J E W E L L E R Y M A G A B R I L
1 7
06 PROJETO AORP
SHAPERS
Os Mestres do Oficío
09 E N T R E V I S TA
EUNICE NEVES
18 MERCADOS
EYE ON THE MARKET Um olhar sobre os principais destinos de exportação
Diretora do CINDOR
G O L D
A N D
D I A M O N D S
Rosarinho Cruz Leves, lúdicas e encantadoras - em ouro amarelo, diamantes e pedras preciosas - todas as suas peças contam histórias e têm uma identidade própria, um nome, carregadas de uma paixão clara por aquilo que diz “não ser vício nem trabalho, mas sim pura necessidade”.
E D I
T O R I A L
Ana Freitas, Presidente da AORP
“A J O A L H A R I A P O R T U G U E S A AFIRMA-SE PELA FORÇA D O C O L E T I V O .”
Chegamos ao final do primeiro trimestre com o passaporte da joalharia portuguesa carimbado de sucessos. Viajamos até Paris, Vicenza, Milão, Tóquio, Madrid, Munique, Hong Kong e Basileia, onde as nossas empresas deram a conhecer o melhor da produção nacional.
A joalharia portuguesa afirma-se pela força do coletivo. Juntos somos mais fortes e a nossa voz fala mais alto. Aplaudimos, por isso, a partilha e solidariedade das empresas na participação em feiras, evidenciando como o sucesso de todos é o sucesso de cada um.
Continuamos a bater recordes internacionais. Tivemos a maior representação portuguesa em Hong Kong e em Munique, onde a portuguesa Liliana Guerreiro conquistou o prémio para “Melhor Peça de Joalharia” do certame. Entramos num ciclo virtuoso, em que o crescimento da participação portuguesa desperta o interesse e reconhecimento dos mercados externos e isso, por sua vez, incentiva as empresas a investir nos seus processos de internacionalização.
Ao mesmo tempo que projetamos a joalharia portuguesa no mundo, prestamos a merecida homenagem à arte e aos artesãos. Os rostos e as mãos que dão forma às nossas joias. As histórias de quem, preservando a tradição, molda o futuro da joalharia portuguesa.
C ONC E Ç ÃO GRÁF I CA
F OTOGR A F I A CA P A
E D I T O RI A L
I M PRE S S ÃO
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02 TENDÊNCIAS
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07 01 Maria do Vale; 02 Atelier Rosarinho Cruz; 03 Sopro Jewellery; 04 Bruno da Rocha; 05 Galeiras; 06 Ana João Jewelry; 07 Mmutt
04 OURINDÚSTRIA
30 MAR / 02 ABR
Pa vi lhão Mult i u s o s d e Go n d om a r
Gondomar é, por excelência, o berço da ourivesaria portuguesa. Conhecida como a cidade “Coração de Ouro”, encerra o saber e talento de gerações dedicadas à arte. A Ourindústria é o evento de referência da região, servindo de montra de um setor que, preservando as técnicas artesanais, tem evoluído para se adaptar às novas tendências do mercado. O evento foi o palco escolhido pela AORP para lançar o projeto “Portuguese Jewellery – Shapers”, iniciativa criada para valorização da arte e dos artesãos de ourivesaria portuguesa. Os rostos e as técnicas que estão na origem de cada peça de joalharia portuguesa e a tornam tão única e autêntica. Outra das novidades foi o espaço “Portuguese Jewellery Newborn”, também promovido pela AORP, para dar a conhecer novos talentos da joalharia portuguesa. Jovens criadores que herdam a tradição, mas a renovam com abordagens contemporâneas e inovadoras.
15 EYE ON THE MARKET
06 SHAPERS
“OS ARTESÃOS, MESTRES NO OFÍCIO, TRANSFORMAM O OURO E A PRATA COM EXÍMIA TÉCNICA E DELICADEZA, MATERIALIZANDO Com uma história secular, a ourivesaria portuguesa é uma herança de sabedoria e talento, passada de geração em geração. Um património cultural e humano cravado em cada joia. Os artesãos, mestres no ofício, transformam o ouro e a prata com exímia técnica e delicadeza, materializando em cada peça um saber de gerações. Nas oficinas preservam-se as ferramentas tradicionais e os processos artesanais. Mas nem só de passado se escreve a ourivesaria portuguesa. Nas bancas fundem-se os conhecimentos de outrora com novos conceitos de design e novas tecnologias. Nas escolas transfere-se o conhecimento e a arte, para honrar o legado e rejuvenescer a tradição. Apresentamos os rostos e as mãos do ouro português, retratos de um setor em renovação e em crescimento. As histórias de quem faz as nossas joias. A paixão com que moldam o metal, a precisão com que executam cada técnica, a dedicação com que atentam cada detalhe.
EM CADA PEÇA UM SABER DE GERAÇÕES...”
07 SHAPERS
F. A . J OA L H E I R O S , L DA Manuel Ferreira e Joaquim Almeida conheceram-se há 30 anos no Curso de Ourivesaria do Cindor. Foram os melhores alunos da turma e sentiram desde logo uma sintonia que tornou lógica a decisão de se aliarem no negócio. Para além da amizade, une-os a mesma visão: concretizar a perfeição em forma de joias.
Joaquim Almeida tem 46 anos. Filho de ourives, o ouro corre-lhe nas veias e quando entrou no Cindor, confirmou a vocação. Sócio da F.A. Joalheiros, LDA somou ao talento da arte, a visão de negócio. Com ambição e perseverança soube ler o mercado e adaptar-se às novas dinâmicas. Criou uma relação de confiança e amizade com os seus colaboradores e aí reside o segredo do sucesso.
SERAFIM FERREIRA D E S O U S A E F I L H O , L DA Nas mãos de Serafim Ferreira de Sousa, enrugadas pelos anos e pela técnica, lêem-se 82 anos de uma vida dedicada à ourivesaria. Trata as peças com um carinho paternal, cravando em cada joia as memórias e os valores que distinguem a sua arte. Partilha a oficina com o seu filho, herdeiro da sua sabedoria e talento.
Com 82 anos, Serafim representa o arquétipo do artesão português. Nas suas mãos vemos a dureza da técnica e nos seus olhos a sensibilidade da arte. Natural de Gondomar, berço da ourivesaria nacional, iniciou-se na arte muito jovem e a ela dedicou a sua vida. Aprendeu com os mestres, mas foi sozinho, à banca, que aperfeiçoou o engenho. Dos seus três filhos, um seguiu-lhe o exemplo e, à medida que lhe ensina tudo o que sabe, aprende com ele também.
