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Capítulo Dezoito

O primeiro contato de seus lábios contra o meu abalou meu ser. Fazia tanto tempo desde que fui beijada, realmente beijada, e eu já tinha me esquecido da sensação disso, mas mesmo com a memória curta, eu sabia que esse iria desbancar todos os outros beijos de longe.

Seus lábios deslizaram sobre os meus uma, então outra vez, como se ele estivesse mapeando o layout, memorizando tudo. Quando ele inclinou sua cabeça para o lado, eu senti sua língua passando sobre meus lábios. E não houve nenhum momento de hesitação da minha parte.

Me abri para ele e ele aprofundou o beijo. Minhas mãos estavam em seus braços e meu corpo derreteu contra o dele. O beijo me abalou, penetrando por baixo da pele e músculos, se enrolando em meus ossos. Eu não acho que já fui beijada assim alguma vez. Não que pudesse me lembrar.

Não que isso realmente importasse.

Agarrando seus braços, eu o beijei de volta. Eu corri para ele, pegando o que podia. Um leve gemido escapou dele e eu sabia que ele também estava afetado. Nossas línguas se enrolaram e o toque de sua boca contra a minha aumentou. Cru. Poderoso. Essas foram duas palavras que vieram à minha mente quando ele me olhou de volta. Minhas mãos deslizaram pela sua lateral, chegando a borda de seu jeans. Uma de suas mãos foi para a base do meu pescoço, se enrolando em meu cabelo enquanto...

O timer do forno tocou, fazendo que nos separássemos. Nós estávamos respirando pesadamente enquanto encarávamos um ao outro. Meus lábios estavam agradavelmente inchados e eu me sentia efetivamente beijada.

“Isso é o porquê,” Nick disse com a voz pesada. “Isso aqui é o motivo deu não ter ficado com ninguém mais.” “Um beijo?” Meu peito levantava e caia rapidamente.

“Não só um beijo.” Ele balançou sua cabeça enquanto passava seu dedão pelo meu lábio inferior. “É o jeito que eu te sinto contra mim – o jeito que seu corpo fica mais macio contra o meu. São os pequenos sons que você faz quando está gostando do que estou fazendo. O jeito que eu fico mais duro que um bastão de baseball só de pensar em seu nome. E tem sido desse jeito desde que eu te vi naqueles malditos shorts.” Minha mente voltou para o dia em que me mudei. “Aqueles eram shorts bem curtos.”

“Não brinca.” Sua voz ficou um pouco mais grave. “Eu vou ser honesto. Depois que ficamos, eu queria voltar logo para dentro de você e foi bem difícil não te encontrar acidentalmente nos dias seguintes. Eu não queria pensar que aconteceria de novo. É assim que trabalho, mas quando você lavou o bar com minha bunda, você chamou minha tenção e isso não vai a lugar algum.” No meu peito, meu coração estava pulando.

“Eu sei que disse que queria que fossemos amigos, mas, obviamente, eu sou um bosta em seguir o limite imposto pela amizade,” ele continuou, seu olhar nunca deixando o meu. “As coisas são diferentes agora em comparação ao que eram.” Por causa do bebê.

“Eu não sei o que vai acontecer entre nós, mas eu sei que não podemos apenas ser amigos.” Ele apoiou sua testa contra a minha e minha respiração ficou irregular. “E eu sei – yeah, eu sei – que você não pode ser só minha amiga. Amigos não beijam desse jeito e amigos, com certeza, não gozam do jeito que você fez em volta do meu pau ou dos meus dedos.” Oh céus.

Aqueles lábios se curvaram. “Então é por isso que eu não fiquei com mais ninguém e não estou planejando mudar isso. Não quando você e eu vamos tentar tirar o melhor proveito disso.”

Melhor proveito? Meus pensamentos giraram e giraram na minha cabeça. Eles não eram os mais românticos ou os mais promissores, mas eles eram a verdade e, além disso, eles eram expectativas realista, e isso era algo que eu dava mais valor que palavras bonitas.

