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Capítulo Trinta e Um
Job Blanco, o homem doce e trabalhador que manteve sua família unida através das adversidades, faleceu tranquilamente, enquanto dormia, dia dezoito de abril. Quando ele se foi naquela manhã, ele não tinha perdido sua batalha contra o Alzheimer. Não. Job tinha lutado por muito tempo, muito forte e muito bravamente para apenas ter perdido a luta.
Ele simplesmente tinha se esgotado.
A notícia de sua morte não era totalmente inesperada. Por dias Nick sabia que isso estava vindo. Ele ainda estava chocado quando isso aconteceu, mas os sinais estavam claros e, enquanto pudessem desejar que a mensagem nunca fosse recebida, isso permitiu que Nick tirasse uma folga para estar com seu avô.
Por uma semana, eu passei as noites na sua casa, e eu estava tão agradecida que eu estava lá com Nick, meus braços envolvendo sua cintura enquanto ele se sentava ao lado de seu avô e dizia adeus pela última vez.
Dizer adeus nunca era fácil, mas eu acho que havia um certo alivio misturado com a perda que Nick estava sentindo. Seu avô não iria mais sofrer.
No testamento de seu avô, ele tinha pedido certas clausulas baseado em sua herança e Nick tinha honrado todos seus pedidos, o que não era muito diferente dos processos que eu estava acostumada. O funeral foi menos de uma semana após sua morte, e ele foi colocado para descansar ao lado de sua esposa e do resto da sua família, dos que tinham se ido muito antes dele.
O final de semana seguinte eu ajudei Nick na casa. Nós limpamos o quarto de seu avô, colocando de lado os itens que ele queria doar da pilha de itens pessoais que Nick queria guardar.
Com a primavera chegando, havia algo fresco sobre esse processo, não só para Nick, mas para mim também. Janelas foram abertas. Brisas encheram
os quartos. Tudo parecia claro e novo. Com cada pilha de roupa empacotada, era como se eu estivesse sobrando a culpa e a dor, guardando ela longe, porque a cada dia ficava mais fácil de se lidar com a perda do bebê. Ficou um pouco mais fácil de aceitar que ninguém tinha feito nada de errado, e que cada dia nós estávamos mais próximos a superar isso. Era um processo, assim como limpar o quarto do seu avô. Alguns dias, parecia que ao dar um passo para frente, estava dando cinco para trás. Alguns dias era difícil tentar não me esconder da dor, não ceder aos questionamentos sobre o passado e futuro.
Como esperado, quando eu me encontrei com a médica depois do aborto, não houve respostas sobre como isso aconteceu e não houve garantias que isso não aconteceria de novo. E saber disso era difícil. Não era como se eu fermentasse isso todos os dias, mas havia momentos onde uma incerteza quase paralisante iria me atingir. Eu poderia ter filhos? Eu não sabia, mas eu continuava a dizer a mim mesma que se eu não pudesse, ainda assim estaria tudo bem.
Como Nick tinha dito, nós tínhamos um ao outro.
E era isso o que precisávamos.
Nick não tinha certeza o que ele iria fazer com o quarto do seu avô, deixar ele como quarto de hospedes ou converter ele em algo diferente.
De pé de frente para a cama recém arrumada, eu passei meu braço entre o dele e me apoiei nele. “Você não precisa decidir o que fazer com esse quarto agora.” “Você está certa.” Ele virou sua cabeça e abaixou seu queixo, passando seus lábios sobre o topo do meu coque bagunçado e, provavelmente empoeirado. “Eu acho que vou manter desse jeito por agora. Eu gosto dele como quarto.” Meu olhar viajou pelo cômodo. Na cômoda agora vazia, fotos de seu avô estavam alinhadas como uma pequena linha de soldados da memória. Deixar esse quarto como estava por agora era uma boa ideia. “Eu também.”
“Obrigado por ajudar. Realmente estou agradecido.” Nick soltou seus braços e se moveu, pegando minha mão. Ele a levantou. “Mas você está suja.” Sorri para ele. “Assim como você, babe.” “Então acho que precisamos consertar isso.” Meu corpo estava concordando com a ideia. Nick me guiou para fora do quarto e para o andar de baixo, para o quarto ao lado da cozinha. Nick deu um show ao tirar suas roupas, levando mais tempo que o necessário, mas não tinham uma parte de mim que estivesse desapontada pela antecipação. Acho que, antes da agua ser ligada e o vapor tomasse conta do banheiro, ele beijou cada parte do meu corpo. E ele ainda não tinha terminado.
