tratar e depois tentar apoiar a sua reabilitação social. Já: As pessoas dependentes de substâncias do nosso concelho têm algumas caraterísticas que se possam destacar? MG: Em geral, os casos que conhecemos têm algumas caraterísticas definidas, é verdade; algumas são pessoas sós, pessoas que passaram recentemente por um divórcio, pessoas cujas famílias são desestruturadas, outras não têm família…De algum modo estas situações estão associadas à dependência de substâncias, embora o consumo também se inicie devido a experiências lúdicas dos jovens, as quais se tornam depois em dependência devido à incapacidade de alguns jovens para aguentarem a pressão de grupo ou alguns acontecimentos stressantes da sua vida. Já: Um dos problemas associados à pobreza – embora não exclusivo dela – é a violência doméstica e o abandono ou a negligência para com as crianças e os idosos. Que tipos de violência na família têm sido observados no concelho de Condeixa? MG: No concelho de Condeixa, tenho de reconhecê— -lo, identificámos todos esses tipos de violência; a violência doméstica, sobretudo sobre as mulheres, sobre as crianças e sobre os idosos. No que se refere às mulheres, temos algumas mulheres que recorreram aos nossos serviços e que, após análise da sua situação, encaminhámos para instituições de refúgio; neste momento temos 3 mulheres refugiadas em instituições devido à violência dos maridos ou companheiros. Outras apresentaram queixa nas autoridades policiais, mas depois, por pressão da família ou por estarem dependentes dos maridos ou companheiros, retiram a queixa, sobretudo quando não há marcas visíveis de violência física; esta situação acontece porque estas mulheres não têm independência económica, elas dependem do marido ou do companheiro, pelo que acabam por ficar caladas, tentando aguentar a situação. No caso das crianças, identificámos diversos tipos de violência, desde a negligência (a nível da alimentação, higiene e cuidados básicos), à violência física contra a criança (por parte dos pais), à violência sexual (assédio e abuso) e identificámos ainda casos de violência psicológica exercida pelos pais sobre a criança, sobretudo em situações de divórcio (a criança é usada como arma de arremesso pelos mais no âmbito do seu conflito conjugal).

28 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012


Na CPCJ (comissão de proteção de crianças e jovens) de Condeixa acompanhamos neste momento 37 casos de crianças vítimas de algum tipo de violência e arquivámos 51 casos durante este ano; todos os dias nos chegam casos novos à comissão com algum tipo de problema… No caso dos idosos, os nossos serviços identificaram situações de negligência (deixar os idosos sem medicação, higiene ou alimentação) e de violência física. Um outro tipo de violência sobre os idosos é a sua exploração económica por parte dos filhos, que se apropriam das reformas dos pais, sobretudo quando estes não têm, por alguma razão, meios de subsistência. Já: A violência doméstica ocorre mais nas famílias pobres ou ocorre também em outros tipos de famílias? MG: Eu não diria que a violência doméstica ocorre mais em famílias pobres, mas sim que a violência ocorre mais em famílias desestruturadas, às vezes a violência tem a ver com a situação económica, mas outras vezes não. É verdade que a má situação financeira de uma família agrava o stresse e assim a possibilidade da violência, mas também há situações de violência em famílias com boa ou muito boa situação financeira. A violência não é exclusiva das famílias pobres, é um fenómeno presente em todas as classes sociais. Já: Quais são as causas mais comuns das situações de violência doméstica que têm sido identificadas no concelho de Condeixa? MG: Uma explicação para algumas situações de violência doméstica contra a mulher decorre talvez da alteração do estatuto social e profissional da mulher, que se tornou mais independente, mais ativa e mais livre, o que colocou em causa o poder do homem, que tradicionalmente exercia um controlo quase absoluto sobre a vida da mulher; além disso, essa alteração do estatuto social da mulher alterou também o desempenho de papéis no seio da família (a mulher deixou de ser “a fada do lar”), levando a que alguns homens se sintam ameaçados, reagindo através do uso da força para tentar repor o seu controlo. Já: Feito o diagnóstico da situação social do concelho de Condeixa, gostaríamos agora de saber o que tem sido feito para resolver ou pelo menos minorar esta situação, seja a nível nacional, seja a nível local.

