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Construção Sustentável

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Destaque

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SMARTHOUSES PORTUGAL

Por Maria Lúcia Marques, Arquitecta, Certified Passive House Designer

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A SmartHouses Portugal nasceu da preocupação ambiental e da forte consciência ecológica aliada à experiência em desenvolvimento e gestão de projectos imobiliários. Pretendemos contribuir para a eficiência energética e a sustentabilidade na habitação em Portugal, promovemos a construção ecológica e passiva intervindo desde a fase de projecto até à sua concepção. Especializámo-nos no método construtivo de eficiência energética Passive House que cumpre os requisitos de um edifício de necessidades quase zero (NZEB). Podemos olhar para uma casa Passive House, mas só através de um olhar mais atento e conhecedor poderemos ver o que as distingue das outras casas correntemente construídas em Portugal. Quem conhece o conceito sabe o que significa a diferença.

Maria Lúcia Marques “ O verdadeiro papel de um edifício é manter-nos saudáveis, felizes, seguros e confortáveis”, citação de Lloyd Alter, Arquitecto e editor chefe do blog TreeHugger.

Portugal é o 3º País na Europa onde a mortalidade no inverno é mais elevada, 25,6% da população vive em casas com más condições e 16,4% não tem condições para aquecer convenientemente a habitação (dados fornecidos por Pordata dia 17 de outubro de 2022). Portugal em 2020 foi um dos 10 países na Europa com o preço de KWh mais elevado, no entanto Portugal está no TOP 10 dos países europeus com melhor clima.

Conceito

O conceito Passive House surge após a crise do petróleo na década de 70 onde são experimentadas e desenvolvidas iniciativas para uma distribuição segura de energia e soluções de eficiência. Em 1991 é construído o primeiro projeto Passive House em Darmstad-Kranichstein, Alemanha, cidade onde está localizado o Passive House Institute. Este projecto veio a confirmar que a poupança de energia para aquecimento era de 90% ou mais em comparação com um edifício-padrão e os custos de investimento adicionais médios foram cerca de 8% comparados com edifícios construídos seguindo a norma mínima exigida.

A Passive House surge como um padrão de alto desempenho que pode ser aplicado independentemente do clima, utilizar materiais locais promovendo a eficiência energética aliada à sustentabilidade. Com um projecto optimizado baseado em arquitectura bioclimática e com liberdade na escolha dos materiais a serem utilizados, uma casa passiva tem de cumprir os requisitos definidos para a sua eficiência e certificação.

Prestações de uma casa passiva

Uma casa Passive House tem requisitos térmicos a cumprir, as necessidades de aquecimento não podem exceder os 15Kwh/m².a, tal como as necessidades de arrefecimento. A carga de aquecimento e de arrefecimento não poderá exceder os 10W/m². Para uma casa tradicional as necessidades de aquecimento são de cerca de 4 a 10 vezes mais que numa casa passiva e a carga máxima de aquecimento é de cerca de 3 a 5 vezes mais do que uma casa passiva. Terá de cumprir critérios de estanquicidade e as necessidades e energia Primária não poderão ser maiores ou iguais a 120Kwh/m².a, ou as necessidades e Energia Primária Renovável poderão ser iguais ou inferiores a 60Kwh/m².a. A apenas é aceitável um excesso de temperatura (25°) em 10% dos dias durante um ano. Se não cumprir estes requisitos não é uma Passive House. Só cumprindo os requisitos definidos poderá ser elegível para a Certificação atribuída pelo Passive House Institute que certifica a sua eficiência energética. O conceito Passive House também pode ser aplicado na renovação dos edifícios. Foi desenvolvida uma norma especifica para edifícios existentes, o EnerPHit – Energy Retrofit whit Passive House componentes. Não obrigando a cumprir requisitos tão exigentes como para um edifício novo, consegue oferecer optimas prestações de eficiência e excelente conforto comparado a uma renovação-padrão. A Norma Passive House também pode ser aplicada em edifícios não residenciais como hospitais, escolas, piscinas, bibliotecas e museus, entre outros.

Os cinco princípios-base numa Passive House

Uma casa Passive House tem como pontos-bases na sua concepção um excelente isolamento térmico, caixilharia e vidros eficientes e preferencialmente certificados pelo PHI, a minimização das pontes térmicas, uma envolvente estanque ao ar e um sistema de ventilação mecânica com recuperação de calor.

