Revista No Circuito para Empreendedores #5

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NO CIRCUITO

Janeiro, Fevereiro e Março 2020 – Edição 5

www.apecc.com.br

Reforma Tributária para o Brasil crescer

Thomas Law

Revoluções industriais, marketing e tecnologia

Coronel Coimbra

A segurança pública no circuito das compras

APECC 2020 estamos apenas começando

Palestras, grupo de trabalho, pesquisa e exposição de arte. Associação Paulista dos Empreendedores do Circuito das Compras faz retrospectiva de trajetória que começou em 2018 e ainda tem muito o que crescer

Castelo Branco

Nascemos para fortalecer empreendores e seus negócios

Trabalhamos para o desenvolvimento do maior Circuito de Compras da América Latina.

Atuamos j unto ao Poder Público e oferecemos diversos s erviços aos nossos associados.

A força do e mpreendedorismo paulista passa por aqui. São Paulo cresce c om a APECC.

Acesse nosso site e saiba mais sobre ue podemos fazer por você.

ww w.apecc.com.b r

Rua Treze de Maio, 650 – Bela Vista

Telefone: (11) 3148-029 9

5 Editorial

6 APECC 2020: estamos apenas começando

10 Apoio às mulheres vítimas de violência

12 Reforma Tributária para o Brasil crescer

14 Direito do consumidor no varejo

16 Revoluções industriais, marketing e tecnologia

18 A segurança pública no Circuito das Compras

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Nesta edição

Nos últimos anos tornou-se evidente a importância do Código de Defesa do Consumidor para a proteção dos cidadãos, o que pode ser observado pelas posturas adotadas pelos órgãos incumbidos de sua proteção, como os Procons e a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).

As empresas têm buscado adotar práticas relacionadas ao chamado “Compliance” (políticas de transparência, ética e de acordo com os ditames legais). Com a implementação dessas condutas, ganham espaço as atitudes idôneas e honestas nas relações entre os empresários e os consumidores. Isso sim é cidadania.

Dessa forma, aplicando as regras contidas no ordenamento jurídico, observa-se a neces-

sidade de buscar um novo modo de conduzir as atividades negociais, primando-se pela transparência, divulgação correta das informações e especificações dos produtos. Isso além de coibir quaisquer tipos de práticas ilegais.

Há de se destacar ainda a urgência de combater a pirataria. Precisamos impedir qualquer tipo de comércio de produtos falsificados, reproduções sem os devidos “copyrights”, ou até mesmo, em última análise, a venda de produtos ou prestação de serviços sem a devida emissão de notas fiscais. Façamos o nosso melhor.

PRESIDENTE

Ademir Antônio de Moraes

DIRETOR DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS

Armando Luiz Rovai

CONSELHO DIRETIVO

Thomas Law

DIRETORA FINANCEIRA

Ana Law

Rua Treze de Maio, 650, Bela Vista

CEP: 01327-000 - São Paulo - SP

www.apecc.com.br

E-mail: contato@apecc.com.br

Telefone: +55 11 3148-0299

EDITOR

Felipe Agne

REPORTAGEM

Isabela Barros

DIREÇÃO DE ARTE

Débora de Bem

FOTOS

Helcio Nagamine

Shutterstock

IMPRESSÃO E ACABAMENTO maistype

Tiragem: 10 mil exemplares Distribuição gratuita

Reproduzir o conteúdo total ou parcial da revista em qualquer plataforma (digital ou física) é proibido por lei.

O direito autoral é protegido por lei específica (lei nº 9.610/98) e sua violação constitui crime, respondendo judicialmente o violador.

Os artigos assinados nessa edição são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não expressam necessariamente a opinião desse veículo.

