PROCIV # 57 (dezembro de 2012) já disponível online

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P U B L I C AÇ ÃO M E N S A L DA A U TO R I DA D E N AC I O N A L D E P ROT E C Ç ÃO C I V I L / N .º 57 / D E Z E M B RO 2 012 / I S S N 16 4 6 – 9 5 4 2

Ativado Plano de Operações Nacional

Serra da Estrela

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Dezembro de 2012 Distribuição gratuita Para receber o boletim P RO C I V em formato digital inscreva-se em:

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Esta revista é redigida ao abrigo do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.


EDITORIAL

Serra da Estrela: lazer em segurança Tendo assumido recentemente as funções de Presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil, saúdo, nesta primeira oportunidade em editorial, todos os agentes de proteção civil, dirigentes e demais trabalhadores da ANPC, bem como todos os intervenientes no Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro. Sendo a proteção civil, como é sabido, uma missão de todos para todos, onde se cruzam os valores da cidadania e do serviço público, é por demais honroso dirigir esta instituição onde o interesse coletivo prevalece no desempenho das funções que lhe estão cometidas: identificação de riscos, informação, desenvolvimento dos sistemas de alerta e aviso, planeamento de emergência, coordenação das operações de proteção e socorro, entre tantas outras. À semelhança dos anos anteriores, o Plano de Operações Nacional da Serra da Estrela (PONSE) é ativado a partir de 1 de dezembro. Através de um dispositivo que integra Bombeiros Voluntários, GNR e Força Especial de Bombeiros "Canarinhos" da ANPC, procura-se acompanhar e responder à procura particularmente sazonal de que é objeto a Serra da Estrela por parte de um número cada vez maior de visitantes e que, se por um lado se traduz na ocorrência de acidentes, sobretudo relacionados com atividades desportivas, de lazer e rodoviárias, por outro lado tem permitido aperfeiçoar, ano após ano, o dispositivo conjunto de proteção e socorro, que inclui também ações de sensibilização e informação. Costuma dizer-se que "os incêndios se apagam no inverno e as cheias se tratam no verão". Por essa razão, incluímos neste número do PROCIV um artigo de opinião sobre incêndios rurais e necessárias medidas preventivas. São do domínio público os custos diretos suportados pela ANPC este ano no combate aos incêndios rurais (florestais e outros), no período compreendido entre 15 de maio e 30 de outubro: acima de 74 milhões de euros. Não sendo o vetor mais importante a ter em conta – a salvaguarda de vidas humanas e bens está e sempre estará no topo das nossas preocupações – a vertente económica não é despicienda face ao acréscimo na ordem dos 10,3%, relativamente ao período homólogo de 2011, representando o montante referido apenas uma parte dos encargos assumidos pelo Estado. A situação do país não comporta estes valores. É imperativo mudar de paradigma e fundamental a adoção de uma nova atitude!

Manuel Mateus Couto Presidente da ANPC

Projecto co-financiado por:

P U B LI C AÇ ÃO M E N S A L Edição e propriedade – Autoridade Nacional de Protecção Civil Diretor – Manuel Mateus Couto Redação e paginação – Núcleo de Sensibilização, Comunicação e Protocolo Fotos: Arquivo da Autoridade Nacional de Protecção Civil, exceto quando assinalado Impressão – Textype Tiragem – 2000 exemplares ISSN – 1646–9542 Os artigos assinados traduzem a opinião dos seus autores. Os artigos publicados poderão ser transcritos com identificação da fonte. Autoridade Nacional de Protecção Civil Pessoa Coletiva nº 600 082 490 Av. do Forte em Carnaxide / 2794–112 Carnaxide Telefone: 214 247 100 Fax: 214 247 180 nscp@prociv.pt www.prociv.pt

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BREVES

Simulacro de evacuação de edifícios testa capacidade de mobilização de condóminos

Exercício internacional testa Sistema de Alerta para Tsunamis

Realizou-se no passado dia 10 de novembro, em Oeiras, distrito de Lisboa, um simulacro de incêndio e evacuação de edifícios, com a participação dos moradores das emblemáticas "Torres das Palmeiras" (4 torres de habitação com 16 pisos cada). Tratou-se de uma iniciativa organizado pela REDE – Associação Nacional de Voluntários de Proteção Civil, tendo como principal objetivo treinar os procedimentos tidos como mais adequados em caso de incêndio em edifícios. Previamente ao simulacro, cada administrador de condomínio identificou o número de inquilinos por andar, incluindo os moradores com mobilidade reduzida, elementos fundamentais para quem presta o socorro numa situação real.

