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Capítulo Quatro
“Você dirige um Ford Fuckus5?”
Fechei os olhos, exalei profundamente, frustrada. Depois de descobri que meu para brisa teve um encontro e cumprimentou um tijolo, levei minha bunda de volta para o bar. Aturdida, encontrei-me diante de Jax e dizendo-lhe o que tinha acontecido.
Mesmo estando em estado de choque, eu tinha reconhecido que ele não parecia surpreso. Raiva correu em seu rosto, aprofundando seus olhos, mas surpresa? Não. Quase como se ele esperasse isso.
E isso foi estranho, mas não muito importante agora. Eu tinha um para brisa quebrado e não tinha dinheiro para consertar.
Abri meus olhos e me virei para ele. Nem tinha percebido o quão alto ele era, enquanto estava atrás do balcão, mas ao lado dele agora, era uns bons centímetros mais alto que eu e eu era alta. Sua cintura era fina e era óbvio que o cara tomava conta de si
mesmo.
“É um Focus”.
“Também conhecido como um Fuckus”, ele respondeu seus olhos estreitando enquanto se inclinava sobre o capô. “ Droga”.
Ele passou através do vidro, me deixando tensa. “Cuidado!” Gritei e talvez tenha sido um pouco dramática, porque ele me atirou um olhar sobre o ombro, suas sobrancelhas levantadas. Eu voltei a realidade. “O vidro é perigoso”, eu adicionei.
Um lado de seuslábios se curvou para cima. “Sim, eu sei. Eu vou ter cuidado”. — Ele pegou o tijolo e virou-o em sua mão grande. “Merda”.
Não podia deixar de pensar o quão caro seria consertar meu para brisa, porque se fizesse, provavelmente não esperaria para virar a curva para dispensar ele.
5 Piadinha com Focus e Fuck
Jax jogou o tijolo no chão e se virou. Tomando minha mão na sua, grande e quente, ele começou a me levar de volta para o bar. Meu estômago acabou em algum lugar na minha garganta devido ao contato. Estando a um passo ou dois mais atrás, eu tinha uma boa visão de seu traseiro.
Droga. Ele até tinha uma bela bunda.
Eu precisava definir minhas prioridades.
“Vou chamar alguém para dar uma olhada no seu carro”, ele disse, e eu tive que acelerar meu passo para conseguir acompanhá-lo.
Eu pisquei rapidamente. “Você não” —
“Tenho um amigo que tem uma oficina alguns quilômetros na direção do shopping. Ele me deve um favor”, —ele continuou como se eu não tivesse falado. Abrindo a porta com tanta força que achei que as dobradiças iriam voar, ele entrou, me arrastando junto.
“Fique aqui”, ele disse, atirando para mim um olhar de aviso.
“Mas” —
Ele largou minha mão, se virando totalmente para mim enquanto entrava no meu espaço pessoal. Suas botas parando próximas aos meus dedos do pé, seu perfume me cercando, e, então, ele abaixou seu queixo. Por hábito, virei meu rosto para a esquerda e depois engasguei quando senti seus dedos envolvendo em torno do meu queixo, fazendo meu rosto virar em sua direção.
“Fique aqui”, ele disse novamente, seu olhar fixo no meu. “Vai levar apenas um minuto. No máximo”.
Um minuto para quê?
“Prometa”.
Novamente pega de surpresa, eu me ouvi sussurrando, “Okay”.
Seu olhar permaneceu fixo no meu por mais um instante e, então, ele virou, e tudo o que conseguia pensar era no que ele disse. Eu, definitivamente, quero te conhecer melhor.
Com passos longos e graciosos, ele desapareceu pelas mesas de bilhar, indo para a área da cozinha.
Eu fiquei ali.
Não menos que um minuto depois, ele reapareceu com as chaves de um carro pendurada em seus dedos. Parando perto da garçonete, que eu tinha visto carregando cestos anteriormente, ele a segurou gentilmente pelo cotovelo. “Você consegue segurar o bar até Roxy chegar?”
A mulher olhou para mim e, então, de volta ao Jax. “Claro, mas está tudo bem?”
