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Capítulo Nove

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Capítulo Oito

Capítulo Oito

Domingo de manhã eu fiz algo que não fazia há muito tempo. Quando eu tirei meu pijama e abri a porta do banheiro, eu não fugi de olhar do espelho para evitar ter um vislumbre de mim. Por que era isso que eu fazia. Como se eu realmente não me visse, eu não saberia como me sentia.

Mas nessa manhã, eu olhei

Os cortes em minha bochecha estavam rosa e meu olhar vagou enquanto soltava meu cabelo. Provavelmente era minha imaginação, mas meus lábios pareciam inchados. Não tinha como esse ser o caso, mas eu não precisava tentar me lembrar de como eram os beijos de Colton. Meus lábios tremiam. Aqueles beijos eram algo que eu nunca iria esquecer.

Meu olhar desceu, sobre meus ombros e pelo meu peito. Eu pressionei meus lábios juntos enquanto levantava minha mão, colocando ela sobre meus seios. A pele era suave, meus mamilos enrugados. Calor começou a encher o banheiro, deixando minha pele úmida. Eu abaixei minhas mãos. Meus seios eram redondos e cheios. Nem chegavam perto da definição de arrebitados, mas eles... combinavam com o resto de mim. Minha cintura era ligeiramente curva e saltada, deixando meu quadril redondo. A área sombreada entre minhas coxas chamou minha atenção. Depilação brasileira? Uh, não. Eu quase ri só de pensar nisso.

Deus, tinha se passado tanto tempo desde a ultima vez que tive sexo.

Eu poderia fazer isso? Uma imagem de Colton se formou em meus pensamentos e um calor desceu pela minha garganta. Mordendo meu lábio, eu tinha quase certeza que eu conseguiria. O homem beirava a perfeição quando se tratava do seu corpo.

Isso seria muito para se superar.

Enquanto me virava de lado, olhando para minha parte de trás, eu tentei aceitar como eu me sentia sobre mim mesma. Não era fácil e o vapor tinha coberto todo o espelho antes que eu tivesse uma resposta. Eu entrei no chuveiro, deixando a agua quente cair em mim. Não tinha certeza se era baixa autoestima ou falta de confiança em conseguir agir. Ou, talvez fosse o fato deu passar o dia todo presa em um mundo fictício dos autores que eu editava, vivendo o amor por eles, suas dores e tudo no meio que eu não tinha feito, não nos últimos quatro anos, vivendo no mundo real e tendo tempo para mim mesma.

Quando Kevin morreu, eu tinha me jogado no trabalho. Se eu fosse ser honesta, foi ai que eu comecei me perder, perder quem eu realmente era. Eu não queria mais isso. Eu tinha decidido ontem que não deixaria passar a oportunidade de sentir de novo. E o que eu vi no espero era aterrorizante. Era o mesmo corpo que Kevin chamava de ‘Beleza de Botticelli15’. Curvas não eram uma coisa ruim.

Eu só precisava que minha mente entrasse nesse barco.

Como eu tinha acordado cedo, eu fui para o computador depois do banho e de ter colocado jeans e uma blusa folgada. Eu consegui trabalhar em algumas páginas antes que meu telefone tocasse. Era uma mensagem de Colton. Ele estava do lado de fora.

Com meu coração pulando em todos os lugares, eu salvei meu trabalho e fechei o laptop. Meus pés descalços não fizeram barulho quando eu desci as escadas. O café recém-passado perfumava o ar. Indo para porta, eu abri enquanto respirava profundamente.

E o mesmo ar escapou dos meus pulmões.

15 Pintor italiano. Estudou na Escola Florentina do Renascimento e igualmente receptivo às aquisições introduzidas por Masaccio na pintura do Quatrocento e às tendências do Gótico tardio, seguiu os preceitos da perspectiva central e estudou as esculturas da Antiguidade, evoluindo posteriormente para a acentuação das formas decorativas e da atenção dispensada à harmonia linear do traçado e ao vigor e pureza do colorido. Suas obras tardias revelariam ainda um expressionismo trágico, de agitação visionária, fruto certamente da pregação de Savonarola. Sandro Botticelli usava todas as cores, em especial cores frias.

