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Capítulo Vinte e Seis

“E quando vou conhecer Nick?” Meus olhos arregalaram quando o assunto da pergunta da minha mãe saiu do meu banheiro meio vestido. Jeans escuro que caiam baixo em seu corpo, mostrando o V em seu estomago. Enquanto eu nunca dispensaria a chance de apreciar sua beleza seminua, nós íamos nos atrasar para o jantar.

Mas seu peito nu brilhava por causa do banho, e eu não estava convencida que ele estava usando qualquer tipo de roupa intima. Mordi meu lábio enquanto eu olhava os músculos definidos do seu abdômen. Desejo se acumulava dentro de mim. Meus hormônios podiam estar apenas loucos, mas eu não conseguia ter o suficiente dele.

Nick tinha ido no fim da manhã de domingo para o bar, para ajudar a instalar mais equipamentos na cozinha. Quando ele apareceu na minha casa, ele estava suado e engordurado, imediatamente dizendo que precisava de um banho. O que era uma ótima ideia, porque tínhamos um encontro em grupo para ir essa noite, mas eu estava... bem, eu ia culpar os hormônios da gravidez.

Ele tinha se despedido, mas o banho demorou enquanto eu o beijava, fazendo meu caminho para baixo até que estivesse de joelhos. Então o fato de estarmos atrasado era parcialmente culpa minha.

“Stephanie, querida, ainda está aí?” Afastando esses pensamentos, eu me virei e encarrei minha cômoda. “Yeah, estou aqui. Desculpa, me distrai.” Nick riu atrás de mim.

Revirei os olhos. “Eu não sei quando você pode conhecer Nick, mãe.” Pausando, eu olhei sobre meu ombro para ver sua reação. Se ele parecesse

com alguém prestes a desmaiar, isso era mal, mas ele parecia concentrado vestindo um suéter que havia pegado dentro de uma mala de ginastica que ele trouxe com ele. Ele estava propositalmente ignorando o que estava dizendo? Ou isso não o incomodava?

“Bem, eu acho que vocês dois deveriam descobrir,” minha mãe insistiu, e eu lutei para não sorrir quando reconheci seu tom de ‘mãe’. “Posso perguntar a ele.” “Ele está aí?” Minha mãe riu. “Então é por isso que está distraída.” “Mãe,” eu gemi enquanto me virava para olhar Nick. “Minha mãe quer saber quando ela pode te conhecer.” Nick olhou para cima enquanto sacodia seu suéter. Boa técnica para remover amassados. “Eu não posso ir para Martinsburg agora. Não com meu avô,” ele disse e isso fazia sentido. “Mas se ela vier, eu amaria conhecê-la.” Ele amaria conhece-la. Meu coração fez uma pequena dança em meu peito. “Ele disse...” “Eu o ouvi, querida. Por favor diga que eu entendo o problema com seu avô e que ele está nas minhas orações,” ela respondeu. “Eu estava pensando em ir perto do Natal. O que você acha?” Eu fiquei nervosa. Natal era, tipo, semana que vem, apesar que eu estava animada que Nick estava feliz por conhecer minha mãe, o primeiro encontro de pais-traço-pai-do-meu-bebê me dava enjoo. Na verdade, quando eu estava fazendo compras para Nick na semana passada, eu estava procurando um pequeno presente especial para o Natal, eu também fiquei enjoada, porque escolher algo estava sendo mais difícil do que imaginei. Terminei escolhendo um bom e resistente relógio. Parecia lindo na caixa, mas agora pensando melhor era meio que um presente bobo, mesmo que ele estivesse dizendo uma e outra vez que precisava comprar um.

Eu disse que estava OK em vir perto do Natal e, depois de mais alguns minutos, sai do telefone para encarar Nick de novo.

Ele ainda estava sem camisa.

Eu levantei uma sobrancelha enquanto largava meu celular na cama. “Você vai sair assim essa noite?”