“Eu amo seus lábios.” Ele me beijou. “E essas bochechas.” Seus lábios foram parar ali. “Eu amo seus olhos.” Ele colocou um beijo sobre minha sobrancelha e começou a fazer seu caminho para baixo. “Eu amo sua garganta.” “Minha garganta?” Eu ri, rouca. “Uh-huh. E eu amo suas omoplatas.” Ele as beijou. “Você é mega estranho.” “Eu estou completamente apaixonado por você.” Meu coração contraiu. Ele fazia isso toda vez que eu ouvia essas palavras.
Ele adorou cada parte do meu corpo, e quando ele levou a ponta do meu seio em sua boca, sugando profundamente, ele me fez gemer, borbulhando com desejo. “E eu realmente amo esses aqui.”
Deus” Eu me liquefiz, pronta para ele ao ponto de ser quase dolorido. “Oh
Nós levamos nosso tempo no banho, e eu tinha certeza que não mais que apenas uns minutos foi dedicado a parte da limpeza. Não demorou muito para minhas costas estarem pressionadas contra os azulejos e Nick estivesse de joelhos, extraindo gemidos suaves de mim. Meus joelhos estavam fracos e meu corpo ainda tremia do orgasmo poderoso quando ele se levantou na minha frente, a agua escorrendo por sua pele morena enquanto ele investia em mim, seus olhos verdes brilhantes de um jeito possessivo, me consumindo.
Ele me esticou de um jeito maravilhoso e ele me segurou gentilmente, mesmo com seu corpo atrelado ao meu. Nossos corpos estavam corados, quadril contra quadril, peito contra peito. “Deus, você é tão deliciosa que é difícil eu conseguir ir devagar.”
peito. “Não vá devagar.” Eu passei meus dedos sobre sua pele, pelo seu
Nick gemeu. Seus músculos tremeram enquanto ele se movia e minhas mãos deslizaram sobre sua pele. Rapidamente nós nos perdemos um no outro, ele se movendo freneticamente, meu quadril encontrando o seu, e precisou de um pequeno milagre para que não caíssemos ali e quebrássemos nossos pescoços.
Mais tarde, muito mais tarde, estávamos em sua cama, rosto com rosto, nossa pele a muito tempo seca enquanto ele brincava com mechas do meu cabelo. “Estava pensando...” ele disse. Eu levantei uma sobrancelha. “Parabéns.”
Ele riu. “Espertinha.” Meu sorriso chegou aos meus lábios. “O que você estava pensando?” “É meio que aleatório.” Ele jogou uma mecha de cabelo sobre meu ombro e, então, pegou outra. “Mas estive pensando em conversar com Calla, contar a ela quem meu pai é.” Perdi o fôlego enquanto um pouco do sono ia embora. “De verdade?”
“Yeah.” Um lado de seus lábios se curvaram para cima. “O que você acha disso?”
“O que eu acho?” Eu me movi para ele, virando ele de costas. Em cima dele, coloquei minhas mãos em cada lado do seu rosto.
“Eu gosto da onde isso está indo,” ele murmurou. “Quieto,” eu disse a ele. “Eu acho que é uma ótima ideia.” “Você vai ficar por cima?” Eu inclinei minha cabeça para o lado, atirando um olhar neutro para ele. “Não. Não é sobre isso que estou falando.” Ele riu de novo, aqueles olhos verdes mais claros do que eu já tinha visto. “Eu sei.”
Me inclinando, eu o beijei. “Estou orgulhosa de você.” Suas mãos estavam no meu quadril. “Por que?” Eu levantei um ombro. “Eu sei que vai ser uma conversa difícil, e eu sei o quanto você esteve pensando sobre isso. Falar com Calla é um grande passo de deixar tudo ir.” Eu o beijei de novo e me sentei. “Quando você estiver pronto para ter essa conversa, se quiser, eu estarei lá com você.” “Eu quero você lá.” “Então estarei lá.”
Uma mão levantou, se enrolando em meu cabelo. Ele guiou minha boca de volta a sua, parando um pouco antes dos nossos lábios se encontrarem. “Sabe o que?” “O que?” Ele me puxou para baixo para que quando falasse, seus lábios estivessem sobre os meus. “Eu te amo.”