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A importância da defesa do consumidor e do compliance
Editorial
Armando

À direita, palestras e debates da APECC : temas de interesse dos empreendedores

APECC 2020: estamos apenas começando

Palestras, grupo de trabalho, pesquisa e exposição de arte. Associação Paulista dos Empreendedores do Circuito das Compras faz retrospectiva de trajetória que começou em 2018 e ainda tem muito o que crescer

Temos orgulho de ser a Associação

Paulista dos Empreendedores do Circuito das Compras (APECC). De representar os empresários das ruas Santa Ifigênia, 25 de Março e São Caetano e dos bairros Bom Retiro, Brás, Pari e Liberdade. Estamos falando do mais importante pólo comercial de São Paulo e do Brasil. Trata-se de um conjunto de bairros próximos que reúnem uma variedade de produtos e uma competitividade de preços sem paralelo no país. Por isso tantas pessoas vêm comprar aqui. Para nós, é uma honra ver, todos os dias, tanta gente passando pelas nossas calçadas com as sacolas cheias. Criada em 2018, a APECC se alegra de já ter feito tanto em tão pouco tempo. A seguir, compartilhamos com você um pouco da nossa história e vontade de fazer muito mais.

Somos uma associação

voltada a favorecer a evolução de empreendimentos do comércio e de serviços na maior cidade da América Latina. Oferecemos assistência contábil e jurídica,

além de cursos, palestras e acesso a diversos benefícios por meio de nossos convênios.

Sim, a gente faz tudo para que os nossos associados cresçam e apareçam. Trabalhamos para fazer valer a nossa missão: fortalecer aqueles que fazem o Circuito das Compras de São Paulo.

PALESTRAS E GRUPO DE TRABALHO

Nesse sentido, desde maio de 2018 organizamos

palestras sobre temas variados, como refinanciamento da dívida tributária, tendências do varejo, assédio moral, fortalecimento do turismo na região do circuito, igualdade de gênero, prevenção de crimes, taxas de juros, políticas públicas que beneficiem os bairros do grupo, direito previdenciário e comércio eletrônico, entre muitos outros assuntos.

Em agosto de 2018, demos outro passo importante em nosso trabalho que foi a apresentação do Grupo

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Capa

de Trabalho do Circuito das Compras. A iniciativa foi anunciada pelo prefeito Bruno Covas na sede da Prefeitura de São Paulo.

Entre os objetivos do grupo de trabalho estão a identificação de locais para a instalação de estruturas de apoio aos consumidores e de áreas de estacionamento de veículos fretados, para embarque e desembarque de passageiros, e para carga e descarga de mercadorias.

A proposta deve envolver ainda medidas de segurança pública e buscar integração com a rede hoteleira da cidade. Tudo de modo a facilitar a experiência de compra dos nossos clientes.

PESQUISA

Como prova do nosso compromisso com São Paulo e com os empreendedores, apresentamos, em setembro de 2018, uma pesquisa com o perfil do Circuito das Compras.

O estudo, feito sob encomenda para a APECC, apontou que o macrocircuito das compras compreende uma área de 18 km ² e com 992 ruas que abrigam uma média de 20,1 mil lojas. A estimativa é de que sejam empregados, diretamente, 278 mil trabalhadores ao todo.

O número médio de pessoas que circulam diariamente nas regiões envolvidas

atinge 2 milhões. São trabalhadores, moradores, consumidores e turistas. Isso na maior parte do ano, sem contar os períodos de grande movimento, como as semanas perto do Natal, onde isso pode chegar a 2,8 milhões de pessoas por dia.

No item receita, o circuito fatura, em média, R$ 28 bilhões por ano.

REVISTA

Em dezembro de 2018, em evento da Associação da Renovação do Mercado Municipal Paulistano (Renome), foi lançada a nossa revista: No Circuito/Circuito das Compras. Sim, essa mesma

Acima e abaixo, o movimento de consumidores no Circuito das Compras:

R$ 28 bilhões de faturamento por ano

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FOTOS: HELCIO NAGAMINE

que você tem em mãos e é distribuída gratuitamente para os nossos associados e para os consumidores.

Com duas capas, a publicação se divide em duas partes: uma com textos mais voltados ao empreendedorismo e ao mundo corporativo (No Circuito) e outra feita

especialmente para os clientes que frequentam as nossas lojas (Circuito das Compras ), com dicas de consumo, serviços, história, curiosidades e até finanças.

ABAIXO A PIRATARIA

Também estivemos envolvidos no combate ao comércio ilegal e à pirataria, com o lançamento, em dezembro de 2018, da história em quadrinhos Dois Destinos

A publicação destaca a importância das boas práticas entre os empreendedores do comércio popular.

