P U B L I C AÇ ÃO M E N S A L DA A U TO R I DA D E N AC I O N A L D E P ROT E C Ç ÃO C I V I L / N .º 59 / F E V E R E I RO 2 013 / I S S N 16 4 6 – 9 5 4 2
Intervenção forense
em grandes desastres
59 Fevereiro de 2013 Distribuição gratuita Para receber a revista P RO C I V em formato digital inscreva-se em:
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EDITORIAL
o lado "invisível" das catástrofes Para lá do lado visível de qualquer operação de proteção e socorro, composto por uma parafernália de recursos humanos e técnicos, existe uma vertente bem mais reservada, igualmente importante em todos os acidentes graves e catástrofes: a intervenção forense, que se relaciona com a identificação de corpos. Trata-se de um trabalho minucioso e necessariamente discreto, atendendo à reserva emocional a que está associado. Em Portugal, assim como no resto do mundo, em diversas missões internacionais, temos podido contar com a competência técnica do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, que através da sua Equipa MédicoLegal de Intervenção em Desastres, trabalha de forma articulada com os agentes de proteção civil. Este ano de 2013 começou de forma atribulada. O temporal de 18 e 19 de janeiro foi responsável por avultados prejuízos em todo o país, e o acidente rodoviário no IC8 saldou-se, até ao momento, por 11 vítimas mortais e 21 feridos. Estas situações causaram consternação coletiva e constituíram um desafio ao Dispositivo Integrado de Operações de Proteção e Socorro, que esteve à altura dos acontecimentos. De facto, em ambas situações, sobressaiu a qualidade técnica dos operacionais dos agentes de proteção civil intervenientes, cientes das tarefas que lhes estavam atribuídas, facto que em muito facilitou a coordenação das operações. No dia 11 de fevereiro (11/2) assinala-se o Dia Europeu do 112, número único europeu de emergência. A efeméride, instituída em 2009 por iniciativa conjunta da Comissão e do Parlamento Europeu, visa reforçar o conhecimento e a divulgação deste importante recurso junto dos cidadãos europeus. Embora o conhecimento do número 112 tenha aumentado ao longo dos últimos anos, de acordo com sondagem do Eurobarómetro, três em quatro cidadãos da UE ainda não sabem que podem telefonar para o 112 em caso de emergência para contactar a polícia, os bombeiros ou os serviços de assistência médica, quer no próprio país, quer nos restantes países comunitários.
Manuel Mateus Couto Presidente da ANPC
Projecto co-financiado por:
P U B LI C AÇ ÃO M E N S A L Edição e propriedade – Autoridade Nacional de Protecção Civil Diretor – Manuel Mateus Couto Redação e paginação – Núcleo de Sensibilização, Comunicação e Protocolo Fotos: Arquivo da Autoridade Nacional de Protecção Civil, exceto quando assinalado Impressão – Textype Tiragem – 2000 exemplares ISSN – 1646–9542 Os artigos assinados traduzem a opinião dos seus autores. Os artigos publicados poderão ser transcritos com identificação da fonte. Autoridade Nacional de Protecção Civil Pessoa Coletiva nº 600 082 490 Av. do Forte em Carnaxide / 2794–112 Carnaxide Telefone: 214 247 100 Fax: 214 247 180 nscp@prociv.pt www.prociv.pt
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BREVES
Forças Armadas apoiaram EDP na reposição da eletricidade em vários pontos do país
ANPC tem novo Diretor Nacional de Recursos de Proteção Civil
Na sequência do temporal que assolou o território nacional nos dias 18 e 19 de Janeiro, e que causou, entre outros, o corte do abastecimento de electricidade em vários pontos do país, o Centro de Coordenação Operacional Nacional (CCON) reuniu nas instalações da ANPC, em Carnaxide, no dia 23 de Janeiro, deliberando mobilizar a capacidade disponível das Forças Armadas em geradores eléctricos, de modo a permitir o rápido retorno à normalidade das populações afectadas. A deliberação resultou da necessidade manifestada pela EDP durante o briefing daquela estrutura de coordenação institucional, de obter reforço em meios autónomos de geração eléctrica. Na sequência daquela deliberação, as Forças Armadas responderam prontamente ao solicitado, posicionando-se no terreno com unidades de geração móvel de potência compreendida entre os 100 e os 250 Kva. Durante aquele temporal foram registadas quase 10.000 ocorrências em Portugal continental, obrigando a um aumento significativo do grau de prontidão e mobilização dos serviços e forças de protecção e socorro.
