P U BL IC AÇ ÃO M E N SA L DA AU T OR I DA DE N AC ION A L DE P RO T E C Ç ÃO C I V I L / N .º4 2 / SE T E M BRO 201 1 / I SS N 164 6 – 95 4 2
Logística e transportes em Proteção Civil
42 setembro de 2011
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Este Boletim é redigido ao abrigo do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
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E DI T OR I A L
................................................................. Melhor preparação, melhores resultados. Moçambique, Argélia, Irão, Marrocos, Indonésia e Haiti foram apenas alguns dos cenários internacionais em que a proteção civil portuguesa esteve fortemente envolvida e cujo contributo em muito favoreceu o restabelecimento das condições de vida das populações locais. Todas estas missões requereram um planeamento logístico exaustivo, que sem qualquer dúvida constitui um dos pilares do sistema e cujo papel é facilitar as operações de socorro. Mas não se pense que apenas em missões internacionais complexas se torna necessária uma eficaz e eficiente gestão dos meios e recursos. O planeamento e a gestão logística, que inclui a otimização de veículos e de outros meios de transporte, é o dia-a-dia não só desta Autoridade Nacional, mas também dos agentes que integram o Sistema Nacional de Proteção Civil, nos seus diversos níveis de atuação. Em muitos países as autoridades competentes têm vindo a desenvolver planos de intervenção para diversos tipos de ocorrências. Em Portugal, é de destacar o facto de várias autarquias terem já produzido e submetido a parecer da Comissão Nacional de Proteção Civil, os seus planos municipais de emergência. A existência destes planos agiliza a intervenção das equipas no terreno simplificando a operação logística a desenvolver em situações de emergência. Este número do PROCIV é dedicado a este importante setor de atividade. Como tal, aproveitamos a oportunidade para fazer um ponto de situação do futuro Pólo Logístico Nacional de Proteção Civil, um projecto a ser implementado em Almeirim, Santarém. Arnaldo Cruz
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DI V ULGAÇÃO
Bombeiros
Apoios à construção de quartéis e aquisição de veículos e equipamento ........................................................................................
A
evolução da construção de quartéis de Bombeiros está atualmente marcada por dois critérios: os apoios a conceder pelo Estado para a construção de quartéis e a dinâmica própria das Associações Humanitárias de Bombeiros. De forma a corresponder às necessidades de apoio à construção destes edifícios, verificou-se a necessidade da revisão da legislação que permita a concretização de um regime de estruturas operacionais chamadas de “3ª geração”, mais flexível e adequada às realidades locais, concretizado através da Portaria nº 1562/2007, de 11 de dezembro, alterada pela Portaria nº 156/2009, de 10 de fevereiro e pela Portaria nº 927/2010, de 20 de setembro, que define o regime de obras de beneficiação, ampliação e construção de novos edifícios operacionais de corpos de Bombeiros detidos pelas Associações Humanitárias ou pelas autarquias, integrado numa visão operacional de âmbito nacional.
Maqueta de quartel de Bombeiros © Ciratecna 1.
Estudos e projectos
Os terrenos disponibilizados para a construção destes novos edifícios estão sujeitos a verificação prévia pela ANPC, no que respeita à sua localização e caracterização, que deve igualmente ponderar a sua capacidade para um eventual futuro alargamento dos núcleos que compõem as instalações. Assim, este novo enquadramento legislativo considera os edifícios operacionais agrupados em estruturas compostas por quatro grandes agrupamentos de áreas: aparcamento, oficinas e arrumos; comando, administração e gestão de emergência; alojamento; áreas exteriores. Até esta data foram submetidos a parecer prévio por parte da ANPC 159 projetos, tendo destes sido aprovados 137, envolvendo um montante estimado em 74 m i l hões de
eu ros. Já no que respeita ao apoio financeiro para aquisição de veículos, equipamentos de proteção individual e equipamentos de comunicação e e georreferenciação, o Estado concede apoio através do Programa de Apoio aos Equipamentos (PAE), regulamentado pela Portaria n.º 174/2009, de 18 de fevereiro, alterada pela Portaria n.º 974/2009, de 18 de fevereiro, estando este tipo de apoio direcionado para investimentos identificados tendo em consideração a vulnerabilidade do território. Outra das fontes de apoio à aquisição/reparação de veículos deriva da aplicação da circular do Dispositivo Especial Combate a Incêndios Florestais (DECIF). Assim, desde 2008, procedeu-se à emissão de pareceres técnicos favoráveis no âmbito do Programa PAE/QREN e da aplicação daquela circular, no valor aproximado de 73 milhões de euros. Pelo Despacho n.º 20351/2009, de 9 de setembro, o Estado, através da ANPC, concede às AHB 95 veículos para operações de proteção civil e socorro em cerca de 9,5 milhões de euros (sem IVA), tendo sido entregues até ao momento 1 VSAE, 12 VSAT, 12 VUCI e 27 VFCI. Deste concurso, 3 lotes que correspondem a 10 VLCI, 4 VTTR, 2 VTTU e 1 VE, não foram adjudicados. Por despacho de 1 de setembro de 2010, do Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, foi autorizada a abertura de três procedimentos pré-contratuais de concurso público, a realização da despesa e delegada a competência para a prática dos atos a realizar no Presidente da ANPC. O Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, em 11 de maio de 2011, solicitou à ANPC o envio das especificações técnicas dos Cadernos de Encargos à Agência Nacional das Compras Públicas, para que esta entidade avaliasse da possibilidade da aquisição ser efetuada por aquela agência.