JORGE FERNANDO F E R R E I R A DA S I LVA
Jorge Fernando Ferreira da Silva é a terceira geração de uma família dedicada à arte da ourivesaria. O seu avô e o seu pai foram mestres na conceção de bolsas de senhora em malha de prata. Quando assumiu a empresa já este acessório estava em desuso, mas honra o legado através da criação de joias elegantes e delicadas, que enaltecem a beleza feminina.
Com 23 anos, José Elói carrega no apelido o nome do Santo que apadrinha o setor. Filho de uma família de ourives a quem a crise económica cessou o negócio, decidiu traçar o seu próprio caminho. Formou-se em Joalharia e Cravação no Cindor e após um estágio cumprido com distinção, conquistou o seu lugar na oficina de Jorge Fernando Ferreira da Silva. Ainda durante a formação, venceu o Campeonato Nacional das Profissões e foi representar Portugal ao Brasil. Sonha um dia abrir a sua própria oficina, mas por enquanto quer continuar a aprender com os seus mestres.
08 SHAPERS
A M AG A Amag nasceu de uma história de amor. Entre Silvina e Paulo Gama e de ambos com a ourivesaria. E essa paixão funde-se com o metal, que dá origem às suas joias. Paulo é o autor das peças e Silvina a sua musa inspiradora. As coleções são desenhadas à sua imagem: joias com personalidade forte e uma estética muito própria que não se entrega à ditadura das tendências.
Paulo Gama tem 49 anos e mais de 30 são dedicados à ourivesaria. Começa na oficina de um familiar, onde ganha o gosto pela arte. Depois lança-se por conta própria, produzindo para outras marcas. Aperfeiçoa a técnica, mas também a paixão pela criação, o que o incentiva a firmar a sua própria assinatura. A AMAG, leitura inversa do seu apelido, permite-lhe a liberdade para expressar a sua visão e desenvolver a sua arte.
FERNANDO MARTINS PEREIRA E C O M PA N H I A L DA A Fernando Martins Pereira é uma das mais antigas oficinas de ourivesaria do país. Foi fundada em 1914, ano em que na Europa desencadeava a primeira Grande Guerra. Entrar nesta oficina é revisitar a história da ourivesaria portuguesa. Um verdadeiro museu da arte, que guarda uma coleção exclusiva de cunhos e um extraordinário acervo de coleções, compiladas pelo tempo.
Pedro Pereira é filho de Mário Martins Pereira. Desde pequeno, passava as férias de verão na fábrica do pai observando o seu ofício. Era a sua segunda escola e o pai o seu melhor professor. Quando começou a trabalhar na empresa, repartiu com ele as duras tarefas de ourives: desde a fundição dos metais à estampagem dos cunhos, técnica distintiva da empresa. Era com eles que tudo começava a ganhar forma. Hoje em dia honra o legado do pai, mantendo os processos artesanais que lhe ensinou e a paixão que sempre lhe incutiu.
JOICASTROS OURIVES E JOALHEIRO, LDA A Joicastros é um projeto de dois irmãos, com personalidades opostas que se complementam. O velho princípio do Yin Yang, em que as forças inversas encontram na união a energia da criação. José António representa o lado racional do negócio, Mário, o lado artístico. Na altura de desenvolver novas peças, confrontam o sonho com realismo, até encontrarem no equilíbrio perfeito.
Mário Castro, de 44 anos, é um criativo por natureza. Vê no metal uma tela ao serviço da sua imaginação. Encontrou na modelação a cera a liberdade para criar e descobrir novos caminhos para a arte. Não consegue explicar a forma instintiva como chega aos resultados que pretende. Chama-lhe dom. Porque nem sempre o instinto domina o processo, às vezes o resultado nasce de um erro que se torna solução.
CO N C E I Ç ÃO N E V E S Conceição Neves é um dos rostos da filigrana portuguesa, não só pela mestria com que domina a técnica, mas também pela forma como tem contribuído para a defesa e valorização da arte. Na sua oficina dá forma a coleções próprias, mas também de outras marcas, que nela confiam a minuciosa tarefa. Respeitando a tradição, renova a técnica com desenhos e formas contemporâneas, projetando-a para o futuro.
Filha de uma prendada “enchedeira”, como são conhecidas as artesãs de filigrana, Conceição costuma dizer que já fazia filigrana quando estava na barriga da mãe. Apesar de ter ensaiado a técnica toda a sua vida, apenas se dedica profissionalmente à arte a partir de 2008, após ter concluído a formação no Cindor. Em 2010, torna-se ela própria formadora, com o objetivo de incutir a paixão pela filigrana nas novas gerações. É atualmente formadora no Cindor, Contacto de Autor e Alquimia-lab.
09 ENTREVISTA
EUNICE NEVES Diretora do CINDOR
Fundado em 1984, através de um protocolo celebrado entre o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e a AORP, na altura ainda AIORN, o CINDOR – Centro de Formação Profissional da Indústria de Ourivesaria e Relojoaria permanece hoje como o único centro de formação do país especificamente instituído para o setor da ourivesaria, joalharia e relojoaria. Em entrevista à AORP, Eunice Neves, diretora do centro, conta-nos o que está a mudar na estratégia do CINDOR e de que forma este tem assumido um papel ativo no desenvolvimento do setor da ourivesaria em Portugal.
10 ENTREVISTA
Em 2016, o CINDOR registou o melhor ano de sempre da sua história. Quais foram as principais conquistas?
O setor da ourivesaria tem evoluído rapidamente nos últimos anos, como se estão a adaptar às novas dinâmicas do setor?
Desde logo, a grande conquista foi o aumento significativo do número de formandos e do número de horas de formação ministradas, ultrapassando largamente aquelas que eram as metas previstas para esse ano. No total, recebemos 5.000 formandos e promovemos mais de 450 mil horas de formação.