Um sorriso convencido apareceu. “Eu iria, mas então você ficaria ‘distraída’ demais para comer.” “Cala a boca.”

Rindo, ele andou e pegou minha mão. Ele se sentou na beira da cama e me puxou para que estivesse sentada em seu colo. “Nick, nós precisamos ir,” eu protestei. “Se não, vamos nos atrasar.” “Nós não vamos nos atrasar.” Ele colocou seus braços em volta do meu quadril. “Nós temos tempo. E precisamos de tempo.” Sua outra mão terminou em meu estômago. “Como está se sentindo? Ainda está cansada?” Depois de montar a árvore de natal, eu tinha ficado bem exausta por uns três dias seguidos e isso era algo intermitente agora. De acordo com os sites sobre bebês e meu checkup com o OB/GYN, insistência do Nick, era bem normal. “Eu estou me sentindo bem hoje. Não é obvio?” Eu provoquei, brincando com o botão de seu jeans.

Ele sorriu. “Tenho certeza que você poderia estar quase em coma e ainda estar excitada.”

Eu ri. “Eu nem vou tentar negar isso.” Ele sorriu um pouco mais. “Mas sério, estou apenas preocupado. Você estava tão cansada semana passada e ainda disse que não estava se sentindo bem também.”

“Obrigada por estar preocupado, mas estou me sentindo ótima.” Eu insisti. “E se isso te faz se sentir melhor, eu tenho minha próxima consulta essa sexta.”

“Eu sei.” Seus cílios vagaram para onde sua mão estava em meu travesseiro. “Eu mal posso acreditar que você ainda não ganhou nenhum peso.”

mim.” Eu coloquei sua mão sobre a sua. “Oh, eu ganhei peso. Acredite em

Um olhar de dúvida passou sobre seu rosto enquanto seus dedos curvavam, pegando a barra da minha camisa. Ele a puxou, mostrando minha barriga. “Eu vou começar a te alimentar com Whoppers21 todo dia.” Eu ri, mas sério, eu também estava um pouco surpresa pelo meu estomago ainda estar bem liso. Ele tinha começado a ficar curvado, mas acho que era apenas inchaço. Meu quadril e bunda, por outro lado, eram uma história completamente diferente. Eu tinha olhado fotos de mulheres que estavam na decima terceira semana. Não era obvio que elas estavam grávidas, mas definitivamente havia uma pequena barriguinha.

Eu não tinha uma barriguinha.

“Talvez eu vou ser uma daquelas mulheres que ganham barriga só mais tarde, huh?” Nick não respondeu enquanto se curvava e colocava um beijo logo abaixo meu umbigo, fazendo meu coração quase implodir pela doçura do ato. Quando ele levantou sua cabeça, eu peguei suas bochechas em minhas mãos e inclinei sua cabeça para o lado, o beijando.

21 Bolas de leite maltado cobertas de chocolate.

O beijo deveria ser simples, mas no momento que sua língua tocou a minha, virou algo muito mais possessivo. Nick se levantou enquanto se virava, me tirando de seu colo e me colocando de costas.

“Nick! Nós vamos nos atrasar!”

Ele moveu seu corpo sobre o meu, uma mão em meu quadril. “Nós não vamos nos atrasar.”

“Nós não temos tempo pra isso. Precisamos...” Sua boca cobriu a minha, cortando o resto da frase que estava dizendo e, enquanto sua mão deslizava por baixo da minha camiseta, sobre minha pele, cobrindo meu seio, eu comecei a esquecer o problema do horário. Especialmente quando seus dedos ágeis estavam na taça do meu sutiã, achando o pico do meu seio.

Meus dedos apertaram seu ombro, enterrando nele enquanto ele beijava o canto dos meus lábios e, então, fazendo um caminho que pequenos beijos quentes pela minha garganta. Meus batimentos aceleraram enquanto desejo percorria minhas veias.