MG: A nível nacional, há um conjunto de prestações sociais estabelecidas, através da segurança social, nomeadamente o rendimento social de inserção, que visa apoiar pessoas em situação de grande pobreza, o apoio complementar para idosos, que visa apoiar idosos que vivem abaixo do nível da pobreza, o apoio familiar aos menores e o apoio complementar para pessoas portadoras de deficiência. Existem ainda apoios eventuais, também da segurança social, para aquelas pessoas que não tendo no momento nenhum apoio social necessitam de apoio imediato; um outro apoio deste tipo é o subsídio de desemprego. Como é sabido, recentemente, muitas destas prestações viram o seu valor, o seu âmbito e a sua duração significativamente cortados. Um outro tipo de apoio é o que se baseia na oferta de bens alimentares; há um programa de distribuição de bens alimentares básicos da união europeia e que é dirigido a pessoas com uma situação de pobreza já identificada; existe ainda o programa de ajuda alimentar do Banco Alimentar, que é distribuído, a nível local, pelas Conferências Vicentinas e segundo critérios definidos por essa organização. Por fim, foram agora desenvolvidas as cantinas sociais, que fornecem almoços e jantares; em Condeixa há duas, uma no Centro Social da Ega e outra na Santa Casa.

A nível local, a CMC estabeleceu um programa de emergência no valor de 50.000 euros para este ano; este programa tem várias facetas. Um delas é a ajuda alimentar, angariada junto da comunidade ou adquirida aos supermercados; a Casa de Saúde Rainha Santa Isabel tem também contribuído para este programa, enviando bens alimentares que são distribuídos através da Loja Social de Condeixa. A Loja Social disponibiliza também outros bens (roupas, brinquedos, produtos de higiene, etc.). Uma outra faceta do programa é o apoio financeiro de emergência para o pagamento da água, luz ou prestação da casa e também para pequenas ajudas para a aquisição de certos bens como óculos ou de outros aparelhos no âmbito da saúde; esta ajuda funciona como um complemento ao apoio da segurança social ou como um apoio a situações de emergência que não são cobertas por outros apoios sociais. Uma terceira faceta do programa é o apoio financeiro para a realização de pequenas intervenções em habitações degradadas – comparticipamos em 90% o custo de pequenas reparações ou a aquisição de materiais que melhorem as condições de habitabilidade. Por fim, a última faceta do programa é o apoio às famílias pobres das crianças que frequentam o ensino pré-escolar e o ensino básico, financiando livros, alimentação e transportes. Resumiria os nossos apoios assim: no concelho de Condeixa, ninguém tem de passar fome porque temos apoios suficientes para o evitar (se há alguém a passar fome é porque nós não sabemos); com este programa de emergência social tentamos cobrir as situações de emergência do concelho, desde os mais jovens até aos mais idosos.

Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 29


Já: A nível do país, considera as políticas sociais que estão a ser atualmente seguidas adequadas para resolver o problema da exclusão social? MG: Não, as medidas que estão a ser tomadas atualmente pelo governo não só não atenuam as situações de pobreza e de exclusão social, mas estão já a agravá-las e a aumentar a desigualdade social, o fosso entre os mais ricos e os mais pobres está a crescer. As políticas sociais e económicas que têm vindo a ser desenvolvidas têm aumentado o desemprego e reduzido o salário, levando a que o estado receba cada vez menos contribuições sociais, mas tenha de pagar prestações de apoio social a cada vez mais pessoas.

Já: Há algum aspeto que a Sr.ª Vice-Presidente ainda queira referir para concluir esta entrevista? MG: Bem, eu gostaria de concluir do seguinte modo: gostaria de viver num concelho que não precisasse de ter programas de emergência social, um concelho no qual a pobreza e a exclusão social não existissem; ainda assim, sendo a realidade o que é, estamos preparados para enfrentar as dificuldades existentes com os recursos que temos e com a colaboração de todos os que fazem parte da nossa rede social.

__________________________________________

A entrevista foi realizada pelos alunos do Curso Profissional de Técnico de Apoio Psicossocial José Costa, Nuno Correia, Inês Santos, Jéssica Vaz, e Maria Paredes; a captação de som e imagem foi de Beatriz Cordeiro, Ana Sousa e Tiago Marto. As questões resultaram de um trabalho de grupo realizado nas disciplina de Animação Sociocultural e de Comunidade e Integração Social, no âmbito do estudo das técnicas de investigação (entrevista) e de realização de um diagnóstico social. Este trabalho foi realizado por todos os alunos da turma, divididos em quatro grupos, que correspondem aos quatro momentos temáticos da entrevista realizada. O JÁ agradece a disponibilidade manifestada pela Dr.ª Margarida Guedes.