O CINDOR tem tido uma grande preocupação em perceber e antecipar as necessidades do setor. Queremos continuar naturalmente a apostar na formação de qualidade ao nível do trabalho técnico, “de banca”, que é e será sempre muito necessário, mas também diversificar a nossa oferta formativa, indo ao encontro de outras necessidades atuais e que estão na base do sucesso das empresas, como a formação em competências de gestão, marketing, fotografia ou vitrinismo, por exemplo. Um dos exemplos dessa adaptação foi a resposta pronta ao crescente interesse em torno da filigrana, a qual que tem gerado imensa procura, tanto a nível de empresas como de formados. Mal percecionou essa nova dinâmica, o CINDOR lançou cursos de técnicas de filigrana contemporânea e de especialização em filigrana, tendo inclusive constituído uma bolsa de técnicos/as de enchimento de filigrana que vem colmatar a crescente escassez das tradicionais “enchedeiras”, e que foi já disponibilizada à C. M. Gondomar, uma das entidades que tem impulsionado essa área da ourivesaria. O segredo tem sido, pois, responder rápida e eficazmente às novas necessidades e antecipar as mudanças sempre que possível.
Que fatores estão na base destes resultados positivos? Desde que assumi a direção, em 2014, e em consonância com os objetivos do Conselho de Administração, o nosso propósito foi colocar o CINDOR na moda, tendo sido esse o chavão norteador a que nos propusemos. O objetivo era duplo: colocar o CINDOR na moda do ponto de vista de nos enquadrarmos no atual paradigma do setor da ourivesaria – mais próximos dos conceitos de moda, design e criatividade; mas também o de nos assumirmos como centro cada vez mais atrativo junto dos potenciais formandos. Nesse sentido, apostámos numa oferta formativa diferenciadora e inovadora, capaz de atrair novos formandos e de corresponder às necessidades do setor. Todo este trabalho resultou numa procura acrescida dos nossos cursos. 2015 já tinha sido o melhor ano de sempre e voltamos a superar os resultados em 2016. Quais são as principais metas para este ano? Em 2017 queremos aprofundar ainda mais a relação com as empresas. Estamos convictos que nos últimos anos temos conseguido dar mais músculo ao setor, sob o ponto de vista da capacitação e da formação dos seus recursos humanos. E consideramos essencial interagir ainda mais com as empresas, garantindo que estamos a interpretar bem aquelas que são as suas necessidades e a corresponder às suas expectativas.
E de que forma o CINDOR pode ser também potenciador desse desenvolvimento? Esse é um dos grandes desafios dos últimos anos. O nosso objetivo é sermos capazes de nos posicionarmos na vanguarda, de analisarmos o mercado e identificarmos capacidades por parte dos recursos humanos, que antecipamos que vão ser necessárias. A cravação com ajuda ótica é um bom exemplo, uma tendência de mercado, que o CINDOR antecipou, equipando-se com tecnologia necessária e preparando formação consentânea. Também temos identificados áreas de formação estratégicas ao desenvolvimento do setor e à capacitação das empresas e dos seus recursos humanos, como empreendedorismo e internacionalização. Como é que as novas gerações vêm o setor da ourivesaria?
“ D E S D E Q U E A S S U M I A D I R E Ç ÃO , EM 2014, E EM CONSONÂNCIA C O M O S O B J E T I VO S D O C O N S E L H O D E A D M I N I S T R AÇ ÃO , O N O S S O P R O P Ó S I T O F O I C O LO C A R O C I N D O R N A M O DA , T E N D O S I D O E S S E O C H AVÃO N O R T E AD O R A Q U E N O S P R O P U S E M O S .”
Definitivamente, o setor da ourivesaria está na moda e isso torna-o atrativo para as novas gerações. Temos sentido uma elevada procura de jovens de norte a sul do país e ilhas. E, acima de tudo, percebemos que são jovens muito focados, com níveis de motivação muito elevados. Paralelamente, verificamos que o setor se está a tornar atrativo para um leque alargado de perfis. Temos formandos que vêm de várias áreas diferentes, sejam as mais próximas das artes, sejam outras mais diversificadas, desde a psicologia até às engenharias, e que vêm para cá para encontrar novos caminhos profissionais na área da ourivesaria. E esta espiral de atração é, sem dúvida, muito importante para o setor.
11 ENTREVISTA
De que forma têm procurado atrair formandos, nomeadamente os mais jovens? De 2014 para cá foi feita uma aposta muito grande na divulgação do centro. Sentimos que durante alguns anos estivemos porventura demasiadamente fechados e que era necessário promover uma maior interatividade, tanto sob o ponto de vista institucional como de abertura com a comunidade. Considerando os níveis de procura que hoje se registam, é possível dizer que esta foi claramente uma aposta ganha. Conseguimos comunicar muito melhor o centro e isso, só por si, foi suficiente para atrair mais formandos e sobretudo os mais jovens. Por outro lado, procedemos à reformulação e atualização dos conteúdos programáticos, com maior enfoque nas áreas do design, o que tem contribuído também para uma maior atratividade junto dos jovens. E a nível de formação contínua de profissionais? Estão abertos a formação? Como os têm conseguido atrair? Este também é um dos nossos desafios. Estamos a colmatá-lo de duas formas. Por um lado, através de uma aproximação às empresas para um levantamento das necessidades de formação e sensibilização para a importância da qualificação dos seus recursos humanos. E por outro, através do nosso Centro Qualifica, que permite o reconhecimento e validação de saberes e competências adquiridas ao longo da vida. Como é que o CINDOR coordena a ligação entre a formação e a inserção profissional? Nos cursos de ourivesaria e muito especificamente nos cursos para jovens, a empregabilidade tem sido altíssima. No último curso de ourivesaria todos os formandos, com exceção de um por motivos de saúde, foram imediatamente integrados em empresas. É importante referir que os cursos de formação para jovens têm uma lógica de formação em alternância, ou seja, formação ministrada no CINDOR, que inclui as componentes sociocultural, científica e tecnológica, e formação prática em contexto de trabalho, que pressupõe uma parceria com as empresas e em que estas assumem também a responsabilidade no acompanhamento dos formandos e na sua preparação, potenciando claramente a empregabilidade. Com isto, estamos a rejuvenescer o setor da ourivesaria, que padeceu durante algum tempo do envelhecimento dos seus recursos humanos e que agora consegue ganhar aqui uma dinâmica diferente por via da inserção destes jovens. E em relação à formação em contexto empresarial, que soluções facultam às empresas? Para além da possibilidade que os empresários têm de utilizar os mecanismos da formação modular financiada, que não tem quaisquer custos para os participantes nem para as empresas, existe a possibilidade de desenvolvermos formação à medida das empresas. Trata-se de uma formação não financiada, mas com elevado retorno, uma vez que é desenhada especificamente para as necessidades de cada empresa e por isso altamente eficaz. O CINDOR presta tam-
“ É I M P O R TA N T E R E F E R I R Q U E O S C U R S O S D E F O R M AÇ ÃO PA R A J OV E N S T Ê M U M A LÓ G I C A D E F O R M AÇ ÃO E M A LT E R N Â N C I A , O U S E J A , F O R M AÇ ÃO NO CINDOR, QUE INCLUI TRÊS DIMENS Õ E S ( S O C I O C U LT U R A L , C I E N T Í F I C A E T E C N O LÓ G I C A ) . . .”