Mesmo que palavras bonitas fossem boas de se ouvir de tempos em tempos.

“Yeah.” Eu sorri para ele, me sentindo um pouco emocionada. “Nós vamos tirar o melhor proveito disso.”

Fazer o que havia entre nós funcionar foi imediatamente testado nem cinco minutos depois que terminamos o jantar delicioso. A enfermeira ligou.

Nick atendeu de cara. “O que aconteceu, Kira?” O que quer que ela disse no telefone não foi bom porque seus olhos fecharam e ele apertou a ponte em seu nariz. “Não – tudo bem. Eu vou logo para aí. Yeah – não, tudo bem.”

Quando ele desligou, eu falei primeiro. “Você tem de ir. Eu entendo.” “Me desculpe. Meu avô está tendo outra... coisa.” Ele começou a se levantar.

“Como eu disse, eu realmente entendo.” Eu fiquei de pé. “Você quer que eu vá com você?” A expressão de Nick foi algo que eu não esqueceria por um bom tempo. Ele pareceu horrorizado pela ideia deu me juntando a ele. “Não. Isso não é necessário. Nem um pouco.” Eu não levei para o lado pessoal, mas eu queria dizer a ele que poderia lidar com o que quer que estivesse acontecendo com seu avô. Porém eu não queria atrasar ele ainda mais. Nick foi em direção a porta, vestindo sua jaqueta no caminho. Mas antes dele sair, ele voltou para onde eu estava e

me beijou. Quase como o primeiro beijo, as sensações que isso evocou eram fortes e devastadoras, com todos os sentimentos sendo trazidos para superfície.

Eu senti aquele beijo o tempo todo enquanto limpava.

A semana antes do Halloween passou com uma sensação estranha as coisas estarem indo devagar e, ao mesmo tempo, rápidas demais. Estar grávida me deixou super consciente da passagem de tempo, algo que eu nunca prestei atenção antes. Agora tudo na minha cabeça estava catalogado em semanas.

Dan, um dos irmãos Lima que eu tinha conhecido no meu primeiro dia, tinha levado Rick e outra pessoa do comercial para uma viagem de negócios pela costa leste. Eu queria dar uma pequena festa na minha mesa. Talvez eu tivesse sorte e Rick iria terminar do outro lado do país. Minha ultra sensibilidade a cheiros e idiotas aprovava a ideia.

Eu estava ocupada a semana inteira, ajudando Marcus a planejar sua própria viagem de negócios em novembro. Ele estaria indo para minha cidade natal para ajudar a conseguir todas as aprovações necessárias para expandir a academia. Eu ainda imaginava se a filha de Andrew tinha ideia que seu pai estava montando uma unidade ali. Eu não tinha visto ela desde que Brock se machucou, e nem ele.

Na quinta, Nick me surpreendeu com uma mensagem dizendo que ele estaria na cidade dentro de uma hora e seu queria me juntar a ele para almoçar. O que não deveria ser nada demais fez meu estômago revirar. O quão louco era o fato de que essa seria a primeira vez que eu faria uma coisa dessas com um cara que eu estava interessada?

Eu tinha toda essa experiência, mas muitas coisas ainda eram desconhecidas.

Pegando minha bolsa, eu fui para o andar da academia e imediatamente vi Nick atravessando a rua, vindo à minha direção. Sai e esperei na calçada.

Seu cabelo escuro estava crescendo, e eu gostei que ele estava usando ele penteado. Era propositalmente bagunçado e combinava com suas feições, suavizando as linhas mais duras. Vestindo sua jaqueta de couro, ele subiu na calçada e andou na minha direção. Eu não consegui conter o sorriso que se formou. Eu era uma menininha.