Portugal, através da ANPC e do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), participou, nos dias 27 e 28 de novembro, no exercício NeamWave'12, no decorrer do qual foi simulada a ocorrência de um sismo com potencial de geração de tsunami, ao qual se seguiu a disseminação de mensagens de alerta de tsunami. A ANPC, enquanto ponto focal do Sistema de Alerta para Tsunamis do Atlântico Nordeste, Mediterrâneo e Mares Conexos (NEAMTWS), recebeu as mensagens de alerta emitidas pelo IPMA e avaliou quais os procedimentos a implementar para a resposta a esta ocorrência. O exercício envolveu a participação de 19 países, do Nordeste do Atlântico e do Mediterrâneo. Este sistema encontra-se atualmente numa fase experimental, estando já em operação os Centros Nacionais de Alerta para Tsunami da Turquia, Grécia e França. Prevê-se que Portugal implemente o seu Centro Nacional de Alerta no final de 2013.

ANPC participou em exercício NATO

Despacho conjunto promove plano setorial de prevenção e redução de riscos

Decorreu, de 14 a 16 de novembro, o exercício de gestão de crises da NATO CMX'12. Tratou-se de um exercício de nível estratégico político-militar destinado a praticar, testar e validar a gestão, as medidas e os mecanismos relacionados com o processo de consulta e de decisão coletiva na resposta a crises. O cenário centrou-se numa ameaça multidimensional onde foram empregues armas de destruição massiva (ADM) e/ou Químicas, Biológicas e Radiológicas (QBR), contra populações, forças e infraestruturas da NATO, ocorrendo ainda incidentes de natureza cibernética que ameaçaram as infraestruturas de informação civis e militares da NATO e nacionais. Para o acompanhamento do exercício foi constituída, a nível nacional, uma Célula de Resposta Nacional (CRN), sob a coordenação do Ministério da Defesa Nacional e com várias entidades do Estado com responsabilidades e competências na área da segurança e defesa, entre as quais a ANPC. Setúbal: Simulacro de acidente industrial na Mitrena testou capacidades da Proteção Civil Mais de 3.000 pessoas participaram no passado dia 8 de novembro no Mitrex 2012, um simulacro de acidente industrial que visou testar a capacidade de resposta das autoridades em caso de sinistro na península da Mitrena, em Setúbal. Uma explosão fictícia, no que poderiam ser as instalações de uma das muitas empresas que trabalham com materiais perigosas naquela localidade, foi o ponto de partida para a iniciativa. A explosão "provocou" um incêndio que ameaçou atingir reservatórios adjacentes de resíduos agroindustriais, em resultado do qual trabalhadores de diversas empresas tiveram que ser evacuados. O exercício visou ainda treinar o acionamento do Plano de Emergência Externo da Mitrena, aprovado em março passado.

O secretário de Estado da Administração Interna, Filipe Lobo d’Avila, e o secretário de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território, Pedro Afonso de Paulo, assinaram no passado dia 20 de novembro um despacho conjunto que determina a elaboração de um Plano Setorial de Prevenção e Redução de Riscos. Este Plano visa estabelecer a estratégia nacional integrada de prevenção dos riscos, definir as medidas de prevenção e mitigação dos seus efeitos, no quadro das políticas públicas de ordenamento do território, de urbanismo e de proteção civil, e proceder ao enquadramento normativo dos riscos, em função da legislação setorial e dos guias técnicos existentes e de acordo com as atuais medidas de proteção de recursos hídricos em matéria de riscos, previstos no Regime Jurídico da Reserva Ecológica Nacional. Projeto «Disaster» apresentado em Cascais Investigadores das Universidades de Lisboa, Porto e Coimbra conceberam, ao longo dos últimos dois anos, o projeto Disaster, uma base de dados que resultou da análise exaustiva de milhares de edições de 16 jornais portugueses que relataram, ao longo dos últimos 150 anos, episódios de inundações e deslizamentos de terras em Portugal Continental, em que ocorreram vítimas mortais. O projeto, apresentado no dia 26 de novembro em Cascais, prevê a disponibilização na internet da informação recolhida, segundo o seu coordenador, José Luís Zêrere.

