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Capítulo Trinta
Eu não sabia o que fazer ou o que pensar.
Jax tinha saído e ele não tinha dito nada. Não havia bilhete, mensagem ou recado no meu celular. Ele só tinha saído da casa sem me acordar e enquanto isso pudesse não parecer uma grande coisa, ele estava realmente chateado.
Eu me sentei na beira do sofá e pude ouvir novamente o que ele tinha dito. Que ele não conseguia acreditar que eu pensava certas coisas sobre ele e que eu não o conhecia.
Minhas unhas cravaram na minha palma. Ele estava realmente bravo, tinha ido para cama assim ou tinha feito o que fosse que ele tinha no quarto extra, e ele tinha dito coisas bem estupidas também. Eu sabia que algumas palavras não podiam sumir, não podiam ser retiradas.
Será que tinha chego nesse ponto?
Era esse seu jeito que terminar as coisas?
Oh meu Deus.
E se ele tivesse saído e me quisesse fora daqui antes que ele voltasse? E eu estava aqui, sentada no sofá, ainda em sua camiseta, como uma idiota? Isso era totalmente possível. Ele estava irritado por que eu tinha insinuado que ele estava dormindo com Aimee.
Eu pulei, ficando de pé, minhas mãos tremendo enquanto eu tirava meu cabelo do meu resto. Jax era um bom homem. De verdade. Ele não iria querer confusão. Inferno, ele tinha sido gentil com Aimee até que ela tinha falado meu nome. Ele provavelmente só me queria longe daqui.
Deus, ele realmente tinha me defendido e eu tinha sido tão... idiota.
Eu corri escada acima, arranquei sua camiseta e a joguei em sua cama. Eu rapidamente coloquei uma roupa, prendi meu cabelo em um coque bagunçado e enfiei minhas coisas na minha mala.
Enquanto eu fechava o zíper da bolsa, eu parei por um momento e a pequena voz atrás da minha mente me fez me acalmar, pensar, porque eu poderia estar exagerando, mas o medo de estar se ele voltasse e não me quisesse aqui era demais.
Eu comecei a ir embora, mas me virei e peguei sua camiseta que eu tinha usado para dormir. Eu nem sei porque eu fiz isso, mas eu a peguei e a levei comigo enquanto eu pegava minha bolsa e deixava sua casa.
Muitas coisas estavam passando na minha cabeça enquanto eu dirigia, primeiro sem saber para onde eu estava indo, até que reconheci onde meu subconsciente tinha me levado.
Para casa da minha mãe.
Eu nem sabia como tinha chegado lá, porque eu não me lembrava de ter dirigido. A casa estava Silênciosa, mais quente que o normal porque eu não tinha estado aqui para ligaro ar. Eu deixei minha mala no sofá e peguei meu celular.
Não haviam ligações ou mensagens, e eu não sabia o porque eu pensei que teriam. Meu coração estava acelerado, meu estômago se remoendo e eu comecei a ligar para Teresa porque eu precisava falar com alguém, mas ela não conhecia Jax.
Eu dei algumas voltas no sofá antes que eu apertasse o nome de Roxy na minha lista de contados. Ela atendeu no terceiro toque.
“Hey,” ela disse, sua voz rouca pelo sono. Eu me encolhi. “Me desculpe. É muito cedo, certo? Euposso ligar depois.”
“Tudo bem.” Ela limpou sua garganta. “Está tudo certo?”
Eu quase disse que sim. “Não.” “É sua mãe ou Clyde?” A sonolência tinha sumido da sua voz. “Não. Nada disso. É...” eu me preparei. “Eu acho que eu e Jax terminamos.”
Houve uma pausa e, então, ela gritou. “O que?”
Eu me larguei no sofá. “Quero dizer, nós estávamos juntos, eu acho. Nós não nos chamávamos de namorados. Nós não tivemos essa conversa.”
“Menina, eu não acho que as pessoas tem essa conversa. Isso meio que acontece. Vocêsdois estavam realmente juntos.”
“Ele disse que era meu homem, então sim, mas ontem a noite...” eu me interrompi, me sentindo enjoada novamente. “Eu não sei. Ele sumiu.”
“O que você quer dizer com sumiu?”
Aquele enjoo viajou para meu peito. “Quando eu acordei ele tinha ido embora e ele não dormiu comigo noite passada.”
“Onde você está?” ela perguntou, de repente.