30 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012


:: OPINIÃO

A juventude

ção de meritocracia, tão cara a qualquer estado democrá ‐

e a mobilidade social em Portugal

pelo inves mento, estudo, dedicação e qualificação, a que

Fernando Moreira

se votaram os jovens e os seus familiares durante muitos

Há já alguns meses que os meios de comunicação social,

anos. Em termos sociológicos, estaríamos perante um fenó‐

dando voz a diversos especialistas e analistas polí cos, vêm

meno de mobilidade social de valor nega vo, em si mesmo

guiando a opinião pública para a inevitabilidade da pobreza

suficientemente grave para desmoralizar e comprometer o

que nos espera e para a natural consequência da juventude

futuro dos portugueses e de Portugal. Segundo Friedman

ir ter um futuro bem menos afortunado do que o dos seus

(2012), as sociedades onde não há melhoria das condições

pais. Condição fundamental para que uma previsão social se

de vida, onde há poucas oportunidades para a mobilidade

concre ze é a de que os seus sujeitos e agentes acreditem

social, ficarão desprovidas de incen vos para as pessoas se

na veracidade do oráculo e na irreversível necessidade de o

dedicarem. Os países que criam as oportunidades para que

tornar realidade. Segundo o barómetro mensal da Aximage

todos os cidadãos triunfem, maximizarão os talentos da sua

para

Manhã

população, enquanto os países que falhem nesta tarefa fica‐

(www.jornaldenegocios.pt), “mais de dois terços dos jovens

rão irremediavelmente para trás, apoiados nos talentos de

portugueses acham que vão ter um nível de vida pior do que

uns poucos privilegiados. Embora o conceito de mobilidade

os seus pais”. Quando ques onados sobre o seu futuro,

social não possa ser tratado linearmente e reduzido a uma

comparado com o nível de vida dos seus pais, “68,7% dos

vertente meramente financeira, parece irrecusável reconhe‐

jovens inquiridos no Barómetro considera que será pior”.

cer que os rendimentos, assim como os cargos e as funções

Está pois em marcha o processo de interiorização da auten‐

desempenhadas, são parte cons tu va da noção de mobili‐

cidade do futuro condenado e da sua pacífica aceitação,

dade social. Condenar, por antecipação, os mais jovens a

jus ficado e fundado no saber técnico de quem prevê – seja

uma descida nos níveis de rendimento e de qualificação

ministro ou economista – seja esse saber alicerçado noutra

laboral, compa veis com os méritos e competências adqui‐

coisa qualquer, como ocorre nas opiniões da doutora Isabel

ridas, é sentenciar todo o sistema educa vo que as propor‐

Jonet, cuja presciência a levou a afirmar “esta é a primeira

cionou e toda a devoção que os jovens lhe dedicaram.

o

Negócios

e

o

Correio

da

co e liberal. Essa ocorrência traduziria um total desprezo

geração onde se tem a certeza de que os filhos vão viver pior do que os pais, o que gera desconforto e um sen men‐ to de falhanço pessoal” (Semanário Expresso 01/12/2012). Repare‐se como a previsão transita, nas palavras da presi‐ dente da Federação dos Bancos Alimentares, do reino de uma eventualidade, que seria de evitar e combater a todo o custo, para o da certeza contra a qual nada resta senão acei‐ tar. Contentem‐se os pais e os jovens portugueses com o desconforto e o sen mento de falhanço pessoal, pois de nada serve recusar esta certeza afirmada por tais sumida‐ des. Mas, reflitamos sobre o significado de tal realidade tão doutamente considerada como certa. Se os jovens portu‐ gueses vierem a viver pior do que os seus pais, isso seria, acima de tudo, a pior das derrotas que poderia ser infligida a Portugal, aos interesses dos portugueses e à própria no‐

Friedman, Howard Steven, The Measure of a Nation: How to Regain America's Competitive Edge and Boost Our Global Standing, Prometheus Books, 2012.

Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 31


Na Biblioteca acontece… :: OH!OH!OH!

BIBLIOTECA ESCOLAR

Festas Felizes e um excelente ano de 2013!!!! Saudações livrescas …

-O quê? Já passou o primeiro período letivo?? Tão depressa?? Que bom é ter esta sensação de olhar para trás e esboçar um sorriso ao recordar todos os momentos especiais que passámos em tão boa companhia… a VOSSA. Obrigada pelo vosso envolvimento, a vossa simpatia, o carinho e vontade de partilhar e ajudar… É tempo de fazer um breve balanço sobre o muito que já construímos em conjunto. Ora vejamos…

Ob

o, ad eg ri s b

ua s t es… a l s pe fra s la

Aconteceu nas nossas Bibliotecas Escolares… Tudo começou no dia 14 de setembro, quando as crianças e jovens do nosso Agrupamento, vieram conhecer/reencontrar os seus colegas, professores e a escola. Assim, como uma forma de lhes dar as boas vindas, as professoras bibliotecárias es veram nas Bibliotecas Escolares das EB nº1, EB nº2 e EB nº3 para os receber e mostrar o local mágico onde são sempre bem recebidos, mo vando‐os para a plena u lização do mesmo e para a importância de serem BONS LEITORES. Os alunos de 5º ano res‐ ponderam, prontamente, ao desafio lançado… preencher a frase na página em branco do mini livrinho que lhes foi dado. E surgiram frases tão poé cas! O di cil foi escolher estas três, que vos damos agora a conhecer. Prontos? As frases vencedoras do desafio foram as seguintes:

1º lugar: “Um livro é um pássaro a voar no nosso coração.” - Beatriz Figueiredo, 5º D 2º lugar: “Com o livro, posso sonhar e conhecer o universo sem sair do lugar.”- Leonor Pereira, 5º B 3º lugar: “Dentro de um livro, está um mundo colorido.” - Anónimo À imagem do que se tem verificado nos úl ‐ do 3º ao 12º ano fazem agora um excelente Dia do Professor, tendo os nossos alunos mos anos, assinalámos, mais uma vez, o Mês trabalho, dando uma lição diária de civismo, das Bibliotecas Escolares, outubro. Nas várias capacidade de trabalho, responsabilidade e escolas com BE, os alunos dos vários níveis e espírito de entreajuda. São magníficos, torna‐ ciclos de ensino foram "acolhidos" na Biblio‐ ram a equipa e o serviço a prestar pela BE teca e receberam, gradualmente, formação melhores. Parabéns e muito obrigada a todos no âmbito de u lizadores, tendo a oportuni‐ vós!! Muito obrigada, igualmente, a todos os dade de conhecer melhor as a vidades, nor‐ alunos que, mesmo não sendo monitores, mas de funcionamento, zonas funcionais e nos ajudam tanto. organização da documentação (CDU). Ainda Como não podia deixar de ser e porque desejado um Bom dia, professor(a)!, entre‐ nesse mês se procedeu, nas quatro BE do as datas importantes não podem cair no es‐ gando flores de papel frases, ambas elabora‐ Agrupamento, às candidaturas e seleção dos quecimento, celebrámos com filmes, decora‐ das por eles. Para que possam vislumbrar um Monitores da Biblioteca Escolar, para as várias ção do espaço, com os trabalhos dos nossos pouco da qualidade das frases produzidas, secções de apoio aos u lizadores, ou seja, alunos feitos nas BE ou nas respe vas turmas, deixamos‐vos com escrita pelo Tiago Pereira, informá ca, leitura, receção/áudio e vídeo e exposição de documentos, produção textual do 7º G; “Se não fossem os Srs. Professores, o jornalismo. Os candidatos foram muitos, mas várias efemérides.

mundo não girava com conhecimento, só

mesmo muitos, mas, para nossa grande pena, No dia 1 de outubro, celebrámos o Dia girava por girar. Professor, cada via é uma via não podíamos aceitar todos. Esperamos pelas Internacional da Música, na BE da EB nº2, para o conhecimento, graças a si. Obrigado!” vossas novas candidaturas, no próximo ano com música, filmes e obras sobre a temá ca le vo. Atualmente e após formação, alunos e nos dias 4 e7 de outubro, comemorámos o 32 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012


:: Na Biblioteca acontece... “Chega Dezembro, gélido e belo, ansioso e

No final de outubro preparámos tudo para

desperto. Uma inexplicável magia aflora ao

lembrarmos duas tradições, a portuguesa,

ar leve e frio, que treme, uma antecipação

Dia de Todos os Santos, e a anglófona

nostálgica de um novo Natal que se abeira

Halloween. As BE ficaram assustadora‐

no tempo. Logo a mim se une essa nostal‐

mente atra vas e interessantes, com todas

gia, que tantas memórias queridas carrega

as surpresas que a equipa da BE preparou

no seu âmago suave. Anseio por ver as ruas,

para vós. Assustaram‐se???

as casas, as árvores ganharem nova vida

Agora, chegou a época natalícia e, a par

por entre mil cores luzindo. Anseio evocar a neve pura e branca, que tudo cobre num

com o brilho, as decorações, resplandece

abraço apaixonado e gélido. Anseio pelas

mais intensamente a solidariedade, a von‐

tradicionais melodias natalícias, pela deco‐

tade de par lhar e de ajudar o próximo. O

ração exuberante de cores e brilho, pela

professor António Galvão e a Profª Isabel

felicidade no simples ato de erguer uma

Gabriel ofereceram um brinquedo maravi‐

árvore de natal ou montar um presépio

lhoso para contar histórias aos mais pe‐

minuciosamente. Anseio pelo momento em

queninos (vide foto). Os nossos monitores

que surgem os primeiros embrulhos misteri‐

e alunos, fizeram trabalhos de artes plás ‐

osos, o reunir das pessoas que amamos, o

cas, desenhos, escreveram frases e cartas

calor do fogo que arde tranquilo na lareira,

ao Pai Natal, decoraram as BE, fizeram

as velas acesas na noite mágica, os doces

poemas, viram filmes e requisitaram livros

aromas dos bolos e das comidas tradicio‐

sobre a temá ca. Ouviram o nosso apelo

nais da época, os sinos que tocam como os

lançado na Campanha de doação “No Na‐

anjos que cantam, o simbolismo do nasci‐

tal, ofereça um livro à Biblioteca Escolar”.

