KÉRAMICA
revista da indústria cerâmica portuguesa
revista da indústria cerâmica portuguesa
Acreditada pelo IPAC como organismo de certificação de produtos (incluindo Regulamento dos Produtos de Construção), serviços e sistemas de gestão
Empresa . 04
340 Anos a contar histórias e a fazer parte da História de Portugal (VA - 200 Anos + BP - 140 Anos).
175 anos da Fábrica Viúva Lamego
Aleluia Ceramics: 120 anos de inovação e tradição na cerâmica
portuguesa
Valadares: Um Século de Resiliência, Inovação e Sustentabilidade
CS - Coelho da Silva: Uma história de inovação e liderança
Crisal - A Escrever a História do Vidro de Mesa desde 1944
Umbelino Monteiro: 65 anos de história em coberturas cerâmicas com Passado e Futuro
Cinca - História com Dedicação
Associativismo . 35
Workshop "Simbioses Industriais: Benefícios da Circularidade na Indústria Cerâmica".
Reportagem . 37
Novidades das Empresas Cerâmicas Portuguesas na Feira Cersaie 2024
Secção Jurídica . 48
A Importância da História das Empresas
Notícias & Informações . 50 04 08 11 15 18 21 27 30 33
BMI Portugal: Inovação e sustentabilidade na Evolução do setor da construção
Património . 24
Museu Cargaleiro, Uma Viagem à Descoberta da Cerâmica!
Novidades das Empresas Cerâmicas Portuguesas
Calendário de Eventos . 52
Propriedade e Edição APICER - Associação Portuguesa das Indústrias de Cerâmica e de Cristalaria NIF: 503904023
Direção, Administração, Redação, Publicidade e Edição Rua Coronel Veiga Simão, Edifício Lufapo Hub A - nº 40, 1º Piso 3025-307 Coimbra [t] +351 239 497 600 [f] +351 239 497 601 [e-mail] info@apicer.pt [internet] www.apicer.pt
Tiragem 500 exemplares
Diretor Marco Mussini
Editor e Coordenação Albertina Sequeira [e-mail] keramica@apicer.pt
Conselho Editorial Albertina Sequeira, António Oliveira, Cristiana Costa Claro, Marco Mussini e Martim Chichorro. Capa Nuno Ruano
Colaboradores Albertina Sequeira, Catarina Moraes Cardoso, Carlos Viegas, Daniel Jesus, Inês Coelho, Nuno Barra, Martim Chichorro, Paulo Pires, Pedro Valente, Rui Silva, Sandra Saldanha, Teodorico Pais, e Teresa Ribeiro Bento
Paginação Nuno Ruano
Impressão
Gráfica Almondina - Progresso e Vida; Empresa Tipográfica e Jornalística, Lda Rua da Gráfica Almondina, Zona Industrial de Torres Novas, Apartado 29 2350-909 Torres Novas [t] 249 830 130 [f] 249 830 139 [email] geral@grafica-almondina.com [internet] www.grafica-almondina.com
Distribuição Gratuita aos associados e assinatura anual (6 números); Portugal €42,00 (IVA incluído); União Europeia €60,00; Resto da Europa €75,00; Fora da Europa €90,00
Versão On-line https://issuu.com/apicer-ceramicsportugal
Notas
Proibida a reprodução total ou parcial de textos sem citar a fonte. Os artigos assinados veiculam as posições dos seus autores. Esta edição vem acompanhada da Revista Técnica da Indústria 2024 #25 Outubro . Novembro | Bimestral
Índice de Anunciantes
AMBIENTE (Verso Contra-Capa) • CERTIF (Verso Capa) • GOLDENERGY (Contra-Capa) • INDUZIR (Pag 1) • SMARTENERGY (Pag 49)
Conteúdos conforme o novo acordo ortográfico, salvo se os autores/colaboradores não o autorizarem
Publicação Bimestral nº 390 . Ano XLIX . Setembro . Outubro . 2024
Depósito legal nº 21079/88 Publicação Periódica inscrita na ERC [Entidade Reguladora para a Comunicação Social] com o nº 122304 ISSN 0871 - 780X Estatuto Editorial disponível em http://www.apicer.pt/apicer/keramica.php
“Empresas com história na cerâmica e cristalaria”.
Acabado de sair da Universidade e enquanto esperava ser incorporado para cumprir o serviço militar obrigatório, encontrei o meu primeiro emprego, numa empresa com história.
No processo de acolhimento, como sempre acontece, falam-nos de muitas coisas que nos serão úteis, tal qual o que acontece na recruta do serviço militar. Nos primeiros dias de descoberta da empresa, fiquei refém de uma frase atribuída ao fundador da empresa, que nunca mais saiu da minha cabeça e que, ainda hoje, é inspiração diária.
O fundador chamava-se Eduardo e nasceu em 1856. Contavam as pessoas que lhe eram contemporâneas que ele andava sempre muito depressa e quando lhe perguntavam o porquê de tanta pressa respondia: “Tenho que andar sempre depressa homem! A minha estrada é muito comprida”.
Os fundadores das “empresas com história na cerâmica e na cristalaria”, mesmo que nunca tenham pronunciado esta frase andaram sempre depressa porque a sua estrada também era comprida.
Se folhearmos uma das mais entusiasmantes monografias da cerâmica portuguesa “Cerâmica portuguesa e outros estudos”, escrita por José Queirós e publicada em primeira edição no ano de 1907, percebemos que foi no século XVIII que as fábricas começaram a aparecer
em detrimento das pequenas oficinas. José Queirós na obra suprarreferida destaca a Real Fábrica do Rato, a Real Fábrica da Bica do Sapato (Lisboa), a Fábrica Real, a Real Fábrica do Cavaquinho, a Rocha Soares Irmãos (Porto), a Brioso (Coimbra), a Real Fábrica de Custódio Ferreira (Braga), a Fábrica Darque (Viana do Castelo), a Fábrica da Viúva Antunes (Estremoz), a Fábrica do Cojo (Aveiro) e a Fábrica do Juncal (Alcobaça). Tanto quanto é do meu conhecimento nenhuma destas fábricas existe, mas existem muitas outras com muitos anos de história que podem ser conhecidas, noutra página desta revista.
Mas o que permite a longevidade das empresas?
O que podemos aprender com as empresas longevas?
Quero crer que a primeira característica destas empresas foi, e continua a ser, a inovação. A segunda característica foi terem criado uma identidade de marca que permitiu serem lembradas permanentemente pelos seus clientes. A terceira característica é a manutenção permanente do foco corporativo e organizacional nos clientes. Por último, são longevas porque criaram uma cultura organizacional forte , que permitiu agregar os recursos humanos em torno de todas as anteriores.
Portugal é um país com tradição cerâmica. Entre os associados da APICER, existem 7 empresas com mais de 100 anos e muitas outras com mais de 50 anos. Perceber como estas empresas se adaptaram e evoluíram ao longo do tempo, permitirá extrair ensinamentos que podem ser aplicados em diferentes momentos organizacionais.
As marcas portuguesas mais antigas da cerâmica e da cristalaria podem ser fontes valiosas de inspiração e orientação para novos empreendedores e investidores. A conjugação dos fatores que atrás referi,permitirá construir uma empresa de sucesso que resista ao teste do tempo.
Neste Editorial, quero felicitar as empresas Vista Alegre Atlantis e Viúva Lamego , que em 2024 comemoram respetivamente 200 e 175 anos. Em meu nome e em nome da direção da APICER, deixo o desejo de grandes sucessos empresariais e pessoais para os seus acionistas, gestores e colaboradores. Que estas datas“redondas” inspirem todas as restantes empresas associadas.
Estou seguro de que os fundadores destas empresas e quem os seguiu na gestão, andaram sempre muito depressa porque… a estrada é muito comprida.
José Cruz Pratas (Presidente da
Direção
da APICER)
(VA - 200 ANOS + BP - 140
por Paulo Pires, Nuno Barra e Teodorico Pais, Administradores da Vista Alegre
Vista Alegre
Fundada em 1824, a Fábrica de Porcelana da Vista Alegre foi a primeira unidade industrial dedicada à produção da porcelana em Portugal. Para a fundação e sucesso deste arriscado empreendimento industrial foi determinante o espírito de persistência do seu fundador, José Ferreira Pinto Basto. Figura de destaque na sociedade portuguesa do século XIX, proprietário agrícola e comerciante audaz, incorporou sabiamente o ideário liberal do século, tendo-se tornado “o primeiro exemplo de livre iniciativa” em Portugal.
Em 1824, José Ferreira Pinto Basto apresentou uma petição ao Rei D. João VI para “erigir para estabelecimento de todos os seus filhos, com igual interesse, uma grande fábrica de louça, porcelana, vidraria e processos chímicos na sua Quinta chamada da Vista-Alegre da Ermida”. Em Alvará Régio de 1 de Julho de 1824 D. João VI autorizou o estabelecimento da Fábrica de Porcelana da Vista Alegre
Em 2001, o Grupo Vista Alegre (porcelana, faiança e grés) fundiu-se com o Grupo Atlantis (cristal e vidro
feitos à mão e de elevada qualidade), dando origem a um dos maiores grupos de “tableware” e “giftware” da Europa: o Grupo Vista Alegre Atlantis.
Em 2009, o Grupo Visabeira adquire a maioria do capital do grupo Vista Alegre Atlantis e da Bordallo Pinheiro. Estas duas das mais antigas e conhecidas marcas nacionais, passaram a integrar o portefólio de marcas do Grupo Visabeira.
Actualmente o grupo Vista Alegre Atlantis incorpora seis unidades industriais, todas em Portugal, distribuídas pelos concelhos de Ílhavo, Aveiro, Sátão, Caldas da Rainha (Bordallo Pinheiro) e Alcobaça (cristal e vidro). A adicionar às fábricas, juntam-se uma rede de 42 lojas próprias e mais seis subsidiárias, em Espanha, França, Brasil, Estados Unidos da América, México e Moçambique.
Produzimos cerca de 75 Milhões de peças por ano, em Porcelana, Grés, Faiança, Vidro e Cristal, das quais, 75% são direcionadas para exportação para mais de 80 países em todo o mundo.
Para além dos produtos manufacturados internamente, a empresa tem outras categorias de produtos complementares, como: cutelarias, têxtil e móveis.
O nosso portfólio de produtos é comercializado sob as insígnias “Vista Alegre”, “Bordallo Pinheiro” e “Casa Alegre”.
Todos os anos, o design da marca portuguesa de porcelana, faiança, cristal e vidro chama a atenção dos mais prestigiados prémios de design internacionais, dos quais se destacam os German Design Awards, Good Design Chicago, Innovative Interiors, European Product Design Awards, German Innovation Awards, Architecture Masterprize, German brand awards , entre muitos outros, em países como Alemanha, Estados Unidos e Itália. Contando, assim, com um considerável número de prémios na história da marca. Grandes nomes do design contemporâneo, da pintura, escultura, arquitetura, literatura e outras formas de arte têm emprestado o seu talento a muitas criações da marca. Álvaro Siza Vieira, Joana Vasconcelos, Patrick Norguet, Ross Lovegrove, Marcel Wanders, Jaime Hayon, Malangatana, Sempé, Brunno Jahara, Pedro Cabrita Reis, Sam Baron, a marca francesa Christian Lacroix e a insígnia Oscar de la Renta são alguns dos artistas e designers que se associaram à Vista Alegre. Os serviços Vista Alegre são usados oficialmente pelo Presidente da
República Portuguesa, pela Casa Branca, por várias Casas Reais e por muitas personalidades de todo o mundo.
A aposta em projetos de colaboração artística com designers, artistas plásticos, arquitetos, entre outros criativos de todo o mundo, confere uma linguagem distintamente contemporânea e universal às criações da Vista Alegre.
O projeto ID Pool é um bom barómetro da aposta da Vista Alegre na Inovação e na procura de novos talentos. Esta residência artística aposta em projetos de cooperação artística com designers, artistas, arquitetos e outros criadores de todo o mundo, conhecidos ou promissores, confere às criações da marca uma linguagem contemporânea e universal.
Apesar da permanente evolução tecnológica nos processos de fabrico, a Vista Alegre incorpora nos seus produtos alguns processos artísticos manuais, de elevado valor acrescentado, dando origem a produtos únicos e diferenciadores que representam modernidade e tradição.
A Vista Alegre tem atualmente uma forte preocupação pela inovação e design e encontrou uma fórmula de equilíbrio entre o investimento em equipamentos e processos eficientes, baseados nas mais recentes tecnologias de produção conjugadas com operações manuais de grande valor acrescentado, como: a ornamentação, a escultura, a pintura manual e a arte vidreira manual.
Bordallo Pinheiro
A Fábrica de Faianças das Caldas foi fundada a 30 de Junho de 1884, por Raphael Bordallo Pinheiro
Na sua produção cerâmica foram criados centenas de modelos de criatividade ímpar, baseando-se nas tradições locais, nomeadamente na olaria caldense, adoptando a fauna e a flora como inspiração decorativa. A sua produção cerâmica, especialmente pela sua qualidade artística, ganhou grande projecção e transformou-se num pólo de atracção nacional e internacional.
Raphael Bordalo Pinheiro é uma das personalidades mais relevantes da cultura portuguesa nos finais do sec. XIX, com uma produção notável designadamente nas áreas do desenho humorístico, da caricatura e da criação cerâmica, constituindo-se o conjunto da sua obra de uma inquietante actualidade e um documento fundamental para o estudo político, social, cultural e ideológico de uma época.
O seu notável trabalho na cerâmica conquistou medalha de ouro em exposições internacionais (Madrid, Antuérpia, Paris e nos Estados Unidos, em St. Louis).
. Kéramica . p.5
Na cerâmica Bordallo Pinheiro existem muitas técnicas e procedimentos, alguns centenários, responsáveis pela qualidade final. O património imaterial da Bordallo Pinheiro atravessou gerações de ceramistas pelo ensino das técnicas cerâmicas salvaguardando saberes centenários que são autênticos tesouros da nossa história e cultura.
Ao longo da existência da Fábrica, a sua actividade tem-se pautado por uma continuidade da recuperação dos modelos originais, legado de Raphael Bordallo Pinheiro e por uma ligação muito forte à arte contemporânea.
No cumprimento dos seus objectivos estratégicos, também o estímulo à inovação e à excelência da produção cerâmica contemporânea e sua internacionalização tem sido uma prioridade.
A Fábrica Bordallo Pinheiro tem apostado também nos projectos artísticos com edições limitadas e numeradas, assim, a obra cerâmica de Raphael Bordallo Pinheiro apresenta-se também como um desafio a muitos artistas plásticos contemporâneos.
A Bordallo tem vindo a adquirir cada vez mais notoriedade e reconhecimento internacional, resultante da estratégia de produção de peças únicas e exclusivas, em formas naturalistas e cores poderosas, mas mantendo sempre o ADN Bordalliano.
As parcerias estratégicas com artistas contemporâneos famosos e reconhecidos a nível nacional e internacional, como: Joana Vasconcelos, Paula Rego, Vihls, Gémeos ou Cláudia Schifer, têm sido uma alavanca fundamental para a Internacionalização da Bordallo e para que hoje seja vista como uma marca de culto, uma Lovebrand em todo o munto.
Grupo VISTA ALEGRE ATLANTIS – Estratégia para o lançamento das bases para os próximos 200 anos.