O jeans que ele estava usando era desbotado na altura dos joelhos e a camiseta com a estampa velha esticada em seus ombros largos. Ele realmente viveu nessas roupas. Sem camisas e calças formas e, por mais que ele ficasse bem com a roupa de detetive, ele ficava muito bem de jeans.

“Dia,” Colton disse, dando um passo para o lado. Ele me entregou uma caixa branca que cheirava como paraíso e, enquanto eu me movia para fechar a porta, ele se abaixou, colocando um beijo em minha bochecha. O toque inocente dos seus lábios na minha pele mandou um calafrio pelas minhas costas. “Eu passei na loja de ferragens e peguei umas coisas.” Fechando a porta, eu me obriguei a me recompor. “E na padaria também?” “Sempre na padaria.” Ele atirou um sorriso sobre seu ombro enquanto ia em direção à cozinha, onde ele colocou a caixa em cima do balcão. “Eu trouxe muffins e bombas. Você ainda não comeu, certo?” Minha barriga vibrou, feliz. “Não. Obrigada por fazer isso – por fazer tudo isso.” “Como eu disse antes, o prazer é meu. Você prefere chocolate ou

frutas?”

Eu o observei sobre meus cílios. “Chocolate. Sempre chocolate.” Ele riu enquanto pegava a bomba de chocolate, colocando ela em um guardanapo. “Eu tenho de lembrar disso.” Pegando a bomba de frutas, ele se virou para mim, se apoiando no balcão. “Dormiu bem noite passada?” No começo, eu tinha me revirado, pensando sobre o beijo e no que ele disse. Eu estava excitada e tive de cuidar disso. Não que eu fosse compartilhar essa informação. Claro. “Eu dormi okay. Você?” Seus cílios abaixaram e um pequeno sorriso apareceu em seus lábios. “Eu demorei um pouco para conseguir dormir.” Será que ele teve o mesmo problema que eu? Uma imagem dele se formou em minha cabeça, vibrante e sensual. Eu o vi na cama, sua mão em

baixo dos lençóis, segurando seu pau. Meu estomago revirou ao pensar nisso, minha boca ficando seca. Suas costas definitivamente estariam arqueadas e sua cabeça jogada para trás enquanto ele se aliviava...

Abby?” Ele inclinou sua cabeça para o lado. “No que você está pensando,

“Nada.” Me virando de pressa, eu coloquei a bomba de chocolate na boca. “Então... um, quanto eu devo pelo material e pelo conserto da janela?” “Um jantar.” Eu limpei meus lábios quando me virei. Minhas sobrancelhas erguidas. “Jantar?” Um meio sorriso apareceu. “Sim. Jantar. Você sabe, onde duas pessoas, às vezes mais, saem para comer?” Ele deu uma mordida em sua bomba enquanto meus olhos se estreitavam. “Hoje à noite.” Eu comecei a perguntar o porquê, mas consegui me parar antes que eu parecesse uma completa idiota. Bem, eu não tinha certeza se eu iria parecer uma, mas estaria tão evidente que minha confiança no que estava acontecendo entre nós estava num nível entre ruim e péssimo.

Então eu sorri enquanto ficava animada e rezei para que não houvesse chocolate nos meus dentes. “Um jantar seria bom.”

Colton era tão habilidoso quanto era lindo, e eu realmente poderia me acostumar com ele trabalhando na minha casa. Na verdade, eu poderia me acostumar a tê-lo em casa.

Enquanto ele colocava tábuas na janela, tornando ela mais segura até que os caras viessem arrumar, uma conversa leve fluiu entre nós, e foi a mesma coisa quando, mais tarde naquele dia, ele me levou para jantar.

Ele tinha ido embora tarde, e foi realmente difícil me concentrar, mas eu consegui adiantar alguma coisa no livro da McGuire. Eu tinha sorte, seus manuscritos eram quase perfeitos.

Meus nervos estavam à flor da pele e meus batimentos acelerados enquanto eu escolhia um vestido que eu não tinha usado há muito tempo. Na verdade, havia uma boa chance de nunca ter usado esse vestido sem alças florido em azul e rosa. Eu meio que me sentia usando o sofá da minha avó quando eu o coloquei sobre minha cabeça, mas a cintura mais alta e o decote em formato de coração ficavam bem em mim. Eu me sentia bonita naquele vestido.

