B O L E T I M M E N S A L DA A U TO R I DA D E N AC I O N A L D E P ROT E C Ç ÃO C I V I L / N .º 6 3 / J U N H O 2 013 / I S S N 16 4 6 – 9 5 4 2
Psicologia de Catástrofe na gestão de emergência
63 Junho de 2013
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EDITORIAL
PORTUGAL SEM FOGOS: UMA RESPONSABILIDADE DE TODOS
Culminando no dia 13 de maio e à semelhança de anos anteriores, a ANPC, através do Comando Distrital de Operações de Socorro de Santarém, coordenou a operação “Fátima 2013”, com o objetivo de garantir a assistência e o socorro aos milhares de peregrinos que se deslocam ao Santuário de Fátima. Este dispositivo, incluído no Sistema Integrado de Operações de Protecção e Socorro (SIOPS), envolveu os Corpos de Bombeiros do distrito de Santarém, o Serviço Municipal de Proteção Civil de Ourém, a Força Especial Bombeiros (FEB) da ANPC, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), o Corpo Nacional de Escutas (CNE), entre outras entidades públicas e privadas. Nesta operação estiveram envolvidos 238 operacionais, 76 veículos, 3 postos de socorro e um hospital de campanha do INEM. No dia 15 de maio, e decorrendo até 30 de Junho, teve início a Fase Bravo do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF 2013), que conta com o empenhamento progressivo de forças operacionais (6.338 agentes), meios terrestres (1.472 veículos) e meios aéreos (30 aeronaves). Complementarmente aos meios de combate afetos aos Corpos de Bombeiros, à Guarda Nacional Republicana (GNR), à Polícia de Segurança Pública, à Força Especial de Bombeiros “Canarinhos” da ANPC e ao Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, a GNR assegura ainda a guarnição e funcionamento dos 70 postos da Rede Nacional de Postos de Vigia. Quero expressar aos diversos agentes que, ao longo dos anos, têm integrado o DECIF e contribuído para que sejam atingidos os seus objetivos, um voto de total confiança, na certeza de que continuaremos a assegurar esta responsabilidade comum, num espírito de cooperação e articulação entre todos. Aos cidadãos, um apelo reforçado para a adoção de comportamentos que contribuam para reduzir os riscos associados aos incêndios florestais. Porque Portugal sem Fogos é uma responsabilidade de todos.
Manuel Mateus Couto Presidente da ANPC
Manuel Mateus Couto
Projecto co-financiado por:
P U B LI C AÇ ÃO M E N S A L Edição e propriedade – Autoridade Nacional de Protecção Civil Diretor – Manuel Mateus Couto Redação e paginação – Núcleo de Sensibilização, Comunicação e Protocolo Fotos: Arquivo da Autoridade Nacional de Protecção Civil, exceto quando assinalado. Impressão – SIG – Sociedade Industrial Gráfica Tiragem – 2000 exemplares ISSN – 1646–9542 Os artigos assinados traduzem a opinião dos seus autores. Os artigos publicados poderão ser transcritos com identificação da fonte. Autoridade Nacional de Protecção Civil Pessoa Coletiva n.º 600 082 490 Av. do Forte em Carnaxide / 2794–112 Carnaxide Telefone: 214 247 100 Fax: 214 247 180 nscp@prociv.pt www.prociv.pt
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BREVES
Accão de Informação e Sensibilização sobre promoção da Segurança e Saúde no Trabalho
Visita à ANPC do Comandante do Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros de S.Tomé e Príncipe
Inauguração do Emergency Response Centre (ERC), no âmbito do Mecanismo Europeu de Proteção Civil
A 3 de maio teve lugar na sede da ANPC uma acção de informação e sensibilização, em que intervieram dois oradores da Autoridade para as Condições do Trabalho, dedicada à temática dos riscos profissionais e da organização dos serviços de segurança e saúde no trabalho em organismos públicos. A sessão decorreu no auditório da ANPC e foi acompanhada, por vídeo-conferência, pelos Comandos