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TEMA

Serra da Estrela Ativado Plano de Operações Nacional

Foto: Nuno Azevedo

A Serra da Estrela é um dos pontos turísticos do país de maior interesse paisagístico e importância económica, atraindo todos os anos, especialmente no inverno, milhares de visitantes para a prática de atividades ligadas ao usufruto da natureza. As preocupações com a proteção e socorro aos turistas não podem ser alheias a esta dinâmica.

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os exigentes dias de hoje, em que impera a proficiência e a qualidade, o sistema de proteção e socorro têm que obrigatoriamente acompanhar a dinâmica do universo tecnológico, económico, cultural e social do País, contribuindo significativamente para a manutenção e incremento da atração e distinção destes locais enquanto destinos turísticos seguros. Estes aspetos, a par da frequência com que ocorrem situações de perigo para o grande afluxo de visitantes do Parque Natural da Serra da Estrela, levam a Autoridade Nacional de Proteção Civil a planear e operacionalizar anualmente um dispositivo conjunto específico para assegurar uma resposta operacional eficaz e eficiente no âmbito da proteção e socorro, envolvendo diversos agentes de proteção civil, devidamente articulados sob um Plano de Operações Nacional, designado PONSE (Plano de P. 4

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Operações Nacional da Serra da Estrela), o qual define, de forma proativa e plurianual, mecanismos de resposta céleres e coordenados das diversas forças e entidades com responsabilidade de intervenção nesta região. O dispositivo conjunto de proteção e socorro na Serra da Estrela (DICSE), tem vindo a evoluir, a diversificar e a solidificar a sua actividade e capacidade de intervenção, ano após ano, essencialmente através das lições aprendidas em cada campanha e está preparado para responder transversalmente às situações que recorrentemente sucedem na região, destacando a sua especialização na resposta a acidentes relacionados com a prática de montanhismo, passeios pedestres e outras atividades relacionadas, a imobilização de veículos e pessoas devido a condições meteorológicas adversas, a acidentes rodoviários com vítimas e a deslizamentos ou movimentos de vertentes. Este ano, fruto da experiência adquirida, pretende-se enriquecer e reforçar a capacidade técnica do dispositivo na vertente pré-hospitalar, pelo que vai ser disponibilizado pela Guarda Nacional Republicana (GNR) um Desfibrilador Automático Externo (DAE), possibilitando o acesso ao terceiro elo da cadeia de sobrevivência em tempo útil, logo após um socorro imediato e efectivo, prestado por parte

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TEMA

FORÇA ESPECIAL DE BOMBEIROS Grupo de Resgate em Montanha apto a intervir nos cenários mais complexos

dos operacionais do DICSE devidamente habilitados para o efeito. No próximo dia 1 de dezembro, o PONSE será ativado e o DICSE retomará a sua atividade numa zona de intervenção que abrange os municípios de Covilhã, Manteigas, Seia e Gouveia, no território com altitude superior a 1400 metros, e a sua força de empenhamento permanente contará com a habitual participação dos Corpos de Bombeiros da Covilhã, Manteigas, Seia, Loriga, São Romão e Gouveia, e ainda do Grupo de Intervenção em Proteção e Socorro (GIPS) da GNR e da Força Especial de Bombeiros da ANPC. Este dispositivo incluirá ainda o imprescindível apoio dos demais agentes de proteção civil e instituições cooperantes, entre os quais, se destacam os Corpos de Bombeiros daquela região, GNR, Polícia de Segurança Pública, Instituto Nacional de Emergência Médica, Estradas de Portugal, Cruz Vermelha Portuguesa, Direção Geral de Saúde, Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, Instituto Português do Mar e da Atmosfera e Empresa de Meios Aéreos, realçando o papel fundamental e determinante dos Serviços Municipais de Proteção Civil territorialmente competentes.

