No ponto

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Menu Sugestão do Chef

Editorial ................................................. 02

O sensível universo da gastronomia ... 03

Prato Principal

Entrevista: Clodomiro Tavares ............ 04

Enfim, vivam as sutilezas .................... 05

Cardápio

Seleção de restaurantes ......................... 06

A economia dos sabores ........................ 08

Em Cena

Cinema e TV ........................................... 09

Quem tem boca, vai a Roma ............. 10 Sozinho na cozinha ............................ 11 A marmita fina de cada dia .......... 11

Mestre-Cuca

Receita e Serviço .................................. 12

Sugestão do

Chef

A

curiosidade pelo novo é uma característica intrínseca ao ser humano. Assim, consumir notícias acerca de fatos que acontecem a sua volta e no mundo torna-se um comportamento corriqueiro e faz com que a necessidade de conhecimento se estenda para novos temas ou temas já presentes em seu cotidiano. Por essa razão, acreditamos ser a gastronomia um tema que atende essas novas necessidades de contato, convidando você, caro leitor, a adentrar a cozinha com um novo olhar. Mas não um olhar qualquer, e sim aquele olharzinho de expert, ou seja, no ponto. No mundo da gastronomia, a expressão “no ponto” pode adquirir vários significados, sendo um deles o estágio final e harmonioso do preparo de um prato. Tendo em vista o processo de produção deste suplemento e todos os detalhes aos quais nos atentamos para que pudéssemos proporcionar a você, leitor, não apenas conhecimento sobre receitas, mas também contar a relação histórico-cultural delas, julgamos mais que pertinente a expressão “no ponto” para resumir esse cuidadoso trabalho. Na seção Prato Principal, você irá encontrar uma entrevista com Clodomiro Tavares, que fala um pouco a respeito de sua carreira como chef de um dos mais renomados resorts do Brasil, o Catussaba. Em Cena você vai conhecer alguns longas que têm envolvida em sua trama a gastronomia e, para ajudá-lo a selecionar um bom restaurante na cidade de Bauru – foco da publicação –, preparamos a seção Cardápio, na qual você encontrará ótimas opções de restaurantes e docerias com culinárias de diferentes culturas. Agora, esperamos que você aproveite e faça uma boa leitura, desbravando o curioso e delicioso universo da gastronomia presente no ponto para você. Bom apetite, Equipe no

Expediente Reitor Julio Cezar Durigan Diretor da FAAC Roberto Deganutti Chefe do Departamento de Comunicação Social Angelo Sottovia Aranha Coordenador do Curso de Jornalismo Juarez Tadeu de Paula Xavier Professores Orientadores Angelo Sottovia Aranha Tássia Zanini Endereço Departamento de Comunicação Social Av. Eng. Luiz Edmundo Carrijo Coube, 14-01 Vargem Limpa, Bauru/SP

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ponto •

Telefone (14) 3103 6000 Ramal 6066 Suplemento produzido pelas alunas do 4º termo do Curso de Comunicação Social - Jornalismo do período diurno da UNESP. Equipe no ponto • Gabriela Passy Isis Rangel Jéssica Fonseca Jéssica Santos Maria Eduarda Amorim Maria Tebet Mariana Tavares Mayara Abreu Vanessa Souza

Capa: Lombo assado ao molho madeira Foto: Jéssica Fonseca Arte: Maria Tebet


O sensível universo da gastronomia Sidonie Gabrielle Colette, escritora francesa, dizia que “Se não sois capaz de um pouco de feitiçaria, não vale a pena meter-vos a cozinheiro” Jéssica Fonseca

U

m dos prazeres dos homens se encontra na boa comida. Como é bom estar acompanhado de pessoas queridas numa mesa com uma variedade de pratos apetitosos ou, até mesmo, daquele prato único feito pela mamma. Comer bem não é apenas uma necessidade fisiológica, mas também uma espécie de ritual, um culto que envolve as pessoas e as coloca diante de todos os sentidos: o tato (ao preparar uma massa de pão); a audição (ao escutar aquele barulhinho de bife na frigideira); a visão (ao contemplar a decoração de um bolo); o olfato (ao sentir aquele cheirinho de frango assado com batatas). E, por fim, talvez o ápice dos sentidos já na mesa, o paladar (ao degustar aquele pedaço de torta de morango). Dá até água na boca só de imaginar, mas a comida tem esse efeito mesmo. Ela mexe com as nossas sensações e, por isso, podemos considerála um rito, qualquer coisa de transcendental. Ela é oriunda das insígnias temporais, da cultura de um povo, dos produtos de uma região. Ela é um todo de cada um pouco, que se mistura e se reinventa. Talvez seja nessa busca mística de aflorar as sensações que, cada vez mais, as pessoas estejam se interessando pela gastronomia, cuja definição gastro, do grego antigo, quer dizer estômago e nomia, conhecimento. A Gastronomia é a arte que engloba a culinária, na preparação dos alimentos e das bebidas que os acompanham. Semelhantemente a uma obra de arte que é contemplada nos museus e galerias, as receitas tendem a ser degustadas nas mesas dos restaurantes e confeitarias. Não basta comer, é preciso saber apreciar. Para o grande gastrônomo do século XVIII, Jean-

Anthelme Brillat-Savarin, “os fes franceses foram determianimais pastam, os homem nantes para que o país se descomem, mas apenas o ho- tacasse por sua gastronomia, mem de espírito sabe comer”. não apenas na preparação dos Não é à toa que a gastrono- pratos, mas também em sua mia encantou e encanta quem crítica. É o caso do cozinheiquer que seja. Mas, de acordo ro Grimod de la Reynière que, com o professor de gastrono- em seu jornal Almanach des mia da Universidade do Sa- gourmands, foi o pioneiro na grado Coração (USC) de Bau- inserção da crítica gastronôru, Raul Uribe, vale lembrar mica como gênero jornalístico. que há uma diferença entre Apesar do destaque franos termos culinária e gastro- cês na culinária mundial, nomia. Para ele, a culinária se culinárias de outros cantos restringe apenas à preparação do mundo também contribuídos alimentos, enquanto a ram muito com suas técnicas gastronomia é uma de preparação e seus ciência que estutemperos. É o da não só o precaso das tradiparo do ponto cionalíssimas de vista da cozinhas itaculinária, liana, asiámas tamtica, árabe, bém pelo mexicana ponto de e, atualvista ecomente, nômico, a espasocioculnhola. A tural, hisgastronotórico e mia ibéfolclórico. rica goza De qualde um recoquer modo, nhecimento ninguém duviinternacional da que culinária de grande destae gastronomia estão que, seja pela coziCatarina de Médici intrincadas numa renha de alta qualidalação em que uma não é nada de, seja pela sua criatividade sem a outra. A história dessa que revoluciona os padrões ciência, portanto, se dá desde da buona tavola. É o caso os primórdios da humanidade. do restaurante Bulli, do esMas sua ascensão ao patamar panhol Ferrán Adriá, que foi de arte ocorreu mais especi- eleito por mais de cinco vezes ficamente na França, quando como o melhor restaurante o rei Henrique II (1519-1559) do mundo pela prestigiosa rese casou com a princesa italia- vista Restaurant Magazine. E na Catarina de Médici (1519- quem não fica muito atrás é 1589). Considerada a “rainha o chefe e D.J. brasileiro, Alex das panelas” ou “madrinha Atala. Só neste ano, o seu resda gastronomia francesa”, Ca- taurante, D.O.M, que fica na tarina ensinou aos franceses capital paulista, foi considecomo introduzir em sua culi- rado o quarto melhor restaunária iguarias desconhecidas rante do mundo e o primeiro no país e técnicas de preparo de toda a América Latina, de dos alimentos, além do manu- acordo com a lista “World’s seio dos talheres e louças. Daí 50 Best Restaurants” de 2012. em diante os esforços dos cheIsso mostra o quanto os