“Eu estou em casa.”
“Na de Jax?”
“Não. Na casa da minha mãe. Eu não consegui ficar na sua casa. Eu nem sei se ele me quer la e eu não queria estar quando ele chegasse, se esse for o caso.” Minha mão apertou mais o telefone. “Então eu... eu estou na casa da minha mãe.”
“Você acha que essa é uma boa ideia?” ela perguntou e sua voz mudou, como se ela estivesse se movendo apressadamente. “Com tudo que está acontecendo?”
Meu coração virou. Puta merda. “Eu sou uma idiota. Mais que uma idiota normal. Eu sou ultra idiota. Eu nem pensei sobre isso.” Puta merda, eu realmente não tinha pensado nisso. Eu me levantei e corri para porta da frente para me certificar que estava trancada. “Eu realmente sou idiota o suficiente para não merecer viver.”
“Okay. Você está estressada. Não está pensando claramente. Não que você seja idiota para não viver. Ou talvez um pouco.” Ela respondeu e sua voz soou mais distante. “Eu coloquei você no viva-voz. Eu estou me vestindo. Fique onde está. Eu vou aí. Me mande o endereço por mensagem.”
Meus olhos arregalaram. “Você não precisa fazer isso.”
“Sim, preciso. Eu sou sua amiga. Você está com problemas e quase foi sequestrada há uns dias atrás. Isso é o dever de um amigo então eu estou indo. Fique onde está, tranque as portas e esconda as crianças. Eu estou chegando.”
Eu ri. “Você acabou de citar Antoine Dodson41?”
“Talvez.” Roxy gritou para responder. “Eu vou chegar no máximo em quinze minutos. Okay? Eu só preciso escovar meus dentes e, talvez, meu cabelo.”
“Tudo bem. Estarei aqui.”
Eu acho que nem se passaram vinte minutos, o que me fez imaginar onde ela morava exatamente, porque eu não sabia isso nem o quão rápido ela estava dirigindo,mas ela apareceu na casa usando um short jeans cortado e uma regata grande demais que mal cobria seu sutiã esportivo, e seu cabelo estava em um coque mais bagunçado que o meu. Ela parecia incrivelmente fofa, de um jeito que eu não conseguiria ficar se me vestisse desse jeito.
Ela também estava carregando uma caixa branca que colocou na mesa. “Eu trouxe doughnuts. Vamos precisar de gordura para essa conversa.”
Eu não pensei que pudesse comer sem vomitar, mas isso foi bem legal da parte dela. Ela se sentou no sofá e se inclinou para frente, abrindo a tampa e revelando uma variedade de delicias. Eu peguei alguns guardanapos de fast foods na cozinha e me juntei a ela no sofá.
Quando voltei ela já tinha devorado metade de um doughnet coberto de chocolate. “Me conte tudo.”
Exalando, eu me sentei ao seu lado e disse tudo, começando com Aimee, algo que ela estava bem familiarizada, e terminando essa manhã. Eu até contei sobre os planos que fizemos para quando eu voltasse para a faculdade. Quando eu terminei, eu surpreendi a mim mesma quando peguei um doughnut de glacê.
“Okay.” Ela pegou seu quarto doughnut e eu imaginei onde ela tinha colocado os outros três. “Vamos começar com Aimee. A menina não acha que nenhum cara vai recusá-
41 Celebridade da internet. https://en.wikipedia.org/wiki/Antoine_Dodson
la e eu tenho certeza que ela sabe queele gosta de você, porque todos sabem. Inferno. Eles veem.”
“Vêem?”
Roxy sorriu com a boca cheia de doughnut. “No minuto que você apareceu, Jax colocou seus olhos em você, literalmente e figuradamente. É bem óbvio.”
Calor passou por mim enquanto eu absorvia isso. Eu gostava de saber o que as pessoas pensavam. Então eu me senti meio idiota porque não era tão legal para as outras pessoas como era para mim.
“Você sabe que eu percebi o jeito que Aimee se joga em Jax,” ela continuou. “Eu vim aperfeiçoandomeu olhar mortal desde que ela entrou no bar. Tristemente, não está funcionando.”
Eu sorri ao ouvir isso enquanto eu mordia um pequeno pedaço. Seu olhar mortal não estava funcionando em Reece também.