A FEB possui meios humanos com elevadas qualificações e equipamentos de resposta operacional, capazes de responder com eficácia às necessidades de proteção e socorro dos cidadãos. Assim, foi criado no seu seio, o Grupo de Resgate em Montanha, competindo-lhe a execução de missões de proteção e socorro no âmbito do salvamento em montanha com ou sem ambiente de neve. Distribuído pelas Bases Permanentes existentes nos distritos da Guarda e de Castelo Branco, e desenvolvendo a sua missão na área definida no PONSE (ver texto ao lado), pode, no entanto, ser mobilizado para outras áreas de intervenção por indicação do Comandante Operacional Nacional da ANPC ou por imposição que decorra da ativação de planos e diretivas nacionais. Pode ainda prosseguir as suas atribuições fora do território continental, quando mandatado legalmente para esse efeito. É constituído por um Chefe de Grupo, 2 Chefes de Brigada, 2 Chefes de Equipa e dezasseis Bombeiros. Para o cumprimento eficaz da missão que lhe está atribuída, foram disponibilizados diversos meios, entre os quais 2 Veículos de Operações Especificas, 3 Veículos de Transporte de Pessoal Tático, 2 Quadriciclos – "Moto4" e 1 Veículo de Comando, sendo este dispositivo reforçado a partir do dia 11 de Dezembro com mais um veículo com equipamento técnico de apoio (VETA). Para além destes meios, o Grupo conta com um conjunto de equipamentos específicos de trabalho, na vertente do Montanhismo, que integram a carga operacional destes, e que permite desenvolver uma operação de qualquer tipo neste ambiente ou em outro similar. De destacar ainda a recente aquisição de equipamento de salvamento e desencarceramento portátil, de elevada autonomia e facilmente transportável para os locais de acesso mais difícil. Em qualquer momento e face à complexidade da missão a desenvolver, este Grupo pode ser reforçado com meios humanos e materiais provenientes dos Grupos Territoriais da Guarda e de Castelo Branco.

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OPINIÃO

Incêndios Rurais

Apostar na prevenção e na sensibilização das populações © R. Santos eliminar sobrantes de exploração rural ou mesParece existir a noção, tendem entre os portugueses, mo renovar pastagens. A ideia acima expressa, de combinar vontades na de que o calor é equivalente a incêndios gestão do espaço por via do fogo, materializa-se queiVítor Vaz Pinto florestais, e que, dessa mando de forma acompanhada. Fazendo um levanComandante Operacional forma, é inevitável que tamento de necessidades, todos os anos, e agendando Nacional da ANPC durante o Verão ou em com os cidadãos os melhores momentos para proceder vaz.pinto@prociv.pt outros momentos do à queima acompanhada, em condições de segurança. ano de maior secura, Territórios que sejam geridos desta forma são terrios incêndios ocorram. O fogo, sabe-se, é um instrumen- tórios onde os incêndios durante o Verão provavelto eficaz e de uso tradicional de gestão da paisagem. Téc- mente não ocorrerão ou, caso ocorram, terão muito nica barata, permite às populações rurais gerir os com- menor severidade, obrigando a um esforço humano © Ana Livramento bustíveis nos territórios dos quais retiram rendimento, e material francamente mais reduzido. Trata-se de uma e o fogo “técnica” redunda em fogo “incêndio” quando abordagem diferente, face ao esforço de combate clássisobre ele se perde o controlo, e sobretudo quando se ig- co, que desafia a noção da inevitabilidade incendiária, nora a necessidade de gerir o território e dar resposta às contrapondo uma metodologia de prevenção activa, usando o fogo de uma forma compatível com o interesse necessidades de quem ocupa espaços não urbanizados. A forma como os incêndios rurais são mediatizados de todos e para benefício nacional. Mas existe, ainda, uma outra perceção – incorrecta – parece contribuir para a noção de inevitabilidade. São imagens fortes de fim-de-tarde durante o verão que os que convirá clarificar: todos os incêndios são iguais e portugueses consomem em frente às televisões, e que que, dessa forma, precisam de apagar-se rapidamente, dão a quem as vê uma forte imagem do esforço de com- em força, com todo o esforço possível. Observa-se que bate, com todos os agentes de protecção civil que con- os cidadãos menos familiarizados com os incêndios rutribuem para extinguir um incêndio. O cidadão menos rais e com as paisagens onde estes ocorrem não parecem informado tenderá a atribuir as principais responsabi- compreender que um incêndio possa manter-se ativo lidades pelo sucesso ou insucesso da contabilização de durante várias horas ou, até, que o esforço de combate incêndios e áreas queimadas às forças que efetivamente seja mais conservador, evitando-se uma mobilização se colocam no terreno quando se torna imperioso ex- massiva de meios. Os incêndios rurais não são, de facto, tinguir o fogo. Na verdade, essa perceção está enviesada todos iguais. Um incêndio rural que represente perigo e esconde o facto de os incêndios serem a consequência imediato para áreas de valor instalado, como povoamentos florestais e património edificado última de um conjunto de fatores a monou de inquestionável valor natural, devetante, tornando o combate ao fogo a úlTemos que tima opção. Um incêndio rural começa a adoptar comportamentos rá ser objecto de uma primeira intervenapagar-se, evitando-o. E também quando conscientes através dos ção muito capaz e célere, aplicando todos as populações adotam boas práticas e evi- quais demonstramos que os recursos disponíveis para, com eficiência, reduzir a perda de valor ao mínimo. tam, elas mesmas, usar o fogo sem conditipo de espaço rural Inversamente, um incêndio rural que se ções de segurança, respeitando as indicadesejamos ter. apresente de progressão lenta, em paisações das autoridades, tendo o cuidado de medir as consequências das suas acções. Os incêndios gens contínuas de mato com pouco ou nenhum valor a começam, ainda, a apagar-se quando se previnem por defender, ou em paisagens rochosas de difícil progresvia de um correcto ordenamento do território, com a são para homens e máquinas, não precisa entender-se, limpeza adequada dos espaços florestais, com a criação necessariamente, como algo a extinguir rapidamente. de mosaicos de paisagem e com uma clara e segura sepa- Nesses casos, parece revelar-se bastante mais proveitoso ração entre perímetros edificados e espaços combustí- tratar esse incêndio como um fogo de gestão, estabeleveis. Um incêndio rural evita-se, também, quando se vai cendo apenas uma defesa perimétrica, mas deixando ao encontro da necessidade das populações, admitindo, que o fogo evolua controladamente, queimando o que a título de exemplo, que essas populações procurarão se mostrar vantajoso queimar, sem colocar em perigo sempre queimar os combustíveis dos espaços onde pre- a segurança dos operacionais e sem dispender recursos

