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Capítulo Vinte e Dois
O jantar no Apollo’s foi cancelado.
Um corpo jogado" literalmente" na frente da minha casa fez isso. E o corpo ainda estava lá, exatamente onde caiu, enquanto a polícia fazia qualquer coisa forense que precisava.
O corpo tinha um nome,eu aprendi" um nome que mandava uma onda de medo pelo meu corpo.
O corpo pertencia a Ronald R. Miller, também conhecido nas ruas como Rooster, o tal namorado da minha mãe.
Isso não era bom.
Rooster tinha uma bala no meio de sua testa e eu tinha ouvido Reece do lado de
fora falando com outro policial. O jeans de Rooster tinha marcas de grama no joelho e não precisava de muita imaginação para entender que ele estava de joelhos quando o gatilho foi puxado.
Estilo clássico de execução.
Onde estava minha mãe? Essa pergunta rodava e rodava, porque todos disseram que ela tinha fugido com Rooster.
Que agora tinha uma bala na cabeça.
Eu tremi enquanto me foquei em Jax. Ele estava em pé perto da janela, suas costas e maxilar tensos. Ele não havia falado muito depois que tudo aconteceu. Nós já tínhamos dado nosso depoimento, o que não era muito.
Clyde se aproximou e apertou minha mão. “Você está bem, menininha?”
Eu concordei. Ele apareceu uma hora depois da polícia. Como ele tinha descoberto sobre o que aconteceu eu não sabia, mas ele chegou em sua picape velha, gritando e esbravejando para deixarem ele entrar na casa, para que ele pudesse ver sua
‘menininha’ e ajudar nessa ‘experiência traumática’ que ‘não era certa’ e varias outras coisas que incluíam palavrões. Eles não deixaram ele passar pela porta da frente, por razões obvias, e eles não queriam que ele entrasse, mas ele gritou até que conseguiu entrar pela porta de trás, pela cozinha.
“Quanto tempo você acha...” eu pausei, engolindo contra a náusea. “Quanto você acha que ainda vai levar até que tirem ele?”
“Logo,” Clyde disse. “Tem que ser logo.”
Meu olhar foi em sua direção e eu percebi uma fina linha de suor brilhando em
sua careca.
Jax se virou da janela e andou para onde eu estava sentada perto de Clyde. Elenão disse nada enquanto ele se apoiava no braço do sofá. Um segundo depois, eu ouvi a porta da frente se abrir e Reece entrou com um detetive usando uma calça bege e uma camisa de botão branca, como a de Jax, mas combinada com uma gravata da cor das calças.
Por uma razão estranha, eu pensei sobre o que Roxy havia me dito sobre Reece estar envolvido em um tiroteio. Era a última coisa que eu precisava pensar, mas eu me perguntava se incomodava ele ver Rooster desse... desse jeito. Então, novamente, ele provavelmente via muito isso.
Eu quase me esqueci do nome dele" do detetive. Ele não era muito mais velho que nós, no fim de seus vinte anos ou no começo dos trinta. Ele era bonito, muito, com seu cabelo castanho bem curto e olhos azuis claros.
“Estamos terminando agora,” ele disse, seu olhar passando por nós três. “Nós temos alguns suspeitos e iremos encontrar quem fez isso.”
Eu concordei. “Okay. Um. Obrigada?”
Seus lábios se curvaram. “Agora, o oficial Anders me disse que vocês estão procurando pela Senhora Fritz.”
Oficial Anders? Eu pisquei vagarosamente e percebi que ele estava falando sobre Reece. Meu olhar se moveu de Reece até o Detetive Anders. Espere um segundo... “Vocês são parentes?”
“Irmãos,” Jax respondeu.
“Eu sou o bonito,” Reece disse, sorrindo.
Detetive Anders inclinou sua cabeça para o que, obviamente, era seu irmão mais novo. “Definitivamente, não é o inteligente.”
