Jornal Nº14 Abr/Mai/Jun 2013

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.06 CINDOR Uma Imagem Renovada ao Serviço do Setor

.12 NÚMEROS DO SETOR Exportações Aumentam

.15 CONGRESSO CIBJO 2013 Tel- Aviv Ourivesaria Mundial em Discussão


COCKTAILS IRRESISTÍVEIS

São exóticos, divertidos e apetitosos. Falamos dos anéis da coleção Limelight Cocktail Party, da Piaget. A marca inspirou-se em cocktails deliciosos para satisfazer os desejos das mulheres.


CAROS COLEGAS, Neste trimestre que foi marcado pela certeza que as dificuldades estão para ficar, a Ourivesaria obriga-se a reagir e tem conseguido fazê-lo. As nossas empresas apresentam boas ideias de negócios, conquistam novos mercados, criam produtos que seduzem. As escolas alargam os seus horizontes e viram-se para o mercado! Modernizam-se, vestem nova roupagem e aproximam-se de novos públicos. A nossa associação instiga estes comportamentos, acolhe-os e promove-os. E assim vamos vencendo. Em destaque neste jornal está a valorização patrimonial desta nobre e grande arte que é a Ourivesaria Portuguesa. A abertura das portas da Oficina do Ouro no Museu do Traje em Viana do Castelo é uma notícia que a todos nos orgulha. Um espaço a visitar. De Ourivesaria também se fala em Gondomar, onde estivemos na terceira edição dos Encontros com o Património. Tudo boas razões para nos orgulharmos do nosso setor e de lhe dedicarmos atenção redobrada. No entanto, fazer um exercício de antever o que o futuro nos há-de trazer não é fácil. As previsões que possamos apresentar poderão ser alteradas por um sem número de eventos que não dominamos (crises políticas e sociais, alterações dos padrões de consumo e do gosto, preço das matérias primas, inovação industrial, etc.). Também não dominamos a legislação que nos regulamenta. O atual sistema de contrastarias que temos impede de forma determinante o desenvolvimento da Ourivesaria, dentro e para fora de portas. É irracional e ultrapassado. O setor já o manifestou em bloco, exigindo um sistema facultativo de marcação. O legislador tomou disso conhecimento. Não entendemos o que impede a mudança, mas não desistiremos de o exigir. Sabendo as dificuldades, temos alguns princípios que nos parecem certos, e que deverão constituir as nossas diretrizes. Apostar no turismo e cativar os visitantes para conhecerem as nossas peças e levá-los a adquiri-las deverá ser o nosso objetivo a curto prazo. Continuar a participar em feiras internacionais, de uma forma atraente e memorável para os visitantes e fazê-lo de forma sustentável mas contínua terá que fazer parte do plano estratégico das empresas.

AORP Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal geral@aorp.pt

AORP Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal

Sílvia Silva Gabinete de Comunicação e Imagem da AORP silvia.silva@aorp.pt

Inovar e ser criativo todos os dias é o que o futuro nos exige. Afirmar a nossa arte no país e fora dele é um imperativo! Orlando Gonçalves Colar Preto e Prata: Materialab by Carla Matos Colar, pulseira e anel: Sofia Rocha Vestido: Anabela Baldaque

(Presidente AORP)


04 DESIGN BRASIL

O

design é, por essência, conceito e inovação. A ele tem se atribuído a função de dar forma aos produtos, agregando ao processo de criação valores que os diferenciem, além de os tornarem mais eficientes, atrativos, próximos das necessidades e expectativas daqueles que reconhecem os produtos e com eles se identificam, mediante identidades visuais próprias. Em tempos de forte competitividade, inovar tornou-se uma obrigação de todos – governo, empresas e pessoas. E, por isso, premissa para toda

PRÉMIOS IBGM Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosas

ação que se proponha a estimular e fortalecer, de forma sustentável, a capacidade produtiva do Brasil. Em todas suas 17 edições, o concurso apresentou desenhos de joias com diferentes temas e interpretações. Porém, com formas e conceitos que lhe tem garantido criar uma imagem própria, incorporando ícones de brasilidade: cor, movimento, alegria, sensualidade e diversidade. HÉCLITON SANTINI HENRIQUES Presidente do IBGM www.ibgm.com.br

Poéticas Contemporâneas 1º Lugar CAROLINE GALVÃO

Lapidação Diferenciada 1º Lugar Carla Abras

Inspiração: O bracelete Ortilia foi inspirado na mudança, uma analogia para a motivação humana de superação através das transformações. O nome Ortilia é o termo científico de espécies de borboletas. Liberdade, beleza e leveza são características trabalhadas na peça de forma ousada e contemporânea.

Inspiração: A pedra como elemento principal, formador do design da peça. O resultado é um produto único, com design incorporado na lapidação especial, de estética contemporânea e de forte impacto visual.

A Natureza e a Cultura Andre Faria Inspiração: O brinco “Essence” é uma visão poética da conexão mulher e natureza. A mulher, dona da semente da vida, frágil e forte...A essência natural de duas partes unidas no mesmo conceito. Mulher e Natureza. Natureza e Mulher.

Poéticas Contemporâneas 3º Lugar EMI KYOUHO Inspiração: A pulseira Abraço Infinito traduz o abraço. “Escrito” no símbolo infinito e politizado com vários tons do citrino. A peça é contemporânea nas suas formas.


05 ARTIGO

António Trigo

Business Consulter

Voltamos ao objetivo de pretender compreender as cotações do ouro e assim planear o seu comportamento futuro. Sabemos que é uma tarefa impossível, confirmada pela prática que todos os profissonais do setor vivem no seu dia a dia. Fazer uma análise fundamental baseada nos princípios da procura e oferta e apoiada em informação rigorosa, ainda é a única ferramenta que nos permite chegar a este objetivo. Antes de avançar com previsões próprias pretendo neste artigo seguir a opinião de outros, que com muito mais propriedade, (tempo e saber) estudam e analisam com profundidade os mercados e por isso são escutados e respeitados pelos profissionais do setor sobre os altos e baixos das cotações. Esta é uma apresentação, muito recente, do CPM GROUP de 16 maio de 2013 (www.cpmgroup.com) cuja leitura recomendamos para quem se interessa por estes temas. Para aqueles que não querem perder tempo a ler intermináveis e às vezes indecifráveis textos optamos por trazer aqui um resumo em linguagem gráfica sobre as variáveis que contribuem para o comportamento do mercado do ouro. . PROCURA DO OURO PELOS INVESTIDORES A procura de ouro pelos investidores é o fator que mais influência o comportamento das suas cotações, isto é, o investimento em ouro continua a ser um dos principais ativos financeiros. O volume desta procura tem vindo a baixar embora se mantenha ainda em níveis bastante elevados. Os Investidores continuam interessados em ter Ouro mas estão progressivamente mais sensíveis ao comportamento dos seus preços. Em conclusão os investidores continuam a ter grande interesse no Ouro mesmo que os seus preços venham a baixar no futuro, o ouro ainda é dos ativos financeiros menos voláteis à instabilidade financeira e

económica que se vive.

PROCURA DO OURO PELOS FABRICANTES

. PROCURA DO OURO PELOS FABRICANTES A procura de ouro é feita maioritariamente pela indústria de ourivesaria aqui dividida em Países Desenvolvidos e em Desenvolvimento sendo estes últimos responsáveis por mais de 2/3 da procura total. Não é de considerar que a tipologia da procura para aplicação em bens transacionáveis sofra grandes alterações se e só se países como Brasil, Rússia, India e China sofram mudanças significativas no perfil de consumo relativamente à situação presente. . AUMENTOS E DIMINUIÇÕES DE OURO NAS RESERVAS DOS BANCOS CENTRAIS Até 2007 os Bancos Centrais foram progressivamente alienando as suas reservas para o mercado e a partir de 2008 dá-se uma inversão nesta tendência voltando a aumentar as suas reservas próprias como melhor instrumento de segurança financeira. É expectável que este comportamento de aumento das reservas se mantenha nos próximos anos. . OFERTA DE OURO A Indústria Mineira continua a ser o principal “fabricante” de ouro com crescimentos mais moderados relativamente às do passado. Existe um forte aumento da oferta com origem no mercado secundário onde ainda existem reservas significativas e que estão a ser vendidas por razões da crise económica e financeira que se atravessa. . PROJEÇÕES DO PREÇO DO OURO Como conclusão podemos indicar que se prevê uma descida durante o 3º trimestre de 2013 até aos valores de 2011, nessa altura a cotação deverá manter-se no intervalo entre os $1400 e os $1500 por onça até ao final de 2015. Parece fácil...ficamos à espera que mercado as confirme.