“Hey,” ele disse, parando na minha frente. Tirando suas mãos do bolso da jaqueta, ele atacou os botões do meu casaco. “Você ficou tão feliz em me ver que nem pode colocar sua jaqueta direito?” Eu revirei meus olhos. “Yep. Você me pegou.” Ele riu enquanto terminava com o último botão perto do meu pescoço. “Não quero que você fique doente.” Desde que isso era meio que fofo, eu não desfiz o último botão mesmo que parecesse que ele estava a centímetros de me enforcar. “Eu pensei que poderíamos ir nesse restaurante a umas duas quadras daqui. Eles são rápidos e eu sempre consigo um bom lugar.” “Por mim tudo bem.”

Nick ficou ao meu lado enquanto andávamos pela calçada, navegando pelo mar de pessoas. Nossos braços tocaram algumas vezes, me deixando mais alerta do quão próximas nossas mãos estavam. Será que ele iria segurar minha mão? Será que eu deveria iniciar o contato?

Por que eu estava pensando sobre isso?

Me dando um chute mental, eu olhei para ele enquanto esperávamos para a pessoinha dentro da caixa ficar verde. “Então, o que o trouxe para a cidade?”

“Eu estava comprando uma fantasia de Halloween.”

“O que?” eu ri. Ele sorriu. “Estou brincando. Apesar de que Roxy convenceu o Jax que todos nós deveríamos nos fantasiar para o Halloween nesse sábado.” “E você vai se fantasiar?” Fiquei animada. Eu amava Halloween e todo ano, eu sempre caia nele de cabeça, me fantasiando e achando uma festa para ir. Apesar de que esse ano seria diferente. Mesmo que eu conhecesse alguém que estivesse dando uma festa, ir a uma seria estranho sabendo que eu estou com seis semanas. Ou, talvez, isso não era estranho e meninas grávidas ainda frequentavam festas, bares e coisas do tipo. Eu não fazia ideia. Precisava pesquisar isso no Google mais tarde.

“Eu vou fantasiado de bartender,” Nick respondeu. Sorri enquanto atravessávamos a rua. Vento bateu em meu cabelo, jogando ele no meu rosto. “Isso é realmente criativo, Nick.” “Eu sei, certo? Eu acho que Roxy vai ficar surpresa,” ele respondeu, sorrindo. “Na verdade, eu vim aqui de manhã para falar com as pessoas da admissão sobre o programa de MBA online da Strayer University.” “Mesmo?” Eu levantei meu braço, pegando uma mecha de cabelo que estava tentando entrar na minha boca. “Você realmente está considerando se matricular?”

Ele concordou, e eu pensei que ou era o vendo pinicando suas bochechas ou ele realmente estava corando. “Yeah, eu estive considerando a ideia por um tempo e agora parece a época certa. Financeiramente eu estou bem, mas com o bebê chegando eu preciso...” Ele franziu o cenho e eu perdi a respiração. “Eu preciso realmente começar a pensar sobre o futuro. Não tem mais desculpas para eu não fazer essas aulas online e do jeito que as coisas com meu avô estão indo, a flexibilidade de um bartender, daqui a um tempo, não vai mais ser necessária.” O frio que gelava minha pele tinha pouco a ver com o vento. “O que está dizendo?”

