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Capítulo Onze
O resto do café da manhã com as meninas era um borrão. Minha comida estava na sua maioria intocada e eu não conseguia acompanhar a conversa. Roxy me conhecia bem o suficiente para se preocupar. Quando saímos, ela caminhou para o meu carro, perguntando se eu estava bem. Eu mal consegui resmungar uma resposta antes de ir embora.
Não podia ser.
Tinha que haver outra razão pela qual estava tendo sintomas tão semelhantes a Avery, e o meu período estar atrasado, tinha de ser uma coincidência. Fazia pelo menos seis meses entre a última vez que tive sexo e da noite que passei com Nick. Além disso, ele tinha usado um preservativo. E além do mais, eu estava tomando pílula. Mas... Oh meu Deus ... eu sabia que algumas vezes eu não tinha tomado porque minha cabeça estava em todo o lugar. Desde que não tinha planos para ter sexo - até que eu conheci Nick não tinha sido assim grande coisa esquecer-me deles.
Como se pudesse planejar o sexo.
Oh, Deus.
Meu coração disparou rápido. O que vou- eu cortei esse pensamento fora. Eu não poderia mesmo terminá-lo. A ideia me horrorizou. Não porque não queria ter filhos. Eu queria, você sabe, como daqui a alguns anos, quando estivesse estabelecida em minha carreira e casada. Sim, a parte casada seria bom.
Porra. Ter um namorado seria bom.
Não foi assim que planejei minha vida. Não que tivesse um plano detalhado, mas figurado após me formar na faculdade, iria gastar um par de anos em meu trabalho atual, me dedicando ao máximo, e ser uma daquelas garotas super sofisticadas que realmente viajavam quando tinham um período
de férias. Costa oeste. Europa. Ásia. Eu queria ver o mundo inteiro. Eventualmente eu iria encontrar um cara. Nós sairíamos, namoraríamos, e teríamos um enorme casamento, e talvez, quando eu tivesse os meus trinta anos, pensaria em ter um bebê.
Agora não.
Não antes de me resolvido profissionalmente, viajado o mundo, me casado, e tido uma festa de casamento bem ridiculamente maçante.
Oh meu Deus, isso não poderia estar acontecendo. Havia uma enorme chance, de vomitar tudo em cima de mim.
Agora, sentada no estacionamento de uma drogaria, meus dedos doendo de tão forte que estava segurando o volante. Olhei para a entrada, incapaz de me forçar a sair do carro. Eu precisava. Eu precisava ir e comprar um teste de gravidez, porque um teste de gravidez iria provar que eu não estava grávida e estava apenas exagerando. Estresse pode fazer o seu período atrasar. Uma tonelada de coisas poderia fazer seu período atrasar, não apenas um óvulo fertilizado.
Oh meu Deus-um óvulo fertilizado.
Eu não tinha um óvulo fertilizado em mim.
Criando coragem, peguei minha bolsa do banco do passageiro e segui para farmácia com um único foco mente. Ignorando o corredor de maquiagens, fui direto para a seção onde a maioria das mulheres não gostavam de permanecer, passando pelos tampões e absorventes de uma tonelada de marcas que nunca entendi por que precisávamos de tantas diferentes, e parei em frente de uma enorme quantidade de caixas.
Meus olhos se arregalaram.
Santos bebês, porque havia tantos testes de gravidez? Eu estava congelada enquanto olhava para todos eles. Teste de gravidez ClearBlue. Teste de Ovulação- mas que inferno? Teste de Gravidez Precoce. Por que
havia tantos? Minhas mãos tremiam enquanto pegava um e virava de ponta cabeça. Minha visão ficou turva quando li a parte de trás. Eu não podia acreditar que estava comprando um teste de gravidez.
Eu nunca tive que comprar um antes.
Isso não poderia estar acontecendo.
Coloquei a caixa de volta, e cegamente peguei outra e virei-a.
Os cabelos na parte de trás do meu pescoço se ouriçaram e meu estômago caiu para os meus pés. Olhei ao redor, mas não vi ninguém me olhando. Eu estava totalmente pirando.
Peguei outra caixa, comecei a sair e, em seguida, virei para pegar outra. Apenas no caso de ... experimentar e dar errado.
Meu rosto estava queimando como se tivesse sido exposto a uma lâmpada quente enquanto carregava minhas compras até o balcão e uma mulher magra, com sulcos profundos em seu rosto, ao redor dos olhos e da boca, esperava.