AUMENTOS E DIMINUIÇÕES DE OURO NAS RESERVAS DOS BANCOS CENTRAIS

PROJEÇÕES DO PREÇO DO OURO


06 CINDOR

CINDOR

Entrevista Idalina Fernandes e Adolfo Sousa

Acreditamos que o CINDOR só poderá existir se estiver realmente aliado ao setor. A permanente evolução tecnológica, aliada a uma globalização dos mercados, conduz a uma atenção redobrada, da nossa parte, na satisfação das necessidades que vão surgindo, no que à disponibilidade de serviços qualificados diz respeito. Nesta visão atenta às possíveis falhas emergentes, está sempre presente a preocupação com a inovação e a qualificação de profissionais que, para além de dominar as técnicas da ourivesaria clássica, os alicerces, possam contribuir ativamente para a modernização do setor. O CINDOR tudo deve fazer para se tornar num parceiro inquestionável do setor da ourivesaria em Portugal. Este é o lema do CINDOR, que se apresenta com um leque de novidades prontas para oferecer à ourivesaria portuguesa. À conversa com Idalina Fernandes e Adolfo Sousa, diretora do CINDOR e Presidente do Conselho de Administração respetivamente, damos a conhecer as recentes apostas da escola.


07 CINDOR

O Centro de Formação renovou a imagem institucional recentemente. Qual a intenção desta mudança? O CINDOR existe há 28 anos. A nova imagem jovem e apelativa visa personificar uma aposta clara da administração e da direção do CINDOR alicerçada na inovação, na liderança e na excelência que nos identificará como um centro de formação moderno e virado para o futuro. Pretende-se chegar a novos públicos? Sim, claro que sim! O setor da ourivesaria não pode perder fatores de atratividade, principalmente no que aos seus recursos humanos diz respeito. O CINDOR quer potenciar a partilha de ideias criativas e, por isso mesmo, valoriza uma comunicação que conduza a um sentimento de pertença que tenha uma relação muito próxima com a nossa marca. Temos de ser capazes de encontrar as respostas que se ajustem às expectativas das empresas. Desejamos aumentar o número dos nossos formandos, abrangendo prioritariamente um público mais jovem. É neles que pensamos quando alargamos a nossa oferta formativa, no âmbito da modalidade de formação dual (formação em sala e num posto de trabalho numa empresa) do regime da Aprendizagem. Queremos também que mais pessoas conheçam o CINDOR e “desejem” aprender a arte da ourivesaria, da relojoaria e de outros saberes que constituem a nossa oferta formativa. Nessa altura se perceberá, com maior clareza, a dimensão simbólica das nossas atividades. Qual a reação do universo CINDOR em relação à nova imagem? A reação tem sido muito positiva e tem suscitado alguma admiração e comentários positivos da parte dos formandos integrados no processo formativo, de ex-formandos que veem a sua escola diferente, dos empresários e da comunidade onde

o CINDOR está inserido. As redes sociais têm um papel importante na divulgação da nova imagem e é, também por aí, que aferimos a reação positiva por parte das pessoas e das instituições. Esta renovação implica outras renovações na escola CINDOR? O CINDOR pretende mais do que introduzir cor ou mudar logotipos. Pretendemos também abrir as portas para o exterior e mudar a mentalidade de alguns intervenientes. Pensar CINDOR deverá significar capacidade de criar, competência e qualificação profissional. A marca CINDOR tem de personificar uma cultura que deve ser defendida por todos os que desejam o sucesso da ourivesaria em Portugal. Apostamos na formação contínua dos nossos técnicos bem como na entrada de novos formadores, nomeadamente ex-formandos que, para nosso orgulho, já têm créditos firmados, com marcas próprias e reconhecimento nacional e internacional. Quais são atualmente as ofertas formativas do Centro de formação? Atualmente a atividade formativa do CINDOR compreende: Cursos de curta duração que abrangem um vasto leque de especializações técnicas, como: Joalharia, Cinzelagem, Pratas Graúdas, Cravação, Filigranas, Gemologia, Relojoaria, Vitrinismo, entre muitos outros, cujos destinatários são adultos ativos empregados e/ou desempregados. Geralmente estes cursos decorrem em horário pós-laboral, ou seja, a partir das 19 horas até às 23 e a sua duração varia entre as 25 e as 50 horas, sendo que os candidatos podem realizar vários cursos. Cursos de longa duração destinados a adultos a partir dos 23 anos, inseridos na modalidade de formação de Educação e Formação de Adultos, que conferem uma dupla certificação: escolar, ao nível do ensino secundário, e profissional. Decorrem em horário

laboral, entre as 9 e as 17 horas e têm a duração de 2580 horas. Cursos de longa duração destinados a jovens dos 15 aos 25 anos, que podem adquirir em simultâneo, qualificação profissional e uma habilitação literária equivalente ao 12ºano de escolaridade que possibilita o acesso ao ensino superior. Decorrem em horário laboral com uma duração de 3675 horas e inserem-se na modalidade de formação Aprendizagem. Temos também formações não financiadas na área da relojoaria, gemologia, joalharia, cravação, entre outras. Em que medida acham que são uma mais valia para o setor? Tal como a própria nomenclatura indica o CINDOR é um Centro da Indústria da Ourivesaria e Relojoaria. Não é apenas um, mas sim o único Centro de Formação Profissional do sector do país que opera há 28 anos e que tem como objetivo primordial dotar os profissionais do setor das ferramentas necessárias para que no final possam, não só, perpetuar esta profissão, como mantê-la viva, atual e competitiva face ao mercado internacional. Um Centro de Formação com passado, com história e experiência que lhe permite dar respostas no presente, perspetivando o futuro. O CINDOR é um aliado do setor? De que forma? Acreditamos que o CINDOR só poderá existir se estiver realmente aliado ao setor. A permanente evolução tecnológica, aliada a uma globalização dos mercados, conduz a uma atenção redobrada, da nossa parte, na satisfação das necessidades que vão surgindo, no que à disponibilidade de serviços qualificados diz respeito. Nesta visão atenta às possíveis falhas emergentes, está sempre presente a preocupação com a inovação e a qualificação de profissionais que, para além de dominar as técnicas da ourivesaria clássica, os alicerces, possam contribuir ativamente para a modernização do setor.

O CINDOR tudo deve fazer para se tornar num parceiro inquestionável do setor da ourivesaria em Portugal. Em que é que o CINDOR é diferente das outras escolas que existem e que também ensinam ourivesaria? De forma sucinta, o CINDOR destaca-se dos restantes, essencialmente, pela forte e intensiva formação profissional nesta área, pela qualidade da mesma e pela primazia das instalações e equipamento ao dispor dos formandos. Os formadores com anos de experiência e com total empenho no processo de aprendizagem de cada indivíduo permitem um ensino de excelência. Em 3 adjetivos, como qualificaria o CINDOR? Distinto, qualificante e competente. Que projeto é que o CINDOR está a desenvolver neste momento? Entre os vários projetos internos que já fazem parte do CINDOR, como o da aposta no alargamento da oferta formativa na área da relojoaria, apostamos na participação em eventos e campeonatos nacionais e internacionais, como forma de aferirmos as nossas competências em confronto com os melhores técnicos mundiais. Paralelamente abraçamos o grande desafio de uma mudança estrutural. Uma alteração interna que se projetará para o exterior. Falamos de uma mudança de imagem, já iniciada, que leve até às pessoas ventos de novas tendências e inovação. Muito além disso, o grande projeto centra-se numa mudança de mentalidade que terá de começar internamente, para que possamos chegar mais às pessoas, para que todos os que fazem parte desta instituição se sintam intimamente ligados a ela. Um trabalho de equipa: formandos, formadores e todos os colaboradores. Sentir o pulsar do CINDOR no interior, para que este ganhe uma nova perspetiva no exterior.