homens estão hábeis na cozinha, não somente as dos grandes restaurantes e hotéis, mas, inevitavelmente, a singela cozinha do lar. Embora, hoje não seja possível dissociar totalmente a figura da mulher da culinária caseira, o homem, gradativamente, vem se impondo e ganhando mais espaço. Seja por fatores sociais, econômicos ou culturais eles estão, cada vez mais, buscando sua hegemonia, quando o assunto é comida em casa. É o caso do aposentado Marcos Muraro, de 58 anos. Seja no almoço ou no jantar, ele é quem orquestra as panelas, o que, segundo ele, é uma terapia válida para todos os gêneros. E para romper todos os limites e preconceitos quanto às feitiçarias lançadas no espaço mais afamado da casa, os minichefes vêm ganhando destaque. Programas de televisão como Junior Masterchef Austrália dão um panorama de que pouca idade não é significado de gororoba, mas sim, de um cozinheirinho de mãos cheias! Ainda assim, há quem possa pensar que a gastronomia seja exclusiva das elites sociais, no entanto, não há arte mais democrática do que essa. Seja numa grande ou pequena cozinha, seja numa oca, seja num iglu, seja numa tribo, seja nas panelas de barro da Dona Joaquina, seja nas panelas de aço inoxidável do D.O.M, seja em casa com o Seu Muraro, seja num bistrô imaginativamente de Brillat-Severin, ou até mesmo na padaria do Seu Manuel, a gastronomia estará presente em todos os lugares, em todas as culturas, contando suas história. E não importa quem está usando um chapéu na cabeça. Certamente, o exalar dos aromas, o retinir dos talheres, o arder dos olhos, o toque dos dedos deixarão qualquer um com água na boca.

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Prato Principal

A ar�e de ser chef: no fogão e na administração

Mariana Tavares

Thiago Monteiro

novas oPorTunidades Clodomiro percebe uma mudança no acesso e curiosidade dos brasileiros pela culinária, já que a ênfase dada pela mídia e pela população tem aumentado o interesse pela área.

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no calor do FoGão Sobre sua rotina, comenta que o trabalho árduo e corrido faz com que ele acabe dedicando muito tempo ao hotel, que mantém a sua cozinha ativa o dia inteiro. Sobre a função de um chef de

Thiago Monteiro

E

xperiência, talento e pres- A prova disso é o crescente autígio. Com essas palavras mento de cursos e faculdades podemos resumir um pou- especializadas em gastronomia. co da história do nosso entrevisA questão social também foi tado, o Chef Clodomiro Tavares. comentada durante a entrevista. Há 17 anos atuando na gastrono- Ele considera que a gastronomia mia profissionalmente, o Chef do pode ser uma “linha de escape” Catussaba Resort já é referência para que jovens sejam retirados na gastronomia de Salvador (BA). das ruas. Recentemente, o chef Seu interesse pela culinária realizou uma palestra para jovens surgiu quando ainda era crian- de uma comunidade carente, ça. Um livro chamado “O Mundo com o objetivo de mostrar a eles da Criança” apresentava diver- uma oportunidade de profissão sas receitas fáceis que pudessem num mercado que tem dificuldaser executadas por crianças. de para encontrar profissionais E foi assim que começou a ar- competentes. E os resultados riscar suas primeiras receitas tem sido positivos, o aumento com bolinhos que ele prepara- do interesse pela gastronomia va para seus irmãos e amigos. tem se tornado evidente. Atrelado a isso, o chef Indagado sobre o também comentou que uma déficit de funcionáinspiração para atuar na rios no mercado e área da gastronomia foi a relação de necessua avó Dona Maria Josidade de profissioana, cozinheira que prenais especializados parava doces no Buffet no setor, para que Santa Cruz, na cidade de Salvador, especificaMogi Mirim, interior de mente, possa receber São Paulo. Desde pequeos turistas para a Copa no, ficava junto a sua avó do Mundo de 2014, acompanhando a prepaClodomiro diz que o ração das comidas mercado é carente feitas por ela. de profissionais A pescacapacitados, ria, um dos não só por hobbies de conta dos Clodomiro, próximos também eventos influensediaciou na dos no escolha de Brasil. sua proP o r fissão. Em sua vez, viagens os infeitas com centivos amigos, cofeitos pelo mentou que governo com cozinhava a implantação para todos e esde cursos grasas experiências tuitos disponísó ajudaram a veis nas escola aumentar o gostécnicas são to pela carreira. uma opção para Formado em que todos posO Chef Clodomiro Tavares e um Direito, Clodomiro sam trabalhar em de seus pratos largou o emprego no setores relacionabanco para estudar e fazer cursos dos à gastronomia e ao turismo. E relacionados à área gastronô- reforça a ideia de que precisamos mica. Aprendeu novas receitas de pessoas com conhecimento e adquiriu conhecimentos téc- na área não só para a Copa, mas nicos e específicos da profissão. para o turismo, de modo geral.

Risoto de lambreta pupunha em cachaça com pimenta rosa preparado pelo Chef Clodomiro

cozinha, diz que além de saber cozinhar é preciso saber administrar os ingredientes e funcionários. A cozinha profissional, por ser bem subdivida, requer, pelo menos, o mínimo de conhecimento sobre a função de cada um. E, a partir daí, selecionar, dar treinamento e orientação aos funcionários. Após esse primeiro processo é que se inicia a elaboração da cardápios e de ficha técnica de cada prato. Essas informações auxiliam a equipe – dos cozinheiros aos garçons –, para que todos conheçam os pratos. Essas são todas as obrigações de um chef, que mudam de acordo com a especialidade do local. Há variáveis de um lugar para o outro. No caso do resort, Clodomiro coordena 40 cozinheiros, divididos em três turnos. No total, são 60 funcionários em sua equipe. Uma de nossas curiosidades era saber o que o chef Clodomiro levava em consideração para montar o cardápio e se ele escolhia mais pratos típicos da cultura brasileira ou se apresentava comidas peculiares de cada país. Sobre isso, ele comentou que toma muito cuidado na escolha dos pratos a serem servidos. Primeiramente, o fato de Salvador ser uma importante cidade turística, determina a inclusão de pratos característicos da culinária baiana, como o acarajé, a moqueca, o abará; são pratos requisitados pelos visitantes. Entretanto, agregado a isso, a diversidade grande de turistas é um fator importante para recepcioná-los e, por isso, Clodomiro, também opta por apresentar pratos típicos de alguns países,

como uma forma de homenageá-los e deixá-los confortáveis ao comerem comidas do conhecimento deles. O importante é montar um cardápio equilibrado com um pouco da culinária brasileira, baiana, portuguesa, árabe, italiana, japonesa, entre outras. arTe e PesQuisa Clodomiro comenta que já esteve em Bauru há muitos anos e que, pelo que sabe do crescimento da cidade, por ser um polo regional é um lugar provável para o desenvolvimento da alta gastronomia, como ocorre nas grandes cidades. Como Bauru é uma cidade que atrai muitos estudantes e empresários, isso possibilita a variação de opções gastronômicas. Ao final da entrevista, o chef Clodomiro Tavares – que coordena atualmente os três hotéis da rede Catussaba, de Salvador – ressalta que a profissão de chef de cozinha requer constante aprendizado, conhecimento de novos pratos e muita paixão pela gastronomia. Para ele, cozinhar é um prazer sem preço. Ver no rosto das pessoas a felicidade e satisfação que elas têm ao degustar aquele prato que você preparou é algo fantástico, e esse reconhecimento vale mais do que qualquer coisa.

Curiosidade: o chef, que

também dá aulas de culinária asiática no Senac, ressalta que ela não se resume à cozinha do Japão, China e Tailândia. A disciplina inclui comidas típicas da Índia, Rússia, Turquia e Síria, entre outras.