Irmãos policiais. Quente.
Eu precisava checar minha cabeça.
“De qualquer maneira,” O detetive disse. “Ele estava me contando que vocês estão tentando encontrar sua mãe e que tiveram alguns problemas ontem quando estavam na cidade. Eu sei o que está acontecendo.”
Os olhos se Jax se estreitaram e meu estômago afundou. Não importava o que, se o policial sabia o que tinha acontecido, ela estava com problemas. Muitos problemas.
Reece me encarou com um olhar que suplicava por desculpas, mas que ele tinha que fazer algo. “Ele sabe sobre Mack. E aquele merdinha é o primeiro na lista de suspeitos.”
“Isso foi, com certeza, um aviso para Calla,” Jax respondeu, com a voz rouca. “Mas não faz sentido. Se Mack encontrou Rooster, então como ele não encontrou Mona?”
“Rooster pode ter decidido tentar sair dessa bagunça,” Detetive Anders disse, cruzando seus braços sobre seu peito. “Ele poderia ter voltado e se sua... sua fonte está dizendo a verdade, se ele voltou sem as drogas ou a quantia equivalente em dinheiro, ele pode ter recebido uma calorosa boas vindas.”
Yah, ele tinha recebido uma bala em sua cabeça. Minha mãe não tinha a droga. E, com certeza, ela não tinha o dinheiro.
Tinha que ter sido Mack porque como Ritchey disse, a merda rolava montanha abaixo e essa merda rolou sobre Mack.
“Nós também estamos procurando pelo homem que veio a sua casa e pegou as drogas. Nós vamos encontrar eles.” Detetive Anders disse. “Mas precisamos que vocês se afastem. Nos deixem fazer nosso trabalho. Nós não queremos vocês perto dessas pessoas.”
Eu não queria ficar perto dessas pessoas, mas eu tinha apenas uns dias antes que precisasse entregar minha mãe. Eu não respondi porque eu realmente não queria ouvir eles tentarem me convencer sobre o que precisava ser feito.
Nós tínhamos uma pista.
Ike.
E Jax não tinha mencionado Ike para a policia ou para Reece até onde eu sabia. Outro policial entrou, anunciando que a varanda tinha sido limpa, e eu suspirei aliviada. Jax seguiu Reece e seu irmão mais velho para fora depois que tudo terminou aqui.
Clyde passou sua mão pelo seu peito. “Isso é uma bagunça.”
Eu suspirei. “Eu sei. Minha mãe... você acha que ela tem alguma ideia na bagunça que se envolveu?”
Clyde concordou. “Eu acho que ela sabe e, se ela for esperta, ela está morando no México agora.”
Deus, isso seria péssimo" ela tendo se mudado para longe e nunca vê-la novamente, mas se minha mãe fosse esperta, era o que ela deviafazer. Não tinha um jeito que ela pudesse voltar para cá. “Se ela não voltar... o que acontece com o bar?” eu perguntei, me focando na coisa menos importante, porque era melhor do que toda a loucura. Eu sabia que o bar ficaria para mim se ela... se ela morresse, mas eu não tinha ideia do que aconteceria se ela simplesmente desaparecesse.
“Menininha, você não precisa se preocupar com isso.” Ele trocou seu pé de apoio, seu peito se movimentando com sua respiração profunda. “O bar vai ficar bem.”
Minhas sobrancelhas levantaram com preocupação. “Você está bem?”
“Sim, eu estou ótimo. Você não tem que se preocupar comigo.”
Eu não tinha certeza disso mas, então Jax voltou sem a companhia dos irmãos policiais. Ele andou direto para onde eu estava sentada, pegou minha mão e me ajudou a me levantar. “Quer sair daqui?” ele perguntou.
Concordando, eu queria sair dali mais que tudo.
Clyde andou até mim e sem deixar a mão de Jax sair da minha, ele me deu um de seus abraços de urso. “Eu gosto que você não vai ficar aqui. Isso é bom. Muito bom.”