No âmbito da cooperação-técnico policial entre Portugal e São Tomé e Príncipe, a ANPC recebeu, entre 7 e 12 de maio, a visita do Comandante do Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros de São Tomé e Príncipe, Intendente João Zuza Tavares. A deslocação, que teve como objectivo obter de informações sobre o modelo, organização e recursos da protecção civil em Portugal, incluiu visitas a outros
Foi inaugurado a 15 de maio o Emergency Response Centre (ERC). Trata-se da estrutura que, no âmbito do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, passa a assegurar a resposta planeada e coordenada às necessidades de socorro e assistência, nomeadamente através da mobilização de peritos, equipas e equipamentos, decorrentes de situações de acidentes graves ou catástrofes naturais ou provocadas
Distritais de Operações de Socorro. A iniciativa inseriu-se num ciclo de outras que visaram assinalar o Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho, cuja efeméride se comemora em todo o mundo a 28 de abril, a que a ANPC se associou este ano. Deste modo, cumpriu-se um importante marco que assinala a agenda gestionária do Presidente – Major General Manuel Couto – que tem, na edificação de um sistema estruturado e organizado de segurança e saúde no trabalho na ANPC, um firme propósito.
organismos que integram o Sistema Integrado de Operações de Protecção e Socorro (SIOPS) e, ainda, ao Santuário de Fátima, onde o Comandante da Protecção Civil de São Tomé e Príncipe assistiu ao desenrolar da operação “Fátima 2013”.
pelo homem. O ERC sucede, de forma ampliada nas suas funções, nas competências anteriormente cometidas ao Monitoring Information Centre. A nova valência dispõe de capacidade para, 24 sobre 24 horas, monitorizar e gerir, em simultâneo, diversas ocorrências em diferentes áreas do globo, onde quer que esteja em causa o interesse comunitário. O Comandante Operacional Nacional, José Moura, esteve presente na inauguração do ERC, que decorreu em paralelo com o 4º Fórum Europeu de Proteção Civil.
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Operações de Proteção e Socorro Contributo da Psicologia de Catástrofe
Devido a catástrofes ou acidentes graves podem entrar em colapso infraestruturas críticas, como o edificado, as vias de circulação, as telecomunicações, abastecimento de eletricidade e água, entre outros, que ao longo dos anos justificaram um melhoramento da capacidade de proteção e socorro do Sistema. E em que medida o Sistema está dotado de conhecimento e diretrizes de intervenção ao nível do que está na sua génese, o Cidadão?
A
Psicologia de Catástrofe corresponde uma especialidade aplicada da Psicologia vocacionada para a intervenção em emergências de multidões, na resposta aos sobreviventes, aos familiares das vítimas, aos operacionais e às comunidades afetadas. As emergências de multidões são definidas por um incidente grave com um grande número de pessoas envolvidas, implicando necessidades excecionais ao nível psicossocial em dimensão ou período temporal. Em Portugal, os incêndios florestais constituem a ocorrência de proteção e socorro mais visível, que pode ter associada necessidades de intervenção de evacuação e alojamento temporário de populações. Existe também um conjunto alargado de riscos que apresenta como um dos possíveis perigos associados a ocorrência de emergências de multidões o que potencia a probabilidade da sua ocorrência, nomeadamente: cheias e inundações, incêndios urbanos, deslizamentos de terras, sismos, tsunamis, ondas de calor e vagas de frio. A possível ocorrência de um ato de terrorismo tem igualmente consequências que extravasam as vítimas diretas, uma vez que pela sua natureza um número muito elevado de cidadãos será afetado indiretamente constituindo-se como vítimas secundárias e com necessidade de apoio psicológico de emergência.