........................................................................................ O SIRESP - Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal, está em operação na ANPC desde 2007, ano em que 300 equipamentos de comunicação foram disponibilizados ao CDOS e aos Corpos de Bombeiros de Santarém, distrito piloto na exploração da rede. Em 2010, com a conclusão da infraestrutura de rede e a celebração do contrato final para aquisição de equipamentos pelo MAI, a ANPC passou a estar dotada com mais 500 equipamentos, o que veio permitir equipar toda a sua estrutura operacional e incluir a montagem de equipamentos móveis em todos os veículos de planea-
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mento, comando e comunicações. Em 2011 foi determinada a disponibilização de mais 970 equipamentos às AHBV, proporcionando uma capacidade mínima, mas fundamental, de comunicações através da rede SIRESP aos Corpos de Bombeiros. Entidade
Nº Equipamentos
ANPC Corpos de Bombeiros
635 1914
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NOTÍCIAS
Quartel Electrão: Corrente voluntária! Encontram-se abertas as inscrições para a 1.ª Edição do “Quartel Electrão” promovida pela Amb3E – Associação Portuguesa de Gestão de Resíduos, junto das Corporações de Bombeiros e de toda a população abrangida pela sua área de influência. Este projecto visa sensibilizar a sociedade civil para a problemática ambiental dos Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos (REEE) e de Pilhas e Acumuladores Portáteis e Incorporáveis em EEE (P&A) em fim de vida e para a importância do seu correcto encaminhamento. A ação, desencadeada pela entidade gestora destes resíduos, pretende incentivar as corporações aderentes e as comunidades locais a reunir a maior quantidade possível de REEE e P&A durante os meses de outubro, novembro e dezembro de modo a, por um lado, minorar os seus impactos ambientais e, por outro, sensibilizar a população para a importância da reciclagem. Os quartéis com melhores resultados, maior peso de REEE e P&A recolhidos durante o período indicado podem receber uma ambulância, uma lavandaria totalmente equipada e vales de combustível no valor de 1500 euros. A iniciativa conta com o apoio institucional da Liga dos Bombeiros Portugueses e com a colaboração da ANPC, que tem divulgado a ação. Saiba como aderir através do número 800 232 333 ou do endereço: geral@quartelelectrao.com.
Oficiais Bombeiros do Rio de Janeiro visitam ANPC Uma delegação de oficiais do Curso da Escola Superior de Comando do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro, Brasil, composta por 18 elementos, visitou a ANPC no passado dia 8 de agosto. Esta visita teve como finalidade a aquisição de conhecimentos e a partilha de experiências, designadamente nas áreas do planeamento, alerta e resposta a emergências radiológicas, formação e recenseamento de Bombeiros e ainda no domínio da gestão de crises em grandes eventos. Recorde-se que o Rio de Janeiro acolherá, em 2011, a XX edição da Taça do Mundo de Futebol, e em 2016 os Jogos da XXXI Olimpíada.
Nova publicação da ANPC apoia resposta a incidentes com mercadorias perigosas A ANPC publicou, no passado mês de agosto, o Manual de Intervenção em Emergências com Matérias Perigosas – Químicas, Biológicas e Radiológicas. Trata-se de uma adaptação à realidade portuguesa do Emergency Response Guidebook, publicação desenvolvida conjuntamente pelos departamentos de transportes dos EUA e do Canadá, que visa fornecer informações fundamentais para quando se responde a um incidente que envolva mercadorias perigosas. Esta edição nacional atualiza aquele Manual, tomando em consideração os mais recentes regulamentos técnicos nacionais e internacionais relativos a esta matéria. A versão digital da publicação está disponível para download em www.prociv.pt.
