Monotipia07

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11 julh

o 2011

a i p i t o n o M


Morganna Batista http://contratemposmodernos.blogspot.com


O sétimo blá Numa edição com um caráter esotérico implícito, onde tudo pode, ou não, ter um ou outro significado oculto, experimentaremos uma quase imperceptível mudança no tom de nossas propostas e lhe convidamos a perceber essas pequenas diferenças ao longo do caminho. Vamos conhecer o caminho e deixar que ele nos conheça. Martins de Castro, editor monotipia@gmail.com www.monotipia.com



Otรกvio Tersi

http://seisecinco.wordpress.com



El Plínio Fuentes



Monotipia - O que você fez até então em termos de Quadrinho e ilustração? Plínio Fuentes - Tenho trabalhado com ilustração editorial desde que me formei (e isso faz muito tempo...). Já publiquei em jornais culturais, de informática, revistas de arquitetura, de literatura, coisas assim. Há um tempo atrás saíram umas ilustrações minhas na Bravo e na Ilustrar. Mas ultimamente tenho me dedicado mais aos quadrinhos. Isso tem acontecido muito por obra dos meus amigos da Beleléu (Tiago, Laffa, Arruda & Stêvz) e da Cynthia B., da Golden Shower. Volta e meia eles me chamam pra participar de algum projeto. No ano passado publiquei na primeira edição da revista da Cynthia e a HQ acabou incluída na exposição da Comicom. Este ano já mandei uma outra para a Golden Shower 2, que deve sair lá por novembro e, entre uma coisa e outra, aconteceu o terceiro lugar no concurso da Barba Negra.

MT – Fale um pouco sobre sua formação, enquanto ilustrador e quadrinhista. PF - Eu me formei em publicidade e sem-

pre trabalhei com design gráfico e direção de arte. Especificamente em desenho e pintura não tenho uma formação acadêmica, mas também não me considero um autodidata. Se aprendi alguma coisa nessa área, foi porque tive alguns bons professores. O último deles, sem dúvida, foi o Renato Alarcão, com quem fiz um curso de modelo vivo e aquarela que foi realmente transformador. Espero em breve me organizar pra voltar a fazer umas aulas com ele.

MT – fale um pouco sobre o álbum. PF - Quando soube do concurso, fiz uma lista de argumentos engavetados e acabei escolhendo um deles meio que por acaso. Minha preocupação inicial era testar a história pra ver se ela rendia mais de 90 páginas, que era a exigência da editora. Então tentei explorar a idéia central num formato policial, com um ritmo mais cadenciado. Aparentemente deu certo. Mas apenas o formato é policial, quero dizer: a trama tem uma estrutura de investigação, mas não se trata de investigar nenhum crime e, sim, uma história sobrenaturalbizarra do passado.


Eu sempre gostei de um tipo de realismofantástico mais cerebral (Cortázar, J.L. Borges, Camilo José Cela, Juan Rulfo) e também das bizarrices ao estilo David Clowes, Muttareli, Suehiro Maruo etc. Então a coisa está seguindo por essa linha.

PF - Que história você quer contar e por que você quer contar essa história? PF - Acho que sempre existe mais de uma razão pra alguém se aventurar a contar uma história desse tipo, longa e trabalhosa. Não precisa ser uma razão moral, uma mensagem, uma denúncia etc. Se for, também não tenho nada contra, mas, para mim, o desafio narrativo, em si, já é um primeiro motivo. O desafio de editar e reeditar a trama várias vezes, pra ver como ela vai ficar no final. Eu sou do tipo que gosta muito de planejar a história até o fim, mas, ao mesmo tempo, acredito que as tramas que funcionam de verdade são aquelas que acabam saindo do controle. Outro motivo: poder mostrar aquela idéia que estava ali engavetada há algum tempo para outras pessoas, com opiniões e gostos variados. É claro que, se você trabalha em cima de uma idéia, você acredita, tem que acreditar, que ela é boa. Mas basta não ser muito psicó-

tico pra perceber que isso é só uma aposta, porque você só vai se saber mesmo se a bagaça funciona quando ela for exposta ao distinto público. Aí é que está: pra mim não há por que não querer contar uma história, uma vez que, engavetada, ela praticamente não existe.

PF - Plasticamente falando, como será a HQ? PF - Deve ser em P&B, talvez com uns duotones, mas certamente não será colorida. O desenho está um pouco menos caricato, se comparado com o que publiquei anteriormente, porque achei que a história pedia isso: se eu fosse distorcer muito a realidade, quando uma coisa sobrenatural acontecesse no meio da trama ela acabaria diluída na bizarrice geral. E o acabamento deve ser uma mistura de aguada com brushes digitais pra dar um clima meio sombrio, ainda que a HQ não seja de terror, nem de suspense. A diagramação das páginas está bem estável e regular, por que isso ajuda o leitor a focar no que está dentro do quadro, que é onde está o que interessa, enfim: a história. Uma página com uma dia-



gramação muito fora da grid pode ficar espetacular, mas acaba chamando a atenção para si, o que pode prejudicar o tempo da narrativa (a não ser que isso seja usado como um recurso narrativo). Isso é um pouco a escola do Christophe Blain, que eu acho um monstro, não só pelo controle do ritmo da história, como também pela capacidade sutil de fazer os personagens interpretarem o texto com veracidade.

PF – Como é a dinâmica de trabalho para a produção dessa HQ? PF - Um primeiro esboço do texto e do desenho eu sempre faço à mão. Não consigo começar nada direto no computador, mas também não consigo continuar o processo sem ele. Esse primeiro esboço do texto, por exemplo, vai parar logo no Indesign. E nesse momento eu já aproveito para diagramar e planejar cada quadro, em cima da grid que eu estava falando. A seguir, normalmente eu parto para os thumbnails, quando a composição dos quadros começa a aparecer pra valer. O desenho propriamente dito é uma fase posterior, em cima das páginas que já foram planejadas e replanejadas. Aí não tem muita regra: dependendo da complexidade eu faço à mão ou direto na tablet.

PF – O que você espera a partir do álbum? PF - Espero aproveitar essa oportunidade para desenvolver meu método de trabalho, que está sempre mudando. E, é claro, tomara que isso me leve a firmar uma espécie de parceria com a Barba Negra, que é uma editora cuja filosofia de trabalho me agrada bastante. Por exemplo, acho muito importante o cuidado que eles tem com a produção gráfica e com o acabamento dos livros que publicam.

Conheça mais do trabalho Plínio Fuentes em

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Glauco Guima @glaucoguima


Pietro Antognioni @Pietro_Ant

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Mรกrio Cau www.mariocau.com


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Wes Samp @oslevados

MaurĂ­cio Rett @mauriciorett

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