Para se ter uma ideia, o contrabando, a pirataria e a falsificação de produtos representaram um prejuízo à economia brasileira em torno de R$ 160 bilhões em 2018, segundo levantamento do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf) e da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF).

LONGA É A ARTE

Como temos muitos cenários ricos em diversidade, cores e boas histórias,  aproveitamos para organizar, em janeiro de 2019, a exposição

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Reuniões de Grupo de Trabalho do Circuito das Compras: comércio mais forte no Centro FOTOS: HELCIO NAGAMINE

“Caminhos do comércio popular: um olhar sobre o Circuito das Compras de São Paulo”.

A iniciativa artística fez parte da comemoração do Aniversário de São Paulo, celebrado em 25 de janeiro. A mostra reuniu imagens feitas pelos fotógrafos Felipe Agne e Camilla Cossermelli.

Para o diretor de Relações Institucionais da A PECC , Armando Luiz Rovai, entre os temas a serem debatidos ao longo do ano estão questões como os 32 anos de vigência do Código de Defesa do Consumidor.

“Será realizado um ciclo de palestras na sede da APECC, a fim de levar a todos os empreendedores da região central o debate sobre as boas práticas comerciais, a proteção ao consumidor e o combate à pirataria”, explica.

E tem mais: “Vamos lançar um livro sobre a importância do combate às falsificações e às cópias irregulares”, afirma Rovai. “E isso com uma análise minuciosa da legislação e da jurisprudência”.

Segundo o presidente da APECC, Ademir Antônio de Moraes, o trabalho está apenas começando. “Vamos ajudar a fortalecer ainda mais o nosso comércio”, afirma. “E trabalhar pela revitalização do Centro de São Paulo”.

A julgar por tudo o que já foi feito em menos de dois anos de história, sobram motivos para apostar nisso.

AGENDA APECC

12 de março – 19h

O Direito do Consumidor sob a ótica do Empreendedor Dr. José Carlos Guido

23 de abril – 19h

Fashion Law e Pirataria

Dra. Renata Munhoz

20 de maio – 19h

Abuso de Autoridade nas Ações Fiscalizatórias

Dr. Rodrigo Felberg e Dr. André Felix

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RUMO AO FUTURO Maria Eugênia Finkelstein: palestras na APECC . Abaixo: a vereadora Soninha Francine

Gabriela

Manssur, formada em Direito pela PUC/SP, ingressou em 2º lugar no Ministério Público do Estado de São Paulo, onde atua como Promotora de Justiça desde 2003.

Apoio às mulheres vítimas de violência

Desde o início da evolução humana, o papel das mulheres na sociedade se resumia às atividades reprodutivas e de cuidado, funções não remuneradas. Quem recebia salário por seu trabalho eram os homens, os encarregados de pagar as contas.

Sob esse ponto de vista, o trabalho exercido pela mulher dentro de casa era desconsiderado e desvalorizado, mesmo que, sem ele, os homens não conseguissem sair para trabalhar. Assim, o estereótipo do gênero feminino foi se desenvolvendo a partir do papel desempenhado pelas mulheres no espaço privado. Numa sociedade capitalista, uma vez que não geravam renda, não eram consideradas importantes.

Com isso, muitas mulheres foram se tornando dependentes não só do ponto de vista econômico, mas também psicológico, tendo que seguir as ordens dos seus companheiros. E sem nenhum tipo de autodeterminação e autonomia na administração de seus lares e de suas vidas. Aí temos um dos pilares da violência contra a mulher: a dependência econômica. Sem renda própria, aquelas que se recusassem a ser belas, recatadas e do lar eram maltratadas, humilhadas, controladas e, muitas vezes, agredidas física, moral, psicológica e sexualmente.

Há pouco mais de 100 anos a violência de gênero passou a ser reconhecida como fenômeno social, com o início do debate a respeito do assunto. Passou-se então a coletar dados, analisar, distribuir e divulgar índices até então abordados de maneira superficial no Brasil.

A pauta também abriu espaço para mudanças significativas que ainda são objeto da luta feminista, atualmente em busca de espaço igualitário no mercado de trabalho, combate ao assédio no ambiente corporativo, equiparação salarial e uma melhor distribuição da soma dos trabalhos domésticos e produtivos, que ficaram como “legado” para praticamente todas as mulheres.