Formação avançada SIRESP No seguimento das ações de formação que o Comando Distrital de Operações de Socorro de Lisboa (CDOS) tem vindo a efetuar para operacionalizar as comunicações do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) nos Corpos de Bombeiros do distrito, realizou-se, no dia 22 de agosto, mais uma ação de formação avançada sobre aquele sistema. A ação contou com participação de elementos dos Corpos de Bombeiros da Ajuda, Caneças, Carnaxide, Colares, Linda-a-Pastora, Malveira, Parede, Vialonga, Vila Franca de Xira e Zambujal. Desde o início do ano foram realizadas 12 ações de formação, que envolveram um total de 136 elementos dos Corpos de Bombeiros do distrito de Lisboa
Delegação de oficiais bombeiros do Rio de Janeiro assistem a apresentação na ANPC 2.
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TEMA
Planeamento logístico e transportes em Proteção Civil
......................................................................................... Em qualquer cenário de emergência, a logística e os transportes têm um papel preponderante nas manobras de auxílio às populações afetadas e de suporte às forças de socorro. É importante um rigoroso planeamento dos recursos e uma boa avaliação da situação no terreno, e estar preparado para as situações excecionais e inesperadas que podem surgir.
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N
uma situação de emergência, a logística desempenha um papel vital no desenrolar das operações de apoio. Quando falamos em logística no contexto da Proteção Civil, referimo-nos ao planeamento e à execução das operações de campo que envolvem, por exemplo, os transportes, a gestão e armazenamento de bens, a gestão dos ativos no próprio teatro de operações, e outros. Definidas as hierarquias, de forma a otimizar a coordenação das ações no apoio logístico, há que estabelecer prioridades quanto às ações a desenvolver. Por exemplo, no apoio à população afetada, há que assegurar alimentação, distribuição de água potável, agasalhos, transporte para zonas de concentração e abrigos temporários, material sanitário e acompanhamento médico. Quanto ao suporte prestado às forças de intervenção, serão em grande parte similares e terão como objetivo fulcral garantir a prossecução das missões de socorro, salvamento e assistência. Contudo, será de prever que numa fase inicial, as necessidades logísticas sejam suportadas pelos próprios agentes de proteção civil, organismos e entidades de apoio. De referir que o tipo de emergência associado às condições geográficas, socioeconómicas e às infraestruturas existentes na área afetada condicionam o modus operandi das forças no terreno.
Viaturas da Força Especial de Bombeiros da ANPC
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A unidade logística constitui um dos pilares do sistema elaborado para ser aplicado num qualquer cenário de crise. Em muitos países, as autoridades competentes têm vindo a desenvolver planos de intervenção para diversos tipos de ocorrências. Em Portugal, destacam-.se os planos municipais de proteção civil, já desenvolvidos por grande número de autarquias. A existência destes planos agiliza a intervenção das equipas de socorro e simplifica a operação logística a desenvolver em situações de emergência. Ao longo das últimas décadas, temos assistido a várias P. 4
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ocorrências em zonas do globo bastante frágeis, no que concerne às infraestruturas existentes e à capacidade de intervenção das autoridades locais. Consequentemente, é necessária a intervenção de forças combinadas internacionais e no planeamento de toda a operação logística subjacente a uma situação deste género existem diversas áreas de intervenção que terão forçosamente de estar acauteladas, como são o caso: • desde logo, da própria logística e administração ao nível dos recursos humanos, dos transportes, das comunicações rádio e satélite, fundamentais em zonas onde as infraestruturas vitais apresentem sinais de destruição massiva; • do pessoal médico (recursos humanos, hospital de campanha, banco de sangue e laboratório, raio-x, morgue, instalações sanitárias e transporte de doentes); • da disponibilidade de fármacos (analgésicos, antibióticos, vacinas, anestésicos e fármacos cardiovasculares); • do tratamento da água e abastecimento de água potável, controlo de epidemias, eliminação de resíduos humanos e outros); • da gestão e distribuição de alimentos e bebidas, e ainda roupas, cobertores, tendas e produtos de higiene pessoal; • da construção de abrigos e alojamentos, reposição da eletricidade e outras infraestruturas básicas. A pronta contribuição da comunidade internacional tem por vezes contribuido, ainda que inadvertidamente, para um agravamento do planeamento logístico. A título de exemplo, em 2004, no seguimento do sismo seguido de tsunami na ilha de Sumatra, Indonésia, foi pedido à comunidade internacional que a sua solidariedade se expressasse através de donativos em dinheiro e não em géneros, dadas as dificuldades ao nível da organização da logística necessária para fazer chegar às áreas afetadas os bens recolhidos nas diversas campanhas. Há muito que entramos numa era em que o sucesso de uma intervenção está dependente, em grande parte, das qualificações dos recursos humanos que intervêm no teatro de operações. Se, por um lado, a experiência militar representa uma valiosíssima e imprescindível contribuição no que respeita às operações que envolvem as forças de intervenção, por outro, as organizações que prestam auxílio às populações afetadas disponibilizam equipas de intervenção multidisciplinares e cuja ação é, também ela, preponderante em cenários críticos. Da análise de casos bem recentes é possível constatar diferenças substanciais na forma como as operações de
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TEMA
emergência foram estruturadas e postas em práticas. Em Aquila, Itália, após o terramoto de abril de 2009, diversos campos de apoio foram montados nas áreas circundantes e os planos elaborados previamente foram ativados e testados, tendo sido possível retirar as devidas ilações quando à eficácia e operacionalidade dos mesmos.