bém serviços diretos às empresas, como a prototipagem ou a soldadura a laser, serviços reconhecidamente prestados com grande qualidade e que servem como veículo de aproximação entre o centro e as empresas. Como é que têm potenciado o empreendedorismo e a criação de emprego? Os cursos passaram a incluir, nos últimos anos, módulos específicos de apoio ao empreendedorismo. Os jovens têm agora módulos como “Perfil do Empreendedor” ou “Plano de Negócios”, que lhes permite perceber como trilhar a via do autoemprego. E esta é uma mais valia importante para o seu percurso. Simultaneamente, estamos a trabalhar na criação de um “Future Jewellery Lab”, com o objetivo de permitir aos formandos que após o seu percurso formativo possam utilizar as nossas instalações para aperfeiçoar competências, com uma lógica de mentoria especializada por parte dos nossos formadores. Acaba de ser renomeada para o cargo, quais os principais objetivos pessoais para o próximo mandato? Passadas algumas fases de afirmação do CINDOR a nível regional e nacional, queremos continuar a apostar na notoriedade do centro e na diversificação geográfica da sua atuação. Através de uma sala móvel, temos desenvolvido projetos de formação em diferentes concelhos, em parceria com as respetivas entidades locais. Por outro lado, queremos apostar na cooperação internacional. Temos tido vários contatos com parceiros de outros países, com vista a lançar mecanismos de cooperação, através do programa Erasmus+ ou em parceria direta com outras escolas e centros de formação, apoiando o intercâmbio dos nossos jovens. E, por fim, queremos aprofundar a ligação e parceria com as empresas. Queremos que as empresas percebam que o Centro está muito disponível para as apoiar, para as ouvir e que conheçam este novo CINDOR, determinado a consolidar o setor numa fase de mudança, em que o posicionamento ao nível dos recursos humanos é determinante.
12 FEIRAS INTERNACIONAIS
F E I R A S I N T E R N A C I O N A I S
“NO CALENDÁRIO DA JOALHARIA PORTUGUESA CONSTA JÁ UMA PREENCHIDA AGENDA DE EVENTOS INTERNACIONAIS...”
No calendário da joalharia portuguesa consta já uma preenchida agenda de eventos internacionais, com passagens por oito destinos estratégicos no mapa das exportações nacionais: Paris (França), Vicenza (Itália), Milão (Itália), Tóquio (Japão), Madrid (Espanha), Munique (Alemanha), Hong Kong e Basileia (Suíça). O ano arrancou com a participação na Bijorhca Paris, edição marcada pelo destaque concedido às marcas portuguesas na imagem de promoção do evento, onde constavam peças de dois criadores nacionais, Ana João e Bruno da Rocha. Este é um evento estratégico para as empresas portuguesas, já que França continua a ser o principal destino das exportações nacionais. Nesta edição estiveram presentes 10 marcas nacionais. Seis empresas em espaço próprio - Astorga, Bruno da Rocha, Coquine, Elza Pereira, Galeiras e Inês Telles e mais quatro criadores integrados no espaço Portuguese Jewellery Newborn, promovido pela AORP - Ana João, Cecília Ribeiro, Lia Gonçalves e Mater Jewellery Tales. Seguiram-se dois eventos de referência em Itália, mercado com forte ligação à moda e ao luxo. A Styliano Jewellery, uma das marcas portuguesas com maior vocação exportadora, voltou a marcar presença na VicenzaOro, evento que aconteceu em simultâneo com a Semana de Moda de Milão.
Ana João Jewelry
Liliana Guerreiro Colar Elementos - Prémio Inhorgenta
Bruno da Rocha e Elza Pereira rumaram a Milão para participar na Homi, The Lifestyle Show, entre 27 e 30 de janeiro. Bruno da Rocha integrou o espaço “I Maestri di Gioiello” (“Os Mestres da Joalharia”), com criações exclusivas de designers internacionais.
Soarijóia
De Itália, viajamos para Tóquio, onde a Eleuterio Jewels deu a conhecer a sua versão contemporânea de filigrana portuguesa na International Jewellery Tokyo (IJT). Voltamos à Europa, desta vez ao país vizinho para a MadridJoya, Salão Internacional de Joalharia e Relojoaria Urbanas e de Tendência. Esta foi a aposta da Celsus, marca nacional de relógios, de Elza Pereira e Goris. A Inhorgenta Munique marcou outro momento de afirmação internacional da joalharia portuguesa. Styliano Jewellery
13 FEIRAS INTERNACIONAIS
“A TRAJETÓRIA DE SUCESSO CONTINUOU EM HONG KONG, ONDE A JOALHARIA PORTUGUESA VOLTOU A BATER RECORDE DE PARTICIPAÇÃO.”
A par de ter sido a maior participação nacional dos últimos cinco anos, Liliana Guerreiro, uma das criadoras portuguesas presentes no evento, conquistou o prémio de “Melhor Peça de Joalharia” do certame. No total, estiveram representadas oito marcas nacionais no principal evento do setor da Alemanha: Ana João, Carla Faro Barros, Mater Jewellery Tales e MMUTT, integradas no Espaço Portuguese Jewellery Newborn e mais quatro marcas nacionais - Astorga Jewels, Inês Telles Jewelry, Liliana Guerreiro e Nevacril.
Bruno da Rocha
presentes seis marcas: Bruno da Rocha, David Rosas, Galeiras, Marco Cruz Joalheiro, Soarijoia e Styliano Jewellery. Por último, a joalharia portuguesa marcou presença naquele que é considerado o mais conceituado evento de joalharia do Mundo, Baselworld. O evento inaugurou uma nova área dedicada a marcas de joalharia contemporânea, a Design Lab, onde estiveram presentes Liliana Guerreiro, Galeiras e a Carlton Jewellery. Luísa Rosas apostou na área Arcade Plus, partilhando o palco com algumas das mais ilustres marcas de joalharia internacionais.