MARIA DA PENHA

A implantação da Lei Maria da Penha foi um marco histórico e prevê um importante conjunto de mecanismos necessários ao empoderamento de mulheres que são ou foram vítimas de violência de qualquer natureza.

A questão é: sem independência financeira, as vítimas seguem no relaciona-

mento, mesmo que sejam claros os sinais de que romper a relação com o agressor é a melhor saída possível. Para conseguir se livrar do ciclo da violência, é preciso que se tenha uma estabilidade financeira mínima.

Em um levantamento que realizei quando trabalhei como Promotora de Justiça no Núcleo de Violência Doméstica de Taboão da Serra (SP) entre os anos de 2012 e 2016, constatei que 30% das mulheres que sofrem violência e não denunciam estão em situação de risco pelo fato de dependerem economicamente dos companheiros, sem perspectivas e oportunidades de trabalho. E olhe que eu nem estou falando aqui de autoestima e coragem para sair de uma vida marcada pela violência.

E tem mais: todos os anos, as mulheres vítimas de violência faltam 18 dias ao trabalho por conta dos problemas que enfrentam em casa. Isso gera um prejuízo anual de R$ 1 bilhão para a economia brasileira, segundo dados da Universidade Federal do Ceará divulgados em 2017.

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Gabriela Manssur

Cheguei à conclusão de que essas mulheres sentem medo e vergonha de assumir, no trabalho, que sofrem violência. E acabam não justificando as faltas, o rendimento abaixo da média por conta do problema e a dificuldade de concentração, que reduzem em 50% a sua produtividade. Consequentemente, são demitidas ou pedem demissão, voltando para os braços de seus algozes.

FOCO NO TRABALHO

Se tem uma coisa que me empodera, me traz segurança, felicidade e autoestima é meu trabalho. Pensei: se me faz tão bem, por que não aproximar esse universo das mulheres que sofrem violência? E isso não apenas para as mais pobres, com menos oportunidades de emprego e estudo. Essas, sem dúvida, são o alvo principal, mas me preocupo também com aquelas que, por fazerem parte de uma sociedade que ainda acredita que a única construção social possível para a felicidade de uma mulher é o

casamento, abandonaram estudo e profissão em troca de dedicação integral aos filhos e à família. Essas acabam se tornando prisioneiras do status social, são vítimas dos relacionamentos abusivos. Tenho recebido, diariamente, muitos relatos de mulheres de classe média e média-alta nesse sentido.

Diante desse cenário opressor, firmamos uma parceria de sucesso. Juntos, o Ministério Público, a Secretaria Municipal do Trabalho e Empreendedorismo, o Tribunal de Justiça, a Defensoria Pública, OAB, ONU Mulheres e parceiros da iniciativa privada desenvolveram o projeto TEM SAÍDA. O objetivo é inserir essas mulheres no mercado de trabalho com

prioridade, encaminhando-as para empresas comprometidas com a causa.

A iniciativa completou um ano com os seguintes resultados: 758 ofícios, contabilizando 494 mulheres atendidas. E mais: 401 das 494 mulheres foram encaminhadas para ao menos um processo seletivo.

Essa união de esforços tem feito com que muitas mulheres desenvolvam seus potenciais e conquistem sua autonomia financeira, vivendo livres de qualquer tipo de violência. O acesso ao trabalho é mais uma ferramenta eficaz no enfrentamento da opressão. E uma luz no fim do túnel: sim, TEM SAÍDA. Vamos apoiar as mulheres vítimas de violência.

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SHUTTERSTOCK

Castelo Branco Reforma Tributária para o Brasil crescer

O país precisa acabar de uma vez por todas com o imbróglio que envolve os seus tributos se quiser avançar. Hoje, cobramos muito e pouco devolvemos à população, o pior cenário possível.

A

Deputado

Castelo

Branco, deputado Estadual eleito por São Paulo. Graduado em Pedagogia pela UFRJ –Universidade Federal do Rio de Janeiro. Possui pósgraduação em Supervisão Escolar com Especialização em Psicopedagogia e Orientação Educacional.

Reforma Tributária no Brasil é uma matéria antiga, sonho de muitas gerações. No período do Brasil Colônia, a coroa portuguesa cobrava o “Quinto” – 20% sobre o ouro extraído no território, o “Direito Régio” –imposto cobrado sobre a importação, e o “Dízimo Rural” cobrado sobre os produtos agrícolas.