“Nick,” eu gemi, minha respiração falhando enquanto seus dedos faziam algo verdadeiramente pecaminoso. “Nós precisamos... ir.” “Nós vamos,” ele disse, tirando sua mão de meu seio. Em vez de se levantar, ele puxou minha blusa para cima e colocou seus dedos entre a taça do meu sutiã, puxando-o para baixo. Ele mordeu seu lábio enquanto me encarava. “Totalmente linda.”

Eu assisti ele baixar sua cabeça, mordiscando meu mamilo, levando ele em sua boca, sugando profundamente. “Jesus.” Ele riu e isso reverberou pela minha pele. Quando ele se moveu para meu outro seio, mordiscando a pele sensível antes de usar sua língua. Eu sabia que sair na hora seria caso perdido.

“Nós precisamos nos aprontar,” eu disse a ele, meu peito subindo e descendo, fazendo a dor entre minhas pernas surgir.

“Uh-huh.” Ele saiu dos meus seios, fazendo um caminho de beijos para baixo. Sua língua passou pelo meu umbigo e meu quadril se moveu para cima. Antes que eu percebesse, ele tinha aberto o botão e o zíper de meu jeans e já tinha abaixado ele até o meio da minha coxa. “É minha vez.” Sua boca estava em mim em um segundo e, não tinha nada de devagar em sua sedução. Ele não só me provou. Ele não só me agradou. Ele era excelente no que estava fazendo.

“Yeah,” ele murmurou contra minha pele. Sua língua passando pelo meu centro, ajudando a aumentar a tensão dentro de mim. “Nós vamos ficar bem atrasados.”

Não preciso dizer, nós estávamos uns bons vinte minutos atrasados para chegar ao restaurante, mas meus músculos viraram geleca e eu estava tão entorpecida pra realmente ligar que meu cabelo parecia com o de alguém que tinha acabado de sair da cama.

O que era meio o que tinha acabado de fazer.

Nick e eu andamos para a grande mesa redonda e, quando eu vi todo mundo, eu percebi o quão estranho esse jantar seria. Quando Calla nos convidou, eu não tinha pensado muito nisso, mas agora que eu estava vendo Jase e Cam sentados ali, tudo que conseguia pensar era como essa situação tinha ficado estranha. Nick sabia que eu tinha ficado com eles, do jeito tradicional e, obviamente, todos na mesa sabiam, e yeah... isso era diferente.

Me sentei ao lado de Calla, forçando um sorriso. “Desculpa pelo atraso. Trânsito.”

“Trânsito,” Calla repetiu com um leve sorriso. “Interessante, numa noite de domingo.” Teresa, que estava sentada ao lado de Avery, jogou seu longo cabelo escuro sobre um de seus ombros. “Não se preocupe,” ela disse piscando. “Jase e eu também ficamos presos... no trânsito. Um trânsito realmente grande.” Os olhos de Jase arregalaram.

Do outro lado da Avery, sentado ao lado de Nick, o rosto de Cam se contorceu em desgosto pelo comentário da sua irmã. “Vamos lá, cara. Eu nem quero imaginar isso na minha cabeça.” Colocando sua mão sobre sua boca, Avery abafou um risinho, mas perguntou. “O quão grande era esse ‘transito’, precisamente?” Teresa abriu sua boca, mas Jase falou. “Por favor, por Deus, não responda essa pergunta. Eu realmente não quero que Cam me bata de novo.” Eu ri enquanto Teresa estreitava os olhos para seu irmão mais velho. “Se ele colocar uma mão em você, esse bebê vai ser a última produção de Cam.”

“Oh Deus,” Calla murmurou. Ao seu lado, Jax se encostou na cadeira e olhou para Nick. “Por sinal, eles são sempre assim.” “Não posso levar minha irmã a lugar algum,” Cam respondeu, sorrindo quando seu olhar virou algo mortal.

“Mais como se eu não pudesse te levar a lugar algum.” Avery deu uma cotovelada nele enquanto sorria para a mesa. “Como está se sentindo?” Todos os olhos foram parar em mim, e eu resisti a urgência de tentar parecer menor em meu banco. “Eu estou bem. A gravidez tem sido... bem fácil até agora.”