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A nova conceção de gestão de emergência (Canton, 2007) incorpora os contributos das ciências sociais, nomeadamente os padrões de reação a situações de desastre grave em pessoas, grupos e comunidades. Esta compreensão é essencial para assegurar que os planos de resposta à catástrofe são eficientes e apropriados às necessidades diagnosticadas. A este nível, a título de exemplo, destacase a análise dos mitos do comportamento humano em desastres fomentados pelo cinema, relatos da comunicação social e a sabedoria tradicional (Quarantelli, 2008). O principal mito é o pressuposto do comportamento antissocial em consequência do impacto de um desastre grave. As pessoas são consideradas como propensas ao pânico e que regridem a um estado selvagem, de natureza egocêntrica e resultando numa quebra da ordem social e do aumento da atividade criminal, em particular as pilhagens. Investigações revelam, no entanto, que as pessoas se comportam de forma oposta. As pessoas afetadas por uma crise geralmente ficam focadas nos seus entes queridos e vizinhos e são extremamente criativas na resolução dos problemas gerados pelo desastre. Quase 90% das vítimas de desastres são salvas por indivíduos privados e não por entidades públicas. Este mito foi confirmado no furacão Katrina (Estados Unidos da América) apesar dos extensos relatos de pilhagem por parte da comunicação social. Uma equipa de investigadores da Universidade de Delaware comprovou apenas 237 detenções por pilhagens o que representa uma diminuição em comparação com as taxas de crime prévias ao furacão. Entrevistas demonstraram que comportamentos pró-sociais (partilha de abastecimentos, ajudar vizinhos) foram mais predominantes que os comportamentos antissociais e sugeriram que muitos dos que estiveram envolvidos em pilhagens tinham igualmente comportamentos criminosos no período pré-desastre. Também foi sugerido que algumas pilhagens foram
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tas para as diferentes fases do ciclo de vida do indivíduo, nomeadamente, ao nível da infância, adultos e idosos, que se podem manifestar por sintomas físicos, comportamentais, emocionais e cognitivos. A este nível é essencial distinguir os que são sintomas adequados à situação de exceção que constitui um desastre grave (reações normais perante um desastre “não comum”), de sintomas que revelam sinais de alerta preocupantes que justificam uma intervenção psicológica de emergência ou mesmo sintomas que indicam a necessidade de uma intervenção medicamentosa ao nível da medicina. Intervenção Psicossocial em Catástrofes Uma catástrofe psicossocial consiste numa situação de emergência de multidões, em que a rutura das instalações, de infraestruturas de base e serviços provoca uma grande e duradoura disparidade entre as necessidades existentes e a capacidade psicossocial de resposta. A psicologia de catástrofe em complemento à vertente de análise e investigação do comportamento humano em situações exceção, operacionaliza a sua vertente aplicada no conceito de Apoio Psicossocial, que consiste num processo para promover a resiliência nos indivíduos, famílias e comunidades, através da implementação de ações relevantes e culturalmente apropriadas que respeitem a independência, a dignidade e os mecanismos de gestão das emoções dos indivíduos e das comunidades. De acordo com as conclusões do Conselho da União Europeia de 2010 sobre a intervenção psicossocial em caso de emergências e catástrofes e sobre o papel do Mecanismo de Proteção Civil da União em caso de calamidades, existem provas empíricas de que as pessoas afetadas por catástrofes podem apresentar sintomas psicológicos que interferem com a própria saúde e a da sua comunidade. Adicionalmente, a intervenção psicossocial precoce pode ajudar as pessoas afetadas a enfrentar melhor a situação, individualmente e como comunidade, durante e após o acontecimento. O Conselho recomendou a todos os Estados Membros a inclusão da intervenção psicossocial no planeamento integrado da gestão de riscos e emergências, por forma a incluir ações a desenvolver,tanto em fase
