EM Maio | Junho 2024

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CONFERÊNCIA

PCIC Brasil foca em instalações elétricas nas áreas de óleo de gás

A PCIC - Petroleum and Chemical Industry Conference, evento dedicado exclusivamente a soluções e estudos de casos sobre sistemas e equipamentos elétricos nas indústrias de petróleo, gás e petroquímica, aconteceu recentemente no Rio de Janeiro. A matéria apresenta as seções e as principais conclusões.

MOTORES E CONTROLES

A importância de conhecer o comportamento da carga para a seleção do motor

A análise do comportamento do motor elétrico sem conhecimento do comportamento da carga acionada pode trazer surpresas desagradáveis, principalmente em termos de investimentos desnecessários ou, no pior caso, o não atendimento às necessidades previstas, como mostra este estudo de caso.

GUIA – 2

Produtos para redes subterrâneas de distribuição elétrica

Em reação aos recentes episódios de desligamentos duradouros envolvendo as redes aéreas, os sistemas subterrâneos de distribuição vêm sendo cada vez mais considerados. Este guia de EM traz uma relação de fornecedores de uma lista abrangente de produtos e equipamentos.

PRÊMIO ABRACOPEL

A segurança elétrica na mídia

Há 17 anos o “Prêmio Abracopel de Jornalismo” reconhece reportagens e artigos que promovem e defendem a segurança elétrica nas diversas mídias. Este ano o “Prêmio José Rubens Alvez de Souza”, de melhor artigo técnico, foi para um artigo sobre cestos aéreos publicado em EM

GUIA – 1

Acessórios para fios e cabos elétricos

Acessórios de boa qualidade proveem qualidade e segurança às instalações. Este guia de EM descreve a oferta de diversas empresas em relação a conectores, terminais de diversos tipos e finalidades, além de fitas isolantes, prensa-cabos, acessórios desconectáveis e outros itens.

ACIDENTES

Riscos elétricos nos ambientes residenciais e comerciais brasileiros

O artigo apresenta estatísticas de acidentes com choques elétricos e incêndios de origem elétrica em residências e comércios, bem como as ações de conscientização e capacitação realizadas pela Abracopel - Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade e seus parceiros.

As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as adotadas por EM podendo mesmo ser contrárias a estas.

3 EM | Maio / Junho | 2024 Sumário
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Capa Roberto Monticelli Wydra, Foto: Photo Smile (via Shutterstock)
Publicações 57 Momento 58 Carta ao Leitor 4 EM Aterramento 48 No Circuito 6 EM Sintonia 16 EM Ex 50 EM Profissionais 52 Agenda 54 Produtos 56 Índice de Anunciantes 57 SEÇÕES COLUNAS
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Carta ao Leitor

Dimensionamento de motores, acidentes com eletricidade e ajuda ao RS

O adequado dimensionamento de motores elétricos em ambientes industriais exige grande cuidado, por mais que o tema já pareça dominado na engenharia. O artigo sobre o assunto nesta edição mostra que o fato de não se conhecer o comportamento da carga muito infortúnio pode trazer ao usuário, do excesso de custos à falha da produção, passando pela operação energeticamente ineficiente. O professor Mário César Giacco Ramos, seu autor, grande conhecedor do assunto, já publicou conosco em diversas ocasiões e tem abrilhantado há tempos, com trabalhos sobre dimensionamento e redimensionamento motriz, nosso congresso Eletrotec EM Power, que até 2018 era intitulado ENIE - Encontro Nacional de Instalações Elétricas.

Do mais recente Eletrotec (2023) é também o artigo sobre estatísticas de acidentes de origem elétrica e sua correlação com a precariedade das instalações elétricas residenciais e comerciais brasileiras. Não é por acaso que os acidentes e as mortes decorrentes de choques elétricos e de incêndios de origem elétrica só aumentam. Faltam dispositivos essenciais para a segurança, como DR e DPS, e também projeto e execução realizados por profissionais habilitados, o que concorre para instalações malfeitas e que utilizam materiais de baixa qualidade.

O artigo é de profissionais da Abracopel – Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade, entidade que faz excelente trabalho em prol da segurança elétrica no País, incluindo a apuração e publicação anual das estatísticas de acidentes e pesquisas sobre o estado das instalações. Entre suas inciativas consta o “Prêmio de Jornalismo” promovido pela entidade há 17 anos, e cuja edição de 2024, com os trabalhos e profissionais premiados, relatamos aqui. A categoria “artigo técnico”, batizada de “Prêmio Especial José Rubens Alves de Souza”, em homenagem ao grande batalhador pela causa da normalização e segurança e muito caro editor desta revista, já falecido, este ano premiou um trabalho de Hélio Domingos Carvalho, sobre inspeções e ensaios em cestas aéreas, publicado em EM de maio de 2023.

E como segurança elétrica é também primordial em instalações que lidam com materiais que podem incendiar-se e/ou explodir, trazemos aqui um relato da última conferência PCIC Brasil, dedicada a sistemas e equipamentos elétricos nas indústrias de petróleo, gás e petroquímica. O evento teve coordenação geral do engenheiro Estellito Rangel Jr., o respeitado titular da nossa coluna “EM Ex”, que trata de instalações elétricas em atmosferas potencialmente explosivas, publicada ininterruptamente por EM há mais de 21 anos.

Campanhas pelo RS – Em vista da grande necessidade e da exasperante falta de recursos para ajuda às vítimas do desastre no Rio Grande do Sul, esta casa vem realizando parcerias para divulgar campanhas de arrecadação. Uma delas, “Indústria Solidária”, do Sistema Fiergs, arrecada doações pela chave Pix (que também é e-mail) financeiro@bancossociais.org.br. E outra, do Energia Amiga, projeto de extensão da Unijuí, visa a adquirir materiais elétricos para reconstrução das instalações das moradias atingidas. A chave Pix/e-mail é energiaamiga@unijui.edu.br.

DIRETORES

Edgard Laureano da Cunha Jr., José Roberto Gonçalves e José Rubens

Alves de Souza (in memoriam)

REDAÇÃO

Editor: Mauro Sérgio Crestani (jornalista responsável – Reg. MTb. 19225)

Redatora: Jucele Menezes dos Reis

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Gerente comercial: Elcio Siqueira Cavalcanti

Contatos: Eliane Giacomett eliane.giacomett@arandaeditora.com.br Ivete Lobo ivete.lobo@arandaeditora.com.br

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ADMINISTRAÇÃO

Diretor Administrativo: Edgard Laureano da Cunha Jr.

PRODUÇÃO

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ELETRICIDADE MODERNA , revista brasileira de eletricidade e eletrônica, é uma publicação mensal da Aranda Editora Técnica e Cultural Ltda. Redação, publicidade, administração e correspondência: Alameda Olga, 315; 01155-900 São Paulo, SP - Brasil. TEL. + 55 (11) 3824-5300 em@arandaeditora.com.br | www.arandaeditora.com.br

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Petrobras vai instalar eólica offshore no RN

A Petrobras assinou memorando de intenções com o governo do Rio Grande do Norte para realizar estudos de viabilidade voltados à implantação de planta piloto de energia eólica offshore no estado. A expectativa é que o projeto comece a sair do papel ainda em 2024 e que tenha a operação iniciada até 2029.

Com a área de instalação, a capacidade de geração e o valor a ser investido ainda em avaliação, o projeto faz parte de estratégia da empresa no setor de energias renováveis. No Rio Grande do Norte, três dos 14 complexos eólicos offshore à espera de licenciamento do Ibama são da Petrobras.

Os projetos no Ibama foram cadastrados em setembro de 2023, com potência somada de 4,26 GW. O número corresponde a 16,23% do total previsto para o estado até agora no mar, uma soma de 25,46 GW, considerando o conjunto dos empreendimentos com processos de licenciamento abertos pelo setor.

Segundo a empresa, a ideia é a instalação de uma usina piloto, com um aerogerador, para testar as relações desses empreendimentos futuros com as comunidades e o meio ambiente. O investimento ainda contempla um laboratório e posto avançado da atividade de geração de energia eólica no mar, cuja meta é ajudar a fixar melhor conceitos de funcionamento das

em 2029

Corio e Prumo assinam MoU para desenvolver projetos eólicos offshore

A Corio Generation, do fundo australiano Macquarie Asset Management, assinou um memorando de entendimento (MoU, em inglês) com a desenvolvedora portuária brasileira Prumo para implantar parques eólicos offshore no Porto do Açu, norte do Rio de Janeiro.

A meta da Corio é desenvolver cinco parques eólicos offshore no Brasil, com total de 6 GW de potência instalada, e visa atender planejamento de expandir seu portfólio global hoje superior a 30 GW nas Américas, Ásia-Pacífico e Europa. Os locais para os parques eólicos de plataforma fixa no Brasil, cada um com cerca de 1,2 GW, foram registrados para pedido de licenciamento no Ibama nas áreas marítimas do Nordeste, Sudeste e Sul do país.

A expectativa da Corio, empresa fundada em 2023, é que o Porto do Açu, considerado o maior complexo portuário industrial privado e de águas profundas da América Latina, desempenhe papel central no apoio ao setor eólico offshore do Brasil em razão da sua localização e proximidade com os locais propostos para parques eólicos. O MoU fará com que as duas empresas explorem o uso do Porto do Açu como base estratégica para a implantação eólica offshore da Corio, envolvendo a potencial reserva de uma área dedicada para futura instalação, operação e manutenção de parques eólicos.

“Para apoiar a implantação de parques eólicos offshore no Brasil, é fundamental que tenhamos infraestrutura portuária para instalação, operação e manutenção de parques eólicos”, afirmou o CEO da Corio, Jonathan Cole. Ao todo, há 33 GW em projetos eólicos offshore em processo de licenciamento na costa do Porto do Açu, de vários empreendedores.

estruturas. A planta tem o objetivo de testar a prática da energia eólica offshore.

O memorando assinado com o governo prevê que a Petrobras disponibilize estudos sobre os possíveis impactos ambientais e sociais decorrentes do projeto piloto. O governo do Rio Grande do Norte ficará responsável por promover ações, como o alinhamento do projeto com programas e políticas estaduais, apoio a processos necessários para estudos e pesquisa no desenvolvimento e implantação do projeto, além de fomento a ações para melhoria da região onde a unidade piloto será implementada.

Baixo carbono – A Petrobras também assinou memorando de entendimento (MoU,

na sigla em inglês) com a japonesa Mitsui para avaliação, em caráter não vinculante, de oportunidades de negócios em baixo carbono no Brasil. A parceria visa avaliar oportunidades para produção de hidrogênio sustentável e seus derivados, utilização de biometano, e captura, transporte e armazenamento de CO2 (CCS). Segundo comunicado da Petrobras, o MoU está alinhado aos segmentos de atuação em baixo carbono priorizados no plano estratégico 2024-28+, que visam preparar a estatal para um futuro sustentável.

“O acordo busca identificar sinergias comuns em potenciais projetos em segmentos de baixo carbono no Brasil. Exploraremos também como estas sinergias podem abrir oportunidades comerciais no Japão, um dos maiores mercados potenciais para produtos renováveis”, disse o diretor de transição energética e sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim.

Cemig fará leilão de CGHs e PCH

A Cemig lançou edital de leilão de três centrais geradoras hidrelétricas e uma pequena central hidrelétrica (PCH), localizadas em Minas Gerais. Marcado para o dia 3 de julho, o certame em lote único terá valor mínimo de R$ 29,1 milhões. Parte da energia das usinas já está contratada por pelo menos 20 anos no sistema de cotas, o que segundo a Cemig agrega maior previsibilidade de receita aos investidores.

No Circuito 6 EM | Maio / Junho | 2024
Expectativa é iniciar implantação ainda neste ano e geração
Marcado para 3 de julho, certame terá lote único com valor mínimo de R$ 29,1 milhões

O leilão envolve as CGHs Marmelos, de 4 MW, em Juiz de Fora; Sinceridade, de 1,4 MW, em Manhuaçu; e Machado Mineiro, de 1,7 MW, em Águas Vermelha; e a PCH Martins, de 7,7 MW, em Uberlândia. As CGHs, pela legislação brasileira, têm até 5 MW de potência instalada, e as PCHs são aquelas acima desse limite até 30 MW. De acordo com o planejamento da Cemig, o leilão visa melhorar a eficiência operacional e a alocação de capital. “A orientação é de que os recursos humanos e financeiros sejam alocados prioritariamente em empreendimentos mais representativos para o parque gerador da companhia”, disse em comunicado o superintendente de desenvolvimento de negócios da Cemig, Robson Carminati. A descrição das unidades e demais informações relativas ao processo estão disponíveis no portal de compras da Cemig e podem ser acessadas por meio do link https://app-compras.cemig.com.br/pesq uisa/?idE=275a2bc4c5d95e9f0b1bc0e429 618a9f

White Martins vai construir unidade de H2V

A produtora de gases industriais White Martins divulgou que vai construir e operar eletrolisador alcalino para produzir hidrogênio verde no Brasil. A nova unidade, a segunda da empresa no país, terá sistema pressurizado de 5 MW e será construída ao lado da atual

Shell e parceiros vão pesquisar H2V para uso em transporte offshore

A Shell Brasil, em parceria com as empresas Ocyan e LZ Energia, iniciaram projeto de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) para explorar o potencial de uso do hidrogênio adicionado em motores de combustão interna de embarcações marítimas, como navio-sonda e navio-tanque. Serão investidos R$ 17,7 milhões em recursos da Shell, oriundos da cláusula obrigatória de PD&I da Agência Nacional de Petróleo (ANP). O projeto propõe um sistema inteligente de produção sob demanda de hidrogênio em operações offshore Uma vez que a injeção de hidrogênio esteja calibrada, espera-se reduzir em até 10% as emissões de gases de efeito estufa, além de uma queda nos custos operacionais. Caso o projeto evolua e a tecnologia seja aplicada em motores de sonda e navios-tanque, estima-se uma queda na emissão de 4,5 toneladas de gás carbônico por ano. O sistema inteligente, segundo comunicado da Shell, é capaz de coletar e interpretar dados dos motores continuamente e calcular a quantidade de hidrogênio a ser produzida e injetada. O método propõe a integração do hidrogênio com motores diesel existentes, dispensando modificações significativas na embarcação. A preocupação tem relação com o fato de que, ao se manter uma embarcação offshore funcionando em posicionamento dinâmico ou navegando pelo mar, seja requerido um consumo elevado de diesel. Segundo o diretor da LZ Energia, Igor Zornitta Zanella, o hidrogênio age como se fosse um catalisador. “A melhoria se dá pela otimização da queima do combustível. Adicionando pequenas doses de hidrogênio, a queima ocorre com menor atraso de ignição e de maneira mais homogê-

instalação de separação de gases em Jacareí, São Paulo.

A unidade será alimentada por energia de projetos locais das fontes solar e eólica, sendo que o hidrogênio verde gerado será certificado por empresa independente. A previsão é a de que a unidade comece a funcionar em 2025. Em 2022, a White Martins colocou em operação sua primeira planta de hidrogênio verde em Pernambuco, de 1,4 MW.