“Ela anda bem cansada,” Nick interrompeu. Um olhar de simpatia apareceu no rosto da pequena ruiva. “Oh Deus, o mesmo aqui. Eu acho que finalmente cheguei ao ponto onde eu quase me sinto normal, mas agora eu me sinto como se estivesse carregando uma bola de basquete por aí.” “É uma bola de futebol,” Cam corrigiu, se inclinando e dando um beijo em sua testa. “Uma linda bola de futebol.” Eu a olhei. “Você não parece com alguém que está carregando uma bola de futebol.” Na verdade, ela parecia exatamente da mesma maneira que da última vez que eu a vi.

Os olhos de Avery acenderam. “Obrigada por isso, mas é só porque estou sentada.”

“Fique de pé,” Teresa disse enquanto Jase colocava uma mão em seus ombros.

Ela afastou sua cadeira e levantou, e yep, não tinha como negar que Avery estava claramente grávida. Seu suéter azul estava esticado por sua barriga rechonchuda bem definida. Ela emoldurou seu estomago entre suas mãos. “Como pode ver, uma bola de futebol.” Eu ri. “Esse não é o tamanho de uma bola de futebol.”

“Talvez uma que foi esvaziada,” Jase comentou. Avery riu enquanto se sentava. Imediatamente, Cam colocou seu braço sobre seu ombro. “Mas a sensação não é essa.” O olhar de Nick foi de Avery para mim e um leve sorriso apareceu em seu rosto. Não precisava muito para saber que ele estava me imaginando com uma barriga do tamanho de uma bola de futebol sem ar. E não tinha como confundir seu olhar de ansiedade. Ele realmente queria esse bebê.

Mas ele realmente me queria?

O momento em que pensei nisso, eu o afastei e me foquei na conversa. Não tinha como eu deixar alguns neurônios rebeldes estragar essa noite.

Nick definitivamente era o mais quieto no grupo, sentado e apenas observando. A comida chegou e eu fiquei surpresa em ver que meu apetite não estava tão grande. Terminei comendo apenas metade do meu bife bem passado com purê de batatas. Isso pode ter a ver com a estranheza inicial com quem estaria jantando, mas nem Cam, nem Jase nem nenhum dos outros se incomodaram com minha presença. Nem Nick.

Me levou alguns momentos para perceber e aceitar totalmente que ninguém nessa mesa – aqueles que tinham direito de ter uma opinião sobre isso – ligavam para qualquer coisa. Um pouco da estranheza estava apenas na minha cabeça, uma consequência de experiências anteriores, mas essas pessoas não se importavam. Um peso foi meio que tirado dos meus ombros. Não era culpa ou remorso, nada assim, porque ninguém tinha dito ou feito nada de errado para se ter vergonha. Era mais como se a parede entre eu e as duas meninas finalmente tivesse se quebrado. Eles me aceitavam e eu aceitava eles.

O passado estava formalmente no passado.

A fadiga voltou na terça, durante o trabalho, e ficou durante a quarta e quinta.

Então, quando eu tive de levar uma pilha de novos calendários de mesa na sala de suprimentos, eu queria parar. Talvez até tirar um cochilo ali, entre os dois cubículos vazios. Ninguém iria perceber.

De acordo com as coisas relacionadas a gravidez que eu tinha olhado, a exaustão era bem comum, mas eu não tinha achado que seria assim tão ruim. Tudo que eu queria era dormir.

Enquanto me aproximava da sala de suprimentos, senti um cheiro muito forte. Perfume. Ugh.

Rick estava por perto.

Eu revirei meus olhos enquanto abria a porta para a sala com meu quadril e entrei. O que eu vi – o que eu ouvi – quase me fez cair no chão.