“Jax não alimenta isso. Apesar que ele poderia fazer mais para que ela entendesse a mensagem, mas ele não está retornando o sentimento. Nem uma vez. Mas ele é um bom homem.” Pegando um guardanapo, ela limpou seus dedos. “Precisa de muito para irritálo. Você já viu isso. E ele é bom para as meninas. Ele, simplesmente, foi educado corretamente.”
“Ele foi,” eu sussurrei.
“Mas você tem direito de estar irritada com tudo.”
“Eu tenho? Certo?”
Ela concordou.
Obrigada a Deus, eu não era uma louca e fodida total.
“Eu mataria a cadela se ela aparecesse no meio da noite na casa do meu homem, se eu tivesse um, mas que seja. Eu provavelmente iria castrá-lo também, e me levaria um tempo para superar isso, mas...”
Eu me encostei, trazendo meus joelhos para meu peito. “Aqui vem a parte de ‘eu estraguei tudo’?”
“Sim. E não.” Roxy sorriu enquanto se virava para mim. “Esse é seu primeiro relacionamento e sua primeira briga. Esperançosamente, não vai ser seu único relacionamento, mas definitivamente não vai ser sua última briga. Isso, provavelmente, vai acontecer muitas vezes.”
Eu sabia disso. Eu só tinha me esquecido por que eu era uma idiota.
“E você basicamente acusou Jax de ser um puto enquanto ele estava com você, então ele vai estar irritado, mas ele não vai parar de gostar de você. E se ele parar, ele não vale seu tempo. Mas não é assim que Jax é. Ele vai se acalmar e vocês vão ficar bem.”
Mordendo meu lábio, eu deixei suas palavras girarem em volta da minha cabeça. Tudo que ela disse era razoável. Esperança surgiu. “Você acha que eu devia ligar para ele?”
“Eu acho que você tem que dar a ele um pouco de tempo,” ela sugeriu. “Não é errado deixar o cara vir até você. Certo? Vocês dois estão errados e precisam se lembrar que não são os únicos que estragaram tudo.”
“Você está certa.” Eu suspirei, jogando minha cabeça contra o sofá. “Você acha que eu deveria ter ido embora essa manhã?”
“Um...” ela ajustou seus óculos. “Bem, se você não tivesse todas essas coisas loucas acontecendo? Provavelmente não teria importância. Jax provavelmente não está feliz, mas ele vai te ver hoje a noite.”
“Não. Ele vai para a festa. Você e Nick vão trabalhar hoje à noite, lembra?”
“Merda,” ela disse, batendo um braço no sofá. “Eu esqueci completamente.”
“Você fez planos? Porque tenho certeza que estaremos tranquilos hoje.”
Roxy riu. “Eu preciso ter uma vida para fazer planos, mas eu estava pensando em ficar deitada, lendo e comendo porcaria até altas horas da noite como qualquer menina linda e gostosa de vinte e dois anos.”
Eu ri.
Seu sorriso aumentou e, então, nosso olhar se encontrou quando ela se inclinou para dar um tapinha no meu braço. “Vai ficar tudo bem.”
Eu sorri de volta e mesmo que eu estivesse a beira de um colapso essa manhã, eu me senti muito melhor, como se tudo fosse ficar realmente bem. “Obrigada.”
“Se não, tenho certeza que sua mãe tem um pequeno caderno preto aqui e ela provavelmente sabe alguém que poderíamos contratar para dar uma surra nele.”
“Oh meu Deus,” eu disse, rindo.
Ela riu enquanto se aconchegava contra meu braço. Ela era tão pequena que mal ocupava meia almofada. “Vamos chamar isso de Plano B.”
“E qual é o Plano A:”
“Você aparecer em sua casa usando nada além de um sobretudo e quando ele abrir a porta, você pula nele.”
Rindo novamente, eu balancei minha cabeça. “Eu gosto do Plano A.”
“E aposto que ele gostaria também.”
Era Quarta a noite e eu estava uma pilha de nervos. Meu estômago estava cheio deles e eu mal conseguia segurar o lanche que tinha comido depois que eu e Roxy visitamos Clyde, o que era nada além de metade de um sanduiche de salada de frango.
Por alguma malditarazão feminina, eu tinha levado meu tempo me arrumando para meu turno enquanto Roxy me esperava. Eu deixei meu cabelo ondulado e me maquiei, colocando um tom um pouco mais claro que vermelho nos meus lábios. Eu sabia que os caras da festa de solteiro poderiam aparecer no bar alguma hora e isso significava que Jax estaria com eles.