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TOE P M IAN I Ã O

materiais e financeiros que podem ser aplicados noutras a dar bons resultados a este nosso país. A ANPC realizou, a tempo da mais recente campaocorrências mais gravosas. É necessário entender-se, também, que Portugal não nha do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios é um país de pirómanos. Sem prejuízo para as causas Florestais, 185 acções de treino operacional, envolintencionais, criminosas, que efectivamente exis- vendo directamente 5333 operacionais dos diversos tem, Portugal é sobretudo um país onde os comporta- agentes de proteção civil e entidades cooperantes, mentos negligentes e as atitudes de passividade face à procurando, dessa forma, um incremento constante da eficiência, da uniformização de proauto-protecção imperam. São exemplos cedimentos e em métodos e linguagem de comportamentos negligentes o uso Apagar os incêndios do fogo e de maquinaria agrícola em deve ser considerada comuns. Integraram pela primeira vez dias de extrema secura na proximidade uma acção de fim-de-li- o DECIF no ano transato (2011), equipas de combustíveis finos, facilmente infla- nha, quando tudo o que pré-formatadas de Posto de Comando, com máveis, ou o uso do fogo para lazer em está para trás falhou. operacionais treinados para enfrentarem as mais exigentes operações de proteção espaços florestais. A passividade face à auto-protecção observa-se quando as habitações confi- e socorro e a par deste investimento fundamental na nam com espaços combustíveis, facilitando a chegada procura da necessária proficiência das forças de resposdo fogo às habitações que, mesmo que em muitos casos ta foi normalizado e operacionalizado no terreno o sispossam não sofrer dano considerável, geram um ine- tema de gestão de operações, procurando uniformizar vitável transtorno às populações e dispersam meios de as metodologias que se praticavam de forma heterogécombate, favorecendo a progressão do fogo. Este fenó- nea um pouco por todo o país, dotando a estrutura de meno sazonal – que não exclui surpresas fora dos me- ferramentas de comando e controlo universais, as quais ses de maior calor – não admite a desresponsabilização. importa agora sedimentar. Este é o momento de alterar a forma como se encaA todos cabe uma parte. Ao combate cabe, também, a sua parte. A do final da li- ra o problema, sobejamente conhecido e estudado, nha e aquela onde se coloca a exigência de salvaguardar dos incêndios rurais. Este é o momento para maior pessoas e bens. A parte de preparar uma resposta capaz, especialização, para maior investimento em prena plena consciência de que é impossível para qualquer venção, para mudança de práticas na relação com as país ter um dispositivo sobre-dimensionado, habili- populações rurais que precisam do fogo. Esta mistado a responder mesmo às situações mais extremas. são ganha-se com a vontade de todos, muito antes No equilíbrio entre o que é possível e o que é perfeito, tem- de ser necessário combater um incêndio. A ANPC se realizado um esforço considerável para proteger os es- está empenhada em contribuir, como sempre, para paços rurais nacionais, que necessita de um investimento a minimização deste problema. sustentado na prevenção e boas-práticas para continuar