Tomou posse no passado dia 25 de janeiro, como Diretor Nacional de Recursos de Proteção Civil da ANPC, o Coronel de Administração Militar José Carlos dos Santos Teixeira, que anteriormente ocupava as funções de Inspetor-Adjunto da GNR. Habilitado com o Curso de Promoção a Capitão da Escola Prática de Administração Militar e com o Curso de Promoção a Oficial Superior do Instituto de Altos Estudos Militares, é detentor, ainda, da licenciatura em Sociologia. Ao longo da sua carreira prestou serviço em diversas unidades e estabelecimentos da GNR, nomeadamente no Comando Geral, nos Serviços Sociais, no Regimento de Infantaria, na Brigada Territorial Nº2 e no Comando de Administração de Recursos Internos. Da sua folha de serviço constam diversos louvores e condecorações, destacando-se a de Mérito de Segurança Pública de 1ª Classe e as Medalhas de Ouro e de Prata de Comportamento Exemplar. José Carlos Teixeira substitui José Gamito Carrilho, que cessou comissão de serviço após quase 7 anos de exercício de funções na ANPC. Admissão às Equipas de Apoio Psicossocial
ANPC e Cruz Vermelha Portuguesa reúnem para delinear colaboração em matéria de sensibilização Decorreu, no passado dia 29 de janeiro, na sede da ANPC, em Carnaxide, uma reunião de trabalho entre esta Autoridade Nacional e a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), com vista ao desenvolvimento futuro de estratégias conjuntas no âmbito da sensibilização e preparação dos cidadãos. A CVP é uma instituição humanitária de utilidade pública destinada a defender a paz, garantir o respeito pela dignidade da pessoa humana, menorizar os efeitos da guerra e a promover a vida e a saúde. Criada em 11 de fevereiro de 1865 pelo médico militar José António Marques que, no ano anterior, tinha representado o Rei D. Luís I na conferência internacional que deu origem à I Convenção de Genebra, ao longo da sua história prestou auxílio nos diversos conflitos em que Portugal esteve envolvido. Organizada através de uma estrutura nacional e 179 delegações locais, a Cruz Vermelha Portuguesa exerce, em cooperação com os demais agentes e em harmonia com o seu estatuto próprio, funções de apoio, socorro e assistência sanitária e social.
Encontram-se abertas, até 28 de fevereiro de 2013, vagas para admissão às Equipas de Apoio Psicossocial (EAPS) da ANPC. O contingente a recrutar, nas áreas da psicologia (5) e do serviço social (4), destina-se a reforçar as valências das atuais seis equipas territoriais instituídas, distribuídas pelos distritos de Viana do Castelo, Braga, Viseu, Aveiro, Setúbal, Évora e Beja. Os candidatos devem possuir os seguintes requisitos: (1) bombeiro do quadro ativo ou de Comando de um Corpo de Bombeiros de Portugal continental; (2) habilitação académica superior em Psicologia (e membro efectivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses) ou Serviço Social; (3) disponibilidade para frequentar ações formativas aos fins-de-semana e para ser mobilizado em situação de crise; (4) autorização do Comandante do Corpo de Bombeiros para se candidatar às EAPS. A integração nas EAPS funciona em regime de voluntariado. As candidaturas devem ser enviadas por correio eletrónico para o endereço: apoio.psicossocial@prociv.pt. Informações adicionais disponíveis no site da ANPC (www.prociv.pt).
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Operações de proteção e socorro
Intervenção forense em grandes desastres Nas ações de mortuária que decorrem de situações de grandes desastres, a identificação das vítimas mortais é fundamental para a entrega correta dos corpos aos familiares. Independentemente de poderem estar íntegros e reconhecíveis visualmente, a existência de muitas vítimas obriga a que a entrega dos corpos deva ser realizada segundo critérios de identificação forense científicos, para evitar equívocos dolosos ou fortuitos.
