Convivência
Carla Cruz Mestre em Produção Animal e Doutoranda em Ciência Animal
(www.aradik.net) | Fotos: Shutterstock
do Cáucaso ou da Ásia Central, mas este nunca será uma escolha acertada para um citadino rodeado de vizinhos e que procura o seu primeiro cão. Seja objetivo nas suas razões para ter um cão, no que pretende que ele lhe proporcione e no que pode oferecer ao animal. Os vossos anos seguintes irão agradecer-lhe.
Um cão de raça ou um sem raça definida?
“Quero um cão!” Socorro, e agora?
A decisão de adicionar um cão às nossas vidas é das mais importantes que iremos tomar. Afinal, estamos a planear devotar os próximos 10 a 15 ou mais anos a um ser vivo com sentimentos e emoções, totalmente dependente de nós.
V
ejamos brevemente alguns aspetos importantes a ponderar…
Por que razão quero um cão? Já parou para pensar no motivo que o leva a querer um cão? Se em alguns casos há uma razão clara – como a procura de um animal para desempenhar uma determinada função ou um desporto específico – na maioria das vezes não há um objetivo concreto. É o que normalmente acontece quando se pretende um cão “apenas” para companhia ou porque as crianças estão constantemente a pedir um. Mas é muito importante ter isso bem definido, para saber concretamente o que procurar no cão. E para se poder certificar, tanto quanto possível, que o cão escolhido “concorda” com essa função. Nem todos os cães estão predispostos a caçar, juntar ovelhas ou aturar crianças.
De que tipo de cão gosto? E de que tipo de cão preciso? Pode haver uma grande diferença entre o cão dos nossos sonhos e o cão que é realisticamente adequado para a nossa situação. Até pode adorar um intenso Border Collie nascido e criado para trabalhar de sol a sol, mas se o seu estilo de vida não lhe permitir dar o exercício e o estímulo mental de que ele precisa, irão fazer-vos a vida infeliz um ao outro. Pode ficar impressionado com o aspeto imponente e a ferocidade de um Pastor 42 Cães&Companhia 42
Não se trata de uma questão elitista ou racista (sem trocadilho). Esta é uma decisão importante, e que depende diretamente das questões anteriores. A vantagem de um cão de raça é que as suas características físicas e os grandes traços comportamentais são previsíveis, o que é seguramente uma vantagem para quem procura um cão para desempenhar uma atividade específica. Já no caso dos cães sem raça, são sempre um tiro no escuro, sobretudo quando resultam de cruzamentos entre tipos com características diferentes; as suas características físicas e comportamentais tornam-se assim bastante imprevisíveis, sobretudo quando adquiridos em cachorros. Tanto podem ser cães fenomenais como criar inúmeras dificuldades, sobretudo a alguém menos experiente em lidar com cães.
Cuidado com as ideias adquiridas No que respeita à questão de saúde, cuidado com as ideias adquiridas. Sim, em algumas raças e em algumas linhas há uma maior tendência para alguns problemas de saúde – que os criadores sérios trabalham para eliminar ou reduzir. Mas uma grande parte dos problemas de saúde tem a ver mais com o porte/tipo do animal do que com a sua raça. Por exemplo, a displasia da anca é comum em cães de grande porte, independentemente de terem ou não raça; a luxação da patela é comum em cães pequenos, “puros” ou rafeiros; problemas respiratórios e do palato são comuns em animais braquicéfalos (de focinho curto ou achatado), independentemente do seu pedigree ou falta dele. Mas enquanto um criador responsável trabalha no sentido de procurar reduzir ou eliminar esses problemas, um criadeiro (um mero produtor) não se preocupa com isso; no caso dos cães sem raça, é um tiro no escuro, depende da sorte.
