JORNAL ABR MAI JUN 2015
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FERNANDO MARTINS PEREIRA Uma Hist贸ria de 100 anos
ROTA DA FILIGRANA Novo Projeto de Ourivesaria
anel BY SËA JOALHARIA PORTUGUESA Inspirada na intensidade da vida, Alma, uma Joia Exclusiva de Arte Estilizada representa a elegância da beleza natural. Anel em Prata 925, gema natural Quartzo Rutilado, Cristais Swarovski e Banho de Ouro. Marca de conceção e fabrico nacional de Joias Únicas e Intemporais. Inspirado no conceito de Arte Estilizada, todo o Design de cariz elegante e delicado, é a demanda constante da beleza do ser Feminino aliada ao desejo de exaltar emoções. Privilegiando a versatilidade da Prata, e o encanto das pedras naturais cada joia tem poder ímpar de contar uma história! A Sëa Joalharia Portuguesa anseia que seja a sua! www.seajoalhariaportuguesa.pt
Caros Colegas, Recomeços apontam para inúmeras novas possibilidades. É dessa forma que encaramos o novo ano, e este trimestre. Tradicionalmente os primeiros meses do ano são sinónimo de balanços, análises e restruturação de estratégias. E a ourivesaria não é excepção. Por aqui fizeram-se as contas à vida, e lançou-se o caminho. Este 2015 significa para a AORP a implantação de ações mais consistentes e ousadas. O setor, que se transforma a uma velocidade vertiginosa, abraça uma nova abordagem da problemática setorial fundamentada na partilha de responsabilidades entre a Associação e as empresas. A maior incidência nos campos da inovação, da criatividade e internacionalização tem que ter em vista a consolidação dos resultados obtidos numa maior orientação das empresas para os mercados externos e num aumento consistente das exportações. O pontapé de partida está dado com o novo projeto conjunto de internacionalização que permitirá a mais de 30 empresas potencializar as oportunidades de negócio nos mercados internacionais escolhidos. O objetivo é aumentar a orientação das PME para os mercados externos através do reforço da notoriedade mas também das vendas em mercados estrangeiros. Dentro de portas, a AORP redesenhou-se para cativar um maior número empresas, e superou-se na criação de serviços mais especializados e à medida dos associados. Inauguramos um novo site, requintado, de fácil leitura e muito intuitivo. Criamos uma campanha de divulgação da AORP tendo em vista levar quem somos a mais empresas, potenciando o seu crescimento ao nosso lado, aumentando a nossa rede de influência e de intervenção. Nesta primeira edição do ano do nosso jornal, abrilhantámos a chegada do sol, como estas novidades. Damos conta do que as empresas fazem em Portugal, mas também nos países estrangeiros. Salientamos boas parcerias entre setores da moda, como é o caso do Âme Moi. Aplaudimos apostas artísticas das nossas empresas e promovemos os eventos em destaque nesta temporada, como mais uma edição da feira Ourindústria. Boas leituras e bons negócios.
(Presidente AORP)
CONCEPÇÃO GRÁFICA
JOIA CAPA
Sílvia Silva Gabinete de Comunicação e Imagem da AORP silvia.silva@aorp. pt
Brincos em Prata Dourada Topázio
PROPRIEDADE
EDITORIAL
AORP Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Por tugal geral@aorp. pt
AORP Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Por tugal
04 TENDÊNCIAS
TOPÁZIO BY TERESA VIOTTI Colar Flore em prata
FAMIPRATA Colar em prata
FAMIPRATA Colar em prata dourada
MISIS BY TOPÁZIO Colar Sipadan em prata dourada com Agatas Azúis, Jade e Zircónias
GORIS Escrava em prata dourada
#LOVE WOO’S SENTER Colar e medalhas em prata
Sugestões de Ourivesaria Portuguesa para este Verão
05 TENDÊNCIAS
GUMUS As joias Gumus combinam o design e a arte com o detalhe e a perfeição. Inspiradas na beleza feminina, evidenciam um equilíbrio perfeito entre a elegância e o requinte. A experiência da marca valoriza cada joia como única. As joias Gumus distinguem-se pela fusão de temas clássicos com temas contemporâneos. Todas as jóias são fabricadas nas suas oficinas obtendo características diferenciadoras. Combinam ouro e prata, pedras verdadeiras com matérias mais orgânicas como couro, tecido e madeira. www.antoniomarinho.pt/gumus
J. Monteiro Falar de filigrana em Portugal implica falar de J. Monteiro de Sousa. Criada em 1953 por Joaquim Monteiro de Sousa, a empresa passou de geração em geração sempre dentro da mesma família. Preservam a produção tradicional da ourivesaria, com enfoque na filigrana. Com grande mestria no fabrico em ouro ou em prata, a empresa oferece uma capacidade ímpar na criação à medida de peças de ourivesaria. Destacam-se por uma produção completamente manual e tradicional, resultando em trabalhos que são autênticas obras de arte. Ao lado uma escrava de filigrana em ouro, captada pela lente do afamado fotógrafo Óscar Almeida, para a Bold Magazine (em distribuição a partir de setembro). www.jmonteirosousa.com
06 BOLD MAGAZINE
m setembro, a AORP irá lançar uma nova revista. Bold Magazine será um dos meios escolhidos para a promoção da ourivesaria portuguesa, focada no mercado exterior. O velho anuário veste uma nova roupagem e muda de conceito.
Quem organiza AORP com o apoio do artista Luís Espinheira e a parceria do Porto Fashion Makers.
Nos últimos anos a associação redirecionou a sua estratégia e nessa linha de ação, este projeto assume-se como chave no objetivo de elevar a notoriedade do setor. A qualidade desta revista preencherá padrões de elevado prestígio, e a sua visibilidade nacional e internacional crescerá exponencialmente. O investimento por trás deste projeto pressupõe a confiança nos resultados a alcançar. Um trabalho de fundo, desenvolvido desde o início do ano, com um conjunto de atores setoriais, com o maior destaque dado às empresas, faz confiar que o formato será pautado pela qualidade e pelo talento existente na ourivesaria.