©Tiago Petinga / Lusa
1. Morgue improvisada em Port-au-Prince, Haiti, na sequência do sismo de 2010.
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identificação humana é, na sua essência, um exercício de comparação. Por um lado, é necessário recolher dados do cadáver desconhecido, reconstruindo o seu perfil – dados postmortem (PM); por outro lado, é necessário recolher dados das supostas vítimas junto dos familiares, entidades policiais e/ou diplomáticas, etc., que permitam reconstruir o seu perfil – dados antemortem (AM). A identificação positiva só será possível quando ambos os dados, PM e AM, ao serem cruzados (ou comparados), coincidirem. A identificação positiva só é reconhecida pela comunidade forense internacional se for conseguida através de, pelo menos, uma das seguintes técnicas científicas: os exames de medicina dentária forense, a dactiloscopia e a genética forense. Estas três técnicas constituem, atualmente, os grandes pilares da identificação humana. Apenas com técnicas de presunção, não científicas, é inadmissível, hoje em dia, “identificar” um cadáver. A grande maioria dos desastres são abertos – não se conhecem as vítimas, nem se sabe quantas são (terramotos, inundações, incêndios). A intervenção forense está mais facilitada nos desastres fechados (acidentes aéreos, naufrágios), quando existam listas de passageiros, uma vez que se conhece o número e as características das vítimas, facilitando a aplicação dos elementos identificativos AM aos dados PM colhidos. Sendo o principal objetivo da intervenção forense nos P. 4
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desastres a identificação das vítimas, pode ainda ser necessária a determinação da causa da morte (nas chamadas vítimas chave – as que podem constituir elementos relevantes na investigação criminal decorrente do evento, como os pilotos da aeronave sinistrada, o maquinista do comboio ou o motorista do autocarro acidentado, o suposto terrorista) e da data (ou momento) da morte. Este último parâmetro da investigação forense, em muitos desastres massivos, pode tornar-se a posteriori extremamente problemático, levando as entidades judiciárias a optarem pela figura legal da comoriência. Face às circunstâncias de exceção deste tipo de intervenções, as autópsias que se realizam à grande maioria das vítimas são, na realidade, exames sumários (exames do hábito externo) e não autópsias completas. Mesmo que os corpos estejam íntegros, é necessário fundamentar a identificação com métodos científicos, nunca devendo permitir a sua entrega mediante mera identificação visual. No âmbito do PNE [Plano Nacional de Emergência], a atuação do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) enquadra-se nas ações de mortuária, sendo o seu órgão operacional constituído pela Equipa Médico-Legal de Intervenção em Desastres. Esta equipa forense foi criada em 2001, coincidindo com a publicação da lei orgânica que criou o INML (DL 96/2001, de 26 de março), no rescaldo do acidente de Castelo de Paiva, estando integrada, desde 2004, na base de dados do Centro de Monito-
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A eleição do local para instalar o NECPRO normalmente rização e Vigilância da UE (MIC). Num cenário de destruição, os agentes de proteção civil de já está prevista nos PMEs; todavia, devem sempre ser ouintervenção imediata acodem ao TO [teatro de operações], vidos os elementos das equipas forenses intervenientes. estabelecendo preferências e estratégias de intervenção. As O NECPRO deverá localizar-se tão perto quanto possível equipas forenses não são prioritárias, porque o trabalho de do local do evento, de maneira a que o transporte dos camortuária não é emergente. De acordo com o PNE, ao TO dáveres envolva um impacto mínimo para a população. devem acudir as ERAVm (Entidades Responsáveis de Ava- Todavia, há que ter em atenção que este transporte não liação de Vítimas mortais), constituídas por três