Meu coração inflou tão rápido que foi difícil ele não nos levantar até o teto. Aquelas palavras eram palavras que eu nunca, nunca me cansaria de ouvir. Eu o beijei de novo e, dessa vez não houve nada suave ou casto sobre ele. Eu sussurrei essas mesmas palavras de volta para ele e, então, eu mostrei a ele o quanto.
No meio da semana seguinte, enquanto eu estava trabalhando organizando a agenda de Marcus para os meses seguintes, Nick me mandou mensagem sobre jantar com Calla e Jaz no domingo seguinte.
Sair com eles ou com Reece e Roxy não era nada novo. Nós tínhamos encontros duplos – ou triplos – o tempo todo, mas eu sabia que Nick tinha um motivo maior por trás disso, e eu estava nervosa por ele, porque eu sabia que isso não seria fácil. E eu realmente, realmente esperasse que minhas impressões sobre Calla estivessem corretas, que ela não iria jogar nada contra ele.
Eu levei mais tempo que o normal para me arrumar no domingo de tarde. Meio que me emperiquitando, eu fui a manicure com Roxy e Katie naquela tarde e tentei uma daquelas mascaras de argila que tinha comprado na semana anterior. Por sorte, ela não manchou minha pele ou fez algo estranho. Então, depois de um longo banho, eu sequei meu cabelo e cuidadosamente apliquei maquiagem.
“Cuidadosamente aplicar maquiagem” era um código para colocar um quilo de maquiagem e ainda parecer que você não estivesse usando muita.
Passando para o que vestir, eu ponderei a ideia de usar um vestido de verão fofo, mas não estava exatamente quente, especialmente a noite. Então decidi por um jeans skinny, um suéter leve e uma sandália de salto que ainda não tinha usado esse ano.
Me estiquei no topo e puxei a caixa de sapato. Um pedaço de papel caiu, flutuando até o chão. Colocando a caixa em baixo do meu braço, eu me abaixei e peguei o papel.
E fiquei sem ar.
Eu deveria saber o que ela quando senti a fina textura do papel, mas eu não me lembrava de ter colocado isso no armário. Eu, provavelmente, tinha feito quando estava tentando remover todos os traços de ter estado grávida.
Minhas mãos tremiam um pouco enquanto andava até minha cama. Sentando-se, eu coloquei a pequena foto ao meu lado e não olhei até que tivesse vestido meu sapato. Então, inalei profundamente e a peguei.
Honestamente, eu ainda não via um bebe nessa foto. Era apenas uma bolha em preto e branco, mas tinha sido minha bolha e a bolha de Nick. Pressionando meus lábios juntos, eu balancei um pouco a cabeça. Não doía tanto quanto antes. A confusão ainda existia. Eu nunca iria saber o porquê isso tinha acontecido e eu não sabia se tinha algum problema sério com engravidar até que acontecesse de novo, mas eu sabia agora que não tinha nada que eu pudesse ter feito diferente.
E eu sabia que estava bem em ainda me sentir mal com isso.
Ficando de pé, eu andei para a prateleira e coloquei a foto contra a que tinha do meu pai. Fazia sentido ela estar lá. Talvez um dia eu iria trazê-la para baixo de novo, guarda-la. Assim como um dia Nick iria transformar o quarto do seu avô em alguma coisa.
Um dia.
Nick chegou, parecendo tão gostoso quanto usual em seu jeans e camisa. Ele deu um assovio baixo quando sai no corredor, fechando a porta atrás de mim.
Fiz uma pequena reverencia a ele. “Obrigada.”
Ele riu enquanto colocava seu braço sobre meu ombro. “Estranha.” “Que seja.” Nós encontramos Jax e Calla na churrascaria local. Eles já estavam lá, sentado em uma cabine, porque estávamos atrasados mesmo que tivéssemos saído cedo. Nick tinha ficado um pouco... empolgado no carro do lado de fora do meu apartamento e de novo do lado de fora do restaurante.
Calla me atirou um olhar enquanto deslizávamos no banco na frente deles. Consciente, levantei minha mão ao meu cabelo para ajeitar as ondas.