Onde Patch Rua do Rosário 193 4050 Porto
Espera-se que a revista espelhe uma imagem consistente, moderna, que acompanha a moda e as tendências. A escolha das peças e imagem a apresentar pelas empresas neste meio, assim como os textos publicados, passaram por um processo de seleção e validação cuidado, de forma a manter a integridade e identidade de todo o documento, respeitando o nível alto de exigência projetado. Muito do trabalho fotográfico da revista foi entregue a profissionais de renome da nossa praça, antecipando-se por isso um leque de imagens sedutor. Folheando a revista somos convidados a sentir o pulso da ourivesaria em Portugal, inaugurandose temáticas, mostrando-se tendências, apresentando as empresas. A festa de lançamento está já em andamento. Confira todas as indicações que necessitará para estar presente.
Quando 19 Setembro 2015 16h30 Porquê O lançamento da Bold Magazine aproveitará a agenda da cidade do Porto. No dia 19 de setembro há uma natural concentração de atenções para o bairro das artes, na zona de Miguel Bombarda, a propósito das inaugurações do mês de setembro. Num claro momento de regresso de férias, colocando fim à época de veraneio, a Bold Magazine será o pretexto para a construção de rede de contactos motivadas por conversas descontraídas, uma bebida na mão e boa música ao fundo. A ourivesaria portuguesa sairá a ganhar. Para quem Empresários, designers, jornalistas, bloggers e amantes de ourivesaria em geral.
07 BOLD MAGAZINE
(...) a associação redirecionou a sua estratégia e nessa linha de ação, este projeto assume-se como chave no objetivo de elevar a notoriedade do setor.
08 ENTREVISTA ASSOCIADO
EMPRESA
Fernando Martins Pereira A Fernando Martins Pereira & Ca. Lda. é uma empresa centenária, que carrega consigo toda uma experiência repleta de tradição, de gestão familiar e de vantagens competitivas que marcam o sucesso que alcançou até hoje.
A história desta empresa mistura-se e funde-se com outras histórias: a da ourivesaria portuguesa e a história da cidade de Gondomar. O seu fundador, José Martins Pereira, trabalhava como aprendiz numa oficina perto de sua casa; em 1914, início da 1ª Grande Guerra. O seu patrão, vendo-se no meio de uma grande crise, despede-o sem pejo pois seus pais possuíam terras de cultivo. José Martins Pereira, tendo já sido contagiado pelo amor à ourivesaria, decide pedir ajuda aos pais, que fundem algum ouro pessoal, para continuar na arte, e monta a sua própria oficina. Começa com anéis e brincos leves que vende a armazenistas do Porto. Conseguiu algum sucesso e foi crescendo, contratando colaboradores e ensinando os seus filhos. No início da década de 70 entrega definitiva-
mente o comando aos filhos e a firma passa a designar-se Fernando Martins Pereira & Ca. Lda.. Neste momento já está na terceira geração. A gestão familiar faz parte da história da Fernando Martins Pereira e relaciona-se com o sucesso empresarial, apesar de apresentar simultaneamente prós e contras. A envolvência com todos os colaboradores, o partilhar dos seus problemas e alegrias pode provocar entraves mas também cria laços de colaboração e disponibilidade muito fortes. Neste momento a empresa encontra-se num processo de reestruturação fazendo ajustes mais adequados na sua direção. Toda a sua gestão foi e é pautada por princípios de retidão, confiança e partilha interna, com colaboradores, e também com todos os intervenientes no mercado. Durante todo o seu percurso apresentou um papel ativo e impulsionador,
fundamental no setor; deu formação a elementos internos e externos da empresa formando assim inúmeros ourives. Alguns saíram para formar a sua própria empresa ou foram para outras, transportando e divulgando os conhecimentos adquiridos. Ainda recebeu nas suas instalações e deu formação a vários estagiários de escolas profissionais. Desde a sua fundação que se especializou no fabrico de objetos em ouro e prata para uso pessoal. No feminino, produz entre outros, brincos, anéis, alfinetes, berloques, colares e pulseiras e, no masculino, botões de punho, molas de gravata e anéis. Produz também alguns objetos por encomenda, entre os quais objetos de arte sacra. Foi respondendo às necessidades de procura do mercado que se foram modificando ao longo dos anos. Nos anos 40 produziam principalmente brincos de luto e anéis de pedra. Nos
anos 50, anéis ocos para homem, de mesa lisa, de pedra, de escudo e de bandeira e ainda brincos de canivão. Nos anos 60 dedica-se à ourivesaria tipo joalharia para uma população com bom poder de compra. Nos anos 70, integrando uma associação complementar de empresas, fabricou sobretudo para exportação anéis, brincos, alfinetes, botões de punho e outros, em ouro de diversos toques e cores. Ainda nos anos 70 adquiriu uma coleção única e interessantíssima de cunhos de motivos barrocos dos séc. XVIII e XIX à firma de Coelho e Ribeiro do Bonfim. Desde aí tem-se empenhado a produzir peças distintas usando os cunhos e métodos tradicionais ajudando a manter viva a memória e história da ourivesaria. O interesse nos métodos manuais de trabalho, executado em parceria com o “novo design” são a melhor forma
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de renovar a tradição ancestral da arte da ourivesaria, e de apresentar peças com design, caráter e tradição. Não descura da qualidade. Possui, por isso, um sistema de qualidade que garante um elevado padrão de exigência em todas as fases do processo produtivo. O produto desta empresa é manual feito com todo o saber acumulado, para quem aprecia qualidade e distinção.
Quem compra ourivesaria da Fernando Martins Pereira compra um pedaço de História. O envolvimento com o setor é nato à empresa destacando-se que ao longo de toda a sua história, apresenta um grande envolvimento com a AORP.
A colaboração ativa com a associação fez sempre sentido e foi sempre importante para a Fernando Martins Pereira. Estiveram, por isso, sempre presentes mesmo em momentos difíceis como no período do pós-25 de Abril quando a união da Associação esteve ameaçada, nas negociações com sindicatos, com governantes e com os próprios colegas. O mote “a união faz a força” é defendido e permanentemente vivido, valorizando que o conhecimento e colaboração dos vários parceiros ajuda ao desenvolvimento individual de cada empresa. Para além da AORP, colabora ativamente com outros representantes e interessados no setor como o CINDOR, a Escola Soares dos Reis e a Câmara Municipal de Gondomar. Dada a preciosidade deste trabalho, sobre as coleções e métodos de fabrico usados foi elaborado um trabalho
de tese: Ourivesaria Estampada e Lavrada - Uma Técnica Milenar numa Oficina em Gondomar - por Ana Cristina Correia de Sousa. Vários documentários foram feitos nesta firma ajudando a divulgar a ourivesaria. Entre eles destaca-se um filme para a RTP, de Perdigão Quiroga, uma entrevista nas instalações da empresa para a RTP por Raúl Durão, um documentário sobre ourivesaria tradicional feito pela Assosiação Ao Norte para o Museu do Traje de Viana do Castelo e transmitido pela RTP2.