Eu estava relutante em deixa-lo ir quando ele se afastou. “Tudo vai ficar bem,” eu disse a ele, porque eu sentia a necessidade de dizer isso em voz alta.
Ele me deu um sorriso, mostrando os dentes, enquanto seu olhar foi na direção de Jax. “Sim, menininha, vai ficar.”
Enquanto Clyde saia, eu arrumei mais roupas e coisas pessoais e as levei para a parte de trás da picape de Jax. Era difícil passar pela varanda sem imaginar o corpo ali.
Uma vez dentro da caminhonete, Jax olhou para mim. “Você está bem?”
Eu pensei nisso por um momento. “Tão bem quanto posso estar.”
Um pequeno sorriso apareceu enquanto ele se aproximava, passando seu dedão sobre meu lábio. “Essa merda com Rooster e Mack" com sua mãe não está certa. É sério. Não é normal. E estar bem não está bem com tudo isso.”
“Eu sei,” eu sussurrei.
forte.” Seu sorriso aumentou para um dos lados de seus lábios. “Como eu disse. Você é
Meu peito aqueceu e, em vez de negar isso, eu sorri um pouco. “Podemos parar no caminho da sua casa e pegar algo para comer?”
“Qualquer coisa por você, babe.”
Eu gostava do som disso. Muito.
Estava tarde para jantar em qualquer lugar então o menu era fast food. Nesse ponto, eu provavelmente teria comido um cavalo, então eu não reclamei quando paramos na hamburgueria. Não eram os melhores bifes do estado, mas iria funcionar.
Nós não falamos enquanto íamos para a casa ou enquanto comíamos. Foi só depois de termos comido e eu ter jogado meu refrigerante no lixo que eu sabia que tínhamos que falar sobre isso.
Ou que eu tinha que falar sobre isso.
“Você acha que minha mãe está bem?” eu perguntei.
Jax estava na mesa perto da porta que levava a um pequeno quintal. Ele se virou para mim, seu queixo baixo. “Eu não sei.”
Eu fechei meus olhos enquanto uma correnteza de emoções passava.
“Eu odeio dizer isso, mas eu preciso ser honesto com você.”
“Eu aprecio isso.”
“Eu sei que você gosta,” ele disse, então eu senti ele se aproximar e abri meus olhos. Ele estava diretamente na minha frente. “Se Rooster caiu foi, provavelmente, porque ele sentiu o calor. Isso significa que sua mãe ainda deve estar por aí.”
Porque ela não estava deitada na varanda ao lado de Rooster.
“Mas isso não é bom,” ele terminou.
Assim como Clyde tinha dito. “Não tem um jeito que ela possa consertar isso. Mesmo que eles prendam Mack pelo que aconteceu com Rooster, ainda tem esse Isaiah. Foi muita droga e muito dinheiro. Ela não vai poder passar por isso.”
“Não. Ela não pode.”
Uma bola se formou no fundo da minha garganta. “Ela realmente conseguiu dessa vez. Quero dizer, ela realmente conseguiu, Jax. Não tem como arrumar. Não tem como fazer tudo ficar bem. E ela me arrastou para isso, o que arrastou você. E eu sinto muito por isso. Você não precisa de nada disso. Você nem deveria ter visto Rooster hoje.”
“Querida,” ele disse gentilmente, segurando meu rosto. Ele inclinou minha cabeça para trás. “Nada disso é culpa sua. Saiba disso. Não tem por que você pedir desculpas por nada disso. Você não pediu por isso ou fez isso com você mesma.”
O que ele disse era verdade mas eu não conseguia evitar em sentir de alguma forma responsável, porque era minha mãe no fim de tudo. Colocando minhas mãos ao meu lado, eu fiz algo que eu realmente nunca tinha feito antes. Eu me inclinei para ele, colocando minha bochecha em seu peito.