Com a independência do Brasil, as províncias tinham independência sobre a deliberação dos impostos. Apenas em 1891, a partir da Carta Constitucional no Império de D. Pedro II, foram separados os tributos cobrados por cada nível do poder público (corte, províncias e municípios).

No período republicano, a partir da Lei nº 5.172/66, com a Emenda Constitucional n°18, de 1965, foi criado o Código Tributário Nacional, implementando um sistema tributário no Brasil, durante o governo do Marechal Humberto de Alencar Castello Branco (1964-1967).

Após isso, o Brasil entrou em um imbróglio tributário, tornando-se um dos países que mais cobra impostos no

mundo e que menos restitui a população, sem transparência sobre o recolhimento dos tributos. É um país muito complicado para o pagamento dos impostos, juridicamente inseguro. Por esse motivo, pequenas e médias empresas precisam contratar contadores para realizar mensalmente o cálculo dos impostos devidos.

SUPER SIMPLES

Durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), foi criado o Super Simples Nacional, iniciativa que facilitou o recolhimento dos impostos por parte desses empreendedores. Ainda hoje, a carga tributária brasileira é extremamente abusiva, onde o cidadão recebe os serviços públicos com baixa qualidade.

É preciso haver urgentemente uma redução tributária no país, centrada na redução da alíquota dos combustíveis e simplificação tributária, extinguindo o “efeito cascata”. Nos Estados Unidos, os estados possuem autonomia para deliberar sobre os impostos, realidade longínqua para os

brasileiros: aqui, a centralização ocorre na esfera federal, cabendo aos estados a cobrança sobre o consumo (ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), sobre o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) e a transmissão de bens.

Um dos principais problemas da tributação brasileira é ter tornado o país lento e pouco competitivo no mercado internacional. Temos uma tríade formada com os impostos internos, de exportação e os impostos da balança comercial. A maior parte da população conhece apenas os impostos internos, que são abusivos, e não trazem o resultado esperado.

A Reforma Tributária, uma vez aprovada pelo Congresso, vai trazer para o Brasil uma economia de trilhões de reais e possibilitará que este dinheiro seja injetado na economia de outras formas, como configurada na Curva de Laffer (teoria divulgada por Jude Wanniski nos anos 1970 e denominada em homenagem ao economista americano Arthur Betz Laffer).

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TRÊS PILARES

Essa revisão tributária está em curso, no atual governo Jair Messias Bolsonaro (2019-2022). Grandes especialistas como Paulo Rabello de Castro e Bernard Appy tratam sobre o tema. As reformas tributária, da previdência social e a trabalhista, são os três pilares que devem acelerar a economia do país. A questão é: como será implantada a reforma tributária, quais serão as regras de transição e o seu prazo?

O fato é que precisamos sair de uma carga tributária que alcança cerca de 40% para um patamar entre 15% e 20%. É preciso aumentar a base de arrecadação, sem sobrecarregar determinados setores, tornando a economia brasileira mais competitiva no cenário internacional. E, principalmente, tornando o Brasil mais moderno, soberano, igualitário, justo e solidário.

Lutemos pelo crescimento consolidado e sustentável do país. Como político e como cidadão, sigo os mesmos valores e condutas para defender a reforma tributária. Pensemos a respeito, lutemos pelo novo e, principalmente, pelo Brasil.

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Direito do consumidor no varejo

Carlos Guido, consultor na Viseu Advogados e ex-diretor do Procon/SP.

Assuntos dispostos no Código de Defesa do Consumidor (Lei Federal 8.078/90) e na legislação correlata tratam de diversos deveres que os fornecedores (lojistas) têm que observar quando pretendem vender seus produtos e serviços. Dentre eles estão a afixação dos preços e os meios de pagamentos.

Sobre preços, a Lei Federal 10.962/04, regulamentada pelo Decreto 5.903/06 e a Lei Federal 13.455/17 têm como objetivo assegurar o direito de informação do consumidor ao preço dos produtos ou serviços que deseja adquirir. Para que esse item seja plenamente satisfeito, são cinco os parâmetros que os fornecedores (lojistas) devem observar. São eles:

• Correção. A correção revela o caráter verdadeiro da informação. O preço deve, portanto, ser fixado de forma que não seja capaz de induzir o consumidor em erro.