Vantagens

As vantagens de uma Passive House é uma construção eficiente e sustentável com uma melhoria da qualidade do ar interior através de uma ventilação mecânica com recuperação de calor, um óptimo isolamento acústico, espaços saudáveis com conforto térmico e a redução da fatura energética para aquecimento e arrefecimento.

Economia

Existem custos adicionais específicos numa Passive House comparando com uma casa de baixo consumo e as casas standard. Esses custos adicionais vêm particularmente da ventilação mecânica, do isolamento e da estanquidade ao ar.

Cinco princípios base da Passive House

The Vicent Auriol Scoll in Paris LA Architectures + Atelier Desmichelle Architecture

Contudo um estudo feito pelo Passive House Institute (PHI) apurou que o investimento adicional inicial para uma Passive House será agora inferior a 5% dos custos totais de construção (estudo realizado na Alemanha). Portugal deverá ser analisado particularmente, as necessidades de isolamento não serão iguais às necessidades na Alemanha. A construção de uma casa passiva não será necessariamente mais cara do que uma construção nova que terá de cumprir a legislação portuguesa em vigor. As necessidades de uma casa passiva são inferiores entre 4 a 10 vezes às da casa-padrão, o que resulta numa fatura de electricidade reduzida e a minimização do impacto do aumento do valor da energia eléctrica. O PHI salienta que mesmo após 30 anos, os custos de energia podem continuar a ser reduzidos, pois os componentes inactivos de uma casa passiva continuam a funcionar enquanto a casa estiver a funcionar.

Certificação

Para a certificação de uma Passive House é necessário a utilização de um técnico acreditado pelo Passive House Institute e é recomendado a sua intervenção desde o início do projecto. O procedimento para a certificação de um projecto consiste em cinco etapas principais: • Verificação • Revisão preliminar • Revisão do projecto antes do início dos trabalhos • Dúvidas e perguntas sobre a certificação durante toda a fase de planeamento e construção • Revisão final após a conclusão da construção

Os requisitos mínimos definidos para a certificação têm de ser cumpridos e terá de ser feito um teste à estanquidade da casa (Blowdoor test) em que o resultado obtido das renovações do ar não poderá exceder as 0,6 renovações por hora (n50).

Casas Eco-Passivas

Os ganhos para o ambiente de um método e design focado no consumo mínimo de energia aliado à produção de energia renovável, focado na conservação dos recursos, no uso de materiais locais, renováveis, recicláveis e de origem biológica vem assegurar a qualidade de vida dos ocupantes através da concretização de edifícios saudáveis e reduzir o seu impacto no meio ambiente. Com o surgir da Pandemia do Covid-19 a percepção de que vivemos grande parte da nossa vida em espaços fechados, preocupações com o bem-estar e ambiente saudável aumentaram. Uma construção Eco-Passiva tem em conta este novo desafio ao promover a renovação do ar interior e a escolha de materiais saudáveis, prevenindo o desenvolvimento de agentes patogénicos que são causa de alergias e doenças. A escolha de materiais com baixa energia incorporada, com mínimo de emissões de CO2 durante o seu processo de construção e de materiais que possam ser reciclados no seu fim de ciclo de vida faz parte dos pontos a considerar no desenvolvimento de um projecto sustentável e da promoção da economia circular. Quer conhecer um pouco mais sobre a SmartHouses Portugal e sobre construção sustentável consulte o nosso site www.ecopassivehouses.pt e faça o download gratuito do nosso White Paper.

IMPLANTES DENTÁRIOS CERÂMICOS – UMA REALIDADE PROMISSORA NA MEDICINA DENTÁRIA

por André Chen, Co-Founder International Advanced Dentistry – IAD Lisbon Portugal

A indústria de substituição de dentes, os chamados implantes dentários, são dispositivos médicos, maioritariamente feitos em titânio puro ou em liga titânio-vanádio-alumínio.