“O que vamos fazer?” E essa pergunta era importante e difícil de se fazer, por que eu estava querendo saber sobre ‘nós’, como se eu não esperasse fazer isso sozinha. Esse era um grande passo, um bem assustador.
mãe...” Jax me abraçou. “Ainda temos que falar com Ike. Se conseguirmos achar sua
“E o que?” eu perguntei. “Nós não podemos entregá-la. Nós vimos o que eles fizeram com Rooster.”
“Eu não estava sugerindo entregá-la. Nós chegamos a ela primeiro, temos certeza que ela entenda o tipo de merda que ela esta e, então... bem, vamos a partir disso.”
Ir a partir disso era fazer ela entender que pisar novamente na Pennsylvania e não levar um tiro na cabeça era praticamente improvável. “Mas e sobre Mack?”
“Ele não vai chegar perto de você.” Jax se afastou, seus olhos encontrando os meus. “Você pode confiar nisso. Nem ele, nem Isaiah.”
Eu queria acreditar nisso. Eu quase acreditei, porque ele disse de um jeito como se ele pudesse controlar essas coisas.
Ele abaixou sua cabeça até a minha. “Uma merda o jantar.”
Meus lábios se curvaram e eu disse com a voz rouca. “Sim, eu estava realmente ansiosa por aquele bife.”
“Sempre existe o amanhã. Inferno, sempre existe o próximo domingo.”
Eu fechei meus olhos, gostando do som do plano. Era apenas para uma semana, mas uma semana era muito tempo. A próxima coisa que disse meio que saiu sozinha. “Essa foi a segunda vez que eu vi um corpo.”
“Babe...”
“Não meus irmãos. Seus caixões estavam fechados e eu não... eu não os vi trazerem eles para a casa. Mas eu já tinha visto um corpo antes.” Eu pausei, inalando profundamente. “Várias pessoas estavam festejando com minha mãe. Esse cara, eu acho que ele teve uma overdose ou algo do tipo, e todos estavam altos demais para perceber. Eu vim para a sala e ele estava deitado com orosto para baixo, sem se mover ou respirar.”
O peito de Jax levantou contra o meu. “Merda, babe. Eu não sei o que dizer. Você não deveria ter visto essas coisas.”
“Eu não quero mais ver pessoas mortas.”
Um momento de Silênciose passou entre nós. “Não é algo que você se acostuma a fazer,” ele admitiu. “Eu vi muitos na caixa de areia" o deserto. Às vezes eram indigentes, outras eram civis inocentes pegos no fogo cruzado e...”
“E às vezes eram seus amigos?” eu perguntei com a voz baixa.
“Sim,” ele respondeu.“Eu nunca esqueci nenhum dos seus rostos.”
Eu mordi meu lábio, forte. Eu entendia totalmente o que ele estava dizendo. Haviam coisas que você nunca iria esquecer.
Haviam tantas coisas acontecendo na minha cabeça. Mack. Mãe. Corpos com marcas de bala na testa. Clyde esfregando seu peito, obviamente preocupado ou estressado. Jantares com bifes gloriosos que nunca aconteceram. Voltar para cá. Ir embora. O jeito que Jax me abraçou essa manhã com minhas costas pressionadas no seu peito.
Eu não queria pensar mais.
Levantando meu olhar, eu encontrei o dele. “Eu não quero mais pensar.”
Jax não fez perguntas ou comentou. Havia um brilho de algo quente em seus olhos e, então, ele abaixou sua cabeça, sua boca na minha, e me beijou docemente" o tipo de beijo que ia além do pesado e sensual. O que significava algo, e parecia que eu respondia, realmente sentindo e acreditando.
E isso era totalmente espetacular.