Até mesmo um pouco sexy.

Eu levei uma sandália rosa para o andar de baixo e as coloquei apenas momentos antes de ouvir uma batida na porta. Colton tinha mandado uma mensagem para me avisar que já estava aqui. Com meu coração preso em algum lugar na minha garganta, eu abri a porta e minha língua quase rolou para fora da minha boca, percorrendo todo o chão.

Ele estava de novo em jeans, e ele tinha combinado o jeans escuro com uma camisa branca de botões com as mangas dobradas na altura do ombro, mostrando seus braços fortes. Eu não sabia o que tinha demais nas mangas enroladas, mas elas sempre me excitaram.

Eu era tão estranha.

O olhar de Colton me percorreu e um pequeno sorriso apareceu. “Você está uma graça.” Como se eu estivesse apaixonada ou coisa do tipo, eu senti minhas bochechas corarem. “Obrigada. Você também. Quero dizer, você não está uma graça. Você está quente. Sexy. Muito bonito.” Suas sobrancelhas levantaram.

Eu queria bater em mim mesma. “Eu acho que vou parar de falar

agora.”

Ele riu enquanto abaixava sua cabeça, me dando um beijo doce. “Na verdade, continue falando. Está fazendo maravilhas para meu ego.” “Eu não acho que você precisa de ajuda nesse departamento.” “Verdade,” ele admitiu, se endireitando. “Minha cabeça, provavelmente, é grande demais.” A coisa era: Colton tinha confiança em si mesmo, talvez até um pouco convencido, mas ele não era arrogante. Ele era como um unicórnio.

“Pronta?” “Um segundo.” Eu peguei minha bolsa e minhas chaves da mesa de centro e me juntei a ele ao lado de fora, fechando a porta atrás de mim. O calor estava quase sufocante, cobrindo minha pele enquanto eu olhei para a janela cheia de tábuas. Eu me encolhi. “Isso está horrível.” “Não é a melhor aparência possível,” ele concordou, colocando uma mão na parte baixa das minhas costas. Nós começamos a descer os degraus. “Você falou com alguém hoje depois que saí?” “Eu liguei para empresa de seguro – no 0800. Não faz sentido fazer um resgate, não com as deduções, mas eles me deram uma lista de empresas para ligar amanhã.” Apesar do calor, eu não consegui evitar o calafrio quando ele deslizou sua mão para o centro das minhas costas.

Ele me olhou, como alguém que sabia de tudo, enquanto andávamos pela calçada. “Eu queria que alguém viesse dar uma olhada aqui rápido. Eu não gosto da ideia da janela ficar assim por muito tempo.” “Também não. Me sinto como...” Um grande ‘pop’ me fez pular e soltar minha bolsa. Ela deslizou dos meus dedos, caindo na calçada enquanto eu me virava. Com o coração acelerado, meu olhar procurava a fonte do barulho, com medo que eu estivesse prestes a ficar cara a cara com o homem careca.

Ele não estava aqui.

“Você está bem?” Colton colocou suas mãos em meu ombro, me virando para ele. Seu rosto cheio de preocupação. “Abby?” “Isso foi... foi um tiro?” No momento que perguntei eu já sabia a resposta. Se fosse um tiro eu duvidava que Colton estaria apenas aqui, parado. “Me desculpe.” Minhas bochechas queimavam enquanto eu olhava para longe. “Eu sei que não foi isso.” “Foi o escapamento de um carro. Provavelmente no fim da rua.” Ele colocou sua mão na parte de trás do meu pescoço enquanto guiava meu olhar de volta para o seu. “Eu entendo.” Isso foi tudo que eu precisava para acreditar nele. Concordando de vagar, eu forcei minha respiração a voltar a ficar estável. “Eu acho... que eu estou um pouco ansiosa desde sexta. Quando eu ouvi isso, eu pensei...” “Não estou surpreso.” Sua mão se moveu e ele passou um braço sobre meus ombros, me puxando contra seu peito. “Você ainda me surpreende, Abby, em como você está lidando com tudo depois de sexta, mas eu sei que isso te afeta e está tudo bem. É normal.” O cheio cítrico de seu perfume me cercou e meus batimentos diminuíram. A vergonha de ter entendido mal aliviando. “Obrigada.” “Não tem nada que você precise me agradecer.” Se inclinando, ele beijou minha testa e abaixou seu braço. Ele se abaixou e pegou minha bolsa. “Mas eu quero que você se sinta segura. Nada vai acontecer com você.” Eu não respondi enquanto ele pegava minha mão com a sua livre. Ainda segurando minha bolsa, ele me guiou para sua caminhonete que estava estacionada em baixo do grande carvalho. As folhas dançando com a leve brisa. “Reece tem ficado de olho na sua casa durante a noite e de manhã, fazendo rondas.” Eu o encarei, embasbacada.

