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OPINIÃO A agenda digital do Chief
from Edição 139
by Apat
EXTRAordinary Officer (CEO) para 2023 (Parte 1)
gerir uma crise, o que se espera é que um CEO esteja preparado para qualquer tipo de disrupção que possa afetar o seu negócio, e a tecnologia desempenha um papel fundamental para garantir uma maior visibilidade e agilidade na tomada de decisão. “A única constante é a mudança” é uma expressão atribuída ao filósofo Heraclito, mas cada vez mais os CEOs acreditam também na constância das “Ameaças e Regulamentos de Cibersegurança”, sendo apontados como o principal risco de contexto
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As empresas estão cada vez mais a investir em Transformação Digital e fica cada vez mais claro que a Transformação Digital não é um destino, mas um caminho em que não se pode ficar parado a celebrar os louros passados. A fasquia para as empresas que adotam estratégias “nativas digitais” está cada vez mais alta e continua a subir, obrigando a que as empresas se transformem e se adaptem a um ritmo ainda mais rápido, apenas para se manterem competitivas e não ficarem para trás.
Este cenário pode ser descrito como o “Efeito Rainha Vermelha”, um conceito utilizado na evolução biológica que destaca como as espécies (ou populações) devem evoluir continuamente em resposta às mudanças evolutivas de outros organismos para evitar a extinção. O termo foi originalmente utilizado no livro de Lewis Carroll “Alice do Outro Lado do Espelho”, onde a Rainha Vermelha informa a Alice que “É preciso correr o máximo possível, para permanecermos no mesmo lugar. Se quiser ir para um lugar diferente, você terá de correr pelo menos duas vezes mais rápido!”.
Num contexto de transformação digital cada vez mais acelerada, não basta às empresas terem bons Chief Executive Officer; são precisos “Chief EXTRAordinary Officers” capazes de liderar e criar valor num contexto cada vez mais digital!
Aqui ficam quatro dos dez imperativos estratégicos que estarão nas agendas dos CEO em 2023 e que irei analisar nesta e nas próximas edições 1
Navegar nas Tempestades de Disrupção
Liderar uma organização na incerteza sempre foi uma das principais características de um bom CEO, mas os últimos anos de crises atrás de crises têm destacado ainda mais a importância da postura e competência para lidar com riscos. Mais do que dos negócios, hoje e nos próximos anos, seguindo-se os riscos relacionados com a “Conformidade legal e normativa relacionada com a partilha de dados” e a “Resiliência Operacional (ex.: riscos da cadeia de abastecimento)”.
Definir uma estratégia “Digital-First” para suportar novos modelos de negócio
Em 2022, “Liderar e estimular a transformação digital das suas organizações” foi a prioridade principal dos CEOs e a palavra “Tecnologia” foi escolhida como a “Palavra do ano”. 95% dos CEOs consideram que já estão a implementar estratégias de negócio “Digital First”, com mais de 50% a considerarem que já tinham alterado as suas prioridades antes do COVID, ou que alteraram rapidamente e continuam a transformar-se para se adaptarem ao novo normal.
Arquiteturas Tecnológicas passam a ser Arquiteturas Empresariais
Os CEOs têm de tomar decisões estratégicas importantes para garantirem o sucesso da jornada de Transformação Digital. Uma Arquitetura Empresarial ajuda as organizações a tomar decisões de modo formal, tornando essas decisões mais objetivas, baseadas em evidências e permitindo capturar informação e conhecimento para facilitar decisões mais rápidas no futuro.
48% dos CEOs referem que as iniciativas tecnológicas mais críticas estão relacionadas com o desenvolvimento de uma plataforma digital corporativa que possibilite novas fontes de receita, transformando as plataformas tecnológicas em verdadeiras plataformas de negócio. Algumas das principais características destas novas plataformas digitais é serem “Cloud-only” (quer sejam clouds públicas, privadas e híbridas), “Zero trust by design”, “API first” (integrando e consolidando as várias ilhas de inovação) e permitirem uma entrega de experiências únicas às diferentes partes interessadas, quer sejam clientes, colaboradores ou parceiros do ecossistema. Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, anunciou um investimento anual de $12B em Tecnologia para competir com o FinTechs, deixando muito claro o mantra de “Tech to compete”. Segundo ele, o racional é simples: “É preciso assumir que seremos disrompidos. Estamos a utilizar tecnologia para competir, ganhar negócios e melhorar a relação com os nossos clientes”.
Medir os resultados da Tecnologia À medida que os investimentos em tecnologia aumentam, a capacidade de medir o impacto dos mesmos no negócio no curto, médio e longo prazo passa a ser crítica para o CEO. Até 2027, estima-
-se que 41% das receitas sejam digitais (30% em 2022), o que motiva cada vez mais organizações a procurarem utilizar a informação e as tecnologias, não apenas para melhorarem os seus produtos e serviços (outputs), mas para irem cada vez mais além e melhorarem os resultados (outcomes).
A empresa Levi Strauss & Co. fundada em 1853, tem utilizado a Transformação Digital para deixar de ser apenas uma grande empresa industrial de têxtil e para se focar cada vez mais nos seus clientes e nos outcomes do seu negócio, tendo definido 5 resultados esperados do digital em 5 áreas fundamentais da organização (os 5 C’s): Consumidores: Personalização; Comércio: Otimização de preço; Criação: Novos designs; Carreiras: Problemas resolvidos; Cultura: Pensar diferente!
Qual o mantra da sua organização para a transformação digital para 2023? Se ainda não tem nenhum, a minha sugestão é: “Digital para Competir”. Esta é uma mensagem importante que pode orientar as decisões e escolhas das equipas internas e que pode ajudar a transformar a empresa, alinhando todos os envolvidos com os valores, crenças e jornadas de Transformação Digital.
1 Fonte: IDC Source: Worldwide CEO Survey, January 2022 n=389