Em janeiro de 2010, apesar da pronta resposta internacional ao violento terramoto que afetou severamente o Haiti, a forma como aquela decorreu evidenciou as fragilidades de um país com muitas carências. Porventura, a proximidade geográfica com os Estados Unidos terá permitido amenizar um pouco as circunstâncias. Considerada a dimensão da catástrofe, não só em perdas de vidas humanas e bens materiais, mas também devido à forma como a comunidade internacional reagiu, deparámo-nos com uma situação em que a combinação dos esforços no auxílio por parte das forças de intervenção exigiu uma operação logística de grande envergadura e com um grau de complexidade pouco comum. Nesta ocorrência, o caos gerado pelo excesso de tráfego aéreo levou ao encerramento do aeroporto da capital. Face a estas circunstancias e na sequência de uma convenção assinada com o governo haitiano, os Estados Unidos foram oficialmente mandatados a gerir o funcionamento do aeroporto. Entre as diversas competências esperadas do responsável por este importante setor, destacam-se: • capacidade de avaliação contínua do número, tamanho, potência, características dos veículos e do tipo de manutenção que requerem, de forma a garantir a sua dis-
ponibilidade em qualquer altura, para os trajetos inter e intrateatro; • experiência de controlo de stocks de combustível e capacidade de avaliação da segurança e da adequação dos meios de reabastecimento; • competências de gestão de recursos humanos, identificando os elementos mais aptos para operar em cenários hostis e de enorme pressão; • conhecimento geral das infraestruturas existentes, de modo a que o planeamento de determinadas situações críticas se traduza numa melhor gestão das mesmas; • agilidade para adaptar a capacidade do sistema de emergência e a novas circunstâncias geradas pelo evoluir da situação. Para tal, deve possuir boas caapcidades ao nível das relações interpessoais de forma a garantir uma estreita colaboração com os demais setores que integram a força de intervenção. • capacidade de manuseamento de sistemas computacionais de apoio à decisão, especialmente nos cenários de maior complexidade; • experência de avaliação das capacidades dos sistemas de controlo de tráfego aéreo, marítimo, ferroviário e rodoviário, particularmente quando é necessário trabalhar em condições meteorológicas e ambientais adversas. De notar que, em cenários de crise, o setor dos transportes está particularmente sujeito a uma série de riscos especiais. Em dezembro de 1988, no decurso da operação de emergência de apoio às vitimas do terramoto na Arménia, mais de 80 efetivos das forças de intervenção morreram em desastres de aviação. As condições meteorológias adversas e o estado precário do aeroporto de Yerevan, aliadas ao elevado número de voos de emergência, foram fatores que contribuiram fortemente para tão elevado número de vitimas. Em jeito de conclusão, importa reforçar a ideia de que para qualquer intervenção é necessário um adequado planeamento e uma avaliação rigorosa da situação, de forma a que as condições excecionais que qualquer catástrofe acaba sempre por gerar não comprometam o resultado esperado.
Campo de desalojados em LÁquila, Itália © Universidade de L’Aquila
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Força Conjunta portuguesa no HAITI 5.