08 CINDOR

Como é que se relaciona com os outros agentes setoriais? O CINDOR nasce de um protocolo entre o Instituto do Emprego e Formação Profissional e a Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal que está e sempre esteve representada, ao mais alto nível, nos órgãos sociais, particularmente no Conselho de Administração e, como tal, defendendo os interesses das empresas industriais e comerciais do setor. Para além de implementarmos as medidas de formação profissional de âmbito nacional, não negligenciamos, pois reconhecemos a vital importância, as parcerias que se devem estabelecer aos mais diversos níveis. Na educação, com a aproximação às escolas e agrupamentos do Ministério da Educação, às escolas profissionais e aos estabelecimentos de ensino superior com quem já temos estabelecido parcerias e promovido cursos de pós-graduação. Com a Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional trabalhamos os conteúdos programáticos que possibilitarão o reconhecimento e a certificação profissional no âmbito da ourivesaria. Participamos em feiras e exposições, muitas vezes em parceria com Centros de Formação Profissional de outros setores empresariais, aproximando-nos de setores como o do calçado e o do vestuário em que o papel da moda e do design também estão presentes. Trabalhadores e colaboradores do

CINDOR participam em concursos internacionais, muitas vezes requisitados para exercerem funções de avaliadores e de membros de júris. Não podemos deixar de mencionar uma parceria que existe, desde a primeira hora do CINDOR, com a Câmara Municipal de Gondomar. A presença e a colaboração institucional permanente tem enriquecido ambas as instituições e particularmente o concelho de Gondomar. Como avaliam a situação atual da indústria de ourivesaria? O setor da ourivesaria e da relojoaria confronta-se atualmente com um panorama económico incerto, fruto de uma conjuntura em constante mudança atravessada por crescentes mutações no contexto económicosocial, cultural e tecnológico. Esta análise obriga-nos a olhar para o futuro como um tempo em que temos que nos aproximar das empresas, temos que estar onde estão os trabalhadores do setor e com eles trabalhar em prol do desenvolvimento do setor da ourivesaria portuguesa. Num contexto de crise é ainda mais desejável que o CINDOR assuma um papel ainda mais importante na qualificação dos recursos humanos e no apoio que presta às empresas do setor.

bstancia-se através dos estágios que decorrem nas mesmas. O objetivo primordial é o de se estabelecer um intercâmbio entre o CINDOR e a empresa, isto é, o formando leva o saber aqui aprendido nas salas e nas nossas oficinas e valoriza-o em contacto com o mundo do trabalho nas empresas. Havendo esta ligação, o conhecimento das empresas relativamente às competências dos futuros empregados é maior e a dinâmica do mundo do trabalho torna-se mais real e natural para estes.

Acha importante a qualificação dos alunos junto das empresas? A qualificação dos formandos nas empresas é fundamental e consu-

O CINDOR quer potenciar a partilha de ideias criativas e, por isso mesmo, valoriza uma comunicação que conduza a um sentimento de pertença que tenha uma relação muito próxima com a nossa marca. Temos de ser capazes de encontrar as respostas que se ajustem às expectativas das empresas.


09 ARTIGO OPINIÃO

PAGAMENTOS ATEMPADOS? Grandes alterações nos costumes portugueses Urânia Guimarães e Danuta Kondek Business Consulters

P

articularmente nos tempos de crise que estamos a passar verificam-se cada vez mais, maiores atrasos nos pagamentos, que originam um ciclo vicioso, que prejudica toda a economia. De facto, em Portugal a cultura de pagamentos atempados praticamente não existe e este é um problema estrutural. Raras são as empresas cumpridoras! Eu própria tenho clientes, que com toda a facilidade encomendam os serviços da minha empresa e sofrem de amnésia na altura de pagamentos. Reconheço que é um assunto cansativo para as empresas credoras e espero que as diretivas da União Europeia surtam algum efeito nesta matéria. No relatório “Compromisso de pagamento no prazo acordado: «uma cultura de pagamentos atempados» promovido por a CEGE em parceira com IAPMEI, CIP, APIFARMS e apoiado pelo COMPETE em 2011, lemos que: “Os atrasos nos pagamentos são um tipo de incumprimento que beneficia o devedor tendo em consideração a dificuldade de o responsabilizar pelos custos financeiros e administrativos (que se agravam significativamente quando as situações se prolongam em disputas judiciais). • Os atrasos nos pagamentos afetam a liquidez das empresas, dificultam a sua gestão financeira, podendo empurrá-la para situações de obrigatoriedade de recurso a crédito, que resultam em aumento de endividamento e dos custos financeiros. • Em casos mais extremos, o agravamento de situações de atraso no recebimento das faturas emitidas, o aumento de situações incobráveis e a dificuldade de obtenção de crédito, podem conduzir a situações de risco de reputação (por dificuldade de pas-

sar também a cumprir as responsabilidades perante terceiros) e, no limite, a situações de insolvência. • Na conjuntura económica atual, marcada pela reduzida liquidez do sistema financeiro e pelo consequente aumento das taxas de juro, o risco de disseminação destes efeitos é uma ameaça que se alastra a toda a economia, mas que atinge principalmente empresas de setores de atividade particularmente afetados pela crise e PME com pouco poder negocial junto dos seus clientes.” Os dados do relatório demonstram uma situação claramente débil da economia portuguesa em comparação com as economias mais saudáveis, que provavelmente em 2012, sofrerá um agravamento ainda maior. Este assunto, tão dolorosamente pertinente para as empresas é o tema da minha conversa com a Dra. Urânia Guimarães, jurista, que com atenção, aguardava a implementação da Diretiva 2011/7/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de Fevereiro de 2011 que preconiza uma mudança estrutural da cultura empresarial, defendendo uma prática de pagamentos atempados, que abrangerá todos os setores da economia e procurará disciplinar as relações comerciais entre entidades privadas e entre entidades públicas e privadas.

DK: O que a UE pretende com esta Diretiva? UG: Os atrasos põem em causa a competitividade e a viabilidade das empresas, quando o credor é forçado a recorrer a financiamento externo devido a atrasos de pagamento. O risco destes efeitos perversos aumenta grandemente em períodos de recessão económica, quando o acesso ao crédito é mais difícil.

Pretende-se, com a presente Diretiva, emendar desequilíbrios de posição negocial a favor do devedor, exercido muitas vezes pelas grandes empresas, abusando do seu poder negocial ao dilatar pagamentos a PMEs Tal proporcionará um apoio crucial às PME na atual crise económica, em que o acesso ao crédito está dificultado. É crucial que as empresas, em especial as PME, conheçam os seus direitos e a melhor forma de os exercer. O propósito da diretiva consiste, assim, em combater os atrasos de pagamento nas transações comerciais, a fim de assegurar o bom funcionamento do mercado interno, promovendo a competitividade das empresas e, em particular, das PME. Aplica-se a todos os pagamentos efetuados como remuneração de transações comerciais. As profissões liberais estão também abrangidas.

DK: Tudo isto são alterações radicais. Quando deve a Diretiva, ser transposta para o direito português? UG: Finalmente foi, através do

Decreto-Lei nº62/2013 de 10 de Maio que entrará em vigor a partir de 1 de Julho e será aplicável aos contratos celebrados a partir dessa data.

DK: Finalmente! E sabemos tão pouco sobre ele? O que vai mudar depois da sua implementação para o direito português? São três os objetivos que se pretende servir: • Introduzir disposições específicas em relação a prazos de pagamento para entidades públicas e privadas; • Imputar todos os custos de cobrança da dívida ao devedor (como sejam ju-

ros de mora, despesas suportadas no recurso aos serviços de um advogado ou agência de cobrança de dívidas e outros custos administrativos); • Combater o abuso de poder dominante dos clientes, introduzindo disposições específicas em relação à indemnização dos credores pelos prejuízos sofridos. Em resumo, o Diploma estabelece: . Para generalidade das transações comerciais, prazos de pagamento não superiores a 30 dias, com as seguintes exceções: - Prazos de pagamento superiores a 60 dias de calendário, por acordo das partes, desde que tal não constitua um abuso manifesto do credor. - As faturas às PME devem ser pagas a 30 dias; - Não são impedidos os pagamentos em prestações ou faseados desde que pagos nos termos acordados e que se rejam pela presente diretiva. • Para as Entidades Públicas, os prazos de pagamento não deverão exceder 30 dias de calendário, com as seguintes exceções: - Os Estados-Membros poderão prorrogar o prazo de pagamento normal até um máximo de 60 dias de calendário, para as empresas públicas que exercem atividades económicas de natureza industrial ou comercial que consistam em fornecer bens ou prestar serviços e para entidades públicas que prestem cuidados de saúde. • Os custos financeiros (juro de mora) e administrativos decorrentes dos atrasos nos pagamentos deverão passar ser imputados aos devedores de forma automática e evitando situações de abuso de posição contratual.