mento que deu nome a esta época, histórias

Obrigado!

que dá prazer contar. Anseio por sen r essa

No dia 27 de novembro, demos início à

magia única e o amor que enche o ar de um

inicia va “30 dias, 30 livros”, projeto con‐

lar unido, a paz e o aconchego dos laços

junto das bibliotecas concelhias de Condei‐

afe vos.

xa (BM e BE). Assim, ao longo do ano, as

Eis o Natal, em todo o seu esplendor. Se

BE do Agrupamento e a Biblioteca Munici‐

acredito no Pai Natal? Acreditava, na minha

pal irão assegurar um serviço de Biblioteca

ingenuidade de criança. Não passa de um

generalizado também aos Jardins de Infân‐

símbolo que anima os mais pequenos, que

cia e escolas de 1º Ciclo, que distam da

esconde a verdadeira magia do Natal, mais

sede de concelho. É tão recompensador

an ga, mais viva, mais verdadeira.

sen r a alegria de todos quando nos veem,

E que neste Natal, possamos oferecer um

a nós e, obviamente, aos tesouros que

gesto de carinho a quem não tem nem um

levamos, os livros!

olhar de atenção. “

Belleine (Quem será esta jovem escritora da ESFN??)

Acontece nas nossas Bibliotecas Escolares…

Concurso de pesquisa e leitura “Quem é Quem”, que, nos meses de novembro e Concurso de Leitura “Ouvir Ler? Que dezembro, versou sobre as escritoras Luísa Ducla Soares (1º CEB) e Mª Teresa Maia Gon‐ prazer!”, promovido, em colaboração com a Biblioteca Municipal, visa promover o zalez (2º e 3º CEB). desenvolvimento das competências da leitura, em voz alta, dos alunos de 3º ao 9º TOP LEITOR – que se des na a reco‐ ano, deste Agrupamento. As inscrições nhecer os melhores leitores dos vários ciclos encontram‐se a decorrer e a 1ª eliminató‐ de ensino, nos três períodos le vos. ria será em janeiro.

Campanha “No Natal, ofereça um livro à Biblioteca Escolar” – des nada à comunida‐ de educa va e famílias dos nossos alunos, pretendendo‐se com a mesma apetrechar melhor as Bibliotecas Escolares do Agrupa‐ mento, com livros, CD, DVD e jogos interes‐ santes, educa vos e em bom estado, pois as nossas crianças e jovens também agrade‐ cem. E, como o Natal é sempre que o Homem quiser, esta campanha de doação é estendida a todo o ano le vo, pelo que aguardamos e agradecemos as vossas doações.

O que acontecerá no próximo ano nas nossas Bibliotecas Escolares??? Surpresas e mais surpresas que já temos preparadas para todos vós!!! Até lá… Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 33


Escrita cria va:: A propósito da Odisseia de Homero, adaptação de João de Barros, os alunos do curso de Eletricista de Instalações (Tipo 2) imaginaram algumas conversas entre Ulisses e Calipso.

Conversas possíveis Calipso – Ulisses, se tu casares comigo, eu torno-te imortal e ficarás para sempre jovem. Ulisses – Eu caso contigo, Calipso. Mas como é que consegues viver numa ilha deserta como esta? Eu não me vou conseguir habituar a esta ilha. Calipso – Eu já moro aqui há muitos anos e depois esta ilha não está deserta, tem muitos pássaros que cantam e fazem-me muita companhia. Nélio Fernandes

Ele – Calipso, Por que não me deixas ir embora? Ela – Porque gosto muito de ti e quero casar contigo, meu querido Ulisses. Ele – Mas tu sabes que eu tenho esposa, filho e um povo que amo para governar. Ela – Não quero saber, Ulisses. Se não és meu, não vais ser de mais ninguém! Matheus Costa

Ulisses tinha ido dar um passeio e entretanto chegou a casa: Ulisses – Hum! Cheira bem lá fora, o que estás fazendo? Calipso – Uma caldeirada de lulas. Já está quase pronta. Vai pôr a mesa enquanto eu acabo isto… Ulisses – Com certeza, minha deusa. Depois de comerem: Ulisses – Que rico almoço! Calipso – Ainda bem que gostaste! Agora tens aqui a sobremesa (uma taça de frutas tropicais). Enquanto Ulisses saboreava a sua fruta, disse para Calipso: Tenho saudades de casa… Pedro Xavier Pereira