Jax a guiou até onde eu estava presa ao chão. De perto, ela era muito bonita e, enquanto eu pensava que talvez ela estivesse na casa dos trinta, não vi uma ruga em seu rosto. “Esta é a Pearl Sanders”. Então, ela estendeu uma mão emminha direção. “E essa é Calla—filha daMona”.
O queixo de Pearl caiu.
Ugh.
E, então, ela se aproximou. Com um braço, ela me deu um pequeno e rápido abraço que me deixou ali com minha boca aberta.
“É muito bom finalmente conhecer você, Calla”. Ela se virou para Jax, retirando a caneta atrás da orelha dela. “E você cuide dela, ok?” "É claro", murmurou Jax, como se fosse a última coisa que ele quisesse fazer, o que era idiotice porque eu não precisava que tomassem conta de mim, e, com certeza, não pedi para ele fazer isso. E o que diabos aconteceu com ele querendo me conhecer melhor?
“Eu acho que eu preciso...”
“Vamos lá”. Jax segurou minha mão novamente. A próxima coisa que eu sabia era que estava sendo arrastada para fora da porta, de volta para a noite, e depois nós estávamos ao lado da pick-up, que estava parada na frente do meu pobre carro. Ele estava abrindo a porta do passageiro. “Entre”.
Eu congelei. “O quê?”
Ele puxou minha mão.”Entre”.
Soltando minha mão, eu me encostei contra a porta do carro. “Eu não vou a lugar algum. Eu preciso cuidar...”
“Do seu carro”, ele terminou, inclinando sua cabeça para o lado. O luar parecia encontrar sua maça do rosto, acariciando seus ângulos. “Eu vou ver isso e, como disse, eu tenho um amigo que vai cuidar disso para você. Clyde já está entrando em contato com ele, o que é uma coisa boa”.
Meu cérebro estava entrando em curto-circuito. “Por quê?”
“Porque vai chover”.
Olhei para ele. Ele era um meteorologista?
“Você pode sentir no cheiro —fim da primavera, início da chuva de verão”.Ele se inclinou, e minha cabeça imediatamente inclinou para a esquerda. “Respire fundo, querida, dá pra sentir o cheiro da chuva”.
Por alguma razão, respirei fundo, e sim, senti o cheiro, cheiro almiscarado e úmido. Eu gemi. Não havia mais um para brisas,o que significava mais danos pela chuva.
“Então vamos cuidar do seu carro para que ele não esteja mais aqui quando começar a chover”, ele finalizou.
“Mas...”
“E eu não acho que você quer levar essa sua bunda bonita em um carro com o vento no rosto”.
“Hum,ok. Bom ponto, mas...”
“Mas... eu vou tirar você daqui”. Ele suspirou, passando sua mão pelo cabelo desarrumado. “Olha, podemos ficar aqui e discutir sobre isso nos próximos dez minutos, mas você ainda vai entrar neste carro”.
Meus olhos se estreitaram. “Deixe-me lembrá-lo de algo: eu não te conheço. Não conheço nada sobre você”.
“E eu não estou te pedindo para tirar a roupa e fazer um show privado”. Pausando, seu olhar pareceu percorrer meu corpo novamente. “Embora, isso seria interessante. Uma má ideia, mas interessante”.
Passei um segundo antes que absorvesse suas palavras e meu queixo caísse.
Resmungando sob sua respiração, ele deu a volta em mim. Um momento depois, ele tinha as mãos nas minhas axilas, me deixando assustada com o contato. As mãos dele eram incrivelmente grandes e isso significava que elas estavam super perto do meu peito. As pontas dos dedos acariciando levemente meus seios. Uma onda de arrepios, apertados e inesperados, irradiou a partir das minhas costelas.
Então, ele me ergueu. Literalmente. Pés fora do chão e tudo. “Abaixe a cabeça, querida, ele ordenou”.
Obedeci porque, sério, eu não sabia o que diabos estava acontecendo aqui. Encontrei-me sentada em sua caminhonete e a porta sendo fechando ao meu outro lado. Cristo. Eu passei minhas mãos pelo rosto, abaixando-as apenas a tempo de vê-lo correr para frente. Ele estava dentro da pick-up um momento depois, fechando a porta atrás dele.