Enfim, vivam as sutilezas A delicadeza da Chocolataria fina e Confeitaria artística ganha destaque no cenário gastronômico brasileiro Maria Tebet

Criatividade em alta No Brasil, um dos maiores países produtores de cacau, a fama do chocolate e a identificação na arte de confeitaria fazem movimentar o mercado gastronômico. Na linha gourmet, o país caminha bem e deve ter um bom futuro no que tange ao mercado de confeitaria e chocolataria fina. Criada em 2009, a ArtCake, atuante em Atibaia (60km de São Paulo) e representante da linha gourmet, comercializa acessórios gastronômicos com foco na confeitaria artística e na chocolataria fina. Flávia Gomes da Conceição, diretora da empresa, diz que os profissionais da área buscam cada vez mais opções para a criação de seus trabalhos sem deixar de exigir qua-

Presentear com chocolates no Natal faz dessa data uma época de vendas tão boa quanto a Páscoa

Guloseima refinada Já em pequenas e médias cidades, a confeitaria e chocolataria artística são atividades bastantes ausentes e ainda restritas. Na cidade de Bauru, por exemplo, poucos são os lugares especializados em chocolates. É dedicando-se ao valor artesanal que a arte da chocolataria possibilita que Tetê Sá trabalha em seu ateliê, há um ano e meio. Com o crescimento econômico de uma parcela da população, o mercado melhorou muito. “Antes não seria possível a venda de doces, as pessoas costumavam comer em casa, não tinham o hábito de sair”, diz a chocolatier, formada em gastronomia pelo Senac. A área de confeitaria em Bau-

ru está em defasagem, ela concorda, e agora, resta esperar que a área se desenvolva. Por não ser proprietária de um estabelecimento comercial, Tetê sente certa resistência dos bauruenses por seus produtos serem mais caros e selecionados, e supõe que talvez tivesse maior venda se trabalhasse em sua própria loja, principalmente em datas importantes como Páscoa e Natal. Sua clientela é composta por pessoas de poder aquisitivo maior. Mesmo tendo uma margem de lucro pequena e o preço restrito, Tetê prefere não ser uma empresária e sim uma artesã do chocolate que o modela e personaliza, ajudando a desenvolver o setor de chocolataria fina na cidade. Na área de confeitaria artística, o trabalho de Deborah Franciscato é um diferencial: ela aposta no sabor, personalização e no aspecto lúdico que sua arte instiga. Formada em Nutrição, fez da gastronomia sua especialização, e dos cupcakes, tanto sua paixão quanto negócio. Recém-chegada da França, sua proposta para Bauru é adaptar parte do conhecimento gastronômico francês à cultura gastronômica brasileira. Mesmo um pouco receosa quanto à aceitação bauruense, Deborah defende a importância da qualidade dos ingredientes e equipamentos, e acredita que esse aspecto reflete diretamente na apreciação do produto e também em seu alto preço. A patissier busca trazer para a cidade o paladar refinado e o visual atrativo da confeitaria artística que, apesar do seu valor elevado, vale a pena pagar para conhecer e apreciar a arte francesa. Maria Tebet

lidade e design. Em relação aos produtos nacionais, ela complementa que a concorrência entre os fabricantes e distribuidores do segmento no Brasil também é grande. A ArtCake atua também no exterior, principalmente em parcerias com empresas europeias. O desenvolvimento e a variedade de acessórios lá fora são maiores, assim como a rotatividade: “A vida útil do novo e exclusivo é muito curta e, infelizmente, quando falamos de produtos importados esbarramos em preço, o que inibe um pouco o consumo, diminuindo a concorrência”, diz Flávia. Na Páscoa, o crescimento gira em torno de 15% e no Natal o aumento das vendas também é significativo. O portfólio da linha de acessórios mantém-se variado durante o ano todo, garantindo as vendas e o acesso à variedade de produtos internacionais para os profissionais de todo país. Maria Tebet

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epois de absorver a gordura adicionando substâncias à base de amido, a manteiga de cacau não flutuava mais na superfície. Com a criação da prensa hidráulica, a manteiga e a massa de cacau puderam ser enfim separadas, dando um sabor mais leve e cor forte à ex-bebida. Agora comestível, essa mistura final – manteiga de cacau, açúcar, mais semente de cacau moída – poderia facilmente ser moldada, atribuindo versatilidade àquela textura pastosa, como também um importante significado: apaixonar pessoas ao redor do mundo. Uma vez confeito, o chocolate, antes produzido de forma artesanal, ganhou maior popularidade e foi logo introduzido ao mundo industrial, o que garantiu seu espaço exclusivo no ramo da confeitaria. Hoje, aos poucos, essa situação começa a se inverter. A forma artesanal do chocolate parece atingir cada dia mais amantes e seguidores e, a confeitaria artística, um vantajoso e rentável negócio. Essa força no mercado pode ser explicada por fatores como qualidade, inovação, paladar diferenciado pela sutileza e o potencial de personalização que estas artes oferecem ao comprador. A flexibilidade do chocolate aliada ao leque de ingredientes refinados e à possibilidade decorativa fazem dessas atividades ótimas opções de presente e artigos de festa, por exemplo, pela facilidade do cliente em direcionar o tema escolhido e de traçar o perfil desejado do produto. Seguindo a premissa de que todo o alimento come-se, primeiro, com os olhos, não fica difícil entender o poder atrativo que essas artes culinárias exercem nas emoções e percepções humanas.

O valor artesanal e a capacidade de modelagem na produção dos cupcakes dão variedade e qualidade estética ao produto final

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Cardápio

Já sabe onde comer? Quer fazer uma refeição em algum lugar diferente? Ou o que falta é uma sobremesa para alegrar seu dia? Veja no nosso menu uma seleção de restaurantes e docerias da cidade de Bauru.

• Capim Limão ........................................................................................................................... Vanessa Souza (Localizado no centro de Bauru, o restaurante Capim Limão pode ser frequentemente chamado de vegetariano, mas, na verdade, sua especialidade é a “Culinária Natural”. Isso significa que o fato de os ingredientes principais serem de origem vegetal não é a única coisa importante. Regina Reche, responsável pelo estabelecimento, diz que sua maior preocupação está na procedência do alimento e no modo de preparo deles. Para ela, é importante que os vegetais sejam livres de agrotóxicos, além de serem mantidos e manuseados de uma forma especial para que as perdas nutricionais sejam as menores possíveis. O restaurante é self-service por quilo e o cardápio é variado e diferente todos os dias. Para não cair na mesmice, Regina mantém apenas duas coisas fixas: toda terça faz um prato com frango e, toda quinta, um com peixe. O motivo de ter incluído carne branca no menu foi um pedido dos clientes naturalistas, que normalmente ingerem proteína animal duas vezes por semana (ela, no entanto, é vegetariana desde a década de 1980). A atenção dada aos clientes vai além: o restaurante vende também pães integrais e sopas de fabricação própria para aqueles que querem manter uma dieta natural até mesmo fora do horário de funcionamento do Capim Limão. Quem quiser, também pode comprar molhos de pimenta feitos pela equipe da casa. O restaurante cativa seus clientes pelas receitas criativas e saborosas – um exemplo é a salsicha vegetariana, muito melhor que a normal – , além do ótimo atendimento e preço não muito salgado (com R$10,00 dá para montar um prato reforçado com toda as receitas disponíveis no dia). Na correria da vida urbana, não é mais tão difícil manter uma alimentação saudável num ambiente familiar e agradável.)