Quando o beijo ficou mais quente, minha boca abriu para a dele e no momento que nossas línguas se tocaram, suas mãos foram para meu quadril. Ele me puxou contra ele, e eu podia senti-lo pressionado contra minha barriga. Eu lembrei dessa manhã, minha mão em volta dele, seu corpo poderoso tremendo com sua liberação. Essas memórias passavam por minha pele mas não eram nada comparadas aos beijos que ele deixou pelo
meu maxilar, minha orelha e abaixo, sobre minha garganta. Minha cabeça inclinou para trás enquanto meus dedos viajavam pelo seu cabelo.
“Você não vai pensar,” ele me disse entre os beijos. “Nem por um maldito segundo.”
“Bom,” eu disse.
Ele riu enquanto suas mãos deslizavam pelo meu quadril e faziam seu caminho para debaixo do meu vestido. Eu realmente gostava de onde isso estava indo, especialmente quando ele colocou seus dedos em baixo do elástico da minha calcinha.
Elas foram parar no chão em um nano segundo.
“Pronta para isso?” ele perguntou.
Eu concordei enquanto abria meus olhos.
Ele sorriu, me beijando rapidamente e, então segurou meu quadril. Ele me levantou do chão e me colocou na bancada da cozinha.
Yep.
Minha bunda estava no balcão da cozinha.
Jax passou suas mãos pela parte de dentro das minhas pernas. Quando ele alcançou meu joelho, ele os afastou. Eu perdi a respiração e meu instinto dizia para fechar minhas pernas, mas seus cílios estavam levantados e ele estava olhando diretamente para mim.
“Não as feche, baby.” Sua voz era profunda e vibrou por mim.
Eu não as fechei.
Quando ele as afastou ainda mais, eu podia sentir o ar gelado passando por mim. Calor subiu para minhas bochechas, se alastrando pela minha garganta e meu peito. Meu coração palpitava enquanto ele abaixava sua cabeça, me beijando suavemente enquanto suas mãos continuavam sobre a parte de cima das minhas coxas. Ele subiu mais a barra do meu vestido enquanto suas mãos viajavam. Eu mordi meu lábio quando a saia
terminou enrolada sobre meu quadril, na cintura. Minhas mãos apertaram mais a borda do balcão.
“Linda.” Ele murmurou.
Oh meu Deus. Eu não tinha ideia do que fazer ou dizer. Eu estava completamente exposta. Como, totalmente aberta, e seus olhos estavam focados nas minhas partes femininas de um jeito tão intenso. Enquanto eu sabia o que ele estava" o que estávamos" prestes a fazer não era nada anormal, era completamente inspirador e novo para mim.
Então suas mãos começaram a se movernovamente, sobre a parte de dentro das minhas coxas, começando em meus joelhos e vagarosamente, de um jeito torturante, fazendo seu caminho para cima. “Você é realmente linda, Calla. Nunca duvide disso. Inferno, não tem como você duvidar disso.”
Meu coração ficou mais ou menos cinco vezes maior do que meu peito. Minha pele formigava com o peso das sensações que ele tirava de mim.
“Confia em mim?” ele perguntou.
Oh deuses, agora meu coração estava dez vezes maior. “Sim.”
Um meio sorriso apareceu e, então, suas mãos estavam em meu quadril. Ele me puxou pelo balcão" um balcão que eu nunca olharia do mesmo jeito novamente" até que parecia que eu ia cair.
Ele não me tocou ou provocou. Um momento ele estava sorrindo para mim e no outro, seu corpo estava abaixado e sua boca estava em mim. Eu tremi ao contato intimo e calor percorreu minhas veias.
O que ele fez era molhado e quente e avassalador em maneiras que ultrapassavam minha mente. Jax sabia o que estava fazendo. O jeito que ele movia sua boca sobre mim, o jeito que ele trabalhava sua língua de uma forma provocante, me torturando até que minha cabeça estivesse jogada para trás, contra os armários, e meu quadril estivesse levantado do balcão, encontrando as investidas de sua língua. As sensações que passavam por mim eram puramente primal e lindas.