A nova planta em Jacareí fornecerá hidrogênio verde à fabricante de vidros Cebrace, também localizada na mesma cidade. O planejamento é a empresa receber o produto por meio de um gasoduto. Além do mercado do estado de São Paulo, a planta também atenderá à demanda por hidro-

Projeto de PD&I, no âmbito de programa da ANP, quer estudar potencial de adição do hidrogênio verde em motores de combustão de embarcações

nea, resultando em uma queima mais completa e abrangente. Aquelas frações, que costumavam escapar durante o processo em forma de emissões poluentes, passam a ser aproveitadas, fazendo com que seja necessário menos combustível para realizar o mesmo trabalho”, disse.

Segundo ele, a LZ Energia vem desde 2015 realizando estudos da tecnologia aplicada em motores de caminhões. Vários testes realizados em campo, em pistas de provas e em laboratórios com motores de pequeno porte aferiram redução de até 10% no consumo de diesel e nas emissões. Mais testes em laboratórios serão conduzidos em motor de grande porte para aprimorar e amadurecer a tecnologia até avaliação em operação offshore.

gênio verde de clientes atuais e novos da White Martins no Rio de Janeiro e em Minas Gerais em diversos setores industriais, incluindo metalurgia, alimentos e químico.

Auren Energia incorpora ativos da AES Brasil

A Auren Energia, joint-venture entre a Votorantim Energia e a CPP Investments, incorporou os ativos da AES Brasil. Segundo comunicado da empresa, a negociação a coloca como a terceira maior geradora de energia no país. A transação será ainda submetida

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A planta de 5 MW será em Jacareí (SP) e contemplará gasoduto para fornecimento à Cebrace, indústria de vidros

No Circuito

à aprovação da Aneel e do Cade - Conselho Administrativo de Defesa Econômica, com expectativa de conclusão no segundo semestre de 2024.

Combinadas, as duas operações reúnem 39 ativos operacionais e em construção. A receita líquida das duas empresas chegará a R$ 9,6 bilhões, aumento de 55% sobre o faturamento da Auren. O EBITDA ajustado da companhia passará do atual R$ 1,8 bilhão para R$ 3,5 bilhões. Os cálculos têm como base os números de 2023.

Os acionistas da AES Brasil terão três opções para a conclusão da transação: a conversão quase total de suas ações em papéis da empresa combinada, a conversão de suas ações em caixa e uma opção intermediária. A relação de troca equivale a 0,762 ação da AES Brasil para cada ação da Auren.

Se aprovada a negociação pelos órgãos de controle, a Auren terá capacidade total de 8,8 GW. Já em 2024, projetos em execução aumentarão a capacidade da companhia combinada em aproximadamente 700 MW. A AES Brasil tem 25 ativos de geração de energia instalados ou em implantação, com uma capacidade total de 5,2 GW. Em 2023, sua receita líquida foi de R$ 3,4 bilhões e seu EBITDA somou R$ 1,7 bilhão.

Além disso, com a transação a Auren passará a ter 4,1 GW médios de energia comercializados, por meio das operações de comercialização de energia das empresas, o equivalente a mais de 5% do consumo total do país. Seu parque gerador também ficará mais diversificado, com a distribuição de sua capacidade em geração hidrelétrica (54%), eólica (36%) e solar (10%).

UCB vai expandir produção de BESS em Extrema

A UCB Power, fabricante de sistemas de armazenamento de energia com baterias (BESS, em inglês), anunciou que vai expandir a produção de sua unidade de Extrema, em Minas Gerais. O investimento para a produção local dos sistemas, previsto até 2028, é de R$ 380 milhões e tem o apoio da Invest Minas, agência de promoção de investimentos do governo de Minas Gerais. Além disso, o governo mineiro vai apoiar o projeto com incentivos fiscais e financiamento de linhas de crédito.

A paranaense Copel fez operação teste de um sistema de armazenamento de baterias

(BESS, em inglês) para abastecer as instalações da companhia no bairro Atuba, em Curitiba. Instalado como uma microrrede isolada, o BESS forneceu energia ao local por duas horas.

Com 1 MW de potência, o sistema com baterias de lítio tem capacidade de armazenamento superior a 1 MWh. Segundo a empresa, isso é suficiente para abastecer 200 famílias por cerca de um dia sem necessidade de carregamento. Conectada à rede, sua principal contribuição será reforçar o sistema em momentos de maior demanda ou garantir o fornecimento em caso de desligamentos. Além disso, à noite, quando a demanda diminui, as baterias podem ser recarregadas com a energia da rede.

A meta é utilizar a tecnologia para atender clientes em redes com maior demanda ou que sofram interrupção no fornecimento de energia. A companhia agora vai preparar a estrutura para testá-la em uma subestação da região metropolitana de Curitiba. O sistema de armazenamento é composto por baterias de lítio, um conversor de energia, um transformador para elevar a tensão elétrica e dispositivos de conexão e proteção. A estação de armazenamento está instalada em duas carretas que podem ser transportadas para atender a população em qualquer localidade. O conjunto pesa 50 toneladas.

A iniciativa faz parte de um projeto de P&D Aneel que visa testar o funcionamento de quatro sistemas de armazenamento de grande porte em diferentes regiões do estado paranaense. Ao todo, a companhia está investindo R$ 34,6 milhões nas so-

O investimento será em duas etapas. Na primeira fase, prevista para o período de 2024/25, os recursos serão destinados à expansão da fábrica atual em Extrema, enquanto na segunda fase, projetada entre 2025/26, será alugado um terreno para comportar o salto de produção, naquela que será a terceira fábrica da companhia no Brasil. Além da fábrica mineira, a companhia tem outra em Manaus, no Amazonas, onde parte da fabricação será utilizada no dimensionamento das soluções de BESS.

“A fase inicial nos permitirá estabelecer operações essenciais e otimizar os processos finais. Assim, poderemos planejar o próximo passo na ampliação da capacidade produtiva”, disse o vice-presidente de negócios e inovação da UCB Power, Marcelo

Serão R$ 380 milhões para ampliar fabricação dos sistemas de armazenamento de energia com baterias

Rodrigues. Ele aponta que a primeira etapa tem ainda o propósito de validar a evolução e a reação do mercado a demanda pelos produtos.

“Acreditamos no mercado brasileiro e na evolução das demandas de armazenamento de energia em vários segmentos, de usinas fotovoltaicas às baterias automotivas”, completou o CEO da empresa, George Fernandes. O enfoque do investimento, segundo comunicado da empresa, visa ainda o ajuste da produção conforme a resposta do mercado, o que inclui aporte em laboratório de engenharia de produtos.

luções. Em Ipiranga, no centro-sul do estado, a empresa instalou dois sistemas de armazenamento na subestação do município. Cada um é formado por baterias de um modelo distinto. Um deles contém baterias de lítio, mesmo modelo das testadas em Curitiba. Ele tem 250 kW de capacidade e 1505 kWh de energia armazenada.

O outro sistema, também em Ipiranga, emprega baterias de fluxo, tecnologia que armazena energia em líquido e tem vida

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Copel testa sistema de armazenamento de 1 MW
O BESS ficou dois dias fornecendo energia para instalações da empresa paranaense de energia em Curitiba

A SOLUÇÃO COMPLETA

EM CONEXÕES PARA REDES AÉREAS DE DISTRIBUIÇÃO

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Conexão em iluminação pública Conexão de luminárias utilizadas em iluminação pública à rede de distribuição de energia elétrica.

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útil mais extensa, de cerca de 20 anos. Por sua durabilidade, pode ser uma solução para estações de armazenamento fixas. Ele tem 250 kW de potência e 1200 kWh de energia armazenada.

Já na vila de Faxinal do Céu, no centro do Estado, um conjunto de baterias com 250 kW de capacidade e 860 kWh de energia armazenada foi instalado junto a uma usina de geração solar fotovoltaica de 200 kWp. Por fim, na Ilha das Cobras, no litoral do Paraná, foi instalado outro sistema de armazenamento, com 75 kW de potência e 430 kWh de energia armazenada, também conectada a uma usina solar fotovoltaica com 71 painéis e 31 kWp de potência.

Sensor flutuante vai estudar ventos offshore

A Neoenergia instalou um sensor flutuante LiDAR (sigla em inglês para Light Detection and Ranging) para coletar dados das características do vento e do mar em área

do litoral norte do Rio de Janeiro. A iniciativa visa embasar estudos para implantação futura de parques eólicos offshore na costa fluminense.

Segundo a empresa, trata-se da primeira vez que uma companhia utiliza no Brasil um sistema com certificação internacional com classificação máxima de desempenho (nível três), o que deve permitir maior precisão e confiabilidade dos dados.

O LiDAR fica protegido dentro de uma boia com quase três metros de diâmetro. Entre outras funções, o sensor é capaz de medir remotamente, por feixes de laser, a velocidade e a direção do vento, a partir da movimentação de partículas do ar, em faixas que variam de 10 a 300 metros de altura.

Também é possível obter informações relacionadas a correntes marítimas, aspectos das ondas, temperatura da água do mar, pressão e umidade, entre outras referências. O conjunto de aparelhos tem quase

7,5 metros de altura, da base da quilha até a ponta da antena, e conta com módulos solares fotovoltaicos para permitir seu funcionamento.

A tecnologia permitirá que a empresa tenha acesso, via satélite, a relatórios específicos sobre as condições do vento e do mar da região, com dados transmitidos em tempo real pela internet.

Foram necessárias 10 horas para transportar o sensor flutuante do cais do Porto do Açu, no município de São João da Barra (RJ), até o local de instalação em alto mar, a cerca de 40 quilômetros da costa. A operação foi realizada pela Fugro BR, empresa especializada em serviços de medições de recursos eólicos e parâmetros do oceano.

A Neoenergia contou com o apoio logístico da Prumo Logística, holding controlada pela EIG e responsável pelo desenvolvimento do Porto do Açu, com a qual a companhia assinou memorando de entendimento (MoU, na sigla em inglês), em 2022, para pesquisas relacionadas a projetos de geração de energia eólica offshore na região.

A Neoenergia também assinou com o governo do Rio de Janeiro um outro MoU para o desenvolvimento de estudos que

No Circuito 10 EM | Maio / Junho | 2024
O sistema LiDAR vai coletar dados em área do litoral norte do Rio de Janeiro

incentivem a execução de projetos de geração de energia eólica offshore no litoral fluminense.

Chineses dominam mercado global de aerogeradores

Os fabricantes de turbinas eólicas bateram recorde em entrega de equipamentos em 2023, segundo relatório anual do Conselho Global de Energia Eólica (Gwec, na sigla em inglês). Foram instalados ao todo 23.833 aerogeradores em todo o mundo, o que dá um total de 120,7 GW de potência instalada.

De acordo com o estudo, o fornecimento recorde se deu pela atuação de um total de

Do total de 120,7 GW instalado em 2023, segundo levantamento do Gwec, chineses forneceram 81,6 GW

30 fabricantes, dos quais 19 são da região Ásia-Pacífico, 8 da Europa, 2 da América e 1 do Oriente Médio. O crescimento foi impulsionado principalmente pelas encomendas dos mercados domésticos dos fabricantes, com destaque China, EUA e Europa.

As empresas Vestas, Siemens Gamesa, Nordex Group, GE Vernova e Enercon continuam a ser os cinco principais fornecedores de turbinas na Europa. Globalmente, a Vestas caiu duas posições de 2022, ocupando agora o terceiro lugar. Mesmo

assim o grupo é considerado o mais diversificado geograficamente, atuando em 36 países.

Em instalações globais totais acumuladas, Vestas, Siemens Gamesa e GE Vernova são os três principais fornecedores mundiais de turbinas eólicas no final de 2023. Mas a chinesa Goldwind instalou 16,7 GW de capacidade no ano passado, sendo assim a maior fornecedora em 2023, seguida por outra chinesa, a Envision, que subiu três posições.

Outras duas chinesas, a Windey e a Mingyang, ocupam o quarto e quinto lugar, respectivamente, com a última sendo a líder em eólicas offshore. Juntos, os chineses instalaram 81,6 GW em 2023. Sany e Dongfang completam a presença chinesa no top 10. Ainda assim, 97% das instalações das empresas chinesas em 2023 estavam em seu mercado doméstico, o mesmo nível do ano anterior. Fora do mercado chinês,

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Imagem de www.slon.pics no Freepik

No Circuito

elas instalaram 2,3 GW, com 63% disso na região da Ásia.

“Os dados deste relatório pintam um quadro de uma indústria global que entrou em um período de crescimento acelerado. No entanto, esse crescimento está concentrado em mercados maduros, como China, EUA e Alemanha”, disse o CEO do Gwec, Ben Blackwell.

Statkraft

vai investir em usinas híbridas

A estatal norueguesa de energia Statkraft vai investir R$ 926 milhões para a implantação do complexo Sol de Brotas, no interior da Bahia, nos municípios de Brotas de Macaúbas, Uibaí e Ibipeba. O projeto vai transformar os dois empreendimentos eólicos já existentes na região, Ventos de Santa Eugênia e Morro do Cruzeiro, em complexos híbridos, com a inclusão da geração solar. Juntos, eles terão capacidade de 275 MW. Desenvolvido pela própria empresa, o projeto terá também sistema de armazenamento de energia com baterias (BESS, na sigla em inglês), que utilizará o mesmo ponto de conexão da eólica e solar. A previsão é que a construção do projeto híbrido em Morro do Cruzeiro comece no final de maio, com a mobilização do canteiro de obra. As obras começarão em junho, com previsão de conclusão para agosto de 2025. Já em Ventos de Santa Eugênia, a construção deve começar em julho, com previsão de término em novembro de 2025. Na fase da construção, a empresa prevê gerar 1,5 mil empregos.

Localizado em Uibaí e Ibipeba, na Bahia, o complexo eólico Ventos de Santa Eugênia é considerado o maior empreendimento eólico do grupo norueguês fora da Europa, com área de 489,18 hectares, onde estão localizados os 14 parques eólicos, totalizando 91 aerogeradores de 5,7

megawatts de potência cada. A produção de energia renovável deve atingir 2.300 GWh por ano, o suficiente para abastecer 1,17 milhão de residências brasileiras.

Já o Morro do Cruzeiro, ainda em construção, será composto por dois projetos eólicos, com 14 turbinas e capacidade instalada de 79,8 MW. Dadas as condições de vento na região, o complexo deve gerar 386 GWh por ano, o suficiente para abastecer mais de 190 mil residências.

Norte Energia desenvolve voadeira elétrica

Um tipo de embarcação utilizado por famílias e pescadores da região Amazônica, a voadeira, passou a ter uma versão elétrica. A iniciativa é da Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, e da Universidade Federal do Pará. A viagem inaugural da primeira voadeira elétrica ocorreu no dia 9 de maio em Altamira, no Pará.

O projeto contempla duas embarcações, batizadas de Poraquê I e II, em alusão ao peixe elétrico da região, e foi desenvolvido por especialista em engenharia naval da UFPA e pela área de sustentabilidade da Norte Energia. Os barcos têm duas medidas diferentes: um de 8 metros de comprimento e capacidade para transportar até seis pessoas e outro de 10 metros para conduzir até oito pessoas.