“Não é perfeito, mas eu duvido que você me queira acampado em sua casa, como eu preferiria, até que encontremos aqueles imbecis e os coloquemos

atrás das grades.” Parando em frente à porta do passageiro, ele soltou minha mão e a abriu. “Entra?” Eu não me movi, nem quando ele colocou minha bolsa em minhas mãos. “Você colocou Reece para vigiar minha casa?” “Yeah. E outros policiais sabem que tem de ficar de olho.” Ele inclinou sua cabeça para o lado, me estudando. “Você parece com alguém que acabou de me ver sem calça16.” Eu acho que eu teria uma expressão totalmente diferente se tivesse visto ele sem calças. “Estou apenas surpresa. Isso é trabalho demais para eles.” “Não é nada.” Seu olhar encontrou o meu. “E eles ficaram felizes em fazer isso. Você é importante para mim. Eles sabem disso.” Pela milésima vez desde sexta, eu estava impressionada com Colton. Eu era importante para ele? Desde quando? Essa pergunta soava como uma coisa idiota de se pensar, mas ele poderia mesmo estar falando a verdade? Eu tinha algum motivo para duvidar que ele estava?

“Você está com essa expressão de novo em seu rosto.” Ele disse. Eu sai do meu transe. “Que expressão?” “Como se você não acreditasse em nada que eu disse.” Meus olhos arregalaram. Eu era assim tão obvia? Puta merda. Mas ele não entendia. Ele não entendia que isso era parte de mim, não importando quanta atenção ou atração estivesse sendo jogada em mim ou o que ele dizia, eu realmente não conseguia acreditar que ele realmente queria tudo isso comigo.

“Tudo bem.” Ele deu um tapinha em meu quadril, me mandando entrar na caminhonete. Eu fiz exatamente isso, encarando ele enquanto fechava a porta e dava a volta pela frente. Quando ele entrou, ele ligou o carro o ar

16 Na verdade ele usa ‘dropped my pants’ que seria mais como ver algo que não quer. Porém, para a próxima frase fazer sentido, vamos deixar como ‘sem calça’ mesmo.

condicionado estava forte. Pegando seus óculos de sol estilo aviador do painel, ele o colocou e olhou para mim. “Você sabe, pelo menos, por que isso não tem problema?” Eu balancei minha cabeça. “Eu aposto que você vai me contar.” Seus lábios se curvaram em um canto. “Nah, querida, eu vou te mostrar.”

Eu vou te mostrar.

Essas palavras pairavam no fundo da minha cabeça durante todo o jantar, uma distração que ressurgia sempre que nossos olhares se encontravam. Apesar de não termos ficado sem conversar.

Enquanto esperávamos pela comida, junto com o vinho, conversamos sobre o colegial e ele perguntou sobre a faculdade. Eu falei sobre como era viver em New York e ele admitiu que não conseguiria lidar com a rotina da cidade grande, nem mesmo com Philadelphia. Durante o jantar, ele me guiou numa conversa sobre edição, algo que muitos fora da indústria de publicações não teriam interesse algum, mas ele parecia genuinamente curioso sobre isso.

E quando eu comecei a dar uma de fan-girl dos autores para quem trabalhava e que esperava trabalhar no futuro, ele disse que era fofo. De novo.

Nós não conversamos sobre a investigação. Eu não tinha mencionado ela, imaginando que isso iria arruinar nosso jantar.