A trajetória de sucesso continuou em Hong Kong, onde a joalharia portuguesa voltou a bater recorde de participação. No pavilhão “Portugal”, área recentemente criada na sequência do crescimento da representação nacional na feira, estiveram
Luísa Rosas
Carlton Jewellery
Galeiras
14 INTERNACIONALIZAÇÃO
INTERNACIONA LIZAÇÃO No início de 2008, a ourivesaria confrontava-se com um panorama económico incerto, fruto de um contexto em constante mudança atravessado por profundas mutações económicas, societárias e tecnológicas. Ocorreu um abrandamento em termos de atividade, com um decréscimo no número de empresas e no volume de vendas devido a diversos fatores: grande dependência do setor face ao cenário de crise nacional; grande concorrência internacional; mudança de mentalidades sentida pela sociedade portuguesa; dificuldade sentida pela maioria das empresas em adaptar os seus produtos à moda atual, além da impossibilidade de alcançar novos mercados e novos patamares de excelência; fraco conhecimento e abertura internacionais; e dificuldade de cooperação inter-setorial).
Mas, este foi também o momento para a AORP Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal, naquele momento ainda AIORN - Associação de Industriais de Ourivesaria e Relojoaria do Norte, de lançar uma muito inovadora visão estratégica para a ourivesaria. A passagem de associação regional para nacional e a saída de uma certa apatia perante a conjuntura, marcam um momento de transição importante. A nova visão é a de um setor mais aberto, qualificado e internacional, de forma a potenciar a adaptação a um mundo cada vez mais interconectado e “plano”. Esta estratégia que ainda não tem 10 anos está a dar os seus frutos, a ourivesaria está a sair de uma situação de imobilismo e isolamento na qual vivia no virar do século e a experimentar um movimento inexorável de evolução, abertura internacional e aproximação ao mainstreaming da moda. Há cada vez mais empresas com processos de internacionalização e um rácio de novas empresas a aumentar. A internacionalização, no início de 2017 é já uma opção prioritária para as empresas de ourivesaria em Portugal.
Progressivamente, a ourivesaria de Portugal tem vindo assumir uma visão mais proativa perante a internacionalização. Arrancou para a nova dinâmica com o seguimento da balança comercial e o estudo de mercados internacionais, tendo sido os primeiros dados publicados em 2011. O ano 2012 foi alvo do lançamento da marca e campanha internacional da ourivesaria portuguesa Portuguese Jewellery – Shaped with Love desenvolvendo progressivamente uma presença regular no território europeu, principalmente Espanha (feiras Iberjoya de Madrid e Joya em Barcelona), França (Bijorhca de Paris), Alemanha (Feira Inhorgenta de Munique), Reino Unido (feira International Jewellery London de Londres) e Polónia (Feira Jubinale de Cracóvia). O objetivo é ir incluindo gradualmente mercados mais longínquos sempre numa lógica inicial de
prospeção, seguida pela promoção coletiva com a umbrella da Portuguese Jewellery.
Nestes primeiros anos a ourivesaria nacional apresentou um saldo internacional negativo. Em 2005, por cada dólar importado Portugal exportou 0,24 dólares. O valor de 2016 foi de por cada dólar importado, 1,31 dólares exportados. Relativamente ao período coberto pelos estudos da AORP, em 2004 as exportações denominadas produtivas iniciam-se em 19,7 milhões, alcançando os 40,8 milhões de dólares em finais de 2015. E 43,3 milhões em 2016. Outro apartado, a denominada Fashion Jewellery, conseguiu valores de 24,6 milhões em 2015 e 27,67 milhões para 2016. O que significa um volume total de produtos manufaturados de ourivesaria de 65,5 milhões em 2015 e de 70,96 milhões em 2016.
No cabaz de produtos existe uma maior representação dos intercâmbios relativos aos produtos enquadrados nos “Artefactos de Joalharia, de Ourivesaria e Outras Obras: e suas partes, de metais preciosos ou de metais folheados ou chapeados de metais preciosos” (7113), que mostram boas performances durante todo o período estudado, correspondendo a 12,5 milhões exportados em 2004 até aos quase 35,5 milhões em 2016. As vendas internacionais de produtos enquadrados nestas atividades representavam, em 2004, 63,7% das vendas totais, e 81,9% em 2015. Neste ranking, todas as categorias de produtos, transformados/ manufaturados e não transformados, apresentam uma visível e contundente melhoria.
”Progressivamente a ourivesaria de Portugal tem vindo assumir uma visão mais proativa perante a internacionalização. Arrancou para a nova dinâmica com o seguimento da balança comercial e o estudo de mercados internacionais, tendo sido os primeiros dados publicados em 2011.” Também a evolução dos mercados confirma a dinâmica de renovação e abertura incutida no setor nestes últimos anos de intervenções e apoio dos fundos estruturais. Cada vez são mais os operadores nacionais com atividade no internacional registando-se uma intensificação nos processos de internacionalização e um incremento nas exportações. Boa prova disso é dada pela percentagem de novos exportadores que integrou o primeiro projeto conjunto: 39 sobre 25 empresas, no projeto atual a relação é de 24 sobre 35!
15 INTERNACIONALIZAÇÃO
Também registamos uma tendência fortemente favorável, a da gradual desconcentração quanto ao destino das vendas e o alargamento da lista de países destino. A concentração de vendas nos 5 primeiros países do ranking era de 86% em 2014 e de 81,1% em 2015. Os valores nos primeiros anos de dois mil eram de mais de 90%. É significativa uma progressiva e segura desconcentração geográfica das exportações. Dentro do ranking dos 5 principais países encontramos alguns dos mercados que são considerados como tradicionais, nomeadamente França, Espanha, Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido, que ocupam a 1ª, 2ª, 4ª, 7ª e 11ª posição no ranking de 2016. São em geral países da órbita europeia, que reúnem características de proximidade geográfica e acumulação de ações de promoção. Entre 2014 e 2015 registaram incrementos interessantes, ou pequenos decréscimos. No grupo entrava, até o último ano, a Angola, mas pelas condições económicas e financeiras neste momento não é considerado. Este grupo de países é englobado num eixo determinado de ações denominado “Mercados Tradicionais”. O objetivo no projeto é fortalecer a posição competitiva e a cobertura de mercado para as empresas participantes. Na lista de mercados destino das exportações ainda aparecem outros países tais como Bélgica (5º), Suíça (6º), Itália (9º), Holanda (10º), que são países que se mantem estáveis nos valores reais das vendas. Três deles vão ser objeto de missões, Holanda, Suíça e Itália, países onde são organizadas algumas das principais feiras de ourivesaria, a Baselworld e a Vicenza Oro, são de relativa importância estratégica como mercado, mas sobretudo como plataformas de abrangência global para as transações comerciais de ourivesaria. A Bélgica não tem eventos de ourivesaria importantes, mas encontra-se coberta pela proximidade e projeção das feiras da França, nomeadamente a Bijorhca, e pela SIERAAD dos Países Baixos (integrado como novo destino).