indivídu- deve interferir com as vias de evacuação dos sobreviventes os: um elemento de segurança – GNR ou PSP (que comanda), e de acesso das equipas de intervenção, obviamente prioum elemento de investigação criminal – PJ e um médico. ritárias. Por vezes esta distância deverá ser maior, no caso A função das ERAVm é a referenciação/localização do ca- de estar comprometida a segurança dos elementos intervedáver, a validação de suspeita de crime, a preservação de nientes (réplica de sismos, por exemplo). De salientar que provas e a verificação do óbito. A ERAVm deverá aplicar a localização do NECPRO não deve aproveitar salas de auao cadáver uma etiqueta de sinalização, com numeração tópsia já devidamente montadas, nos Serviços Médicosequencial onde figure um código da localização, etique- Legais locais, para não perturbar o normal funcionamento ta esta que nunca será retirada do corpo até à sua entrega. das mesmas, que entretanto, já desfalcadas de pessoal, terão que continuar a efetuar a sua rotina. A verificação do óbito, feita pelo médiDevem ainda ser tidos em consideraco, envolve a aplicação de uma tarja neção outros cuidados. A experiência gra. Os médicos das equipas de emerA eficácia das ações de mortuária gência também podem aplicar uma não se mede pela rapidez da atuação, de casos passados aconselha a não tarja negra nos corpos que sejam camas sim pela eficácia dos trabalhos utilizar edifícios públicos de caráter social (escolas, pavilhões gimdáveres. Feita a verificação dos óbitos desenvolvidos, designadamente nodesportivos, centros paroquiais e a sinalização dos corpos no terreno, a identificação correta dos corpos. ou mesmo instituições de saúde). estes ficam a aguardar a sua retirada É de esperar que a utilização de áredo local mediante ordem de remoção emanada do Ministério Público. A remoção dum corpo não as com estas características venha a marcar fortemente as sinalizado com tarja negra pode ser considerada criminosa populações afetadas, estigmatizando estes edifícios no que (pode tratar-se de um corpo ainda com vida, passível de ser se refere às funções para que foram criados, tornando-os a posteriori pouco atrativos para as populações, vinculanmedicamente assistido). O transporte dos corpos poderá ser feito por diferen- do-os psicologicamente, de forma negativa, ao evento. Astes equipas (bombeiros, CVP, voluntários, militares), sim, deve ser escolhida uma área devidamente protegida num segundo tempo, sem interferir com os trabalhos de das condições ambientais (coberta e abrigada dos ventos), evacuação de sobreviventes. Os cadáveres devem ser intro- com água corrente e suficientemente arejada, com dimenduzidos em sacos próprios, juntamente com o espólio reco- sões que permitam trabalhar sem atropelos (um armazém, lhido à volta (documentos, objetos pessoais) que facilitará celeiro ou qualquer hangar próximo do TO), com acessos posteriormente a identificação. A etiqueta de sinalização fáceis às vias de comunicação e com a possibilidade de criae a tarja negra devem manter-se bem presas ao corpo, de- ção de áreas de trabalho para as várias equipas no terreno. vendo o número de sinalização ser escrito por fora, no saco. Poderão também ser utilizadas estruturas móveis aproSerão depositados em Zonas de Reunião de Mortos (ZRnM), priadas, destinadas exclusivamente para esse efeito, de estabelecidas com anterioridade nos PMEs, [Planos Muni- fácil transporte e montagem (tendas ou contentores desticipais de Emergência] convergindo posteriormente para nados à instalação de hospitais de campanha), que podem o necrotério provisório (NECPRO), onde irão decorrer as ser devidamente adaptadas para este efeito. Um NECPRO deverá estar constituído por uma área de reações de mortuária. 2. Colheita de impressões digitais (Madeira)
3. Depósito de
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contentor de frio
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cadáveres em (Madeira).