A estratégia recente da Vista Alegre Atlantis tem assentado basicamente no que apelidamos dos “ 2 Is”: Internacionalização e Inovação , sem perder de vista o nosso ADN e o legado histórico.
A Inovação tem tido por base três vetores principais:
1. Inovação nos Produtos – criar e desenvolver produtos diferenciadores com enfoque no design, na elegância, na funcionalidade e na sustentabilidade.
2. Inovação nos Processos – capacitar o nosso parque industrial com equipamentos de última geração, de forma a garantir elevados níveis de qualidade, produtividade, eficiência energética, segurança dos colaboradores e sustentabilidade ambiental.
3. Inovação na Gestão – ao nível da gestão, assentamos o nosso “ modus operandi ” numa cultura de melhoria contínua (praticada por todos, todos os dias e em todo o lado), de forma a disseminar e enraizar a excelência empresarial. Também ao nível das pessoas, privilegiamos sempre o trabalho em equipa, suportada em colaboradores competentes e comprometidos com a organização. Também criamos e reforçamos parcerias estratégicas em toda a cadeia de valor com os diferentes Stakeholders , desde fornecedores, a clientes, com outras marcas, designers, universidade e outras entidades públicas e privadas.
O Grupo Vista Alegre Atlantis, resultante da sua estratégia de Internacionalização, é hoje em dia um player global, exportando cerca de 75% da sua produção para mais de 80 países. Os elevados níveis de competitividade que a globalização exige, só se conseguem à custa da competência e do elevado compromisso dos colaboradores e com recurso a equipamentos de última geração dispostos em fábricas modernas e layouts eficientes. Mas, hoje em dia, neste mercado concorrencial global, não basta sermos competitivos, também temos que ser sustentáveis do ponto de vista ambiental e com responsabilidade social.
Temos planos concretos para atingir as metas da descarbonização, recorrendo à utilização de energias de fonte renovável, e da circularidade, com a incorporação
de cada vez mais materiais reciclados, reduzindo assim o consumo de matérias-primas virgens, que são recursos finitos. Queremos estar na linha da frente da transformação tecnológica, da transição energética e transição digital.
Só com esta visão clara e integrada, da competitividade e da sustentabilidade, conseguiremos continuar este longo caminho da internacionalização, do crescimento e do reconhecimento a nível global.
Atualmente o Grupo Vista Alegre está a trabalhar em várias agendas mobilizadoras no âmbito do PRR e da descarbonização, sendo líder do Consórcio ECP – EcoCerâmica e Cristalaria de Portugal. Os investimentos repartem-se em projetos de IDT e investimentos produtivos, que assentam em quatro pilares essenciais: transição energética e descarbonização; circularidade de matérias-primas e simbioses industriais; transição digital e formação e capacitação dos recursos humanos.
O Projecto ECP é motivo de grande orgulho para todos os parceiros. É um projecto mobilizador e aglutinador dos sectores da cerâmica e da cristalaria, permitindo a sua projecção para outros patamares, de competitividade, de inovação, de sustentabilidade e de notoriedade internacional.
As marcas “Vista Alegre” e “Bordallo Pinheiro” que hoje integram o Grupo Vista Alegre Atlantis, são duas das marcas históricas de Portugal, e que têm adquirido cada vez mais reconhecimento e notoriedade Internacional.
Continuaremos a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para honrar este património único e perpetuar o legado histórico dos seus fundadores, José Ferreira Pinto Basto e Raphael Bordallo Pinheiro. Empresa
Fábrica no Intendente • Hoje classificado como imóvel de interesse público, é um dos mais emblemáticos da cidade, sendo um ex-libris do azulejo de estilo naïf oitocentista
por Catarina Moraes Cardoso, Diretora de Marketing da Viúva Lamego
Embora a produção de azulejos remonte ao século XVI, é a partir dos meados do século XIX, com o desenvolvimento industrial e a produção em larga escala, que surgem novas possibilidades para o uso do azulejo, em particular no revestimento de fachadas.
É neste contexto que a Fábrica Viúva Lamego é fundada, em 1849, por António da Costa Lamego. A fábrica surge numa área da cidade de Lisboa tradicionalmente ligada à cerâmica, o denominado “Bairro das Olarias”, no atual Largo do Intendente. A construção do edifício da fábrica é concluída em 1865, e já na época surpreende com a utilização pioneira de painéis de azulejos como forma de publicidade, da autoria de Luís António Ferreira, mais conhecido por Ferreira das Tabuletas, então diretor artístico da empresa.
Em 1876, após o falecimento de António Costa Lamego, a viúva do fundador assume a gestão da fábrica, e a sua denominação passa a ser Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego.
A par da produção de azulejos, a fábrica teve também um papel fundamental na produção de artigos utilitários e peças decorativas para os edifícios, como balaústres, pinhas, vasos, até estátuas alegóricas e bustos. Mas com a chegada do século XX, o azulejo tornou-se o principal produto da Viúva Lamego.
A fábrica foi ganhando, entretanto, protagonismo junto de artistas, não apenas pela qualidade das peças que produzia, mas também porque tentava adaptar-se às tendências de mercado.
Na década de 1930 as instalações da fábrica são transferidas para a zona de Palma de Baixo, em Lisboa, e a partir desta data um dos pilares da Viúva Lamego passa a ser a colaboração com autores, com a criação de espaços de trabalho dentro da fábrica para os artistas, os chamados casulos (residências artísticas permanentes).
Na lista de artistas que tiverem residência na fábrica estão referências fundamentais da cerâmica nacional, como Jorge Barradas, Manuel Cargaleiro, Maria Keil ou Querubim Lapa. Os autores trabalhavam em conjunto com os artesãos, desafiando as equipas internas, participando em todas as fases, desde o processo criativo à produção.
Na segunda metade do século XX, os azulejos de padrão captam a atenção da comunidade criativa. Maria
Keil foi uma das primeiras artistas a explorar os limites da padronização no azulejo.
É também durante os anos 1960, que os espaços públicos passam a ser vistos como ideais para inovar e experimentar, dando força ao conceito de arte pública. A partir do momento em que há espaço para a arte nos edifícios públicos, a relação entre arquitetos e artistas estreita-se. Neste período os mestres da Viúva Lamego são chamados a contribuir em projetos arquitetónicos inovadores que privilegiam o azulejo, assinados por nomes como Siza Vieira, ou Rem Koolhaas, vencedores do Prémio Pritzker.
No início da década de 1990 a fábrica transfere as suas instalações para a zona da Abrunheira, em Sintra, onde mantém a sua atividade atualmente.
Um dos maiores desafios e responsabilidades atuais é assegurar que o legado histórico e o saber-fazer acumulado ao longo de quase dois séculos de história é passado para as gerações futuras, e ao mesmo tempo garantir que o caminho trilhado por uma longa lista de autores de referência é continuado pelas novas gerações de artistas, designers e arquitetos.
Neste sentido, a Viúva Lamego tem procurado manter-se fiel aos valores que a distinguem e caracterizam. A promoção da colaboração com artistas é mantida nos dias de hoje como desígnio estratégico. A par de uma política de retenção de artistas que já trabalham há várias décadas com a Viúva Lamego (como Maria Emília Araújo, Bela Silva, Hervé di Rosa), têm sido intensificados esforços no sentido de captar novos talentos. Em resultado desses esforços nos últimos anos têm sido realizadas residências com autores de diversos quadrantes artísticos e geografias, como México, Brasil, EUA, França, Reino Unido, Alemanha, Croácia, Japão ou Coreia do Sul. Outro aspeto muito importante tem sido a consistência nos processos produtivos. Em paralelo com o investimento em inovação e técnicas mais sustentáveis, a Viúva Lamego mantém grande fidelidade a processos de produção artesanais, que tornam os seus azulejos únicos.
Hoje dizemos com orgulho que o que produzimos “não é um azulejo, é Viúva Lamego”.
Todo este trabalho é conseguido através de equipas internas com uma vasta experiência, dedicadas à investigação e desenvolvimento de novos produtos e técnicas. O facto de grande parte da actividade da Viúva Lamego resultar de encomendas para projetos à medida, também nos coloca desafios constantes, e a necessidade de dar resposta a solicitações muito diversas, para diferentes segmentos de mercado, que vão desde painéis de arte pública ou privada, obras de arquitetura de grande
ou pequena escala, para fachadas ou espaços interiores. Paralelamente, o facto de a fábrica trabalhar com grandes nomes do mundo artístico, do design e da arquitetura, cria um ciclo virtuoso de partilha de conhecimento,acompanhamento de tendências de mercado e aplicação de melhores práticas.
A cultura de partilha que a fábrica sempre promoveu entre as equipas internas e os autores tem sido um fator determinante para o seu sucesso. A Viúva Lamego é hoje uma referência nacional e internacional na produção de azulejos. Fruto do trabalho desenvolvido ao longo de quase dois séculos, hoje recebemos solicitações de todo o mundo (estamos presentes em mais de 30 países), com pedidos de peças de catálogo ou projetos à medida. Para além das ações desenvolvidas para promoção de divulgação da marca, o “passa palavra” é uma realidade. Desenvolvemos projetos com grande proximidade com arquitectos, designers e artistas, muitos dos quais nos referenciam a outros autores acabando por ser os nossos melhores embaixadores, o que nos leva a ter confiança e acreditar que estamos no bom caminho para cumprir o nosso desígnio, que é o de preservar o legado e assegurar o futuro da Viúva Lamego.
Garantir práticas operacionais que minimizem impactos ambientais, bem como processos produtivos que optimizem os consumos energéticos e de matérias -
-primas, está nas nossas preocupações e tem-se tornado parte da nossa rotina de trabalho.
Se em 2024 a Viúva Lamego comemora 175 anos de produção, deve-o ao esforço e dedicação, transversal a todas as suas equipas, em conjunto com todos aqueles que nos desafiam no dia a dia com a sua criatividade.
Um crescimento alicerçado numa área técnica de inovação e desenvolvimento com um robusto conhecimento e em permanente confronto com a necessidade de dar resposta a novos desafios, uma área operacional focada na qualidade e no combate ao desperdício, uma área comercial e de marketing com foco no serviço ao cliente e melhores práticas na gestão e valorização dos recursos humanos.
Exposição no Museu Nacional do Azulejo “175 anos de Azulejo na Viúva Lamego”
Como parte integrante das iniciativas que pretendem assinalar e celebrar 175 anos de vida, a Viúva Lamego inaugurou, no passado dia 4 de outubro, uma exposição no Museu Nacional do Azulejo, em Lisboa. Intitulada “Uma perspetiva do presente, uma visão do futuro”, que vai estar patente até 29 de dezembro de 2024. Reunindo trabalhos de vários artistas consagrados, autores com quem temos trabalhado nos últimos anos e uma nova geração de autores que inicia agora o seu percurso no mundo da cerâmica e projetando para o futuro um património único, o Azulejo.
A exposição que ajuda a revisitar o legado da Viúva Lamego, dá a merecida ênfase à ligação umbilical que a fábrica-atelier tem com os artistas, arquitetos, designers e artesãos, a qual permanece imutável com o passar das décadas. Ter semelhante mostra presente no Museu Nacional do Azulejo é um motivo de muito orgulho, dando relevo ao património desta marca centenária e à sua projeção e importância no universo da cerâmica portuguesa.
por Daniel Jesus, Marketing Aleluia Ceramics
Quase a completar 120 anos de história, a Aleluia Ceramics destaca-se pela sua trajetória sólida no setor da cerâmica, combinando a tradição com uma abordagem jovem e inovadora, sempre em sintonia com as tendências vanguardistas de decoração e arquitetura.
Este é, na verdade, uma visão mantida desde o início, em 1905, quando a marca foi fundada por um grupo de cinco antigos operários cerâmicos, com o objetivo de fabricar peças de cerâmica decorativa e azulejos que se destacavam nas componentes técnica e visual.
A fábrica manteve-se no Largo dos Santos Mártires até 1917, mas com o crescimento das vendas foi necessário procurar um local maior.
Assim, João Aleluia, um dos 5 fundadores, que passou a assumir os desígnios da empresa, adquiriu a Quinta da Nunes do Azeite, em frente à fábrica da Fonte Nova, para construir as novas instalações.
A primeira fornada desta fábrica data de 8 de setembro de 1917, tendo sido realizado um grande investimento em equipamento mais modernizado com o objetivo de atingir o mais elevado nível de produção.
A Aleluia manteve sempre uma forte preocupação social, tendo desde cedo implementado um conjunto de
políticas inovadoras, como a distribuição de refeições gratuitas, a criação de uma creche, a concessão de empréstimos sem juros aos operários, a assistência médica gratuita e a atribuição de subsídios por doença. Também ao nível educativo e cultural deixou a sua marca, com a criação de um coro, um grupo de teatro e diversos grupos desportivos. Criou ainda uma escola para extinguir o analfabetismo entre os operários e uma outra escola de desenho e pintura.
Ao longo dos tempos, a fábrica dos Santos Mártires (designação inicial) manteve uma aposta arrojada e moderna, como por exemplo a pintura de peças inspiradas em Arte Nova, estilo tão característico da cidade de Aveiro, ou a aposta em pintura manual e em reconhecidos artistas locais que pintavam tanto em azul e branco como sépia.
Este foco na modernidade e qualidade acompanhou sempre a empresa, tendo sido das primeiras a adotar o fabrico de azulejos por via seca, a instalação da primeira série de máquinas Faure, de Limoges, para a preparação de pastas brancas, e da primeira prensa mecânica com um sistema moderno
Durante grande parte do século XX, a Aleluia destaca-se em grandes projetos que ainda hoje podem ser apreciados como os vários painéis de Estações de Caminho de Ferro ou os muitos painéis publicitários em cerâmica, como são os exemplos os da PAN AMERICA ou Nitrato do Chile, área onde a empresa se especializou.
Da fábrica inicial no centro de Aveiro, junto ao que é hoje o Hotel Mélia Ria, a necessidade de crescimento transportou as instalações até Esgueira, em 1982, onde a
unidade industrial começou por produzir revestimento, e mais tarde evoluiu para a produção de pavimento (porcelanato), que ainda se mantém atualmente.
O crescimento e evolução da Aleluia levou à criação do Primeiro Grupo Empresarial do Setor com Capital 100% português, juntamente com a empresa CeramicApolo. Em 2006, juntamente com a agregação da Viúva Lamego, deu-se origem à marca Aleluia Cerâmicas.
No ano seguinte, em 2007, a Aleluia Ceramics voltou a fazer história, tornando-se a primeira empresa cerâmica portuguesa a adquirir um equipamento de impressão digital, o que permitiu expandir a riqueza visual e técnica dos seus produtos.
Esse mesmo ano foi também marcado pela aquisição e incorporação de outra empresa cerâmica, a Keratec, que trouxe para o grupo a Extrusão, uma inovadora técnica de produção de cerâmica que ainda hoje é única no nosso país.
Já em 2024, com o objetivo de se adaptar à exigência dos mercados internacionais e de modernizar a sua imagem, a marca passou por um processo de rebranding, designando-se agora Aleluia Ceramics.
Atualmente, a empresa conta com 3 unidades in dustriais – Esgueira, Ílhavo e Vagos – e um Centro Logís tico com uma capacidade de armazenamento de cerca de 3M de m2
A marca apresenta mais de 60 coleções, pensadas para diferentes públicos, com soluções tanto para espaços residenciais e comerciais, como também para projetos de arquitetura e decoração de interiores.