DK: Então o Diploma intro-


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11 ARTIGO

duz um sentido disciplinador nas relações económicas?! UG: Em caso de atraso no pagamen-

to, o presente Decreto-Lei autoriza o devedor a cobrar juros de mora, sem qualquer interpelação para cumprimento ou notificação similar ao devedor da sua obrigação de pagamento. O pagamento do devedor deverá ser considerado como feito fora do prazo, para efeitos do direito a cobrar juros de mora, caso o credor não tenha a soma devida à sua disposição na data de vencimento fixada, desde que tenha cumprido as suas obrigações contratuais e legais. As faturas constituem avisos de pagamento e são documentos importantes na cadeia de valor das transações para o fornecimento de bens e a prestação de serviços, nomeadamente para determinar os prazos de pagamento. Os custos suportados com a cobrança da dívida deverão também incluir a cobrança dos custos administrativos e a indemnização pelos custos internos decorrentes de atrasos de pagamento para os quais se prevê um montante fixo mínimo de €40,00, que pode ser cumulado com os juros de mora. Além de terem direito ao pagamento de um montante fixo para cobrir custos internos suportados com a cobrança da dívida, os credores têm igualmente direito ao reembolso dos outros custos suportados com a cobrança da dívida devido a atrasos de pagamento por banda de um devedor. Estes custos deverão incluir, em particular, as despesas suportadas pelos credores com o recurso aos serviços de um advogado ou com a contratação de uma agência de cobrança de dívidas. O juro de mora legal, será um juro de mora simples a uma taxa correspondente à soma da taxa de referência e de pelo menos oito pontos percentuais; isto é, o juro de mora legal é aumentado para pelo menos oito pontos percentuais acima da taxa de

referência do Banco Central Europeu.

DK: No relatório está claramente demonstrada a dimensão do fenómeno de pagamentos atrasados em Portugal, estimando que:

“• 44% dos pagamentos efetuados em Portugal sejam realizados com atraso; • 47% dos pagamentos às PME sejam efetuados com atraso; • 40% dos pagamentos às Grandes empresas sejam feitos após o vencimento do prazo; A dimensão deste problema afeta particularmente a economia portuguesa, no contexto da comparação com os países que servem de benchmarking. A percentagem de atrasos nos pagamentos, nas economias europeias analisadas, situa-se mais de 20 pontos percentuais abaixo do registado pela economia portuguesa (excetuando o caso italiano).” Aumentar a circulação financeira, aumentará de imediato a saúde da economia. Precisamos de romper com esta cultura de mau pagador em nome do nosso futuro, nem que seja à custa de alguns maus pagadores. Os dados do relatório são muito pessimistas:

seguintes estimativas de impactos sobre a economia portuguesa: Efeito Acumulados Globais (2011 vs 2006) •Quebra de cerca de 72 mil empregos; •Quebra de cerca 2,9 mil milhões de euros no VAB (correspondendo a 2% do PIB); •Quebra de cerca 13,3 mil milhões de euros no Valor Bruto de Produção da economia. Efeitos médios anuais •Diminuição de mais de 14 mil empregos; •Quebra de cerca de 600 Milhões de euros na riqueza criada (0,4% do PIB); •Quebra em termos de no Valor Bruto de Produção de cerca de 2,7 mil milhões de euros.” Agradeço à Dra. Urânia Guimarães a sua amabilidade em partilhar connosco estas importantes informações, que, espero finalmente mudem a imagem das empresas portuguesas lá fora e o seu funcionamento cá dentro.

“Impacto da degradação dos prazos de pagamentos/recebimento entre 2006-2011 O agravamento ao longo dos últimos cinco anos dos prazos médios de recebimento e de pagamento, cifrado, em termos acumulados, em 12 dias, de 68 para 80 dias, representou um desvio de capital disponível da função investimento para a função de apoio à tesouraria e um travão aos ciclos de negócio, funcionando como um retardador da atividade económica e dos negócios, como um elemento de quebra de confiança nas transações entre empresas, traduzindo-se nas

No artigo foram citados excertos do Relatório “Compromisso de pagamento no prazo acordado: «uma cultura de pagamentos atempados» promovido por a CEGE em parceira com IAPMEI, CIP, APIFARMS e apoiado pelo COMPETE.


12 NÚMEROS DO SETOR

OS NÚMEROS DO SETOR Melhoria contÍnua na balança comercial e boa performance nas exportações

E m 2011 as exportações do setor foram 43 milhões de dólares, mais 5

digo 7114), que realizou quase 4,5 milhões de vendas em 2011.

O motor das exportações é representado pelos artefactos de joalharia, de ourivesaria e outras obras: e suas partes, de metais preciosos os de metais folheados ou chapeados de metais preciosos (código 7113), com 27 milhões de dólares em 2011, registando assim uma taxa de crescimento de 1,10% em relação aos valores de 2010. As outras categorias de produtos também demonstraram um bom desempenho, com um incremento de 1,07% para os artefactos de ourivesaria e suas partes, de metais preciosos ou de metais folheados ou chapeados de metais preciosos (có-

O ano 2009 foi o pior ano da sequência, detetando-se a partir de 2010 e 2011 uma certa recuperação, com uma retoma até alcançar os valores máximos da sequência (entre 2004 e 2011). As importações revelaram uma queda importante nos valores acumulados, menos 19 milhões de dólares, descendo de 101 milhões em 2010, para 82 milhões em 2011. Ou seja uma baixa de 0,81%. Apesar do défice das exportações em relação às importações, as primeiras estão a aumentar firme e gradualmente, denotando um importante esforço exportador e competitivo no

milhões face ao exportado em 2010.

setor. Para a transcrição da balança comercial da ourivesaria portuguesa, são utilizados como referência as informações da base de dados Comtrade das Nações Unidas, Commodity Trade Statistics Database, que reúne dados do comércio de mercadorias para todos os países disponíveis e áreas desde 1962. Atualmente, contém cerca de 1,75 mil milhões de registos. O setor é nesta base de dados monitorizado a partir de cinco categorias de mercadorias selecionadas pela relevância setorial em Portugal. De acordo com os dados analisados, tendo em consideração as impor-

Balança comercial da ourivesaria portuguesa Entre 2004 e 2011

Código 7113 Artefactos de Joalharia, de Ourivesaria e Outras Obras: e suas partes, de metais preciosos ou de metais folheados ou chapeados de metais preciosos (ou) Código 7114 Artefactos de ourivesaria e suas partes, de metais preciosos ou de metais folheados ou chapeados de metais preciosos (ou) Código 7115 Outras obras de metais preciosos ou de metais folheados ou chapeados de metais preciosos (ou) Código 7116 Obras de pérolas naturais ou cultivadas, de pedras preciosas ou semipreciosas ou de pedras sintéticas ou reconstituídas (ou) Código 7117 Bijuterias: de metais comuns, mesmo prateados, dourados ou platinados (ou bijuterias)

tações e as exportações das mercadorias 7113, 7114, 7115, 7116 e 7117 no período temporal de 2004 a 2011 (Gráfico 1), houve um incremento geral nas exportações, tendo sido 2009 o pior ano da sequência (a partir de 2006), no entanto, com uma boa recuperação, representando mesmo o ano de 2011 o valor máximo da sequência. Apesar das importações serem em maior quantidade em valores absolutos relativamente às exportações, estas primeiras sofreram um decréscimo significativo de 2010 para 2011, quando não considerada a pauta 7117 (Gráfico 2), sendo que o ano de 2009 é de queda acentuada nas importações considerando todas as pautas alfandegárias (Gráficos 1 e 2).