© Paulo Santos

Foto: Pedro Santos

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AGENDA

1 de dezembro Dist r itos de Castelo Branco e Gu a rd a ATI VADO PLA NO DE OPER AÇÕE S NACIONAL DA SER R A DA E ST R ELA Este Plano de Operações Nacional define, de forma proativa e plurianual, mecanismos de resposta céleres e coordenados das diversas forças e entidades com responsabilidade de intervenção nesta região, que recebe anualmente, especialmente no inverno, milhares de turistas nacionais e estrangeiros.

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3-5 dezembro Estor i l – Cent ro de Cong ressos N F PA-APSEI FIR E & SECU R IT Y 2 01 2 P romov id a pela A ssociação Por t ug uesa de Seg u rança (A PSEI) e subord i n ado ao tem a Tendência s e Tecnologia s na P roteção e Segurança de Pessoa s e Ben s, a tercei ra ed ição deste e vento pretende promover o debate técn ico, o i ntercâmbio de ex per iências e con heci mentos, a for m ação e d a r a con hecer as opor t u n id ades de negócio neste dom í n io.

5 e 6 de dezembro Br u xelas, Bélg ica R eunião do grupo de trabalho PROCI V, do Conselho da U nião Europeia O encont ro, organ izado sob a ég ide d a P residência Cipr iota do Con sel ho d a Un ião Eu ropeia, i nclu i n a su a agend a a an á l ise do relatór io d a P residência sobre o sem i n á r io rea l izado em Nicosia sobre boas prát icas no acol h i mento a volu ntá r ios em cen á r ios de proteção civ i l e ajud a hu m an itá r ia, a cr iação de u m Cor po Eu ropeu de Volu ntá r ios (em fase de projeto-pi loto) e a d isc u ssão d a nova proposta leg islat iva pa ra a á rea d a proteção civ i l.

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7 dezembro Ca r n ide, Lisboa – Escola Sec u nd á r ia Vi rgí l io Fer rei ra SE SSÃO DE DI V U LGAÇÃO DOS R E SU LTADOS DO PROGR A M A OPER ACIONAL DE VALOR IZAÇÃO DO TER R ITÓR IO – 2 01 2 A sessão será ded icad a à apresentação de resu ltados do POV T e do cont r ibuto dos projetos cof i n anciados pelo Fu ndo de Coesão pa ra o A mbiente e desenvolv i mento Su stentável.

8 de dezembro Ba rcelos – Bombei r0s Volu ntá r ios Confer ência SOBR E M edicina HiPer bárica e Su baquática O encont ro, organ izado pela Escola de Merg u l ho de Ba rcelos, Ser v iço de Med ici n a H iperbá r ica do Hospita l de Ped ro H ispano e Bombei ros Volu ntár ios de Ba rcelos, abord a rá tem as relacion ados com câm a ras h iperbá r icas n a saúde, acidentes de descompressão e i ntox icações por monóx ido de ca rbono. In for m ações e i n scr ições em w w w.e m b a rc e l o s .c o m /c o n fe re ncia201 2

................................. 11 de dezembro Nisa – Sa la Aud itór io d a Bibl ioteca Mu n icipa l Seminário “R eabilitação Preventiva, Intervenção Local” Este Sem i n á r io, organ izado pela A N PC e pela Câm a ra Mu n icipa l de Nisa, compreende pai néis de debate sobre “P roteção Civ i l e problem as do Orden amento do Ter r itór io”, “Reabi l itação P re vent iva" e “Equ ipas Mu lt id iscipl i n a res de Inter venção Loca l”. A ent rad a é l iv re.


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