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resultado da desigualdade social existente que constitui um comportamento muitas vezes comum em distúrbios civis. Assim, apesar da reconhecida dificuldade da polícia em guardar todos os registos num desastre e da dificuldade por vezes em distinguir pilhagem de apropriação indevida, os relatos da comunicação social sobre as pilhagens ocorridas foram claramente exagerados. Outro mito muito significativo, diz respeito à generalização do comportamento de pânico por parte dos sobreviventes. A investigação revela que o pânico está confinado a uma área específica, é geralmente de curta duração e está limitado a situações onde existe: a) uma ameaça extrema à vida do próprio ou dos entes queridos; b) a análise cognitiva (racional) de que existe uma alternativa de fuga mas cujo acesso está bloqueado. As consequências dos mitos na Gestão da Emergência, podem influenciar o desenvolvimento de planos irrealistas e conduzir a decisões erradas durante o tempo de crise, como por exemplo: – As autoridades terem conhecimento prévio da ocorrência de um grande desastre mas não efetuarem um aviso público para evitar “o pânico generalizado”; – No furacão Katrina foram deslocadas tropas com a missão de restabelecer a “lei e a ordem”, em vez de assegurarem o transporte de abastecimentos essencial para a mitigação do desastre. No entanto, nem todos os mitos resultam da má compreensão do comportamento humano num desastre. Muitos são baseados em informação que não é correta mas que está tão enraizada na sabedoria popular que é difícil contrariar. Um exemplo concreto é a crença de que um largo número de cadáveres cria automaticamente um problema de saúde pública no seguimento de um desastre, o que não constitui um problema significativo exceto em condições específicas (possível contaminação de reservas de água, temperaturas ambientes muito elevadas, etc). A consequência é a eliminação imediata dos corpos através de cerimónias fúnebres em massa, sem qualquer tipo de consideração para a identificação dos cadáveres ou das crenças religiosas e culturais dos membros da família, aumentando o sofrimento dos sobreviventes e a possibilidade de desenvolvimento de um luto patológico com consequências futuras ao nível da sua saúde mental. Outra dimensão importante na compreensão das reações humanas a um desastre grave está relacionada com as diferenças entre os países e culturas em que ocorre uma catástrofe. Existe uma variação cultural considerável na forma como as emoções são expressas (sintomas somáticos versus sintomas cognitivos). Este fator é particularmente evidente ao nível das atitudes e comportamentos relacionados com o luto normativo numa cultura. Assim, a intervenção numa cultura distinta, seja de âmbito regional ou internacional, deve contemplar, quer por parte dos gestores de emergências, quer dos operacionais, uma adequação aos seus padrões. Por outro lado, existem reações normativas distin-
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de prevenção, como em fase de apoio precoce e reabilitação. Na mesma linha, de acordo com diretrizes da NATO (2008), a implementação e gestão das componentes de apoio psicossocial e saúde mental deve ser responsabilidade das agências e pessoas que gerem a totalidade dos planos de preparação e resposta a desastres e incidentes graves. Assim, é essencial promover a inclusão de grupos específicos de intervenção psicossocial nos sistemas de resposta a emergências previstos nos planos de proteção civil, desde o patamar municipal ao nacional, para facilitar a coordenação entre a sua ação e a de outros grupos operacionais com quem tenham que se relacionar. As equipas de apoio psicossocial em emergência são constituídas por profissionais que prestam os designados Primeiros Socorros Psicológicos, que correspondem a técnicas que visam ajudar sobreviventes, familiares e profissionais de emergência em momentos de crise, imediatamente após um desastre ou terrorismo. Estas técnicas visam reduzir o distresse (stresse negativo) inicial provocado por eventos traumáticos e desenvolver o funcionamento adaptativo e capacidade de gestão do stresse a curto e longo prazo. © Ana Livramento
A realidade nacional ao nível do apoio psicossocial em emergência
Conclusão Tendo presente os benefícios psicológicos de uma perspetiva otimista na vida em geral, a psicologia de catástrofe contempla necessariamente a doutrina da Proteção Civil que postula que “qualquer catástrofe possível de acontecer, mais cedo ou mais tarde acontecerá”. Neste sentido, a psicologia como campo da ciência especializado no comportamento humano e a psicologia de catástrofe em particular, tem um importante contributo a prestar na gestão de emergência, nas fases de preparação, resposta e reabilitação. Em termos futuros colocam-se dois grandes desafios nesta área: – A operacionalização destes contributos em planos operacionais de âmbito municipal, distrital e nacional; – Assegurar a coordenação institucional e a articulação e intervenção das organizações integrantes do Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro e de outras entidades públicas ou privadas a envolver nas operações de apoio psicossocial, em cenários de desastre grave ou catástrofe.