13 NÚMEROS DO SETOR

EXPORTAÇÕES VALORES ($)

Apesar do défice das exportações em relação às importações, as exportações de ourivesaria e bijutaria estão a aumentar gradualmente, manifestando o importante esforço exportador e produtivo do setor. Através de iniciativas individuais de internacionalização das PME e coletivas, como são as promoções realizadas pela AORP sob a chancela “Portuguese Jewellery – Shaped with love”, com destaque nas principais feiras internacionais e com promoção nas revistas especializadas com cobertura mundial. De destacar a correlação em termos monetários entre o valor das exportações e o valor das importações, onde como se pode constatar, a melhoraria significativa dos valores de 2010 para 2011. Por exemplo, para o mix de produtos que inclui todas as categorias analisadas (7113, 7114, 7115, 7116 e 7116), em 2011, 1$ de exportações corresponde a 2,99$ de importações, sendo que, para 2010, a correlação era de 1$ de exportações para 3,8$ de importações. E assim sucessivamente como se pode comprovar na tabela apresentada a seguir. EXPORTAÇÃO

IMPORTAÇÃO (2011)

Evolução entre 2004 e 2010

Evolução entre 2010 e 2011

7113

de 12 567 468 $ a 24 655 039 $

de 24 655 039 $ a 27 122 434 $

7114

de 4 549 768 $ a 4 139 485 $

de 4 139 485 $ a 4 429 132 $

7115

de 176 077 $ a 343 358 $

de 343 358 $ a 283 248 $

7116

de 20 161 $ a 1 952 69 5 $

de 1 952 695 $ a 1 513 478 $

7117

de 2 421 722 $ a 7 540 936 $

de 7 540 936 $ a 10 313 174 $

O motor das exportações nacionais continua em 2011 a ser a pauta 7113 (Artefactos de Joalharia, de Ourivesaria e Outras Obras: e suas partes, de metais preciosos ou de metais folheados ou chapeados de metais preciosos), que passou de 24.655.039$ em 2010 para 27.122.734$ em 2011. O que significa um Incremento de 1,10%. Também as mercadorias englobadas no 7114, apresentam boas performances, com um incremento de 1,07%, entre 2010 e 2011. De forma resumida, apresenta-se a importância, em números absolutos e a sua evolução percentual, no período compreendido entre 2010 e 2011 e entre 2004 e 2011 das exportações nacionais. IMPORTAÇÃO (2010)

Pauta Alfandegária

1$

2,99 $

3,8 $

Todas (7113, 7114, 7115, 7116, 7117)

1$

2,48 $

3,3 $

Todas sem bijutaria (7113, 7114, 7115, 7116)

1$

2,36 $

3,2 $

7113

1$

3,32 $

3,9 $

7114

1$

0,21 $

8,4 $

7115

1$

1,26 $

1,3 $

7116 (* Em 2009, 1€ Exp. - 29,9€ Imp.)

1$

4,65 $

5,9 $

7117

De destacar, duas outras pautas relacionadas com o comércio de metais preciosos, em todas as suas formas, pautas 7106 e 7108, continuam a apresentar um incremento colossal em termos de exportações. entre 2004 e 2010

entre 2010 e 2011

7108

de 2 355 436€ a 286 963 032€

286 963 032€ a 722 841 612€

7106

de 269 059€ a 2 750 825€

2 750 825€ a 11 247 958€

No próximo número dO JORNAL: A EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES NOS Mercados internacionais


14 ESPAÇO ASSOCIADO

RUNS


15 CIBJO 2013

CIBJO

CONGRESS 2013 TEL-AVIV, ISRAEL

Decorreu nos dias 7 a 9 de maio último no centro de congressos do Hotel Dan Panorama na cidade de Tel Aviv, capital de Israel, o congresso anual da CIBJO - Confederação Mundial da Joalharia, de que a AORP é representante oficial de Portugal, tendo sido organizado pelo IDI - Israel Diamond Institute Group of Companies, uma instituição sem fins lucrativos que reúne as empresas e profissionais do setor diamantário de Israel onde existe ampla tradição nesta área. O Congresso teve, neste ano particularmente difícil para a economia em geral e para o setor em particular, uma expressiva participação, contando-se com mais de 130 delegados de todo o Mundo.

Cerimónia de Abertura A Cerimónia de Abertura do congresso contou com a presença de personalidades mundiais, tanto do setor como da política e direitos humanos, e com uma assistência bastante significativa onde, aos 130 delegados internacionais representantes do setor nas suas mais variadas vertentes, se juntaram membros da comunidade local, entre joalheiros, diamantários e demais profissionais da indústria. Além do discurso de abertura do presidente da organização, Dr. Gaetano Cavallieri, onde foi enfatizado o âmbito global da confederação, a sua representatividade real e o caracter voluntarista e gracioso de todos os membros das suas variadas comissões, houve oportunidade de ouvir Susan Shabangu, Ministra dos Recursos Minerais da República da África do Sul, oradora convidada, tendo centrado o seu discurso no Processo Kimberley de certificação aduaneira de diamantes e na sua importância como recurso estratégico em África. Outros oradores de calibre internacional que fizeram discursos nesta cerimónia incluiram representantes do governo de Israel, Zimbabwe e Estados Unidos da América, das

Nações Unidas, da União Europeia e do WDC - World Diamond Council. A tónica comum a todos os discursos foi a responsabilidade social e corporativa, ligada a uma política de ética e boas práticas no setor de joalharia a todos os níveis, das minas ao consumidor. Uma vez mais a CIBJO reforça a sua liderança como organização onde as matérias humanitárias, de justiça social e ética são inalienáveis e constituem o seu grande objetivo na transformação do setor a nível mundial.

Sobre a CIBJO A CIBJO - Confederação Mundial de Joalharia, é uma organização que reúne associações setoriais nacionais de dezenas de países, assim como instituições de reconhecido prestígio e grandes corporações internacionais. Na organização da CIBJO, existem várias setores onde os delegados em congresso debatem os temas mais actuais e das suas áreas, a saber: Setor 1 (Indústria/Tecnologia/Metais Preciosos), Setor 2 (Distribuição) e Setor 3 (Materiais Gemológicos, Trade e Laboratórios).


16 CIBJO 2013

TRABALHOS DAS COMISSÕES

8 de Maio

7 de Maio Diamond Commettee

Gemmological Commettee

EU Commettee

Ethics Commetee

As discussões na comissão do diamante foram fundamentalmente em torno do documento produzido pela CEN Diamonds Norm TC 410 Commettee que é um grupo de trabalho sob tutela da Comissão Europeia para a Standardização. Foi referido que urge captar dos países da UE maior participação na elaboração destas normas, reconhecendo-se, porém, que estas matérias são mais do âmbito do setor diamantário, forte apenas em certos países europeus, do que do setor de retalho, justificando-se, desta forma, a pouca resposta que a comissão tem tido para participação. Um dos temas mais recorrentes e de maior impacto que esta comissão pretende abordar é a nomenclatura para os diamantes sintéticos e de que forma estes são devidamente apresentados ao consumidor.

Na sessão de trabalhos da comissão gemológica, o grande enfoque foi na harmonização de terminologias e organização dos livros azuis, para se garantir uma sólida consistência de conteúdos e facilidade de consulta por parte dos profissionais de setor. Um dos capítulos mais relevantes do Livro Azul das pedras de cor (Gemstone Book) é o Anexo A onde estão listadas todas as variedades gemológicas mais relevantes e informações relativamente aos seus sintéticos, tratamentos e designações comerciais aceites. Neste registou-se algum avanço. No que diz respeito à harmonização de procedimentos e terminologia dos laboratórios gemológicos, foi proposta uma ainda maior cooperação para aumentar a consistência das informações prestadas ao setor e ao consumidor, promovendo-se, assim, uma maior confiança nos documentos emitidos.

Fora da agenda oficial de trabalhos, foi criada uma nova comissão, a EU Commettee (Comissão de União Europeia), liderada pela Alemanha e apoiada pelos delegados da GrãBretanha e França, onde se pretende discutir a criação de um canal de comunicação e de influência junto da Comissão Europeia para as questões do setor. A União Europeia estará a legislar sobre matérias que têm impacto nas organizações nacionais de ourivesaria e joalharia, designadamente os metais de conflito e a questão do níquel nas ligas metálicas, e pretende-se com esta comissão a identificação das matérias de relevo a serem tidas em linha de conta pelo legislador para ir ao encontro das sensibilidades e necessidades actuais do setor nos vários países da UE. Apesar das reservas que alguns delegados expressaram relativamente à criação desta comissão, no fim da reunião pareceu haver consenso quanto aos seus objetivos. A CIBJO irá envolver todas as delegações dos países da UE na criação de uma agenda de trabalhos a ser, depois, apresentada à Comissão Europeia.