Um cachorro ou um adulto? Por norma, há a tendência em preferirse um cachorro, “para que ele se habitue melhor a nós”, ou usar-se o argumento de que acolher um cão adulto “fará com que fique eternamente grato”. Deixemo-nos de antropomorfismos! Tanto os cachor-
A adoção em refúgios é premente, pois há inúmeros cães à procura de casa, mas pode não ser a melhor escolha para todos ros como os adultos se habituam bem às novas casas, e nada tem a ver com sentimentos de “gratidão” que, tanto quanto se sabe objetivamente, os cães não possuem. No caso dos cachorros adquiridos com menos de 4-5 meses, o processo poderá ser um pouco mais rápido, pois estão ainda na fase da socialização, sem préconceitos sobre pessoas e situações diferentes, criando facilmente vínculos sociais com uma espécie diferente, connosco. Mas um cão adulto já passou por essa fase de vinculação a pessoas, não tem propriamente o problema de não se saber relacionar com humanos. Tipicamente, em 2 a 4 semanas, está totalmente integrado na sua família e a mostrar o seu comportamento normal.
como o seu aspeto no caso de um cão sem raça definida.
O que se pode esperar de um adulto Já no caso de um cão adulto, tem-se a vantagem de se poder saber concretamente o seu aspeto morfológico e o seu comportamento geral. Além que já passou a fase “terrorista” de cachorro e adolescente, sendo assim uma escolha preferível para
Os disparates dos cachorros… Ao optar por um cachorro, pode-se mais facilmente moldar o seu comportamento às nossas pretensões e desejos, mas passa-se por longos e árduos meses de garotice e disparates, de coisas roídas, de ensinar a fazer as necessidades no sítio, de alto nível de energia, etc. E o seu comportamento em adulto é um pouco um tiro no escuro, bem 43 Cães&Companhia 43
quem não tem paciência para esse período ou prefere um cão já mais calmo. Esta opção poderá tornar-se mais complicada no caso de um animal que não tenha sido bem socializado em cachorro, ou que tenha passado por eventos traumáticos (reais, não os imaginados por o cão manifestar certas reações diferentes, sem nada se saber sobre o seu passado), pois estaremos neste caso a lidar com comportamentos que estão já enraizados e mais difíceis (mas frequentemente não impossíveis) de modificar; no caso de cães com uma infância normal e que, por uma razão ou outra, mudam de casa em adulto, normalmente a transição é bastante fácil e menos trabalhosa a prazo que no caso de um cachorro.
como um outro qualquer negócio – algo que a criação séria, para melhoria da raça, definitivamente não é. Não custa nada telefonar ou enviar um email a combinar uma hora. Garante assim que o criador está em casa nessa altura, com disponibilidade total para si. Não se preocupe com uma potencial “operação de charme”, se há algo que não é possível alterar nesse tempo é a relação e a confiança entre o criador e os seus cães. E isso dir-lhe-á muito sobre o que precisa de saber sobre a sua postura.
A maioria das fêmeas são também guardas fenomenais e a maioria dos machos transborda de meiguice.
Não contribua para um problema!
Cães na fase de “adolescência” Na maioria dos casos, a situação mais complicada é a aquisição de um cão adolescente, pois este alia o tamanho e força de um cão de adulto à garotice e brutidão de um cachorro, estando ainda a passar pela segunda fase de medos, o que muitas vezes dificulta a sua capacidade em lidar com situações novas.
Macho ou fêmea? A eterna questão! Aqui encontram-se os defensores acérrimos de coisas como “os machos são melhores guardas” ou “as fêmeas são mais meigas”. Normalmente, quem gosta mais de um sexo, vai enumerar várias vantagens nesse e diversos defeitos no outro; tipicamente, os adeptos do sexo oposto listam quase as mesmas vantagens e desvantagens naquele que preferem. Aqui vai um segredo chocante – a maioria das fêmeas são também guardas fenomenais e a maioria dos machos transborda de meiguice. “Mas os machos marcam muito”. E muitas fêmeas também. Tipicamente, a chamada “marcação” (o urinar em certos sítios) tende a ser devida mais a problemas de stress e/ou ansiedade, a questões de higiene mal-ensinada e/ou à utilização de produtos de limpeza inadequados do que propriamente à pertença a um dado sexo. Exceto em algumas situações muito específicas (como a escolha de um animal para criação), mais importante que o sexo, é a escolha do temperamento do cão e saber avaliar o seu comportamento. É isso que nos permite ter melhor ideia qual o indivíduo específico que melhor se adapta à nossa situação concreta.