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Barcos elétricos contam com autonomia para 40 km de navegação

A velocidade média é de 27 km/h e sua autonomia é para 40 km, distância entre Altamira da Usina Pimental, que integra o Complexo Belo Monte. O protótipo Pora quê I está pronto para ser usado em ativi dades internas da empresa. Com a iniciati va, ao final de um mês a estimativa é que tenham deixado de ser consumidos cerca de 1400 litros de combustíveis fósseis. O protótipo Poraquê II ainda está em fase final de testes do motor.

As voadeiras são movidas por um con junto de dois motores de 20 HP cada e têm entre três e quatro baterias. O prin cipal desafio do projeto, segundo a Norte Energia, foi conciliar maior autonomia de viagem com baterias menores, mais leves e com menos tempo de recarga. Isso porque cada conjunto pesa em torno de 60 kg, o que ainda é considerado alto.

“Nesse primeiro momento estamos usan do baterias adquiridas no mercado chi nês, porém a Norte Energia decidiu que a tecnologia utilizada precisa ser nacional. Assim, já negociamos com empresa local para o fornecimento de baterias 100% na cionais e a próxima etapa é testá-las, no âmbito do projeto, quanto à eficiência e autonomia”, disse o consultor de assuntos socioambientais da Norte Energia, José Hilário Farina Portes.

A recarga das baterias será feita em dois postos, um no Porto dos Areeiros, em Alta mira, e o outro junto ao Sistema de Trans posição de Embarcações (STE), em Pimen tal. O tempo para carregar será entre duas e três horas. A energia será fornecida pela usina fotovoltaica de Altamira, construída pela Norte Energia, que investiu R$ 550 mil no projeto das voadeiras elétricas.

ISA Cteep usa

A transmissora ISA Cteep passou a realizar 100% de suas inspeções em torres apenas

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drones para inspeção
de torres

No Circuito

com drones. O marco atingido neste ano permite que os funcionários da empresa de energia não precisem mais escalar as cerca de 35 mil estruturas sob sua concessão em todo o país. A empresa investiu nos últimos cinco anos R$ 3 milhões na aquisição de mais de 115 equipamentos, para inspeção de ativos, faixas de servidão e subestações.

Como as tecnologias são equipadas com câmeras de alta resolução, capazes de capturar imagens sob a condução de um operador que fica em solo, a inspeção também deixou de ser realizada in loco, por meio de anotações escritas. Agora as análises são registradas com o suporte de um aplicativo na Central de Análise de Imagens Digitais (CAID) da ISA Cteep.

Segundo a empresa, a digitalização das inspeções aumentou a confiabilidade do processo, por conta da rastreabilidade por meio do registro de imagens. Melhorou também a segurança operacional, com a substituição da escalada em torres que têm de 20 a 100 metros de altura. Houve ainda ganho de eficiência, com a redução de 50% do tempo estimado para a tarefa.

Além disso, durante a inspeção de faixas de servidão, ainda de acordo com a ISA

Cteep, a tecnologia aumenta a precisão sobre a necessidade de podas de árvores próximas às linhas de transmissão, pois permite uma fotografia exata da interferência da alta vegetação nos ativos, o que pode ocasionar desligamento das linhas.

O sistema por drones também auxilia na construção de linhas de transmissão, pois os equipamentos são utili-

zados para o lançamento de cabos, o que reduz a necessidade de supressão de árvores e aprimora a análise de topografia para otimizar os traçados de novas linhas, evitando interferências na vegetação. Segundo a empresa, isso tem a vantagem de acelerar a etapa de licenciamento ambiental.

Notas

Luz para Todos – O programa federal de universalização da energia Luz Para Todos beneficiou 9.803 famílias com o serviço, de janeiro a março de 2024, em sete estados do país. Isso significa, segundo o MME, um total de 39,2 mil pessoas. O investimento foi de R$ 228,2 milhões. Segundo o governo federal, a maioria das ligações foi realizada em regiões remotas da Amazônia Legal, que representam 70,92% dos novos consumidores. O restante (29,08%) foi realizado em áreas rurais. O objetivo é atender 500 mil famílias até o fim de 2026. Nos estados do Amapá e Pará, as ligações foram feitas de forma remota, com a instalação de kits individuais de energia solar. Já no Acre, Bahia, Maranhão, Piauí e Rondônia, as comunidades foram beneficiadas com extensão de rede até as zonas rurais. A meta para 2024 é levar eletricidade a 75.723 famílias em todo o Brasil, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento. Em 2023, segundo o MME, os objetivos foram superados em 24%, com 64.592 unidades consumidoras beneficiadas.

Locação de BESS – A Tecnogera, empresa especializada no fornecimento de energia temporária, está locando um sistema

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Empresa de transmissão investiu R$ 3 milhões na aquisição de mais de 115 equipamentos

móvel de armazenamento de energia com baterias de lítio (BESS, na sigla em inglês) para uma unidade da rede RD Saúde, que engloba as marcas de farmácias Raia e Drogasil, localizada no bairro Jardim Paulista, em São Paulo. O equipamento é montado em caminhão e utiliza baterias de lítio reaproveitadas de outros equipamentos de mobilidade da Tecnogera, as plataformas elétricas para trabalho em altura. O apoio de geradores é para as lojas não sofrerem com desabastecimento de energia elétrica em caso de quedas de luz ou imprevistos causados por problemas climáticos. As baterias de lítio têm cerca de 5 a 10 anos, dependendo da forma de uso em aplicações de mobilidade, mas podem ser utilizadas para armazenamento de energia, o que resolve a questão de descarte da Tecnogera, cujo projeto visa substituir total ou parcialmente os geradores a diesel. O projeto de desenvolvimento

da solução levou um ano e consumiu R$ 1 milhão em investimentos. A meta da empresa é movimentar até R$ 5 milhões nos próximos 5 anos.

Selo verde de bioeletricidade – A Capitale Energia se tornou a primeira comercializadora de energia elétrica a conseguir o selo Energia Verde, do programa de certificação da bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia, a Unica, feito em parceria com a CCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. O certificado é concedido desde 2015 a usinas produtoras de bioeletricidade que cumprem quesitos ambientais e de eficiência energética, e para as comercializadoras e consumidores de energia que adquirem bioeletricidade dessas usinas no mercado livre. Segundo o gerente de bioeletricidade da Unica, Zilmar de Souza, a partir do momento em que a comercializadora obtém

o selo, os consumidores atendidos pela comercializadora também podem solicitá-lo, sem custo financeiro, desde que também se enquadrem nas diretrizes do programa. Um total de 47 usinas sucroenergéticas já detêm o certificado energia verde. Segundo Souza, ao longo de 2024, estima-se que essas usinas devam produzir quase 9 mil GWh, o suficiente para atender mais de 4 milhões de unidades consumidoras residenciais no ano.

Eletropostos – A Kinsol planeja inaugurar até o final de 2025 mil eletropostos ultrarrápidos, com investimentos previstos de R$ 150 milhões. O projeto visa melhorar a frota de estações de recarga e será implementado na capital paulista e na Grande São Paulo. Os serviços serão cobrados. A iniciativa conta com investidores, que deverão receber lucro de 1% a 6% de rentabilidade.

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EM Sintonia

Resíduos sólidos

A recuperação energética a partir de resíduos sólidos pode trazer ao mercado um custo adicional de 0,06% (maio de 2024), a ser considerado pelo Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares). O conceito é diminuir a dependência de aterros sanitários emissores de gases de efeito estufa em proporções grandiosas: 84 vezes mais do que as usinas de recuperação. O Planares quer vencer duas frentes: a discussão econômica de implantar as usinas de recuperação e a discussão da falta de vontade política. Outra meta é se incluir como vetor de saúde pública, além de política energética nacional.

Clima

Os modelos climáticos demandam constante atualização, porque o próprio planeta se mantém em mutação. O efeito estufa é conhecido desde o final do século XIX, mas os modelos climáticos de hoje parecem incompletos, embora abordem bem esse fenônemo. Ao mesmo tempo, porém, deixam de lado variações propiciadas pelas alterações solares e, principalmente, pelas prováveis mutações da temperatura do manto terrestre, mormente no assoalho dos oceanos. Esses tapetes contêm uma casquinha de alguns quilômetros de basalto sólido, cobrindo poucos quilômetros debaixo de sua formação registros de temperaturas de 800 graus centígrados.

Diversidade de fontes

Internamente na XP, circulam high e percepções colhidas junto ao almirante Bento Albuquerque, cujas visões incluem mais energia nuclear no País, mais eólica para produção de hidrogênio verde (inclusive no mar) e mais óleo e gás natural no médio prazo. Ele baliza seus prognósticos em diversidade de fontes e segurança na produção e no abastecimento. Analisa as possibilidades por área territorial e complexidades de cada uma.

Não obstante, Albuquerque observa que a produção de hidrogênio verde a partir de eó-

licas no mar surge num momento em que o Brasil não se preparou inteiramente para dar conta desse empreendimento.

A base estável nuclear terá papel essencial na expansão das intermitentes – solar e eólica –desenhadas desde já para o futuro. O Brasil tem forte experiência em gerir as usinas atômicas, riqueza de jazidas de urânio e tecnologias para seu enriquecimento condizente para a produção de energia.

A seu ver, até pelo menos 2040 não infletirá a demanda de óleo e gás, devendo o Brasil considerar essa configuração.

Metano

Instituiu-se o Diálogo União Europeia-Brasil para a redução da emissão do gás metano em suas respectivas áreas geográficas, num acordo assinado em São Paulo, no IFAT, encontro internacional de tecnologia ambiental em abril passado. O entendimento recobre a produção sustentável de biogás e de biometano, com foco nos tratamentos dos resíduos agrícolas e urbanos. O pano de fundo é o Acordo de Paris, no qual cada país subscrevente deve cumprir suas metas de redução na emissão de gases de efeito estufa.

Armazenamento de energia

O presidente da Associação Nordestina de Energia, Daniel Lima, recomenda o armazenamento de energia por baterias, essencial nos horários de pico, citando o sucesso na Califórnia, nos Estados Unidos. Lima lembra que, no dia 16 de abril de 2024, o sistema instalado na Califórnia forneceu mais de 6 GW durante horas da noite superando o gás natural, energia hídrica, nuclear e renováveis. Há cinco anos, o estado norte-americano contava com apenas 120 MW de armazenamento por baterias, sendo hoje a capacidade de 6,6 GW (5,2 GW em serviço público). Estão sendo comissionados outros 1,9 GW sob a meta de alcançar 52 GW até 2045.

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E X P O C E N TE R NO RT E, SÃO PAU LO, S P

A maior plataforma latino-americana para a nova realidade energética e de mobilidade

I N TERS O LA R SOUT H AMER I C A

A

maior feira & congresso da América Latina para o setor solar

A Intersolar South America é a maior feira & congresso da América Latina para o setor solar, enfocando os ramos de fotovoltaicos, produção FV e tecnologias termossolares. Simultaneamente, no Congresso Intersolar South America, especialistas renomados esclarecem assuntos atuais do setor Com vistas a alavancar o alto potencial de energia solar da América Latina, a Intersolar South America congrega fabricantes, fornecedoras, distribuidoras,

prestadoras de serviços e parceiras da indústria solar no esforço de criar um meio-ambiente mais limpo. A feira é a oportunidade ideal para discutir a situação atual e as tendências estratégicas dos mercados fotovoltaicos latino-americanos, bem como as inovações tecnológicas e as novas oportunidades de negócios. Com eventos distribuídos em quatro continentes, a Intersolar é mundialmente o principal ciclo de feiras e congressos para o setor solar

EE S SOUT H AMERIC A

O evento essencial para baterias e sistemas de armazenamento de energia na América Latina

A ees South America e o evento essencial para baterias e sistemas de armazenamento de energia na América Latina, enfocando soluções de armazenamento de energia para apoiar e complementar sistemas energéticos com número crescente de fontes renováveis de energia, e integrando prossumidores e veículos elétricos. A ees South America congrega investidores, concessionárias,

instaladoras, fabricantes e empreiteiras do mundo todo. A feira é a oportunidade ideal para discutir a situação atual e as tendências estratégicas dos mercados fotovoltaicos latino-americanos, bem como as inovações tecnológicas e as novas oportunidades de negócios. Juntamente com a ees Europe em Munique e a ees India em Gandhinagar, o ciclo de feiras ees está representado em três continentes.

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ELET R OT EC+E M-POWE R SOUT H AMERIC A

O evento de infraestrutura elétrica e gestão de energia

A Eletrotec+EM-Power South America é o evento de infraestrutura elétrica e gestão de energia, enfocando tanto tecnologias de distribuição de energia elétrica quanto serviços e soluções informáticas para gestão de energia aos níveis de rede, de serviços públicos e de edificações. A feira é voltada para

profissionais e empresas dos ramos de projeto, montagem e manutenção de infraestrutura elétrica atuando em geração distribuída a partir de fontes renováveis, redes de distribuição aérea e subterrânea, subestações transformadoras, iluminação pública, instalações industriais e prediais

POWE R2DRIV E SOUT H AMERIC A

A feira e congresso fundamental para infraestrutura de carregamento e eletro-mobilidade na América Latina

Em 2024, a Power2Drive South America fará sua estreia como a feira & congresso fundamental para infraestrutura de carregamento e eletromobilidade na América Latina, enfocando a relevância do carro elétrico na matriz energética e na sustentabilidade do transporte no futuro, e apresentando soluções inovadoras de carregamento, conceitos de bateria e modelos de negócios para uma eletromobilidade sustentável. A Power2Drive South America é o ponto de encontro ideal para

fabricantes, fornecedoras, instaladoras, distribuidoras, administradoras de frotas e de energia, fornecedoras e eletro-mobilidade e novas empresas. A feira é uma oportunidade para discutir a situação atual e as tendências estratégicas dos mercados fotovoltaicos latino-americanos, bem como as inovações tecnológicas e as novas oportunidades de negócios. Juntamente com a Power2Drive Europe em Munique e a Power2Drive India em Gandhinagar, o ciclo de feiras está representado em três continentes.

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Motores e controles

A importância de conhecer o comportamento da carga para a seleção do motor

Embora desenvolvido há mais de 130 anos, o motor elétrico de indução com rotor em gaiola é amplamente utilizado ainda hoje nos mais diversos acionamentos, tanto com velocidade constante quanto variável. Em um acionamento, o motor deve apresentar duas funções básicas:

1) Potência dinâmica ou de aceleração – é o valor necessário para acelerar a carga até a rotação nominal, partindo do repouso, num tempo inferior ao de rotor bloqueado; e

2) Potência nominal ou de regime – é o valor necessário para manter a carga funcionando em sua rotação nominal.

No entanto, para obtenção de um acionamento motriz confiável, de elevada eficiência energética e longa durabilidade, algumas informações devem estar disponíveis, sendo importante o conhecimento do comportamento da carga em várias condições de funcionamento e em diversas velocidades.