• Empório Árabe ......................................................................................................... Maria Eduarda Amorim (Sexta-feira, calor bauruense, fome e vontade de comer alguma coisa diferente. Entre as várias opções de restaurantes temáticos em Bauru, escolhi o Empório Árabe que, como o próprio nome sugere, serve a típica comida do Oriente. Sou descendente de sírios, então a escolha me pareceu perfeita. Chegando lá, me deparei com um lugar bem caseiro: não muito grande, mas com mesas bem espaçadas, onde almoçavam famílias e jovens. Senti-me em um almoço de Natal na casa da minha avó. O restaurante é self-service por quilo, assim, as opções de pratos são bem variadas. Como entrada havia pães sírios, coalhada fresca, tahini (pasta de gergelim), tabule (salada de trigo), quibe cru (massa de trigo e carne crus) e saladas. E, como prato principal, as opções eram abobrinha recheada, carneiro assado, charuto, kafta, quibe assado e frito, esfihas, arroz branco, arroz com macarrãozinho e peixe empanado. Além disso, lá se encontra especiarias e doces árabes, como a raha (uma goma bem doce e mole, com pistache no meio). Eu quis experimentar um pouco de cada e me aventurei com quibe cru, arroz com macarrãozinho, kafta, esfihas e um pouco da pasta de gergelim. Achei a comida muito boa, com um tempero bem suave, exatamente o que eu estava procurando. Alimentei-me bem e gastei menos de R$15,00 com a refeição e um suco de laranja. O Empório Árabe funciona de terça a domingo, das 11 às 14:30 horas. As refeições são servidas por R$35,90 o quilo ou à vontade por R$19,90, nas terças e quartas, e, de quinta a domingo, somente por quilo com a opção do carneiro assado. Com a diversidade de pratos, o restaurante é uma opção diferente e gostosa pra fugir do arroz e feijão de todo dia.)

• Boragó Natural Fresh Food ......................................................................................................... Maria Tebet (Em meio a tantas opções gordurosas de comida, são poucas as alternativas que o bauruense encontra se quiser algo mais saudável, de qualidade e servido em um espaço agradável. Unindo esses três quesitos, o Boragó Natural Fresh Food trouxe há sete meses para a cidade a ideia do Gourmet Natural, moldando tendência e costumes para o bauruense. Não é “comida light”, e sim, uma nova proposta: sucos naturais, sanduíches leves e saladas entram no cardápio de receitas exclusivas e diferenciadas pelo valor nutritivo, preparadas pelo chef Lucas Cerqueira dos Santos. Com uma decoração descolada e aconchegante, um clima lounge, uma boa localização, aliados fielmente ao conceito do natural, o restaurante conquistou um bom público - a maioria na faixa dos 25 a 40 anos - e atrai principalmente nos domingos à noite, segundas e quartas um ótimo movimento. No almoço, o forte é a salada. De noite, são os sanduíches que saem mais, sendo os mais pedidos o Mogno, Pau-Brasil e o Sucupira, sanduíche de carpaccio, molho de mostarda com alcaparras, parmesão e rúcula. A versatilidade do cardápio com as saladas e sucos, e sopas gourmet, fazem do restaurante uma boa pedida em qualquer estação. Hoje, uma grande aceitação e maior estabilidade no negócio trazem boas perspectivas: um segundo empreendimento já está sendo erguido e a intenção é abrir novas lojas, ampliando o negócio também na região. )

• Panquecaria Divinità ..................................................................................................................... Isis Rangel (Sexta à noite para solteiros é quase o mesmo que “procura-se um lugar para comer fora” - seguindo essa regra, fui comer na Panquecaria Divinitá, no bairro Camélias. A casa estava cheia, como sempre acontece nos finais de semana, mas não demorou para eu ser atendida. Entre as mais de 30 opções de panquecas e pastéis, escolhi saborear a panqueca de camarão. Além dos sabores, o cliente tem o direito de escolher o molho de acompanhamento: vermelho, branco ou rosê. Depois de uns 30 minutos de espera (as panquecas sempre demoram mais para sair do que os pastéis), chegou meu pedido. Realmente recheada de camarões e combinada com o molho vermelho, não poderia ficar mais feliz com a minha escolha. Saboreei cada pedaço como se fosse o último e, como o tamanho da panqueca é considerável, me alimentei divinamente naquela sexta à noite. A Divinitá também oferece beirutes e lasanhas. Para sobremesa, há a opção de panquecas e pastéis doces. Os preços do carrochefe da casa variam de R$10,00 a R$18,00 – paguei R$15,00 na panqueca e R$3,00 num refrigerante de 290 ml. Dezoito reais gastos sem arrependimentos por seguir o mantra dos solteiros.)

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• Bangkok ................................................................................................................................. Mariana Tavares (Exótico, excêntrico e inusitado, com uma decoração inspirada na Tailândia, Bangkok é um bar e restaurante com uma concepção totalmente diferenciada. Aberto há um ano, o restaurante tem conquistado muitos clientes na cidade. Sua proposta é apresentar pratos à la carte de culinária internacional. Pratos típicos da região da Oceania, México, releituras de lanches norte americanos, como também, mostrar um pouco da gastronomia asiática, da Tailândia, Índia, entre outros países. A música Lounge ajuda a compor o ambiente aconchegante, colorido e espiritualizado; com velas nas mesas e lustres enfeitados, incensos aromatizando o espaço. Além de muitas plantas distribuídas pelo local. Degustei a Caipirinha Bangkok, uma bebida própria, que inovou a bebida tradicional com hortelã para decorar e modificar o gosto. Experimentei o lanche Philly Sandwich, uma adaptação com novos ingredientes e um toque agridoce do molho de mostarda, e também o prato Fried Rice, um arroz típico da culinária asiática. Um prato totalmente diferente de tudo que já comi. Seu aroma delicioso, com temperos e especiarias exóticas tornam o prato uma experiência divertida e gostosa para quem gosta de conhecer um pouco da cultura e gastronomia da Ásia.)

• Tayu ....................................................................................................................................... Jéssica Fonseca (O restaurante Tayu, localizado na Rua José Antônio Braga, 2-77, na Vila Aviação, em Bauru, é uma ótima opção para quem está a fim de apreciar uma deliciosa comida chinesa. Com um ambiente aconchegante e decorado com o toque do oriente pelo arquiteto Jurandyr Bueno Filho, o restaurante é especialíssimo na culinária asiática e traz em seu cardápio deliciosas entradas, pratos e sobremesas. Nas entradas, pode-se apreciar o tradicional rolinho à primavera, acompanhado de molho agridoce, e as levíssimas gyozas, uma espécie de pastelzinho cozido recheado com carne moída e legumes. Dentre os pratos oferecidos, o frango xadrez com castanhas de caju é uma ótima pedida. Além de ter um toque abrasileirado, ainda serve duas pessoas fartamente. O yakissoba de carne e frango também é um dos pratos tradicionalíssimos do restaurante, mas para quem não está muito a fim das tradições ou não aprecia as iguarias chinesas, o restaurante serve também outros pratos como Filé à Parmegiana, Abadejo com Catupiry na telha, Salmão com alcaparras e outros pratos da cozinha brasileira.)

• Doceria Renata ......................................................................................................................... Gabriela Passy (Uma parede de pedra, no centro da cidade, no fim da ladeira. Uma porta de vidro, espaço pequeno e apenas quatro mesas. Lá está uma das filiais da Doceria Renata, que surgiu na cidade de Jaú, em 1984. De repente, uma única loja deu origem a outras nove; a equipe, inicialmente composta apenas pelo casal de proprietários, cresceu para um total de 169 funcionários, sendo que pelo menos 30 trabalham na área de produção artesanal. Na primeira vez que entrei na Doceria Renata, não foi para comer um doce. Acabei cedendo à tentação, já que a doceria é o típico lugar que faz o seu regime começar sempre no dia seguinte. Como sentar para tomar um suco e comer um lanche natural se as bombas, trufas, sorvetes, tortas e bolos piscam em sua direção de dentro da vitrine? Agora vão as dicas daquela que vos escreve: prefira as bombas de chocolate; as que vêm com frutas são perigosas, pois podem ser do dia anterior e estar um pouco murchas. As trufas e carolinas são maravilhosas e, apesar de serem um pouco caros, os lanches naturais valem super a pena. Se você quiser um lugar amplo, confortável e sossegado para degustar seu doce, leve-o para sua casa. É sério.)