História Antiga Era uma vez, lá na Judeia, um rei. Feio bicho, de resto: Uma cara de burro sem cabresto E duas grandes tranças. A gente olhava, reparava, e via Que naquela figura não havia Olhos de quem gosta de crianças. E, na verdade, assim acontecia. Porque um dia, O malvado, Só por ter o poder de quem é rei Por não ter coração, Sem mais nem menos, Mandou matar quantos eram pequenos Nas cidades e aldeias da Nação. Mas, Por acaso ou milagre, aconteceu Que, num burrinho pela areia fora, Fugiu Daquelas mãos de sangue um pequenito Que o vivo sol da vida acarinhou; E bastou Esse palmo de sonho Para encher este mundo de alegria; Para crescer, ser Deus; E meter no inferno o tal das tranças, Só porque ele não gostava de crianças. Miguel Torga Coimbra, 12/10/1937

34 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012


:: Escrita cria va Para um amigo tenho sempre um relógio esquecido em qualquer fundo de algibeira. Mas esse relógio não marca o tempo inútil. São restos de tabaco e de ternura rápida. É um arco-íris de sombra, quente e trémulo. É um copo de vinho com o meu sangue e o sol. António Ramos Rosa, in viagem através de uma nebulosa(ática, 1960) in antologia poética (d. quixote, 2001)

O Perdão O perdão está na nossa mão. Anda, estende o braço, Temos que seguir o coração Não podemos ficar com a desilusão.

Solidariedade

Este meu amigo está triste Mas ele tinha de pensar Será que o vou magoar?

Se na vida queremos crescer, temos a todos que dar as mãos, ver o que está a acontecer, afinal somos todos irmãos.

O que devemos fazer é perdoar. Neste momento vivemos Na dúvida. Devemos perdoar Ou viver na amargura? Sem o perdão Não existe Amor nem paixão. Temos que aprender a perdoar! Beatriz Simões Rodrigo Ferreira 6c

Temos de superar as nossas diferenças, superar as nossas dificuldades, temos dos outros cuidar, e repartir responsabilidades. A solidariedade é aquela que nos vai ajudar, para nós conseguirmos nossas dores suportar.

Solidariedade é A palavra-chave da vida. É amar alguém que precisa De ajuda. Solidariedade é Uma ponte que pode ruir. Se alguém não ajudar, Ela vai cair. E sem os outros Ninguém conseguia viver, Porque para viver na solidão Mais valia morrer. Solidariedade é Um ou dois amigos a dar a mão, Mas se um não ajudar o outro Este pobre fica na solidão. Cedrico Louro 6ºC

Vamos ajudar o próximo, neste mundo de egoísmo, vamos dividir com o outro, esquecer o consumismo. Agora não te esqueças de com todos partilhar pois se o fizeres tu vais brilhar.

Solidariedade

Ser poeta

Bárbara 6ºC

As palavras são A alma do poeta que existe Livre de sonhar e gritar, Amar em liberdade Num paraíso… Um paraíso tão profundo e sereno, Sem barreiras… Sem medos ou crueldade, Um mundo novo! António Fróis, 12º A

Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 35


DIVERSÕES:: Encontra, no quadro B, as palavras do quadro A, correspondentes aos nomes de deuses ou de personagens da Odisseia, de Homero. Quadro A

Quadro B

mensageiro dos deuses deus do vinho deus dos deuses deus dos mares morada dos deuses

A propósito de eletricida‐ de…

barqueiro do mundo dos mortos cão que guarda a entrada do mundo dos mortos deus do sol herói da guerra de Troia esposa de Ulisses esposa de Menelau deus da guerra deus do tempo ninfa da ilha de Ogígia Os alunos do curso de Eletricista de Instalações (9.º EI)

Propostas de ocupação do tempo livre na interrupção letiva do Natal pelo Departamento da Ed. Especial Leiam

‐ Ó mãe, ó mãe! A avó é eletricista? ‐ Não, filho... Porquê? ‐ Porque como ela está ali a mexer no quadro elétrico tão rápido... O eletricista entra na sala do hospi‐ tal onde estão os doentes ligados aos ven ladores e diz: ‐ Eh, pessoal! Vamos lá a dar uma respiradela bem funda que eu pre‐ ciso de cortar a luz por cinco minu‐ tos!

“O Estranho Caso do Cão Morto” de Mark Haddon: Referido pelo The Times como «um dos melhores Vejam “I am Sam – a força do amor”, um belíssi‐

livros de 2003», O Estranho Caso do Cão Morto é

mo filme:

muito diver do. Conta a história de Christopher

Sam Dawson (Sean Penn) é um homem com

Boone, um miúdo au sta, com apenas 15 anos

deficiência mental que cria a sua filha Lucy

que vive enredado no seu próprio mundo, longe

(Dakota Fanning) com a ajuda de um extraordi‐ nário grupo de amigos. Quando Lucy faz sete anos, ultrapassa intelec‐ tualmente o pai; nessa altura, a relação privile‐

de tudo e de todos. Possui uma memória foto‐ gráfica e é um aluno excelente a matemá ca e a ciências, mas detesta o amarelo e o castanho e

giada entre os dois é ameaçada por uma assis‐

não suporta que alguém lhe toque. Absorvido

tente social que coloca Lucy ao cuidado de um

pela sua doença, Christopher desperta um dia,

orfanato.