Nick olhou para mim, sua expressão neutra até que vi seus olhos. Dor estava nascendo ali, totalmente visível. “Eu não acho que ele tenha muito mais tempo.” “O que?” Parei de andar, no meio da calçada, do lado de fora do restaurante. “Nick – Deus, me desculpe. Você... você tem certeza?” Ele estava ali parado e colocou suas mãos em seu bolso. “Yeah, na terça eu tive que leva-lo ao médico e com todas as crises ficando cada vez mais frequentes, está meio que na cara, sabe? Ele esteve entre os dois últimos estágios da doença, o seis e o sete no ano passado, mas agora ele definitivamente está no último e ele começou a ter problemas para engolir e... yeah, está acontecendo.” Eu pressionei minha mão contra meu peito, sobre meu coração. “Eu não sei o que dizer.” “Eu sei. Não é nem fácil pensar sobre ele partindo, porque não importa o quão ruim as coisas foram enquanto crescia, ele sempre esteve comigo.” Ele passou de falar e olhou para longe. “Não quero tira-lo de sua casa, então eu vou me encontrar... com o hospício na próxima semana.” Nick limpou sua garganta. “Então quando eles vierem vê-lo, eu acho que terei tempo com ele, mas... está próximo do fim. Eu sei que está.” Não havia palavras para situações como essa, então eu dei um passo para frente e coloquei minha mão em seu braço. Seu olhar voou para o meu e eu me estiquei, pressionando meus lábios contra sua bochecha. Quando voltei a ficar ereta, eu ainda estava segurando seu braço. “Eu gostaria de conhecer seu avô, Nick.” Ele não respondeu por um momento. “Não é fácil ficar perto dele, às

vezes.”

“Eu sei.” Um taxi passou, buzinando. Nick parecia com alguém que queria dizer mais, mas ele deu um passo para o lado e abriu a porta do restaurante. “Vamos lá. Vamos nos estufar.”

Nós tivemos um bom almoço, conversando sobre nada importante e Nick nem mencionou seu avô de novo. Não havia como enganar que mesmo que eu e Nick estivéssemos tentando trazer nossas vidas para a superfície, algumas coisas ainda estavam bem longe.

E não era só com ele.

Era comigo também.

Naquela noite, eu mandei mensagem para Roxy sobre o Halloween no Mona’s, um pouco porque estava entediada, mas principalmente porque estava curiosa. Ela, com certeza, iria se fantasiar, mas não queria me dizer do que.

Você deveria vir e ver por si mesma! Vai ser legal!

Eu encarei a mensagem de Roxy e a animação de mais cedo voltou. Seria bom sair e fazer algo. Desde que tinha me mudado para cá, eu realmente não tinha tido nenhuma aventura social além daquele Domingo e as duas vezes que fui ao Mona’s. Eu estava ficando cansada de ver o interior do meu apartamento, mas será que eu deveria ir ao bar? Eu mandei essa pergunta a Roxy.

Sua resposta me fez rir. Eu não sugeri que você viesse e ficasse bêbada. Então, por que não? E a próxima mensagem apontou o fato que Avery já esteve ao Mona’s depois de descobrir que estava grávida. Eu tinha me esquecido disso, mas eu lembrava de Cam ao seu lado como se fosse seu próprio para-choque, protegendo-a se alguém se aproximasse demais.

Yeah, por que não. Eu ainda não tinha tanta certeza então decidi perguntar ao Google e, imediatamente me arrependi de ter feito, por causa das opiniões. Por Deus, todos tinham opiniões. Mas a coisa mais hilária que descobri quando digitei Está tudo bem para uma mulher grávida ir, o Google

auto-populou com Está tudo bem para uma mulher grávida ir para uma casa mal-assombrada.

Mas que porra?

O consenso dizia que estava tudo bem para ir contanto que o lugar fosse seguro. O Mona’s não permitia fumar dentro do estabelecimento e o lugar não era uma loucura.

As primeiras semanas de gravidez devem afetar a memória porque eu esqueci sobre isso até à tarde de sábado. Entregar doces foi bem fraco já que poucas crianças viviam no condomínio, então elas se juntavam em carros e passeavam pelo bairro. Eu me encontrei encarando meu guarda-roupa, segurando uma grande tigela de doces. Enquanto revirava uma caixa de Nerds17, eu estudei minhas opções. Eu poderia ficar aqui e me afogar em açúcar ou eu poderia colocar minha bunda em meu carro e ir ver pessoas.

Estar grávida não significava que eu precisava me isolar.