Uma vez que estava com o cinto, eu atirei-lhe um olhar e disse a primeira coisa que me veio à cabeça. “Você dirige um Chevy?”
Ele piscou. “Você sabe o que dizem sobre Chevys”.
“Sim, era melhor estar empurrando um do que dirigindo um Ford?” Eu revirei meus olhos. “Porque isso faz sentido”.
Jax riu ligando o carro. Eu não disse nada enquanto saíamos do estacionamento e pegávamos a estrada. Comecei a pensar em como ele estava flertando comigo mais cedo e a me preocupar com a minha mãe desaparecida enquanto mordiscava meu lábio inferior.
“Quanto você acha que vai custar o para brisa?” Perguntei.
Ele me atirou um olhar enquanto parava no semáforo perto do shopping.
“Pelo menos uns 150 e, como ele quebrou inteiro, talvez mais”.
Meu peito se apertou enquanto eu mentalmente deduzia isso do saldo que eu sabia que tinha na minha conta.
“Isso é ótimo”.
Jax estava quieto enquanto a luz na esquina ficava verde.
“Você vai ficar em um dos hotéis”.
Eu bufei. Sim, como um leitão.
“Ah, não. Muito caro”.
“Você vai ficar na casa da sua mãe?” Seu tom mostrava incredulidade.
“Sim”.
Ele fixou seu olhar na estrada novamente. “Mas ela não está lá”.
“E? Eu costumava viver lá”. Dei de ombros e abaixei minha mão ao meu colo. “Além disso, eu realmente não vou gastar dinheiro em um hotel quando posso ficar de graça em algum lugar”. Mesmo se fosse realmente o último lugar que eu queria ficar.
Jax não disse nada por um longo instante, e então, “Você já comeu alguma coisa?”
Balançando a cabeça, eu pressionei meus lábios juntos. Eu não tinha comido nada desde de manhã, e mesmo assim foi uma pequena porção de arroz frito. Estava nervosa demais para comer qualquer coisa. Meu estômago resmungou, aparentemente estava furioso por só me lembrar dele agora.
“Eu também não," ele comentou.
Fizemos um pit stop em um fast-food e, porque eu estava com fome, eu pedi um hambúrguer e um chá doce, mas, enquanto procurava na minha bolsa pelos trocados que tinha comigo, Jax já tinha entregado o dinheiro.
“Eu tenho dinheiro”. Peguei minha carteira.
Ele me olhou suavemente enquanto apoiava um braço na sua janela. “Você pediu um hambúrguer e um chá doce. Eu acho que tenho tudo sob controle”.
“Mas eu tenho dinheiro”, insisti.
Ele arqueou uma sobrancelha. “Mas não precisa”.
Balancei minha cabeça e comecei a abrir minha carteira. “Quanto que isso fo — Ei!” Me assustei quando ele pegou minha carteira e minha bolsa das minhas mãos. “Mas que diabos?”
“Como eu disse, querida, eu tenho tudo sob controle”. Fechando minha carteira, ele colocou na minha bolsa e então enfiou trás do seu banco.
Estreitei meus olhos em sua direção. “Isso não é legal”.
“Um agradecimento seria legal”.
“Não pedi para você pagar”.
“Então?”
Eu olhei para ele.
Jax piscou.
Recuei um pouco. Ele piscou, e minhas partes femininas estavam todas whoa, totalmente de acordo com isso, o que era uma indicação que eu precisava prestar mais atenção no que elas diziam, porque elas estavam ficando desesperadas.
E eu estava me sentindo meio carente, mas quem poderia me culpar?
Um minuto mais tarde estávamos de volta à estrada e eu tinha um saco enorme
de comida no meu colo e dois chás doces balançando em um suporte. Não prestei atenção ao que ele tinha pedido, mas pelo peso e pelo maravilhoso-cheiro vindo do saco, era metade do menu.
“Você não se parece em nada com sua mãe”, ele disse inesperadamente.
Isso era verdade. Minha mãe tingia o cabelo de um amarelo sol, pelo menos costumava. Eu não tinha certeza, desde que não a via há algum tempo, mas a última vez
que estive com ela, o dia que deixei Plymouth Meeting6para ir para Shepherd, ela parecia... Dura.