“É significativa uma progressiva e segura desconcentração geográfica das exportações.”
“O ano 2015 foi o do lançamento da primeira iniciativa conjunta para a internacionalização da ourivesaria em Portugal 2015-2016, o Portuguese Jewellery Runs Global. O programa supôs uma reviravolta fundamental para a ourivesaria.”
Dentro dos mercados mais promissores e que registam incrementos auspiciosos das exportações encontramos o de Hong Kong/China, que passou da posição 17 para 16 em 2015, e onde as últimas ações desenvolvidas pelo primeiro projeto conjunto verificaram um importante potencial de crescimento. Também o Japão, que já mereceu um capítulo mais importante de vendas, em 2013 e 2014, e que tem decrescido devido à inexistência de ações. Do grupo de mercados visados pelo projeto como novos cenários para a promoção constam na Europa a Dinamarca e a Suécia, no Extremo Oriente Singapura, na América Latina o Panamá e a Colômbia e ainda a Austrália. Só figuram com pequenos volumes no mapa das exportações por ordem de importância Colômbia, Singapura, e Austrália. Os países do grupo do Extremo Oriente e da América Latina apresentam em geral, nas previsões setoriais, boas perspetivas de crescimento. Os países nórdicos podem ser uma boa alternativa de proximidade para desconcentrar progressivamente e aumentar as vendas na Europa. Em termos de ações, as primeiras iniciativas foram destinadas ao conhecimento do mercado. Em 2012 foi lançada a marca da ourivesaria portuguesa no internacional “Portuguese Jewellery Shaped with Love” e iniciado um programa de eventos de promoção coletiva nos principais mercados destino (França, Alemanha, Espanha). Gradualmente foi-se alargando a abrangência das ações de prospeção e da campanha coletiva para mercados não tradicionais tais como a Polónia.
08 > 11 SEPT
2017 PARIS - PORTE DE VERSAILLES - PAV. 5
17 INTERNACIONALIZAÇÃO
Ou ainda outros mercados mais longínquos e com potencial tais como a Austrália, a Holanda, o Reino Unido e os Estados Unidos. Tudo isto executado com recurso ao apoio do SIAC – Sistema de Apoio às Ações Coletivas. Este percurso permitiu ganhar o interesse das PME que no início sentiam desconfiança e falta de meios. Graças a estas práticas coletivas e ao acompanhamento qualificado pela AORP as PME têm conseguido ultrapassar os receios iniciais e integrar melhor a opção da internacionalização nas práticas empresariais correntes. O ano 2015 foi o do lançamento da primeira iniciativa conjunta para a internacionalização da ourivesaria em Portugal 2015-2016, o Portuguese Jewellery Runs Global. O programa supôs uma reviravolta fundamental para a ourivesaria. Englobou 21 ações, em 5 mercados tradicionais (Alemanha, Espanha, França, Polónia e Reino Unido) e 6 não tradicionais (Brasil, Colômbia, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Hong Kong, Itália), o que desencadeou a participação em 8 Feiras internacionais (Inhorgenta, em Munique (Alemanha); Bijorhca, em Paris (França); JCK Las Vegas, em Las Vegas (Estados Unidos); Jubinale, em Cracóvia (Polónia); Hong Kong Jewellery & Gem Fair, em Hong Kong (Hong Kong); International Jewellery London, em Londres (Reino Unido); MadridJoya, em Madrid (Espanha) e Vicenza Oro em Vicenza (Itália).
“A sensação neste início de 2017 é positiva, tornando-se patente em termos de adesão de empresas ao novo projeto conjunto, o 560 JEWELLERY: MADE (AND DESIGN) IN PORTUGAL, do aumento das exportações e de exposição mediática.” OS EFEITOS, PARA ALÉM DOS NÚMEROS, FORAM:
- Para a fileira no seu conjunto: um melhor conhecimento do mercado global da ourivesaria; a exploração otimizada da marca coletiva internacional Portuguese Jewellery – Shaped with Love com efeitos a nível internacional, e também nacional; um progressivo reequilíbrio das contas do setor e das empresas; e um sentimento de movimento e competitividade mais generalizado; - Para as empresas participantes: um incremento das exportações; a qualificação em marketing, comunicação e NTIC numa perspetiva internacional; uma maior propensão para a cultura de grupo e para a partilha, assim como o arranque de um processo intenso de aprendizagem (mercados, práticas empresariais, modelos de negócios,...). A sensação neste início de 2017 é positiva, tornando-se patente em termos de adesão de empresas ao novo projeto conjunto, o 560 JEWELLERY: MADE (AND DESIGN) IN PORTUGAL, do aumento das exportações e de exposição mediática.
FEIRAS 2017 JCK - LAS VEGAS
JUBINALE - CRACÓVIA
NEWNORDIC SHOW - COPENHAGA
05.06.2017 a 08.06.2017
08.06.2017 a 10.06.2017
25.08.2017 a 27.08.2017
IJL - LONDRES
PRECIOUS – ESTOCOLMO
BIJORHCA - PARIS
03.09.2017 a 05.09.2017
08.09.2017 a 10.09.2017
08.09.2017 a 11.09.2017
HKTDC - HONG KONG
MADRIDJOYA - MADRID
VICENZAORO - VICENZA
13.09.2017 a 17.09.2017
20.09.2017 a 24.09.2017
23.09.2017 a 27.09.2017
18 EYE ON THE MARKET
E YE ON TH E MA RK E T é a nova rubrica da AORP: um olhar sobre os mercados estratégicos para a joalharia portuguesa, com informação prática e conselhos úteis para a abordagem a cada país.
“Os testemunhos das experiências prévias evidenciam a pertinência de alternar no calendário eventos pequenos e de participação fácil, ou até a simples missão comercial, com os de maior dimensão...”