© Luís Guerreiro
António Casimiro Samagaio Docente na licenciatura em Proteção Civil da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Leiria. antonio.samagaio@ipleiria.pt
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TEMA
Infraestruturas
Futuro Pólo Logístico Nacional de Proteção civil
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Maquetas do Pólo Logístico Nacional de Proteção Civil
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Q
uando, em julho de 2009, a Autoridade Nacional de Proteção Civil decidiu instalar o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém, em Almeirim, estava-se muito longe de imaginar que ali iria situar -se o grande Pólo Logístico Nacional de Proteção Civil, situado a 7 km da capital de distrito, com acesso rápido à A13, A10 e A1, à linha ferroviária do Norte e a cerca de 50 km do futuro aeroporto internacional de Lisboa. Agregando as instalações dispersas entre Santarém e Tomar, o CDOS de Santarém instalou-se em Almeirim num local arrendado pela Câmara Municipal e graciosamente cedido à ANPC por 18 meses. As obras de adaptação e instalação decorreram durante 25 dias, num investimento total de 250.000 €, sendo inaugurado a 9 de setembro de 2009, pelo Secretário de Estado da Protecção Civil. O espaço que inicialmente contava com 480 m 2, foi acrescido em mais 150 m 2, e o custo do arrendamento é agora assumido pela ANPC. O investimento total ascendeu a 300.000 € e a sua área total é de 630 m 2. Caracterizado como um CDOS de 3ª geração, tem sido considerado, pela sua funcionalidade e baixo custo, um modelo, desempenhando desde 21 de junho de 2011 as funções de Comando Nacional de Operações de Socorro (CNOS) alternativo, de acordo com a Norma Operacional Permanente (NOP) 1301-2011. Aproveitando a excelente colaboração entre a Câmara Municipal e a ANPC, foi apresentada por aquela edilidade uma candidatura ao QREN tendo em vista a construção de uma Base Permanente para o Grupo de Santarém da Força Especial de Bombeiros “Canarinhos” (FEB), hoje provisoriamente instalada no Sardoal. A infraestrutura, a primeira do seu género construída de raiz, permite acomodar em permanência 60 homens e mulheres, e está dotada de todas as condições materiais necessárias ao desempenho da exigente função de proteção e socorro em todo o distrito de Santarém.
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Nos 600 m 2 a edificar, incluem-se áreas de trabalho, de lazer, de refeições, uma sala de formação, bem como acomodação para a totalidade do Grupo, aliando funcionalidade a exigentes requisitos estéticos. A construir pela Câmara Municipal de Almeirim nos próximos meses com recurso a meios financeiros próprios e comparticipada pelo QREN, implica um investimento total previsto de 700.000 €, tendo já sido alvo de um Protocolo de cedência à ANPC por 20 anos. Será, em breve, uma Base modelo, dignificando a função a que se destina e os seus utilizadores. Por outro lado, e na sequência da disponibilização pela Câmara Municipal de um lote de terreno, contíguo ao que irá acolher a Base Permanente da FEB, a ANPC decidiu aí instalar a sua Unidade de Reserva Logística, composta por 2 edifícios independentes, que albergará: • no 1º, o Parque de Veículos Operacionais Nacionais, que visa acomodar os veículos que compõem o Centro Tático de Comando, o Veículo Mortuário, o Veículo de Apoio Alimentar, o Veículo Frigorífico, entre outros; • no 2º, a Reserva Estratégica Nacional de Proteção Civil e o Armazém Logístico da FEB. Neste edifício ficarão armazenados todos os equipamentos operacionais da ANPC, com exceção dos destinados a ajuda humanitária, que continuarão armazenados na Base Aérea de Sintra. Num total de 1.600 m 2 de área coberta, a Unidade de Reserva Logística compreende ainda áreas de trabalho para a recém-criada Brigada Logística da FEB, a quem será entregue a operacionalização desta Unidade. Na sequência da conclusão dos projetos de execução e de especialidades, oferecidos pela Câmara Municipal, o concurso de empreitada está apto a ser lançado, prevendo-se um prazo de construção de 11 meses e um custo final de 1,3 milhões de euros comparticipado pelo POVT-QREN. Na sequência de decisão do Presidente da ANPC de 4 de Maio de 2011, a Unidade de Reserva Logística designar-se-á Unidade Comandante Saroca, em homenagem ao falecido Comandante António Santos, anterior chefe da Célula Logística do CNOS, que desde a primeira hora esteve envolvido no Grupo de Trabalho que desenvolveu este projecto.