Comprar ou adotar? Este é outro tema que normalmente gera um grande debate. Atualmente está cada vez mais na moda o slogan do “adote, 44 Cães&Companhia 44
não compre”, transmitindo a ideia que ao adquirir um cão criado intencionalmente está a matar um cão num refúgio. Mas será mesmo assim? Este slogan parte do pressuposto que as pessoas apenas querem um cão qualquer, em vez de um cão específico. Para quem não tem quaisquer critérios quanto ao cão que pretende, e tem a experiência e disponibilidade para se sujeitar ao que lhe calhar em sorte – porque o real comportamento em casa dos cães em refúgio é extremamente difícil de prever, existem mesmo numerosos estudos sobre o assunto que não conseguem chegar a um consenso. Já Uma grande parte dos problemas de saúde tem a ver mais com o porte/tipo do animal do que com a sua raça.
para uma pessoa com critérios específicos quanto ao cão que quer, ou uma pessoa sem grande experiência, o ir buscar um cão criado intencionalmente, ao criador certo, poderá ser uma melhor opção. Sim, a adoção a um refúgio é premente, há inúmeros cães à procura de uma casa, mas pode não ser a melhor escolha para todas as pessoas. Tal como a aquisição de um cão criado intencionalmente pode não ser para todos, por questões ideológicas, demagógicas ou outras. Escolha em consciência o que prefere fazer, não se deixe chantagear. Tem duvidas? Vá visitar vários refúgios e vários criadores, converse com as pessoas, tire as suas ideias, vá com calma. É uma decisão para mais de uma década de vida em comum, não há porque a apressar.
Há criadores e criadores Se optar por ir buscar um cão a um criador, esta na altura de fazer mais um grande trabalho de casa. Nem todos os criadores são iguais, e criar não é apenas juntar um macho com uma fêmea, isso é meramente produzir. Fale com diversos criadores, visite vários, e decida no fim com calma.
Objetivos do criador Pergunte-lhes qual o seu objetivo na criação, o que estão a tentar alcançar/melhorar na sua raça – a tal diferença entre o produzir e o criar “a sério”. Questione sobre a razão por que fizerem essa ninhada específica, quais os problemas de saúde e/ ou comportamento mais comuns na raça, que despistes de saúde faz. O médico veterinário dizer que o cão é muito bonito e que tem as vacinas em dia
A aquisição de um cão de raça criado intencionalmente pode não ser para todos, por questões ideológicas ou demagógicas não conta (apesar de ser naturalmente importante o cão estar de boa saúde no momento da reprodução), todas as raças têm testes genéticos ou fenotípicos que se fazem para procurar detetar os problemas mais comuns, para evitar a criação de animais afetados, algo que qualquer criador digno desse nome fará. Inquira sobre como se assegura que os cães têm qualidade suficiente para criarem e melhorar a raça – sem um mínimo de seleção, em poucas gerações, passa-se de um animal com as características da raça para algo que apenas se assemelha vagamente a esta, e com grandes flutuações e assimetrias de comportamento.