Às vezes eu me encontrava perdida no que ele estava dizendo, apenas pequenas partes porque, por pior que isso soasse, eu terminava apenas encarando ele. Não era só porque ele era atraente. Era mais que uma coisa física. Uma mistura de seu charme e bondade, o fato que ele estava realmente aqui, depois desse tempo todo, jantando comigo, tinha muito a ver com isso. E yeah, e um pouco com o fato dele simplesmente ser quente.

E eu era mulher o suficiente para admitir isso.

Eu comecei a imaginar o que as pessoas pensavam quando nos viam juntos. Como quando a garçonete deu uma ‘espiada’ em Colton, o que passou pela minha cabeça? Será que ela se perguntava como eu terminei em um encontro com alguém como Colton, que era universalmente atraente? Ninguém gostava de admitir, mas eu sabia que as pessoas pensavam coisas desse tipo. Inferno, eu tinha feito isso. Depois de tudo, se eles não fizessem, não haveriam milhares de artigos online mostrando casais que não eram compatíveis no quesito aparência.

Talvez eu não estivesse me dando crédito suficiente. Eu não queria pensar sobre essas coisas agora, porque o jantar estava meio que perfeito, e toda essa coisa sem sentido estava estragando isso.

A noite tinha caído quando saímos do restaurante e as estrelas brilhantes iluminavam o céu cor de ônix. Ele manteve sua mão nas minhas costas até chegarmos a sua caminhonete. Era um gesto simples, mas eu senti como se tivesse muito mais significado.

O caminho de volta para minha casa foi quieto enquanto eu me mantive perdida em meus pensamentos, repassando todo o jantar de novo e de novo. Eu nem mesmo percebi que chegamos à minha casa até ele ter estacionado o carro.

Eu olhei para ele, o interior escuro da caminhonete, meio esperançosa que ele fosse entrar e parte assustada pelo mesmo motivo.

Uma mão estava descansada no volante enquanto seu olhar encontrava o meu. Suas feições estavam sombreadas, então eu não tinha ideia do que ele estava pensando. “Te acompanho até a porta?” “Claro.” Eu fiquei desapontada. Então ele não queria entrar? Eu queria que ele entrasse? Colton tirou a mão do volante e se inclinou, enquanto tirava seu cinto de segurança, sua mão passou sobre meu estomago. Uma série de calafrios passaram pela minha pele.

Oh yeah, eu queria que ele entrasse. Como se aquela porta estivesse escancarada.

Nós andamos para a porta, em silencio com a exceção dos grilos. Eu não sabia o que dizer quando chegamos à porta e peguei minhas chaves, a abrindo. Eu desejava que pudesse ser corajosa e confiante, convidar ele para entrar com um sorriso sexy, mas tinha se passado muito tempo desde que eu fiz isso pela ultima vez.

Na verdade, eu nunca fiz isso antes. Eu e Kevin tínhamos namorado enquanto estávamos no colegial. Nessa época os pais estavam envolvidos. Encontros terminavam na porta e recomeçavam com ligações na madrugada. Esse era um caminho totalmente novo que eu não tinha experiência nenhuma. Eu olhei para ele, inalando profundamente.

Ele estava me encarando e, mesmo que eu não pudesse ver seus olhos, eu podia sentir seu olhar, e ele era intenso. “Eu realmente me diverti essa noite.”

“Assim como eu.” Eu estava sem ar enquanto abri a porta e entrava. Quando me virei para ele e olhei para cima mais uma vez, o que quer que eu fosse dizer morreu, perdido no espaço entre nós.

Havia certa intensidade na linha da sua boca, e eu sabia antes mesmo dele abaixar sua cabeça que ele iria me beijar. O ar ficou preso na minha garganta enquanto ele segurava minha bochecha com uma mão, inclinando minha cabeça para trás. Ele passou seus lábios sobre os meus como ele tinha feito antes, na noite anterior, tentando e perguntando. Havia algo tão doce sobre o beijo enquanto eu estava dentro e ele se inclinando.