Eu não tentei saber sobre Jax enquanto entrava no meu próprio carro e Roxy no dela. Eu tinha mandado a ele uma mensagem rápida dizendo que eu esperava vê-lo hoje a noite. Então, porque eu estava assustada como uma menininha com um monstro em seu
armário, eu larguei meu celular na minha bolsa e liguei musica alta. Eu não olhei para ver se ele tinha respondido até que chegamos no bar.
Sem respostas.
“Nada demais,” eu disse a mim mesma enquanto saia do carro e entrava no bar, meu coração palpitando.
Não havia nenhuma resposta às seis.
Não havia nenhuma resposta às nove.
Para deixar tudo ainda mais fodido, Aimee estava estranhamente longe do bar. Com certeza, ela finalmente entendeu a mensagem, mas meu coração não tinha diminuído e eu estava começando a pensar que, talvez, Roxy estava errada essa manhã. Talvez ele tivesse mudado de opinião.
“Você está bem?” Roxy perguntou depois que eu entreguei um Martini de Maçã que eu não estava certa se tinha feito corretamente.
Eu estava totalmente paranoica. “Sim.”
Ela me observou cuidadosamente. “Você não teve noticias dele, né?”
Fechando minha boca, eu balancei minha cabeça.
“Calla, eu não...”
A porta abriu e meu olhar foi direto para ela e meu coração pulava cada vez que eu fazia isso hoje. Não era Jax.
Katie entrou, usando saltos que poderiam ser usados também como arma. Ela nem tropeçava neles. Ela andou até o bar, dando um tapinha no ombro de uma mulher. “Você está no meu lugar.”
Eu suspirei.
Roxy riu.
A mulher devia estar acostumada com Katie porque ela murmurou algo enquanto saia do lugar. Katie se sentou, ajustando o pequeno vestido na parte dos seios, o puxando para cima. “Whiskey. Puro.”
Minha sobrancelha levantou. “Noite ruim?”
Seus olhos reviraram. “June" uma das meninas" está tentando uma coreografia nova. Dança do Ventre. A menina nem pode dançar hip-hop sem mandar os homens correndo pela porta como se tivesse aparecido um tsunami.”
“Então como ela consegue tirar a roupa?” Roxy perguntou.
Até Nick parecia estar ouvindo da onde ele estava, há alguns metros a frente, do outro lado da bancada.
“Quem sabe? Ela tem bons peitos e uma boa bunda. De qualquer forma, eu não consigo lidar com isso.”
Eu sorri enquanto colocava uma dose e deslizava ocopo para ela. Nenhuma gota foi derramada.
“Aw, veja, você é como uma bartender de verdade agora,” Roxy apontou.
Nick bufou.
Eu olhei para eles e, então, a porta se abriu. Minha cabeça virou rapidamente em direção a ela que eu fiquei surpresa que isso não me deixou tonta. Perdi a respiração e quase deixei cair a garrafa de whiskey.
Reece foi o primeiro a entrar, usando um jeans velho e uma camisa de botão, parecendo elegante.
“Merda,” gemeu Roxy. “Sério. Eu pensei de verdade que não precisaria lidar com ele olhando para mim hoje.”
Eu olhei para ela.
Katie bufou enquanto levantava seu copo. “Eu teria várias longas noites com ele. “Então ela engoliu o whiskey e um gole. “Holy guacamole,” ela quase engasgou.
Mais alguns outros caras entraram. Eu vi seu irmão mais velho e fiquei surpresa ao ver Colton com eles, mas fazia sentido. O noivo era policial. Meu coração estava dançando agora, porque Jax estaria com ele.
Katie olhou sobre seu ombro. “Viu! June expulsou até eles.” Ela jogou suas mãos pra cima.
A porta se fechou e a risada vinda do grupo de homens se moveu para uma das mesas de sinuca. Meu coração caiu para meu estômago.
Jax não estava com eles.
“Eles estavam no clube, certo?” Eu me ouvi perguntando.
“Yep. Não dava para não vê-los.” Katie inspecionou suas unhas por um momento e olhou para cima, seus olhos azuis cheios de simpatia.
Oh não.
Eu dei um passo para trás, esbarrando em Sherwood, que era como um maldito fantasma pois tinha ido para trás do bar e estava fazendo algo com os copos.