Verifique o relacionamento e condições Veja também o tipo de relação que há entre o criador e os seus cães, se eles parecem felizes e saudáveis, se confiam no dono, etc. Use o bom senso. Fuja a sete pés de um criador que não lhe permita ver os animais, que apenas combine consigo encontrar-se em qualquer outro sítio. Porque acha que ele não lhe permite ver as condições? Tenha também a noção que, normalmente, está a entrar na casa particular das pessoas, que lhe estão a abrir as portas para ver os seus cães. Respeite isso. A maioria dos criadores – pelo menos os sérios – tem
um trabalho a tempo inteiro, tem família, tem também uma vida própria, fazendo da criação cuidada um hobby que lhes ocupa muito tempo. Portanto, não apareça de repente sem avisar. Sim, eu sei que é o que muitos livros recomendam, mas a maioria foi escrita pensando numa criação comercial, de pessoas que se dedicam a tempo inteiro a isso
Muito cuidado com o “fui buscar o cão ali, porque ele estava em tão más condições que tive de o salvar”. Apesar de a intenção ser boa, apenas está a contribuir para manter o problema! Afinal, se o produtor consegue despachar os seus cães assim, porque se irá preocupar em melhorar as condições, algo que até custa dinheiro? Seja corajoso, siga em frente e procure um criador que lhe inspire confiança e lhe dê apoio ao longo da vida do seu animal. Não se irá arrepender.
Onde procurar? Já pensou bem nas questões anteriores e decidiu onde ir buscar o seu cão? Parabéns. Agora vem mais um passo difícil – onde encontrar o cão dos seus sonhos? Hoje em dia, a maior parte das pessoas recorre à internet para procurar a solução à maioria dos seus problemas. O problema é que aí tanto se encontram as boas respostas como as piores. Os websites de classificados tendem a ser a opção mais utilizada. No entanto, aí tanto se encontra o trigo (mais raramente) como o joio, o mais comum. É a opção preferida por quem cria ao desbarato, comercialmente sem grandes cuidados ou por quem tem uma ninhada por “insira aqui a sua desculpa”, sem se preocupar com os cuidados básicos do que implica criar com saúde e educar bem os cachorros. Sim, ocasionalmente também se encontram aí bons criadores – há que também saber ir onde se encontra o público –, mas mais raramente, e rapidamente ostracizados pelos preços que praticam – é que criar bem e responsavelmente não é nada barato, ao contrário do que se pensa.
O barato normalmente sai caro! Quando vir anúncios a proporem preços altamente díspares pergunte-se bem a que se deve a diferença, e não se acanhe de pergunte isso ao anunciante. Não se fique pelo mais barato, pode arrepender-se – um cão barato, sem vacinas nem desparasitações e a comer papas 45 Cães&Companhia 45
de pão irá sair-lhe caro em saúde futura, e um cão retirado demasiado cedo à mãe e irmãos irá muito seguramente ter problemas de comportamento mais cedo ou mais tarde. Obtenha o contacto de vários anunciantes e vá visitá-los pessoalmente, veja bem as condições em que os animais são mantidos e faça todo o género de perguntas.
Os grupos de raças, ou de cães em geral, nas redes sociais são também um excelente meio de promoção de criadeiros.
A influência das redes sociais Os grupos de raças, ou de cães em geral, nas redes sociais são também um meio muito utilizado pelas pessoas para procurarem o seu companheiro. Esperam aí poder ter a validação de outras pessoas que já adquiriram cães. No entanto, isso não dispensa o controlo e verificação dos cães e condições in loco, estes grupos são também um excelente meio de promoção de criadeiros. Aliás, frequentemente as conversas sobre as raças tornam-se tão surreais e ataca-se de tal forma os verdadeiros conhecedores das raças, os criadores sérios e responsáveis, que muitos destes optam por sair desses grupos. Uma pena, pois o seu manancial de conhecimento fica perdido para quem mais dele poderia beneficiar, mas tal ação é frequentemente necessária para a manutenção da sanidade mental. Uma pessoa farta-se de ataques gratuitos por parte de quem não sabe do que fala.
Imprensa especializada Os anúncios na imprensa especializada, como esta revista, são também uma boa opção. Ao contrário dos casos anteriores, esta é uma opção que custa dinheiro ao criador, pelo que tende a desencorajar criadeiros que procuram de toda a forma minimizar os seus custos. No entanto, também não é, necessariamente, uma garantia de qualidade, deve sempre haver um ou mais contactos pessoais para avaliar a situação.