• Doceana ......................................................................................................................................... Isis Rangel (Período da tarde de um dia sem ônibus em Bauru. Tudo o que eu precisava era de um docinho para animar o dia. E encontrei a animação num pedaço de torta. Em dois, na verdade. Visitei a Doceria Doceana, na rua Rio Branco, e me surpreendi com a variedade de tortas disponíveis. Entrei, olhei e escolhi um de meus sabores favoritos: morango. Uma torta levinha, não muito doce e bem gostosa. Tinha mais chantilly do que esperava, mas cumpriu seu papel de torta de morango. Meu segundo pedido foi pela curiosidade: pedi uma torta de carolina. Era uma das mais vistosas. E o paladar completou o visual. A massa leve, a cobertura crocante e o recheio doce formam uma das tortas mais interessantes que já comi na vida. O esquema de vendas da Doceana é pedindo no balcão como eu fiz ou por meio de encomenda. Eles também entregam em domicílio. A torteria também vende bolos e docinhos de festa, além de tortas salgadas e salgados como pastéis, esfihas e empadas. O preço do quilo das tortas e bolos varia entre R$28,00 e R$50,00 – preços um pouco salgado para a maioria das pessoas, mas vale a pena gastar R$6,50 num pedaço de torta, assim como eu, quando o orçamento estiver menos apertado.)

• Sodiê Doces ............................................................................................................................... Mayara Abreu (Sempre fui apaixonada por uma doceria que tinha na rua de trás da minha casa em São Paulo. Quando me mudei para Bauru, fiquei triste porque não teria mais aquela delícia tão perto. Até que, certo dia, a caminho do Skinão, vi aquela maravilha que eu achei que era exclusiva do meu bairro ali, em Bauru. Essa doceria sobre a qual comento é a Sodiê Doces. A Sodiê tem franquias em cinco estados do Brasil e quase cem lojas só no estado de São Paulo. E eu achando que era exclusividade da minha região... Chama-se Sodiê Doces, mas é um lugar apenas para bolos. E quantos bolos! São 76 opções de sabores com as combinações mais variadas possíveis. Com chocolate são mais te 30 tipos: com recheios, coberturas e tipos de chocolates diferentes. Tem com massa branca, com frutas e o maior diferencial da doceria: bolos sem açúcar. O forte da doceria é a encomenda. Mas há a possibilidade de ir até lá e comprar um bolo inteiro ou então pedaços de alguns sabores. Quem escolhe o tamanho do pedaço que vai comer é o cliente e o preço de um pedaço bem servido não passa de R$6,00. Já o preço do bolo inteiro varia com o sabor, mas o quilo está, em média, R$35,00. Fiz a minha visita e gastei R$8,00 em uma água e num pedaço do bolo mais maravilhoso deste mundo: morango com leite condensado, o mais vendido na maioria das franquias.)

• Serviço: horários de funcionamento, endereços e contatos na página 12. 7


A economia dos sabores

O setor da gastronomia é um dos que mais movimenta capital e gera empregos Jéssica Santos

(Infográficos: Jéssica Santos)

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om a economia se expandindo em praticamente todos os setores, o Brasil vem apresentando dados significativos de desenvolvimento também na área gastronômica. Nos últimos anos, o brasileiro tem desfrutado do aumento de sua renda salarial e consequentemente da melhoria de sua qualidade de vida. Como resultado desse avanço, os gastos também aumentaram e novos serviços passaram a fazer parte do orçamento de algumas famílias. Dados do IBGE mostram que os gastos com alimentação fora do lar tem aumentado, o que comprova que o brasileiro tem predileção por comer bem e conhecer novas culturas por meio da rica gastronomia presente em nosso país. O negócio gastronômico chega a movimentar aproximadamente R$180 bilhões por ano, crescimento de 79% se compara-

Fonte: Abrasel

do ao de 2006, além de empregar mais de 6 milhões de pessoas. Estimativas da Associação Nacional de Restaurantes apontam que são mais de 350.000 estabelecimentos espalhados pelo país e desde 2004 o

O

Fonte: SEBRAE

E

m 2010, o bauruense gastou mais de R$366 milhões com alimentação fora de casa e esse valor tende a aumentar influenciado por vários fatores como a distância entre a casa e o local de trabalho, a grande variedade de tipos de restaurantes, o que funciona como atrativo para se conhecer novas culturas por meio da gastronomia típica. Além disso, a melhoria da renda e da qualidade de vida e a inserção da mulher no mercado de trabalho tem justificado refeições fora de casa e momentos de lazer longe do fogão. Para a chef de cozinha e professora do curso de gastronomia da Universidade Vale do Itajaí, Denise Amantini, a infra-estrutura da cidade de Bauru para o desenvolvimento da gastronomia ainda está engatinhando. Na sua visão, para se abrir um negócio de sucesso nesse ramo é necessário ter trabalhado

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estudo “Cenários e Tendências para as Micro e Pequenas Empresas (MPE´s)” realizado pelo SEBRAE - SP contabiliza no estado 728 mil MPE´s no setor de serviços, desse total 19,4 % são do segmento de alimentação. E o estado paulista segue a tendência nacional de crescimento acelerado do setor de serviços, com 36% das Micro e Pequenas Empresas concentradas no setor. Na cidade de Bauru, 26% das Micro e Pequenas Empresas (MPE’s) estão no setor de serviços, com destaque para os de alojamento e alimentação. Paralelamente a isso, o turismo atrai para o município expressiva quantidade de pessoas com compromissos na cidade, além

crescimento é de 9,3%. Em 2010, o faturamento entre restaurantes, bares e lanchonetes alcançou o patamar de R$73 bilhões. O avanço econômico da gastronomia é resultado da melhoria da condição de vida do brasileiro e da mudança de hábito da população que, de acordo com o IBGE, já tem 31% do seu orçamento comprometido com a alimentação, aumento significativo se comparado ao de 2002, quando alcançava 24%. Para 2014, a previsão é de que esse percentual chegue a 38%. De acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia), os brasileiros gastaram cerca de R$215 bilhões com alimentação fora do lar em 2011, aumento de 18% comparado ao do ano anterior, quando o gasto atingiu R$183 bilhões. Para o ano de 2012, a Associação espera um crescimento próximo dos 12%. de ser fator de atração turística também a rica gastronomia que proporciona aos bauruenses e visitantes importante contato com diferentes culturas, entre elas a japonesa, mexicana, italiana, chinesa e a tailandesa. O município com mais de 335 mil habitantes, 99% na zona urbana, é a oitava maior riqueza do Estado de São Paulo e reúne importantes universidades, centros médicos, empresas e por isso se consagra como importante pólo tecnológico e industrial, além de sua expressividade no setor de serviços. A gastronomia é uma das várias áreas da economia que vem registrando importante crescimento na cidade. Com mais dinheiro para consumir bens e serviços, o bauruense tem preferido comer bem e conhecer a ampla variedade de bares e restaurantes que há alguns anos se instalam na cidade.

exaustivamente em restaurantes qualificados e ao lado de profissionais comprometidos com a arte da cozinha, além de especialização. “E para isso, às vezes, é preciso sair de Bauru”, avalia Denise, lembrando que não existe uma área específica em maior crescimento na gastronomia, o ramo está se desenvolvendo como um todo. Questionada sobre a importância social da gastronomia, a chef responde que Fonte: SEBRAE-SP/ Inteligência de Mercado, a partir da RAIS/ MTE, 2009 a possibilidade de conhecer culturas é uma bom profissional da área: ter comprometide suas boas contribuições. Para ela, “é a mento com a sustentabilidade, buscar noviarte que aproxima as pessoas e desperta a dades, ter conhecimento e ser responsável ao curiosidade diante do novo”. Por fim, Denise transmiti-lo. Se for profissional e tiver boas comenta alguns requisitos básicos para um produções, será um chef disputado, garante.