10 ROTA DA FILIGRANA
rota da filigrana Rota da Filigrana, um novo projeto que abraça o setor da ourivesaria, a herança da filigrana e o município de Gondomar. Um programa orientado para o turismo industrial que dá ao visitante a oportunidade de aprender e experimentar as técnicas de ourivesaria e adquirir um maior conhecimento sobre a arte da ourivesaria.
“Rota da Filigrana” é uma aposta estratégica da Câmara Municipal de Gondomar que vem dar resposta a um anseio antigo do mais importante setor de atividade do concelho de Gondomar, a ourivesaria. Considerando que a indústria do turismo poderá ser o motor impulsionador para dinamizar as oficinas tradicionais, preservar e divulgar as técnicas utilizadas no processo produtivo e reforçar a visibilidade de Gondomar enquanto Capital da Ourivesaria, o Município estruturou um produto turístico diferenciador e com uma cadeia de valor associada que junta no mesmo projeto os principais ourives mas também as unidades de restauração e alojamento do concelho. O processo iniciou-se com a abordagem e identificação das unidades produtivas com potencial para acolherem visitas e evoluiu para o envolvimento de parceiros estratégicos para a dinamização do produto, contando com os apoios institucionais da AORP, Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) e Associação de Turismo do Porto (ATP). Atualmente, o projeto encontra-se
em implementação junto dos agentes turísticos através de um plano de marketing que contempla a produção de material promocional e respetiva divulgação em vários canais e suportes comunicacionais, bem como o lançamento oficial do produto durante o próximo semestre, com várias ações previstas a nível interno e externo. Esta é uma aposta estratégica devido ao seu caráter diferenciador e com elevado potencial de crescimento, consolidando um produto turístico genuíno e que certamente trará mais dinâmicas turísticas e resultados multiplicadores no tecido empresarial do Município de Gondomar.”
11 ROTA DA FILIGRANA
Apresentação Rota da Filigrana A Filigrana
Gondomar é um território conhecido pela Ourivesaria, boa parte da sua história é uma relação estabelecida entre Homem - Oficina - Ouro. A presença da exploração mineira do ouro vem desde os povos préromanos, intensificando-se durante a presença romana com a exploração de minas espalhadas nas serras de Pias e Banjas. A partir da segunda metade do século XVIII, Gondomar começa a afirmar-se como um dos núcleos mais importantes e prolíferos da Ourivesaria Portuguesa. A Filigrana é o campo artesanal e artístico na Ourivesaria gondomarense. A indústria artesanal é praticada em oficinas de pequena escala, de cariz familiar, utilizando técnicas passadas de uma geração à próxima. Esta herança continua a vigorar com força no município, exemplo disso, no ranking das oito maiores empresas
portuguesas de joalharia e Ourivesaria cinco são gondomarenses. A Ourivesaria em Gondomar regista cerca de 60% da produção nacional.
visita às fábricas de maior dimensão que trabalham atualmente com as mais reconhecidas marcas de moda internacional.
Processo Produtivo
09h15 - Monumento à Ourivesaria 09h30 - CINDOR - Centro de Formação Profissional da Indústria de Ourivesaria e Relojoaria - Experiência de cinzelagem e de cravação. 10h55 - Oficina Tradicional de Filigrana* 11h45 - Oficina Tradicional de Filigrana* 12h40 - Almoço 14h00 - Passeio pedestre pela zona ribeirinha do rio Douro 14h30 - Casa Branca de Gramido / Loja Interativa de Turismo de Gondomar 15h10 - Oficina António Marinho Jewellery 16h00 - Fábrica Topázio 17h00 - Final da Visita
A Filigrana é a arte de torcer fios de ouro ou prata (dois), usualmente muito finos, que são depois aplicados a molduras com várias formas, preenchendo-as com um rendilhado delicado. Da fundição à peça final vai um longo caminho, passando a vara de ouro ou prata por um processo de estiragem, diminuição da espessura do fio resultante, torcendo-os entre duas tábuas de madeira, seguido de um processo de batimento, cozimento e branqueamento. Por fim, a minuciosa tarefa de preenchimento das molduras é geralmente realizada por mulheres, denominadas “enchedeiras”. Finalmente, o processo de acabamento consiste em soldar todos os componentes e nas operações finais de montagem.
Experiências e compras
A Rota da Filigrana dá ao visitante a oportunidade de aprender e experimentar algumas técnicas ancestrais como a cinzelagem e estampagem. Em todos os locais poderá comprar diretamente e ao melhor preço verdadeiras obras de arte, conhecendo o seu autor e todo o processo produtivo. Conhecer melhor a arte por detrás de um artigo de luxo, entre uma tradição milenar e o contemporâneo, tendo a possibilidade de adquirir as peças mais emblemáticas como o “Coração de Filigrana” ou as peças de design que acompanham as últimas tendências.
Percurso
A Rota da Filigrana pretende dar a conhecer e valorizar os ourives genuínos de Gondomar, preservando e dinamizando as suas oficinas tradicionais. O roteiro contempla ainda a
* Visita a um dos seguintes filigraneiros: - J. Monteiro de Sousa e Filhos Lda; - António Martins de Castro e Filhos Lda; - AC Filigranas, António Cardoso. O percurso poderá ser personalizado ou adaptado face ao tempo disponível e à motivação do cliente, podendo ser complementado com outros produtos turísticos.