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RECURSOS
www
........................................................................................ Fórum Profissional de Logística Humanitária e de Emergências (HELP) www.ciltuk.org.uk/pages/humanitarian Site do Grupo Profissional de Logística Humanitária e de Emergências, sediado no Reino Unido, que tem como missão contribuir para o reconhecimento deste setor. A sua área de atividade inclui a identificação e partilha de boas práticas neste domínio, o acesso a cursos de formação e outras ações de desenvolvimento profissional pelos seus afiliados e o desenvolvimento de normas, ferramentas e técnicas inovadoras.
Glossário
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Corretor de Carga Intermediário que faz a ligação do armador/agente marítimo com o embarcador, para reserva do
espaço para carga. Atualmente, a expressão já é utilizada também para os outros modos de transporte e, frequentemente, no domínio
da logística humanitária e de emergências.
Formação
........................................................................................ Curso de Especialização Tecnológica (CET) em Logística de Emergência, do Instituto Politécnico de Leiria. O Técnico de logística de emergência é um profissisonal que, de forma autónoma ou sob orientação, analisa e executa no terreno as operações de apoio a situações de emergência, tais como acidentes graves e catástrofes, de forma a otimizar os recursos e as manobras no teatro de operações. Públicos-alvo: a) titulares de um curso de ensino secundário ou habilitação legalmente equivalente; b) os que tendo obtido aprovação em todas as disciplinas dos 10.º e 11.º anos e tendo estado inscritos no 12.º ano de um curso de ensino secundário, ou de habilitação legalmente equivalente, não o tenham concluído; c) titulares de uma qualificação profissional do nível III; d) titulares de um diploma de especialização tecnológica ou de um grau ou diploma de ensino superior que pretendam a sua requalificação profissional; e) indivíduos com idade igual ou superior a 23 anos, aos quais, com base na experiência, sejam reconhecidas capacidades e competências que os qualifiquem para o ingresso no CET em causa.
Publicações
........................................................................................ Manual UNDAC Edição do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (UN OCHA). Este manual contém informação essencial para o apoio dos operacionais envolvidos em qualquer missão internacional de proteção civil. Foi redigido com base na experiência acumulada ao longo dos anos e inclui diversos tópicos e recomendações no âmbito da organização e gestão logística. Disponível para download através do site www.unocha.org.
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AGE N DA
11 de setembro, Loulé
12 de setembro
1, 2 8 e 9 de outubro, Almada
DIA NACIONAL DO BOMBEIRO
DATA LIMITE PARA A
JORNADAS TÉCNICAS SOBRE
PROFISSIONAL
INSCRIÇÃO DOS CORPOS DE
O TRAUMA NA CRIANÇA E NO
A Associação Nacional de Bombeiros
BOMBEIROS NA INICIATIVA
ADULTO
Profissionais (ANBP) vai levar
“QUARTEL ELECTRÃO”.
Encontro organizado pela
a efeito, na cidade de Loulé, no
Esta ação, desencadeada pela Amb3E, entidade gestora de Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos e de Pilhas e Acumuladores Portáteis, pretende incentivar as corporações aderentes e as comunidades locais a reunir a maior quantidade possível daqueles resíduos durante os meses de outubro, novembro e dezembro. Os prémios incluem uma ambulância e vales de combustível.
Associação Helped Emergency,
Algarve, a 4ª edição deste Dia Nacional. A Força Especial de Bombeiros “Canarinhos” da ANPC foi convidada a integrar a formatura, através de um pelotão composto por 28 elementos. Mais informações em www.anbp.pt.
PU BLICAÇÃO M ENSA L
que visa promover um espaço de discussão de ideias e troca de experiências entre profissionais das áreas relacionadas com a emergência, nomeadamente na componente pré-hospitalar. Mais informações em w w w.helped.pt.
Projecto co-financiado por:
Edição e propriedade – Autoridade Nacional de Protecção Civil Diretor – Arnaldo Cruz Redação e paginação – Filipe Távora, Alcina Coutinho e Anabela Saúde Fotos: ANPC Design – Barbara Alves Impressão – Europress Tiragem – 2000 exemplares ISSN – 1646–9542 Os artigos assinados traduzem a opinião dos seus autores. Os artigos publicados poderão ser transcritos com identificação da fonte. Autoridade Nacional de Protecção Civil Pessoa Coletiva nº 600 082 490 Av. do Forte em Carnaxide / 2794–112 Carnaxide Telefone: 214 247 100 Fax: 214 247 180 nscp@prociv.pt www.prociv.pt P. 8
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