• Clareza. A clareza é a aptidão de compreensibilidade da informação. O preço deve ser fixado de forma

que possa ser entendido de imediato e com facilidade pelo consumidor, sem abreviaturas que dificultem a sua compreensão, e sem a necessidade de qualquer interpretação ou cálculo.

• Precisão. A precisão revela o caráter de exatidão da informação. A afixação exata do preço exige que ela esteja física ou visualmente ligada ao produto a que se refere, sem nenhum embaraço físico ou visual interposto.

• Ostensividade. A ostensividade está relacionada à percepção da informação. A afixação ostensiva do preço, portanto, é aquela que dispensa do consumidor qualquer esforço na sua assimilação.

• Legibilidade. A legibilidade da informação é um elemento essencial visual. Assim o preço de ser afixado de forma visível e indelével ao consumidor.

As Leis 10.962/04 e 13.455/17 exigem ainda que, ao afixar o preço dos produtos, o fornecedor (lojista) deve informar o seu valor à vista, bem como as formas de parcelamento do preço.

Além dos aspectos gerais de forma e conteúdo

das informações relativas à informação da prática de precificação de produtos e serviços nos estabelecimentos comerciais, a Lei 10.962/04 impõe que a afixação dos preços nos estabelecimentos comerciais ocorra, obrigatoriamente, de três formas distintas, a saber:

• Direta ou impressa na própria embalagem. Na hipótese de afixação de preços de bens e serviços para o consumidor, em vitrines e no comércio em geral, a etiqueta ou similar afixada diretamente no produto exposto à venda deverá ter sua face principal voltada ao consumidor, a fim de garantir a pronta visualização.

• Código referencial. O código referencial é um elemento indicativo do preço, ou seja, um conjunto de números ou cores que tem o correspondente do preço em uma tabela específica. Deve estar visualmente unido e próximo dos produtos a que se referem.

• Códigos de barras. Na hipótese de precificação por código de barras, os fornecedores deverão dis-

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José
DIVULGAÇÃO
Conheça as obrigatoriedades previstas na legislação no que se refere a preços e meios de pagamento

ponibilizar, na área de vendas, para consulta de preços pelo consumidor, equipamentos de leitura ótica em perfeito estado de funcionamento, os quais deverão ser indicados por cartazes suspensos que informem a sua localização, dispostos na área de vendas, observada a distância máxima de quinze metros entre qualquer produto e a leitora ótica mais próxima.

Outro assunto muito abordado diz respeito às formas de pagamento. A única forma de pagamento obrigatória ao fornecedor aceitar é o pagamento em dinheiro, espécie. Esta modalidade não pode em hipótese alguma ser negada pelo lojista. Já o pagamento com cheque e cartão de crédito e débito é facultativo ao lojista aceitar, que

pode estabelecer restrições se quiser.

Importante: com a entrada em vigor da Lei Federal 13.455/17, os lojistas estão autorizados a oferecer preços diferenciados para pagamentos em dinheiro, cheque ou cartão de crédito ou débito. A lei também obriga o fornecedor a informar, em local visível ao consumidor, os descontos oferecidos em função do meio e do prazo de pagamento.

Consumidores em lojas do Circuito de Compras: regras claras para a comunicação dos preços

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HELCIO NAGAMINE
EM DINHEIRO
HELCIO NAGAMINE SHUTTERSTOCK

Revoluções industriais, marketing e tecnologia

Como as revoluções na indústria mudaram o modo como fazemos negócios e nos relacionamos uns com os outros

Omundo se transformou muito.  Basta citar três revoluções industriais que mudaram a maneira como os seres humanos criam valor, todas ocorridas nos últimos 250 anos. Em cada uma delas, as tecnologias, os sistemas políticos e as instituições sociais evoluíram junto, mudando não apenas as indústrias, mas também a forma como as pessoas se enxergam e se relacionam.