quando encontra o cão da sua vizinha morto, no

Enfrentando o que parece um problema imba‐

meio do jardim, com uma forquilha atravessada.

vel, Sam jura lutar contra o sistema legal e

A par r daqui nunca mais será o mesmo pois só

mo ator. Juntos, lutam para convencer o siste‐ ma que Sam merece a sua filha de

advogada que aceita o caso gratuitamente em

volta e, durante o processo, formam‐ descansará quando descobrir quem cometeu tão se, entre eles, laços que são um tes‐ atroz crime. Uma obra de humor irónico, que irá temunho único do poder do amor

resposta a um desafio dos seus colegas.

em breve ser adaptada ao cinema, pois os direi‐ incondicional.

tos para filme foram já adquiridos pelos produto‐

res de Harry Po er, contando com Brad Pi co‐

forma uma inesperada aliança com Rita Harri‐ son (Michelle Pfeiffer), uma poderosa e egoísta

36 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012


:: DIVERSÕES Um Aluno Muito solidArio...

Da Biblioteca Escolar

-

SUGESTÕES DE LEITURA

O Natal está a chegar, está frio lá fora e a temperatura é ideal para ler um “aconchegante” livro… Que tal??

Sumário: Teste MAT

Criado no site h p://www.pixton.com/pt/ Pela Profª Ana Rita Amorim

ANEDOTA Vão quatro engenheiros no carro, quando este avaria. Cada engenheiro dá sua sugestão. Engenheiro mecânico: A caixa de velocidades deve ter avariado. Engenheiro químico: Não concordo. O problema está na composição do combus‐ vel. Engenheiro eletrotécnico: Nada disso! É a bateria que está descarregada. Engenheiro informá co: E se nós saíssemos e entrás‐ semos novamente?

1- Desporto pelo qual ficou conhecido o nome “Eusébio”

Escreve nos quadrados as respostas obtidas. No fim, verifica a mensagem …

2- Uma das propriedades da adição de números inteiros 3- Cidade onde nasceu D. Afonso Henriques 4- O que representa a fórmula química

1

H 2O

5- Rocha mais abundante no norte de Portugal

3

6- Uma das ilhas do arquipélago dos Açores 7- Como se designa um conjunto de estrelas ligadas por linhas imaginárias 8- Que nome se dá aos seres vivos constituídos apenas por uma célula 9- Operação inversa da divisão 10- Povo que criou a escrita hieroglífica 11- Distrito que começa pela letra A e termina na letra O 12- Designação da religião em que se acredita em vários deuses

6 7

4 5 8

9 10

2

11 12

☺ ☺

(Atividade elaborada em MAC – 7º G) Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 37


Crónica::

A força das palavras Galeria Nacional, Oslo, Noruega

Edvard Munch O Grito 1893. Óleo e Pastel sobre cartão

Ana Paula Amaro

Exatamente iguais: Apenas diferentes Sem braços. Sem pernas. Sem problemas. Muita gente Por tudo isto, e conhece o lema de vida de Nick Vujicic e os seus inspira‐ muito mais que dores vídeos disponíveis na internet. Nick, nascido sem fica por dizer, braços nem pernas, apenas com “uma asinha de frango” indigna‐me

a

como pé, como ele próprio ironicamente refere, não se falta de solidari‐

deixou vencer pela adversidade. Pesca, surfa, nada, anda edade para com os outros, especialmente para com as pes‐ de barco, joga futebol e é autossuficiente. Ele é a prova soas que não veram a sorte de nascer com capacidades viva de que o ser humano é muito mais do que a soma das

sicas ou mentais, iguais às dos demais. Insultos como “És

suas partes. Ter uma, ou várias deficiências, é diferente de um deficiente!” deverão ser considerados apenas insultos ser‐se deficiente. Existe um abismo entre estes dois ver‐

para quem os pronuncia. Quem opta pelo uso indevido

bos: um exprime a condição presente enquanto o outro destas palavras é realmente deficiente pois falta‐lhes algu‐ define a essência. Tem‐se o que a natureza ou a herança ma parte invisível na formação do seu carácter. São porta‐ gené ca nos legou. É‐se tudo aquilo que conseguimos ser, dores de uma deficiência muito mais profunda e aterrado‐ usando a nossa força interior e aquela vas dão que abran‐

ra: Chama‐se síndroma de ASNO: Ausência de Sensibilidade

ge o conceito de autossuperação. Obviamente não somos Notória. Por vezes, este síndroma vem acompanhado de tudo aquilo que sonhámos ser. A vida não é uma linha um outro ainda pior: o síndroma de IDIOTA – Imunodefici‐ reta sem imperfeições; antes um quadro abstrato, pleno ência de Ignorância Obtusa e Tolice Adquirida. Para essas de figuras geométricas. No caso dos o mistas pode ser pessoas fica a minha expressão de pesar: ainda não se in‐ um quadro de Kandinsky; no caso dos pessimistas um gri‐

ventou uma cadeira de rodas para o preconceito ou um

to de Munch.

programa de computador para a incultura.