Para mais informações contacte o Gabinete do Turismo através dos seguintes contactos: T. (+351) 224 664 524 E-Mail. turismo@cm-gondomar.pt
12 NOVIDADES
ELEUTERIO by CARLA MATOS
“A Filigrana não tem fronteiras” O ano em que comemora o seu 90º aniversário, a Eleutério tomou uma série de iniciativas que levam a filigrana mais além, ao expoente da sua versatilidade. Eleutério é sinónimo de joias pensadas no feminino, joias que têm na sua génese a milenar arte da filigrana. A minúcia do trabalho artesanal revela-se na sensibilidade estética das suas formas, que foram evoluindo do tradicional na busca de novos códigos estéticos, mais adaptados ao gosto mulher de hoje. Rosa Antunes, neta do fundador, tem sabido defender a tradição e o trabalho artesanal da filigrana, sempre na procura de novas abordagens, criando joias únicas, de linhas fluidas e de forte personalidade. Carla Matos, designer de joias contemporâneas, de renome e reconhecimento internacional, vem agora reforçar o caminho que a Eleuterio tinha já traçado. Apaixonada pela arte da filigrana,
soube ler os códigos desta arte e acentuar o seu potencial introduzindo novas abordagens. A nova colecção Eleuterio by Carla Matos ultrapassa as fronteiras da imaginação. Joias que aliam uma nova estética à emoção e ao trabalho manual da filigrana. Joias que vão seguramente surpreender! Na defesa de uma arte, Rosa Antunes e Carla Matos. Duas mulheres, duas abordagens, uma mesma visão.
13 FEIRAS INTERNACIONAIS
JUBINALE No passado dia 11, 12 e 13 de junho, a AORP esteve presente na feira internacional Jubinale com uma representação portuguesa de marcas. Esta feira, a ter lugar em Cracóvia, a mais bonita das cidades da Polónia, contou com a presença de 7 marcas portuguesas num stand coletivo de 49m2. JUBINALE é um dos principais eventos da indústria de joalharia na Europa Central. A feira ofereceu aos seus visitantes uma perspetiva única sobre as tendências de verão que na próxima temporada marcarão o mercado de joalharia polaco e europeu. Os expositores da feira foram empresas polacas e estrangeiras – fabricantes, importadores, grossistas, designers de joias e indústria de relógios. Todos os anos um grande grupo de compradores vem da Polónia e dos países da Europa Central, como a Eslováquia, a República Checa, Hungria, Ucrânia, Alemanha, Lituânia, Itália, Áustria e outros. No primeiro dia de feira foi realizada uma festa para os expositores e compradores no museu da Aviação de Cracóvia. No convívio organizado pela Jubinale a ourivesaria portuguesa foi distinguida pela prensença forte e de qualidade com um troféu. Empresas portuguesas participantes na feira: As 3 Joias www.as3joias.com/porto Astorga www.astorgajewels.com/pt Bruno da Rocha www.brunodarocha.com Galeiras www.galeiras.pt Gumus www.antoniomarinho.pt Our Sins www.facebook.com/oursinsjewels Rare Jewellery www.rare-jewellery.com
14 FEIRAS
JCK - LAS VEGAS
Ourivesaria Portuguesa brilha nos Estados Unidos da América
Os EUA são um dos principais países consumidores de joias, detendo várias das principais marcas de joalharia mundial. Com um mercado tão grande e variado, as tendências de consumo americanas, no mercado da ourivesaria, dividem-se por alguns segmentos. Destacam-se desde logo os diamantes, nas suas diferentes formas, tanto em bruto como aplicado em joalharia. Conta também com uma grande tradição no consumo de joias de ouro associadas ao casamento e compromisso – Bridal/Marriage Jewellery. Um estudo realizado apresentou que em 2014 o valor médio gasto em joias com o casamento, incluindo anel de noivado, foi de $5.855. O consumo de joalharia em ouro – Fine Jewellery - representa uma fatia importante do mercado, neste segmento o ouro branco de 14 quilates é o que desperta o maior interesse pelos consumidores do sexo feminino. É notório que as mulheres compram joias para elas mesmas. As marcas de alta joalharia com design próprio têm também apresentado uma importância crescente. Quanto à prata, as peças de ourivesaria acessíveis e de moda Fashion Jewelry/Affordable Jewelry - representam um volume grande e crescente nas vendas deste mercado, cerca de 33% das receitas totais das ourivesarias. Tendo em consideração estes indicadores, a AORP em colaboração a ANJE, no âmbito do GET OUT - Projeto Conjunto de Internacionalização de PME cofinanciado pelo QREN, organizou uma ação em Las Vegas, USA, de 27 de maio a 2 de junho de 2015. O Projeto pretendeu promover a presença das PME nos mercados internacionais, reforçando a sua competitividade e assegurando uma maior orientação do produto interno para a procura externa. A JCK – Las Vegas realizada no Hotel Mandalay Bay Resort & Casino, é o certame de ourivesaria mais importante da América, atraindo profissionais de todo o mundo e combinando uma infinidade de eventos de networking, sessões de formação complementares e uma grande seleção de joias, pedras preciosas e peças intemporais em exposição, divididas em áreas distintas com uma identidade própria, tornando mais fácil a visita. O espaço é repartido em 26 áreas distintas por 3 andares. Portugal esteve presente neste evento, no pavilhão Prestige, um dos mais importantes da feira, e contou com a participação de 6 empresas: Adelino Teixeira da Rocha, Lda – CELSUS, Eugénio Campos, Lda. – EUGÉNIO CAMPOS JEWELS, Styliano & Ribeiro, Lda. – STYLIANO JEWELLERY, Pedro Rosas, Lda. – OUROPA , Rui Vieira Joalheiros, S.A. – MONSEO e Goris - Ind. e Com. Ourivesaria, LDA. – GORIS. Esteve ainda presente no espaço Luxury, uma dos mais exclusivos da feira, a ELEUTERIO JEWELS no âmbito do seu projeto individual de internacionalização.
15 FEIRAS
PROJETO DE INTERNACIONALIZAÇÃO PORTUGUESE JEWELLERY RUNS GLOBAL
A AORP encontra-se a organizar participações em diversas feiras do mercado Europeu, no mês de Setembro, saiba quais: Feira Bijorhca, a decorrer de 4 a 7 de setembro 2015, em Paris.
A BIJORHCA é uma representação internacional que assegura uma pluralidade de oferta, tendências e coleções. É uma feira que destaca o design exclusivo, fazendo da BIJORHCA uma montra do que melhor se faz a nível de design de objetos únicos na esfera mundial. Na Bijorhca 2015, edição de verão, a AORP pretende levar ao mercado de galerias, lojas de autor e ourivesarias o requinte da atualidade do design e a qualidade do fabrico da nossa ourivesaria.