O fabricante do equipamento

A análise do comportamento de um motor elétrico somente por meio de medições de grandezas elétricas e com o uso de programas computacionais, sem o conhecimento do comportamento da carga acionada, pode trazer surpresas desagradáveis, principalmente em termos de investimentos desnecessários ou, no pior caso, o não atendimento às necessidades previstas, como mostra este estudo de caso.

a ser acionado é o responsável por fornecer essa informação, devendo efetuar ensaios para definição das curvas de desempenho, que relacionam diversas grandezas físicas importantes para a determinação do motor elétrico a ser utilizado, como potência mecânica, torque, rotação e outras, em função do tipo

e finalidade do equipamento.

A ausência dessas curvas pode levar a um sobredimensionamento desnecessário [1] ou, no pior caso, a um subdimensionamento, limitando o funcionamento do equipamento em suas condições previstas como nominais.

O presente estudo, efetuado em um motor de indução de 500 cv que aciona um ventilador centrífugo com velocidade variável, necessário a uma determinada aplicação industrial, comprovou a importância da utilização das curvas de desempenho dessa carga. Embora medições efetuadas no local constatassem reserva de potência suficiente para aumento da velocidade do motor, o estudo com as curvas de desempenho comprovou que na realidade o motor já estava operando em seu limite de potência.

O artigo apresenta também orientações sobre os cuidados no uso de programas disponíveis para essa finali-

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Arquivo

dade, principalmente quando o motor é acionado com velocidade variável e as medidas de corrente elétrica forem efetuadas antes do acionamento eletrônico.

Embora já apresentado em edições do ENIE - Encontro Nacional de Instalações Elétricas* o redimensionamento motriz, necessário em muitas aplicações industriais onde se constata um sobredimensionamento por vários motivos, informações sobre o comportamento da carga para obtenção de um sistema energeticamente eficiente, devem estar disponíveis [2, 3]. [*Nota do Editor: Hoje intitulado “Eletrotec+EM Power” e promovido pela revista Eletricidade Moderna, o congresso foi realizado com o título de ”ENIE” até a edição de 2018.]

Após a seleção do motor elétrico necessário ao acionamento, deve-se proceder ao estudo da sua proteção contra sobrecargas e curtos-circuitos, situações que poderiam reduzir a vida útil dos equipamentos e invalidar os resultados esperados [4].

Estudo de caso

Foi efetuada uma consulta sobre a necessidade de aumento da rotação de um ventilador centrífugo acionado por um motor de indução de 500 cv, 440 V, 60 Hz, corrente nominal de 593 A, fator de serviço 1,15, quatro polos, 1793 rpm e rendimento a plena carga de 0,95, modelo IR2, ano 2011. Tal procedimento tinha como objetivo o aumento da vazão e da sua pressão de ar, necessárias para um melhor aproveitamento do equipamento em atendimento a uma nova exigência do processo industrial.

Equipamento acionado

Em geral esses ventiladores centrífugos possuem uma curva típica de conjugado em função da rotação com forma parabólica (Cc = kn2). Sendo a potência igual

ao produto do conjugado pela rotação, resulta em P c = kn3 [5].

Como a potência necessária é proporcional à rotação elevada ao cubo, os equipamentos são muito utilizados com sistemas eletrônicos para variação de velocidade, pois a economia de energia elétrica obtida em rotações inferiores à nominal, normalmente necessárias para controle de processos industriais, é altamente significativa.

A figura 1 apresenta uma curva típica da forma da variação do conjugado e da potência em função da rotação, para esse tipo de equipamento.

Metodologia de análise

Medições de grandezas elétricas – Segundo o usuário, como o equipamento possui a possibilidade de variação de rotação por meio de um conversor eletrônico que altera a frequência da tensão de alimentação do motor, a menor tentativa de aumento da rotação provocava interrupção do seu funcionamento por motivo de sobrecarga. O valor da frequência ajustada é de 40 Hz, o que corresponde a uma rotação do campo girante igual a 1200 rpm.

Inicialmente, com objetivo de efetuar uma investigação do problema, solicitou-se ao usuário que informasse os valores das tensões de alimentação e as correntes nas várias fases solicitadas

pelo motor, nas condições atuais de operação.

Foi recomendada a utilização de equipamentos que medissem valor eficaz verdadeiro (true RMS), em função dos harmônicos de corrente gerados pelo conversor.

A tabela I apresenta os valores medidos em campo:

Tab. I – Valores de tensões e correntes medidas no local da instalação

Tensões de alimentação [V] Correntes antes do conversor [A]

Uab = 440 Ia = 466

Ubc = 441 Ib = 460

Uca = 441 Ic = 453

Analisando os valores medidos de corrente, o departamento de manutenção da empresa acreditou que o motor possuía condições de aumento da rotação, uma vez que sua corrente nominal é 593 A. No entanto, como já informado, o conversor interrompia o funcionamento do motor, indicando sobrecarga, o que gerou uma consulta sobre o que poderia estar ocasionando essa impossibilidade de aumento da rotação.

Sendo esse conversor de conjugado constante, independente da velocidade, a relação entre a tensão e a frequência de saída deve ser constante, para manutenção do fluxo magnético do motor. Dessa forma, embora não tenha sido medida, a corrente entre o conversor e o motor deve ser em torno de:

I’a = 460 x (60÷40) = 690 A

E a tensão deve ser:

U’ab = 440 x (40÷60) = 293,33 V

Com:

• Rotação do campo girante a 60 Hz = 1800 rpm;

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Fig. 1 – Curvas típicas de cargas centrífugas

Motores e controles

• Perda de rotação no eixo = 1800 –1793 = 7 rpm;

• Rotação do campo girante a 40 Hz = 1200 rpm;

• Rotação do eixo a 40 Hz = 1200 –7 = 1193 rpm.

Como esse motor possui um fator de serviço de 1,15, poderia, caso estivesse girando em sua rotação nominal, fornecer de forma contínua uma potência mecânica de:

1,15 x 500 = 575 cv (422,8 kW),

Porém, como está operando a 40Hz, a potência disponível no eixo é igual a:

575 x (1193÷1793) = 382,58 cv (281,30 kW)

O valor da potência elétrica para atender a essa solicitação, considerando o rendimento informado pelo fabricante do motor (0,95) e o rendimento do conversor (0,95), é:

281,30 ÷(0,95 x 0,95) = 311,69 kW

O valor aproximado da corrente elétrica para fornecer essa potência, considerando o fator de potência antes do conversor igual a 0,9, é:

Ia = 311690 ÷ (√3 x 440 x 0,9) = 454,42 A

Portanto, conclui-se que os valores das correntes medidas antes do conversor estão corretos e o motor já está operando em seu limite de potência, considerando seu fator de serviço.

A análise apresentada pela medição das correntes comprova a impossibilidade de aumento da rotação, onde haveria uma maior solicitação de potência do motor elétrico [6].

Para maior entendimento das grandezas elétricas presentes em um conversor que produz a alteração do valor da frequência da tensão de alimentação para modificação da rotação de um motor de indução, apresenta-se aqui a figura 2, obtida por meio de um estudo experimental:

Observando essa figura, pode-se concluir:

a) A tensão de entrada é a tensão da rede, considerada sem harmônicos, mas a corrente possui harmônicos de 5a, 7a, 11a e 13a ordens;

b) Abaixo de 60 Hz, a tensão de saída é menor que a tensão de entrada e, portanto, a corrente de saída tem de superior que à de entrada para fornecer a potência necessária. Entre o conversor e o motor, existem poucos harmônicos de corrente, mas há harmônicos de tensão de várias ordens.

Os programas atuais para análise do funcionamento de motores elétricos, seja por medições de potência, corrente

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Fig. 2 – Formas de onda e harmônicos de tensão e de corrente, presentes em um conversor de frequência Fig. 3 – Curvas de desempenho do ventilador, enviadas pelo fabricante do equipamento

Motores e controles

ou rotação, baseados em informações dos fabricantes, consideram somente funcionamento em condições nominais, o que não acontece quando o motor é alimentado por meio de um conversor, onde essas grandezas são alteradas para obtenção da variação de rotação.

Como os simuladores disponíveis não consideram esta situação, os resultados informados não são reais.

Análise pelas curvas de desempenho do ventilador – Como forma de comprovação da situação apresentada pelas medições de corrente, e de convencimento do cliente sobre a impossibilidade de aumento de rotação, foram solicitadas as curvas de desempenho do ventilador, fornecidas pelo fabricante.

A figura 3 apresenta a família de curvas que relacionam diversas grandezas físicas em função da vazão. O sistema atualmente está operando com vazão de 50 m3/ s:

No caso em estudo, a potência mecânica foi a grandeza utilizada para a análise do aumento de rotação. A figura 4 apresenta os valores de vazão, pressão estática, rotação e potência mecânica requerida, grandezas estas importantes para a análise em questão.

Como o conversor está parametrizado para 40 Hz, a rotação do eixo é de 1193 rpm. Mas a informação na tabela se refere a 1267 rpm, portanto deve-se corrigir o valor da potência requerida, 289,8 kW = 394,12 cv:

394,12 x (1193÷1267) = 371,10 cv (272,87 kW)

Sendo a potência nominal do motor igual a 500 cv, considerando o fator de serviço igual a 1,15 e corrigindo a potência disponível para 1193 rpm, tem-se:

500 x 1,15 (1193÷1793) = 382,59 cv (281,31 kW)

Portanto, a análise pelas curvas de desempenho do fabricante comprova a impossibilidade de aumento de rotação do ventilador.

Pode-se observar pelas curvas que, estando o sistema operando a uma vazão de 50 m3/s, qualquer aumento na vazão ou na pressão corresponde a um aumento da potência mecânica requerida pelo ventilador.

Verificação das condições de ventilação do motor – Como o motor é do tipo autoventilado e estando operando abaixo da sua rotação nominal, deve-se verificar se poderá ser utilizado com sua potência nominal em função da redução da ventilação. A figura 5 apresenta as informações do fabricante do motor para acionamento com fluxo constante (V/Hz = cte.) [7].

A relação entre a frequência de operação e a nominal é igual a (40/60), 0,66, e sendo a isolação classe F, o motor só poderá ser utilizado com 97% da sua potência nominal, o que agrava ainda mais a situação apresentada.

Classe B To rque (p.u.)

Considerando a perda de torque em função da redução de ventilação devido à diminuição da rotação do motor, calcula-se a potência disponível no eixo:

0,97 x 382,59 = 371,11 cv,

valor que também, pela análise das curvas de desempenho, confirma a impossibilidade de aumento de potência mecânica, pelo aumento da rotação do motor.

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Fig. 4 – Valores de pressão, rotação e potência mecânica requerida para a vazão de 50 m3/s Classe F
f/fn – frequência
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,05 1,00 0,95 0,90 0,80 0,85 0,75 0,70 0,65 0,60 0,55 0,50
(p.u.)
Fig. 5 – Redução de potência em casos de rotação abaixo da nominal

Conclusões

O estudo de caso apresentado demonstrou a importância da análise das condições de operação de um motor elétrico juntamente com as curvas de desempenho do equipamento que irá acionar.

Infelizmente, na maioria dos casos o fabricante do equipamento não efetua ensaios para determinação de um motor adequado considerando seu desempenho inicial, o que torna difícil analisar as necessidades que surgem durante a vida do equipamento, como, por exemplo, aumentos de torque ou de rotação em função de alterações do processo produtivo.

O caso apresentado provou que, na menor rotação prevista, o motor foi dimensionado no limite de sua potência, inviabilizando qualquer possibilidade de aumento de rotação para atendimento a novas condições de trabalho.

Medições de corrente efetuadas antes do conversor de frequência induziram a enganos, pois na realidade o motor estava operando com tensões e frequência diferentes dos valores nominais especificados em sua placa de identificação.

REFERÊNCIAS

[1] Ramos, M.C.E.S.; Ramos M.C.G.; Burani, G.F.; Tatizawa, H.: Redimensionamento de Motores em Acionamentos Industriais. Revista Eletricidade Moderna. jun. 2011; No 447, Aranda Editora. p. 54-62.

[2] Ramos. M.C.G.; Junior. A.A.P.: Aspectos Relacionados à Qualidade da Energia na Indústria Têxtil: estudo de caso. Revista Eletricidade Moderna. jun. 2004; No 363.Aranda Editora. p.54-67.

[3] Ramos, M.C.G.: Cuidados com os Acionamentos Industriais. Revista “’Lumière Electric”. mai. 2013. Editora Lumière. p. 60- 68.

[4] Ramos.M.C.G.; Ramos M.C.E.S.: Proteção de Motores Elétricos de Indução contra Sobrecargas e Curtos-circuitos. Revista Eletricidade Moderna. fev. 2014. No 479. Aranda Editora. p. 118-129.

[5] Lobosco, O.S.; Dias, J.L.P.C.: Seleção e Aplicação de Motores Elétricos. McGraw-Hill. São Paulo. SP. 1988

[6] Ramos, M.C.E.S.; Ramos, M.C.G.: Metodologia para Avaliação de Motores de Indução Trifásicos. Revista Eletricidade Moderna. abr. 2009. No 421. Aranda Editora. p. 108-123.

[7] WEG Equipamentos Elétricos: Motores Elétricos. 2009. p. D49.

Trabalho apresentado no congresso Eletrotec+EM Power 2023 (Aranda Eventos/SPI/FMMI), realizado em 29 a 31 de agosto de 2023 em São Paulo, SP, publicado em EM sob autorização do autor e da coordenação do congresso.

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Acessórios para fios e cabos elétricos

Empresa – Telefone e-mail Fabricante / País de origem

3M – 0800 013 23 33 lpereira2@mmm.com

Accesso Infra – (11) 98890-2938 atendimento@accessoinfra.com.br Richards / EUA

Eaton – 0800 00 32866 comercialcps@eaton.com

Elesys – (11) 3437-8255 vendas@elesys.com.br

Enercom – (11) 2919-0911 vendas@enercom.com.br Chardon / China

Exporter – (41) 99971-2642 luizcarlos@g20brasil.com.br China

Fastweld – (11) 2421-2423 rinaldo@fastweld.com.br

J. Demito – (11) 3459-4744 jorge@jdemitoeletrica.com.br

Kit Acessórios – (21) 98114-1538 vendas@kitacessorios.com.br

KRJ – (11) 2971-2300 comercial@krj.combr

LCI Brasil – (11) 3624-3363 vendas@lci-brasil.com

MCI Metalúrgica – (16) 98188-0093 comercial@mcimetalurgica.com.br

Metalmatrix – (54) 3028-5266 marketing@metalmatrix.com.br

New Sun, Pflitsch, Koz / Alemanha, China, Holanda

Da Redação de EM

Acessórios para cabos são responsáveis por estabelecer e manter conexões seguras entre condutores elétricos, e entre condutores e equipamentos, provendo qualidade e segurança às instalações. Este guia de EM descreve a oferta de diversas empresas em relação a conectores, terminais de diversos tipos e finalidades, além de fitas isolantes, prensa-cabos, acessórios desconectáveis e outros itens.