Rui Pedro Ângelo Chefe do Núcleo de Segurança e Saúde da Autoridade Nacional de Proteção Civil Coordenador Nacional das Equipas de Apoio Psicossocial da Autoridade Nacional de Proteção Civil Professor de Psicologia de Catástrofe do Mestrado em Riscos e Proteção Civil do Instituto Superior de Educação e Ciências
©M.Marques
A resolução de necessidades de natureza psicossocial em desastres e incidentes graves no panorama português implica a intervenção de várias entidades públicas e privadas, o que, em caso de ocorrência real, implicará a articulação e coordenação dos contributos de cada uma em prol da sua mitigação e resolução. Na sequência de uma emergência de multidões, e tomando como referência os procedimentos operacionais decorrentes do Plano Nacional de Emergência, existem cinco áreas de intervenção distintas que importa considerar no contexto do apoio psicossocial em emergência: a) Apoio psicológico – Prestação de primeiros socorros psicológicos às vítimas primárias (diretamente envolvidas no desastre), secundárias (familiares das vítimas primárias) no Teatro de Operações e terciárias (profissionais de socorro e segurança); b) Evacuação de populações – Evacuação da população em risco, com especial atenção aos doentes, acamados, idosos, crianças, pessoas com deficiência e outros que se encontrem em situações de risco; c) Apoio logístico às populações – Assegurar a distribuição de bens essenciais (água, alimentos, agasalhos, roupas); d) Centro de pesquisa de desaparecidos e Reunificação de familiares – Assegurar as ações de pesquisa de desaparecidos, proporcionar a reunificação dos familiares com as vítimas ilesas ou hospitalizadas, bem como a inventariação e armazenamento dos espólios das vítimas mortais; e) Apoio ao reconhecimento de corpos e luto recente – Apoio psicológico específico aos familiares das vítimas mortais, quer no decorrer do processo de reconhecimento dos corpos, quer no luto recente.
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A LGAÇÃO DTIEVMU
Apresentação das EAPS As Equipas de Apoio Psicossocial (EAPS) integram a resposta operacional da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC). A coordenação das EAPS e das respostas ao nível do apoio psicossocial em emergência aos bombeiros é assegurada pelo Núcleo de Segurança e Saúde da Direção Nacional de Bombeiros da ANPC.
©José Fernandes
Formatura das EAPS.
As
EAPS foram consideradas como aptas para serem ativadas e consequentemente prestarem suporte psicossocial no dia 1 de julho de 2011. Foi definido um período experimental de funcionamento das EAPS, que correspondeu à fase Charlie do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) que terminou no dia 30 de setembro de 2011. Em consequência da avaliação deste período experimental, as EAPS ficaram permanentemente ativas para intervir desde janeiro de 2012 até ao presente. A missão das EAPS consiste em prestar apoio psicossocial a bombeiros expostos a incidentes críticos potencialmente traumáticos no decorrer de situações operacionais e aos seus respetivos familiares. Os beneficiários do suporte das EAPS são todos os bombeiros expostos a um incidente crítico, que fundamente a ativação destas equipas, nomeadamente: – Exposição a acontecimentos traumáticos (ex. vítimas mortais, incidentes com crianças, entre outros); – Situação operacional envolvendo ameaça efetiva de vida; – Vítimas ilesas (fisicamente) de acidente operacional grave; – Colegas e chefias de bombeiros sinistrados com lesão grave ou vítimas mortais. No que diz respeito às áreas de intervenção das EAPS, estas correspondem a três eixos distintos e complementares: – Apoio psicológico de emergência; – Apoio social de emergência; – Consultadoria na gestão de incidentes críticos. Os elementos das EAPS são bombeiros que detêm simulta neamente habilitação superior em Psicologia e Serviço Social, que intervêm enquanto especialistas junto dos seus