Em Cena

A palavra latina cena pode parecer idêntica à nossa, mas originalmente seu significado é “jantar”. Outros idiomas se apropriaram dela com esse sentido, como o espanhol e o italiano. Em português, no entanto, “cena” evoluiu de outro termo latino, scaena, que faz referência a palco, teatro ou público. No nosso idioma, “cena” é também a combinação de objetos e pessoas que fazem parte de uma representação – e qual é a dramatização que deixa uma mesa de jantar de fora do roteiro?

Outras cenas Rattatouile

(Rattatoile • 2007) Dir.: Brad Bird; Jan Pinkava

Comer Rezar Amar

(Eat Pray Love • 2010) Dir.: Ryan Murphy

Sem Reservas

(No Reservations • 2007) Dir.: Scott Hicks

Um Sonho de Amor

(Io Sono l’Amore • 2009) Dir.: Luca Guadagnino

Soul Kitchen

(Soul Kitchen • 2009) Dir.: Fatih Akin (Fotos: divulgação)

Gabriela Passy e Maria Tebet

Nada como uma mesa para um bom diálogo Vanessa Souza

Q

uem nunca ficou com água na boca só de ver um grande banquete ou uma bela sobremesa numa cena de filme? Algumas produções cinematográficas têm a gastronomia como um elemento tão importante na história que chega até a ser um fio condutor da trama. O filme “A Festa de Babette” é um exemplo. Lançado em 1987, o longa conta a história de uma faxineira que ganha na loteria e decide montar um grande jantar em comemoração ao aniversário do pastor que a emprega. O clássico venceu o Oscar de melhor filme estrangeiro de 1988. Um filme nacional que também tem a gastronomia como ponto importante da narrativa é o recente “Estômago”. A história mostra como um nordestino chega a São Paulo sem dinheiro, nem lugar para ficar, porém consegue um emprego onde ganha comida e moradia em troca do trabalho. O bar é decadente, mas ele faz sucesso por causa de suas deliciosas coxinhas. Mais a frente, o personagem comete um crime, mas, por ser um bom cozinheiro, ele consegue se dar bem na prisão. Uma coisa interessante de se perceber é que a importância da comida no cinema vai além de produções que a usam como um dos elementos principais. O professor da UNESP e cinéfilo Marcos “Tuca” Américo ressalta que o ambiente onde

são feitas as refeições é altamente propício para o desenvolvimento de uma boa história: “a mesa no cinema tem um fator importante na narrativa, porque é nos lugares onde se come que as pessoas se encontram”. Qualquer restaurante, qualquer bistrô, por serem espaços de convívio social, pode gerar um bom diálogo. “Uma boa mesa é sempre um lugar interessante para as pessoas se conhecerem melhor ou tirarem as diferenças”, ele diz. É difícil ver um filme em que isso não acontece. Lugares que oferecem algum tipo de refeição sempre podem presenciar também uma reviravolta dos fatos ou a apresentação inicial de todos os personagens da trama. É o que pode ser visto em “Onde Começa o Inferno”, um faroeste em que os cinco primeiros minutos se passam sem diálogos em um saloon, mas mesmo assim é possível conhecer profundamente o perfil de cada personagem. Como a culinária hoje em dia é muito mais um ritual do que um simples meio de sobrevivência, o cinema se apropriou muito bem de cenários como um jantar à luz de velas, um cafezinho depois da refeição e coisas assim para dar continuidade a uma trama ou mudar completamente a sua direção. Veja, ao lado, dicas de filmes que têm a comida (ou ambientes relacionados a ela) como “personagem” de destaque.

Bastidores

Luz Petit gateau, tabule, feijoada, scargot, strogonoff, macarrão ao molho Alfredo. De onde surgiram esses nomes? Muitos não imaginam, mas a origem de muitos pratos que conhecemos só de nome é matéria de prova para os estudantes de Gastronomia. Os cursos de formação superior nessa área duram em média dois anos e, na maioria, a carga horária é dividida entre aulas teóricas e práticas. “As disciplinas envolvem desde o básico até as cozinhas regionais, como a brasileira, europeia, asiática...” conta Catarina Couto, 22 anos, formada pelo Senac de Águas de São Pedro. Apesar da existência dos cursos de formação, o diploma não é obrigatório para o exercício da profissão. Cheyenne Morato, estudante de Gastronomia na Universidade Metodista de Piracicaba afirma que, para um bom profissional, o importante é a experiência: “Nada substitui a prática de todo dia na cozinha. Na gastronomia, você só chega à perfeição depois de muito tempo”. Entre frigideiras, panelas e assadeiras, um dever maior do que o de servir um prato bonito e gostoso toma forma: o de mostrar que a gastronomia não se trata apenas de requinte no servir e comer, mas também de responsabilidade e consciência na hora de preparar. Câmera Também formado pelo Senac de Águas de São Pedro, Lucas Cerqueira dos Santos trabalha hoje como consultor de um restau-

rante em Bauru. Nomeia-se ainda cozinheiro, mesmo já há dez anos formado, e diz que apesar do mercado brasileiro ter oferta, o ramo ainda está se desenvolvendo. Depois de trabalhar em um hotel em São Paulo, Lucas foi para os EUA durante seis meses. Dentre muitos cursos, fez estágio com Alex Atala, nome renomado na área, por dois meses e meio. Experiência é essencial ao gastrônomo, como muitos afirmam. Mas, assim como Lucas reconhece, cursos e estágios não são suficientes para pagar as contas. Ação Como cozinheiro chef, Lucas trabalhou no programa “Mais Você”, atuando na pesquisa de receitas e testes dos pratos. Uma vez por semana, apresentava para a Ana Maria Braga um determinado número de receitas para ela degustar e dar seu parecer. “Nem sempre ela está ciente do que vai ao ar”, comenta. Lucas foi chamado então para trabalhar no projeto da FOX Brasil, no canal Bem Simples. Como produtor de conteúdo gastronômico, auxiliou nas produções dos programas, que são gravados durante um mês – quatro programas por dia. O canal conquistou um crescimento de 500% de janeiro a julho em comparação com maio a dezembro de 2011, em sua audiência no horário nobre. Esse crescimento, como comenta Lucas, pode ser explicado pela inovação estética do canal e o trabalho técnico da equipe brasileira que trazem qualidade aos programas gravados aqui no Brasil.