“A vida dela... tem sido difícil”. Ela costumava ser muito bonita, ouvi-me dizendo enquanto olhava pela janela, vendo varias cadeias de fast food desaparecerem.
“Imagino que sim, se ela se parecia um pouco com você”.
Foquei meu olhar nele rapidamente, mas ele não estava olhando para mim. Ele não estava rindo ou sorrindo. Nada sobre ele me levaria a acreditar que isso não havia sido uma opinião sincera, mas eu não era bonita, e isso não tinha nada a ver com baixa autoestima. Eu tinha uma cicatriz cortando minha bochecha esquerda. Isso tendia a arruinar algumas feições.
Eu não sabia o que Jax estava planejando e nem queria descobrir. Eu tinha problemas maiores para focar as minhas preocupações
Mas quando eu vi Jax sair da estrada principal, pegando uma rua paralela" um atalho" eu estava encarando ele novamente. “Você sabe onde a casa fica?”
Ele grunhiu algo que eu assumi que era um sim.
“Você já esteve lá?”
Sua mão apertou no volante. “Algumas vezes.”
Um pensamento horrível se formou na minha cabeça. “Por que você esteve na casa dela?”
“Você não quis dizer ‘nossa casa’ já que costumava viver lá também?”
“Uh, não. Por mais que eu morasse lá durante o colégio, nunca foi a minha casa”.
Ele olhou para mim e voltou a fixar seu olhar na rua. Um momento passou.
“A primeira vez que tive que ir para casa da sua mãe foi com o Clyde. Mona... ela estava festejando. Ficou tão bêbada que pensamos que teríamos que leva-la para o hospital”.
6 Plymouth Meeting é uma Região censo-designada localizada no estado norte-americano de Pensilvânia, no Condado de Montgomery.
“Então voltei algumas vezes quando ela passava dias sem aparecer e nós estávamos preocupados”. Ele havia aliviado o aperto no volante, batendo os dedos nele agora. “Um dia ou outro, Clyde ou Pearl davam uma olhada para ver se ela estava bem”.
“E você? Você iria vê-la, também?”
Ele assentiu.
Mordendo meu lábio, ignorei a onda de culpa enlameada que ameaçou subir em minha garganta. Estas pessoas, com exceção de Clyde, eram estranhos e aqui estava eu, família, e não estava fazendo essa viagem, nem uma vez ao dia, nem uma vez ao ano, para me certificar se ela estava viva ou descobrir se ela, finalmente, teria uma overdose. Afinal de contas, eu sabia o que era esse ‘dar uma olhada’.
Tentei encontrar um pouco de culpa mas falhei. “Não sou próxima da minha mãe. Nós temos...”
“Calla, eu percebi que vocês não eram próximas. Eu entendo”. Ele me interrompeu, atirando um sorriso descuidado em minha direção. E eradescuidado porque ele deveria saber o quão poderoso era essa meia curva que seus lábios faziam para ele simplesmente joga-la ali. “Você não precisa explicar nada para mim”.
“Obrigada”, sussurrei antes de pensar sobre isso, e então me senti uma idiota. Tudo o que ele fez foi um aceno em resposta.
O resto do caminho até a casa da minha mãe foi feito em silêncio, e fiquei surpresa quando ele estacionou seu carro na garagem e me seguiu até a porta, carregando os dois chás doces.
Quando abri a porta, olhei paraele. “Você não precisa entrar”.
bem?” “Eu sei”. Ele sorriu. “Mas prefiro não comer no meu carro enquanto dirijo. Tudo
Estava na ponta da minha língua o não, pronto para ser dito, mas minha cabeça tinha vontade própria, então apenas concordei enquanto abria a porta.
“Bom”. Jax passou por mim e entrou na casa primeiro.
“Sinta-se em casa”, murmurei.
Ele não me ouviu, porque estava se movendo pela casa furtivamente procurando pelos interruptores, para acender as luzes. Ele sondou a casa com um olhar intenso, cauteloso, como se esperasse que um troll saísse de debaixo do sofá gasto. Quando ele foi para a cozinha, eu o segui e, quando me disse que precisava ir ao banheiro, coloquei o saco em cima do balcão e comecei a descarregar os itens.