A Pintura Manual é também uma técnica conserva da até aos dias de hoje na Aleluia Ceramics, estando locali zado na Unidade de Esgueira um departamento especiali zado com várias artistas.
A Aleluia Ceramics conta atualmente com 345 cola boradores e exporta cerca de 70% dos 4,5M de m2 produzi dos anualmente.
Projetos emblemáticos da Aleluia Ceramics
Ao longo da sua história, a Aleluia Ceramics foi responsável por várias obras emblemáticas, muitas ligadas à pintura manual, que ainda hoje são importantes locais de visita.
Em Ovar, encontramos a Igreja de Válega, também conhecida como a “Capela Sistina Portuguesa”, composta por uma deslumbrante decoração de azulejos, no interior e exterior, pintados manualmente na fábrica de Esgueira.
A Estação Ferroviária do Pinhão, na linha do Douro, faz parte do grande espólio de estações da Aleluia Ceramics, sendo a decoração composta por cerca de 3047 azulejos.
Mais recentemente, a Aleluia fez também parte da remodelação do Mercado do Bolhão, no Porto, tendo desenvolvido exclusivamente para este projeto a série “Porto 1914” que replica os azulejos antigos deste espaço.
Na cidade de Aveiro, na zona nobre da Fonte Nova, pode ser encontrado o “Mural Reflexos”, um painel de cerca de 5000 azulejos pintado à mão com recriação de desenho da artista Aveirense Fatinha Ramos.
Opções contemporâneas para todo o tipo de projetos
No mercado residencial, a Aleluia Ceramics apresenta uma larga gama de produtos, indicada para nova construção e remodelação, que procura dar resposta a to-
das as exigências e necessidades dos mais variados projetos de arquitetura e de decoração de interiores.
A coleção Urban Atelier continua a ser um dos grandes destaques da gama de produtos da Aleluia Ceramics, permitindo levar a sua atrativa profundidade visual para os mais variados espaços e projetos.
Com um grande foco na exportação, a modernidade e o visual impactante destes produtos cerâmicos têm chegado um pouco a todo o mundo, como é o caso do Restaurante Deliberi, localizado na Finlândia, onde acoleção New Zellige representa um papel principal na decoração do espaço.
Os projetos turísticos têm sido também uma forte aposta, como é exemplo o Tamarin Sunset Beach, localizado na deslumbrante costa de Tamarin, ou o Lux Grand Baie que conta com a coleção Piazen aplicado nas áreas de piscina e sociais, ambos nas Ilhas Maurícias.
Detalhes diferenciadores pensados para públicos exigentes
A diferenciação dos produtos, aliada à inovação e à sustentabilidade, é um dos pilares estratégicos da Aleluia Ceramics.
A tecnologia Real Surface Texture, que sincroniza a gráfica com o relevo das peças para um efeito de realismo superior, é um exemplo de inovação pensada para os profissionais mais exigentes.
Foram também desenvolvidas outras soluções, como a aresta vidrada na coleção Chroma para que a própria peça possa servir de acabamento, ou a aposta numa superfície totalmente irregular e irreverente como a nova coleção Coral.
Colaboração no desenvolvimento de novas soluções
A Aleluia Ceramics tem desempenhado um papel ativo no desenvolvimento de novas tecnologias, colaborando em projetos de vanguarda.
No âmbito do projeto ActiVas, a empresa está a apoiar no desenvolvimento de soluções disruptivas para responder aos desafios do envelhecimento populacional, nomeadamente através da integração de sensores na cerâmica para criar ambientes mais seguros e inteligentes.
A empresa também participa no projeto Eggshellence, liderado pela MCS Portugal, testando em ensaio industrial uma pasta cerâmica inovadora com bio-calcite proveniente de casca de ovo, promovendo assim a economia circular.
Compromisso com a sustentabilidade
A sustentabilidade é um dos pilares centrais da estratégia futura da Aleluia Ceramics.
Já em fase de implementação, a empresa está a instalar painéis fotovoltaicos nas suas unidades fabris, com o objetivo de tornar a sua produção de cerâmica mais ecológica.
Para os próximos anos, estão definidos novos planos de ação que visam consolidar a empresa como uma referência na produção sustentável.
O futuro: crescimento sustentável e novas soluções tecnológicas
Olhando para o futuro, a Aleluia Ceramics aposta num plano de expansão focado na competitividade e na capacidade de oferecer produtos de elevado valor acrescentado.
A introdução de novas tecnologias no processo produtivo é uma prioridade, com o objetivo de assegurar que a empresa continue a liderar o caminho da inovação no setor cerâmico.
por Rui Silva, Diretor de Marketing da ARCH Valadares
Fundada em 25 de abril de 1921, por seis empresários do norte de Portugal, a Valadares é uma das mais antigas e reconhecidas empresas de cerâmica sanitária do país. A empresa surgiu em Vila Nova de Gaia e, ao longo de mais de um século, demonstrou uma capacidade única de resiliência, inovação e adaptação aos desafios de um mundo em constante transformação. A sua trajetória é marcada por períodos de grande turbulência, mas também por momentos de reinvenção e sucesso, que a posicionaram como uma referência no setor de cerâmica sanitária.
Resiliência ao Longo dos Anos
A história da Valadares é uma verdadeira demonstração de resistência. Desde o início, a empresa teve de superar desafios económicos e sociais significativos. Durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, a escassez de matérias-primas e as dificuldades logísticas criaram obstáculos que exigiram adaptações rápidas para garantir a continuidade da produção.
O impacto da crise financeira global de 2010 foi particularmente severo, levando a Valadares a uma situação de falência em 2012. No entanto, dois anos depois, em
2014, a empresa renasceu com uma nova denominação –Arch Valadares – sob a liderança de Henriques Barros, que acreditava fortemente no potencial da marca. Desde então, a empresa tem se reestruturado e inovado constantemente, alcançando uma faturação anual de 7,5 milhões de euros e produzindo 120 mil peças de cerâmica sanitária, exportadas para mais de 50 países.
O Projeto ARCH – Advanced Research Ceramic Heritage
O projeto ARCH simboliza o compromisso da Valadares com o futuro, combinando tradição com inovação em uma estratégia voltada para a sustentabilidade e a in-
ternacionalização. O objetivo é ampliar a presença global da marca Valadares, desenvolvendo novos materiais e expandindo o uso da cerâmica para outras aplicações além do setor sanitário.
O Papel da Inovação na Trajetória de Sucesso
A Valadares sempre esteve comprometida com a inovação, utilizando seu vasto know-how em cerâmica para desenvolver soluções que combinam design, qualidade e desempenho técnico. Um dos principais exemplos é a introdução de materiais inovadores como o Gresanit®, o HighPor® e o Highcer® que oferecem durabilidade superior e características técnicas aprimoradas em comparação com os concorrentes.
Para garantir a excelência, a Arch Valadares conta com um laboratório próprio para testes e desenvolvimento de processos analíticos, além de uma equipa qualificada que conduz pesquisas avançadas em cerâmica. Essa abordagem permite à empresa dominar a utilização de matérias-primas e otimizar técnicas de produção, mantendo a tradição de qualidade sem abrir mão de uma contínua atualização tecnológica.
Outro marco de inovação recente é a introdução de uma tecnologia de enchimento celular, que flexibiliza a produção ao permitir o uso de moldes diferentes sem comprometer a qualidade ou o tempo de fabricação das peças. Esse avanço contribui para uma produção mais ágil e eficiente, além de prolongar a vida útil dos moldes em até 30%.
Sustentabilidade Como Valor Estratégico
Com a crescente preocupação global sobre o impacto ambiental das atividades industriais, a Valadares adotou a sustentabilidade como um valor central. Desde 2016, a empresa tem feito investimentos significativos para reduzir o consumo de energia e minimizar a geração de resíduos. Por exemplo, a substituição de mais de 500 lâmpadas convencionais por LED reduziu drasticamente o consumo de energia. Além disso, a instalação de 432 painéis fotovoltaicos permite gerar 250.000 KWh de energia por ano, reduzindo a emissão de CO2 em aproximadamente 117 toneladas.
A economia circular é outra frente onde a empresa tem investido fortemente. A Valadares implementou um projeto para reciclar quase a totalidade dos resíduos gerados na fábrica, reintegrando-os no processo produtivo ou criando novos produtos secundários. Materiais cerâmicos refratários e outros materiais técnicos são reutilizados em áreas que exigem alta resistência ao calor.
Um Olhar para o Futuro: Perspetivas e Desafios Os próximos anos prometem ser desafiadores para a Valadares, mas a empresa está preparada para enfrentar as mudanças e aproveitar as oportunidades. Entre as metas para o futuro, está a criação de um parque empresarial nas instalações da fábrica, ocupando parte dos seis hectares disponíveis. O projeto tem como objetivo reabilitar edifícios abandonados e atrair entre 15 a 20 novas empresas para o local, num investimento estimado em até cinco milhões de euros.
Além disso, a Valadares planeia lançar uma linha de produtos sanitários "inovadores" com características únicas, que podem representar uma revolução no design de produtos cerâmicos. A empresa também procura
ampliar a utilização de energias renováveis, expandindo a instalação de painéis solares e melhorando a eficiência energética nas operações.
A Transição Energética e a Eficiência Hídrica
A Valadares está ciente da importância de adotar práticas sustentáveis para garantir a longevidade do negócio. Um exemplo disso é o desenvolvimento de produtos que promovem a eficiência hídrica, como tanques de autoclismo projetados para reduzir o consumo de água sem comprometer o desempenho. A empresa também trabalha em parceria com fornecedores para desenvolver tecnologias que permitem a redução passiva do fluxo em torneiras e chuveiros, contribuindo para economizar água em regiões onde esse recurso é escasso.
A Olaria de Baixo Consumo Energético: Uma Abordagem Inovadora
Em 2018, a Arch Valadares implementou uma olaria projetada para aproveitar integralmente o calor resi-
dual dos fornos de cozedura. Essa solução permite reduzir significativamente o uso de energia para a secagem de moldes e peças, maximizando a eficiência dos processos e minimizando o impacto ambiental. Essa iniciativa representa um passo importante para tornar a produção de cerâmica sanitária mais sustentável e rentável.
A Economia Circular e a Gestão de Resíduos
A Arch Valadares adota a economia circular como uma estratégia de sustentabilidade central, aproveitando os resíduos gerados na fábrica para criar novos produtos ou matérias-primas secundárias. Um projeto em curso visa reciclar praticamente todos os resíduos, incluindo lamas e materiais refratários, o que reduz a necessidade de extração de novos recursos naturais e minimiza a pegada ambiental da empresa.
Digitalização e Novas Tendências de Consumo
A digitalização é uma tendência inevitável para empresas que se desejam manter competitivas. Nesse contexto, a Valadares está a investir em tecnologias de gestão digital para melhorar a eficiência operacional e oferecer uma experiência de compra mais fluida para os clientes. Com os padrões de consumo em rápida evolução, a empresa também está atenta à necessidade de personalização dos produtos e ao crescimento do comércio eletrónico, que vêm transformando a forma como os consumidores interagem com as marcas.
Conclusão
A história da Valadares é um testemunho de como a resiliência, a inovação e o compromisso com a sustentabilidade podem ser alicerces para o sucesso duradouro. Desde a sua fundação em 1921, a empresa tem superado desafios e reinventando-se continuamente, consolidando-se como uma marca de prestígio no setor de cerâmica sanitária. Olhando para o futuro, a Arch Valadares está preparada para enfrentar os desafios da transição energética, da economia circular e da globalização dos mercados, sempre com o objetivo de oferecer produtos de alta qualidade que respeitem o meio ambiente e atendam às necessidades dos consumidores modernos.
Com um foco renovado em inovação e sustentabilidade, a Valadares não apenas honra o seu legado mas também traça um caminho promissor para os próximos anos, comprometida em continuar a ser uma referência na indústria cerâmica e em liderar as mudanças necessárias para um futuro mais sustentável.
CS - COELHO DA SILVA: UMA HISTÓRIA
por Inês Coelho, Administradora não executiva
Líder no mercado nacional com uma quota superior a 40%, a probabilidade de termos uma cobertura CS-Coelho da Silva nas nossas casas é grande. Com quase 100 anos de existência, a empresa familiar tem uma história rica, e é há muito uma referência no subsetor da telha cerâmica pela forma como tem inovado e liderado o mercado.
Com um complexo industrial de 5 fábricas e uma capacidade de produção de 52 milhões de peças comercializadas em mais de 20 países, a CS vai muito além do redutor conceito de fabricante de telhas. Por trás dos seus produtos esconde-se um complexo e sofisticado processo de fabrico onde avançados sistemas tecnológicos são rigorosamente geridos de forma a oferecer ao mercado soluções tecnicamente superiores.
A paixão e desígnio dos acionistas da empresa em reinvestir nela o resultado dos exercícios ao longo da sua história, possibilitaram chegar à situação atual, e o capital social mantém-se 100% na família.
Os grandes pontos de viragem na história da CS dão-se com a criação dos seus modelos de telha mais emblemáticos e respetivas marcas, tornados possíveis pelos grandes investimentos estratégicos em tecnologia de produção.
Das origens artesanais ao pioneirismo industrial
A história da CS começa em 1927, pela mão de João Coelho da Silva. Muito jovem e sem particular interesse pelo trabalho rural nas terras da família, começa a dedicar-se ao fabrico artesanal de telha canudo, aproveitando a excelência dos barros locais. Na década de 40 constrói a primeira fábrica e começa a produção de telha prensada, primeiro tipo marselha e depois lusa.
O negócio cresce e na década de 50 a reputação como empresa séria está bem solidificada junto de clientes e demais parceiros. A primeira grande mostra do seu ADN empreendedor surge com o desenvolvimento de um siste-
ma pré-fabricado para coberturas em telha cerâmica, o qual, pela sua natureza inovadora, mereceu a visita à Coelho da Silva de uma delegação de produtores europeus aquando do Congresso da TBE (Federação Europeia dos Fabricantes de Telhas e Tijolos), em Lisboa, nos anos 60. Este pode ainda hoje ser visto aplicado nas instalações da empresa.
A partir de 1964, a empresa até então designada pelo nome do seu fundador “João Lopes Coelho da Silva”, passa a chamar-se “J. Coelho da Silva Lda”, nome que se manteve até ao início do século XXI.
Na segunda metade dos anos 70, as rédeas do negócio são assumidas por José Coelho, filho do fundador, em conjunto com o irmão João Silva e o cunhado Celso Pedreiras. Nasce então a ideia de construir uma segunda unidade fabril, já totalmente automatizada, para produzir o modelo que se viria a chamar F2. Este é uma recriação da tradicional telha lusa, concebida agora para poder ser movimentada por automatismos e paletes. A fábrica arranca em 1982 e este modelo torna-se célebre. Existem centenas de milhões por todo o país, ilhas e ex-colónias, sendo ainda hoje um modelo com sucesso.
Como parte do mesmo projeto, e em resposta ao choque petrolífero de 1979-1981, é instalada uma preparação de combustíveis sólidos micronizados, projeto totalmente inovador na época.
Na década de 90 é construída a terceira fábrica dando-se início à produção do modelo F3. Aumenta a gama de peças acessórias e surgem tonalidades para além do vermelho natural da argila, através do processo de engobagem e utilização de pastas diferenciadas. É ainda construída uma nova unidade de preparação de pastas (na altura a mais moderna da Península Ibérica), é introduzido o gás natural como único combustível em todas as unidades fabris, e é instalada uma central de co-geração.