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Quem tem boca, vai a Roma (e a qualquer lugar) O que a sede por conhecimento e a vontade de viver num país diferente acrescentam à gastronomia

Mayara abreu por exemplo, estão presentes no dia-a-dia do mundo todo. Bruna Lopes, estudante de Ciências da Computação na UNESP de Bauru, está atualmente morando em Ratisbona, na Alemanha. Ela tem achado a comida alemã bem gostosa. “O ponto alto é que estou tendo a oportunidade de comer coisas que eu nunca comeria no Brasil”, acrescenta. Bruna Lopes

I

ntercâmbios são sempre muito bemvindos. Aqueles que estudam e têm vontade de aprimorar um idioma, que querem conhecer o mundo, vivenciar novas e inusitadas experiências e aprender sobre povos diferentes estão sempre de braços abertos a uma troca cultural. Em meio a essa troca, muito se aprende sobre o país para o qual viajou: costumes, tradições, comportamentos, refeições e muito mais. Percebe que todos esses itens estão direta ou indiretamente ligados à gastronomia? A história alimentar de todo intercambista tem como introdução o Mc Donald’s. Não importa de onde ele é ou para onde vai, o medo de se arriscar com algum alimento muito extravagante é sempre enorme e é para isso que em todos os cantos do mundo existe o fast food salva-vidas. Os quilos a mais no balanço final da viagem muito se devem a essas refeições. Brasileiros que saem do país costumam sofrer um pouco para se adaptar. Temos uma rotina alimentar bem definida aqui, com horários para café-da-manhã, almoço e jantar. Pão com manteiga e um café com leite caracterizam a manhã de muitos, assim como o típico arroz e feijão. Camilla Wootton Villela, estudante de Letras na PUC de São Paulo, morou por seis meses em Porto, Portugal. Ela conta que “tinha dias que a vontade de um arrozinho com feijão bem brasileiro era incontrolável”. Camilla diz que aprendeu “que o melhor de estar fora de seu país é aproveitar a culinária de lá para, na volta ao Brasil, sentir falta dos pratos típicos que um dia foram o nosso cotidiano”. Quando os intercambistas resolvem se arriscar gastronomicamente, percebem que, no geral, há mais experiências positivas do que negativas. Ao fazer uma análise alimentar do que se encontra no exterior, é possível achar diversos alimentos semelhantes ao Brasil. Carnes, molhos e pastas,

Carne de porco, batata e chucrute (repolho) ao molho de cerveja, comida típica alemã

Depois de muitas experimentações frustrantes e deliciosas, no final do intercâmbio a saudade de casa começa a apertar. O gosto da comida da mãe já até foi esquecido. Mas é aí que entram os restaurantes de comida brasileira no exterior. Diversos países do mundo, por exemplo os Estados Unidos e o Canadá, já contam com estabelecimentos para refeições grandes e cafés. É possível também encontrar os alimentos e preparar por conta própria os pratos nacionais. Regiane Folter, estudante de Jornalismo também da UNESP de Bauru, ficou no Egito durante um tempo e disse que não encontrou nada além de uma cafeteria brasileira no país e, por isso, teve que dar um jeito de matar a saudade de casa. “Uma noite eu e outros brasileiros fizemos uma noite brasileira para os outros intercambistas que tinha arroz, feijão, escondidinho e brigadeiro de sobremesa! Não ficou com o mesmo gosto, claro, porque os ingredientes eram meio improvisados, mas deu pra matar a saudade”, conta.

Vai pra onde?

Estados Unidos? O país não tem uma comida típica. O forte são os fast foods e os alimentos baseados na cozinha mexicana. O café da manhã é bem reforçado. Já no almoço e no jantar, muita fritura e pouca variedade.

Canadá? Os canadenses têm muita influência oriental e mexicana. A refeição mais importante é o jantar e, por isso, as comidas são mais pesadas. É possível encontrar todo tipo de carne. Os acompanhamentos são molhos, batatas assadas ou fritas, verduras e frutos do mar. Já no café da manhã, a semelhança com o dos Estados Unidos é inegável. Portugal? Começando pelo “pequeno almoço” (o nome do café da manhã português), a semelhança com o Brasil é facilmente perceptível. Bacalhau é o carro forte do país. As refeições principais (almoço e jantar) são quase sempre acompanhadas de pão e azeite. Uma curiosidade bem interessante é o fato de o nome do pastel de Belém ser esse apenas na cidade de Belém. Nos outros cantos do país, o nome é pastel de nata.

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e QueM veM Para cÁ? O Brasil também é um país muito desejado por intercambistas de todos os cantos do mundo. Muito disso se deve à Copa do Mundo e às Olimpíadas e a toda a repercussão que causou ter o Brasil como sede. Nossos maiores visitantes vêm de países da própria América do Sul, como Uruguai e Argentina. Mas há gente de todos os lugares do mundo: México, Alemanha, Bélgica, Suíça e até mesmo do Japão. Estudantes que vêm para cá se assustam com a quantidade de salgados e alimentos não muito saudáveis que se come no país, principalmente por outros estudantes. Por outro lado, é raro encontrar alguém que não aprendeu a amar açaí, coxinha, feijoada e guaraná. A adaptação à rotina alimentar do brasileiro não é muito difícil para os intercambistas. Os alimentos são muito semelhantes aos de seus próprios países, o que mais muda é o modo de preparo. Jeffrey Bulicke, alemão e estudante de Engenharia Aeronáutica, diz que a maior diferença daqui para a Alemanha é o arroz no lugar da batata e a salada ao invés de legumes. Fora isso, Jeffrey só sente falta de comer peixe e massas com mais frequência. E quando vem aquela saudade de casa, os intercambistas têm mais facilidade em achar restaurantes por aqui e também de reproduzir os pratos típicos de seus países. Omar López, estudante de Comunicação Social e nascido no México, improvisou com o que pôde para fazer pratos mexicanos e, quando foi a um restaurante típico, se arrependeu. “Saí de lá muito decepcionado. A comida que eles ofereciam era o estereotipo do que os estadunidenses acham que os mexicanos comem: tacos com carne moída e queijo cheddar dentro de uma tortilla crocante ou nachos com chili. O conceito era completamente errado e vendiam uma ideia falsa do México para as pessoas”, conta.

Alemanha? A comida alemã é considerada muito boa, porém bem gordurosa. Bacon, carne de porco, batatas e salsichas estão presentes sempre na refeição principal, que normalmente é o almoço. O jantar é substituído por pães e frios. O café da manhã é bem servido. Um ponto interessante da cozinha alemã são os molhos, feitos quase sempre de mostarda e/ou cerveja. França? A cozinha francesa tem fama de ser uma das melhores do mundo. A verdade é que ela é diferente da nossa: tudo é requintado, com carnes, combinações de queijo, massa, frutos do mar e molhos. Todas as refeições têm entrada e, para cada tipo de carne, há um tipo de vinho diferente acompanhando. Rússia? O país é todo diferente, a começar pelos horários das refeições, que não seguem os padrões da maioria do mundo. Carne vermelha e café são muito caros, por isso chá e carne de cordeiro e de cervo são mais consumidos. O famoso strogonoff vem de lá. O consumo de frutos do mar e peixe é bem grande, assim como o de fast food. O pão faz parte de quase todas as refeições.


Sozinho na cozinha

Universitários sofrem para preparar refeições para uma só pessoa Maria Eduarda Amorim

P

assar no vestibular, entrar em uma universidade, morar sozinho: tudo isso parece ótimo... até o primeiro encontro com o fogão! Cozinhar, sendo homem ou mulher, não é uma tarefa muito fácil, ainda mais quando se está sozinho. “Calcular a quantidade é o mais difícil. Nunca sei se minha fome é tão grande quanto o número de xícaras de arroz que coloco na panela”, conta Laura Fontana, estudante de Jornalismo da UNESP. E ela não está sozinha nessa: conversamos com outros dez jovens universitários e todos partilham a mesma opinião. Além de calcular a medida certa, outro problema evidenciado por eles é a desmotivação para preparar comida para só uma pessoa. “Sempre sobra muita comida e acaba indo para o lixo”, diz Mariana Hammel, estudante de Propaganda e Marketing da ESPM. O tamanho das porções vendidas também dificulta: “são complicados os alimentos vendidos em tamanho ‘grande’ ou que estragam rápido”. Alimentos como carne, leite, frutas, verduras e legumes formam apontados como mais difíceis de comprar, ou por estragarem muito rápido, ou pela dificuldade em se escolher um produto bom. “Às vezes fico an-

dando pelo mercado torcendo pra achar uma bancada com misturas individuais, baratas e temperadas”, conta Fernando Lima, estudante de Ciências da Computação da UNESP. Isso faz com que muitos prefiram comer fora, em restaurantes. Mas, como o orçamento do mês é apertado, na lista de compras o que não falta é o famoso “arroz e feijão”, além, é claro, do bom e velho macarrão instantâneo e dos produtos congelados salvadores de vida, mas recheados de sódio e conservantes. Então, como melhorar a alimentação de quem mora sozinho e, normalmente, não tem muito tempo para se dedicar à cozinha? Uma solução seria investir no mercado de porções individuais. “Ainda não tinha pensado na possibilidade, mas já que a questão foi levantada, me ocorre agora que seria de extrema utilidade para estudantes, singles, ou mesmo donas de casa, porque além de uma forma de desperdiçar menos, seria também uma grande economia”, afirma Renan Bellon, também estudante de Jornalismo da UNESP. Atualmente algumas empresas alimentícias já fornecem porções menores de alguns produtos, mas seria interessante pensar nisso em todos os grupos de alimentos. “Não sei como ainda não existe uma linha de produ-