Droga, ele realmente esteve aqui antes porque não usou o banheiro no andar de baixo. Eu ouvi seus pés subindo as escadas e me perguntei por que ele tinha escolhido o lá de cima, mas meu cérebro estava muito sobrecarregado de trabalho para que realmente pensasse demais nisso. Quando ele retornou, encontrei meu hambúrguer entre a pilha de comida que ele tinha pedido.
Jax puxou uma cadeira ao meu lado e se jogou nela com graça. Ele estava sentado à minha direita. “Então”, Ele disse isso enquanto desembrulhava seu sanduiche de frango. “Quanto tempo planeja ficar aqui?”
Dei de ombros enquanto arrancava os picles do meu sanduíche. “Ainda não sei”.
“Provavelmente não muito tempo, certo? Não tem nada para fazer por aqui enquanto sua mãe está fazendo as coisas dela, não existem muitas razões para ficar”. Houve uma pausa. “ Você vai comer esses picles?" Quando balancei minha cabeça, ele os pegou.
Eu não respondi e consegui dar duas mordidas antes que ele falasse novamente.
“Você está na faculdade? Shepherd?”
Minhas mãos pararam no meio do caminho para a minha boca. “Como você sabe?”
Ele voltou sua atenção para seu hambúrguer, colocando os picles roubados dentro. “Clyde fala de você de vez em quando. Assim como Mona”.
Cada musculo em meu corpo ficou tenso e meu estomago revirou. Qualquer coisa que minha mãe tinha a dizer sobre mim não poderia ser coisa boa.
Silêncio ficou entre nós enquanto ele desembrulhava um de seus hambúrgueres e o dobrava como um burrito. “Então, o que você está estudando?”
Coloquei meu hambúrguer meiocomido de volta na embalagem. “Enfermagem.”
Suas sobrancelhas levantaram enquanto ele deixava sair um assovio baixo. “Bem, minhas fantasias envolvendo enfermeiras com pequenas saias brancas acabaram de ficar melhores”.
Estreitei meus olhos em sua direção.
Ele sorriu. “O que te fez escolher enfermagem?”
Focando em embrulhar meu hambúrguer descartado, eu dei de ombros. Eu sabia exatamente o porquê, mas a resposta não era algo fácil de admitir, então eu mudei de assunto. “E você?”
“Você quer dizer, o que eu faço além de ser um bartender?” Ele terminou seu hambúrguer e pegou algumas batatas fritas.
“Sim”. Eu o observei. “Além de comer muito, também”.
Jax riu profundamente, aquela risada sexy novamente. “Exatamente agora, eu só fico no bar. Mas tenho meus dedos em algumas outras coisas”.
Ele não elaborou, como eu, então eu não insisti, mas isso deixou pouco sobre o
que conversar.
“Fritas?”
Eu balancei minha cabeça.
“Vamos lá. É a melhor parte de se comer fast food. Você não pode recusar as batatas”. Aqueles olhos ficaram aindamais calorosos. “É puramente gordura, carboidrato e sal. Paraíso”.
Meus lábios se curvaram. “Você não parece com alguém que come muito carboidrato”.
Um de seus ombros largos levantou. “Eu corro todo dia. Vou para academia antes de ir para o bar. Isso significa que posso comer o que eu quiser, quando eu quiser. De outro jeito, a vida seria uma merda se você passasse metade do tempo brigando consigo mesmo sobre as coisas que você quer”.
Deus, eu sabia o tanto de verdade que tinha nisso.
Então peguei uma batata frita. E depois duas. Ok, talvez cinco batatas fritas antes de me levantar para jogar fora nosso lixo em uma pequena lixeira que surpreendentemente tinha um saco limpo dentro. Enquanto eu lavava minhas mãos, Jax levantou e fez seu caminho até a geladeira, deixando sair outro assovio baixo enquanto a abria. Eu não tinha ideia do que estava acontecendo. A geladeira estava vazia, com a exceção de alguns condimentos.