Conectores isolados Terminais pré-isolados Terminais comuns Terminais para subestação Terminações e emendas (kit) Fitas isolantes Prensacabos Material para redes subterrâneas Para emenda Para derivação Réguas de bornes Fotovoltaicos Plugues multipolares Genéricos Olhal Garfo Pino Tubular De pressão De compressão Parafuso-fendido Luvas Cabo-barra Tubo-barra Cabo-cabo Tubo-tubo Emendas Contráteis a frio Termocontráteis Até 1 kv Até 35 kv Até 72 kv De uso geral De autofusão Líquidas Metálicos Poliméricos Sistemas desconectáveis Abraçadeiras de amarração Identificadores para cabos

26 EM | Maio / Junho | 2024 Guia – 1
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Empresa – Telefone e-mail

/ País de origem

Prysmian Group – (11) 97656-7391 marcondes.takeda@prysmiangroup.com

Sindal – (11) 3326-3144 sindal@sindal.com.br

Termotécnica – (11) 5197-4000 coordenacao.mkt@tel.com.br

Weidmüller Conexel – (11) 97118-7060 felipe.oliveira@weidmueller.com

Wetzel – (47) 3451-8500 comercial@wetzel.com.br

Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 186 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Eletricidade Moderna, maio / junho de 2024. Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/em e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.

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Conectores isolados Terminais pré-isolados Terminais comuns Terminais para subestação Terminações e emendas (kit) Fitas isolantes Prensacabos Material para redes subterrâneas Para emenda Para derivação Réguas de bornes Fotovoltaicos Plugues multipolares Genéricos Olhal Garfo Pino Tubular De pressão De compressão Parafuso-fendido Luvas Cabo-barra Tubo-barra Cabo-cabo Tubo-tubo Emendas Contráteis a frio Termocontráteis Até 1 kv Até 35 kv Até 72 kv De uso geral De autofusão Líquidas Metálicos Poliméricos Sistemas desconectáveis Abraçadeiras de amarração Identificadores para cabos
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PCIC Brasil foca em instalações elétricas nas áreas de óleo de gás

Com o objetivo de promover o intercâmbio de experiências sobre tecnologias de sistemas elétricos e destacar a maturidade do know-how da engenharia elétrica do Brasil, ocorreu no Rio de Janeiro a edição brasileira do PCIC - Petroleum and Chemical Industry Conference . O evento é dedicado exclusivamente a soluções e estudos de casos sobre sistemas e equipamentos elétricos nas indústrias de pétroleo, gás e petroquímica. A seguir, os principais temas debatidos.

De 16 a 18 de abril, o Rio de Janeiro, RJ, sediou o VI PCIC - Petroleum and Chemical Industry Conference Brasil. Organizado pelo IEEE Conselho Brasil, o evento é uma edição brasileira do congresso realizado anualmente na América do Norte pelo IEEE, desde 1954, dedicado exclusivamente às tecnologias e soluções de engenharia elétrica aplicadas aos segmentos industriais de petróleo, química e gás. De acordo com os organizadores do

evento no Brasil, a realização da edição nacional justifica-se pela importância desses segmentos para o desenvolvimento do País, e visa promover o debate das soluções nos sistemas elétricos dessas indústrias, que possuem elevados requisitos técnicos, além de mostrar o estado-da-arte das tecnologias de sistemas elétricos, instrumentação, digitalização e automação aplicadas nos segmentos industriais de petróleo, química, petroquímica, biocombus-

tíveis e gás, divulgando o know-how brasileiro. “As especificações técnicas dos equipamentos elétricos destinados a este segmento são especiais, visando elevada durabilidade e alta continuidade operacional. Considerando que as características das instalações neste segmento — como por exemplo, áreas classificadas, a presença de vapores corrosivos, a proximidade de processos com altas temperaturas, entre outros —, exigem soluções diferenciadas, o PCIC Brasil é o fórum para troca de experiências por profissionais das principais empresas destes segmentos”, afirma Estelito Rangel Jr., coordenador geral da Comissão Organizadora do IEEE PCIC Brasil.

Voltado a profissionais das áreas de eletricidade, instrumentação e automação, que atuam em projetos, compras, montagens, comissionamento, operação e manutenção desses segmentos industriais, o evento tem o objetivo de permitir a atualização técnica desses trabalhadores, bem como abrir caminho aos interessados em ingressar nesses ramos, fornecendo conhecimento sobre suas principais necessidades e soluções. Outra meta do evento é promover a integração entre a academia e a indústria, incluindo na

28 EM | Maio / Junho | 2024 Conferência

Conferência

programação trabalhos técnicos de profissionais e docentes de universidades brasileiras.

Programação

A abertura do evento foi feita pelo representante da Seção Rio de Janeiro do IEEE, professor Walter Suemitsu, e pelo Coordenador Geral do PCIC Brasil, Estellito Rangel Junior. A programação contou com 24 trabalhos técnicos, e com a participação de conferencistas do Brasil e Canadá. Entre os temas abordados estavam: problemas com grandes motores acionados por conversores de frequência; digitalização de sistemas; novos requisitos para instalações elétricas em áreas classificadas; distorção harmônica e suas consequências aos equipamentos; análise preditiva de falhas em máquinas elétricas; inspeção termográfica em componentes críticos; sistemas de predição de falhas em motores de grande porte; NR-10 aplicada aos setores petroquímico e offshore, etc.

Também foram realizados dois tutoriais, de quatro horas cada um, que abordaram a segurança cibernética em sistemas industriais, realizado pela Westcon, e o presente e o futuro da tecnologia de conjuntos de manobra e controle de média tensão, promovido pela Schneider Electric.

Além da apresentação dos trabalhos técnicos, esta edição do PCI contou com quatro trabalhos convidados:

• O nline estimation of stator resistance induction machine using the zero-sequence component of the stator current, de Lorrane P.do Carmo, Marcelo Stopa (Cefet-MG), Allan F.Cupertino e Alex-Sander A.Luiz (trabalho apresentado no PCIC EUA, New Orleans 2023);

• Advanced cooling solutions for VFD’s in challenging environments: enhancing reliability in oil and gas applications with arc- proof resistance design, de Elvis A.B.Dorr (Weg), Joable A.Alves (Weg) e Allan D.Maffezzolli (Weg) (trabalho apresentado no PCIC EUA, New Orleans 2023);

• Electric power system topology for high capacity all-electric FPSO, de Gabriel Mafra, Flavius Bezerra, Rodrigo Souza, João de Castro Jr., Carlos Cavaliere, Welton Verly, Felipe Guimarães e Gustavo Reggiani (trabalho apresentado no PCIC Europa, Milão 2023); e

• Análise de um banco de dados de descarga parcial para determinar quando a manutenção do isolamento do enrolamento do estator é necessária , de S.Gaidhu (Iris Power, Canadá), C. Fitzpatrick (Parkland Refining, Canadá), V. Warren (consultor, USA) e

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Greg Stone (consultor, Canadá) (trabalho apresentado no PCIC EUA, New Orleans 2023, e eleito como o melhor trabalho do congresso, e que receberá seu prêmio no PCIC 2024, em Orlando, EUA).

Tecnologia

Um dos destaques desta sexta edição do PCIC Brasil, foi o tema “avaliação de isolamento de máquinas elétricas”, que despertou grande interesse dos participantes. Atualmente, a tecnologia permite verificar, inclusive remotamente, a condição do isolamento de um motor ou gerador elétrico, em tensões acima de 1000 V e instalados em áreas classificadas.

Outro assunto que contou com vários trabalhos foi a “integração dos sistemas elétricos de plataformas de petróleo offshore com o sistema elétrico onshore”, dentro das premissas de transição energética, envolvendo inclusive a participação de fontes alternativas de energia, como a eólica.

Temas mais tradicionais, como a proteção de grandes motores de indução e estudos de energia incidente em faltas a arco, também tiveram grande audiência.

Futuro

Houve ainda uma sessão dedicada às “Tendências tecnológicas”, onde foi debatido o resfriamento de grandes conversores de frequência com proteção contra arcos elétricos. “Os conversores são muito utilizados no comando dos motores elétricos, vitais no segmento petróleo e gás, pois a parada de um sistema causa uma grande perda financeira. Desta forma, o desafio é ter a máxima produtividade, com um mínimo de paradas, e ao mesmo tempo promover a adequada proteção aos equipamentos”, explica Rangel Jr..

VII PCIC

A próxima edição do PCIC Brasil será realizada em 2026, juntamente com as comemorações de 20 anos do comitê brasileiro do PCIC. Com o reaquecimento do setor petróleo, a expectativa é de ampliar o número de participantes. Mais informações podem ser obtidas no site do evento: https://ieee. org.br/pcicbr. Vale lembrar que de 16 a 18 de setembro acontecerá em Orlando, Flórida, a PCIC 2024 - IEEE IAS Petroleum and Chemical Industry Technical Conference. Inscrições estão disponíveis em https://ieeepcic.com.

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Acidentes

Riscos elétricos nos ambientes residenciais e comerciais brasileiros

Edson Martinho e

Ana Carolina Brandão Gontijo – Abracopel; Danilo Ferreira de Souza – Abracopel e Universidade Federal do Mato Grosso

Cerca de 35% dos acidentes com choques elétricos e 60% de incêndios gerados por sobrecargas ocorrem em ambientes residenciais, como têm demonstrado os levantamentos da Abracopel. Uma pesquisa realizada em 2017 pela entidade, em parceria com o Instituto Brasileiro do Cobre, analisou 1100 residências em todo o Brasil e constatou que apenas 21% delas tinham instalados dispositivos de proteção a corrente diferencial-residual (DR), que em aproximadamente 50% não havia o condutor de proteção, e que grande parte das casas antigas (com mais de 20 anos) nunca foram submetidas a uma reforma da instalação elétrica. Outro problema identificado na pesquisa: os acidentes acontecem em decorrência do pouco conhecimento e da contratação de profissionais desqualificados, bem como da compra de produtos de má qualidade. Diante desse cenário, analisam-se aqui as causas dos principais acidentes de origem elétrica no Brasil e apresentamse diretrizes para reduzi-los..

Certificação de instalações e pesquisas sobre acidentes

O debate em torno da certificação das instalações elétricas é pauta em todos

Com base em pesquisas realizadas pela Abracopel - Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade, aqui se apresentam estatísticas de acidentes com choques elétricos e incêndios de origem elétrica em residências e comércios, bem como as ações de conscientização e capacitação, realizadas pela entidade e parceiros, em prol da melhoria do quadro de precariedade constatado.

os seminários e discussões técnicas, incluindo conversas de mesa de bar. Uma tentativa de regulamentar essa certificação foi iniciada em meados de 2010 com a criação da Certiel Brasil - Associação Brasileira de Certificação de Instalações Elétricas [1], entidade que durante alguns anos pleiteou ao Inmetro - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia a instituição dessa regulamentação. Tais esforços culminaram na publicação da portaria número 51 do Inmetro (Requisitos de avaliação da conformidade para instalações elétricas de baixa tensão [2]), de 28 de janeiro de 2014, que definiu as regras para a cer-

tificação voluntária das instalações. A partir daí, várias entidades, incluindo a Abracopel, passaram a acompanhar o assunto, porém as ações não evoluíram justamente devido ao caráter voluntário de sua aplicação no Brasil. Assim, a certificação das instalações elétricas não funcionou e a Certiel veio a encerrar suas atividades. Dentro deste mesmo cenário, e buscando a conscientização para os perigos da eletricidade, a Abracopel começou a coletar e tratar dados de acidentes de origem elétrica e em 2017 publicou, em versão impressa, o primeiro “Anuário Estatístico Abracopel de Acidentes de Origem Elétrica do

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Wiroje

Brasil”, que incluía informações relativas aos anos de 2013 a 2017. Atualmente, com dados de 11 anos já publicados, a Abracopel já contribuiu e continua contribuindo para direcionar ações de inúmeras entidades e empresas no sentido de reduzir os acidentes de origem elétrica. Com o extinto Procobre, a entidade realizou em 2017 uma pesquisa sobre a situação das instalações elétricas residenciais, e em 2018 publicou o “Raio X das Instalações Elétricas Residenciais Brasileiras” [3].

Essas informações embasaram atividades da Abracopel para, em parceria com várias entidades e sob patrocínio de entidades e empresas preocupadas com a segurança com a eletricidade, reduzir os números de acidentes, sobretudo fatais, tendo como público a população brasileira em geral, sejam leigos no tema ou mesmo profissionais de eletricidade. E em 2022 foram realizadas as coletas de dados para compreender a situação das instalações elétricas comerciais, tendo como resultado as publicação do “RaioX das Instalações Elétricas Comerciais Brasileiras” [4].

Estatísticas de acidentes com eletricidade

Os acidentes de origem elétrica constituem uma preocupação desde o final do

século 19, quando a eletricidade começou a ser usada em todos os setores da economia, como se pode constatar pela curiosa imagem do final dos anos 1800 reproduzida aqui (figura 1). Essa figura é da revista satírica “Judge”, publicada em 1889 na cidade de Nova York, que fazia uma crítica à morte de um funcionário da Western Union após encostar nos fios de um poste no centro de Nova York .

Desde então, os acidentes vêm acontecendo de forma sistemática e aumen-

tando a cada ano. A Abracopel publicou no dia 3 de abril último a versão 2024 do “Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica”, no qual consta para o ano de 2023 o registro de 2089 acidentes de origem elétrica, sendo 781 (37%) deles fatais, conforme mostra a figura 2.

A Abracopel divide os acidentes de origem elétrica em três categorias: choques e arcos elétricos; incêndios gerados por sobrecarga e curto-circuito; e descargas atmosféricas que causam perdas patrimoniais e perdas de vidas.

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Fig. 1 – Ilustração representando a eletrocussão de John Feeks em Nova York, em 1889 [5] Fig. 2 – Total de acidentes de origem elétrica em 2023 Fig. 3 – Acidentes totais e fatais com choque elétrico vs. locais de ocorrência em 2023

Acidentes

Quando se avaliaram os dados dos locais onde ocorreram os acidentes por choque elétrico, constatou-se que nos ambientes residenciais aconteceram 27,8% deles, e nos ambientes comerciais 5,1%, como pode ser visto na figura 3.

Entretanto, quando o assunto é incêndio, a participação desses locais aumenta significativamente, com 49% dos casos ocorrendo em ambientes residenciais e cerca de 20% em ambientes comerciais, como lojas, shopping centers, escolas, hospitais e outros (figura 4).

Estes são indícios claros da necessidade de se trabalhar para mudar a cultura referente aos cuidados com a segurança envolvendo eletricidade. Segundo o “Raio X das Instalações Elétricas Residenciais Brasileiras” [3], somente 21% das residências contam com DR (dispositivo de proteção a corrente diferencialresidual) instalado (figura 5).

As figuras 5, 6 e 7 comprovam que as instalações não atendem nem parcialmente as normas. A pesquisa foi realizada em 2017, quando as instalações das edificações deveriam estar de acordo

Fig. 4 – Incêndios de origem elétrica vs. local de ocorrência em 2023

com a norma ABNT NBR 5410:2004 –Instalações Elétricas de Baixa Tensão –versão corrigida, 2008 [7], a qual determina a instalação de DR e dispositivos de proteção contra surtos (DPS) em todas as edificações acessadas por usuá-

rios sem conhecimentos específicos em instalações elétricas.

De acordo com o “Raio X das Instalações Elétricas Residenciais Brasileiras” [3], 79% das residências não possuem

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o DR (figura 5) e a maioria das mortes por choque elétrico (~50%) ocorre no ambiente residencial. Tem-se aí, basicamente, o diagnóstico principal da causa dos acidentes internos às residências.