O fundador, João Coelho da Silva, condecorado em 1994 com o grau de Comendador da Ordem de Mérito Industrial, morre em 2005, aos 92 anos.
Inovação e crescimento: As marcas que transformaram o mercado
Alguns dos produtos e marcas criados no início des-
te século expandiram e delinearam a história da CS, marcando pontos de viragem, não só no sucesso da empresa, como também na concorrência portuguesa e espanhola, e sobretudo nos mercados.
A partir de 2001, a empresa evolui para sociedade anónima com a designação “CS-Coelho da Silva SA” e são criadas as marcas “CS” e “CS Telhas” para possibilitar uma melhor percepção do nome da empresa nos mercados externos.
É então em 2002 que o ritmo de desenvolvimento de produtos e soluções CS se torna realmente notável…
A construção da quarta fábrica, dotada de tecnologias de prensagem a gesso e cozedura em suportes individuais, cria todo um novo segmento de produto superior até então inexistente no sul da Europa. O lançamento das marcas Tecno (telha tipo lusa) e Domus (tipo marselha), produzidas na nova unidade, revoluciona o mercado em Portugal e obriga a concorrência a fazer investimentos industriais igualmente elevados para conseguir acompanhar este salto qualitativo.
Pelo seu design e superioridade técnica, ambos os modelos continuam hoje a ser as referências do mercado nacional.
Em 2006, para responder a projetos de arquitetura mais contemporânea, é lançada a marca Plasma, a primeira telha plana do Sul da Europa. Com um design e formato inovadores, surge no nosso país como a primeira telha que podia descer às fachadas.
Esta foi também uma década caracterizada por um intenso trabalho de marketing levado a cabo por uma equipa multidisciplinar liderada pelo Arqº Jorge Barros, então
consultor na empresa. Das muitas iniciativas, destacam-se o completo rebranding da identidade visual da nova marca CS, a participação em grandes feiras de materiais de construção em Portugal e no estrangeiro, campanhas publicitárias na imprensa, o lançamento de uma publicação própria (o Jornal CS) para divulgação da atividade da CS e matérias ligadas ao setor, e o início de um programa de workshops de formação destinado a clientes, aplicadores e arquitetos.
A construção da quinta unidade de produção concretiza-se em 2012. Dotada da tecnologia mais avançada ao nível do processo, flexibilidade e racionalização energética, esta unidade alarga consideravelmente o portfólio de produtos, possibilitando nomeadamente o incremento da oferta nos mercados externos.
Desde então até aos dias de hoje são criadas, entre outras, as marcas D3, Global, Sirius e Primus. São ainda desenvolvidas soluções inovadoras em cerâmica para integração de sistemas de iluminação natural, ventilação e energias renováveis capazes de acompanhar a longevidade da telha, como alternativa aos materiais mais comuns de durabilidade inferior à do material cerâmico.
Alicerces para o progresso
A inovação do produto e o crescimento industrial foram o motor do sucesso da Coelho da Silva. No entanto, é importante sublinhar a sua atuação socialmente responsável, assim como o contributo direto da empresa para o desenvolvimento do setor, como aspectos fundamentais na identidade da empresa.
A preocupação com as suas pessoas reflete-se nas práticas salariais, em apoios extraordinários no atravessar de períodos sócio-económicos mais difíceis (como a recente pandemia ou aquando do disparo da inflação), no desenvolvimento de competências, e na maximização do bem-estar e segurança de todos os trabalhadores.
Sendo a CS um grande empregador na região, empenha-se ainda em contribuir ativamente para a comunidade em que se insere. A empresa promove e desenvolve iniciativas de cariz social junto das populações, grupos carenciados ou de risco, aposta em projetos de valorização do património histórico, e apoia organizações com atividade educacional e humanitária.
Já no que respeita à sustentabilidade ambiental, a CS vai muito além da conformidade com a legislação aplicável, privilegiando práticas sustentáveis de forma transversal a toda a sua atividade – da extração à entrega ao cliente, da gestão de recursos à promoção da reabilitação e boas práticas construtivas. Destaca-se a recente instalação da terceira central fotovoltaica na cobertura das suas fábricas.
A nível setorial, o impacto da CS não se limitou aos produtos que desenvolveu. A empresa teve um papel importante na regulação e dinamização da indústria em Portugal, por via do seu líder José Coelho, ao desempenhar funções na presidência dos órgãos sociais do associativismo setorial durante cerca de 14 anos, primeiro na APICC (Associação Portuguesa das Industrias de Cerâmica e de Construção) e depois na APICER (Associação Portuguesa das Indústrias de Cerâmica e Cristalaria), após a fusão em 1996 das 3 associações existentes – APC (Associação Portuguesa de Cerâmica), APICC e ANIBAVE (Associação Nacional das Indústrias de Barro Vermelho). Desde 2022, é Sócio Honorário da APICER.
Num mundo contemporâneo complexo marcado por volatilidade e incerteza, a história da CS-Coelho da Silva é um testemunho do poder da adaptação estratégica e visão de futuro, fundados na dedicação de um património humano exemplar – dos seus lideres que souberam desenvolver uma cultura de inovação e empreendedorismo, à equipa de mais de 220 pessoas que veste a camisola da empresa para tornar o sucesso possível.
por Sandra Saldanha, Marketing e Comunicação
Crisal | Grupo LCGlass e Carlos Viegas, Diretor
Industrial Crisal | Grupo LCGlass
A CRISAL, única produtora portuguesa de vidro de mesa por processos automáticos, escreve a história do vidro há oito décadas. Nos seus 80 anos de uma história única na Indústria Vidreira e no panorama nacional, viu algumas das suas peças mais emblemáticas serem transformadas em símbolos de cultura popular lusitana. Exemplos disso são: o icónico copo Galão, incontornável em qualquer pastelaria ou café, que tomou o nome desta bebida quente exclusivamente portuguesa, o cálice Âncora associado à poncha da Madeira, ou o copo Tulipa usado nas típicas tascas e tabernas para servir o tradicional vinho a copo. Também os clássicos copos de cerveja, Príncipe e Barrilito, se tornaram sinónimos de fino ou imperial, e imagem de marca da indústria cervejeira ao longo das últimas décadas.
Fundada em 1944 em Alcobaça, focada na produção de cristal e vidro decorativo por processo manual, rapidamente evoluiu e diversificou a sua produção. Em 1970, já na Marinha Grande, faz a transição da sua tecnologia para produzir vidro de mesa por processos automáticos. Por forma a ir de encontro à crescente procura do mercado, nasce a primeira, e ainda hoje única, fábrica em Portugal a produzir
vidro de mesa por processos automáticos. Esta nova unidade fabril foi inaugurada em 1989, tendo sido a primeira a instalar-se na zona industrial da Marinha Grande.
Depois de 17 anos de internacionalização fazendo parte de um grupo com sede nos EUA, voltou a mãos europeias em 2022, após ter sido adquirida pelo grupo neerlandês Anders Invest, e juntamente com a sua parceira, Royal Leerdam, localizada nos Países Baixos, formam o grupo LCGlass. A Anders Invest, focada na evolução da empresa, tem vindo a realizar investimentos estruturais entre outros nas áreas da digitalização, tecnologias de produção e sustentabilidade, tendo como objetivo tornar a LCGlass num dos produtores mais sustentáveis da indústria de vidro de mesa na Europa. Sendo um dos maiores empregadores na região da Marinha Grande, a Crisal tem acolhido durante décadas gerações de colaboradores da mesma família, atraindo ainda colaboradores das mais variadas zonas do país, contribuindo para uma cultura empresarial bastante diversificada. Conta atualmente com cerca de 450 colaboradores.
A Crisal foca-se na produção de artigos que se tornaram referências da indústria vidreira a nível mundial, produzindo peças de alta qualidade e design único para os canais HoReCa e Retalho, bom como na área da customização de produto. Exportando cerca de 90% da sua produção para praticamente todas as áreas geográficas, o portefólio de
produtos inclui uma vasta gama de artigos como copos, cálices, canecas, decanters, taças, vasos, entre outros.
Para o canal HoReCa, sob a marca ONIS, produz peças de vidro icónicas destinadas a bares, hotéis e restaurantes, inspirando cada profissional a adicionar valor às suas criações. A ONIS, marca histórica da Crisal, em tempos dirigida ao mercado premium de retalho, foi relançada em 2023 para esta área de negócio. A ONIS trabalha muito de perto com o utilizador final, por forma a ir de encontro às necessidades dos profissionais de bar. Neste sentido, vai lançar em breve a quarta edição do concurso Glassology by ONIS, que desafia os profissionais da indústria de bar a criar o seu copo ideal. O design vencedor será produzido e comercializado pela marca em todo o mundo, sob a assinatura do seu criador.
No retalho,a LCGlass produz artigos que se destinam ao consumidor final, comercializados sob a marca Royal Leerdam, que oferece uma vasta gama de produtos práticos e versáteis para o uso doméstico.
Ao nível da customização de produtos, a Crisal é globalmente reconhecida como uma das principais entidades no desenvolvimento de artigos exclusivos para a indústria das bebidas. Para esta área de negócio, a Crisal conta com equipas especializadas nas áreas de Marketing, Design de Produto e de Moldes, essenciais para a criação de soluções originais que visam criar valor adicional ao cliente. Como o copo comemorativo dos 70 anos da Sumol, em que duas empresas históricas nacionais, (a Sumol celebra 70 anos e a Crisal 80), se juntam à designer Alexandra Moura na criação e produção deste copo único, 100% português.
“Com a atual dinâmica de mudança no panorama global, a adaptabilidade é essencial para a sobrevivência de qualquer marca e empresa. Neste contexto, a nossa equipa internacional de Marketing & Design está sempre atenta às tendências de mercado emergentes, que servem de base para a criação de conceitos inovadores e produtos originais, de modo a acompanharmos a contínua evolução nos hábitos de consumo e nos podermos diferenciar da concorrência.” Comenta Artur Queiroz, responsável de Marketing operacional da LCGlass.
Ao longo dos seus 80 anos de existência, têm surgido vários desafios, que foram ultrapassados graças ao empenho de uma equipa dedicada. Dos desafios atuais mais importantes salientam-se:
• A necessidade de atingir as metas de descarbonização acordadas com a UE que permitirão um futuro mais sustentável.
• Redução de consumos de matérias-primas através de projetos de economia circular.
• Medidas de redução de consumos por via de melhoria de eficiência energética e diversificação das fontes.
• Considerando que a empresa concorre em mercados internacionais, enfrenta alguns desafios relacionados com práticas pouco alinhadas com a política de livre concorrência.
• Inexistência de estruturas de formação na área do vidro que garantam a inovação e eficiência operacional.
Ainda assim, a Crisal demonstra uma resiliência notável ao enfrentar os desafios do mercado global com contínuo investimento e inovação.
Para além dos investimentos com capitais próprios, a Crisal candidatou-se no âmbito do PRR a dois programas, que foram aprovados. A Crisal é membro da agenda ECP –Ecocerâmica e Cristalaria de Portugal, que agrega mais de 20 entidades e também do programa C11 que visa apoiar as empresas para atingirem as metas de descarbonização estabelecidas.
“O PRR permitiu à Crisal acelerar os seus investimentos, consolidando dessa forma a sua extrema importância no crescimento do grupo LCGlass, dotando-a de recursos e equipamentos mais atuais e eficientes do ponto de vista energético, que lhe permitirão continuar a crescer e a contribuir para o desenvolvimento económico e social, local e nacional, e ainda consolidar a sua presença internacional como marca de vidro de mesa, num mercado bastante competitivo e exigente.” Afirma Célia Gonçalves, Diretora Financeira da Crisal
A Crisal salienta os resultados já alcançados e os projetos em curso, nomeadamente nas seguintes áreas:
Neutralidade carbónica: construção de um Forno oxi-híbrido de 90 ton/dia, com entrada em funcionamento planeada para dezembro de 2024. Esta mudança tecnológica, associada ao projeto de circularidade das matérias-primas (visando aumentar a percentagem de casco a reciclar no processo), permite reduzir significativamente o número de emissões de CO2, por maior eletrificação e utilização de
hidrogénio. Ao nível da eficiência energética foram instalados equipamentos de produção de ar comprimido e otimizada a gestão dos mesmos. Foi finalizada a instalação de 1MWh de produção fotovoltaica e executados testes de combustão com misturas de GN e H₂ no sentido de validarmos a sua utilização nos processos de recozimento e polimento de vidro.
Circularidade de matérias-primas: estão em curso melhorias para permitir o aumento da taxa de incorporação de casco de vidro em parceria com as entidades do consórcio estão a ser avaliadas alternativas para incorporação de subprodutos de vidro em novos produtos.
Transição digital: em 2025 teremos implementado um sistema MES (Manufacturing Execution System) para supervisão e gestão, permitindo obter e disponibilizar dados em tempo real por via de sensores do processo.
Qualificação dos Recursos Humanos: Foram criados 10 novos postos de trabalho, dos quais 7 altamente qualificados.
Sustentabilidade do negócio: Iremos aumentar o volume de negócios e as exportações, com base nos investimentos já mencionados, e na diferenciação do produto (vidro prensado e vidro prensado/soprado), recorrendo a tecnologias mais avançadas e sustentáveis
“A Crisal integrou nas suas estratégias os desafios da sustentabilidade, nomeadamente as metas de descarbonização, a economia circular e a eficiência energética. Os processos de fusão e produção de vidro de mesas estão, por isso, a fazer o seu percurso para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, o consumo de matérias-primas e para serem energeticamente mais eficientes. O PRR é um forte contributo para estes objetivos, permitindo acelerar a aquisição de conhecimento, a afetação de recursos qualificados e o investimento em novas tecnologias e soluções.” Afirma Carlos Viegas, Diretor Industrial da Crisal.
A Crisal tem respondido às tendências de consumo que valorizam a sustentabilidade e a responsabilidade social. A participação em programas como a agenda ECP e o C11 demonstra o compromisso da empresa com a descarbonização e a redução do impacto ambiental. Este foco em práticas sustentáveis não só atende às expectativas dos consumidores atuais, cada vez mais conscientes do impacto ambiental das suas escolhas, mas também posiciona a Crisal como uma empresa sólida e importante na indústria vidreira.
Desta forma, a Crisal continua a evoluir e a prosperar, alinhando-se com as novas tendências de consumo e mantendo-se relevante e competitiva no mercado global.
. Kéramica . p.23
Património
por Martim Chichorro, Gestor de Marketing da APICER (*)
A coleção da Fundação Manuel Cargaleiro compreende obras de pintura, desenho, gravura e têxteis, dando um importante destaque para a cerâmica, apresentando no Museu Cargaleiro em Castelo Branco uma diversidade da obra realizada pelo artista e da obra adquirida que emerge e se cruza pelo notável percurso artístico de Manuel Cargaleiro.