Ele fechou a porta e apoiou seu quadril no balcão. Olhando para as paredes cor de manteiga, paredes que Clyde tinha pintado antes de nos mudarmos e para a pequena mesa, toda arranhada, que estava em um dos cantos, ele inalou profundamente enquanto sua feição ficava séria. Maxilar cerrado. Lábios totalmente juntos. Olhos em um tom de marrom profundo, quase mogno.
“Você não vai ficar aqui”, ele anunciou.
Eu pisquei enquanto me virava para que meu lado direito ficasse visível para ele. “Pensei que já havíamos conversado sobre isso”.
“Não tem comida na geladeira”.
“Sim, eu meio que percebi isso”. Eu pausei, cruzando meus braços. “Também não tem comida em um hotel" um hotel que eu teria que pagar.
Jax inclinou seu corpo em minha direção e eu abaixei meu olhar. Cintura e quadris estreitos. Definitivamente um corredor. “Hotéis não são tão caros por aqui”.
Eu estava começando a ficar irritada. Eu sabia que eu teria de ir a um mercado em algum ponto, por que eu planejava ficar, o que significava que eu precisava de comida. Eu também precisava do meu carro funcionando, o que significava mais, vai se saber quanto, dinheiro que eu teria que gastar. Eu sabia que quanto mais eu ficasse aqui, mais rápido gastaria o pouco que havia me sobrado, mas essa era minha única opção. Eu não tinha outro lugar para ir, pelo menos, não até as aulas recomeçarem no fim de Agosto.
Isso se eu fosse aprovada para o auxílio financeiro.
E se não fosse?
Talvez eu conseguisse alugar um quarto para que eu pudesse dormir.
Isso eram coisas que o Jax não precisava saber. “Obrigada por me trazer aqui e pela comida. Eu estou realmente agradecida e, se você pudesse me contar com quem eu tenho que falar sobre meu para brisas, seria ótimo. Mas eu estou meio que cansada e” —
De repente, Jax estava diretamente na minha frente. Um segundo atrás ele estava do lado da geladeira e agora ele estava exatamente aqui. Eu inalei profundamente enquanto pressionava minhas costas contra o balcão.
“Não acho que você entendeu o que eu quis dizer, querida”.
Obviamente não.
“Sua mãe é uma drogada. Você sabe disso”.
Okay. Uma coisa era eu dizer que minha mãe era uma fodida. Agora, era outra totalmente diferente ouvir isso da boca dele. “Olhe, minha mãe "
“Não vai ganhar nenhum prêmio de mãe do ano? Sim, eu sei disso”. Ele disse, e minhas mãos se fecharam em punhos. “Ela também não vai ganhar nenhum prêmio de chefe do ano, mas provavelmente você sabe disso”.
“O que qualquer coisa dessas tem a ver comigo ficando aqui ou não?” eu retruquei”.
casa”. “Você, na verdade, não precisa ficar nessa cidade, quanto mais sozinha nessa
que?” Minha boca caiu aberta desde que eu não estava esperando esse comentário. “O
“Você precisa ficar em um hotel essa noite e, logo que seu carro estiver pronto, você precisa levar essa linda bunda para a estrada, o que, espero que seja amanhã à tarde, e você não precisa voltar”.
Okay. Era isso. Tudo envolvia o ‘aqui’ e eu não ligava para quão quente o cara era, sendo, provavelmente o cara mais quente que eu já tinha visto, e ainda foi cavalheiro o suficiente para me levar para casa e me comprar comida. Ou que tenha trazido para o assunto queminha bunda era linda e que havia gostado das minhas pernas.
Eu afastei essas coisas, esquecendo de todo o resto. “Responda uma pergunta”.
Seus olhos castanhos ficaram fixos nos meus. “Feito”.
Minha voz faltava doçura quando falei novamente. “Quem você pensa que é para me dizer o que fazer?”
Ele piscou e, então, deixou sua cabeça cair para trás enquanto ria. “Você tem atitude. Realmente tem. Eu meio que gosto disso”.
Isso me irritou ainda mais, e além do mais, era meio distorcido. “Você pode ir embora agora”.
“Não até que você entenda o que está acontecendo aqui”. Jax colocou suas mãos no balcão, cada uma de um lado meu, me aprisionando. “Eu preciso que você me escute”.