As sobrancelhas dela se levantaram quando depositei minha cestinha em cima do balcão e ela olhou para mim, um sorriso irônico nos lábios cobertos com um batom roxo.
Pegando uma caixa, ela ofereceu uma risada gutural. "A gente nunca pode ter dúvidas sobre algumas coisas, hein? "
Eu queria me esconder sob a bancada de doces atrás de mim.
"Nada para se envergonhar, querida." Ela examinou um dos testes de gravidez e, em seguida, colocou em uma sacola. "A maioria das pessoas compram várias caixas na primeira vez."
Era tão óbvio que esta era a minha primeira vez? Espere um segundo. Eu estava tendo a sério a minha primeira vez? Enquanto as caixas iam para a
sacola, estava caindo totalmente a ficha, ainda um pouco entorpecida, que estava me preparando e que isso estava realmente acontecendo.
Eu poderia estar grávida.
Assim que voltei para o meu apartamento, coloquei meu potencial de vida – a sacola - sobre o balcão, e entrei na cozinha. Mantinha todos os medicamentos, juntamente com minhas pílulas anticoncepcionais, em um armário. Em qualquer outro lugar, eu acabaria esquecendo-as.
Respirando fundo, abri o recipiente de plástico roxo, alisando meus dedos sobre as linhas das pequenas pílulas. Fiz a contagem regressiva, e em seguida, contei de volta. Apertando os olhos fechados, amaldiçoei. As datas que eu esqueci... elas eram datas importantes.
Pegando o teste mais próximo, eu o coloquei de volta e, deixei cair meus cotovelos sobre o balcão. Esfreguei minhas mãos pelo rosto. Meus pensamentos giravam e giravam até que uma dúvida surgiu. Se eu ... se eu estivesse mesmo no estado em que temia, tinha tomado pílulas anticoncepcionais depois de conceber o bebê... será que isso era prejudicial?
Eu não sabia.
Francamente, sabia muito pouco sobre os prós e contras de toda a gravidez. Eu era apenas uma criança. Ninguém que eu conhecia na minha idade, com exceção de Avery, estava grávida. Não era como se as mulheres nascessem com esse conhecimento, e duvidava seriamente que muitas mães decidiam entregar esse tipo de informação, não até que fosse necessário.
Talvez eu contei errado as pílulas.
Levantando minha cabeça, peguei o recipiente roxo e contei novamente.
Minha respiração saiu um pouco duvidosa, quando finalmente parei. Não importa quantas vezes eu contasse, o resultado final não iria mudar.
Mas mesmo que eu tivesse esquecido minhas pílulas durante meu período fértil, Nick tinha usado um preservativo. Ele tinha...
Na verdade, havia me sentido, extraordinariamente... molhada, depois que fizemos sexo. Tanto faz que pensei que tinha a ver com não ter feito nada tão bom nunca. Poderia o preservativo ter rasgado e era por isso que me senti assim? Isso nunca tinha acontecido comigo antes, então havia uma chance de não ter percebido o que estava acontecendo.
"Oh Deus", eu sussurrei, minha voz soando incrivelmente alto no silêncio do apartamento. Estendendo a mão, puxei meu cabelo, deixando-o cair para baixo sobre o meu ombro. "Oh. Deus."
Impossível ficar parada ou sentar andei para onde deixei minha bolsa e cavei o meu telefone. Meus dedos pairavam sobre a tela. Para quem eu ia ligar? Não me sentia confortável chamando meus antigos amigos, e não havia nenhuma maneira no inferno que estava chamando a minha mãe sobre isso, não quando eu ainda não tinha nenhuma ideia do que estava acontecendo.
Agarrando o telefone perto do meu peito, fui para o sofá e sentei, quase chamando Roxy, mas sabia que ela estaria junto com todo mundo, a maior parte do dia. Pensei em ligar para Yasmine ou Denise, mas tinha perdido os meus contatos do Skype na semana passada, e como poderia apenas ir até elas? O que eu diria? Que comprei um milhão de teste de gravidez após ter surtando sobre o que Avery tinha dito? Tudo bem, eu tinha razões para estar pirando, mas ainda assim, eu sabia como isso parecia.
Eu coloquei o telefone para baixo sobre a almofada ao meu lado e fechei os olhos. Isso não era como esperava passar o meu domingo preguiçoso. Sabia que precisava fazer algo com isto.