Jax riu baixo. “Fico feliz que vocês puderam se juntar a nós.” “Eu sei.” Nick pegou seu menu, um pequeno sorriso em seus lábios. “Vocês estão todos abençoados pela nossa presença.” Calla riu enquanto Jax revirava seus olhos. Eu puxei meu cabelo para baixo enquanto olhava para Nick e, então, voltava minha atenção a eles. “Então, o que vocês vão pedir?” Sua sobrancelha abaixou enquanto ela olhava para o menu na sua frente. “Acho que vou querer o filé.” “Porterhouse22.” Jax deu um tapinha em sua barriga. “Porterhouse sempre.” Nick bateu com seu dedo no meio do menu. “Eles têm costela.” Ele disse a mim. “Com osso. Você sabe que quer isso.” Eu sorri. Yeah, eu queria. A garçonete chegou e uma vez que nossos pedidos foram feitos, a conversa fluiu. Eu tinha pedido vinho e, quando Nick tirou sarro de mim, eu decidi pedir refrigerante, porque eu não podia comer enquanto estivesse bebendo agua ou vinho. Era estranho e fazia sentido. Eu sabia disso.
22 Porterhouse ou T-Bone, também conhecido bisteca ou chuleta, é um tipo de corte de carne bovina. Ele consiste em um osso em formato de "T" com carne dos dois lados. O lado maior é de contra filé, e o lado menor é filé mignon. Devido ao seu tamanho e à qualidade dos cortes que ele contém, o T-Bone é considerado um dos melhores cortes do boi.
Calla falou sobre o que estava planejando fazer quando terminasse a faculdade de enfermagem. Tendo se transferindo para uma das faculdades locais, dois dos seus créditos de aulas não foram aceitos, então ela estava tendo sulas no verão para termina-los. Jax mencionou planos para uma pequena reforma no Mona’s. Ele queria tirar o piso velho e se livrar das mesas e cadeiras. Havia um assunto que eu sabia que eles não iriam mencionar, pelo que tinha acontecido com nós, então eu sabia que teria de ser eu a cruzar essa linha.
Depois de tomar um gole de coca, eu a coloquei próximo ao meu prato. “Vocês viram fotos do bebê da Avery e do Cam, certo?” O olhar de Calla voou para o meu e ela concordou. Um momento se passou. “Eu nunca vi um bebê antes com tanto cabelo ruivo.” “Ela podia ser um dos irmãos Weasley.” Eu disse, colocando minhas mãos em meu colo. Ninguém tinha me enviado fotos no começou ou mencionado perto de mim quando Avery tinha entrado em trabalho de parto a uma semana de completar nove meses. Eu tinha visto Roxy mostrando a Katie há umas semanas trás e, então, eu tinha conseguido o telefone de Avery delas e tinha mandado uma mensagem de parabéns. Depois de algumas trocas de mensagens, eu tinha visto uma foto da pequena menininha.
A filha de Avery e Cam era linda.
Jax riu. “Não diga a Cam isso, porque eu acho que Avery tentou dar o nome de Ginny a ela.” Eu ri. “Mas Ava é um nome tão lindo.”
“Combina com eles, eu acho.” Calla concordou, sorrindo para mim. Pelo que juntei de informações que ouvi de todos, o parto de Avery não tinha sido fácil e houveram algumas complicações. Eu não sabia dos detalhes e eu não me sentia confortável perguntando por eles. Eu estava apenas feliz que no final eles eram uma família feliz, com três pessoas.
“O que vocês estão planejando fazer com a casa do seu avô?” Jax perguntou enquanto bebericava a cerveja que tinha pedido.
“Meu avô deixou a casa para mim, então é minha, e é grátis e limpa,” Nick explicou. “Eu não tenho certeza o que vou fazer no futuro, mas por agora, eu vou mantê-la.” “É uma casa incrível.” Eu disse.
Jax concordou. “Inferno, como é. Você está acomodado em um ótimo
ninho.”
“Yeah.” Nick se inclinou contra o assento, esticando seus braços. Seus dedos passaram pelo meu cabelo, até que ele começou a brincar com ele, mas sua postura tinha ficado tensa. Ele tinha ficado tenso então eu sabia que ele estava aprestes a deixar cair a bomba.
Eu me movi, sob a mesa, e coloquei minha mão em seu joelho, deixando ele saber que estava aqui para ele.