Ninguém deseja ter uma deficiência para se exibir como Todavia, como educadora tento fazer a minha parte nesta ser extraordinário. Contudo, a escolha de como enfrentar missão de todos nós. Demonstrar que, de facto, somos os problemas, define‐nos como pessoas. Tenho a sorte de ter amigos chegados que são portado‐ res de deficiência e sinto um orgulho desmedido em tê‐

“Todos diferentes, todos iguais”, ou como os meus alunos do 9º ano aprenderam somos “Exatamente iguais: apenas diferentes”.

los no meu círculo dos afetos. Seja a minha amiga Lurdes

E nessa diferença reside a nossa riqueza. Sem preconceito.

Breda, escritora inspirada de mão cheia, com livros no

Sem ignorância. Sem problemas.

Plano Nacional de Leitura e na Feira de Bolonha, presen‐

Casais do Campo

ça recente em vários eventos em Moçambique ou pré‐

21 de novembro 2012

mios literários no Brasil. Seja a minha amiga Rita, cuja alegria de viver ultrapassa largamente a sua paralisia ce‐ rebral. Aprendi com elas que não há limites para a pala‐ vra possível e que a expressão “ Não consigo” ocupa um espaço muito reduzido no seu quo diano.

38 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012

Kandinsky Composition VIII, 1923 Oil on canvas Guggenheim Museum New York, EUA


:: Brevemente numa escola perto de si

Papel por alimentos Tendo como obje vo o desenvolvi‐

papel!” “Faça o seu

mento da consciência ecológica, a EBNº1 de Condeixa vem implemen‐ tando o projeto “Uma Escola Azul

entregue ‐nos pap el usado q ue algué m o transfo rmará em alim entos!

num Planeta Verde”. Neste âmbito, surgiu a oportunida‐ de de aliar a reciclagem de papel, vertente importante de uma con‐ duta ecologicamente responsável, à luta contra a fome. Sabemos que o nosso é apenas um pequeno contributo, mas, se todos contribuírem, faremos da solidarie‐ dade uma força.

P

12

A

11 10 9 8 7

O

C

G

6

U N

E M N S

U I T

G L C E

O V Í T E L

L E P I L A

I I C P

T R I L

U L Ç Ã

E

I

S

T

A

O O I A

O

S C R

A E

Ç

Ã

C

A

R

G

5

Á

4

G

3

G

I A U

O N

R

C

1

F

U

C

2 T

E

O B

O

P

O

N

O

A

R

I

T O

C

A

E

R

O

N

T

E

L S

M O

R Ã U T

E A

A

E

N

S

E

O

L

P M L

S T

I

V

L

E

C R

C

U

A R

L I

I

E

U

S

P

E S

O

O

H O

R

E

B

P Z

P S

O

A

SOLUÇÕES:

O E

O

A

E

S

D

A

S

N

I

S

E

L

O

O

A M

P

I

☺ I

U

M

N

S

☺ R

I

L

U

O

Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 39

A Quadro B

B

A

C

O

R

E

C


ÚLTIMA Isabel Jonet, responsável pelo Banco Alimentar, em entrevista ao Jornal I, diz preferir o valor da caridade, um gesto individual de dádiva e de amor, ao valor da redistribuição social da riqueza por parte do estado, que é o que se designa por solidariedade social, um gesto “frio” de política social redistributiva. Quer isto dizer que, para Isabel Jonet, o combate ao problema da pobreza deve ser feito mais pela assistência caritativa aos pobres e aos excluídos do que pela atividade de ação social do estado, a qual pressupõe a ideia de que há direitos sociais que o estado tem a obrigação de proteger através de uma intervenção de redistribuição da riqueza. Está tudo muito claro. Isabel Jonet parece defender que o estado não tem o dever de fazer cumprir os direitos sociais, de modo a garantir um mínimo de justiça e de dignidade a qualquer ser humano. No fundo, tais direitos não existem ou, como ela diz, são simples “direitos adquiridos” e como tal revogáveis, nomeadamente em situações de crise económica como a que vivemos agora. Os direitos sociais não são direitos humanos. Aos pobres só lhes resta esperar pelo amor caridoso que, como todos sabemos, os mais ricos têm por eles; é certamente por isso que o número de pobres está sempre a aumentar; quanto maior for o seu número, maior será a oportunidade de os ricos mostrarem o seu imenso amor pela pobreza. Acreditem, é verdade. 40 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.