Eu não me movi do sofá.
O resto da tarde de domingo foi se arrastando, comigo trabalhando em criar coragem de até mesmo abrir o primeiro teste. Parecia ser um teste de gravidez comum, onde um sinal de + significava que você estava grávida e
um sinal de – onde significava uma enorme aleluia. Definitivamente nenhum mal-entendido. Comecei a ler as instruções e um riso sufocado escapou-me.
Não insira a vara do teste em sua vagina.
Sério mesmo que isso era uma instrução que precisava ser dado a alguém?
Abrindo cuidadosamente o pacote, peguei a vara e entrei no meu banheiro. Tirei a tampa roxa, fazendo meu estômago se agitar.
Meu coração batia forte enquanto fazia xixi nessa coisa. O único pensamento na minha cabeça era de como isso era estranho. Realmente. Quando terminei, coloquei novamente a tampa e gentilmente depositei-o no balcão do meu lavatório.
Então saí correndo do meu banheiro feito um raio.
Passeando pela minha sala, eu sabia que só precisava esperar por dois minutos, mas dois minutos se transformaram em cinco e cinco em dez. Eu não estava pronta. Passando minhas mãos pelo meu cabelo, balancei minha cabeça. Eu não estava pronta para ver isso.
Mas e se tivesse um sinal negativo, ficaria feliz?
mais? E o que aconteceria se realmente houvesse um assustador sinal de
Eu olhei para os espaços ainda vazios no balcão e mantive meus passos no piso de madeira. Eu sempre fui tão malditamente cuidadosa no passado.
Nunca temi a chance de engravidar, e agora que havia uma possibilidade de estar, eu não sabia o que fazer.
Nunca na minha vida me senti assim tão... impotente.
Na verdade, isso não era verdade. Quando tinha quinze anos e havia dois homens em imaculados uniformes, batendo em nossa porta da frente. Eu
estava nas escadas e vi quando o sangue sumiu do rosto de minha mãe quando ela os viu, aí eu me senti impotente.
Eu odiava esse sentimento, odiava as memórias que voltavam com ele.
Os segundos que mudam a nossa vida inteira, para nunca mais ser a mesma. Expirei todo o ar para fora de mim. Parando em frente à TV, percebi que poderia estar na mesma situação, prestes a pisar na borda afiada de mudança monumental.
Ou eu poderia estar apenas pirando.
Uns bons quarenta minutos se passaram desde que coloquei o teste na pia. Eu precisava verificá-lo. Acabar logo com isso, assim como sabia que tinha que fazer. Eu não era uma covarde. Poderia enfrentar isso, não importa o que. Mordendo meu lábio inferior, andei pelo corredor até o banheiro. Meu reflexo no espelho me disse que parecia tão fora de controle quanto me sentia. Meu cabelo estava agora todo bagunçado e meus olhos estavam arregalados, com as pupilas dilatadas.
mim. Parecia que uma psicopata usando máscara de hóquei, estava atrás de
Ombros enrijecidos arrastei meu olhar lentamente para longe do meu reflexo seguindo para onde estava o teste de gravidez branco e roxo.
E vi o resultado.
Não poderia NÃO vê-lo.
Claro como o dia, havia um símbolo muito visível que só poderia significar uma coisa. Somente. Uma. Coisa.
Talvez eu deixei descansar por muito tempo. Ou talvez não deveria ter recolocado a tampa sobre ele. Eu precisava fazer outra vez. Eu tinha mais dois.
Apressando-me para a cozinha, peguei a outra caixa. Era mais sofisticado. Não só lhe dava um sim ou não, mas se fosse um sim, te mostrava a palavra grávida por extenso. Porém, eu precisava fazer xixi.
Correndo para o armário, peguei um copo e enchi, e terminando um, bebi outro, e depois outro, e então esperei.
Eu não estava pensando, não tinha feito outra coisa senão forçar água abaixo da minha garganta. Menos de uma hora depois, levei o segundo teste para o banheiro, fiz xixi, e, em seguida, coloquei-o ao lado do primeiro.
Eu não deixaria o banheiro desta vez.
Com meu coração em minha garganta, olhei fixamente o teste com minhas mãos cerradas ao meu lado até que o resultado do teste me mostrou o resultado mais uma vez.
A primeira coisa que notei foram dois números com um traço entre eles: 2- 3. E, acima uma palavra.
Grávida.