E a ansiedade estava crescendo em mim, me dando um bom motivo para ir. Eu queria ver Nick porque eu... eu realmente sentia sua falta. Com nossos horários opostos e com o que estava acontecendo com seu avô, o tempo que conseguíamos nos ver era limitado. E não ajudava muito o fato que ambos éramos uma negação em relacionamentos. Nós não fazíamos planos de ver um ao outro como eu imaginava que casais normais faziam.

Eu iria mudar isso.

Com a decisão tomada, eu coloquei a tigela no balcão, me troquei e fui até a porta, voltando no meio do caminho para pegar um punhado de Nerds que meu bebê do tamanho de uma ervilha precisava para ajudar na minha reentrada na sociedade.

17 Pedaços de açúcar com aromas de uva, morango, melão, limão, entre outros.

O estacionamento do Mona’s era o oposto do lotado. No Halloween, eu esperava que ele estivesse mais cheio, mas eu podia contar com ambas as mãos a quantidade de carros que vi. Pegando minha clutch do banco do passageiro, eu andei em direção ao bar.

Alguns dos caras mais velhos estavam nas mesas de sinuca, o som das bolas batendo umas nas outras conflitando com a música. Meu olhar voou para o bar. Muitos bancos estavam vazios. Enquanto andava para frente, eu vi que Calla estava na cidade. Seu cabelo loiro estava preso em um rabo de cavalo e ela estava como garçonete, se o avental fosse um indicador disso. A camiseta branca e os shorts pretos eram vagamente familiares. Mas foi o adesivo verde no seu avental que entregou. Eu sorri.

Calla estava vestida como a Sookie Stackhouse.

Então eu vi a Roxy parada ao seu lado.

E cai na gargalhada. Seu cabelo estava escondido em uma peruca castanho que parecia que alguém tinha fumado ela toda, seus óculos que costumavam ser roxos foram substituídos por um redondo com armação grossa. Se a marca de raio desenhada em sua testa, com o que parecia ter sido feito com um país de sobrancelha, não fosse suficiente, a capa preta e o cachecol dourado entregaram.

“Harry Potter?” Eu perguntei enquanto me sentava em um banco vazio, colocando a clutch na minha frente. “Você se fantasiou de Harry Potter?”

Ela sorriu enquanto pegava uma garrafa de tequila. “Você não faz ideia do tempo que estive planejando isso.” Calla se inclinou sobre o balcão ao meu lado. “Nós estamos seguindo uma temática de livros. Claro que nós fomos as únicas duas pessoas que seguiram isso.” Lembrando do que Nick havia dito, eu não estava surpresa. “Você consegue enxergar algo com esses óculos?”

“Pouco,” Roxy riu. “Mas vale a pena.” Reece passou por mim, vindo da direção dos banheiros, vestido como um prisioneiro, de camiseta e calças listradas. Irônico. “É meio estranho minha namorada agora ser um menino na puberdade.” “Só se você tornar isso estranho,” Roxy responder antes de voltar seus olhos grandes para mim. “Fico feliz que você decidiu vir. Está fantasiada do que?”

Eu olhei para mim mesma. “Um... uma colegial preguiçosa?” “Legal,” Reece respondeu, inclinando seu corpo em minha direção. “E eu acho que tenho que te parabenizar.” Concordando, eu não me surpreendi quando senti minhas bochechas esquentarem enquanto Calla balançava sua cabeça. “Sim!” Ela disse. “Deus, como sou idiota. Parabéns! Você e Avery vão ter bebês gêmeos. Apesar dela estar alguns meses na sua frente.” Pensando nisso, não era estranho nem nada do tipo. “Obrigada,” eu disse, realmente grata.

Reece sorriu para Calla. “Você é a próxima. Eu vivo repetindo isso para o Jax.” “Oh não. Eu não estou aberta para esse negócio de bebês tão cedo.” Calla olhou para Roxy. “Talvez o próximo seja uma mini Roxy ou Reece Anders.”