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ceção/admissão de cadáveres (onde se efetua o registo dos Em situações de conflitos armados ou de atentados terelementos identificativos possíveis, a anotação do espólio, roristas é conveniente, antes de iniciar os exames foa colheita de impressões digitais e o registo fotográfico ini- renses, submeter o corpo, ainda dentro do body bag, cial); uma área de identificação (com acesso aos familiares a exame radiológico (intensificador de imagem ou fluodas vítimas, para reconhecimento direto destas, sempre roscópio) para identificar ou excluir a presença de proque admissível, ou reconhecimento do espólio, na grande jéteis, fragmentos metálicos ou outros objetos potenmaioria das vezes); uma área de equipamento (para arma- cialmente perigosos durante a manipulação do corpo. zenamento dos materiais consumíveis e equipamentos de O espólio retirado de cada corpo deve ser cuiautópsia, bem como amostras biológicas recolhidas); uma dadosamente etiquetado e limpo, para even© R. Santos reconhecimento por parte dos familiares. área de autópsias (apenas para a realização das autópsias ou tual Num cenário de desastre, deve ser exames sumários); uma área de prepadada prioridade absoluta aos meios de ração e entrega de cadáveres (onde os socorro e salvamento dos sobrevivencorpos já autopsiados poderão ser enEstando o reconhecimento tes, aos canais de evacuação dos feritregues, caso já estejam identificados); visual dos corpos vivamente desauma área de secretariado e acolhimenconselhado pelo impacto emocional dos e às medidas de prevenção de novas ocorrências. As ações de mortuária, to de familiares (onde serão acolhidas causado, é preferível apresentar às onde se integra a Equipa Médico-Letodas as pessoas que procurem conhefamílias objetos pessoais, peças de gal de Intervenção em Desastres, não cidos que possam encontrar-se envestuário ou calçado, que sejam são emergentes e devem ser discretas. tre as vítimas e onde trabalharão em facilmente reconhecíveis. As pressões de ordem social ou conjunto vários grupos profissionais, política geradas nestas situações desde pessoal das equipas forenses, © Ana Livramento elementos policiais, equipas de ação social, de psiquiatria de crise não devem afetar o seu bom funcionamento. e psicologia). Aqui são colhidas informações junto das fa- As únicas urgências admissíveis nos trabalhos de mortumílias para a criação da base de dados AM onde constem ária prendem-se com situações adversas (calor excessivo, todos os dados pessoais das supostas vítimas para poste- chuvas torrenciais, derrocadas, réplica de sismos) que dirior comparação com os dados PM recolhidos no exame dos ficultem a recuperação dos corpos, a sua preservação ou a sua identificação nas melhores condições. Dependendo cadáveres, para uma eventual identificação positiva. Paralelamente, deverá ser disponibilizada uma rede de do tipo de evento, as ações de mortuária podem tardar dias frio, com acesso fácil às áreas de receção e entrega de cadá- ou mesmo semanas. Até à data, a Equipa Médico-Legal de Intervenção em veres, que poderá constar de contentores frigoríficos móveis ou de instalações de refrigeração fixas, devidamente Desastres participou ativamente em três cenários, dois internacionais – o tsunami no sudeste asiático (Tailândia), adaptadas a esta funcionalidade. O funcionamento do NECPRO, uma vez instalado, segui- em janeiro de 2005 e o sismo em Port-Au-Prince (Haiti), em rá como que uma “linha de montagem” nos procedimentos: janeiro de 2010, e um nacional – as enxurradas na Madeira, o corpo dá entrada na área de receção, é submetido aos exa- em fevereiro de 2010. mes gerais, dactiloscopia e fotografia. Segue para a área de autópsia, onde é submetido ao exame buco-dentário, ao exame externo e às colheitas de amostras biológicas para exames complementares. Finalmente, é conduzido para Maria Cristina de Mendonça, a área de preparação e entrega, podendo ser entregue se a Coordenadora Nacional da Equipa Médico-Legal de Intervenção identificação for positiva ou ser de novo guardado no frio em Desastres, do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, I.P. se estiver pendente de identificação. mcmendonca@dlinml.mj.pt
4.Montagem do
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NECPRO (Madeira).
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©I. Bailey
ML AGAÇÃO D I TVEU
Desde Junho de 2008 que o 112 – Número Europeu de Emergência, está operacional em toda a União Europeia. Nesse ano, a Comissão Europeia lançou um site que fornece informações sobre o 112 aos cidadãos que viajam na União Europeia. No ano seguinte declarou o dia 11 de fevereiro, "Dia Europeu do 112".
