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09 15

Destaque . 04

Competências: O Investimento Fulcral para o Futuro do País

Qualificação . 06

Qualificação Profissional e competitividade: o exemplo da DUAL

Competências . 09

Competências e Saberes Práticos nos Quadros Superiores das Empresas – O Caso da Relação com os Financiadores em Tempos de ESG

Uma Visão para o Futuro do Trabalho – A Importância das Gerações

Mais Vividas

A Indústria Cerâmica e as Competências Associadas à Indústria 4.0.

Ensino Profissional . 12

Desígnios das Escolas Profissionais no Ano Europeu das Competências

Associativismo . 21

Portugal Ceramics Apresenta-se na Feira The Inspired Home Show em Chicago

Certif . 23

Certif com mais 200 Clientes

Economia . 25

Exportações Portuguesas de Cerâmica Alcançaram um Novo Recorde em 2022

Secção Jurídica . 27

‘(DES)Igualdade Salarial Entre Homens e Mulheres’

Notícias & Informações . 29

Novidades das Empresas Cerâmicas Portuguesas

Calendário de Eventos . 33

Propriedade e Edição

APICER - Associação Portuguesa das Indústrias de Cerâmica e de Cristalaria

NIF: 503904023

Direção, Administração, Redação, Publicidade e Edição

Rua Coronel Veiga Simão, Edifício C 3025-307 Coimbra

[t] +351 239 497 600 [f] +351 239 497 601 [e-mail] info@apicer.pt [internet] www.apicer.pt

Tiragem 500 exemplares

Diretor

Marco Mussini

Editor e Coordenação

Albertina Sequeira [e-mail] keramica@apicer.pt

Conselho Editorial

Albertina Sequeira, António Oliveira, Marco Mussini, Martim Chichorro e Susana Rodrigues

Capa

Nuno Ruano

Colaboradores

Albertina Sequeira, Ana João Sepulveda, António Oliveira, Carlos Vieira, Elísio Silva, Filomena Girão, José Luis Presa, Mariana Bem-Haja, Martim Chichorro, Miguel Fontes e Rosa Rocha

Paginação Nuno Ruano

Impressão Gráfica Almondina - Progresso e Vida; Empresa Tipográfica e Jornalística, Lda Rua da Gráfica Almondina, Zona Industrial de Torres Novas, Apartado 29 2350-909 Torres Novas [t] 249 830 130 [f] 249 830 139 [email] geral@grafica-almondina.com [internet] www.grafica-almondina.com

Distribuição

Gratuita aos associados e assinatura anual (6 números) ; Portugal €36,00 (IVA incluído); União Europeia €60,00; Resto da Europa €75,00; Fora da Europa €90,00

Versão On-line https://issuu.com/apicer-ceramicsportugal

Notas

Proibida a reprodução total ou parcial de textos sem citar a fonte. Os artigos assinados veiculam as posições dos seus autores.

Esta edição vem acompanhada da Revista Técnica da Indústria da Fileira do Habitat nº 18 Março . Abril . 2023 Bimestral

Índice de Anunciantes

CERTIF (Verso-Capa) • GOLDENERGY (Página 1) • INDUZIR (Contra-Capa) Conteúdos conforme o novo acordo ortográfico, salvo se os autores/colaboradores não o autorizarem

Publicação Bimestral nº 380 . Ano XLVIII . Janeiro . Fevereiro. 2023 Depósito legal nº 21079/88 Publicação Periódica inscrita na ERC [Entidade Reguladora para a Comunicação Social] com o nº 122304 ISSN 0871 - 780X

Estatuto Editorial disponível em http://www.apicer.pt/apicer/keramica.php

O tema em destaque desta edição da revista Kéramica e que este editorial vai abrir, é sobre matéria sempre presente na indústria, desde pelo menos a revolução industrial, e desde sempre presente, na vida humana: competências.

Charles Darwin no seu livro a origem das espécies de que recordo de forma muito simplificada a “sobrevivência do mais apto”, abre a discussão ainda não terminada sobre supremacia e sobrevivência. Usando apenas a comparação sobre o princípio, atrevo-me a afirmar que são as sociedades, com os cidadãos, as empresas e as instituições que mais investiram e desenvolveram as suas competências, que são as mais prósperas.

Em todas as sociedades, os cidadãos que desenvolveram competências e que as foram melhorando ao longo da vida, são igualmente os mais bem-sucedidos, mais felizes e mais prósperos.

A idade média europeia, deu-nos a conhecer as corporações em que os aprendizes de todas as profissões, se submetiam aos ensinamentos dos oficiais e dos mestres e assim se passava o conhecimento e se adquiriam competências.

Com o uso intensivo de máquinas, criação de novos produtos, novas formas de produção de energia, novas formas de comércio e a concentração de operários em grandes unidades fabris, a partir dos finais do séc. XVIII e inícios do séc. XIX quando se inicia a revolução industrial, toda a estrutura de competências criadas sob as corporações medievais se viu alterada.