Esta comissão tem como missão a promoção das boas práticas no setor e, dado o teor legalista de algumas das matérias em discussão e da sua complexidade, em virtude das diferenças nas leis de cada país membro, o alcance das medidas propostas é necessariamente de carácter recomendativo. Uma das decisões mais interessantes que resultou desta reunião é a discussão da criação de um manual de boas práticas setoriais onde se espelham os princípios da organização.

Trade Show Commettee A recentemente criada Trade Show Commettee (Comissão de Feiras Setoriais) teve a sua primeira reunião plenária em Tel Aviv. Esta comissão tem como objetivo primordial o estabelecimento de uma plataforma comum de trabalho entre as várias feiras setoriais e e os seus participantes, numa óptica de observância dos princípios que norteiam a missão da CIBJO, designadamente a ética profissional e as políticas de responsabilidade social e corporativa. Os seus membros serão os representantes das várias feiras pelo mundo fora, garantindo-se que, devido ao respeito pela livre concorrência entre estas organizações de comércio, não haverá decisões nem discussões que ponham em causa estas questões.

www.cibjo.org

Visita ao Israel Diamond Exchange No dia 8 de Maio os delegados tiveram a rara oportunidade de conhecer o coração da indústria diamantária de Israel em Ramat Gan, na periferia de Tel Aviv, numa visita guiada ao Israel Diamond Exchange (Bolsa de Diamantes de Israel) num edifício de altíssima segurança. Neste prédio, com áreas de negócio comuns (o vasto open space onde os membros fazem os seus negócios) e escritórios privados, entre outros espaços dedicados, por exemplo, à lapidação de pedras, transaccionam-se alguns milhares de milhões de dólares por ano em pedras brutas e lapidadas, num ambiente de total discrição, segurança e ética profissional. Os membros têm ao seu dispor uma série de equipamentos muito sofisticados de apreciação das pedras para melhor aferirem da sua qualidade.


17 NOTÍCIA

LICENCIAMENTO ZERO Balcão do Empreendedor já está disponível

O Balcão do Empreendedor está disponível desde o passado dia 2 do mês de maio, através do portal da Empresa (www.portaldaempresa.pt). Trata-se de uma medida que se insere na iniciativa Licenciamento Zero. Este balcão eletrónico centraliza uma generalidade de serviços para quem pretende constituir ou alterar uma empresa, mantendo a sua atividade legal. Esta medida abarca um conjunto de procedimentos administrativos relativos à instalação, modificação, funcionamento ou encerramento de várias atividades na área do comércio, indústria e serviços. Por esta via passa ainda a ser possível o pagamen-

to das taxas associadas aos diversos serviços disponíveis online. Entre os serviços disponíveis através deste balcão virtual estão a possibilidade de licenciar um novo estabelecimento, fazer alterações a um estabelecimento já em funcionamento, ocupar espaço público; ou inscrever uma nova atividade no cadastro comercial, entre outros. O Balcão do Empreendedor encontrase regulado pelo Decreto-Lei nº 141/2012, de 11.7. A AORP tem no seu leque de serviços prestados aos associados, o licenciamento de novos estabelecimentos. Saiba como contactando-nos.


18 NOTÍCIAS

EQUILÍBRIO SUSTENTADO NA AORP AORP CELEBRA PROTOCOLO COM CD VIAGENS

Relatório e Contas aprovadas por unanimidade No primeiro exercício do novo mandato dos órgãos sociais que gerem a AORP (2012/2015), a grande nota é a de que se mantém o equilíbrio financeiro alcançado no ano de 2011. A assembleia geral de 30 de maio foi unânime na aprovação das contas do exercício, mais uma vez salientando o bom trabalho desenvolvido. Quando todos os indicadores exteriores se apresentam desfavoráveis, e o contexto económico é dos mais críticos, a AORP com políticas de gestão muito rigorosas e realistas, trabalha em contra ciclo, e apresenta soluções às empresas do setor que lhes permite reunir e executar um conjunto de medidas no sentido do desenvolvimento dos seus negócios. Persistindo nesta senda da implementação de uma exploração sadia e compatível com os fins estatutários, foi possível em 2012 alcançar os objetivos de dinamização do tecido empresarial, com resultados positivos.

A utilização mais intensa de toda a estrutura associativa possibilitou a dupla concretização de apoio à modernização do setor através da execução de ações junto dos empresários participantes nas atividades desenvolvidas, ao mesmo tempo que a absorção dos custos estruturais permitiram a rentabilização da exploração. Por esta via se lutou e se contrariaram os ventos adversos que assolam a economia em geral e que criam o ambiente depressivo que a todos nos afeta. As ações de incentivo desenhadas e implementadas no âmbito desses programas, constituíram a oportunidade de facilitar a caminhada.

A missão das empresas portuguesas deverá passar forçosamente pela internacionalização. Para as que já tomaram a decisão de partir e para as que ainda precisam de um empurrão, a AORP celebrou um protocolo com a agência de viagens CD Viagens, que prevê proporcionar aos nossos associados a aquisição de produtos e serviços em condições altamente especiais. Este protocolo prevê ainda o acesso a campanhas promocionais especificamente desenvolvidas para o setor. A rede da AORP terá agora ao seu dispor, uma empresa disponível para apresentar propostas de viagem e estadia, vistos e transferes, a preços competitividos e com rapidez e confiança nos serviços prestados.

O relatório e as contas estão disponíveis no site da AORP em www. aorp.pt para consulta dos interessados.

Para mais informações, poderão consultar a CD Viagens pelos seguintes contactos: Carla Cardoso Rua Dr. Nunes da Ponte, 63 4440-645 Valongo - Portugal T. +351 224 225 536/8 F. +351 224 225 530 Email: geral@cdviagens.pt www.cdviagens.pt

www.issuu.com/aorp


19 NOTÍCIAS

Reuniram-se no Palácio dos Congressos a 29 de abril, em Basileia, as principais organizações e associações de ourivesaria na Europa, onde selaram um acordo sobre a criação de uma Federação Europeia de Ourivesaria. O nascimento desta Federação tem como objetivo responder às expectativas de todos os agentes que desejam reforçar a sua presença nas instituições europeias. As problemáticas comuns de cada membro (REACH, marca de origem das peças, propriedade intelectual, direitos aduaneiros, etc.) serão agora objeto de ações de discussão de nível técnico e político dentro da União Europeia. Nos membros fundadores encontramos: UFBJOP (Union Française de la Bijouterie, Joaillerie, Orfèvrerie, des Pierres et Perles, Federorafi (Federazione Nazionale Orafi argentieri gioiellieri fabbricanti), AEJPR (Asociación española de joyeros, plateros y relojeros) e AORP (Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal). Da Alemanha, BV Schmuck + Uhren também manifestou interesse nesta iniciativa, com um rol de observações. Por ocasião desta reunião inaugural, as organizações fundadoras realiza-

ram a eleição da primeira Direção e foi nomeada como presidente Bernadette Pinet-Cuoq. Durante o seu mandato de três anos, Bernardette Pinet-Cuoq será assistida pelos seguintes vice-presidentes: Licia Mattioli (Itália), Giovanna Tagliavia (Espanha) e Fátima Santos (Portugal). Os outros Estados-Membros serão convidados a participar na Federação brevemente. Sem demora, a Federação terá nas próximas semanas, discussões em que abordará muitas questões essenciais para a indústria de ourivesaria e joalharia na Europa. Da esquerda para a direita na foto: Stefano de Pascale, diretor geral, Federorafi (Itália), Thilo Brückner, diretor geral, BV Schmuck + Uhren (Alemanha), Licia Mattioli, Presidente, Federorafi (Itália), Bernadette Pinet-Cuoq, Vice-Presidente, UFBJOP (França), Fátima Santos, secretária geral AORP (Portugal), Giovanna Tagliavia, Diretora AEJPR (Espanha), Jacques-Henri Sole, secretário geral, UFBJOP.