Listagem de criadores Caso procure um cão de raça, outra boa opção é contactar o Clube Português de Canicultura (www.cpc.pt), a entidade responsável pela emissão de pedigrees aos cães de raça pura criados em Portugal. A pedido, o CPC fornece a listagem dos criadores recentes da raça em questão. Tal como em qualquer outra situação, a listagem em si não é garantia de qualidade – tecnicamente criador é qualquer pessoa ou entidade que produza uma ninhada –, mas trata-se de pessoas que, no mínimo, se preocuparam o suficiente com a rastreabilidade dos seus exemplares para os registarem adequadamente. Munido desta lista, cabe-lhe a si em seguida fazer o seu trabalho, contactando vários criadores e analisando qual o mais 46 Cães&Companhia 46
Pode haver uma grande diferença entre o cão dos nossos sonhos e o cão que é adequado para a nossa situação adequado para a sua situação. Um criador sério tipicamente não vai ter sempre cachorros disponíveis, poderá ter de aguardar um pouco, e irá também colocar-lhe várias questões, para aferir se a raça é a adequada para si e para o seu estilo de vida.
Procurar um refúgio Se no caso de um cão de raça até acaba por ser relativamente simples encontrar criadores (depois é uma questão de separar os sérios dos criadeiros), no caso de se optar por acolher um cão sem raça definida, às vezes, pode ser, paradoxalmente, mais difícil saber onde se dirigir. Uma opção frequente são os canis municipais, onde normalmente se pode adotar um animal recolhido pelos serviços camarários, após um determinado período de espera sem serem reclamados pelos seus donos. Por todo o país existem numerosos refúgios de recolha de animais abandonados, dirigidos por associações ou por parti-
culares, individualmente ou em grupos. Em alguns casos, a sua ação é bem conhecida na sua zona de atuação, noutros a sua presença é bem mais discreta e passa desapercebida por quem não está no meio. Caso opte por adotar um animal e não saiba onde se dirigir, pode contactar, por exemplo, a Liga Portuguesa dos Direitos do Animal (www.lpda.pt). Além de ter o seu próprio refúgio, dispõe de uma listagem da maioria dos refúgios existentes de Norte a Sul do país, podendo assim ajudá-lo a saber onde procurar o seu companheiro. Visite depois alguns refúgios, converse
com o pessoal, procure saber o que lhe dizem sobre cada cão. Apesar de a maioria dos refúgios ser operada por voluntários de todos os estilos de vida, não por pessoal formado em saúde e comportamento canino, poderá mesmo assim obter algumas indicações sobre alguns traços gerais para cada cão, de forma a tentar, tanto quanto possível nesta situação, encontrar um que se adeque à sua situação.
Em resumo Adicionar um cão à nossa vida não é uma opção tão simples quanto parece, e há muitas questões a ponderar. Seja honesto consigo, com o que pretende e com o que se enquadra na sua vida. Isto é crucial para saber como e onde procurar o seu companheiro. Um cão de raça ou um sem raça definida, tome a sua decisão em consciência e com base nos seus requisitos específicos e na sua experiência, não deixe que ninguém o pressione para um lado ou para o outro. Em seguida, nada substitui fazer um trabalho de casa cuidadoso e exaustivo, e falar com diferentes pessoas e entidades relacionadas com a opção que tomou, sejam criadores ou refúgios. Vá com calma, não se atire de cabeça optando pelo primeiro que vir, procure alguém que lhe dê apoio no futuro, escolha racionalmente e se necessário aguarde mais um pouco pelo seu companheiro perfeito.Tipicamente fazemos isto quando escolhemos o nosso próximo carro, computador, telefone, objetos inanimados e rapidamente descartados. O animal que irá partilhar consigo os próximos 10 a 15 anos, e que estará totalmente dependente de si, seguramente não merece menos que isto, pois não? n 47 Cães&Companhia 47