O mundo de hoje, que sucedeu à revolução industrial, renova-se e reinventa-se com uma velocidade indescritível.

Se a revolução industrial fez desaparecer as corporações, a revolução informática e a WWW, fizeram esquecer a revolução industrial inicial, criando permanentes e sucessivas “revoluções”, apelando à necessidades de aquisição permanente de novas competências.

No mundo de hoje, lembrando Charles Darwin, os mais aptos - entenda-se os mais competentes - não serão os que vão sobreviver pois as sociedades evoluíram, mas serão os que vão prosperar. Continuar a prosperar, ficar de fora ou mesmo empobrecer, dependerá da capacidade das pessoas e das organizações investirem no enriquecimento das suas competências ou não o fazerem.

Se hoje damos como seguro de que a escola e os sistemas formais de ensino, nos dão as HARD SKILLS e que estas são as competências fundamentais para os mercados de trabalho concorrenciais nos dias atuais, não podemos esquecer que, tão ou mais importantes que estas, são as SOFT SKILLS, que os sistemas formais de ensino não garantem e que dependem da capacidade individual de as adquirir, renovar e melhorar.

Esta realidade está a desenvolver especialistas que usem as “HARD SKILLS“ sozinhos e que agregam e usam uma boa dose de “SOFT SKILLS” quando em contexto relacional.

Especialistas são, por definição, os que sabem cada vez mais de menos coisas, pelo que a interdependência das interligações de competências é total.

O trabalho especializou-se.

Um produto final ou um serviço que chega ao mercado, é fruto de um número infindável de contributos pessoais e de processos complexos.

As lideranças das empresas terão de ser capazes de antecipar as novas competências que o futuro irá exigir e igualmente antecipar, como vão substituir as profissões que irão acabar, porque inexistem competências para realizar o trabalho.

Estimou o Fórum Económico Mundial em 2020 que 50% dos trabalhadores vão precisar de requalificação até 2025. A digitalização, a automação e a robotização vão extinguir postos de trabalho e exigir novas competências.

Nas indústrias de cerâmica e da cristalaria, temos a realidade das novas competências debaixo dos nossos olhos e nas nossas preocupações diárias, bem como em alguns casos, a preocupação de manter profissões “medievais” que vão desaparecer, porque ninguém as quer executar.

No terreno está a nova Agenda Europeia de Competências, lançada pela Comissão Europeia. Convido à sua leitura.

José Cruz Pratas (Presidente da Direção da APICER)

Destaque

COMPETÊNCIAS: O INVESTIMENTO FULCRAL PARA O FUTURO DO PAÍS

Fontes,

As transformações profundas no mercado de trabalho nos últimos anos tornaram a formação profissional e a qualificação elementos-chave para responderem aos desafios do futuro do trabalho. Por um lado, o desenvolvimento da tecnologia, da ciência e da inovação exigem novas respostas, novos serviços e novas formas de produzir. O desenvolvimento dos mercados e da economia traz também às empresas novos desafios, seja nas novas formas de se relacionarem entre si, num meio complexo e cada vez mais global, onde competem e colaboram, onde procuram novos mercados, novos talentos e novas formas de se organizarem. E o desenvolvimento das sociedades e das pessoas traz também consigo novas exigências, novas necessidades e, naturalmente, novas competências. E, claro, não nos podemos esquecer do maior desafio que tem implicado a alteração dos novos modos de produzir e consumir: as alterações climáticas. A descarbonização da economia impõe a adoção de modelos e práticas mais verdes e mais sustentáveis que são absolutamente essenciais e que, também aqui, isso não se fará sem uma população ativa, qualificada e formada para esse fim.

Impõem, por isso, uma aceleração das necessidades de aquisição e aprofundamento de competências, adaptação, mas também modernização da formação profissional, tanto nos seus objetivos e resultados de aprendizagem, como nas práticas formativas, de modo a estar plenamente preparada para os desafios do futuro do trabalho.

O trabalho remoto impôs algumas mudanças a este nível, com muitos trabalhadores a terem de aprender novos processos de trabalho e a reforçar os seus conhecimentos tecnológicos. A digitalização que já vinha sendo feita em muitos setores introduziu um maior nível de automação, nomeadamente na indústria, obrigando as empresas a procurar talentos com diferentes características. O que, por outro lado, exige uma requalificação dos recursos existentes.

Do desajuste das competências entre as necessidades reais e a formação efetiva dos recursos, ao desafio de atrair os melhores e reter talento, passando pela importância da valorização dos salários, sabemos que ainda temos um caminho a percorrer. E que os desafios são vários, constantes e exigem respostas articuladas, possíveis apenas com um trabalho conjunto entre empresas, instituições de ensino, sociedade civil e Governo.

E isto impõe, a quem legisla e a quem desenha políticas públicas e medidas em matéria de trabalho, de formação profissional, uma necessidade imperativa de repensar constantemente estes desafios, mas também de intensificar e promover o desenvolvimento de competências no terreno.