Ele estava fazendo o que eu pedi. Eu não estava pensando sobre todas aquelas coisas ruins. Não mesmo. Meu cérebro tinha cortado e meu corpo tinha assumido. Eu
estava fazendo aqueles pequenos sons e eu nem mesmo sabia da onde eles estavam vindo. E, então, ele começou a ir mais profundamente, mais forte, mas rápido. Eu pensei que meus dedos fossem quebrar de quão fortes eles estavam agarrando o balcão.
“Jax,” eu suspirei.
Meu corpo estava se contraindo enquanto meus olhos se abriam. Eu não podia mantê-los fechados mais. Eu queria ver cada momento disso. Meu queixo abaixou e tudo que eu podia ver era o topo de seu cabelo escuro entre minhas pernas.
Eu tentei respirar. Mas não ajudou.
A visão dele me levou sobre a borda.
Eu gemi e ele rugiu contra mim. A liberação passava por mim e eu estava perdida enquanto cada osso se liquefazia, um furação de sensações pulsando e se infiltrando por mim.
Jax ficou comigo até que minha coluna se curvou e minha respiração se acalmou e, então, ele levantou seu corpo, pressionando sua boca em meu pescoço. “Eu amo os sons que você faz, querida. Melhor ainda, quando você diz meu nome como você fez...? Sim, eu realmente amo isso.”
Eu abaixei minha cabeça, descansando contra a sua. “Isso... issofoi incrível.”
“Você é incrível.”
Aquelas palavras eram tão simples e doces que perfuraram algo profundamente esquecido em mim. Era como se o sol estivesse surgindo depois de um mês de nada a não ser chuva. Mas era mais do que aquelas palavras.
Levantandominha cabeça, eu soltei o balcão e coloquei minha mão em seu ombro. Eu o empurrei para trás e ele foi, somente porque ele foi pego de guarda baixa. Eu sai do balcão, sentindo meu vestido baixar em minhas coxas.
Era muito mais do que aquelas palavras.
Eramas semanas que passei o conhecendo. Eram as coisas que eu compartilhei com ele e ele comigo. Era o fato de que ele me viu, por completo, e além do que minha pele, ele sabia o que existia dentro de mim, e não somente a parte física.
“Calla?” Ele inclinou sua cabeça para o lado enquanto dizia meu nome gentilmente.
Deus, seus lábios estavam brilhando por mim, e isso era como levar uma pancada no peito do melhor jeito possível. Me envolver com alguém agora, com tudo que estava acontecendo, era loucura pura. Era idiota.
Mas era o tipo certo de idiotice.
Enquanto eu encarava aqueles olhos castanhos que me derretiam por dentro e fora, eu joguei meus três F pela janela enquanto eu pegava a borda do casaco que usava e deixava ele deslizar pelos meus ombros, pelo meubraço. E eu deixei ele cair no chão.
Seu olhar seguiu o casaco e voltou imediatamente para meu rosto.
Eu abri mão da consciência enquanto eu alcançava a lateral do meu vestido e abria o zíper, e eu não parei até que o vestido afrouxou em volta do meu corpo.
Um olhar profundo apareceu em seu rosto, que atingiu direto meu coração. “Calla...” O jeito que ele disse meu nome era diferente agora.
E eu me deixei admitir que eu não somente gostava dele enquanto eu pegava as finas alças e as deslizava pelos meus braços. Eu disse a mim mesma enquanto o vestido acumulava contra meu quadril e, com um pequeno tintilar, caia no chão, que eu tinha me apaixonado por ele.
Então eu estava parada na frente dele, na cozinha, na luz clara, em nada mais do que minhas sandálias e, por Deus, eu estava assustada. Totalmente aterrorizada, e minha pele parecia dormente quando eu finalmente percebi que não era porque eu estava praticamente nua, pela primeira vez na minha vida, na frente de alguém, mas porque eu estava apaixonada por ele.
Eu estava apaixonada por Jax.