“Tem algo que eu queria contar a vocês,” ele começou. “Algo que eu provavelmente já deveria ter dito há muito tempo.” Jax franziu o cenho enquanto olhava para Calla, confuso, e disse. “Okay. Você atiçou minha curiosidade. O que é?” Quando a atenção de Nick mudou para Calla, eu desejei que eu tivesse previsto isso e pedido um segundo copo de vinho. Seus ombros levantaram enquanto inalava profundamente e então ele disse. “Blanco é o sobrenome do meu avô – o nome de solteira da minha mãe – mas o sobrenome do meu pai era Novak.” Calla piscou de vagar enquanto seu rosto ficava um pouco mais pálido. “Novak?” Ela se encostou, suas mãos caindo em seu colo. Ao seu lado, Jax franziu enquanto encarava o outro lado da mesa. “Espere um segundo. Novak era...”
“Construções Novak,” Nick confirmou. “Oh meu Deus.” A mão de Calla levantou para sua bochecha, mas ela parou um pouco antes de tocar sua cicatriz.
Meu peito apertou quando Jax se moveu, colocando seus dedos em volta de seu pulso, gentilmente o trazendo para baixo. “O que você está dizendo, Nick?” Nick exalou audivelmente e contou tudo a eles – sobre seu pai e o eletricista que ele tinha contratado, e o que seu pai eventualmente fez. Ele contou a Calla que sua mãe sabia quem seu pai ela e que ele tinha ficado assustando quando a viu pela primeira vez, nunca esperando que ela fosse entrar naquele bar.
Quando Nick terminou, Calla balançou um pouco seu cabelo loiro. Alguns momentos se passaram e eu comecei a temer o pior, mas então ela finalmente disse. “Por que não disse nada antes?” “Eu não sei,” ele respondeu e, então disse. “Na verdade, isso é mentira. Você estava lidando com tantas coisas e eu não queria adicionar isso a pilha. Eu não queria estragar sua vida mais do que...” “Espere,” ela parou, seus olhos arregalando enquanto levantava sua mão. “Por que você não iria querer estragar nada?” O que aconteceu com minha família não foi culpa sua. Quero dizer, você era apenas uma criança.” A respiração de Nick estava oscilante enquanto um raio de alivio passava por mim. Jax concordou. “Ela está certa. Você não teve nada a ver com tudo.”
“Mas saber quem meu pai era é um péssimo lembrete,” Nick protestou. “Não pode ser fácil.” “Definitivamente é uma surpresa. Estou um pouco assustada, mas eu também estou bem mal em saber o que aconteceu com seu pai e sua mãe,”
Calla continuou, seus olhos azuis brilhando. “Eu sei como é perder alguém, e isso não deve ter sido fácil para você.” Nick fechou seus olhos. “Você está se desculpando?” Sua voz soou presa, e eu apertei sua perna. “Não tem nada que você precise se desculpar.” “Não tem nada que você precise se desculpar também,” ela insistiu, sua voz cheia de sinceridade. “Eu entendo o porquê não disse nada, mas eu quero que você saiba que o que seu pai fez não muda o jeito que penso sobre você.”
“Eu...” a voz de Nick estava rouca e eu me inclinei contra seu lado. O braço atrás do encosto indo envolver meu ombro. “Isso... é um grande alívio de se ouvir.”
“Parte de mim quer te dar um soco por você achar que isso iria mudar qualquer coisa,” Jax disse. Nick riu enquanto passava sua outra mão pelo seu maxilar e, então, apoiava ela na mesa. “Yeah, eu meio que quero socar a mim mesmo, mas uma vez que tanto tempo se passou, só ficou mais difícil dizer qualquer coisa.” “Eu entendo.” Calla apertou sua mão sobre a mesa. “Você sabe, o que aconteceu – o incêndio? Isso destruiu muitas vidas. Não apenas a minha ou da minha família, mas a sua também.” Seu olhar se moveu para o meu. “Uma tragédia é uma tragédia não importa o que, mas eu aprendi que isso não define quem você é e não nos enfraquece. Nos torna mais forte. Me levou muito tempo para entender isso.” Ela olhou para Jax e sorriu. “Eu tive ajuda nesse quesito.” O braço de Nick apertou em volta de mim e eu descansei minha bochecha contra sem ombro. Eu sorri um pouco para ela e sussurrei. “Assim como eu.”