“Eu disse pare...” Rick estava na sala, mas ele não estava sozinho. Suas costas estavam para mim e eu mal pude ver quem ele estava praticamente pressionando contra a prateleira com seu grande corpo, mas eu vi suas pequenas mãos empurrando seu peito. Eu ouvi ele rindo como se isso fosse piada. Um arrepio subiu pelo meu pescoço.

“Mas que porra?” eu disse. Dando um passo para trás, Rick se virou, seu rosto que já era avermelhado ficando uns três tons mais escuros. Uma pequena forma se moveu entre ele e a prateleira. O rosto de Jillian mais pálido enquanto seu olhar encontrava o meu. Ela estava puxando a barra do seu suéter.

“Não é o que você acha,” Rick disse, virando em direção a Jillian. “Diga a ela que não é o que...” Eu dei um passo para frente, preparada para atacar a cabeça de Rick com a pilha de calendários. Eu tinha certeza que o que vi e ouvi era exatamente o que estava pensando. “Jillian, vá falar com o Sr. Bowser.” Rick parecia que ia ter um infarto.

“M-meu pai disse que eu p-podia pegar alguns post-its,” Jillian explicou, seus olhos castanhos arregalados. Seus lábios tremiam. “Isso era tudo que eu estava fazendo e ele...” “Jillian, vá valar com o Sr. Bowser agora.”

“Eu não estava fazendo nada,” Rick disse, estufando o peito. “Eu estava apenas falando com ela.” Apertei mais a beira dos calendários enquanto Jillian parava ao meu lado, suas bochechas coradas. “Você não estava tentando falar comigo, seu imbecil.”

Rick abriu sua boca, mas eu o interrompi. “Por favor chame Sr. Bowser,” Eu disse a ela. Jillian saiu correndo da sala enquanto eu mantinha um olho em Rick. Fúria crescendo em mim, junto com outra emoção acida. Eu sabia que ele era um estranho de tom maior, mas eu não sabia que era assim tão ruim. Eu deveria ter reportado ele para o Marcus no momento em que foi inapropriado comigo.

“Porra,” ele gemeu, movendo como se fosse me atacar. Eu me mantive firme. “De um passo na minha direção e eu juro por Deus que eu vou dar um chute em suas bolas tão forte que elas vão parar em sua garganta.” Ele ficou pálido.

“Você é estranho,” eu disse, minhas palavras cheias de raiva. “Um puta de um estranho – um puta de um idiota estranho. A filha do chefe?” Balancei minha cabeça. Andrew iria matar ele no estilo ninja.

E pareceu que Rick também percebeu isso porque o sangue sumiu de seu rosto. Um segundo depois Marcus apareceu na porta. Me virei para ele enquanto colocava os calendários contra a parede. “Eu entrei e encontrei esse imbecil...”

“Jillian me disse,” Marcus me interrompeu, sua voz calma. “Stephanie, você poderia sair da sala? Rick e eu precisamos conversar antes que ele pegue suas coisas e saída da porra do prédio.” Oh. Oh wow.

Sai da sala depressa.

Jillian estava esperando no corredor vazio, seus olhos brilhantes enquanto eu me aproximava dela. Suas mãos estavam entrelaçadas. “Obrigada por entrar. Ele me s-seguiu até ali e eu...” ela se cortou, pressionando seus lábios juntos.

Eu parei na sua frente, mantendo minha voz baixa. “Você está bem, Jillian? Ele te machucou?”

“Não.” Ela balançou um pouco a cabeça. Então algo horrível me ocorreu. E se essa não foi a primeira vez que ele tinha pressionado Jillian? “Isso já aconteceu antes?” eu perguntei. Jillian olhou para longe enquanto engolia. “Não.” Eu não acreditei nela. “É por causa dele que você está indo embora?” Ela se engasgou com uma risada. “Não. Não é isso. Eu... é melhor eu ir falar com meu pai.” Ela começou a se afastar. “Ob-obrigada de novo. De verdade.”