Uma resposta adequada a estes desafios implica um forte investimento na formação profissional e qualificação, continuando a estimular a aprendizagem ao longo da vida e a aproximação das qualificações da população portuguesa aos valores de referência da União Europeia.

Sabemos que a aposta na formação profissional constitui uma efetiva alavanca do desenvolvimento e crescimento económico do nosso país. Aliás, a relevância atribuída à formação profissional e qualificações no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência através, nomeadamente, da reforma do ensino e da formação profissional e do investimento na modernização da oferta e dos estabelecimentos de ensino e da formação profissional previstos no Plano de Recuperação e Resiliência são exemplo disso.

O IEFP tem neste momento em curso um investimento de 230 milhões de euros para a modernização dos centros de formação profissional, 87,7 milhões de euros na criação de novos centros de formação profissional e mais 148,3 milhões de euros na requalificação e na modernização de infraestruturas, equipamentos e laboratórios.

A formação profissional tem de ser encarada como uma oportunidade de mudança de vida e de valorização das pessoas. Temos de olhar a formação com ambição: como um efetivo instrumento capaz de promover uma melhoria das condições de vida, alargando horizontes e criando reais e melhores oportunidades às pessoas, e consequentemente, ao país.

Por isso, queremos um IEFP que não se feche em si próprio, que ouça a sociedade, que inove nos seus conteúdos e metodologias, apostando numa formação profissional cada vez mais exigente e alinhada com as reais necessidades da nossa economia e sociedade.

Hoje, ao esforço permanente de promovermos uma política de formação profissional dirigida à formação inicial dos jovens e à formação aos desempregados, temos de somar o esforço de alargar o âmbito desta política a novos instrumentos e programas, que respondam às necessidades de um mercado de trabalho em constante mudança e a exigir novas competências. Ou dito de outro modo: para protegermos o emprego, e para não deixarmos ninguém para trás, temos de atuar ao nível da prevenção do desemprego futuro, decorrente da obsolescência das competências e/ou das atividades exercidas, apostando decisivamente na requalificação e na reconversão profissional.

Através do PRR ,temos destinados para a qualificação cerca de 149 milhões de euros, verba que inclui a formação profissional e a reconversão ao longo da vida de trabalhadores em setores que estão em descontinuidade, e a requalificação para áreas de modernização tecnológica, para que quem está desempregado tenha melhores condições de empregabilidade com respostas formativas com vista ao upskilling e reskilling nas áreas emergentes,nomeadamente nas áreas da Transição Verde, Digital e da Economia do Cuidado.

Queremos continuar a apostar numa política de requalificação de competências, desde logo no âmbito das competências digitais e verdes, através de programas como Upskill – Digital Skills & Jobs, com vista à formação intensiva e especializada na área digital, para a reconversão, até 2023, na área de Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica; ou o Programa Emprego + Digital 2025 que visa abranger 200 mil participantes até 2025, com o objetivo de promover a dinamização, promoção e formação para a requalificação de ativos empregados para a área digital.

Apresentámos recentemente a iniciativa Green Skills & Jobs que tem como objetivo preparar os profissionais com formação qualificada e, por isso, prevenir o desemprego, no desafio que a descarbonização nos coloca.

A par deste esforço, temos ainda de garantir a inserção dos jovens no mercado de trabalho. Medidas como o ATIVAR. PT, um dos programas de banda larga de apoios à contratação e de estágios, e no qual se integra a medida Estágios ATIVAR, a qual tem permitindo que, direta ou indiretamente, ao fim de seis meses, 80% dos estagiários estejam no mercado de trabalho.

Através da medida Empreende XXI, estamos também a promover a criação de empresas e do próprio emprego, apostando na formação profissional, mentoria e consultoria especializadas na área do empreendedorismo. O apoio do Estado é de 85%, sendo 40% desse valor um subsídio não reembolsável e os restantes 45% num empréstimo sem juros. Os restantes 15% trata-se de capitais próprios. O apoio pode ainda ser majorado quando o projeto é promovido por uma pessoa de género sub-representado na profissão, quando se localiza no interior do país, quando se trata de projetos inovadores, quando cria postos de trabalho com contratos de trabalho sem termo ou se é destinado a pessoas com qualificações superiores ao 12.º ano.

Por isso, no Ano Europeu das Competências em 2023, a formação profissional e a qualificação tornam-se ainda mais relevantes. Não só na valorização do trabalho desenvolvido ao nível da formação e da melhoria das qualificações, mas também para dar um novo impulso à aprendizagem ao longo da vida, capacitando os formandos a contribuírem para as transições ecológica e digital, apoiando a inovação e a competitividade.

Este é um esforço que é transversal à sociedade portuguesa e não há nenhum setor de atividade que se possa sentir dispensado deste esforço de aceleração da transformação em curso. Esta é uma exigência que a todos convoca, mas de que todos também beneficiarão.

Só assim continuaremos a fazer de Portugal um país, onde todos desejam permanecer e construir o seu futuro.

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