FRANÇA França é atualmente o principal destino das exportações portuguesas, representando 34,5% do volume total. A AORP tem acompanhado as empresas portuguesas na sua abordagem ao mercado, através do maior evento profissional do setor, a Bijorhca Paris. Com duas edições ao ano (Janeiro e Setembro), este é o evento que reúne a maior comitiva portuguesa em feiras internacionais, sendo um ponto de contacto com compradores europeus, mas também de outras regiões do globo. Trata-se de um evento altamente estratégico para as nossas empresas por três razões: - Dimensão: pavilhão único, a vista alcança todo o espaço; - Organização: distribuição de zonas por tipologias, stands pequenos e abertos, muitos espaços comuns de promoção; - Notoriedade: conseguida pelo Made in Portugal fruto de mais de 5 anos de presença constante do Portuguese Jewellery e de empresas sob a sua alçada.
Por estes motivos, na Bijorhca é simples encontrar o espaço ajustado para cada empresa/ marca e é fácil conectar-se com o mercado. Porém a conversão do contato em transação, até à fidelização, requer geralmente uma estratégia de mais longo prazo, com gestões posteriores e um calendário internacional adequado às expectativas e capacidades empresariais. Os testemunhos das experiências prévias evidenciam a pertinência de alternar no calendário eventos pequenos e de participação fácil, ou até a simples missão comercial, com os de maior dimensão – pela proximidade europeia e de calendário a VicenzaOro é uma excelente opção que algumas empresas utilizam e que está contida no “560 Jewellery”, projeto conjunto da ourivesaria em Portugal, liderado pela AORP. Na Bijorhca angariam-se os contactos no início do ano, e nas edições da Vicenza Oro conquista-se a credibilidade.
19 EYE ON THE MARKET
ITÁLIA Com uma forte ligação à moda e ao luxo, Itália é um dos destinos identificados como estratégicos para a internacionalização da joalharia portuguesa. O principal evento do setor é a VicenzaOro, cuja participação confere fiabilidade e credibilidade, tanto a expositores como visitantes. Organizada no Norte de Itália, epicentro da indústria, tem várias edições anuais, e está na origem e na base de um potente sistema manufatureiro regional. É referência e ponto de encontro para todas as categorias de agentes setoriais. Participar na feira confere credibilidade e favorece o contacto pragmático com todas as formas de inovação para o setor. A edição de janeiro desenvolve-se em seis grandes pavilhões, incluindo uma área dedicada à tecnologia e maquinaria. Reúne o maior compêndio de novidades e aplicações tecnológicas para a ourivesaria, reflexo do potente ecossistema local. Dessa forma, incentiva a descoberta, promove o contacto com soluções comprovadas e comerciais e privilegia uma procura orientada e dinâmica. Além disso, apresenta, pela elevada concentração de expositores e visitantes, um enorme potencial de negócio.
“Os resultados desta primeira edição do ano, dos dois eventos, apesar de ser a menos frequentada por visitantes e expositores, evidencia a tendência para a recuperação, com um mercado com mais oportunidades.”
ESPANHA
Sobre o 560 Jewellery O “560 Jewellery” é o projeto conjunto da ourivesaria em Portugal, liderado pela AORP. Com vigência entre 2017 e 2018 visa impulsionar o acesso de empresas e marcas ao mercado global e incitar o aumento das exportações nacionais. Este projeto consta de um calendário de eventos de promoção que abrange os acontecimentos mais importantes da ourivesaria a nível mundial. Aberto à participação das empresas nacionais, nele cada uma cria o seu itinerário individual podendo tomar parte de um ou vários eventos. Contacte a AORP para mais informações sobre o projeto e conheça as oportunidades de internacionalização para a sua empresa.
Espanha é o segundo principal mercado para a joalharia portuguesa, representando 23, 2% do total das vendas. Nos últimos anos, as exportações para o país vizinho aumentaram 32%, um dinamismo ímpar no mapa da internacionalização. A MadridJoya - Salão Internacional de Joalharia e Relojoaria Urbanas e de Tendências acontece em simultâneo com a Bijutex, marketplace para os produtos de bijutaria e complementos. Esta organização conjunta materializa a especificidade espanhola regulamentar uma vez que os produtos de ourivesaria em prata podem ser comercializados em qualquer estabelecimento comercial, sejam ourivesarias, lojas de bijuteria, roupa, decoração, entre outros. Este dado é determinante pois facilita e abre o leque de potenciais contactos e vendas em Espanha. Os resultados desta primeira edição do ano, dos dois eventos, apesar de ser a menos frequentada por visitantes e expositores, evidencia a tendência para a recuperação, com um mercado com mais oportunidades. Qualquer um dos eventos é facilmente acessível. O cuidado com a imagem da marca e a comunicação em espanhol, bem como a consistência no acesso, são bem apreciados pelo mercado.
20 ASSOCIADOS
M I M ATA Com a assinatura de Joana Mieiro, Mimata estabelece a dialética entre o instinto racional de construir e desconstruir geometrias e o impulso emocional conduzido pelo desejo e pelo sonho. A estética contemporânea nascida de uma base clássica dá forma a joias minimais e sofisticadas, que oscilam entre as várias dimensões da complexidade humana. Formada em Design pela Universidade de Aveiro passando pela pós-graduação em Design de Joalharia pela Universidade Católica do Porto, Joana Mieiro apurou a sua sensibilidade artística na Helsinki Summer School, na Central Saint Martins e na Richemont School of Design Creative Academy integrando estágios na icónica Jaeger-LeCoultre, na Suíça e no Atelier Mourão, no Rio de Janeiro.
mimata.pt
LILIANA GUERREIRO Liliana Guerreiro é uma percursora da joalharia contemporânea portuguesa. Natural de Viana do Castelo, encontrou na filigrana a inspiração para o seu trabalho, desconstruindo a complexidade da técnica nos seus elementos primários – o filum (fio) e o granum (grão). Estabelece, assim, um diálogo entre a mestria da arte e o design minimalista e depurado, criando peças complexas na técnica, mas delicadas na forma. O seu conceito inovador tem merecido reconhecimento internacional. Liliana Guerreiro acaba de conquistar o prémio de “Melhor Peça de Joalharia” na Inhorgenta Munique, principal evento do setor na Alemanha, com o colar “Elementos”. Também já foi convidada a expor nos Museus MoMa e MAD em Nova Iorque. A sua coleção pode ser atualmente encontrada nas mais prestigiadas galerias de arte e lojas em todo o mundo, tendo como mercados prioritários os EUA, Bélgica, Suíça e Japão.