(Ilustração: Maria Eduarda Amorim)

tos para quem mora sozinho. Apesar de já existirem alimentos divididos em porçõezinhas individuais, acho que esse ‘negócio’ poderia se expandir”, comenta Laura Fontana. Enquanto isso não acontece, aqui vão algumas dicas para não desperdiçar muita comida: congelar pequenos pedaços de carne separadamente, comprar frutas, verduras e legumes em quantidade suficiente para uma semana e inventar novos pratos com o que sobra no almoço e na janta. Outra opção é comprar as carnes e misturas nas rotisserias, que preparam peças em tamanho muito grande e as vendem em pequenas porções.

A marmita fina de cada dia

Isis Rangel

de onde tomar o café da manhã até onde fazer sua refeição”, afirma a proprietária da rotisseria Pão de Queijo Sabor Família, Maria Regina. Ela também ressalta que o público-alvo de sua rotisseria são as pessoas do comércio, pois o restaurante está localizado no centro de Bauru. Um dos maiores atrativos desse tipo de estabelecimento é o preço baixo. Na rotisseria Na Brasa, localizada no centro de Bauru, por exemplo, o marmitex sai por R$8,50 e o marmitex mini, por R$7,50. Na Chef Prontos e Congelados, no bairro Jardim Estoril, o prato sai em média R$12,00. Além disso, outro destaque das rotisserias são os almoços em finais de semana, muitas são especializadas em assados e feijoadas, o que atrai o público que não quer ir para a cozinha no dia de folga. Por esse motivo, o maior problema na administração de uma rotisseria são os empregados. Para a gerente da Na Brasa, Adriana “é muito difícil [achar] quem gosta de trabalhar no final

de semana, então acaba dificultando”, diz. Apesar disso, o crescimento desse tipo de restaurante é evidente, basta observar quantos novos estabelecimentos surgiram nos últimos anos. Para Adriana, o papel das rotisserias é fundamental nos dias de hoje. “A gente está aqui para facilitar a vida das pessoas, principalmente das mulheres, porque hoje em dia todo mundo trabalha fora, então é bem mais prático, é um ramo que tem um crescimento legal e acho que futuramente a tendência é aumentar mesmo”, acredita a gerente. Isis Rangel

R

otisseria, palavra de origem francesa que surgiu para denominar lugares em que a carne é preparada num “espeto”, rodando até ser assada igualmente em todos os lados pelo fogo. Hoje em dia, a palavra rotisseria se refere aos estabelecimentos que servem comida pronta, como assados, marmitas e marmitex, mas em sua maioria, não oferecem estrutura para o cliente se alimentar em sua dependências. Em Bauru, esse tipo de restaurante é bastante comum, principalmente na parte central da cidade, onde fica evidente a falta de tempo de grande parte dos bauruenses. Para o gerente da Rotisseria Nossa Senhora Aparecida, Everaldo Rafael, o sucesso desse tipo de serviço está na praticidade oferecida aos clientes. “Antigamente, as pessoas tinham tempo de ir para casa fazer almoço, hoje em dia são 30 minutos de almoço”, explica Everaldo. Outro fator de destaque das rotisserias é sua importância para as pessoas que trabalham no comércio. “As pessoas têm des-

Costela: uma das especialidades da Na Brasa

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Mestre-Cuca Quiche de Frango Ingredientes

Modo de preparo Num recipiente, acrescente a farinha de trigo junto com a margarina, a gema e as duas colheres de água gelada. Misture bem até formar uma massa homogênea e lisa. Numa forma redonda ou retangular, cubra todas as extremidades, moldando a massa com os dedos. Reserve.

Para a massa:

Numa panela, refogue o alho, a cebola e o tomate, e acrescente o frango desfiado. Em seguida, coloque as azeitonas picadas e o cheiro verde a gosto. Espalhe o recheio sobre a massa.

- 100 g de margarina - 400 g de farinha de trigo - 2 colheres (sopa) de água gelada - 1 gema - 1 pitada de sal

Para o recheio:

- 2 colheres (sopa) de óleo de soja - 1 peito de frango cozido e desfiado - 1 cebola média picada - 1 tomate picado - 2 dentes de alho amassado - Azeitonas picadas a gosto - Cheiro verde a gosto - Sal e pimenta do reino a gosto

Para o creme:

- 100 ml de creme de leite - 100 ml de leite - 1 pacote de queijo parmesão ralado - 1/2 copo de requeijão cremoso - 2 ovos

Em um liquidificador coloque o creme de leite, o leite, o requeijão cremoso, os ovos e o queijo e bata tudo em velocidade alta. Despeje a mistura líquida sobre o recheio e polvilhe com parmesão ralado. Leve para assar em forno médio por cerca de 30 minutos. (Fotos: Jéssica Santos)

(Receita: Jéssica Fonseca)

Ser�iço Capim Limão

Praça D. Pedro II, 4-46 Centro - Bauru/SP Fone: (14) 3234-5167 Aberto de segunda a sexta, das 11h15 às 13h50.

Empório Árabe

Rua Araújo Leite, 1853 Centro - Bauru/SP Fone: (14) 3234-3435 Aberto de terça a domingo, das 11h às 14h30.

Tayu

Rua José Antônio Braga, 2-77 Vila Aviação - Bauru/SP Fone: (14) 3224-3685

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Aberto de segunda a sexta-feira, das 11h às 14h30; sábado, domingos e feriados das 11h às 15h30 e domingo a quinta-feira, das 18h às 00h30.

Boragó Natural Fresh Food

Rua Rio Branco (Posto BR da Praça Portugal) - Bauru/SP Fone: (14) 3208-3222 Aberto todos os dias, das 8h às 23h.

Bangkok

Rua Concórdia, 1-60 Vila Independência - Bauru/SP Fone: (14) 3276-2577 Aberto de terça a domingo, das 18h até às 00h.

Panquecaria Divinità:

Av. Orlando Ranieri, 1-36 Jd. Marambá - Bauru/SP Fone: (14) 3206-9291 Aberto de terça a quinta, das 18h às 23h, e sexta a domingo, das 18h às 00h.

Doceria Renata

Loja 1: Rua Treze de Maio, 4-52 Centro - Bauru/SP Loja 2: Rua Rubens Pagani, 4-70 Jd. Estoril - Bauru/SP Fone: (14) 3212 2919 (Loja 1) e (14) 3223 1775 (Loja 2) Aberto de segunda a sexta, das 9h às 19h30, e sábado, das 11h às 19h.

Doceana

Loja 1: Av. Nossa Senhora de Fátima, 14-86 Jardim América - Bauru/SP Loja 2: Rua Rio Branco, 21-45 Bauru/SP Fone: (14) 3234-8985 (Loja 1) e (14) 3234-9559 (Loja 2) Aberto de terça a sábado, das 10h às 22h, e domingo, das 11h às 18h.

Sodiê Doces

Rua Rio Branco, 83, quadra 18 Vila América - Bauru/SP Fone: (14) 3223-2359 Aberto de segunda a sábado, das 9h às 19h, e domingo, das 9h às 13h.


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