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Editorial

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Energia

Energia

Há meia dúzia de temas que disputam entre si a cada momento, a liderança dos chavões e dos rótulos que constituem os grandes desafios para a economia dos países e do mundo. Estão nesse caso alguns temas da atualidade como sejam a economia circular, a sustentabilidade, as energias, a digitalização, a descarbonização e as alterações climáticas, todos eles discutindo o primeiro lugar desse ranking, em que cada um vai aparecendo a seu tempo como desafio maior para a sociedade e para a economia, pelo que deveremos tratar o tema eleito com reverência e respeito, sob ameaças de condenação social e de colapso das organizações que a ele não dediquem a sua maior atenção. São estes sinais que vamos vendo e ouvindo, e que à força de tanta repetição e empolamento, vão deixando de ser apenas sinais para passarem a ser factos de que todos nos apercebemos. Da minha parte, não será com o meu voto que algum destes temas sairá vencedor, até porque quem cuida desse título são a comunicação e o marketing, que se encarregam de injetar nestes temas umas pitadas de negócio, o que lhes retira isenção para lhes acrescentar valor económico. Já no que respeita à inovação, considero que a nobreza deste tema lhe permite ser equidistante de todos os outros, tirando partido do facto de se encaixar em todos eles, fazendo parte do seu conteúdo em todos os momentos, em todas as modas e em todas as circunstâncias. De facto e em boa verdade, não há economia circular sem inovação, do mesmo modo que não há sustentabilidade, nem energias fósseis ou renováveis, nem digitalização nem descarbonização nem atenção às alterações climáticas, se não pusermos inovação em tudo aquilo que fizermos com pensamento no futuro. Por outro lado, e quando nos referimos às organizações, é inovação que se pede quando se reclama por mais gestão e mais modernidade, e quando se exige maior competitividade para que as empresas cresçam e se reiventem. A arte de gerir é assim a arte de inovar, de ser capaz de apurar as rotinas sem se deixar adormecer por elas, indo mais além no pensamento, de forma a prevenir e antecipar o futuro, ou seja, acrescentando estratégia a esse pensamento, para que a inovação resulte em melhoria e em ganho. Se olharmos uns anos para trás em qualquer atividade económica e em qualquer empresa, facilmente nos apercebemos do quanto inovamos, do quanto fomos capazes ou fomos obrigados a mudar e a evoluir, por vezes até com algum ceticismo à mistura, mas o certo é que conseguimos chegar até aqui quando tudo é tão diferente, tão exigente e tão diversificado. Mas, vai continuar a ser assim, só com a diferença de que teremos de inovar ao ritmo das necessidades e das circunstâncias que não dominamos, mas que o marketing se encarregará mais uma vez de conduzir com mais celeridade e até com mais requinte. Inovar não é fácil, mas é mobilizador, direi mesmo apaixonante, até porque tem uma particularidade: a inovação não tem metas nem tabus, e apenas tem o escrutínio do bom senso!

Dr. José Luís Sequeira (Presidente da Direção da APICER)

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