O
Reino Unido foi o primeiro país europeu a ter um número de emergência (999), em julho de 1937. A escolha de apenas três dígitos para o número de emergência deveuse à sua facilidade de memorização. O número de emergência europeu 112 foi introduzido em 1991 para complementar os números de emergência nacionais e tornar os serviços de emergência mais acessíveis em todos os Estados-membros da União Europeia (UE). Desde 1998, as regras da UE exigem que os Estados-membros assegurem que todos os utilizadores de telefones fixos e móveis possam telefonar gratuitamente para o 112. Em 1999 surgiu a Associação Número de Emergência Europeu – EENA 112, uma organização não-governamental com sede em Bruxelas, Bélgica, com o objetivo de promover a qualidade dos serviços de emergência acessíveis através do número 112, em toda a Europa (www.eena.org). O número 112 é válido tanto para a rede fixa, como para a rede móvel, e é também o número internacional de emergência nas redes de telefones móveis GSM. No caso de não haver rede disponível pelo operador móvel, a chamada será encaminhada pela antena ou repartidor mais próximo, mesmo que pertença a outro operador móvel. Nos telefones móveis o número 112 pode ser marcado mesmo com o teclado bloqueado. Em Portugal, inicialmente o número nacional de emergência era o 115, associado ao serviço de primeiros-socorros e transporte de feridos e doentes, criado em 13 de outubro de 1965 pelos Ministérios do Interior e da Saúde e Assistência. Com a gestão a cargo da PSP, o número de emergência operava inicialmente apenas em Lisboa, tendo sido alargado, sucessivamente, às outras grandes cidades do país, e utilizado até 2007. Na atualidade, o número de emergência 112 está ligado
a centrais de emergência coordenadas pelo Ministério da Administração Interna. O 112 - Número Nacional de Emergência, dá resposta, para além da saúde, a outras situações de emergência, tais como incêndios, assaltos, agressões, e outras. Dispõe, também, de página na internet (www.112.pt) A chamada de emergência é gratuita e atendida por um operador da central de emergência, que aciona os sistemas médico, policial e de combate a incêndios, ou outros, consoante a situação verificada. Em determinado tipo de ocorrências a chamada poderá ser transferida para o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
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AGENDA
7 de fe verei ro, Castelo Branco CON F ER ÊNCI A "CAR AC TER IZAÇÃO A M BIEN TAL E A NÁLISE DE R ISCOS EM BACI AS T R A NSF RONTEIR IÇAS: PROJEC TO -PILOTO NO R IO ÁGU EDA" O Con sel ho Técn ico-Cientí f ico d a Escola Super ior Ag rá r ia do In st it uto Pol itécn ico de Castelo Branco promove, no d ia 7 de fe verei ro, com i n ício às 16h, no an f iteat ro A 2 desta i n st it u ição, con ferência no âmbito d as tem át icas d a ca racter ização ambienta l e an á l ise de r isco.
................................. 11 de fevereiro DIA EUROPEU DO 112 Assinala-se, nesta data, o Dia Europeu do Número Único de Emergência – 112. O Ministério da Administração Interna promove um conjunto de iniciativas com vista à divulgação deste recurso para utilização em casos de doença súbita e outras situações de emergência, como incêndios, acidentes graves, assaltos, agressões e outros.
11 e 1 2 de fe verei ro, Br u xelas R EU NI ÃO DO GRU PO DE T R ABALHO PROCI V DA U E Rea l iza-se nesta d ata e no contex to d a presidência i rlandesa do Con sel ho d a Un ião Eu ropeia, a reu n ião per iód ica do g r upo de t raba l ho PROCI V. Da agend a con sta an á l ise d a nova leg islação relat iva ao Mecan ismo Comu n itá r io de P roteção Civ i l.
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22 de fevereiro, Coimbra CURSO SOBRE GESTÃO DE GRANDES INCÊNDIOS FLORESTAIS Promovido pelo Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais (CEIF) da Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI), este curso tem lugar no auditório do departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Informações e inscrições: www.adai.pt
15 de fevereiro, Ponta Delgada CONCURSO FOTOGRÁFICO “AS FORÇAS ARMADAS E A PROTEÇÃO CIVIL” Promovido pelo Comando Operacional dos Açores, no âmbito das comemorações do seu XX aniversário, decorre, até ao dia 15 de fevereiro de 2013, o período para entrega dos trabalhos a concurso. O objetivo é fomentar a ref lexão sobre o papel das Forças Armadas enquanto agente de proteção civil. Destina-se a fotógrafos profissionais e amadores da Região Autónoma dos Açores.
26 de fevereiro, Ponta Delgada COLÓQUIO “AS FORÇAS ARMADAS E A PROTEÇÃO CIVIL” O Comando Operacional dos Açores no contexto da comemoração do XX aniversário, promove um conjunto de iniciativas, entre as quais se destaca a realização do colóquio “As Forças Armadas e a Protecção Civil”, que se realiza a 26 de fevereiro, no Anfiteatro C da Universidade dos Açores. O evento conta com o apoio da Secretaria Regional de Saúde e da Universidade dos Açores.
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