lilianaguerreiro.com
21 ASSOCIADOS
CECÍLIA RIBEIRO Cecília Ribeiro é um dos novos nomes da joalharia portuguesa. Com atelier em Barcelona, a jovem designer distingue-se pelas texturas criativas com que trabalha a prata, criando peças originais e intensas. A coleção Ignia é disso exemplo. Cada joia enche-se de personalidade, inscrita em várias camadas de formas e tamanhos distintos. Trabalhadas à mão, cada peça assume uma forma única e distinta. Nascida nas Caldas da Rainha, Cecília Ribeiro é formada em design industrial e encontra-se atualmente em Barcelona, onde tem apostado na formação e no contacto com a comunidade artística da cidade catalã.
ceciliaribeiro.com
MACHADO JOALHEIRO Fundada no Porto em 1880, a Machado Joalheiro tornou-se numa das mais prestigiadas joalharia e relojoaria nacionais. Com três pontos de venda no país – Aviz (Porto), Rua 31 de Janeiro (Porto) e Av. Da Liberdade (Lisboa), reúne algumas das mais prestigiadas insígnias internacionais de relógios, como Cartier, IWC e Jaeger-LeCoultre e de joias, entre as quais Chaumet, H. Stern e Dinh Van. A par da comercialização de marcas internacionais, a Machado Joalheiro assina coleções próprias de joalharia. Das formas contemporâneas da linha “Party” e da linha “Colours”, aos clássicos e intemporais anéis da linha “Bridal” e da linha “Drops”, as suas peças espelham o savoir faire desta casa com 137 anos de história.
machadojoalheiro.com
JOALHARIA, MODA E LIFESTYLE
7—9
ABRIL 2017
C O N V E N T O D O B E AT O — L I S B O A ORGANIZAÇÃO
MAIS INFORMAÇÕES: MADALENA.RODRIGUES@EXPONOR.PT | 229981467
WWW.ICONIC.EXPONOR.PT
23 AGENDA INSTITUCIONAL
2 0 1 7
AGENDA I N S T I T U C I O N A L
J
A
N
E
I
R
O
F
E
V
E
R
E
06 Jan
01 a 05 Fev - Feira
Reunião Anual de Delegados do AICEP
Madrijoya / Madrid
I
R
O
M
A
R
Ç
O
30 Mar Lançamento projeto AORP Portuguese Jewellery Shapers
Apresentação dos diversos planos promocionais da AICEP e das associações multissectoriais e setoriais de promoção conjunta nos vários mercados, com o objetivo de potenciar uma melhor coordenação das ações externas em 2017
02 Fev
30 Mar a 02 Abr - Feira
Reunião com Associações do Setor
Ourindústria / Gondomar
da Ourivesaria Discussão da proposta de alteração ao RJOC
20 a 23 Jan - Feira
em Lisboa
A
B
R
I
L
Bijorhca / Paris 06 Fev 20 a 25 Jan - Feira Vicenza Oro / Vicenza
Assembleia Geral da Federação Europeia de Ourivesaria
27 a 30 Jan - Feira
18 a 21 Fev - Feira
Homi / Milão
Inhorgenta / Munique
14 Fev Reunião de trabalho com a TAP Estabelecimento de parcerias estratégicas
21 Fev Reunão de trabalho com o Porto Fashion Makers Estabelecimento de parcerias estratégicas para a promoção da Ourivesaria na cidade do Porto
07 a 09 de Abr - Feira Iconic / Lisboa
24 SUGESTÕES
1 Museu do Ouro de Travassos a memória preservada da aldeia-oficina sábado e domingo 14h30 às 17h30
Travassos é uma “aldeia-oficina” na qual quase todas as famílias estão ou estive-
2 Museu Amadeo de Souza-Cardoso
3 Primavera Sound
arte moderna portuguesa em Amarante 10h00 às 12h30 -14h00 às 18h00, encerra à segunda-feira
ram ligadas à atividade da ourivesaria. Apesar da crescente industrialização do trabalho do ouro, persistem ainda cerca de quatro dezenas de oficinas tradicionais.
O acervo do Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso, em Amarante, é composto por coleções de arte portuguesa
O Museu do Ouro de Travassos é um
moderna e contemporânea, de onde se
espaço que pretende refletir e promover
destacam obras de Amadeo de Souza-
a identidade de uma comunidade ligada
-Cardoso, António Carneiro, Júlio Re-
ao trabalho do ouro. O seu espólio resulta
sende, Manuel Cargaleiro, Nadir Afonso,
dos esforços de um ourives de Travassos,
Vieira da Silva, José Guimarães, entre
Francisco de Carvalho e Sousa que, ao
outros. O Museu encontra-se instalado
longo de cinquenta anos de atividade, foi
num antigo convento dominicano, anexo à
recolhendo objetos de ouro, utensílios,
Igreja de São Gonçalo de Amarante.
mobiliário e bibliografia relativos à arte.
O edifício, por si só, congrega diversas
O Museu está instalado num edifício que
tendências da Arquitetura Portugue-
já albergou duas oficinas de ourivesa-
sa nos últimos séculos. Na década de
ria, e na sua exposição está inserida a
oitenta uma intervenção do Arquiteto
reconstituição do espaço oficinal e de
Alcino Soutinho, recuperou e readaptou o
forja, assim como uma sala destinada a
edifício para fins museológicos.
exposições temporárias.
festival de música no parque da cidade do Porto 08.06.17 a 10.06.17
O NOS Primavera Sound regressa ao anfiteatro natural do Parque da Cidade do Porto, de 8 a 10 de junho. O cartaz é encabeçado por Bon Iver, que vem apresentar os temas do seu último trabalho “22, a Million”, pelo mago britânico da eletrónica, Aphex Twin, e pelo duo francês Justice, a estrear o recente disco “Woman” em Portugal. O line-up inclui ainda propostas nacionais como Rodrigo Leão com o australiano Scott Matthew, Evols, First Breath After Coma e Samuel Úria. Inspirado no seu homólogo de Barcelona, o NOS Primavera Sound é um festival com perfil internacional, atraindo à cidade do Porto milhares de turistas. Nesse sentido, oferece propostas gastronómicas típicas da cidade e ainda um espaço de comércio com marcas nacionais.