pares, assegurando sempre quer a abordagem profissional, quer a ética e confidencialidade em todas as intervenções. Existem no total 39 elementos com formação em psicologia e 19 assistentes sociais, agrupados em seis equipas de âmbito supradistrital, que garantem uma cobertura de todo o território de Portugal continental. A ativação das Equipas de Apoio Psicossocial para prestar suporte a bombeiros ou respetivos familiares diretos, na sequência de incidentes potencialmente traumáticos em serviço operacional, é sempre desencadeada pelo Comando do Corpo de Bombeiros de origem dos bombeiros envolvidos através do respetivo CDOS (Comando Distrital de Operações de Socorro). Promoção de Estagiários das EAPS No dia 25 de maio de 2013, teve lugar na Escola Nacional de Bombeiros, em Sintra, a conclusão do Programa de Formação Inicial das EAPS 2013 com a promoção de 18 Estagiários à categoria de Técnicos das EAPS. Email: apoio.psicossocial@prociv.pt
José Pedro Lopes, Diretor Nacional de Bombeiros, atribui o distintivo a elemento das EAPS.
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AGENDA
1 de ju n ho, Gerês Prevenção de incêndios f lorestais Parque Naciona l da Peneda- G erês
3 a 7 de ju n ho, Si nt ra Curso G er a l de Proteção Civ i l par a tr aba l hadores dos SM PC
5 a 8 de ju n ho Vi la Rea l / Bragança 7º Congresso Floresta l Naciona l
No d ia 1 de ju n ho de 2013 ent ra em f u ncion amento pleno o sistem a de sen sores no Pa rque Nacion a l d a Pened a -Gerês, com o objet ivo de mon itor iza r e apoia r a decisão operacion a l at ravés de espect romet r ia ópt ica. O sistem a, u m i nvest i mento conju nto d a A N PC e In st it uto d a Con ser vação d a Nat u reza e d as Florestas, e que é con st it u ído por 13 pontos, d ist r ibuídos pela á rea do Pa rque será operado pela A N PC at ravés dos Com andos Dist r itais de O perações de Socor ro de Vian a do Castelo, Braga e Vi la Rea l.
P romov ido pela A N PC e i nteg rado no plano anu a l de for m ação do Sistem a de Traba l h adores dos Ser v iços Mu n icipais de P roteção Civ i l 2013, rea l izase n a Escola Nacion a l de Bombei ros, m ais u m a ed ição do c u rso gera l de proteção civ i l, d i r ig id a a f u ncion ár ios e t raba l h adores autá rqu icos. O c u rso também decor rerá, de 24 a 28 de ju n ho n a Fu nd ação Cent ro de Est udos e For m ação Autá rqu ica, em Lisboa. In for m ações e i n scr ições: w w w.prociv.pt
Organ izado pela Socied ade Por t ug uesa de Ciências Florestais, Un iversid ade de Trás-os-Montes e A lto Dou ro e Escola Super ior Ag rá r ia de Bragança, rea l iza-se em 2013 a sét i m a ed ição desta i n iciat iva de ca rácter qu ad r ien a l, subord i n ad a ao tem a "Florestas – Con heci mento e Inovação". A Defesa d a Floresta Cont ra Incênd ios, a Luta Cont ra o Nem átodo d a Madei ra de Pi n hei ro, o Apoio ao A ssociat iv ismo, a A r t ic u lação do Planeamento e Orden amento do Ter r itór io, ou a Gestão d a P ropr ied ade P úbl ica, de verão con st it u i r tem as de debate en r iquecido a pa r t i r d as cont r ibu ições e en si n amentos d a i nvest igação. A s pol ít icas públ icas de apoio e i nter venção n as f lorestas serão objeto de an á l ise e re v isão, ig u a l mente à lu z do con heci mento e com o r igor cientí f ico que a apl icação de rec u rsos l i m itados obr iga e ex ige.
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