5 A 8 DE JULHO PORTE DE VESAILLES www.bijorhca.com STAND Hall 5 A700 Institutionnel Booth number: C 002 - D 001

A AORP - Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal irá participar em mais uma edição da feira Bijorhca Paris, em julho de 2013, ocupando um espaço institucional e mostrando algumas marcas portuguesas. Marcas em exposição: . Bruno da Rocha . Iluminada Mendes . Marco Cruz . Rainbow Jewellery . Luisa Pedroso . Gracinda Soares . TMB


20 NOTÍCIAS

ENTRE A ALQUIMIA E O NEGÓCIO Conhecer, valorizar e preservar (para o futuro) o património de Gondomar foram os objetivos do Encontro que o Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Gondomar promoveu no dia 11 de maio, na Biblioteca Municipal. A iniciativa, já na sua 3.ª edição, apresentou um programa exclusivamente dedicado à Ourivesaria. Além de quatro palestras sobre o tema foi inaugurada, também, uma exposição de fotografias de Gondomar. Teve lugar no dia 11 de maio, na Biblioteca Municipal, uma tarde inteiramente dedicada ao Património (e à Ourivesaria) de Gondomar. Com o mote “Ourivesaria: entre a Alquimia e o Negócio”, o III Encontro com o Património pretendia aprofundar o estudo e a divulgação da riqueza patrimonial de Gondomar. As duas primeiras edições destes “Encontros” foram dedicadas ao património religioso e ao património rural. A edição deste ano contou com a participação, enquanto palestrantes, de empresários, designers, docentes e responsáveis por estruturas do setor. Fernando Paulo, Vereador do Pelouro da Cultura da Câmara de Gondomar, destacou na abertura deste encontro que “só conhecendo o vasto património de Gondomar é que nos podemos afirmar como seus defensores”. Destacando os investimentos que a Câmara Municipal de Gondomar tem concretizado no setor da Ourivesaria, Fernando Paulo defendeu que “ainda mais importante do que a dinamização industrial (ou da área de negócios da Ourivesaria) é a sua divulgação institucional e cultural”. Completando os espaços de formação e debate deste “Encontro”, foi ainda inaugurada uma exposição de fotografias sobre Gondomar. Em complemento a imagens do acervo da Câmara Municipal, numa comparação entre o passado e o presente, também estão patentes imagens atuais (da autoria de Ângelo Sousa e Daniel Fernandes).

inaugurado no Museu do Traje em Viana do Castelo Manuel Rodrigues de Freitas No dia 10 de maio, foi inaugurado no Museu do Traje em Viana do Castelo, a Oficina do Ouro. O ato foi presidido pelo Sr. Presidente e Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Viana do Castelo. A ampla sala estava completamente cheia, tendo a AORP sido representada pela sua Secretária Geral, Fátima Santos. Foram vários as pessoas que contribuíram com o seu espólio para tornar possível tão valioso recheio, constituído por centenas de ferramentas dos nossos ourives, algumas com mais de 100 anos, que estará patente de forma definitiva no R/C do Museu do Traje. Este espaço acolhedor, para além das ferramentas, tem muitas ilustrações e videos explicativos das técnicas de fabrico de algumas joias emblemáticas da Ourivesaria Tradicional Portuguesa e serve para mostrar a quem nos visita a arte e habilidade dos nossos ourives. No mesmo dia foi feita a entrega na

Biblioteca Municipal de Viana do Castelo de todo o meu espólio constituído por centena de livros ligados à ourivesaria, que fui adquirindo ao longo de minha vida e me ajudaram a ampliar os conhecimentos nesta área. Em 2011, fundei o Museu do Ouro, com um acervo de cerca de meia centena de joias. Só uma parte estão expostas na cave do referido museu, por falta de espaço e meios de segurança. De futuro, quem quizer ampliar um pouco os conhecimentos nesta área , terá que se deslocar a Viana para consultar a literatura da especialidade, ver as ferramentas que os nossos ourives usavam e o produto final. Tenho também o sonho de coordenar um grupo de jovens que possam ir para o terreno inventariar a memória das nossas gentes, em relação às joias do nosso povo, nas suas diversas vertentes e quem sabe, criar no Centro de Formação Profissional de Viana do Castelo um curso de ourivesaria.


21 NOTÍCIAS

ECO JEWELLERY CHALLENGE

OURINDÚSTRIA 2013 O Multiusos transformou-se, durante quatro dias, num verdadeiro “centro de negócios” do setor da Ourivesaria. A “Ourindústria”, já na sua 15.ª edição, juntou este ano um total de 86 expositores. Numa iniciativa promovida pelo Pelouro do Desenvolvimento Económico da Câmara de Gondomar, a “Ourindústria 2013”, além de continuar a desenvolver e promover o setor, foi um certame que proporcionou inúmeros contactos, oportunidades de negócio e, principalmente, partilha de conhecimentos e experiências. Os industriais da ourivesaria juntaram-se, durante quatro dias, no Multiusos Gondomar em mais uma edição da “Ourindústria”. O

certame, dinamizado pelo Pelouro do Desenvolvimento Económico da Câmara de Gondomar, voltou a assumir um papel estratégico na divulgação, promoção e estímulo do ramo da Ourivesaria e das indústrias e serviços associados. Esta é, pelos profissionais da Ourivesaria, considerada uma das mais importantes feiras do setor que se realiza em Portugal – numa iniciativa que representa um valioso contributo aos negócios relacionados com a arte mais tradicional de Gondomar, a Ourivesaria. O certame, já na sua 15.ª edição, decorreu de 21 a 24 de março. Os primeiros dias estiveram reservados aos profissionais do setor e, no dia 24, a “Ourindústria” abriu portas a um público mais generalizado.

Durante a feira Ouindústria, a AORP divulgou os vencedores do último desafio lançado sobre a ecologia e inovação no mundo da ourivesaria. O concurso foi lançado nas jornadas de ourivesaria com o objetivo de colocar à prova os criadores, designers e empresas a desenvolverem uma peça/peças com origem sustentável. De uma forma objetiva, acelerar a aplicação direta da eco-inovação no setor. Este concurso pretendeu distinguir pela inovação peças/protótipos/ projeto de Joalharia e ourivesaria originais, apresentados pela primeira vez ao público, podendo incidir num ou vários destes âmbitos: novos produtos, novos serviços, novos processos e/ou novos materiais. Foram atribuidos 3 lugares e 4 prémios que passamos a apresentar: 1º PRÉMIO - Maria Magnólia Joias por Joana Santos, alfinete em madeira e brilhantes Swarowski. 2º PRÉMIO - Sofia Gomes, colar em cortiça. 2º PRÉMIO - Paula Castro Pereira, alfinete em madeira e aluminio. 3º PRÉMIO - Coletivo “As 3 Joias”, Guarda joias noz em grafite; alfinete SOS em prata e semente de ervilha anã; pins em forma de noz em prata; colar bolota em semente de carvalho e prata; colar/pulseira em prata e semente de açaí/palha de buriti; pendente, estrela de anís em prata. Participantes: Alexandra Lacerda; Amélia Abreu; Ana Ramalho ; Ângela Macedo; João Pedro Oliveira; Márcia Vicente; Maria José Teixeira Moura e Susana Noro.


RUNS


23 JEWELLERY FOR AL

JEWELLERY FOR AL EM TEMPOS DE CRISE

www.facebook.com/Jewellery-for-Al Apertamos o cinto, mas não dispensamos o brilho das joias, este é o mote da “Jewellery for Al”. Fomos encontrar no meio do setor da ourivesaria um projeto da Escola de Joalharia Alquimia, que se reinventa e a par das competências mais diretas de ensino, cria peças de ourivesaria com toda a qualidade associada a este setor, mas a preços acessíveis.