Outro grande desafio nas instalações elétricas residenciais e comerciais é representado pelo uso disseminado de adaptadores T (benjamins) e extensões. A figura 6 apresenta os dados coletados pelo “Raio X” das instalações residenciais, com os quais é possível correlacionar o número de incêndios por sobrecarga e curto-circuito em ambientes residenciais (figura 4) e o uso dos adaptadores e benjamins, dispositivos que podem ser motivo de perdas patrimoniais e de vidas.

De acordo com a figura 6, 46% das residências brasileiras nunca reformaram a instalação elétrica. A esse respeito, ressalta-se que já existe consenso formado

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Acidentes

entre os profissionais do setor de instalações de que a instalação deve ser passar por inspeção periódica.

Atuação da Abracopel

Avaliando os dados aqui apresentados, observa-se que há uma carência muito

No “Raio X das Instalações Elétricas Comerciais Brasileiras” [4], publicado em agosto de 2022, consta que a ausência de DR e DPS chega a quase 60% (figuras 8 e 9, pág. 38). Já o uso de benjamins acontece em quase 40% dessas instalações, e a presença de extensões é verificada em 30% de forma permanente e em 26% de forma temporária, conforme mostram as figuras 10 e 11 (pág. 38).

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Fig. 6 – Uso de benjamins e extensões em residências Fig. 7 – Reforma das instalações elétricas residenciais

grande quando o assunto é instalações elétricas residenciais e comerciais, com relação à qualidade da instalação e qualidade dos profissionais. A Abracopel tem realizado uma série de atividades, alinhadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU, buscando capacitar os profissionais ligados à eletricidade. As ações abrangem o projeto “Eletricista Consciente e Seguro”, com seminários técnicos presenciais e virtuais, além da criação de conteúdos como e-books, vídeos e minicursos EaD, e o projeto “Universidade Abracopel”, que oferece acesso a vários conteúdos a todos os profissionais. Há ainda o projeto “Abracopel no Lar”, que visa a comunicação objetiva e com linguagem acessível com toda a população brasileira, com vistas à conscientização, e o “Concurso Nacional Abracopel de Redação, Desenho e Vídeo”, que incentiva crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos a desenvolverem o tema “Segurança com Eletricidade” na sala de aula. Dessa forma, não só o estudante mas também a comunidade no seu entorno multiplicará o que foi aprendido estima-se que cada aluno conscientizado atinja, no mínimo, seis pessoas no seu entorno, que são sensibilizadas pelas informações a respeito da segurança com eletricidade. Outro projeto é o “Prêmio Abracopel Nacional de Jornalismo”, que há mais de 16 anos premia profissionais de mídia que multiplicam as boas práticas da segurança com eletricidade [veja matéria sobre a edição deste ano do prêmio na página 44 desta edição]

Não menos importantes são as parcerias que ajudam a ampliar o trabalho necessário. Uma delas é com a Qualifio - Associação Brasileira pela Qualidade dos Fios e Cabos Elétricos e o Sindicel - Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos, Trefilação e Laminação de Metais Não-Ferrosos do Estado de São Paulo, que atuam com foco no combate à pirataria de fios e cabos. Nessa parceria, a Abracopel desenvolve e leva a profissionais e não profissionais informações so-

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Acidentes

8 – Uso de DR nas instalações elétricas comerciais

Fig. 9 – Uso de DPS nas instalações elétricas comerciais

Fig. 10 – Uso de benjamins nas instalações elétricas comerciais Fig. 11 – Uso de extensões em instalações elétricas comerciais

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Fig.

bre os riscos da aquisição de condutores de má qualidade. A Qualifio regularmente realiza testes em cabos elétricos de baixa tensão disponíveis no mercado e publica os resultados. Conforme suas publicações, aproximadamente 70% dos condutores ensaiados apresentam anomalias [8, 9], as quais podem ser causa de parte dos incêndios detectados pelas pesquisas da Abracopel.

Conclusão

Diante do exposto aqui, conclui-se que as instalações elétricas do País estão muito aquém do que é minimamente aceito como seguro, e as causas estão ligadas à cultura de não contratação de profissionais qualificados, capacitados e atualizados para o projeto, execução ou manutenção das instalações, e também à aquisição de produtos e serviços

pelo menor preço, sem outros critérios. Ações como as que estão sendo realizadas pela Abracopel e outras entidades, assim como pelas empresas de materiais elétricos e de distribuição de energia, são cruciais para que o cenário mude. Há que se intensificar e ampliar a abrangência dessas ações para que todos possam ao menos conhecer os riscos da eletricidade e tomarem medidas de controle de tais riscos.

REFERÊNCIAS

[1] Daniel, Eduardo: A segurança e eficiência energética nas instalações elétricas prediais: um modelo de avaliação Dissertação (Mestrado em Energia), Universidade de São Paulo, 2010. DOI: 10.11606/D.86.2010.tde09062011-160552. Acesso em 15-4-2024.

[2] Portaria n.º 51 do INMETRO, de 28 de janeiro de 2014: Requisitos de avaliação da conformidade para instalações elétricas de baixa tensão. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/ RTAC002082.pdf >, acesso em 1º de maio de 2023.

[3] Associação Internacional do Cobre no BrasilProcobre; Abracopel - Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade: Raio X das Instalações Elétricas Residenciais Brasileiras , 1ª. edição. São Paulo, 2017.

[4] Martinho, Edson; Martins Júnior, Walter Aguiar; De Souza, Danilo Ferreira (org.): Raio X das Instalações Elétricas Comerciais Brasileiras . SaltoSP: Abracopel, 2022. doi: 10.29327/5302110.

[5] “Judge Magazine”, edition 419, New York, New York, USA, p. 16, 1889.

[6] Martinho, Edson; De Souza, Danilo Ferreira; Martinho, Meire Biudes; Martins Jr., Walter Aguiar; Morita, Lia Hanna Martins; Maionchi, Daniela de Olivera (org.): Anuário Estatístico de Acidentes De Origem Elétrica 2024 – Ano base 2023 Salto-SP: Abracopel, 2023. doi: 10.29327/5388685.

[7] Norma Brasileira ABNT NBR 5410:2004 –Instalações Elétricas de Baixa Tensão – versão corrigida, 2008.

[8] Souza, D. F. de; Martins, W. A.; Martinho, E.; and Tatizawa, H.: Irregular Electrical Cables , in “IEEE Transactions on Industry Applications”, vol. 60, no. 2, pp. 2742-2748, March-April 2024, doi: 10.1109/TIA.2023.3333765.

[9] Souza, D. F. de; Aguiar Martins, W.; and Martinho, E.: Irregular Low-Voltage Electrical Cables , 2023 IEEE IAS Electrical Safety Workshop (ESW), Reno, NV, USA, 2023, pp. 1-5, doi: 10.1109/ ESW49992.2023.

Apresentado originalmente no congresso Eletrotec+EM Power 2023 (Aranda Eventos/SPI/FMMI), em agosto de 2023 em São Paulo, SP, este artigo foi atualizado pelos autores, a pedido, para publicação neste espaço.

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Produtos para redes subterrâneas de distribuição elétrica

As redes aéreas têm sido contestadas em razão de vários episódios de desligamentos duradouros no País. Embora não imunes a defeitos, as redes subterrâneas vêm sendo consideradas por serem menos vulneráveis a eventos climáticos, além do que seus custos estão hoje menores: em média, de 8 a 10 vezes o das redes aéreas. Este guia de EM traz uma relação de fornecedores de uma lista abrangente de produtos e equipamentos.

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Acessórios isolados desconectáveis categoria 600 A

Acessórios isolados desconectáveis categoria 200 A, abertura com carga Acessórios isolados desconectáveis categoria 200 A, abertura sem carga

Para-raios desconectáveis Dispositivo de proteção contra surtos (DPS) Cabos de energia BT Cabos de energia MT Terminais e emendas pré-moldados Barramentos pré-moldados isolados Chave seccionadora com/sem interruptor de falta Chave de transferência manual Chave de transferência automática Seccionador-fusível Seccionalizador Religador automático Disjuntor primário Disjuntor secundário Relés de proteção para redes reticuladas Sistemas de diagnóstico nãodestrutivo de cabos Sistemas de monitoramento térmico de cabos Indicadores de falta Transformador pedestal Transformador submersível Transformador seco Subestação compacta pré-fabricada Quadro de distribuição pedestal Dutos corrugados PEAD/lisos PE Dutos metálicos Sistemas de vedação para cabos e tubos Caixas de concreto pré-fabricadas Taco fixador

Accesso – (11) 98890-2938 atendimento@accessoinfra. com.br Richards / EUA

AVR Pré-Moldados (19) 3491-8375 comercial@avrconcreto.com.br

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BCM Automação (11) 99993-8841 joao@bcmautomacao.com.br

Cabelauto – (35) 3629-2522 comercial@cabelauto.com.br

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Cobrecom – (11) 2118-3200 gabriel.prado@cobrecom.com.br

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Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 117 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Eletricidade Moderna, maio / junho de 2024. Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/em e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.

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APrêmio Abracopel

A segurança elétrica na mídia

Da Redação de EM, (com informações da Abracopel)

Associação Brasileira para Conscientização dos Perigos da Eletricidade (Abracopel) realizou no início de abril, em parceria com o Sindicel Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos, Trefilação e Laminação de Metais Não Ferrosos do Estado de São Paulo, a cerimônia de premiação da 17a edição do Prêmio Abracopel de Jornalismo, assim como do lançamento do seu Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica 2024 – ano base 2023, no auditório da Fiesp – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

O Prêmio de Jornalismo da Abracopel, que é realizado há 17 anos, nesta edição teve quase 300 trabalhos concorrentes. Nele são contempladas seis categorias: Artigo Técnico, Mídia Digital Vídeo, Mídia Impressa, Assessoria de Comunicação, Mídia Eletrônica Rádio, e Televisão.

Prêmio José Rubens

A categoria Artigo Técnico há alguns anos tornou-se “Prêmio Especial José Rubens Alves de Souza” em homenagem ao falecido editor de EM – Eletricidade Moderna, jornalista e engenheiro que foi grande batalhador pela segurança

Os riscos elétricos a que estão submetidos tanto usuários quanto profissionais de eletricidade no Brasil só fazem aumentar, como comprova o Anuário da Abracopel, que registra anualmente as estatísticas de acidentes e mortes. Nesse contexto, reportagens e artigos nas diversas mídias, especiais aliados na cruzada da entidade pela segurança elétrica no Brasil, são reconhecidos há anos pelo Prêmio Abracopel de Jornalismo.

O troféu e a plateia da cerimônia de premiação: 17 anos incentivando matérias jornalísticas sobre segurança elétrica

nas instalações elétricas e pela normalização técnica da área. O vencedor deste ano foi o engenheiro Hélio Domingos R. Carvalho, com o artigo “Inspeções e ensaios obrigatórios em cestas aéreas e guindastes com cesto acoplado”, publicado em EM no 571, de maio/junho de 2023 (veja boxe na pág. 46). Houve também duas menções honrosas, uma para o colunista de EM Estellito Rangel Júnior (titular da coluna EM Ex), com o artigo “Implantando a segurança em eletricidade na sua empresa”, publicado no LinkedIn, e outra para Aguinal-

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Fotos: Abracopel

do Bizzo de Almeida, com “Operações elementares em baixa tensão conforme NR-10”, em “O Setor Elétrico”.

Demais categorias

Em Mídia Digital Vídeo, o vencedor foi André Mafra, da Engehall, com “5 gambiarras pouco mostradas da parte elétrica”, e menções honrosas para Everton Moraes, da Sala da Elétrica, Henrique Mattede, do Mundo da Elétrica, e Adoniran Freitas, da Eletricity.

A categoria Mídia Impressa e Digital teve como vencedor Paulo Martins, com “A passos lentos”, publicado na revista “Potência”. Menções para Rone Carvalho da BBC Brasil, com “Fui pegar pipa e perdi braços e perna: choque elétrico mata 2 brasileiros por dia”, e Felipe Nunes, da CBN.

A Categoria Assessoria de Comunicação contempla matérias veiculadas nos mais diversos veículos e que foram originadas por assessorias de comunicação corporativas. Nela foi vencedor

o jornalista Marcos Guaraldo, assessor da Cobrecom, com a matéria “Período das férias de verão requer atenção redobrada para evitar acidentes com energia elétrica”, veiculada na revista “Potência”. Menções para Patrícia Stédile, da Engenharia da Comunicação, Henrique Cruz, da assessoria da Cemig, e Wendell Rodrigues, da News Rondônia.

Na categoria Mídia Eletrônica Rádio, os vencedores foram Ana Teresa Brasil e João Paulo Seabra, da Rádio Culura FM de Belém, por uma série de reportagens especiais sobre uso consciente da energia elétrica. Receberam menção honrosa Lorena Pelanda, da Band News, Ferraz Júnior, da Rádio USP, e Júlio Vieira, da Rádio Itatiaia.

E, finalmente, foram premiados os trabalhos da categoria Televisão, que desde 2022 contempla, além dos repórteres,

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Abracopel Troféu do “Prêmio Especial José Rubens”, batizado em homenagem ao eterno editor de EM

Prêmio Abracopel

também cinegrafistas e produtores das matérias. Os vencedores foram Ari Peixoto (repórter), Thiago Oliveira (cinegrafista) e Janaína Rocha (produtora), do Jornal da Record, com a reportagem “Venda de fios de cobre clandestinos coloca consumidores em risco”. Foram quatro menções honrosas na categoria: Geice Gomes, TV Mirante do Maranhão (Globo), Regiane Tápias, do Programa Revista da Cidade (Gazeta-SP), Everton Freitas, da TV Asa Branca de Caruaru (PE), e Sergio Borges, da Globo MT.

Prêmios especiais

A premiação de jornalismo inclui ainda um “Prêmio Especial Anuário Estatístico”, para o qual concorrem todas as matérias, inclusive as vencedoras em cada categoria. O objetivo é reconhecer dentre elas a que mais utilizou os dados do anuário da Abracopel (veja números do Anuário adiante). A vencedora foi “Anuário da Abracopel aponta Minas Gerais tem a 2a menor taxa de mortes por choque elétrico no Brasil”, do jor-

nalista Henrique Cruz, assessor de imprensa da Cemig, publicada no “Correio da Cidade/MG”.

Já o “I Prêmio Especial Qualifio”, promovido em parceria com a Associação Brasileira pela Qualidade dos Fios e Cabos Elétricos, voltou-se especificamente a matérias que abordaram o mercado ilegal de fios e cabos, divulgando dados desse mercado e fornecendo formas de reconhecer fios e cabos irregulares. O vencedor foi Julio Vieira, radialista da Rádio Itatiaia, com a matéria “Mortes em incêndios por sobrecarga elétrica crescem mais de 300% em 10 anos”, que já recebera menção honrosa na categoria Mídia Eletrônica Rádio.

Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica

Os números do Anuário 2024, apresentados na solenidade pelo diretor executivo da Abracopel, Edson Martinho,

Caminhada em prol da segurança

Vencedor do “Prêmio José Rubens Alves de Souza” da Abracopel, de melhor artigo técnico, Hélio Domingos R. Carvalho presta aqui depoimento sobre a importância da premiação e de sua luta pela segurança em cestas aéreas e guindastes com cestos acoplados.

“Fiquei muito feliz por ter vencido o prêmio Abracopel com meu artigo técnico publicado na revista EM [edição No 571 - Maio-Junho de 2023, páginas 46-51]. Ao longo da minha caminhada em prol da segurança, muitas das vezes me sinto ‘pregando no deserto’. Parece que ninguém está ouvindo, porque não se vêm as coisas acontecerem. E quando se vence um prêmio como este vemos que nem sempre estamos sozinhos, que tem gente do nosso lado. E por que eu escrevo esses artigos? Para alertar os usuários quanto aos riscos e à grande quantidade de acidentes que vem acontecendo com cestas aéreas e com guindastes com cestos acoplados. Nas minhas palestras, mentorias e treinamentos eu costumo dizer que uma cesta aérea tem até mais risco do que um avião, pois o risco do avião é de queda e o da cesta aérea também é de queda mas, além disso, tem também o risco de choque elétrico, porque trabalha muitas vezes em redes elétricas energizadas. Então temos de ter um rigor muito grande com esses equipamentos para que eles não colapsem e não levem ao acidente, que normalmente é fatal. A minha luta é de seguir treinando, assessorando e conscientizando todos os envolvidos da importância de se realizarem todas as inspeções e ensaios previstos nas normas, tanto na NBR 16092, que é a norma técnica, quanto na norma regulamentadora, a NR-12, especificamente no seu Anexo XII. A normalização detalha todas as inspeções e ensaios que devem ser fei-

mostraram que os acidentes de origem elétrica (choque, incêndio e raio) continuam a aumentar: somaram 2089 em 2023, contra 1828 ocorrências em 2022. As mortes decorrentes desses acidentes foram 781 no ano passado, das quais 674 foram por choque elétrico, 67 em incêndios originados por sobrecarga de energia, e 40 em acidentes com descargas atmosféricas. A maior incidência de acidentes com choque elétrico continua a ocorrer em redes aéreas: 418, com 267 mortes. Nas residências ocorreram 274 acidentes com choques elétricos, 210 deles fatais. Das mortes em acidentes residenciais, as maiores causas foram fio partido e sem proteção (37 mortes), eletrodomésticos (31 mortes) e manutenção caseira (24 mortes).

Os profissionais da construção civil continuam se destacando nas mortes por choque elétrico: em 2023, 115 trabalhadores da construção e 61 eletricistas autônomos morreram nesse tipo de acidente —profissionais que, pela forma-

Hélio Domingos (à direita) recebe seu prêmio: “cesta aérea tem mais risco que avião”

tos, tanto pelos fabricantes, na hora de projetar, fabricar e entregar suas máquinas, quanto pelos usuários, que devem fazer as inspeções frequentes, periódicas e eventuais, conforme está totalmente detalhado no artigo técnico. Se as empresas seguirem corretamente tanto a norma técnica como a norma regulamentadora, vamos acabar com os acidentes.”

Hélio Domingos R. Carvalho, coordenador da Comissão de Estudos de Cestas Aéreas da ABNT, do GT12 da Fundação COGE e do GT de Emissão Acústica para Cestas Aéreas e Guindastes da ABNT; membro do Grupo Técnico do Anexo XII da NR-12, do Grupo Tripartite da NR-35, e da Abracopel.

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Revista Eletricidade Moderna
Abracopel

ção e experiência, deveriam conhecer melhor os riscos de lidar com a eletricidade, mas que por outro lado estão também mais expostos a esses riscos do que outras categorias. Outra profissão com alto número de mortes por acidentes com choque são os trabalhadores rurais, dos quais 57 foram vítimas fatais.

Os incêndios causados por sobrecarga são um capítulo à parte. Em 11 anos de levantamento de dados, cresceram quase 400%, de 200 em 2013 para 963 em 2023. As mortes decorrentes acompanharam esse crescimento: foram de 16

em 2013 para 67 em 2023. Ainda mais grave é que 500 dos incêndios registrados em 2023, mais de 50% do total, ocorreram em residências, nas quais foram registradas 56 das 67 mortes. E as vítimas neste caso são majoritariamente crianças pequenas e idosos.

A Abracopel salientou, como sempre, a importância de se utilizarem fios e cabos de qualidade nas instalações. O problema continua se agravando: de acordo com a Qualifio, 70% dos produtos encontrados no mercado não estão de acordo com as normas técnicas.

Ao final da apresentação, o diretor executivo da Abracopel, Edson Martinho, adiantou alguns números de janeiro de 2024, então já disponíveis. Foram 244 acidentes por eletricidade e 107 mortes, contra 202 acidentes e 85 mortes em janeiro de 2023. Quanto a incêndios, hou-

Homenagens especiais

A solenidade anual do Prêmio Abracopel de Jornalismo e de apresentação do Anuário Estatístico Abracopel é também um momento de congraçamento da comunidade que se dedica à segurança elétrica no País, envolvendo homenagens a destaques do ano. Primeiro, como Personalidade do Ano, foi homenageado o engenheiro Normando Alves, grande especialista em proteção contra descargas atmosféricas e medidas de proteção contra surtos, que sempre esteve presente na trajetória da associação. Na segunda homenagem, Entidade do Ano, a escolhida foi a SBQ – Sociedade Brasileira de Queimaduras, cujo presidente, o médico Marcus Barroso, enalteceu a importância da parceria existente entre a SBQ e a Abracopel, que em poucos meses já resultou em diversas ações em conjunto. “Graças à Abracopel, percebemos que o número de acidentes por queimaduras em incêndios por sobrecarga de energia era muito maior do que imaginávamos”, disse.

ve 95 com três mortes neste janeiro, contra 90 casos e seis mortes em janeiro do ano passado. Já os choques exibiram números mais surpreendentes no primeiro mês deste ano: 132 ocorrências com 99 mortes, contra 72 casos e 92 fatalidades em janeiro/23. “Se continuarmos assim, teremos números ainda mais preocupantes este ano”, alertou o diretor.

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Abracopel Edson Martinho apresenta o Anuário de acidentes: números ainda mais preocupantes este ano?

EM Aterramento

Considerações sobre os DPSs de Sinal

Sergio Roberto Santos

As sobretensões transitórias e as correntes de surto ocorrem em qualquer condutor metálico, independentemente de este destinar-se a condução de energia (trabalho) ou sinal (informação). E podem alcançar, através do condutor, as conexões dos equipamentos de tecnologia da informação (ETI). Por isso as medidas de proteção contra surtos (MPS), incluindo a instalação de dispositivos de proteção contra surtos (DPS), devem ser aplicadas também às linhas de sinal.

Como em muitas empresas os responsáveis pelas instalações elétricas não são os mesmos que respondem pela automação, informática e telecomunicações, a proteção das linhas de sinal se torna uma zona cinzenta, porque a eletricidade é vista como atribuição de um setor e a automação ou TI de outro, conforme o caso. Além disso, intuitivamente muitos desconsideram que sinais em linhas metálicas também são correntes elétricas, e que seus condutores poderão a qualquer momento conduzir uma corrente de surto, muito perigosa para os ETIs.

A especificação dos DPS de sinal segue os mesmos princípios utilizados para os DPSs de energia, sendo ambos igualmente divididos nos mesmos tipos (classes) I, II e III, seguindo a filosofia de Zonas de Proteção contra Raios (ZPR). Ao contrário do que alguns profissionais erroneamente acreditam, os DPSs de sinal não são classificados como tipo IV, até porque tal tipo (ou classe) não existe.

Ao contrário das linhas de energia, as linhas de sinal não se dividem em circuitos a partir de uma origem única. Por isso, em uma mesma linha pode-

rá ser necessária a instalação de dois ou três DPSs, cada um de um tipo, ou um único DPS, normalmente neste caso tipo I+III, dispensando-se o DPS tipo II, o que alguns fabricantes chamam de proteção combinada. Também se deve ter muita atenção ao fato de que um DPS protegendo a saída de um ETI que emite um sinal — uma câmera, por exemplo — não irá proteger a entrada do ETI que recebe esse — nesse caso um gravador de vídeo —, sendo então necessária a instalação de ao menos um DPS conectado a cada um dos equipamentos.

Um profissional habituado a especificar DPSs de energia terá familiaridade com os principais parâmetros dos DPSs de sinal, já que são os mesmos, como o nível de proteção (UP), tensão máxima de operação contínua (Uc), corrente de impulso (IIMP) para DPS tipo I, e a corrente de surto (IN). Todos esses parâmetros, incluindo o tipo, estarão disponíveis para cada modelo de DPS de sinal, no catálogo de seus fabricantes.

Além dos parâmetros comuns aos DPSs de energia, que podemos considerar seus parâmetros básicos, para a especificação dos protetores de sinal é necessário considerar a influência da instalação do DPS na comunicação do sistema. Isto significa limitar as perdas causadas por essa inserção na transmissão de informações, evitando que o sistema esteja protegido mas não se comunique com a eficiência desejada.

Como a inserção de qualquer componente, cabos conectores, emendas e DPSs, causa uma atenuação do sinal transmitido, devemos conhecer até que frequência a corrente elétrica (sinal) passando

Engenheiro eletricista da Lambda Consultoria, consultor da Embrastec e mestre em energia pelo Instituto de Energia e Ambiente da USP, SergioRobertoSantos apresenta e analisa nesta coluna aspectos de aterramento, proteção contra descargas atmosféricas e sobretensões transitórias, temas aos quais se dedica há mais de 20 anos. Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões ao especialista pelo e-mail: em_aterramento@ arandaeditora.com.br, mencionando “EM-Aterramento” no assunto.

pelo DPS não será corrompida ao ponto de não ser possível a troca de informações entre emissores e receptores. De outra forma, a imagem será distorcida, as vozes não serão compreendidas ou os arquivos não poderão ser compartilhados, por exemplo. Essa frequência, conhecida como frequência de corte (Fc), está disponível nos catálogos dos fabricantes de DPS, devendo ser comparada com a faixa de frequência de trabalho do ETI que será protegido, informação obtida através do responsável por ele, seja um funcionário da empresa ou um prestador de serviços, como quem administra a manutenção das câmeras, por exemplo.

Mas ao contrário do que se possa imaginar, a especificação dos DPS de sinal pode ser muito fácil quando se conhece o protocolo de comunicação do ETI que será protegido. É através desse protocolo que os fabricantes de DPSs apresentam seus produtos. De posse dessa informação, basta que seja consultado o catálogo do fabricante para que seja obtido o DPS indicado para determinado ETI, existindo DPS para sinal 4-20mA, profibus, câmeras PoE, etc.

Construtivamente, a especificação dos DPSs deve levar em consideração o tipo de conexão da linha a ser protegida. Caso o conector não seja correto, será necessária a utilização de conectores adicionais (adaptadores) que acrescentarão impedância ao circuito, consequentemente aumentando a atenuação do sinal transmitido.

O projeto da proteção contra descargas atmosféricas (PDA) deve prever as MPS para todas as instalações elétricas da estrutura que ela protegerá. Por isso o projetista necessita especificar as MPS necessárias para as linhas de sinal, sem o que o seu projeto será incompleto.

Como em qualquer atividade, a prática leva à excelência e o começo sempre é mais difícil. Por isso o projetista deve procurar auxílio com outros profissionais, entre os quais os fabricantes de DPSs, para que possam especificar o DPS mais adequado para o seu projeto, sendo este artigo mais uma introdução a este tema do que uma tentativa de o esgotar (1) .

(1) Recomenda-se a leitura do artigo “Proteção contra surtos em rede de dados”, publicado na edição de novembro de 2023 da revista RTI: https://issuu.com/aranda_editora/docs/ rti_novembro_2023/56? fr=xKAE9_zU1NQ

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Baterias de íons de lítio (II)

Na edição anterior, foram publicadas nesta seção algumas conclusões de um estudo sobre os riscos de explosão e supressão de incêndios em salas de baterias de navios com baterias de íons de lítio, divulgado na Noruega. Considerando a Consulta Pública realizada pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo, em abril de 2024, sobre requisitos para estações de recarga de veículos elétricos (VEs) em estacionamentos abertos e fechados, é interessante conhecer as considerações de mais dois países europeus a respeito, uma vez que este tema já é uma preocupação global.

Incentivos

A União Europeia (UE) se comprometeu a reduzir as emissões dos gases de efeito estufa dos meios de transporte em 90% até 2040, e prevê 13 milhões de veículos com zero ou baixa emissão nas estradas até 2025. Com isto, vários países europeus introduziram medidas para incentivar a adoção dos VEs.

Graças a essas políticas e aos rápidos avanços tecnológicos, a participação das vendas de VEs no mercado total europeu saltaram de 3,2%, em 2019, para aproximadamente 10%, em 2020, de acordo com a Agência Internacional de Energia. Espera-se que essa trajetória ascendente continue, atingindo 19% em 2025 e 35% em 2030.

A adoção dos VEs apresenta uma nova série de desafios de segurança, em especial por causa das baterias de íons de lítio apresentarem riscos de “avalanche térmica”. Embora muitos considerem isto um “fenômeno”, na verdade trata-se de um curto-circuito interno às células, provocado

pelo desenvolvimento de “dendritos”, uma característica intrínseca das baterias de íons de lítio, que se desenvolve ao longo do tempo e pode resultar em incêndios repentinos e extensos nos VEs.

Com a adoção generalizada dos carros elétricos em toda a Europa, começam a surgir dúvidas para o projeto de estacionamentos fechados, tanto novos quanto existentes, pois é grande a preocupação quanto à falta de normas específicas de segurança contra incêndios para VEs. Isso se deve a variações nas estruturas governamentais, nos sistemas jurídicos e nas diferentes funções dos setores público e privado de cada nação.

A seguir, são citadas algumas iniciativas interessantes para melhor conhecer os perigos envolvidos.

Espanha

A partir de dois incêndios com VEs – um modelo híbrido plug-in no estacionamento do shopping center Paseo de La Castellana (centro de Madri, 29 de agosto de 2023) e de um VE que destruiu também um carro adjacente (Barcelona, 25 de setembro de 2022) –, foi iniciado um trabalho conjunto entre pesquisadores da Universidad de Navarra (Espanha) e da Universiti Putra (Malásia) para orientar formas eficientes de combate a incêndios de VEs em estacionamentos, com previsão de conclusão em 2025.

Holanda

O Instituto Nacional para Saúde Pública e Meio Ambiente (RIVM), sob solicitação do Ministério das Infraestruturas e Gestão da Água, fez simulações computacionais de um estacionamento lotado de VEs, e constatou sua similaridade aos sistemas de armazenamento de baterias em grande escala (BESS). Para avaliar a dimensão

50 EM | Maio / Junho | 2024 EM Ex

dos efeitos para o meio ambiente, o RIVM apresentou três possíveis situações:

• Cenário 1 - incêndio a partir da inflamação de baterias. Modelos computacionais mostraram uma área de risco de, no máximo, 13 metros, por causa da radiação de calor, tendo sido considerada similar à dos incêndios numa área de armazenamento com substâncias perigosas.