IJL – International Jewellery London, a decorrer de 6 a 8 de Setembro de 2015, em Londres. A IJL é o mais importante evento de joalharia do Reino Unido que oferece uma visão exclusiva das tendências que irão continuar a conduzir o mercado de joias e relógios. Um evento que apresenta a classe associada ao setor da ourivesaria. Reúne o talento e inovação dos designers britânicos e internacionais, retalhistas, fabricantes e departamentos de compras de empresas todo o mundo. Nesta edição especial - Edição de Diamante - celebram-se os 60 anos da IJL, o evento contará com visitas especiais das principais department stores, ourivesarias, boutiques de
moda, museus, galerias e lojas online. Pretende-se levar ao mercado britânico a herança artística e criativa da ourivesaria Made in Portugal.
Feira MADRIDJOYA, a decorrer de 9 a 13 de Setembro de 2015, em Madrid.
A MADRIDJOYA é uma das principais ferramentas de venda, promoção e marketing da indústria de ourivesaria, do mercado ibérico. Além de joias oferece uma ampla gama de acessórios onde são desvendadas as últimas tendências e propostas de moda. Apresentado assim três salões principais neste certame, Madridjoya, Bisutex e Intergift. Dados Setembro 2014: 1655 empresas participantes de 25 países 42900 visitantes de 76 países Programa especial compradores: 351 convidados de 55 países A participação na Madridjoya traduz-se numa porta de abertura ao mercado europeu sendo um instrumento fundamental para os fabricantes e retalhistas. Permite ter uma visão geral do mercado atual, o que se produz e o que se consome. Na edição de Setembro, a AORP pretende levar a qualidade e originalidade das empresas portuguesas.
16 CIBJO
CIBJO CONGRESS 2015 São Salvador, Brasil O organizador da edição de 2015 do congresso da CIBJO, que decorreu de 4 a 6 de Maio, foi o IBGM - Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos, uma organização nacional sem fins lucrativos, com sede em Brasilia, que, desde 1977, representa toda a cadeia de distribuição do setor joalheiro, desde a extracção mineira ao retalho, passando pela lapidação de gemas e manufactura de joalharia, tendo associados por todos os estados federais do país e servindo como confederação das associações sectoriais estaduais. Esta foi a primeira vez que um congresso da organização teve lugar na América Latina, região onde a CIBJO - Confederação Mundial de Joalharia, de que a AORP é representante oficial de Portugal, tem nestes congressos anuais a sua reunião magna que têm lugar nas mais variadas partes do Mundo, inclusivamente no Porto, em Portugal, na sua edição de 2011. Os congressos, mais do que meras reuniões formais de discussão procedimentar ou estatutária, são verdadeiros foruns de discussão das mais variadas matérias de interesse estratégico para todo o setor, em toda a sua cadeia de distribuição, tendo comissões de trabalho dedicadas para estas discussões. Nestes congressos estabelecem-se também plataformas de contacto entre profissionais e organizações dos mais variados cantos do Mundo, permitindo o estreitamento de relações de trabalho e o reconhecimento de sinergias mútuas para a implementação de projetos futuros.
CERIMÓNIA DE ABERTURA A Cerimónia de Abertura do congresso contou com a presença de diversas personalidades destacadas, tanto do setor como do poder político local, assim como das Nações Unidas, tendo-se registado uma assistência bastante significativa onde mais de uma centena de delegados internacionais representantes do sector nas suas mais variadas vertentes, se juntaram membros da comunidade nacional, entre joalheiros, mineiros, negociantes de gemas e designers e demais profissionais, num total de mais de 200 participantes. No discurso de abertura do presidente da organização, Gaetano Cavallieri, foi salientado o papel do Brasil como país produtor de matéria prima na indústria de joalharia que, nos tempos mais recentes, se foi desenvolvendo como país exportador de joalharia e com um interessante e crescente mercado interno. Insistiu, também, no facto da CIBJO ter sido reconhecida como Organização NãoGovernamental (ONG) junto da Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2006, e que, desde então, tem estado empenhada na promoção de políticas de desenvolvimento sustentado, onde matérias como o ambiente, responsabilidade social e económico, em especial junto dos países em desenvolvimento. A linha orientadora das actividades da organização, neste particular, foi traçada à luz dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio na ONU, onde parcerias entre
operadores económicos e a sociedade civil são estimuladas para prossecução de estratégias de erradicação do pobreza. Acrescentou, ainda, que o setor enferma de problemas sérios em certos níveis da sua cadeia de distribuição, designadamente no que toca à obtenção de crédito e à distribuição de dívida e proventos, sendo porventura a CIBJO o fórum indicado para a discussão dessas matérias urgentes para a salubridade do sector como um todo. Nos discursos que se seguiram, designadamente o do alto representante da Aliança das Civilizações da ONU, o embaixador Nassir Abdulaziz Al-Nasser, foi salientado o papel edificante das iniciativas que procurem a aproximação dos povos, promoção do respeito pelos direitos humanos e justa distribuição de riqueza e igualdade de oportunidades, sendo a CIBJO,
como organização supra-nacional, um excelente exemplo dessas políticas dentro de todo um setor de actividade com operações diversas por todo o Mundo. Já o presidente do IBGM, organização anfitriã, deu a conhecer as potencialidades do Brasil não só como região produtora de matérias primas para a joalharia, nomeadamente as gemas, mas também como país onde os estímulos à beneficiação têm sortido efeitos no reforço do setor da indústria de fabrico e design de joias. Deu também a conhecer o forte mercado interno de consumo de joalharia que absorve parte significativa da produção nacional. O Governador Rui Costa do Estado da Bahia marcou presença e salientou o papel do estado federal que representa no panorama extrativo nacional e reprodutivo, em especial
os novos investimentos que estão a ser feitos na área diamantífera, sendo polos de geração de emprego e novas oportunidades. Na mesma linha, Marcello Ribeiro, CEO da Belmont (mineradora de esmeraldas) mostrou como uma operação económica pode constituir fator de desenvolvimento local em diversas vertentes diretas e indirectas, com a implementação de políticas de responsabilidade social e corporativa de que a sua empresa é modelo a nível internacional. Nesta sessão de abertura foi dada uma perspetiva nacional e estadual de desenvolvimento do setor, em harmonia com o que a CIBJO, a nível global, tem como objectivos primeiros da sua atividade, em especial a que está espelhada no seu papel de ONG associada ao ECOSOC da ONU.