Integrada na coleção da Fundação Manuel Cargaleiro encontram-se diversas obras ao nível da cerâmica portuguesa antiga e moderna, em que se insere a cerâmica de revestimento de diversas épocas e tipologias, possuindo a temática histórica da azulejaria portuguesa, desde o século XVI até a atualidade: azulejos hispano-árabes, azulejos de padrão (século XVII), azulejos de padrão pombalinos (século XVIII), azulejos de figura avulsa, azulejos de arte nova, para além da azulejaria modernista e contemporânea onde se encontram muitos dos painéis concebidos por Manuel Cargaleiro. Na faiança verificam-se a existência de centenas de exemplares dos principais centros históricos da
faiança portuguesa, designadamente: Flor da Rosa - Crato, Redondo, Estremoz, Barcelos, Caldas da Rainha, Alcobaça, Juncal, Viana do Castelo, Aveiro, Coimbra, Real Fábrica do Cavaquinho, Fábrica de Massarelos, Miragaia, Real Fábrica de Cerâmica do Rato, Fábrica de Sacavém, Beja, entre outros. No plano internacional de faiança estão incorporadas obras de vários países, nomeadamente da Tunísia, da Turquia, de Espanha (Talavera), da Holanda (Delft), e de França em que se destaca um conjunto de quatro azulejos franceses do século XIII, de que apenas se conhece outro exemplar existente no Museu Nacional de Cerâmica de Sevres.
Ao nível da cerâmica moderna e contemporânea internacional existem centenas de obras de diversos ceramistas internacionais, entre os quais: Daniel de Montmollin, Robert Deblander, Claire Debril, Franck Rousseaux, Laurent Petit, Marc Uzan, John Albert Murphy, Francesco Raimondi, Ugo Marano, Rita de Nigris, entre muitos outros.
Manuel Cargaleiro (1927-2024)
Manuel Cargaleiro nasceu a 16 de março de 1927, em Chão das Servas, Vila Velha de Rodão, no distrito de Castelo Branco.
Em 1940, ingressou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e participou na Primeira Exposição Anual de Cerâmica, no Palácio Foz, em Lisboa, onde realizou igualmente a sua primeira exposição individual de cerâmica, no ano de 1952. O ano de 1954 foi marcante na carreira artística de Manuel Cargaleiro: recebeu o Prémio Nacional de Cerâmica Sebastião de Almeida, iniciou funções de professor de Cerâmica na Escola de Artes Decorativas António Arroio e apresentou as suas primeiras pinturas a óleo no Primeiro Salão de Arte Abstracta, na Galeria de Março, dirigida por José Augusto França.
Beneficiando de bolsas de estudo obtidas através da Fundação Calouste Gulbenkian, Manuel Cargaleiro estuda a arte da cerâmica primeiro em Faença, Roma e Florença, na Itália, mais tarde em Gien, em França. E, no final dos anos cinquenta, fixa residência em Paris. A reputação artística, nacional e internacional de Manuel Cargaleiro, seja como ceramista seja como pintor, cresce ao longo das décadas de sessenta e setenta através de inúmeras exposições, individuais e coletivas, e de múltiplas encomendas de obras públicas e privadas. A sua consagração plena chega nos anos oitenta com uma obra singular, em que a cor e a expressividade lírica adquirem linguagem própria, de autor. Está representado em museus e coleções particulares espalhadas pelo mundo. Em França, desde 1995, que a estação do Metro de Paris dos Champs Elysées-Clemenceau tem a sua arte e, em Itália, em 1999, recebe o primeiro prémio no Concurso Internacional Viaggio Attraverso la Ceramica. Em 2004, inaugura um Museu com o seu nome em Vietri Sul Mare, que se instala em 2015, em Ravello-Fondazione Museo Manuel Cargaleiro.
Em Portugal, inaugura em 2005 o Museu Cargaleiro, em Castelo Branco, e em 2016 inaugura a Oficina de Artes Manuel Cargaleiro, projeto da autoria do arquiteto Siza Vieira, no Seixal. De entre os vários
prémios e distinções que recebeu ao longo da sua carreira, destacamos as mais recentes: a de Comendador da Ordem Militar de Sant´Iago da Espada pelo Presidente da República General Ramalho Eanes (1983), a Grã-Cruz da Ordem de Mérito pelo Presidente da República Mário Soares (1989) e a Grã-Cruz do Infante D. Henrique pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (2017). No dia 1 de setembro desse ano, em Itália, foi-lhe atribuído o título de Magister di Civiltà Amalfitana por ocasião da XVII Edição do Capodanno Bizantino. Em 2019, recebe as medalhas de Mérito Cultural de Portugal e a Grand Vermeil, a mais alta condecoração da capital francesa. Em 2022 é-lhe atribuído o doutoramento honoris causa, pela Universidade da Beira Interior, e a medalha de honra da cidade de Lisboa. Em março de 2023, recebe as insígnias da
Grã-Cruz da Ordem de Camões, pelo Presidente da República, Professor Marcelo Rebelo de Sousa. Recebe também nesse ano a distinção honorífica da Associação Portuguesa de Cidades e Vilas de Cerâmica (AptCVC). A 16 de março de 2024, inaugura no Museu Cargaleiro, em Castelo Branco, a exposição “Cargaleiro - Guaches | Gouaches”, no dia do seu 97º aniversário. O artista Manuel Cargaleiro encontra-se representado em permanência na prestigiada Hélene Baily Gallery, em Paris.
Faleceu no dia 30 de junho de 2024, aos 97 anos de idade.
(*) Fonte: Informação disponibilizada pela Fundação Manuel Cargaleiro
por Pedro Valente, Diretor Geral da Umbelino Monteiro
Por de trás da marca UMBELINO MONTEIRO S.A., estão 65 anos de história. São 65 anos de uma empresa que começou no seio de uma família e hoje faz parte de um dos Grandes Grupos Internacionais ligados à produção de soluções para coberturas – Edilians Group É uma história construída por pessoas que permitiram à UMBELINO MONTEIRO crescer e ser hoje uma empresa sólida, onde as pessoas estão em primeiro, onde existe uma preocupação constante com a Saúde e Segurança no Trabalho dos colaboradores, e promoção de boas práticas que protejam o meio ambiente e contribuem para o bem-estar social. A nossa responsabilidade vai além do lucro, pois acreditamos que o desenvolvimento sustentável é essencial para garantir uma qualidade de vida melhor às gerações atuais e futuras. Ao cuidar do planeta e da sociedade, cuidamos de todos
Desde a sua génese, a UMBELINO MONTEIRO mostrou-se uma empresa vocacionada para ir ao encontro das necessidades do cliente, e prova disso são os inúmeros edifícios históricos recuperados com as nossas soluções de cobertura. Com recurso a muito know-how interno, a empresa conseguiu ao longo dos anos conquistar o seu lugar
na história de Portugal contribuindo de forma ativa para a recuperação do nosso património cultural
No entanto a visão não esta apenas no passado. Com olhos sempre postos no futuro, foram tomadas importantes decisões com vista a assegurar a continuidade da organização.
A UMBELINO MONTEIRO tem pautado o seu percurso pelo cumprimento dos mais elevados padrões de qualidade, segurança e responsabilidade social, orgulhando-se de ser a primeira empresa Cerâmica em Portugal a conseguir a certificação nas normas ISO 9001:2015, ISO 14001:2015 e ISO 45001, que substitui a antiga OHSAS 18001.
Paralelamente, embora ainda não tenha formalizado um Sistema de Avaliação da Responsabilidade Social, é evidente que a UMBELINO MONTEIRO assume uma postura ativa e consciente perante os desafios sociais e ambientais. Este compromisso é ancorado em quatro pilares estratégicos (Ambiente, Aspeto Humano, Presença Local e Governação), delineados pelo Edilians Group
Foi graças à integração no Grupo ETEX em 2017, que esta preocupação com a Saúde e Segurança no Trabalho começou a ser mais e mais trabalhada. A necessidade de assegurar as melhores condições de trabalho para os cola-
boradores, com a Integração de Técnicos de Saúde e Segurança no Trabalho, associadas ao investimento na melhoria das condições de segurança dos equipamentos, sendo alguns deles antigos e por isso mais difícil de atingir este objetivo, ajudaram a mudar a mentalidade de todos os que trabalham na Umbelino. Um exemplo disso, é o retrofit de equipamentos para permitir a instalação do sistema LOTOTO
Adicionalmente, a Formação foi outro dos pilares desta estratégia. Começando na formação comportamental, com o apoio de programas como SafeStart, operação de máquinas e equipamentos móveis, resposta à emergência, ergonomia no posto de trabalho, boas práticas ambientais, muitas foram e são presentemente as áreas em que formamos os nossos colaboradores, para desta forma podermos estar preparados para os desafios que surgem dia a dia. Estas linhas de ação foram reforçadas com a passagem para o Edilians Group em 2019!
No entanto, a história da Umbelino é feita de momentos importantes para a empresa e setor. Ao longo dos seus 65 anos, a Umbelino foi pioneira em Portugal na produção da telha Canudo de forma automática e a primeira a produzir telha com recurso a cassetes H para a sua reconhecida GAMA ADVANCE – a telha mais resistente, a mais leve, e com menor absorção do mercado! É algo que é motivo de orgulho para todos os que fazem parte da história da empresa.
Estes passos permitiram à empresa ganhar eficiência, capacidade, notoriedade e com isso partir à conquista de novos mercados além-fronteiras. Estes mercados permitiram à Umbelino crescer de forma sustentada e ser referência nos PALOP, bem como no Norte de África e alguns países do
Médio Oriente. A integração na EDILIANS GROUP, além de permitir o acesso a uma maior gama de produtos, algo que vai beneficiar os nossos clientes, também será uma forma de abrir novos mercados, pois a vertente exportadora do Grupo é bem conhecida.
No contexto atual, é amplamente reconhecido que a sustentabilidade tem vindo gradualmente a afirmar-se como um importante requisito na configuração do futuro das empresas, refletindo a crescente necessidade de integrar a eficiência e a responsabilidade ambiental nas suas operações.
Analisando o impacto económico, é possível observar que o Grupo Edilians Group está centrado em procurar a eficiência e soluções para implementar ano após ano a fim de reduzir o impacto da sua atividade. Neste domínio, a UMBELINO MONTEIRO desenvolve produtos ECO-Habitat que contribuem positivamente no meio ambiente, existindo programas de performance industrial para diminuir o desperdício e o consumo de energia.
Note-se que a UMBELINO MONTEIRO recorre a argilas de fornecedores nacionais e de explorações o mais próximas possíveis das suas instalações fabris, de modo a minimizar a pegada carbónica associada ao transporte das matérias-primas.
Com mais detalhe e neste âmbito, a Umbelino fabrica também as telhas cerâmicas mais leves do mercado, com menor espessura e igual ou maior resistência do que a concorrência, cuja combinação de características assegura uma garantia de durabilidade e fiabilidade. Uma telha mais leve e com menor espessura contribui para a redução do consumo de matéria-prima (argila) e para o aumento da eficiência no transporte – pode transportar até +3% de telhas por camião. Desta forma, em cada viagem,consegue transportar mais materiais, resultando numa poupança significativa e numa redução entre 20% a 30% nas emissões de CO2.
Por sua vez, a UMBELINO MONTEIRO está a dar importantes passos no sentido de explorar as possibilidades de obter créditos para diversos critérios no âmbito da sustentabilidade. Um exemplo disso, é a possibilidade de obter créditos nas certificações que são referências em sustentabilidade e bem-estar para edifícios: BREEAM, LEED e WELL
Recentemente, a Umbelino determinou a refletância solar, emissividade térmica e SRI de algumas das suas telhas, e cujos resultados obtidos podem ser usados para justificar a prescrição de determinadas pastas e acabamentos em função do clima e exposição solar dos edifícios.
Os resultados ajudam a escolher materiais que não só são esteticamente agradáveis e de baixa manutenção, mas também eficientes. Em zonas frias, por exemplo, cores mais
escuras podem ser benéficas no inverno, pois absorvem mais calor. Já em áreas quentes, a utilização de materiais com um alto SRI é uma solução inteligente para combater o sobreaquecimento no verão.
Adicionalmente, em 2023, a UMBELINO MONTEIRO deu início a um novo processo de avaliação da Análise de Ciclo de Vida e da Declaração Ambiental de Produto (DAP) para as gamas de telhas UM e ADVANCE, desempenhando um papel crucial na promoção da sustentabilidade e na transparência na indústria.
Neste cenário, a digitalização apresenta-se como uma ferramenta que promove ações sustentáveis. Na Umbelino temos optado por disponibilizar os Guias de Aplicação Digital através de um código QR nas paletes e pela consulta da Tabela de Preços Digital , contribuindo para a redução do consumo de papel.
É imperativo não só cumprir as regulamentações ambientais vigentes, mas também assumir um papel proativo na adoção de práticas sustentáveis. Em linha com isto, a UMBELINO MONTEIRO trabalhou na implementação de uma frota de empilhadores elétricos com vista à redução das emissões e aumento da eficiência operacional. Recentemente, foi adotada a utilização de manga com 30% de material reciclado, impressa em apenas uma cor, refletindo o nosso esforço na minimização do impacto ambiental. Reconhecemos que, apesar destes esforços significativos, ainda existe um longo caminho a percorrer.
Persiste o desafio ambicioso da descarbonização, um objetivo fundamental para combater as mudanças climáticas, garantir um futuro sustentável e impulsionar a competitividade da economia portuguesa. Este compromisso exige
um esforço concentrado, contudo o grande desafio reside na adaptação da indústria, numa transição que requer novas infraestruturas e fontes de energia alternativas para substituir os combustíveis fósseis.
Em resposta a esta urgência, o Grupo Edilians iniciou em 2021 um plano de descarbonização das suas atividades e da melhoria contínua da sobriedade energética, estabelecendo objetivos de redução das emissões diretas de CO2 por tonelada, diminuição do consumo de eletricidade e a implementação de políticas de compras responsáveis. Entre as filiais, implementou-se um sistema de partilha das melhores práticas, que permite aproveitar coletivamente os progressos realizados em cada unidade para atingir os objetivos definidos.
É evidente o papel da sustentabilidade (responsabilidade social e ambiental) para as empresas. A integração de práticas sustentáveis nas operações diárias reflete um compromisso ético e, ao mesmo tempo, pode gerar vantagens competitivas. Na UMBELINO MONTEIRO e em alinhamento com o Grupo Edilians, continuamos comprometidos com COBERTURAS PARA A VIDA e em contribuir com telhados que promovam o bem-estar de todos e o futuro do nosso planeta.
Fundada em 1959, a UMBELINO MONTEIRO é uma empresa portuguesa de soluções de coberturas cerâmicas, localizada nas Meirinhas, Pombal que conta com uma equipa especializada de cerca de 100 colaboradores. O Edilians Group, ao qual a Umbelino Monteiro pertence, possui 14 fábricas em França, 2 em Espanha e uma em Portugal e assume-se como um dos principais grupos exportadores da Europa no que às Telhas Cerâmicas diz respeito
Este ano a CINCA celebra 60 anos de atividade. A sua história confunde-se com o caminho da Indústria Portuguesa de pavimentos e revestimentos cerâmicos.
Desde 1964
Na mágica década de 60, raiava o ano de 64, a CINCA – Companhia Industrial de Cerâmica é fundada pela família Barros com uma unidade industrial em Fiães, Santa Maria da Feira.
Nasceu pelas mãos do pai, que passou aos seus dois filhos a empresa, que ainda hoje, é lembrada por muitos como uma família. A visão e o tecnicismo marcaram o crescimento na primeira metade de vida desta empresa. Iniciou a sua atividade na produção de mosaicos porcelânicos com medidas de 2,5×2,5 cm, em resposta
às necessidades de arquitetos, construtores e consumidores em Portugal. Ainda hoje este produto é distinto e reconhecido pelo Mundo.