Eu fiquei lá por um momento, assistindo ela sair correndo, um milhão de pensamentos ruins passando pela minha cabeça. Andei de volta até minha mesa, entorpecida.

Mais ou menos uma hora depois que Rick, o estranho foi escoltado para fora da Lima Academy e Jillian já tinha ido embora do lugar, Marcus abriu a porta do seu escritório. “Stephanie, posso falar com você um minuto?” Eu imediatamente fiquei de pé e entrei em seu escritório, sem ter ideia do que esperar. Eu não achava que estava em apuros por ter reportado Rick, não baseado no quão irritado ele tinha ficado nem em como ele lidou com a situação, mas e se eu estivesse? E se perdesse meu trabalho? Com uma criança a caminho, isso seria tão, mas tão ruim.

Mas mesmo que isso fosse ladeira abaixo, eu não me arrependia de ter me intrometido. De jeito nenhum. Eu só desejava que tivesse dito algo antes.

“Pode fechar a porta?” Marcus perguntou enquanto dava a volta em sua mesa.

Eu a fechei e me sentei na beira da cadeira que ficava na frente de sua mesa, minhas mãos em meu colo.

Marcus se sentou, colocando seus antebraços sobre a mesa enquanto olhava para mim. “Primeiro, eu quero te agradecer por ter se envolvido e ajudado Jillian.” “Você não precisa me agradecer por isso,” eu disse. Ele continuou. “Você disse algo que me deu a impressão que essa não foi a primeira vez que você presenciou um comportamento inapropriado aqui. É esse o caso?”

Eu concordei. “Ele disse algumas coisas para mim que não foram apropriadas e, uma vez ele se aproximou demais no elevador. Ele... ele se esfregou em mim.” Eu podia sentir as lágrimas nascendo. “Eu disse a ele que se fizesse isso de novo, eu iria reporta-lo.” “Ele te incomodou depois disso?” “Não. Ele ficou longe de mim a maior parte do tempo.” Meu olhar foi para a grande janela atrás dele. “Eu...” “Diga o que quiser,” Marcus disse. Balancei minha cabeça enquanto suspirava. Culpa preenchendo meu estomago. “Eu só queria que tivesse dito algo na primeira vez que ele fez isso. Então isso não teria acontecido com Jillian.”

Marcus se encostou em sua cadeira, colocando uma perna sobre a outra. “Eu vou ser honesto com você, Stephanie. Eu entendo porque não disse

nada. Você é nova aqui, mas eu espero que nenhum de nós tenha te dado à impressão que toleramos esse tipo de comportamento.” “Não deram,” eu respondi rapidamente. Marcus sorriu, mas esse sorriso não chegou a seus olhos escuros. “Mas eu queria que você tivesse vindo falar. Nenhum de nós quer que nossos empregados ou suas famílias se sintam inseguros aqui. Se algo assim acontecer de novo, eu quero que venha falar comigo ou Deanna imediatamente. Você entendeu?”

“Sim, entendi.” Eu fui dispensada depois disso, mas a sensação estranha ainda ficou. Parte de mim queria encontrar Rick e dar um chute em suas bolas. A outra parte de mim queria bater em mim mesma por não ter reportado ele antes. Eu tinha lidado com isso, mas minha cabeça estava tão perdida que não percebi que se ele me tratava de um jeito como se eu só existisse para seu entretenimento, ele tinha de tratar outras mulheres do mesmo jeito.

Eu só esperava que minhas suspeitas em volta de Jillian estivessem erradas, mas eu tinha a sensação que Rick teria de se mudar. Não só Andrew ficaria puto, mas uma vez que Brock descobrisse, eu apostava que Rick seria um cara morto.

No caminho para casa eu parei em uma hamburgueria e peguei o jantar, já que eu estava cansada demais para fazer qualquer coisa. Eu sabia que a fatiga era normal, e eu não mencionei ela quando Nick mandou mensagem por volta das sete. A última coisa que eu queria que ele fizesse era se preocupar. Além do mais, eu tinha minha consulta médica na sexta e eu podia mencionar ela ali.