17 CIBJO
TRABALHOS DAS COMISSÕES Diamond Committee Esta sessão revestiu-se de grande interesse e acesa discussão em torno do assunto maior do momento: os padrões e procedimentos associados à emissão dos relatórios de classificação diamante (diamond reports). O reconhecimento de que existem diversos sistemas de classificação, inclusivamente o que a CIBJO tem explanado no seu Diamond Book, e de que, para além disso, existem diamond reports onde a nomenclatura usada, designadamente a do GIA, não está de acordo com os procedimentos e padrões do GIA, tudo isto aliado a uma manifesta falta de informação junto do consumidor e do profissional relativamente a estas diferenças, gerou desconforto e desconfiança nos padrões de ética que deviam presidir à emissão destes documentos. Foi dito que não é o papel da CIBJO o policiar tais diferenças e procedimentos, mas que a organização pode ter um papel importante na educação do setor e consumidor nesta matéria, informando que existem padrões diversos associados a cada relatório e que o consumidor deve estar ciente destes padrões e exigir informação adequada na interpretação dos mesmos. Foi também sugerido que se fizesse um grupo de trabalho para produzir um documento onde, de forma desejavelmente científica, se pudessem comparar os vários sistemas de classificação ou padrões de cada laboratório. O tema dos diamantes sintéticos acabou por ser menos debatido por se ter dado ao tema supra uma grande prioridade nas discussões. Coloured Gemstone Committee Grande parte da sessão foi dedicada às alterações ao Gemstone Book, na
linha do que tem vindo a ser feito no que diz respeito à harmonização de todos os Livros Azuis da organização. Pequenas alterações num dos livros, e atendendo a que todos agora têm a nomenclatura e definições harmonizadas, implicam mudanças em todos os outros, trabalho que tem merecido da parte das várias comissões uma grande entrega e enorme volume de trabalho. Houve sugestões para a criação de uma versão simplificada do Gemstone Book para o tornar de consulta mais fácil para os profissionais de joalharia, e o tema ficou em cima da mesa para futura apreciação. Alguns delegados manifestaram que, mesmo profissionais do ramo, têm dificuldade em interpretar os conteúdos do Gemstone Book, e que podem surgir problemas de tradução quando o original, em inglês, é traduzido para as línguas dos vários países membros. A questão da revelação dos tratamentos nas pedras, designadamente os que não requerem revelação específica (specific disclosure), foi também abordada, tendo sido proposto que se deixe de obrigar a revelação genérica (general disclosure) e sugerido que todos os tratamentos sejam abordados como específicos e revelados verbal-
mente no ato de venda e, por escrito, após a venda. CAENCOM Committee A CIBJO Association’s Executive Network Commission (CAENCOM) é um forum de discussão de temas relacionados com o setor onde os executivos das várias associações têm uma plataforma de discussão de temas do setor. Nesta sessão houve particular enfoque no Brasil, onde uma extensa apresentação foi feita aos delegados. Nesta, foram apresentados dados estatísticos do setor brasileiro de gemas, joias e metais, onde se deu a conhecer o potencial do país não só em termos de produção de matéria prima, setor onde o Brasil é bastante forte, em particular na extração e processamento de pedras de cor, mas também como país produtor de joalharia com design diferenciado e, acima de tudo, como forte consumidor de joalharia. Alguns dados que foram avançados incluem o facto do Brasil ser o 11º produtor de ouro do Mundo e o 13º em termos de consumo deste metal. Uma tendência clara do país como país transformador da matéria prima foi dada a conhecer com os
valores de exportação de pedras em bruto ($57M) e de pedras lapidadas ($131M), representado o produto beneficiado mais do dobro do que o do produto não-processado. Existe no Brasil uma crescente procura de joalharia folheada (plaqué) aplicada com pedras naturais, sendo um dos maiores motores de vendas no mercado interno. Sector B and C O enfoque desta sessão conjunta foi na tecnologia. O setor de joalharia está cada vez mais dependente do recurso a tecnologias de informação e de fabrico para reduzir os seus custos operacionais e tornar mais eficiente e rápida a produção de mercadoria. O crescente recurso a aplicações de desenho 3D (e.g. CAD) e os grandes desenvolvimentos que a impressão em 3D tem registado estão a moldar a forma como a joalharia está a ser projetada em muitas partes do Mundo. Foi aqui fortemente recomendado que os delegados levassem esta mudança de paradigma para os seus países e comunicassem aos seus associados esta realidade.