Entre 1987 e 1989, a CINCA procedeu a uma série de aquisições estratégicas – CIC, DECOCER e LITOCER que lhe permitem, com as suas cinco unidades de produção especializadas, fornecer um vasto leque de produtos. Nesta altura, as exportações já representavam 50% das vendas totais da CINCA. A estratégia para vencer o desafio dos anos 90 complementou-se entretanto, com a diversificação da empresa e o reforço da sua capacidade de gestão. Seguindo um Plano de Investimentos, em 10 anos a capacidade produtiva da empresa subia de 1 milhão para 4 milhões de m2. No mesmo período, o número de colaboradores elevava-se para mais de 600.
A participação da Keramik Holding AG Laufen no capital social da empresa marcou a sua política estratégica desde a sua entrada, em 1992, tendo sido determinante na reorganização e modernização dos seus processos administrativos e comerciais. A fusão das sociedades adquiridas, realizada em Agosto de 1995, permitiu reunir, numa só sociedade, a produção de pavimentos e revestimentos cerâmicos, com ganhos significativos através da inerente racionalização dos processos administrativos, financeiros e comerciais.
O ano de 1998 foi marcado pela venda da participação, que a Keramik Holding AG Laufen detinha na CINCA, ao Grupo Italiano Ceramiche Ricchetti, atual-
mente detido maioritariamente pelo fundo de investimento privado QuattroR, no seio do qual a CINCA mantém a sua atividade até aos dias de hoje. Continuaremos a crescer juntos.
Com um total de cerca de 400 colaboradores ao seu serviço, a CINCA possui hoje quatro unidades de produção: três dedicadas à produção de pavimento e uma à produção de azulejo, para revestimento. A sua capacidade máxima de produção atual ronda os 5.200.000m² por ano, estando os seus produtos espalhados em mais de 70 países dos 5 continentes.
Mas o fator de diferenciação da CINCA é a sua postura de compromisso na relação do passado com o presente. Facto peculiar é que, desde a sua criação, que a CINCA congratula a experiência dos seus colaboradores, assinalando os seus principais aniversários CINCA. Uma tradição que reflete a sua cultura.
A maioria dos parceiros e clientes CINCA são de longa data, porque estão no centro das atenções. O foco está na resolução de todas as questões diárias e no compromisso em manter a satisfação do cliente, com uma forte e experiente equipa à disposição. Por outro lado, trabalhar com fornecedores e parceiros com a visão de transparência e de oportunidades mútuas para um crescimento conjunto.
No mercado da indústria de pavimentos e revestimentos cerâmicos refletir o presente e planear o futuro implicam atualmente cinco vertentes importantes: a
contínua expansão do mercado global, os recentes avanços tecnológicos, a evolução nas tendências de design, o foco na sustentabilidade e o aumento da concorrência.
Nas Palavras de Marco Fregni, CEO da CINCA: "A expansão do mercado global levou a um aumento da concorrência entre os fabricantes. Isto levou as empresas a melhorar as suas ofertas de produtos, a melhorar a qualidade e a manter preços competitivos para manter e aumentar a sua quota de mercado."
Ambiente e Sustentabilidade
Enquadrar a CINCA no Mundo, implica também caracterizar a sua indústria e a sua sustentabilidade. No bom caminho, este tema é agora incontornável nas perspetivas económica, sociais e ambientais. Um elemento importante no ciclo de vida deste produto é o consumidor.
"Foco na sustentabilidade: Os consumidores globais estão a tornar-se mais conscientes em relação ao ambiente e há uma procura crescente de materiais de construção amigos do ambiente, incluindo azulejos de cerâmica. Assim, as empresas estão a investir em processos de produção sustentáveis e a desenvolver produtos que cumprem estas normas ambientais ."
Enquanto produtor a CINCA mantém o cumprimento das normas e certificações que procura para controlar os seus sistemas. Depois, tenta superar estas linhas. Muitas vezes, um risco no posicionamento do produto, mas, sem dúvida, reduzindo o impacto ambiental
da sua indústria. Por exemplo, a redução na espessura do produto diminui consideravelmente a quantidade de matéria-prima necessária bem como a quantidade de energia e água utilizados na sua fabricação. Ou a utilização de embalagens de cartão reciclado, impressos a uma única cor – opções de risco, mas que têm um forte impacto nos objetivos para a melhoria numa economia
circular. Por outro lado, 100% dos resíduos de fabricação recicláveis são reutilizados na produção.
A CINCA tem como foco criar ambientes bonitos e confortáveis que promovam o bem-estar de quem os usufrui, de forma duradoura, sem colocar em causa as gerações futuras.
Somos detentores de um processo de produção de pavimentos e revestimentos cerâmicos preocupado com a preservação do meio ambiente, a utilização eficiente dos recursos, a evolução do progresso social, o crescimento económico estável e a erradicação da pobreza.
Por exigir muito trabalho, esforço e investimento tanto em termos sustentáveis como arquitetónicos, esta transição de procedimentos e mentalidades vai prolongar-se durante anos e será com certeza um caminho sem retorno ao passado.
Evolução nas tendências do design estético e funcional
Os consumidores modernos procuram produtos que sejam não só funcionais, mas também esteticamente agradáveis. A indústria da cerâmica está a incorporar tendências de design contemporâneas e técnicas de fabrico avançadas para produzir produtos inovadores e elegantes que vão ao encontro dos gostos modernos.
Registaram-se avanços tecnológicos significativos no fabrico de azulejos, incluindo tecnologias de impressão inovadoras que permitem uma vasta gama de desenhos e acabamentos. Estes avanços permitem às empresas satisfazer os diversos gostos e preferências dos consumidores a nível mundial, aumentando assim a sua vantagem competitiva nos mercados internacionais.
À medida que a estética global e as preferências de design evoluem, há uma procura crescente de opções de azulejos versáteis e com estilo. Os fabricantes estão a concentrar-se cada vez mais na produção de azulejos que imitam materiais naturais como a madeira e a pedra, que são populares em diferentes mercados devido ao seu apelo clássico e intemporal.
Marco Fregni conclui: "O mercado dos pavimentos e revestimentos cerâmicos registou uma evolução comercial significativa, impulsionada pela globalização, pelos avanços tecnológicos, pela alteração das preferências dos consumidores e pela preocupação com a sustentabilidade.
Empresas como a CINCA, que se adaptam efetivamente a estas tendências, estão bem posicionadas para ter sucesso no mercado global em evolução."
A BMI Portugal é a herdeira de uma história que se iniciou em 1973, com a fundação da Lusoceram e a construção de uma unidade fabril em Torres Vedras. Confirmando o seu elevado potencial neste mercado, a Lusoceram foi alvo de aquisições internacionais, tendo depois assumido a identidade plena do grupo BMI em 2017. A BMI Group faz parte da Standard Industries, uma empresa industrial global que opera em mais de 80 países. Atualmente, tornou-se numa empresa de referência no sector da construção, sendo o fabricante líder na Europa de coberturas inclinadas e planas e de soluções de impermeabilização.
A empresa BMI tem-se destacado ao longo dos anos pela sua constante procura pela inovação, posicionando-se à frente do mercado da construção. Desde a
sua fundação, lançou uma série de produtos inovadores que não apenas atendem às necessidades atuais, mas também antecipam as tendências futuras. Esta abordagem proativa e visionária permitiu à empresa liderar o setor, desenvolvendo soluções que buscam priorizar a sustentabilidade, a eficiência e a qualidade, consolidando a sua reputação como uma verdadeira pioneira no mercado. Exemplo disso foi o lançamento dos Sistemas Tectum® em 2018, tornando-se assim a primeira empresa em Portugal a oferecer sistemas completos para coberturas inclinadas. Atualmente, o Sistema Tectum® First é o único sistema de coberturas inclinadas certificado pela Passivhaus em Portugal. Essa certificação reflete o compromisso da BMI em desenvolver soluções que, para além de cumprirem com os requisitos técnicos, aportam valor adicional como neste caso, impulsionando a redução do consumo energético dos edifícios.
“Na BMI Iberia, vemos os próximos anos como uma grande oportunidade para continuar a avançar, promovendo soluções para coberturas residenciais e não residenciais que melhoram a eficiência energética e a habitabilidade dos edifícios e facilitam a incorporação de energia renovável, tais como coberturas verdes, soluções Cool Roof e novos sistemas fotovoltaicos totalmente integrados na cobertura, como o nosso Tectum® Solar.” – comenta Chus Barroso, CEO da BMI Iberia. A citação de Chus B. sublinha a aposta estratégica da empresa em soluções que
aliam tecnologia e sustentabilidade, fatores essenciais para enfrentar os desafios climáticos e regulamentares da próxima década.
Neste setor, um dos principais desafios a enfrentar é a necessidade de acelerar a transformação dos edifícios para torná-los mais eficientes energeticamente. Isso abrange a melhoria da envolvente dos edifícios, neste caso as coberturas, e a integração de fontes de energia renováveis, como os sistemas fotovoltaicos. Outro aspecto fundamental é a formação de profissionais e a atração de novos talentos, uma vez que a escassez de mão-de-obra qualificada é um problema estrutural no nosso setor. Há mais de 4 anos, a BMI Iberia abriu a sua primeira Academy, agora com 3 centros, oferecendo formação a instaladores e técnicos que pretendam atualizar os seus conhecimentos sobre novos sistemas de coberturas (planas e inclinadas, solar), para superar as expectativas dos seus clientes.
A União Europeia ao lançar a agenda para a descarbonização até 2050, evidencia que é crucial que haja uma dedicação ao desenvolvimento de soluções de cobertura que visam aumentar a eficiência energética dos edifícios, contribuindo assim para a diminuição das emissões de carbono associadas ao edifício. Também a BMI incentiva a instalação de coberturas verdes, que ajudam a mitigar o “efeito de ilha de calor” nas áreas urbanas, melhorando a qualidade do ar e a biodiversidade. Além disso, esses sistemas podem atuar como reservatórios, retendo e possibilitando a reutilização das águas pluviais.
Os produtos e sistemas são desenvolvidos de acordo com a legislação ambiental em vigor. Por isso, dispomos de certificação de qualidade ISO 9001, de gestão ambiental 14001 ou de Declarações Ambientais de Produto (DAP).
Além disso, temos sempre de pensar em como o isolamento da envolvente do edifício pode melhorar as condições de vida das pessoas que o ocupam em termos de conforto térmico, luminoso, acústico e de qualidade do ar, bem como reduzir a fatura energética e aumentar o valor do imóvel. – menciona Chus Barroso. Estas certificações e declarações são emitidas por terceiros refletindo que a BMI busca operar e oferecer ao mercado produtos de acordo com rígidos padrões de qualidade e meio-ambiental. O futuro da construção está diretamente ligado à capacidade do setor de se adaptar e inovar diante dos desafios emergentes. O desenvolvimento de soluções que se alinhem com eficiência energética, sustentabilidade e qualidade de vida será essencial para a competitividade das empresas do setor nos próximos anos. Para isso, é essencial manter o investimento em pesquisa, desenvolvimento de produtos e qualificação profissional, fatores estes fundamentais para preparar o setor para um futuro mais sustentável e resiliente.
por Teresa Ribeiro Bento, Gestora de Comunicação do ECP
No dia 11 de setembro de 2024 o PCI, Creative Science Park Aveiro Region, acolheu o workshop intitulado "Simbioses Industriais: Benefícios da Circularidade na Indústria Cerâmica", organizado pela APICER no âmbito da Ecocerâmica de Cristalaria de Portugal (ECP), Agenda Verde para a Inovação Empresarial – financiada pelo PRR, Plano de Recuperação e Resiliência, no âmbito do Next Generation EU da União Europeia, liderada pela Vista Alegre Atlantis, SA.
A transição energética e a descarbonização são desafios prementes para os setores industriais, com destaque para a cerâmica, que enfrentam a necessidade de integrar novas tecnologias e práticas sustentáveis. Este workshop teve como principal objetivo explorar as oportunidades e desafios das simbioses industriais, uma estratégia que visa transformar resíduos de uma empresa em recursos valiosos para outra, promovendo a circularidade e reduzindo o consumo de matérias-primas virgens.
Abertura e Oradores
O evento iniciou-se com as boas-vindas de José Cruz Pratas, Presidente da Direção da APICER, seguido de
apresentações por oradores de renome. As professoras Paula Seabra e Marinélia Capela, da Universidade de Aveiro, partilharam perspetivas académicas e exemplos de projetos que são exemplo dos benefícios das simbioses industriais.
Além disso, Patrícia Almeida e Alexandra Rosmaninho, da Sanindusa, e José Silva, do Grupo Mota, abordaram os desenvolvimentos práticos da agenda ECP relacionados com este tema.
O workshop contou também com um painel de debate moderado pelo Professor Catedrático da Universidade de Aveiro, João Labrincha. Este painel, intitulado "Desafios e Benefícios das Simbioses Industriais", promoveu uma discussão aberta e enriquecedora com a participação de representantes de diversas entidades: Ana Cristina Carrola (APA), Cristiana Claro (APICER), Laura Costa (The Navigator Company) e Paulo Vigário (Grupo Mota).
Embora não tenha estado presente fisicamente, o Secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa, participou através de um vídeo gravado, onde realçou a importância das simbioses industriais para a sustentabilidade e o futuro da indústria cerâmica.
Benefícios das Simbioses Industriais
O conceito de simbioses industriais foi um dos pontos centrais deste workshop, sendo amplamente discutido como uma solução para promover a economia circular e a competitividade. A incorporação de resíduos como matérias-primas em processos produtivos não só contribui para a redução de resíduos, como também melhora a eficiência energética e reduz o impacto ambiental. Estas práticas são vistas como um caminho essencial para atingir as metas de descarbonização da indústria.
A implementação de simbioses industriais pode gerar inúmeros benefícios, desde a diminuição da dependência de matérias-primas virgens, passando pela redução de custos, até à criação de novos modelos de negócio sustentáveis. A ECP tem trabalhado ativamente na promoção destas práticas, incentivando a inovação e a cooperação entre empresas e setores.
Conclusão e Encerramento
Com a presença de cerca de 60 participantes, o workshop cumpriu os seus objetivos, proporcionando uma plataforma para a partilha de boas práticas, experiências e soluções concretas para os desafios da sustentabilidade nos setores da cerâmica e cristalaria. O evento encerrou com uma intervenção de Albertina Sequeira, Vice-Presidente Executiva da APICER, que sublinhou a importância da colaboração e do esforço coletivo para a transição para uma economia mais verde e circular.
Este workshop não só se alinha com os objetivos da agenda ECP, como também reforça o compromisso do setor com a inovação e a sustentabilidade, preparando as empresas para os desafios do futuro.
A promoção de simbioses industriais é um passo essencial para a construção de um futuro mais sustentável e competitivo para a indústria cerâmica.
por Martim Chichorro, Gestor de Marketing da APICER
A edição de 2024 da Cersaie, a Exposição Internacional de Revestimentos Cerâmicos e Mobiliário de Casa de Banho que decorreu em Bolonha (Itália), de 23 a 27 de setembro, registou mais de 95.000 visitantes, quase 50% dos quais provenientes do estrangeiro.
A Kéramica teve a oportunidade de marcar presença física e visitar as empresas produtoras de pavimentos e revestimentos cerâmicos, associadas da APICER.