Eu não contei a ele sobre o que aconteceu com Rick mais cedo. Mesmo que eu tivesse lidado com meus problemas com ele, se Nick soubesse, ele não ficaria feliz pelo comportamento de Rick.

Depois de colocar a calça do meu pijama e uma camiseta, andei até o banheiro e fiquei de lado, na frente do espelho. Levantando a camiseta, eu me olhei no espelho. Sem barriga visível. Não de verdade, mas eu tentei me imaginar com uma barriguinha.

Eu duvidava que ficaria tão adorável quanto Avery, mas meus lábios se curvaram em um sorriso enquanto eu deslizava minhas mãos pela minha barriga. Nos últimos dias eu tinha pensado sobre abortar a gravidez com Marcus. Não seria fácil, mas eu teria de dizer algo, logo.

Me virando, eu balancei minha cabeça enquanto tentava afastar as dúvidas dos meus pensamentos. Eu não deveria estar vendo algum tipo de barriga? Algo que mostrasse as quatorze semanas? De acordo com as cinco milhões de fotos de mulheres gravidas que vi a resposta seria sim, mas...

Eu abaixei minha camiseta e resisti a vontade de procurar no Google mais sobre casos anormais de gravides que eu poderia facilmente passar o resto da minha vida sem saber.

Andando até a sala, eu liguei as luzes da árvore de natal e peguei um copo de suco de laranja da geladeira, andando de volta em direção ao quarto, meus pés cobertos pela meia, silenciosos no chão de madeira. Era cedo, mas depois de um grande bocejo, eu estava pronta para ir para cama. Eu tinha colocado o copo para baixo e pegado o controle remoto quando uma dor aguda passou pelo meu estomago, me fazendo ficar sem ar.

“Ouch,” eu sussurrei, colocando minhas mãos contra meu estomago e quadril. “Whoa.” A dor queimava enquanto começava a passar. Eu levantei, encarando o copo de suco. Minha boca ficou seca quando um pensamento horrível apareceu em minha mente. Tem algo de errado? Meu coração estava acelerado. Eu esperei vários minutos e, quando a dor não voltou, me forcei a me acalmar. Eu estava bem. A dor provavelmente não tinha nada a ver com a gravidez, mais com o lanche que comi no jantar.

Voltando para cama, eu enfiei minhas pernas por baixo do edredom e peguei o controle remoto. Eu liguei a TV, colocando no canal HGTV e não demorou muito para que me desligasse, ouvindo casais brigares sobre paredes amarelas e tapetes marrons.

Quando acordei horas depois, me sentando, eu não tinha certeza o que havia me acordado. Minha garganta estava incrivelmente seca e minha pele húmida de suor. A TV ainda estava ligada, o volume baixo. Eu pressionei minha mão esquerda contra minha testa, mas eu estava fria. Eu tinha tido um pesadelo? Me inclinando para o criado mudo, eu peguei o controle remoto quando a dor atingiu meu estomago de novo. Eu perdi o ar enquanto congelava. A dor era como cólica menstrual, mas mais forte. Ela foi aliviando, mas foi seguida por uma sensação de pressão estranha na parte baixa da minha barriga.

Eu liguei o abajur com minha mão tremula. Nem um minuto depois, a dor voltou. A cólica estava forte, me fazendo contrair em reflexo e, antes de aliviar, eu senti algo molhado.

Isso não era normal.

Meu estomago afundou quando eu puxei as cobertas da cama e fiquei de pé. A cólica atingiu de novo. Era como se meu estomago todo estivesse dentro de um punho, apertando e apertando e, logo que soltava, voltava a apertar.

Virando-me, fui pegar o celular quando meu olhar caiu sobre a cama. Meu coração parou. Pânico explodiu enquanto eu encarava o colchão. “Oh meu Deus.”

Havia sangue nos lençóis.

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