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No campo do retalho, a tecnologia está também a desempenhar um crescente papel na alteração de paradigmas. As vendas on-line estão tendencialmente a crescer e a retirar às lojas percentagem de mercado. A recomendação de que os retalhistas abracem esta tecnologia de promoção e venda direta virtual foi dada para que os seus volumes de vendas sejam defendidos. A utilização de Apps para dispositivos móveis como forma de procurar e comparar produtos está a crescer, devendo o setor perceber esta nova abordagem de consumo ou préconsumo para poder, depois, agarrar as vendas e fidelizar clientes. Precious Metals Committee Esta sessão foi muito rica em temas a debate. Foi dada uma visão geral sobre os efeitos da implementação do Dodd-Franck Act nos Estados Unidos da América que regula a origem do ouro importando para o país. Ainda subsistem bastantes falhas no sistema, designadamente a falha de comunicação de mais de 4800 empresas norte-americanas quanto às suas obrigações à luz desta nova lei. Uma das consequências desta lei, e face à complexidade da sua observância prática, tem sido o abandono da importação de ouro de certas regiões de África que acaba por ter um efeito perverso face ao espírito da lei que é, no essencial, dar às comunidades locais o justo retorno da exportação da
sua riqueza. A União Europeia está a considerar a implementação de semelhante regulamento de controlo da origem do ouro mas, ao contrário do que sucede nos EUA, está a pensar-se ter estas disposições como voluntárias e não obrigatórias. Um dos outros temas em debate foi a directiva de 1998 relativa ao níquel que está a ser substituída pela proposta em 2011, tendo sido referida a falta de comunicação entre a comissão e os legisladores na implementação destas medidas. No que diz respeito à platina, houve relativo consenso na proposta de um padrão de liga de platina nas 850‰ a ser sugerido como norma ISO. Uma das preocupações da comissão foi a entrada em vigor em 2016 de um novo regulamento comunitário na UE que restringe a utilização do borax, nomeadamente nos procedimentos de recuperação de ouro nas manufaturas de ourivesaria. Tal como está, este regulamento obriga e uma série de procedimentos que irão afetar grandemente as pequenas manufacturas, tendo sido decidida a recomendação da alteração deste regulamento junto da comissão europeia. Face ao crescente preço do ouro nos mercados, tem havido um crescimento da produção e consumo de joalharia folheada o que levanta questões quanto à qualidade dos revestimentos de ouro e à forma
como tal qualidade é comunicada com o consumidor. A necessidade da criação de um documento-guia que aborde o problema foi salientado e será criado como apoio às indústrias e aos consumidores. À MARGEM DO CONGRESSO CRS Session Uma sessão especial sobre CSR (Corporate and Social Responsability - Resonsabilidade Social e Corporativa) foi dedicada à criação de um sistema on-line de observância de CSR para o setor de joalharia e pedras preciosas e à neutralidade de emissões de carbono no setor. Os contínuos desafios ao setor para a implementação de políticas de CRS, assim como a sua crescente visibilidade junto do consumidor, têm significado na maior percepção por parte das empresas de que tais iniciativas são vistas não como um custo associado, mas sim como investimento com retorno. As questões da sustentabilidade são já tidas como factores essenciais de desenvolvimento de projetos e são percepcionadas como fundamentais nos planos de negócios das empresas. A CIBJO tem tido, de há anos a esta parte, um papel preponderante na tomada de consciência da importância estratégica das questões associadas à sustentabilidade, ambiente e outras que se inserem na área de CSR. A recente criação de ações de formação nesta área, dedicadas a profissionais do setor, tem tido ecos no mercado e a adesão e sensibilização quanto a estas matérias é crescente. O facto da grande maioria das empresas do setor ser de pequena dimensão é uma limitação para o
seu total compromisso com políticas de CRS devido, precisamente, à dificuldade com que, do ponto de vista operacional, as podem implementar com o desejável sucesso e sustentabilidade financeira. Todavia, no campo das grandes corporações e da comunicação da urgência e necessidade desta nova forma de actuar no mercado, foi reconhecido que a CIBJO tem feito um excelente trabalho e que, a seu termo, irá ter maiores e mais significativos frutos em toda a cadeia de distribuição e atingindo empresas de mais modesta dimensão. Por fim, foi anunciado que este congresso de 2015 foi o primeiro onde a assinatura de carbono foi de zero, havendo total neutralidade de carbono na sua organização, servindo de exemplo para outras organizações do sector na procura destes objetivos ambientais. Sessão Especial sobre Ética no setor do Diamante Tal como discutido na Comissão do Diamante, houve uma sessão unicamente dedicada aos recentes problemas que o setor tem registado na credibilidade dos documentos emitidos por laboratórios gemológicos e conhecidos como “Diamond Reports”. Uma das primeiras intervenções, de Cecilia Gardner, CEO da JCV - Jewelry Vigilance Committee (EUA), reforçou a ideia de que estes documentos não configuram certificados no sentido jurídico do termo, recomendando a todos os presentes que tenham essa terminologia em consideração e atendam ao significado deste termo nas suas jurisdições. O problema que aqui foi debatido teve origem nas divergências gros-
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seiras que se foram verificando na classificação de diamantes efetuadas por determinados laboratórios internacionais onde a terminologia, inicialmente descrita e proposta pelo GIA, estava a ser utilizada sem que os seus padrões fossem observados na sua atribuição. Esta situação foi criando desconforto nos profissionais e nos consumidores, pois diamantes com classificações de igual notação terminológica em relatórios diferentes, tinham, na realidade, diferentes qualidades quando aferidos segundo um único sistema de classificação. Existem vários sistemas de classificação do diamante, designadamente o do GIA implementado em 1954, o da CIBJO e o do IDC, ambos implementados mais tarde nos anos 1970. Estes três sistemas têm standards e padrões bem conhecidos, assim como são conhecidos os procedimentos e protocolos de observação que presidem à determinação dos vários critérios de classificação que, depois, são expressos dos relatórios. Destes, o do GIA é o que mais divulgação tem a nível mundial. Acontece que muitos laboratórios gemológicos emitem documentos de classificação usando a notação e terminologia do GIA, sem que os padrões e procedimentos sejam os mesmos, levando o consumidor a interpretar erradamente o conteúdo destes documentos, pois o faz, enganosamente, à luz dos critérios estabelecidos há décadas por aquela organização norte-americana. Se a diferença de mais ou menos um grau nas classificações de pureza e de cor são tidas como aceitáveis, dado o factor humano que está associado à análise das pedras e dado também às muito ligeiras diferenças que possam existir, por exemplo, entre os crité-