Assim os espaços da ALELUIA CERAMICS, da CINCA, da CLIPER CERÂMICA, da DOMINÓ, da GRESART, da LOVE CERAMIC TILES, da MARGRES, da PAVIGRÉS CERÂMICAS, da RECER e da REVIGRÉS, foram visitados e foi possível trocar impressões sobre a presença na feira, a situação do comércio internacional e a concorrência internacional. Em geral as empresas estavam com fortes expectativas nos resultados desta presença, com visitas agendadas por parte dos clientes habituais e alguns novos clientes, embora estes em número reduzido face ao desejável. Nota-se que alguns países de interesse relevante para exportação estão em quebra na procura de pavimento cerâmico, como seja o caso da Alemanha, e é patente a preocupação com a oferta de produtos com preços muitos baixos e baixa qualidade.
Os pavilhões centrais da Feira registaram elevada afluência de visitantes e são destinados quase exclusivamente aos produtores italianos.
Era notório a preocupação geral dos expositores pelo tema da sustentabilidade e inovação. Aliás, a descarbonização dos processos, o uso de energias renováveis e a digitalização foram temas recorrentes nas empresas bem como a inovação e o design. Essas também foram algumas temáticas apresentadas pelas empresas portuguesas com produtos mais eco-friendly.
Esta edição da Cersaie registou mais de 95.000 visitantes, quase 50% dos quais provenientes do estrangeiro.
Apesar dos desafios económicos globais, a Feira confirmou a sua posição como um evento internacional obrigatório para profissionais de design, que tiveram a oportunidade de descobrir as tendências futuras e as soluções mais inovadoras em superfícies, mobiliário de casa de banho e mobiliário arquitetónico.
Com 606 expositores de 25 países e 145.000 metros quadrados de espaço de exposição, a Cersaie estabeleceu-se como a montra mundial da inovação no sector.
O programa de eventos atraiu profissionais de todo o mundo, confirmando o seu papel central no panorama internacional de exposições.
A próxima edição irá decorrer de 22 a 26 de setembro de 2025, mas constata-se ser difícil obter novos espaços para esta próxima edição da Cersaie.
Junto apresentamos algumas das novidades que as empresas expuseram nos seus stands
ALELUIA CERAMICS
Aleluia Ceramics apresentou em Bolonha 6 novas coleções e estreia nova marca
Com o mote “Shaping Stories”, a Aleluia Ceramics marcou novamente presença na Cersaie 2024, em Bolonha, para revelar as suas novidades numa das maiores Feiras Internacionais de Cerâmica.
Num espaço com visual moderno e jovem, foram apresentadas e exibidas 6 novas coleções que se destacam tanto pelo seu visual irreverente como pelo realismo da sua superfície e que procuram responder às últimas tendências de decoração.
Nos 5 dias deste evento, o stand reuniu centenas de pessoas que, entre clientes, parceiros e visitantes gerais, pararam para conhecer todas as novidades.
Este evento foi também palco para a apresentação de um rebranding da marca que passa agora a apresentar-se como “Aleluia Ceramics”.
Abaixo, partilhamos as novas coleções que integram agora o portfólio de produtos da marca.
Coral | Espaços irreverentes e com personalidade
Com diversas formas e cores, os corais revestem e decoram o fundo do mar com a sua beleza natural enquanto protegem todos os seres vivos que nele habitam.
Idealizada para uma decoração arrojada e impactante, a coleção Coral representa os tons e relevos naturais numa superfície autêntica e com personalidade, que traz a beleza e irregularidade do fundo do mar para a sua decoração
Unique | A cor e a arte em perfeita harmonia
Combinando a mestria e a delicadeza das técnicas de pintura manual, nasce uma coleção única, rica em cor e textura.
Cada peça de porcelanato da coleção Unique é cuidadosamente pintada à mão, unindo arte e resistência, revelando-se ideal para revestir paredes tanto em espaços interiores como para fachadas.
Aurea | Elegância natural para decorações modernas
A simbiose perfeita entre natureza e modernidade, trazendo uma decoração minimalista e orgânica aos espaços.
A coleção Aurea é inspirada numa pedra de aparência rica e profunda, com uma superfície realista que harmoniza cores suaves e acabamentos refinados, criando ambientes serenos e equilibrados. Reportagem
Reportagem
Lumina | Requinte em cada detalhe
Reconhecido como um mármore semiprecioso com características únicas, o Onyx é uma solução de excelência para ambientes refinados e luxuosos.
Inspirado nesta delicada pedra mineral, a coleção Lumina replica a pureza e a naturalidade da sua superfície, com nuances cuidadosamente trabalhadas que lhe conferem profundidade e elegância.
Midtown | Espaços com alma urbana
Inspirada nos traços urbanos e marcados das grandes cidades, a coleção Midtown surge como uma fusão única entre o estilo industrial e a elegância minimalista. Com uma aparência ‘inacabada’, oferece uma estética intemporal que confere aos espaços uma persona-
lidade singular, facilmente integrada em diversos estilos decorativos.
Bliss | Tranquilidade e conforto
Evocando uma estética orgânica e harmoniosa, a coleção Bliss permite criar espaços tranquilos e acolhedores, que transmitem conforto e uma sensação de paz.
Com uma superfície elegante de efeito pedra, cujo charme reside na riqueza de pequenos detalhes gráficos, oferece uma textura delicada e serena.
Formato 7,5x45 cm
Mate ou brilhante, de arestas lisas ou irregulars
A CINCA aposta e explora este novo formato com coleções desenvolvidas para as mais diversas soluções: interiores
ou exteriores, mate ou brilhante, efeitos coto, colorido ou pedra.
As dinâmicas e texturas realçam as grandes vantagens em pavimentos e revestimento cerâmicos, tanto estéticos como técnicos. Propício a alargar a imaginação para combinações únicas em cada espaço, temos 3 coleções já em lançamento no mercado e uma novidade para colorir 2025.
EFEITO - COLOUR
CHROMA
Quando as cores são o elemento-chave, e ainda lhes acrescentamos um formato irreverente, o resulto não poderia ser outro: culmina numa série vibrante e eletrizante. Desenvolvida especialmente para ocupar animadamente os espaços interiores e exteriores, CHROMA é uma série que dá cor aos projetos. Pode ser selecionada para um apontamento ou para expressar-se em grandes áreas
repletas de personalidade. Independentemente da área, CHROMA não passa despercebida, tornando-se o elemento insubstituível.
Já disponível para encomenda.
Esta coleção singular oferece: 9 cores / Porcelanato Vidrado para Revestimento/Acabamento Brilhante
CLOUD
Inspirada nos tons mais subtis da natureza, com acabamento mate para uma dinâmica colorida mas tranquila. Esta novidade CINCA já foi apresentada nas principais feiras internacionais e será lançada em 2025.
7 cores / Porcelanato Vidrado para Revestimento / Acabamento Mate / 1 Decorado
EFEITO - STONE SLATE
A inconfundível reprodução cerâmica da pedra SLATE destaca-se no impacto, irreverência e toque. Uma série de sucesso a que agora acrescentamos o formato 7,5x45 cm.
Coleção completa: 5 cores / Porcelanato Vidrado para Revestimento e Pavimento / Acabamentos Natural e Antiderrapante com tecnologia EasyCleaning
Efeito Cotto
Mais do que uma sensação íntima ou familiar, este efeito remete para as ligações mais ancestrais na ligação da humanidade com a natureza que o rodeia.
TIERRA e NOMAD
A CINCA faz renascer o efeito cotto em duas séries que representam a modernidade de uma memória coletiva.
Reportagem
Formatos mais tradicionais e tons quentes na série TIERRA. Por outro lado, NOMAD reinterpreta este efeito acrescentando-lhe decorados e cores mais frias.
Brevemente disponível.
TIERRA: 4 cores / Porcelanato Vidrado para pavimento ou revestimento /
3 formatos: 60x60, 30x60 e M30x30 / 2 mosaicos e peças especiais
NOMAD: 5 cores / Porcelanato Vidrado para pavimento ou revestimento/ 2 formatos: 15x15 e 7,5x25 / 2 decorados
Efeito Mármore
Conhecida e reconhecida pelas suas imitações de mármores, a CINCA cria duas séries sublimes.
MANDORE e GAYA
Duas séries de veios distintos, mas suaves, emergidas pela densidade de cores em leves tons.
MANDORE: 4 cores / Revestimento em Azulejo Pasta Branca, Bicozedura, 3 formatos e estruturas decorativas / Pavimento em Porcelanato Vidrado, 1 formato e 2 mosaicos / Peças especiais para rodapés.
GAYA: 5 cores / Revestimento em Azulejo Pasta Branca, Bicozedura, 3 formatos e estruturas decorativas / Pavimento em Porcelanato Vidrado, 1 formato e 2 mosaicos/
Peças especiais para rodapés.
DOMINÓ
A Dominó cumpriu este ano a sua 30ª participação consecutiva na CERSAIE, o mais prestigioso evento internacional de cerâmica e revestimentos. Apresentaram as suas mais recentes coleções e reafirmando o compromisso com o serviço ao cliente, qualidade, design e sustentabilidade.
PANTANAL
Nova coleção efeito madeira, para pavimento e revestimento
ORIGINAL
Nova coleção efeito mármore!
ONE
Novas cores e decorações!
JURA
Nova coleção efeito pedra!
MARGRES / LOVE TILES / GRESART
A mudança que queremos ver no mundo Depois de mais de 20 anos em Portugal, a atuação das marcas Margres, Love Tiles e Gresart, no setor cerâmico, transformou-se e hoje é muito mais que design, qualidade e tendência. Trabalhamos todos os dias para reduzir o impacto ambiental das nossas fábricas, demonstrando o compromisso com a conservação dos ecossistemas.
Este ano na Cersaie apresentámos o nosso stand com o lema A Sustainable Choice, que representa o nosso compromisso e um propósito além das normas ambientais. Na Gres Panaria Portugal o caminho para a sustentabilidade é feito no sentido de assegurar o respeito constante das normas legais existentes em matéria de Segurança e Ambiente para gerir, preservar e, sempre que possível, reduzir a utilização de recursos naturais.
Reportagem
As novidades cerâmicas deste ano são também uma parte importante do nosso alinhamento com o que está à nossa volta. Com as novas coleções Spotlight, Legacy e Evolution, o lado mais natural da cerâmica é bastante evidente nas nossas marcas, como uma declaração da nossa intenção do slow living e da vivência das casas de uma forma harmoniosa.
Spotlight foi a primeira das novidades da marca do ano: uma solução só de revestimento, com cores pastel harmoniosas e suaves, permitindo uma linguagem neutra e muito próxima do design e das influências contemporâneas. Partindo da arte do estuque e da decoração floral, esta muito presente nesta coleção, uma clara influência mundial, desde a moda, às passerelles e tendências dos grandes designers mundiais.
A outra novidade do ano é a coleção Legacy. Entre esta estética mais crua, comum a paleta de cor neutras e uma Orange Ochre, que simula a cor que habitualmente encontramos nas inspirações mediterrânicas, encontramos um cruzamento com o lifestyle, a moda e o respeito pelas tendências mundiais.
No caso da Margres era importante continuar a consolidar a ponte entre a arquitetura e a arte e aproximar o nosso produto dos arquitetos e designers. Na coleção Evolution, a arquitetura é o nosso grande foco. Utilizamos o melhor da pedra natural, mas alargamos o seu efeito a uma gama de cores, formatos e acabamentos de superfície extremamente versátil e com uma gráfica elegante e com a
Reportagem
grande vantagem da gama Línea, que abre portas aos grandes formatos.
O futuro da cerâmica em Portugal é muito promissor. As marcas portuguesas têm demonstrado uma grande capacidade de inovação e de adaptação às novas tendências. Com a crescente valorização da estética e da qualidade de vida, a cerâmica continuará a ser um material essencial na decoração de interiores. Acredito que estas marcas vão continuar a surpreender-nos com novas coleções que aliam tradição e modernidade.
BORN.ECO
A pesquisa constante incentiva a inovação em materiais, processos de fabrico e conceitos de design. Isso leva ao desenvolvimento de novas tecnologias e soluções que beneficiam tanto o meio ambiente quanto a sociedade. Com essas premissas em mente, rotulamos como “BORN ECO” todos os produtos que são eficientes em recursos e priorizam a sustentabilidade.
Reduzindo o impacto no meio ambiente: os produtos Born Eco são projetados para minimizar a produção de resíduos gerados no processo de produção, que são reintegrados e podem levar a uma redução de até 55% no uso de recursos naturais.
Pietrabrava
Combinação entre estética e consciência ecológica.
Travertino
Elegância Intemporal
Seasons
Essencial na arquitectura moderna.
Lusitano
Mosaicos que contam histórias…
Caresina
Estética dinâmica e qualidade duradoura
Cargemma
Sofisticação sem esforço
Treeline
A orla de um habitat...
Reportagem
Descubra a Elegância Refinada nas Novas Coleções da Recer
A Recer apresentou uma nova expressão de elegância na Cersaie 2024, inspirando-se no refinamento de materiais como madeira, arenito e a fusão de cimento e ferro. Sob o mote “Refinement with Elegance”, a marca revelou quatro novas coleções: Metalcrete, Rapolano, Opal, e Dune.
Metalcrete
Metal e cimento, fundidos com mestria num material elegante que redefine o charme industrial.
A coleção distingue-se pela fusão da autenticidade do cimento com a sofisticação e o brilho subtil do metal oxidado, criando uma estética industrial elegante. As suas nuances e o efeito desgastado adicionam carácter e profundidade aos espaços.
Disponível em quatro cores e sete formatos versáteis, Metalcrete tem uma ampla diversidade gráfica que garante superfícies sem repetições óbvias, enquanto os formatos mais pequenos, como 20x20, 10x10 e mosaico 5x30, permitem incorporar detalhes arrojados e personalizar os ambientes com uma identidade visual marcante e distinta.
Rapolano
Toda a singularidade da pedra, para espaços que exalam carácter e beleza natural.
A coleção Rapolano apresenta características cromáticas únicas e movimentos subtis que garantem um visual imponente e autêntico. Inspirada na pedra natural, esta coleção destaca-se pela sua versatilidade e pela nova cor Caramel, que traz uma elegância calorosa e distinta.
Disponível em três formatos, 60x60, 30x60 e mosaico 10x10, a coleção proporciona continuidade e amplitude de ambientes refinados
Opal
Espaços elegantes e intemporais com um visual de madeira suave e harmonioso.
Opal combina a suavidade do visual de madeira com a naturalidade do carvalho. Com tons suaves e texturas envolventes, esta coleção oferece uma estética minimalista. Os formatos 30x90 para paredes e 20x120, 22x90 e 15x90 para pavimentos permitem superfícies contínuas, enquanto o decor 3D acrescenta um toque moderno e dinâmico com personalidade, sem perder o minimalismo do design.
Dune
As nuances orgânicas do arenito refinadas com um toque de sofisticação.
A coleção destaca-se pela sua delicadeza e pela paleta de cores neutras, que trazem uma sensação de sereni-
dade aos ambientes. A textura suave lembra as ondulações naturais das dunas, proporcionando um toque orgânico e acolhedor.
O padrão gráfico de camadas sedimentadas cria um movimento contínuo, conferindo aos espaços uma estética natural e sofisticada, especialmente em grandes áreas, onde a continuidade visual é ainda mais impactante
REVIGRÉS
REVIGRÉS APRESENTA NOVAS COLEÇÕES NA CERSAIE 24
A Revigrés esteve na Cersaie, a maior feira internacional do setor de revestimentos e pavimentos cerâmicos, até 27 de setembro.