Noite passada foi à primeira vez em que fui beijada nesses quatro anos. Essa estava sendo a segunda, meus instintos rapidamente tomando o controle. Ou, talvez, fosse simplesmente apenas excitação. Prazer me percorria enquanto eu inclinava minha cabeça para o lado, e quando a ponta da sua língua tocou meus lábios, doçura era a ultima coisa que passava na minha cabeça.

O beijo se aprofundou enquanto nossas línguas se fundiam. Minhas mãos terminaram em seu peito enquanto uma das suas estava no meu cabelo, seu

braço em minha cintura me segurando contra ele. Eu o senti, contra minha barriga, e saber o quão afetado ele estava fez meu sangue ferver.

O medo das coisas escalarem ficou em segundo plano, ainda ali, mas não consumindo toda minha atenção. Eu não conseguia pensar além dos seus beijos, eu mal conseguia respirar e, de alguma forma, estávamos nos movendo. Eu ouvi a porta bater atrás de nós, minhas costas pressionadas contra a parede e não havia nenhum espaço entre nós.

“Eu estava com vontade de fazer isso desde que te vi nesse vestido,” ele admitiu e me beijou de novo, antes que eu pudesse responder.

Eu me agarrei em seu ombro enquanto suas mãos deslizavam para baixo, parando na minha coxa, logo abaixo do meu quadril, deixando para trás uma onda de arrepios.

Levantando sua boca da minha, ele respirava pesadamente. “Eu disse a mim mesmo que iria me comportar essa noite.” Minhas mãos seguraram mais forte seu ombro, enrugando o material de sua camisa. “E você não está?” Ele beijou meu maxilar. “Bem, eu planejava ser um cavalheiro.” “Por que?” eu perguntei, me surpreendendo.

“Inferno. Boa pergunta.” Seus lábios se moveram pelo meu pescoço enquanto eu apoiava minha cabeça contra a parede. “Eu nem mesmo sei.” Eu ofeguei quando senti sua língua passar no ponto onde dava para sentir meus batimentos.

“Eu só não consigo deixar minhas mãos longe de você.” Ele levantou minha perna o suficiente para que conseguisse se pressionar contra meu núcleo e, por Deus, a dor que desceu me fez gemer. “Merda,” ele rugiu, enterrando seu rosto no meu pescoço. “Isso não ajudou.” Meu peito levantava e descia rápido. “Não. Isso não ajudou.”

Um gemido profundo reverberou dele e eu senti sua mão na minha coxa se mover, deslizando para baixo da minha saia. A sua mão contra minha pele nua me fez tremer, extraindo um gemido suave dentre meus lábios, e isso não era nada comparado com o que veio a seguir. Ele trouxe sua mão mais e mais para cima, apalpando minha bunda enquanto investia com seu quadril. Meus músculos se contraíram em resposta.

Ele tirou seus lábios da minha garganta, encontrando minha boca enquanto sua mão agarrava minha bunda. O beijo me abalou, e não haviam duvidas na minha mente que eu não o pararia, se ele resolvesse tirar minha calcinha e me tomar contra essa parede. Só de pensar nele fazendo isso fazia minha pele queimar, meu interior se revirar de um jeito louco.

A atração que eu sentia por ele era surpreendente.

O beijo ficou mais devagar enquanto ele tirava sua mão debaixo do meu vestido. “Okay,” ele murmurou. “Eu disse a mim mesmo que não iria fazer isso essa noite.” Eu abri meus olhos, mal reconhecendo sua feições sobre a luz suave que vinha das escadas. Meu coração estava a mil. Eu queria dizer a ele para ignorar o que ele havia prometido para si mesmo. Eu estava úmida entre minhas pernas, pronta e esperando. Eu queria ele.

Colton abaixou minha perna enquanto descansava sua testa contra a minha. Seu peito levantava rapidamente. Eu não disse nada enquanto ambos lutávamos para recuperar o controle sobre o que nossos corpos queriam, mas ele colocando os frios onde isso estava indo foi à coisa mais inteligente a se fazer.

Tudo isso parecia tão rápido e eu sabia que poderia rapidamente ficar fora de controle, mas eu... eu queria isso. Eu gostava de Colton. Eu gostava dele no colegial. Eu gostava dele de longe, desde que me mudei de volta para cá. Eu realmente, realmente, gostava dele agora.

E isso era assustador.

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