Eu travei e não conseguia me lembrar da última vez que um cara esteve assim tão perto demim.
“Calla”, ele disse, e eu tremi ao som suave porém profundo da sua voz dizendo meu nome. “Eu não acho que você entende o quão longe Mona foi e o que isso significa para todos que a conhecem”.
Ai fugiu dos meus pulmões. “Quão longe?”
“Não é bonito”.
“Eu não achei que fosse”.
Seu olhar segurou o meu. —Essa casa foi um antro de festas nos últimos anos. Não o tipo legal de festas que uma pessoa com duas células cerebrais vivas iria querer ir. A policia vinha aqui regularmente. Essa casa, basicamente, virou uma casa de drogas e eu não ficaria surpreso se você encontrasse pedras de crack escondidas nas gavetas da cozinha.
Meu Deus.
“O tipo de pessoas que ela sai? Eles são o fundo do barril. Não da para ir mais baixo que isso. E você não consegue ficar mais afundado que eles. E essa nem é a pior parte”.
“Não é?” Como poderia ser pior que minha mãe ser dona de uma casa de drogas? Acho que só se fosse um laboratório de metanfetamina.
“Ela irritou muita dessas pessoas”, ele disse e meu estômago caiu para meus pés. “Ela os deve muito dinheiro pelo que ouvi. Do mesmo jeito que Rooster”.
Ela deve dinheiro? Oh, Deus, isso era má notícia.
“Agora, eu sei que Clyde provavelmente não quer que você saiba, mas eu não acho que te proteger das coisas que estão acontecendo aqui vai ajudar em algo agora. Mona tem todo o tipo de pessoa errada procurando por ela. O tipo de pessoas que sua mãe se envolveu são as más notícias. O para brisas?”
“O que qualquer coisa dessas tem a ver com o para brisas?”
“Você veio aqui antes, certo? Alguém provavelmente tem uma pessoa vigiando essa casa, a viu e decidiu te dar um bom e velho aviso. Eles podem não ter percebido ainda que você é da família, mas eles sabem que você a conhece desde que você veio aqui. E olhe, essa coisa do para brisa pode até ser coincidência, mas eu duvido. Vamos apenas rezar que eles não tenham percebido que você é sua filha”.
Ah, puta merda, isso não era bom. Meu peito se elevou rapidamente enquanto minha pulsação aumentava. Isso tinha saído da parte ruim e ido direto para ‘shitville’7 .
“Sim”, Eu vejo que está começando a fazer sentido. Ele disse calmamente, quase gentilmente. “E vai ficar pior daqui em diante, especialmente se ela não sair de seu esconderijo”.
Virando minha cabeça para a esquerda, eu ouvi suas palavras. Elas foram absorvidas, fazendo um tremor percorrer minha coluna. Deus, um laboratório de metanfetamina seria melhor que isso.
Oh mãe, no que você se meteu?
Sua vida, e o que ela havia se tornado, machucaram como uma dor física e, algo que há muito tempo eu acreditei que havia morrido, surgiu dentro de mim. Uma
7 Algo como ‘uma cidade cheia de merda.
necessidade que me fez sofrer por muitos anos, uma urgência, um desejo de arrumar ela" arrumar minha mãe.
Dois dedos terminaram em meu queixo gentilmente forçando minha cabeça de volta para o meio. Meus olhos se arregalaram uma vez que voltaram a se conectar com os dele. “Eles podem te usar para chegar a ela”.
Meu cérebro imediatamente desligou. Essa coisa toda era muito para mim. Minha mãe roubou meu dinheiro e tinha alguém em busca de vingança com toda essa coisa do para brisas. Isso soava como um tema de filme estrelado por uma celebridade esquecida.
“Querida, a melhor coisa que você pode fazer é voltar e deixar essa cidade”. Ele disse novamente, seus olhos castanhos segurando meu olhar incrédulo. “Não há nada aqui para você”. Jax quase soava desapontado por isso e, quando minha respiração voltou ao normal, seu olhar finalmente deixou o meu, se movendo para meus lábios. Sua voz estava mais profunda, mais crua quando ele falou novamente. “Nada além de problemas”.