O que é a Jewellery for Al? A “jewellery for al” ou “jewellery for Alquimia-lab” - Escola de Joalharia sita na Invicta, é uma ideia resultante da convicção de que todos podemos usar pelo menos uma JOIA por dia. Explora as tendências e usa de elementos com a frescura do quotidiano que se desdobram em pequenas coleções para disfrutar e abusar. Servem o dia e a noite, mudam de temperatura conforme as estações do ano. Espreite. Experiencie. Como nasceu esta ideia? Esta experiência começou com uma produção reduzida e cautelosa com a premissa de simplificar peças já anteriormente elaboradas e torná-las não só mais funcionais e transversais ao gosto pessoal de cada um, como também acessíveis monetariamente. Em que é que se materializa a experiência? Hoje já falamos na nossa marca. Chamamos-lhe Joalharia low cost, os preços começam nos 10 euros e chegam a um máximo de 90 euros. As coleções são versáteis e utilizam elementos do quotidiano como a “folha”, o “búzio”, ou o tão usado “coração” e as peças giram de forma natural em torno da essência dos temas. Usamos prata ou prata plaqueada a ouro, pedras naturais,

que quer queiramos quer não fazem toda a diferença, e uma bela dose de pormenores essenciais e leveza. A qualidade estética e visual das peças é determinante, não aparentam jamais o preço que custam. Qual é o segredo desta ideia? O “segredo” são muito mais horas de trabalho e a predisposição para ganhar menos e vender muito mais. Apesar da produção começar já a ser numa escala mais alargada, que esperemos que dê cada vez mais frutos, correspondemos aos pedidos de peças únicas ou personalizadas sem alteração no preço, desde que dentro dos contornos da colecção. Basta passar pela nossa Escola para um chá e conhecer tudo tim tim por tim tim. Este “jewellery for al” é a continuidade da Escola? Não desvirtua os seus princípios? A Escola Alquimia-lab, defende também o interesse no ensino da produção a um nível comercial. Sempre foi um objetivo atuar também com o nosso nome sobre o mercado. Este ano demos mais este passo na nossa estratégia. E achamos que é uma aposta ganha. A nossa Escola é um espaço vivo, de ensino e de partilha, de criação e oferta ao mercado!


24 NOTÍCIAS

Instrumentos Financeiros de apoio à exportação

Programa de Estágios Profissionais uniformizado com Passaportes Emprego O Governo procedeu a nova alteração ao Programa de Estágios Profissionais, de modo a, designadamente, eliminar situações de eventual sobreposição com as medidas Passaportes Emprego. Assim, segundo a nova portaria ora publicada, o Programa de Estágios Profissionais é reorientado para abranger os jovens com idades compreendidas entre os 25 e os 30 anos, inclusive (o Passaporte Emprego aplica-se a jovens à procura de emprego, entre os 18 e os 25 anos). É, ainda, uniformizada a duração dos estágios, tendo sido alargado o período de duração de 9 para 12 meses, bem como o valor das bolsas de estágio. Por seu lado, foi alargado o âmbito dos Estágios Profissionais de forma a que os mesmos se apliquem aos estágios que tenham como objetivo o cumprimento de requisitos para acesso a títulos profissionais, e também para que as autarquias locais possam candidatar-se a este Programa, de modo a eliminar barreiras de acesso ao mesmo. O pagamento do valor correspondente às bolsas de estágio passa a ser comparticipado pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), nos seguintes termos: - integralmente, relativamente ao 1º estagiário, no caso de entidades com 10 trabalhadores ou menos ou autarquias locais, desde que não tenham já obtido idênticas condições de apoio noutro estágio financiado por fundos públicos; - em 80% do respetivo valor: relativamente ao 1º estagiário, quando tenha já obtido comparticipação integral noutro estágio financiado por fundos públicos; no que se refere aos estagiários seguintes, no caso de entidades com 10 trabalhadores ou menos ou autarquias locais; no caso de entidades com mais de 10

trabalhadores. As referidas comparticipações são majoradas em 10%, no caso de estagiário com deficiência e incapacidade. São introduzidos ajustamentos no regime jurídico dos projetos reconhecidos de interesse estratégico para a economia nacional ou de determinada região pelo IEFP, visando conferir-lhes maior eficácia. Assim, o estágio passa a poder ter uma duração de 6, 9, 12 ou 18 meses, não prorrogáveis, contra a anterior regra de um máximo de 18 meses não prorrogáveis. Estabelece-se, agora, que podem ser abrangidos, quanto a projeto reconhecido de interesse estratégico, os desempregados inscritos nos centros de emprego com idade entre os 18 e os 24 anos, inclusive. Fica expressamente previsto que o IEFP não comparticipa no pagamento das contribuições devidas à Segurança Social pelas entidades promotoras, relativamente a cada trabalhador abrangido. A entidade promotora fica impedida de selecionar destinatários do Programa de Estágios Profissionais com quem tenha estabelecido, nos 12 meses anteriores à data de apresentação da candidatura, uma relação de trabalho, prestação de serviços ou estágio de qualquer natureza, exceto estágios curriculares ou obrigatórios para acesso a profissão. Fica revogada a regra da comparticipação pelo IEFP, no máximo em 90% do valor da bolsas de estágio, independentemente da natureza jurídica e da dimensão da entidade promotora. Por último, importa ter presente que as regras da nova portaria aplicam-se apenas às candidaturas apresentadas a partir de 27 de março, data de entrada em vigor do mesmo diploma.

in, Boletim do Contribuinte

Hoje, como sempre, colocam-se novos desafios às empresas que dificultam muitas vezes o desenvolvimento sustentável da sua atividade. Num cenário de quebra significativa do consumo interno, a procura de oportunidades de negócios fora de Portugal é fundamental para impulsionar o crescimento da atividade económica das empresas nacionais. No entanto, existe em Portugal um profundo desconhecimento sobre os meios financeiros de apoio à exportação, mormente no que se refere às formas e garantias de pagamento utilizáveis no comércio internacional. Face ao desconhecimento, os empresários adotam normalmente duas atitudes totalmente antagónicas mas igualmente perigosas, a saber: 1. Exigindo o pagamento antecipado para que a mercadoria seja expedida para o exterior, colocando muitas vezes em causa a concretização dos negócios, uma vez que o cliente final também tem o direito de desconfiar da credibilidade do fornecedor; 2. Expedindo mercadorias para mercados longínquos e esperando que a boa fé do cliente lhe garanta o pagamento, o que pode provocar grandes dissabores e prejuízos motivados por incobráveis que muito dificilmente serão recuperáveis. Para ultrapassar estas condicionantes, existem diversas formas de realizar negócios a nível internacional de forma mais segura, seja para o comprador seja para o vendedor, e que permitirão limitar consideravelmente o risco e, simultaneamente, financiar a tesouraria a tesouraria das empresas a saber: 1. Cartas de crédito – Uma carta de crédito emitida pelo banco do comprador e confirmada pelo banco de vendedor ou outro banco de confiança do mercado, pode ser endossada a um fornecedor de matérias-primas ou mercadorias. Desta forma, garante-se a cobrança de créditos sobre clientes e gera-se fundo de maneio sem que seja necessário o recurso a capitais

líquidos ou financiamento bancário. Estes documentos são genericamente designados por “créditos documentários” e são de enorme utilidade na gestão financeira das empresas. Em todo o caso, esta área deve ser gerida por especialistas profundamente conhecedores de todas as questões relevantes em torno desta matéria. 2. Factoring sem recurso – De forma simples, podemos afirmar que este produto decorre da utilização simultânea e cruzada entre dois outros (seguro de crédito e factoring). O seguro de crédito sobre clientes pode ser endossado à companhia de factoring a quem serão endossadas as faturas de venda, permitindo a esta ter a certeza de cobrança das mesmas. Assim, e garantida que esteja a cobrança das faturas, é possível a antecipação ou “desconto” das faturas de forma a financiar as necessidades de fundo de maneio da empresa. 3. Depósito de caução – Este modelo pode ser utilizado para qualquer tipo de negócio, sendo que aconselhamos a utilizarem-no fundamentalmente em negócios de valor relativamente elevado com particulares. Com base neste modelo de garantia, o cliente final dá instruções ao seu banco para cativar na sua conta o valor a pagar ao fornecedor, o qual deverá ser pago assim que for apresentado um documento que garanta que a transação foi efetivamente efetuada (fatura, documento de transporte, auto de receção e mercadoria, etc…). Estas são três alternativas, entre muitas outras, que podem ser desenhadas para garantir a cobrança das faturas de venda, dando crédito e prazo de pagamento a clientes e assegurando o financiamento das necessidades de tesouraria das empresas. No entanto, a utilização destes instrumentos deve ser apoiada por especialistas, de forma a que seja assegurada a correta utilização dos mesmos, evitando riscos desnecessários. António Vale Gestor e Consultor de Empresas in, Boletim do Contribuinte



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