Provocada pela mecanização da fiação e da tecelagem, a primeira Revolução Industrial começou na Grã-Bretanha em meados do século XVIII, acelerando a instalação do capitalismo. Nos 100 anos seguintes, ela transformou todas as indústrias existentes e deu à luz muitas outras, desde as máquinas operatrizes até manufatura do aço, o motor a vapor e as estradas de ferro. Com a descoberta do carvão

como fonte de energia, as máquinas a vapor e locomotiva dinamizaram o transporte de matéria-prima e de pessoas.

Próximo a 1870, quando a Revolução Industrial já tinha alcançado países como a França, Bélgica, Holanda, Rússia, Alemanha e Estados Unidos, começamos a alcançar novos avanços: o uso da energia elétrica, o motor a explosão, os corantes sintéticos, a produção do aço e do alumínio em grande escala e a invenção do telégrafo. Esses fatos marcaram

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Thomas Law, advogado, presidente do Ibrachina e sócio diretivo da APECC.
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Thomas Law

o começo da Revolução 2.0. O rádio, o telefone, a televisão, os eletrodomésticos e a iluminação elétrica mostraram o poder transformador da energia elétrica.

FORD E TAYLOR

Além disso, vale destacar que com a eletricidade nas linhas de produção foi possível o surgimento de esteiras de montagem em uma fase mais conhecida pela busca da produtividade, guiada por Henry Ford e Frederick Taylor. Nessa fase, podemos destacar o processo industrial, ou seja, gestão, padronização, simplificação e produção em massa.

A Segunda Revolução Industrial marcou o início do

mundo moderno, com o advento de programas de saneamento e viagens aéreas internacionais.

Chegamos então a 1970, introduzimos o termo “inovação” no vocabulário industrial e registramos o início da Revolução 3.0 (revolução digital) também conhecida como Técnico-Científica e Informacional. Ela é impulsionada por avanços na eletrônica, robótica, informática, biotecnologia, química fina, nanotecnologia e satélites de comunicação. Ocorre a descentralização industrial e a expansão das multinacionais, ancoradas pelas novas tecnologias de comunicação e transporte, dando início à globalização. O modelo taylorista é então substituído pelo toyotista (nascido nas fábricas da Toyota do Japão, a partir de 1945), em que a produção é flexibilizada de acordo com a demanda, exigindo uma tecnologia melhor e uma quantidade menor e mais bem capacitada de trabalhadores.

TUDO CONECTADO

Atualmente, vivemos a fase de “Revolução 4.0” ou “Quarta Revolução Industrial”, sendo caracterizada pela ultra aceleração na geração e difusão de novas tecnologias. A quarta fase (4.0) é baseada na utilização da internet das coisas, inteligência artificial e biotecnologia, entre outras inovações. Tudo está conectado: máquinas, pessoas, sensores e etc.

Há alguns anos, empresas multinacionais e governos reconheceram o potencial disruptivo dessas tecnologias e incorporaram o assunto nas suas agendas estratégicas. Além disso, os empresários de hoje utilizam meios de comunicação e propaganda como as redes sociais, entre elas Instagram, Facebook e LinkedIn, isto é, existe um engajamento do usuário com o lojista, o que potencializa as vendas. Basta verificar os posts e propagandas das empresas e os comentários e likes das pessoas que curtem os anúncios.

Portanto, é necessário que a academia não fique alheia a esses movimentos. Nem as empresas nem as entidades associativas, como a APECC. Estamos aqui para dar o devido apoio aos lojistas e comerciários. Contem conosco!

Aplicativo de loja: novas relações de consumo

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SHUTTERSTOCK QR Code em cafeteria: a tecnologia a serviço do varejo SHUTTERSTOCK

Coronel Coimbra, Coronel na Polícia Militar do Estado de São Paulo Mestre em Ciências da Educação pelo Centro Universitário Unicapital.

A segurança pública no Circuito das Compras de São Paulo

Como oferecer a melhor proteção possível para consumidores e empresários do pólo comercial mais importante do Brasil

A

segurança pública é um direito fundamental garantido constitucionalmente a todos, possuindo como princípio essencial a preservação da ordem pública, do patrimônio e, claro, da vida. A despeito disso, sabemos que a violência e a criminalidade são, sem dúvida, dois fatores de preocupação para a maioria dos cidadãos paulistanos.