Na Medicina Dentária este procedimento é um dos mais praticados sendo anualmente colocados cerca de 500.000 implantes, apenas nos Estados Unidos, num negócio com uma projeção estimada de 5.71 mil milhões de euros em 2023 segundo a Fortune Business Insights™ Representa um claro benefício na qualidade de vida das pessoas com falta de dentes (edentulas) refletindo um benefício holístico alto, por permitir uma correta mastigação e consequente correta nutrição. O avanço no campo da implantologia dentária é atribuído ao sueco Per-Ingvar Brånemark, que inseriu o primeiro implante de titânio num paciente em 1965. Desde essa data o titânio tornou-se no material mais utilizado para o fabrico de implantes O prognóstico a longo prazo dos implantes orais endósseos foi amplamente documentado para pacientes total e parcialmente desdentados, sendo um desafio complexo do ponto de vista estético aquando da sua execução no setor anterior. A aparência natural de dentes isolados substituídos em falta na zona estética da maxila requer vasta experiência do médico dentista dada a alta exigência por parte dos pacientes. Com cerca de 50 anos de osteointegração muitas sãos as vantagens e benefícios do titânio, mas são também conhecidos e documentados alguns problemas derivados do uso de ligas metálicas na cavidade oral. Fenómenos de infeção dos implantes, descoloração, falta de estética têm sido relatados ao longo do tempo.

Figura 1 . Implante de Dióxido de Zirconia (Ytzp) com Coroa Zirconia (cerâmica pura). Figura 2 . Implante de Dióxido de Titânio.

Figura 3 e 4 . Reabilitação implanto-suportada com implante cerâmico e coroa cerâmica

Figura 5 . Equipa do International Advanced Dentistry – IAD Lisboncerâmica Todo o mercado de implantes dentários tem procurado uma alternativa credível de biomaterial para evitar estes problemas. O holístico foi o primeiro a tentar encontrar alternativas ao titânio, mas desde cedo se observou a vantagem, e a biocompatibilidade de biomateriais cerâmicos no corpo humano. Como alternativa estética surgiram, então, os implantes em cerâmica pura. Estes foram introduzidos em 1960, por Sandhaus, sendo inicialmente produzidos em óxido de alumina.

Tendo em conta as elevadas exigências estéticas pretendidas no setor estético anterior (incisivos, caninos e pré-molares), os implantes de óxido de alumina tinham a vantagem de mimetizar a cor do dente natural, atraindo o interesse dos clínicos, tinham uma boa osteointegração, integrando-se diretamente ao tecido ósseo do hospedeiro. No entanto, estudos clínicos mostram taxas de sobrevivência a longo prazo entre 65% e 92%. Assim, a heterogeneidade destes valores impediu a sua utilização rotineira. Consequentemente, os implantes em óxido de alumina foram removidos do mercado no início da década de 90 uma vez que as suas propriedades biomecânicas e resultados clínicos insatisfatórios não trouxeram segurança e previsibilidade aos clínicos. Nos anos seguintes, ainda na década de 90, um novo material cerâmico denominado de dióxido de zircónia (ZrO2) (dióxido de zirconia reforçado com itria -Ytzp) foi introduzido na implantologia com propriedades mecânicas de resiliência, resistência à fratura excecionalmente boas, aprovado para a confeção de coroas e implantes. Este novo tipo de implante é recomendado para situações estéticas altamente exigentes como a zona anterior da maxila, áreas com tecidos moles comprometidas e para pacientes com (hiper)sensibilidade ao metal. As grandes vantagens do uso deste tipo de implante

são 1. O menor acumulo de placa bacteriana 2. A ausência de metal na superfície que contacta com o osso e tecido mole, menor fenómeno de corrosão e libertação de partículas para os tecidos 3. Estética 4. Menor probabilidade de progressão da infeção do implante 5. Alergias a metais O uso de implantes cerâmicos tem vindo a aumentar exponencialmente, especialmente porque esta segunda geração tem propriedades mecânicas similares aos metais com características de biocompatibilidade aumentadas. Como mercado estima-se que cresça 10% ao ano e que em 2024 a reabilitação de raízes de dentes perdidos com materiais cerâmicas aumente 25%. Na nossa clínica (IADLisbon – International Advanced Dentistry) já está nos 15% de todos os implantes feitos e continua a subir o número de pessoas que prefere elementos cerâmicos aos metais. Na Europa esta terapia é regulada pela ESCI – European Society for Ceramic Implantology do qual alguns membros do IAD Lisbon fazem parte. Nessa associação são emitidas as guidelines e regulação deste tipo de implantologia. Lisboa foi a primeira capital mundial a ter um centro de treinos para dentistas internacionais virem aperfeiçoar o uso cirúrgico de implantes cerâmicos. (ESCI – Lisbon Training Center)

Links úteis para mais informação: ESCI – European Society for Ceramic Implantology https://esci-online.com/en/ IAD Lisbon - International Advanced Dentistry

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