Roxy me observava, suas sobrancelhas juntas. “Calla...”
Eu realmente duvidava que Katie tinha caído do poste e desenvolvido super poderes, mas ela estava me encarando como se soubesse exatamente o porque eu estava preocupada.
“Jax estava com eles,” ela disse.
Nenhuma surpresa. Eu sabia que ele poderia estar.
Roxy se moveu mais para perto enquanto olhava pelo bar. Seu olhar pegou o de Nick e ele se moveu para ajudar um cliente.
“Okay,” eu sussurrei, e eu não estava certa de como ela me ouviu por causa de todo o barulho.
Katie sugou seu lábio com gloss rosa. “Os caras estavam se divertindo, mas Jax não parecia tão feliz então, talvez meia hora antes de vir aqui, Aimee apareceu.”
O pior tipo de emoção explodiu em meu peito.
“Foi bem estranho porque Aimee nunca colocou o pédentro do clube.”
Claro que não, porque Aimee só estava ali por que Jax também estava.
“Uns dez minutos depois que ela apareceu, Jax foi embora.” Os olhos de Katie encontraram os meus. “E Aimee foi embora, também, logo atrás dele. Eu não estou dizendo que eles estão juntos. Mas ela estava literalmente atrás dele.”
Oh meu Deus.
“Calla,” Roxy tocou meu braço. “Aimee está a um passo de ser considerada uma perseguidora. Você sabe que Jax não pediria para ela aparecer lá.”
Eu olhei para ela, sem ter certeza se a estava vendo. O vazio de antes tinha voltado. “Ele não respondeu minha mensagem que mandei antes de vir trabalhar. Eu mandei uma mensagem. Ele não respondeu.”
“Okay. Isso não significa nada,” Roxy disse rapidamente.
Mesmo? Aimee aparecendo ontem a noite. Ele a expulsou mas a conversa foi duvidosa. Nós tivemos uma grande briga. Ele não dormiu comigo, tinha ido embora quando acordei e não tinha tentado falar comigo o dia todo e ele não tinha me respondido. Nada disso parecia bom.
Minha garganta queimava.
Algo poderoso saia de mim enquanto eu ficava ali de pé, como se estivesse sangrando de umaferida de faca que iria te matar vagarosamente.
“Vocês dois são mais que amigos. Vocês não disseram isso para mim, mas eu sei.” Katie disse enquanto ela batia seus dedos na lateral da sua cabeça. “Eu sei.”
“Katie,” Roxy suspirou.
“Eu te disse que sua vidairia mudar,” ela continuou. “Lembra? Eu te disse. Eu não disse que seria fácil.”
Eu estava encarando ela.
Por sorte, uma multidão veio chegando no bar então eu não tive chance de responder a Katie, fui me ocupando em atender os pedidos de um jeito quase obsessivo. Eu nem notei quando Katie saiu.
Roxy tentou falar comigo várias vezes, mas eu a evitei, porque ela queria falar sobre Jax e eu não podia fazer isso. Eu não conseguiria.
Eu fiz três Long Island e sorri. Eu ri. Eu peguei o dinheiro. Eu fiz gorjetas. E fiz várias Jäger Bombs para a mesa de Reece por que, do nada, Roxy estava ajudando Gloria.
Ele não falou sobre Jax.
Eu também não.
Quando os rapazes saíram faltava quase uma hora para que fechássemos pela noite e tudo que eu queria era ir para casa e me jogar na cama. Provavelmente não era a coisa mais sensata a se fazer. Uma hora durante a noite, Roxy mencionou que eu poderia ficar com ela, mas eu precisava ficar sozinha. Eu estava disposta a arriscar ficar sozinha, porque o que quer que estivesse sangrando de mim mais cedo, ainda não tinha parado.
Eu olhei para as portas mais uma vez naquela noite e meus lábios tremiam com a dor que enchia meu peito vazio, revirando meu interior. Eu podia sentir aquilo se transformando dentro de mim. Eu iria quebrar e isso seria apenas a cereja do maldito bolo.
Indo em direção a Roxy e Nick, eu inalei profundamente. “Está tudo bem se eu aproveitar e ir embora?”
Roxy concordou. “Sim, nos cuidamos de tudo, mas...”
“Okay. Obrigada” Eu corri para ela, dei um rápido abraço e passei por eles. Eu peguei logo minha bolsa do escritório e quando estava saindo, Nick estava vindo do bar.