rios de classificação dos três sistemas acima mencionados, já diferenças de dois ou mais graus, como tem sido verificado, não é tida como aceitável, e foram casos como esses que espoletaram a polémica. Foi reconhecido que há que encontrar uma maneira de dar a conhecer aos consumidores de diamond reports os padrões que presidem à sua emissão, seja qual for a entidade emissora, e que deveria haver a publicação desses mesmos padrões por forma a haver total transparência no que está por detrás da sua emissão. Desta forma, promove-se a liberdade de criação e utilização de padrões diversos, ao mesmo tempo que se oferecem ferramentas de informação ao mercado para que, de forma consciente, este possa fazer as escolhas do prestador de serviços de classificação que mais lhe convém. Acontece que nem todas as entidades emissoras de documentos de classificação o fazem e, aqui sim, a CIBJO poderá ter um papel na regulação destes procedimentos. No fim da sessão não se chegou a conclusão nenhuma a não ser a da necessidade de educar melhor os operadores económicos e o consumidor relativamente a estas matérias, para que as escolhas dos prestadores destes serviços seja efetuada de forma informada e responsável, a bem da credibilidade que o setor precisa de promover. SOBRE A CIBJO A CIBJO - Confederação Mundial de Joalharia, é uma organização que reúne associações setoriais nacionais de dezenas de países, assim como instituições de reconhecido prestígio
e grandes corporações internacionais. Na organização da CIBJO, existem várias setores onde os delegados em congresso debatem os temas mais atuais e das suas áreas, a saber: Setor A (Indústria/Tecnologia/Metais Preciosos), Setor A (Distribuição) e Setor C (Materiais Gemológicos, Trade e Laboratórios). Para tornar os trabalhos mais eficientes, formam-se comissões onde se discutem temas de interesse desses setores, tais como Diamante, Pedras de Cor, Pérolas, Corais, Laboratórios, Ética, Marketing, Prata Sterling. Depois de baixadas às comissões, debatidas e votadas, as deliberações vão a escrutínio na Assembleia Geral, onde os delegados com direito a voto as ratificam. Os presidentes, vice-presidentes e membros das comissões trabalham durante o ano para dar resposta a questões, dirimir controvérsias e registar comentários. Por essa razão, estes profissionais, a titulo voluntário, encontram-se dias antes do congresso para coligir esta informação e leva-la ao titulo maior que sucederá. Todo este trabalho empenhado e por vezes moroso é absolutamente crucial para os nossos objetivos de promoção da confiança do consumidor na joalharia e da implementação de estratégias mais sustentadas para o reconhecimento da importância de temas como a Responsabilidade Social e Corporativa. O setor de joalharia mundial é representado pela CIBJO na ONU, sendo, portanto uma ONG (Organização Não-Governamental) cujo trabalho nos campos da responsabilidade social e corporativa e da ética tem merecido reconhecimento internacional. Os Livros Azuis da CIBJO (CIBJO Blue Books) são um conjunto de padrões para a classificação, nomenclatura, boas práticas e metodologias associadas ao diamante, pedras de cor, pérolas e metais preciosos e, mais recentemente, para terminologia técnica de gemologia. Estes Livros Azuis foram inicialmente compilados, e desde então constantemente atualizados, por uma série de comissões
constituídas por representantes das organizações setoriais e laboratórios gemológicos nas áreas do diamante, pedras de cor, pérolas, metais preciosos e joalharia. Estas normas padrão resultam do consenso decorrente de uma discussão alargada dentro das comissões, bem como de especialistas externos que expressaram interesse em participar no desenvolvimento destas normas. Atualmente, existem seis livros: Gemstone Book, Diamond Book, Pearl Book, Precious Metals Book, Gemmological Book e Coral Book este último lançado precisamente neste congresso. As aplicação das normas publicadas nos Livros Azuis é voluntária. Todavia, a CIBJO recomenda que estes princípios sejam seguidos por todas as partes envolvidas no setor (sejam indivíduos, corporações, revendedores, fornecedores, retalho) nas suas várias posições na cadeia de distribuição, desde a fonte ao consumidor final. A razão desta recomendação prendese com o facto da observância das boas práticas, transparência e rigor estarem na base e espírito destas normas, sendo cruciais para a promoção da confiança do consumidor nos nossos produtos e no nosso setor, fator de desenvolvimento e diferenciação cada vez mais relevante nas estratégias de sucesso no panorama de consumo mundial.
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CURSOS
NOVOS CURSOS A INICIAR DEPOIS DAS FÉRIAS!
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INSTITUTO PORTUGUÊS DE GEMOLOGIA
CURSOS CINDOR 2015 • Sistema de Aprendizagem: . Técnico/a de Ourivesaria – Setembro . Técnico/a de Multimédia – Setembro . Técnico/a de Informática - Sistemas – Setembro . Técnico/a Comercial – Setembro
CURSOS IPG 2015 • Diplomados em Gemologia • Perito em Graduação de Diamante No Instituto Gemológico Português terá acesso a uma vasta coleção didática de gemas lapidadas, minerais e pedras em bruto, formas cristalográficas, pedras de reconhecimento direto e um laboratório exclusivo por aluno. Inscrições abertas!
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Diplomados em Gemologia Outubro 2015 a Julho 2016 Objetivo: Reconhecimento visual de gemas em bruto e talhadas; Manejo de todos os instrumentos necessários para a identificação de gemas lapidadas do laboratório. Número de horas letivas: 240h (Teórico-Práticas). Conteúdos do Curso Teórico: Mineralogia e cristalografia; Propriedades dos minerais e gemas; Métodos de análise gemológica; Métodos de sínteses e tratamentos das gemas; Descrição das gemas (propriedades, jazidas, sínteses, tratamentos e imitações). Conteúdos do Curso Prático; Reconhecimento direto de gemas; Cristalografia; Utilização de aparelhos gemológicos; Marcha analítica e práticas de identificação das gemas. Material didático utilizado: Coleções de 500 gemas lapidadas didáticas, 250 minerais em bruto e 2x62 formas cristalográficas, apresentações PowerPoint, aparelhos gemológicos para a marcha analítica completa. Preço do curso: €3.000 *Valor isento de IVA: n.º 10 do CIVA Perito em Graduação de Diamante 5 a 12 de Outubro de 2015 Objetivo: Aprender a graduar a qualidade de diamantes individuas e em lotes; Últimas novidades em diamantes sintéticos, Tratamentos e imitações. Conhecimentos de graduação segundo os sistemas CIBJO, HRD e GIA. Número de horas letivas: 60h (teóricas – 5, Práticas – 55). Conteúdos do Curso teórico: Características de qualidade; Tratamentos, sínteses e imitações; laboratórios e certificados; comercialização e avaliação; Sistemas de graduação CIBJO, HRD e GIA “4Cs”. Conteúdos do Curso Prático: graduação com lupa de 10X e estereomicroscópio para diamantes; Graduações de cor; pureza e talha; Classificação de lotes de diamantes; Identificação de imitações, diamantes sintéticos e tratados. Material didático utilizado: Apresentações PowerPoint, escala de cor de diamantes, coleções didáticas de diamantes em bruto, talhados e em lotes. Diamantes sintéticos e tratados. Imitações e exemplares de talhas. Lupas de 10X, calibres, quiláteros, proporcionoscópio, testers, estereomicroscópios, lâmpadas de luz UV. Preço do curso: €3.000 *Valor isento de IVA: n.º 10 do CIVA Instituto Gemológico Português Rua Garrett, nº 19 - 4ºA | 1200-203 Lisboa | Portugal Tlf: +351 213 240 100 formacao@igp.com.pt www.igp.com.pt
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ACADEMIA PORTOJOIA
TOPÁZIO
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