Reece quase engasgou com sua bebida.

Balançando sua cabeça, Roxy ignorou a ambos. “Refrigerante ou água?” ela me perguntou. “Você tem ginger ale?”

Calla fez um barulho com sua língua. “Você está se sentindo enjoada?” “Não agora, mas eu estive tomando tanto disso que acho que estou viciada,” expliquei. Ela olhou para porta no momento que duas mulheres entraram. “Como estão seus enjoos matinais? Eu sei que Avery está passando por um mal bocado.”

“Até agora eu tive sorte, porque não foi nada ruim. Minha mãe acha que vai ser como sua gravidez.” As duas mulheres que entraram no bar se sentaram em uma das mesas redondas no centro. Elas pegaram os menus. “Ela teve uma gravidez bem calma.” “Espero que sim. As coisas que a Avery tem passado me faz querer nunca engravidar.” Calla deu de ombros. “Com Cam viajando entre Shepherd e D.C., ele está perdendo toda a diversão.” “Ele ainda está jogando futebol?” eu perguntei. Ela concordou enquanto olhou para as mulheres. “Já volto.” Enquanto Calla corria para as clientes, eu olhei para o bar. Roxy estava colocando um copo de ginger ale gelado na minha frente.

“Nick está na cozinha,” Reece disse, obviamente lendo minha mente. “Ele sabe que está aqui?” “Eu não disse a ele que viria.” Tomei um gole, amando como as bolhas de gás passavam pela minha língua. “Eu meio que decidi vir de última hora.” Roxy franziu o cenho enquanto voltava sua atenção para Reece. “Apoiado. Por que ela iria querer dizer a ele, Reece?” Seu namorado abriu a boca e levou um momento, parecendo considerar o que estava prestes a dizer para que não acabasse cavando uma cova em que não conseguiria sair. Eu mordi meu lábio para evitar rir. “O que

estou tentando dizer,” ele começou devagar, olhando para Roxy. “É que ele provavelmente gostaria de saber onde sua mulher está e, se ela quiser, eu posso ir chamá-lo.” Eu era a mulher do Nick? Do nada me deu vontade de rir.

Roxy não pareceu surpresa. Seu cenho estava ainda mais franzido. “E por que ele precisa saber onde ela está?” Ele levantou uma sobrancelha. “Talvez porque... ele se importa?” “Ou talvez porque ele precisa perceber que ela é uma mulher crescida que não precisa informar aonde vai.” Seus olhos estreitaram. “Talvez ele saiba que ela é uma mulher crescida e bem capaz, mas ele ainda se preocupa por sua segurança.” Apoiei meu queixo em minha mão, usando meus dedos para cobrir minha boca. Nessa altura do campeonato eu sabia que eles já não estavam mais falando sobre mim. Calla passou correndo por nós, indo para cozinha. Ela olhou estranho para Roxy e Reece.

“Talvez você não devesse se preocupar tanto,” Roxy retrucou. Reece se sentou, cruzando os braços. “Mesmo?” “Yeah, mesmo.” Roxy cruzou seus braços, imitando ele. Antes que Reece pudesse responder, uma porta abriu do outro lado do bar e Jax saiu e, logo atrás dele estava Nick. Eu me endireitei no banco, pressionando meus lábios juntos. Calla deve ter dito algo sobre eu estar aqui porque o olhar de Nick voou direto para onde eu estava sentada. Enquanto Jax entrava no bar, Nick veio direto na minha direção. Eu relaxei, começando a sorrir.

“O que você está fazendo aqui?” Nick perguntou.

Nossa pequena audiência consistia de Jax, Roxy e Reece, congelados enquanto os piores motivos voavam pela minha cabeça para justificar essa sua pergunta. Uma fatia de pânico passou por mim. Calor queimava meu pescoço. “O que?” Do outro lado do bar, Roxy sorriu. “E aqui vamos nós de novo.”

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