Estatísticas dos últimos quatro anos indicam números expressivos de diminuição de homicídios, porém, com aumento dos latrocínios. Por isso é importante cuidar da segurança pública, principalmente nos centros urbanos e áreas de fluxo intenso, com comércio, empresas, agências bancárias e alto tráfego de pessoas, como é o caso do Centro de São Paulo. É na região que se localiza o Mercado Municipal e a Rua 25 de Março, pontos turísticos economicamente expressivos da capital paulista.

Devido ao aumento maciço no número de prisões em flagrantes e apreensões de armas, estou convicto de que o trabalho da Polícia Militar,

da Guarda Civil Metropolitana e da Polícia Civil têm sido eficaz nas áreas de grande circulação de pessoas.

Apesar desse trabalho efetivo, precisamos abordar uma questão delicada, a audiência de custódia, onde o trabalho da polícia se submete às decisões do Ministério Público e do Poder Judiciário.

O sistema de Segurança Pública implantado na capital paulista é complexo e parte de premissas como prevenção, repressão, atendimento da ocorrência, apuração do fato, oitiva de testemunhas e devido processo legal, antes de chegar ao encarceramento. As audiências de custódia, mecanismo criado pelo Poder Judiciário, coloca à disposição de um delinquente - no Fórum da Barra Funda ou no Brás - um juiz, um promotor e um defensor em até 24 horas após a prisão em flagrante, para que seja avaliada a legalidade e a necessidade de manutenção da prisão.

Ou seja, embora o Código Penal seja proibitivo, atualmente ocorre um relaxamento da prisão, e até da pena, pois a Lei de Execução Penal

fornece benefícios ao detento. Seja pela lotação de cadeias ou pelo chamado “bom comportamento”, no qual, por exemplo, uma pena de dez anos é reduzida em até um terço, passando para o cumprimento de apenas três anos, fora as saídas de dia das mães e pais.

COM A MANGUEIRA ABERTA

Portanto, não há mais um efetivo cumprimento da pena, com a desculpa de que as prisões estão lotadas... Por isso, eu pergunto: a presença do policial é suficiente? Uma vez que há um policiamento preventivo, com apoio de força tática e radio patrulhamento, o policial executa sua atividade de forma eficiente mas o sistema está, digamos, enxugando o piso com a mangueira aberta.

A rigidez do cumprimento da pena tem que ser o maior fator preventivo. Há um clamor da população paulistana, acredito até que até da população nacional, para que o sistema seja revisto. As organizações criminosas crescem e se espalham pela cidade e pelo país, promovendo o

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Coronel Coimbra

caos e a desordem social, enquanto aprisionam pessoas de bem e inibem os turistas, que deixam de frequentar espaços públicos e movimentar a economia da nossa capital.

Não cabem aqui respostas prontas, mas a autonomia dos entes federados dificulta ações e condutas que poderiam ser regionais para favorecerem a sociedade local respondendo aos anseios desta. Afinal, o Centro é um bom laboratório de estudos e implantações de medidas que podem ser avaliadas como eficazes ou não, por ser uma região que exige grande atenção e dinamismo dos

profissionais da segurança pública a favor daqueles que se deslocam pelo local.

Precisamos colocar a Segurança Pública em destaque e implementar ao segmento uma nova ótica de policiamento, com carros e patinetes elétricos em pontos e cruzamentos estratégicos, cabines elevatórias, utilização de drones e apoio de centrais de vídeo para monitoramento. Tudo para otimizar e dinamizar o envio do policial ao local das ocorrências. Além de kits de pronto socorro para que a Guarda Civil Metropolitana possa realizar atendimentos

de urgência até que o pronto atendimento de saúde chegue ao local.

Demanda, portanto, atuarmos juntos, e integrar polícia e sociedade, dispondo estes profissionais de forma ainda mais participativa, tendo como finalidade a aproximação junto ao comerciante e a grande massa que na região transita, para que a população veja os profissionais da segurança pública como orientadores e referência no combate ao crime, objetivando a preservação de vidas. O tempo é hoje, o tempo é agora, não podemos deixar para depois. Pense nisso.

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HELCIO NAGAMINE Coimbra: dinamismo dos profissionais da segurança

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Endereço: Rua Barão de Duprat, 323

Funcionamento:

Segunda a Sábado das 08h00 às 18h00

Domingo e Feriado das 08h00 às 16h00

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