Em Itália – e depois do sucesso do seu lançamento na Feira TEKTÓNICA, em Lisboa – a Marca apresenta as coleções REBORN que, através da mais recente tecnologia de impressão digital 3D, reproduzem de forma fiel a sensação visual e texturas dos materiais naturais que as inspiram. Com o efeito do mármore, destacam-se a coleção Silver Roots – com veios de prata e ouro num fundo cinzento-escuro – e Grigio Damasco, com uma superfície contemporânea e traços naturais, ambas disponíveis nos acabamentos mate e polido e no grande formato 120x278cm, com espessura reduzida de 6mm.
São quatro as propostas da Revigrés com o efeito ultrarrealista da madeira – Pine Wood, Gold Oak, Brown Oak e Dibetou – cuja riqueza de tonalidades e texturas criam ambientes com diferentes intensidades que apelam ao conforto.
As quatro coleções estão disponíveis nos formatos 19,5x120cm, 19,5x180cm, 30x120cm e 30x180cm, incluindo o acabamento mate e antislip, este último no formato 19,5x120cm.
A Revigrés estreia ainda, na feira de Bolonha, novas soluções cerâmicas inspiradas nas cores do deserto e na superfície da pedra travertino, a disponibilizar nos formatos 120x120cm e 120x278cm.
Os novos lançamentos refletem a aposta da marca em técnicas de produção e tecnologias inovadoras e no desenvolvimento de produtos de valor acrescentado com que visa contribuir para a sustentabilidade da construção.
Com a elevada resistência, aspeto inalterável e facilidade de limpeza e manutenção do grés porcelânico, as novas coleções são compatíveis com inúmeros modelos e soluções da construção sustentável, dispondo ainda de Declarações Ambientais de Produto (DAPs) que contribuem para a melhoria de classificação em diversos sistemas de certificação ambiental internacionais dos edifícios, como os sistemas BREEAM e LEED.
por Filomena Girão e Mariana Bem-Haja FAF Sociedade de Advogados
Nunca antes se terá falado tanto da necessidade de as empresas se adaptarem aos novos tempos, a um mundo cada vez mais global e tecnológico, como um elemento absolutamente imprescindível ao seu crescimento e, até mesmo, à sua sobrevivência.
De facto, como todos sabemos, todos os dias morrem empresas, com mais ou menos idade, com maior ou menor história, muitas delas por não terem sabido adaptar-se às exigências da actualidade.
E, por tal, ninguém duvidará da importância da referida capacidade de adaptação, i.e., ninguém questionará a relevância da inovação para o sucesso empresarial.
Todavia, aquela capacidade, determinante para a continuidade de uma marca ou organização, não é bastante para assegurar a sua identidade. Para isso contribuirão múltiplos factores, dos quais destacamos, hoje, a sua História.
A percepção social das empresas mudou. As empresas deixaram há muito de ser apenas o conjunto de equipamentos indispensáveis à sua actividade e do espaço onde esta se desenvolve. As empresas são também, essencialmente, as pessoas que nelas trabalham e com elas se relacionam, os trabalhadores e prestadores de serviços, os clientes, os parceiros, os membros dos seus órgãos sociais… e são, também, as ligações, as redes que entre todos se estabelecem e que influenciam as comunidades em que se inserem.
Tudo isso é a sua História, com certeza relevante no seu desenvolvimento económico e social. É, portanto, essencial, valorizar a importância daquelas redes, das relações entre empresas, empresários, famílias, trabalhadores, parceiros, clientes, que, no seu conjunto, asseguram as idiossincrasias de cada cadeia produtiva – redes que são, por muitos pensadores consideradas como o elemento distintivo das empresas no novo milénio.
Nesse contexto, é por todos tido como certo que as próprias empresas têm muito a ganhar com um
conhecimento consolidadoda sua identidade, das suas raízes, i.e., da sua História, que sustenta os seus Princípios e Valores. E, por isso, a História de cada empresa não é apenas uma colectânea de memórias, mas, antes, deve constituir um importante instrumento estratégico, do qual decorram as suas regras, os seus procedimentos, os seus normativos regulatórios.
A contratação de novos trabalhadores é um dos momentos essenciais para a empresa se dar a conhecer e transmitir a sua corrente de valores à sua estrutura organizacional.
Uma estrutura de Recursos Humanos humanizada é sempre essencial e imprescindível e tem, nesta área, um papel fundamental.
As Empresas com História são mais fortes e resilientes, qualquer que seja a sua origem, a sua natureza ou a sua dimensão.
Segundo dados recentes, mais de 2/3 das empresas portuguesas são empresas familiares – número bastante similar, julgamos, quando falamos do sector da Cerâmica – e, daquelas, mais de 2/3 são geridas pela 2.ª e 3.ª geração, enfrentando, pois, os difíceis desafios da sucessão. Nessa fase, a História da Empresa, a sua Missão, Princípios e Valores são a garantia de uma passagem de testemunho sustentada e sustentável, sem derivas matriciais.
O papel do departamento jurídico – interno ou externo – é, então também primordial, designadamente por garantir uma prática conforme com a Lei Geral e, igualmente, conforme com as regras e os valores de cada empresa, através da elaboração e implementação de normativos que, não sendo obrigatórios, são de grande utilidade para a transmissão da sua História, Missão, Princípios e Valores.
Para podermos planear um Futuro Sustentável, tanto quanto precisamos de Empresa audaciosas e inovadoras, precisamos de Empresas com História, uma História feita dos seus Princípios e Valores.
por Albertina Sequeira, Vice-Presidente Executiva da Apicer
BMI
BMI lança nova Telha Lógica® Lusa ainda mais fácil de instalar.
A 23 de Setembro, a BMI apresentou ao mercado o restyling da Telha Lógica® Lusa, uma telha premium e inovadora que proporciona grande estética na cobertura e torna a sua instalação mais rápida.
A modernização da telha Lógica® Lusa baseia-se num desenho técnico que é inspirado em resolver a necessidade dos instaladores terem uma melhor e mais rápida instalação na cobertura inclinada ou telhado. Desenvolvida com a mais alta tecnologia disponível, o suporte individual H-Cassete, que combinada com a utilização de moldes de gesso proporciona uma definição perfeita e um acabamento incomparável, garantindo uma vida útil prolongada e uma resistência superior às intempéries.
Entre as diversas vantagens que esta nova telha apresenta destacamos o seguinte:
1. Garantia BMI 50 Anos: A Telha Lógica® Lusa conta com uma resistência ao gelo de >150 ciclos, baixa absorção, graças à sua durabilidade e resistência.
2. Compatível com os Sistemas Tectum®: Especialmente projetada para ser instalada no Sistema Tectum® Pro T-380, Tectum® First e Tectum® Plus.
3. Eficiência na distribuição: Para além de ser compatível com as peças do antigo modelo, o novo paletizado em vertical permite uma maior quantidade por pallet (304 unidades), sendo esta com dupla entrada que facilita o seu manuseamento.
4. Design Inovador: Com uma estética moderna e versátil, a estética do beirado foi melhorada adaptando-se a diferentes estilos arquitetónicos, oferecendo uma aparência diferenciada e elegante.
5. Fácil Instalação: Pensada para otimizar o tempo de obra, melhoramos o encaixe nas ripas oferecendo assim melhor estabilidade; contando também com fixações fáceis, facilitando a instalação e reduzindo os custos com mão-de-obra.
“O restyling da Telha Lógica® Lusa representa um passo importante para a modernização do mercado das coberturas inclinadas. Este produto vem ao encontro das necessidades do mercado que procura soluções que combinem qualidade, eficiência e facilidade de montagem” – menciona Luís Faustino, Residencial Sales Manager da BMI Portugal.
A Telha Lógica® Lusa não é apenas mais uma telha no mercado; é um símbolo de inovação e compromisso da BMI com o futuro da construção civil. Convidamos todos os profissionais do setor a conhecerem mais sobre este produto e a descobrirem como esta telha pode agregar valor aos seus projetos.
COSTA NOVA
COSTA NOVA marca presença no NY Tabletop Show 2024
A COSTA NOVA, marca que pertence ao Grupo COSTA NOVA Indústria, voltou a marcar presença no NY Tabletop Show, que decorreu de 8 a 11 de outubro de 2024, no seu showroom permanente no icónico edifício 41 Madison, em Nova Iorque.
Notícias & Informações
O NY Tabletop Show é um dos eventos mais aguardados da indústria de tableware, reunindo marcas de renome internacional que apresentam as suas novas coleções e tendências a compradores do setor de retalho e profissionais. O evento, que acontece duas vezes por ano, é uma plataforma de referência para a definição de tendências e a apresentação de novidades em porcelana, cerâmica, vidro, cutelaria e acessórios de mesa.
Após um recente rebranding, o Grupo COSTA NOVA Indústria alinhou o nome do grupo com a marca, que está a registar um crescimento exponencial e a conquistar cada vez mais espaço no mercado internacional. Com sede nos Estados Unidos desde 2016, o Grupo consolidou a sua presença no mercado norte-americano, que atualmente representa cerca de 45% das suas exportações. A COSTA NOVA conta com showrooms permanentes em cidades estratégicas como Dallas, Las Vegas, Atlanta e Nova Iorque. Durante o NY Tabletop Show, a COSTA NOVA apresentou as suas coleções mais inovadoras e sustentáveis, refletindo o compromisso da marca com o design responsável e o uso de materiais ecológicos, como o Ecogres®. O evento, realizado no showroom permanente da marca no 41 Madison, é uma oportunidade para fortalecer as relações comerciais e ampliar o seu alcance no mercado global.
PORCEL
Porcel Lança Nova Coleção em Platina Inspirada na Icónica Belle Époque
A Porcel S.A tem o orgulho de anunciar o lançamento da sua mais recente coleção, Belle Époque PT. O lançamento desta nova coleção será totalmente digital. Inspirada na atemporal e bem-sucedida coleção Belle Époque, a nova decoração faz com que a nobreza do ouro dê lugar ao brilho singular da platina, conferindo uma nova personalidade e requinte a cada peça. A Porcel reafirma, assim, o seu compromisso com a excelência ao relançar um dos seus serviços de jantar, café e chá mais icónico agora para os entusiastas da platina.
Belle Époque PT promete oferecer uma infinidade de possíveis combinações, permitindo que cada cliente explore e crie mesas únicas e memoráveis.
Esta nova coleção reforça a identidade da marca, continuando a aposta em decorações em ouro e platina e atendendo às necessidades de um mercado exigente. Oferecendo assim produtos que combinam tradição, inovação e qualidade para uma experiência sofisticada e exclusiva.
Para mais informações sobre a nova decoração mantenha-se a par nas nossas redes sociais.
UNICERA ‘2024 (Materiais de Construção)
Anual – Istambul (Turquia) De 04 a 08 de Novembro de 2024 unicera.com.tr
LONDON BUILD ‘2024 (Materiais de Construção)
Anual – Londres (UK) De 20 a 21 de Novembro de 2024 londonbuildexpo.com
CONCRETA’2024 (Construção)
Anual – Porto (Portugal)
De 20 a 23 de Novembro de 2024 https://exponor.pt/recinto/
BIG 5 SHOW´2024 (Materiais de Construção)
Anual – Dubai (EAU)
De 26 a 29 de Novembro de 2024 www.thebig5.ae/
ARCHITECT@WORK´2024
(Materiais de Construção)
Anual – Lisboa (Portugal) De 04 a 05 de Dezembro de 2024 architectatwork.pt
BAU’2025
(Materiais de Construção)
Anual – Munique (Alemanha) De 13 a 18 de Janeiro de 2025 bau-muenchen.com/en/
MAISON & OBJET’2025 (Cerâmica Utilitária e Decorativa)
Bianual - Paris (França)
De 16 a 20 de Janeiro de 2025 maison-objet.com
THE INTERNATIONAL SURFACE EVENTE 2025 - (Ladrilhos cerâmicos)
Bianual – Las Vegas (EUA) De 27 a 30 de Janeiro de 2025 https://www.intlsurfaceevent.com/
AMBIENTE’2025 (Cerâmica Utilitária e Decorativa)
Anual – Frankfurt (Alemanha) De 07 a 11 de Fevereiro de 2025 ambiente.messefrankfurt.com
SURFACE DESIGN SHOW’2025 (Ladrilhos Cerâmicos)
Anual – Londres (R.U.) De 4 a 6 de Fevereiro de 2025 surfacedesignshow.com/
NKBA|KBIS’2025 (Cerâmica Sanitária e Ladrilhos Cerâmicos)
Anual – Las Vegas (USA) De 25 a 27 de Fevereiro de 2025 https://kbis.com/
CEVISAMA’2025 (Ladrilhos Cerâmicos)
Anual – Valência (Espanha)
De 24 a 28 de Março de 2025 cevisama.feriavalencia.com
THE INSPIRED HOME SHOW’2025 (Cerâmica Utilitária e Decorativa)
Anual – Chicago (EUA)
De 2 a 4 de Março de 2025 theinspiredhomeshow.com
EXPOREVESTIR’2025 (Ladrilhos Cerâmicos)
Anual – São Paulo (Brasil) De 11 a 14 de Março de 2025 exporevestir.com.br/
ISH’2025
(Cerâmica Sanitária)
Bianual – Frankfurt (Alemanha) De 17 a 21 de Fevereiro de 2025 ish.messefrankfurt.com/frankfurt/en.html
HIP HORECA PROFESSIONAL EXPO’2025 (Restauração)
Anual – Madrid (Espanha) De 10 a 12 de Março de 2025 expohip.com/en/
The New York Tabletop Show´2025 (Cerâmica Utilitária e Decorativa)
Bianual – New York (EUA) De 8 a 11 de Abril de 2025 tabletopassociationinc.com
TEKTONICA’2025 (Construção)
Anual – Lisboa (Portugal)
De 10 a 12 de Abril de 2025 tektonica.fil.pt/
SALONE DEL MOBILI’2025 (Design/Tendências)
Anual – Milão (Itália) De 18 a 13 de Abril de 2025 salonemilano.it
COVERINGS’2025 (Ladrilhos Cerâmicos)
Anual – Orlando (USA)
De 29 de Abril a 02 Maio de 2025 coverings.com/
THE HOTEL SHOW’2025 (Cerâmica Utilitária e Decorativa)
Anual – Dubai (EAU)
De 27 a 29 de Maio de 2025 thehotelshow.com/
The National Restaurant Show.com’2025 (Cerâmica Utilitária )
Anual - Chicago (USA)
De 17 a 20 de Maio de 2025 nationalrestaurantshow.com
CONSTRUMAT’2025 (Construção)
Anual – Barcelona (Espanha) De 20 a 22 de Maio de 2025 construmat.com
3DAY´S OF DESIGN’2025 (Design/Tendências)
Anual – Copenhaga (Dinamarca) De 18 a 20 de Junho de 2025 3daysofdesign.dk/
CERSAIE’2025 (Ladrilhos Cerâmicos)
Anual – Bolonha (Itália) De 22 a 26 de Setembro de 2025 cersaie.it
HOST MILANO’2025 (Restauração)
Anual – Milão (Itália) De 17 a 21 de Outubro de 2025 host.fieramilano.
DECOREX’2025 (Design/Tendências)
Anual – Londres (UK)
De 12 a 15 de outubro de 2025 decorex.com
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