“Eu posso te dar uma carona,” ele ofereceu.
“Não,” eu disse rapidamente, inclinando minha cabeça para a esquerda. “Eu vim de carro. Você não precisa fazer isso.”
Nick olhou para Roxy e eu aproveitei isso como um sinal para ir embora antes que eu terminasse indo para casa com um dos dois, acabando chorando em cima de um dos dois. Eu corri para fora do bar onde o cheiro da chuva empregava o ar da noite.
Eu parei, peguei meu celular da minha bolsa e apertei o botão. A tela acendeu. Nenhuma chamada perdida. Nenhuma mensagem.
Eu soltei uma risada seca enquanto eu levantava minha cabeça, colocando meu celular de volta na minha bolsa. Meus dedos doíam para ligar para ele enquanto eu encarava o estacionamento do outro lado da rua. Claro que a caminhonete de Jax não estaria ali, porque ele tinha ido embora segundos antes de Aimee e ele não tinha aparecido no Mona’s hoje a noite. Ele não tinha tentado entrar emcontato e ele não tinha respondido minha ligação.
Eu não deveria ter deixado Jax entrar.
Eu não deveria ter me apaixonado por ele.
Não. Isso não era verdade.
Limpando meus olhos, eu andei pelo estacionamento. O Wal-Mart que ficava no fim da rua estava aberto. Eu iria usar um pouco do meu dinheiro e pegaria uma cesta cheia de porcarias e sorvete. Então eu iria para casa e comeria até que não ligasse mais. Então amanhã... bem, eu ainda não sabia. Eu estava a alguns passos do meu carro quando eu ouvi
meu nome.
“Calla?”
Meus olhos arregalaram e meus dedos tremiam em volta da alça da minha bolsa enquanto eu me virava, minhas costas para a rua, desacreditando enquanto meu olhar ia e terminava na origem da voz.
Ela estava parada debaixo de um poste de luz no estacionamento. Mesmo com a luz baixa, eu podia ver seu cabelo loiro claro desbotado com as raízes bem escuras, seu rosto e forma magros. Suas roupas estavam amassadas. Uma camiseta velha estava sobre seus ombros estreitos. O jeans era justo mas alargava na altura do joelho.
Ela deu m um passo em minha direção, mas eu me movi um passo para trás. Seu sorriso era grande e brilhante. “Bebê...”
Eu não conseguia acreditar.
Minha mãe estava parada na minha frente, parecendo acabada e me chamando de bebê. Eu estava, literalmente, pregada onde estava, totalmente embasbacada. Eu não sabia o que dizer a ela, porque haviam trocentas coisas que eu queria gritar na sua direção, mas nenhuma delas veio a tona.
“Você está bem?” foi tudo que consegui dizer.
Ela abriu sua boca, mas qualquer coisa que fosse dizer foi cortada pelo som alto, como um motor acelerando. Minha cabeça virou e eu olhei para trás de mim. Um carro de quatro portas com janelas escuras acelerou pelo estacionamento, parando abaixo de uma placa. Uma janela se abriu.
Várias faíscas voaram pela noite.
Houve um disparo.
Minha mãe gritou e eu pensei que ela tivesse gritado meu nome, mas houveram mais disparos, como uma dúzias sendo atirados ao mesmo tempo, e mais faíscas. No meio de tudo eu percebi que eram tirosassim que vidro explodiu em volta de mim. Metal voou perto de mim, muito perto, e minha bolsa escorregou dos meus dedos enquanto um grito se formava em minha garganta.
O som nunca me deixou, por que eu fiquei sem ar quando uma queimação começou em meu estômago, afiada e de surpresa, intensa e roubando meu ar.
Eu olhei para baixo enquanto cambaleava, batendo em um Jeep. Eu pensei ter ouvindo um grito, mas minha cabeça estava girando de um jeito estranho. Minhas mãos tremiam enquanto eu as pressionava na minha lateral. Eu senti algo quente e molhado.
“Mãe,” eu gemi enquanto os ossos sumiam da minha perna. Eu não lembrava de ter caído, mas a parte de trás da minha cabeça doía, mas não tanto quanto meu estômago. Eu estava encarando o céu, mas as estrelas estavam se movendo, como se elas estivessem caindo. “Mãe?”
Não houve resposta.