• Cenário 2 - explosão a partir da ignição de uma nuvem de gás inflamável liberado pela bateria. O RIVM chegou a uma área de consequência da explosão de 57 metros! O modelo parece ter sido elaborado com premissas conservadoras e os efeitos podem estar sobrestimados. No entanto, o RIVM destacou um caso de ferimentos graves em bombeiros devido à explosão de um sistema BESS.

• Cenário 3 - nuvem tóxica a partir da liberação de substâncias, sem haver ignição. Os cálculos do RIVM mostraram que, para os piores casos, as áreas de atenção às nuvens tóxicas foram de, no máximo, 24 metros. As distâncias encontradas são altamente dependentes do tamanho das baterias envolvidas, e assim, as nuvens tóxicas podem ser relevantes para a segurança ambiental.

Espaços fechados

Do ponto de vista da engenharia de segurança contra incêndios, espaços fechados, como estacionamentos subterrâneos, aumentam muito o risco de incêndios mortais e destrutivos. Nessas situações, o calor e a fumaça do incêndio ficam “presos”, aumentando a gravidade do incêndio e seu impacto sobre as pessoas expostas. Sem fa-

lar na “combustão incompleta”, que libera grandes quantidades de gases tóxicos e calor extremo, que podem ser letais.

Áreas classificadas

Tendo em vista que as reações químicas internas às baterias de íons de lítio, geradoras de dendritos, se desenvolvem de forma silenciosa ao longo da vida útil, e que os certificados de conformidade são emitidos com base em ensaios realizados em equipamentos novos, não é recomendado utilizar dispositivos eletroeletrônicos equipados com baterias de íons de lítio na atual tecnologia construtiva em áreas classificadas, pois há risco de atuarem como fonte de ignição. A EM 549 trouxe um artigo técnico com vários detalhes construtivos das baterias de íons de lítio.

Conclusões

A Consulta Pública do CBSP é oportuna, uma vez que a instalação de estações de recarga, como mostrado em estudos europeus, tende a aumentar a probabilidade de incêndios, em especial pela taxa de crescimento dos dendritos quando a bateria atinge nível de carga de 80%.

Apesar de ainda não existir nos países europeus políticas nacionais para a instalação segura de sistemas de armazenamento de energia com baterias, não podemos ficar passivamente a reboque, pois vidas e patrimônio estão em jogo. A pesquisa do RIVM mostra que é necessário avaliar criteriosamente os riscos de se armazenar muita energia em um só lugar.

Estellito Rangel Júnior, engenheiro eletricista, primeiro representante brasileiro de Technical Committee 31 da IEC, apresenta e discute nesta coluna temas relativos a instalações elétricas em atmosferas potencialmente explosivas, incluindo normas brasileiras e internacionais, certificação de conformidade, novos produtos e análises de casos. Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões ao especialista pelo e-mail em@arandaeditora.com.br, mencionando em “assunto” EM-Ex.

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Desafio da eletrificação: equilíbrio técnico-econômico em construções novas

Como vimos na edição anterior, a inclusão pura e simples de carregadores veiculares em edificações novas trará um impacto considerável na potência a ser disponibilizada pela concessionária. Isso implicará em aumentos de custos de infraestrutura por parte do empreendedor, sem contar os custos que a concessionária eventualmente cobrará do empreendedor (acessante), a título de participação financeira do consumidor.

O desafio então está em encontrar um ponto de equilíbrio entre o produto (empreendimento com vagas para carregamento veicular) e o aumento de custos suportável.

Construir com ou sem previsão de carregadores veiculares

Essa é uma questão mais de produto do que técnica e as melhores pessoas para respondêla são os responsáveis por produtos da construtora. Não obstante isso, nada impede uma análise de negócios realizada por um terceiro (no caso, eu mesmo).

A construção civil teve um forte crescimento até 2014/2016, quando tínhamos condições macroeconômicas melhores e a onda de investimentos para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas do Rio de Janeiro. Depois disso, experimentamos uma redução significativa das vendas, o que afeta o lançamento de novos produtos e mantém muitas incorporadoras com um estoque considerável de imóveis.

Para as incorporadoras, diferenciar os produtos não objetiva apenas aumentar o valor agregado dos empreendimentos e com isso aumentar o valor geral de vendas (VGV), mas é também a forma de atribuir um diferencial entre seus

produtos e empreendimentos concorrentes, alguns já construídos. Todos os meses somos surpreendidos com aumento das vendas de carros elétricos e com modelos cada vez mais baratos, o que significa que uma parcela maior da população passou a adquiri-los e existe uma necessidade cada vez maior de empreendimentos com opções de recarga. Parece claro que um empreendimento novo sem previsão de carregamento veicular será uma opção arriscada para o empreendedor.

Quantos carregadores deve ter um empreendimento?

A definição do percentual de carregadores veiculares vai depender da penetração que os carros elétricos terão nos próximos anos. E essa penetração, ninguém sabe. Cabe a nós, engenheiros, criar hipóteses e cenários e trabalhar com eles. Vamos a um novo exercício mental.

Premissas: – uso diário do veículo elétrico: 80 km; – autonomia do veículo: 330 km (PBEV, modelo Dolphin da BYD);

– capacidade da bateria: 60,48 kWh; – consumo médio: 5 km/kWh; – consumo energético diário: 16 kWh (80 km = 5 km/kWh);

– tempo de carregamento com carregador c.a. de 7 kW: aproximadamente 3h.

Com esses dados, e considerando um abastecimento no horário entre as 20h00 e as 4h00 da manhã seguinte, um carregador conseguiria atender por dia as necessidades de 2,66 carros com esse perfil de consumo. No entanto, parece inviável que os condomínios parem o abastecimento de madrugada e manobrem o carro.

Mas se instalarmos três carregadores com controle de carga, de forma que, em uso simultâneo, a demanda máxima solicitada seja 7 kW, poderemos ter essas três vagas atendidas em oito horas.

Pronto, já temos o nosso primeiro número de referência.

Para definir a quantidade total de carregadores podemos realizar duas análises. A primeira seria estimar uma porcentagem das vagas totais, e essa informação constar nas documentações de vendas. Vamos usar o exemplo dado nesta coluna na edição anterior:

Caso analisado – Descrição do empreendimento (extraído da seção 4.2.1.2, página 99 da “Regulamentação de Consumidores de Baixa Tensão - Recon-BT” 2023, da Light): edificação de uso coletivo, composta por 24 unidades consumidoras residenciais (apartamentos), cada apartamento com área útil de 70 m², e serviço residencial (condomínio) com área de 210 m².

Vamos considerar cenários de 20%, 40% e 60% dos moradores com carregadores veiculares, prevendo um controle de carga que limite a 7 kW cada três vagas utilizadas (tabela I).

Desenvolvendo a metodologia de cálculo semelhante à da edição anterior, teríamos os di-

Tab. I – Cenários para cálculo da quantidade de carregadores e potência

Cenário

Quantidade de carregadores (vagas)

Potência a ser considerada

52 EM | Maio / Junho | 2024 EM Profissionais
20% 5 2 x 7 kW = 14 kW 40% 10 4 x 7 kW = 28 kW 60% 15 6 x 7 kW = 42 kW

Tab. II – Dimensionamentos de infraestrutura de entrada

Cenário

Demanda serviço Demanda ramal

Condutores serviço

Condutores ramal

S/ carregador 18,71 kVA 62,96 kVA #16 mm² #95 mm² 20% vagas 32,71 kVA 76,96 kVA #35 mm² #120 mm²

40% vagas 46,71 kVA 90,96 kVA #50 mm² #150 mm² 60% vagas 60,71 kVA 104,96 kVA #70mm² #185 mm²

Tab. III – Lista de materiais e preços

Cenário Disjuntor geral (A)

Cx. padrão med. serviço

Disjuntor serviço (A)

Comprimento total de cabos (m)

Seção (mm2)

Acréscimo de custo (R$)

0% 200 CSMD100 63 120 16 –20% 225 CSMD100 100 120 35 5 100,00 40% 250 CSMD200 125 120 50 7 8 00,00 60% 300 CSMD200 150 120 70 11 050,00

mensionamentos de infraestrutura de entrada de energia na tabela II.

Considerando uma entrada de energia padrão Light, situada no limite do terreno, com um quadro geral de serviço situado a 30 m de distância (comprimento de cabos), podemos elaborar uma lista básica de materiais e preços (tabela III).

Esses acréscimos da tabela III referem-se apenas aos custos de materiais, sem levar em consideração os custos de mão de obra.

O custo total desse padrão de entrada para o empreendimento sem carregador é da ordem de R$ 50.000,00. A adoção de carregadores para 60% das vagas, com o controle de carga sugerido, impacta em aumento desse custo em cerca de 20%. No entanto, frente ao valor do custo total do empreendimento, esse percentual será significativamente menor.

Conclusão

No exercício aqui realizado, com as premissas adotadas, o aumento de custo pode não ser significativo quando olhamos o empreendimento como um todo e comparamos com a

melhoria do produto (apartamento) a ser entregue. A solução de mobilidade elétrica com uso de energias renováveis, por exemplo, pode vir a ser bastante interessante do ponto de vista da diferenciação do produto.

Uma solução possível seria o uso de um segundo medidor de serviço, sendo esse medidor exclusivamente para atender aos carregadores veiculares.

Para empreendimentos com mais apartamentos, essa análise deve ser realizada com mais detalhes, pois os impactos financeiros serão maiores.

Na próxima edição, abordaremos as ações a serem adotadas em prédios já existentes.

Engenheiro eletricista da Sinergia Consultoria, com grande experiência em projetos de instalações elétricas MT e BT, entradas de energia e instalações fotovoltaicas, conselheiro da ABGD - Associação Brasileira de Geração Distribuída e diretor técnico do Sindistal RJ - Sindicato da Indústria de Instalações Elétricas, Gás, Hidráulicas e Sanitárias do Rio de Janeiro, Vinícius Ayrão apresenta e discute nesta coluna aspectos ligados à atualização dos profissionais de eletricidade em relação às novas tecnologias e tendências do mercado. Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões pelo e-mail: em_profissisonais@ arandaeditora.com.br, mencionando em “assunto” “EM Profissionais”.

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No Brasil

Rio Energy SumMIT – O Energy SumMIT, realizado em parceria com o Massachusetts Institute of Technology (MIT), acontecerá no Brasil pela primeira vez de 15 a 17 de junho, no Porto Maravilha, Rio de Janeiro. O evento terá como palestrantes renomados professores do MIT e pretende reunir mais de 10 mil pessoas. O foco das discussões são transição energética e sustentabilidade no mundo. Mais informações: https://rd.mittechreview.com.br/energySumMIT_ webinar

Enase – O Enase – Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico acontecerá nos dias 19 e 20 de junho no Hotel Windsor Oceânico, no Rio de Janeiro, RJ. O evento pretende discutir as perspectivas para o setor elétrico nos próximos anos, visando a atualização profissional, networking e negócios. Serão realizados painéis com a presença de especialistas e autoridades no setor. Mais informações em www.enase.com.br. Fórum eólico – A Viex e o Cerne – Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia vão promover o Fórum Nacional Eólico em Brasília, DF, nos dias 21 e 22 de agosto. Entre os assuntos em debate estão: políticas públicas, regulação, transição energética, descarbonização da indústria, gestão socioambiental, licenciamento ambiental, descomissionamento de parques e mercado livre de energia. Mais detalhes sobre o evento podem ser obtidos em viex-americas. com.

The smarter E – O evento The smarter E South America vai acontecer de 27 a 29 de agosto em São Paulo, SP. Realizado no Expo Center Norte, congregará os eventos: Intersolar South America – A maior feira & congresso para o setor solar da América do Sul; ees South America – Feira de baterias e sistemas de armazenamento de energia; e Eletrotec+EM-Power South America – Feira de infraestrutura elétrica e gestão de energia. A organização é da Solar Promotion International GmbH e da Freiburg Management and Marketing International, com co-organização pela Aranda Eventos & Congressos. Informações: www. thesmartere.com.br.

Direito e tributação – A Viex e o Sindienergia RS vão realizar em 5 e 6 de setembro, em Gramado, RS, a Cúpula do Direito e Tributação em Energia, que deverá contar com a presença de autoridades governamentais para debater melhores práticas jurídicas no setor de energia e aprimoramentos regulatórios para o desenvolvimento energético e industrial. Os temas abrangem aprimoramentos regulatórios para o de-

senvolvimento do setor elétrico, pendências legislativas para a transição energética, gestão estratégica de contratos, inovações no direito ambiental, ampliação do mercado livre, reforma tributária e seus impactos para o setor elétrico. Mais informações em viex-ame ricas.com.

Intersolar Summit Sul – Em 29 e 30 de outubro acontece no Centro de Eventos FIERGS, em Porto Alegre, RS, a segunda edição do Intersolar Summit Brasil Sul, em formato congresso & feira, abordando entre outros temas solar FV com armazenamento, agrivoltaicos, FV off grid, etc. Realização: Solar Promotion, FMMI e Aranda Eventos. Informações: https://www. intersolar-summit-brasil.com/sul.

Ambiente – O Lase – Líderes Ambientais no Setor de Energia, marcado para 5 a 7 de novembro em São Paulo, SP, visa debater aspectos de ESG, licenciamento, ambiente e gestão de relacionamento com intervenientes. No evento, grandes investidores do setor elétrico apresentam os aspectos sociais e ambientais de seus projetos a acionistas, governos e partes interessadas. O encontro reúne empresas de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia, produtores independentes, órgãos ambientais, reguladores e legisladores, fornecedores de produtos e serviços para a área de meio ambiente setor elétrico. Informações: viex-americas.com.

Workspot – O XI Workspot – Workshop Internacional sobre Transformadores de Potência, Equipamentos de Transmissão e Distribuição, Subestações, Materiais e Tecnologias Emergentes, evento técnico internacional promovido pelo Cigre-Brasil – Comitê Nacional Brasileiro do Comitê Internacional de Grandes Redes Elétricas e tendo como anfitriã a Taesa – Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A., vai acontecer de 25 a 27 de novembro, no Rio de Janeiro. Os temas preferenciais, inscrições e mais informações sobre o evento estão disponíveis em https://cigreworkspot. com.br.

FIEE – A 32a edição da FIEE – Feira Internacional da Indústria Elétrica, Eletrônica, Energia, Automação e Conectividade, organizada pela RX Brasil e a Abinee – Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, vai ser realizada de 9 a 12 de setembro de 2025, no São Paulo Expo. O evento, que apresenta equipamentos, produtos, soluções e tendências em instalações elétricas e eletrônicas para a indústria de todos os segmentos, pretende abordar a transformação digital da indústria, sustentabilidade, conectividade e tecnologia. Mais informações em https://www.fiee.com.br.

CURSOS

Mercado de créditos de carbono – A Universidade do Carbono, instituição educacional que visa capacitar profissionais para o mercado de ativos ambientais, vai realizar o curso, em formato online, Soluções baseadas na Natureza: mercado e projetos de carbono, que abordará, entre outros temas, as mudanças climáticas, o planejamento financeiro de projetos, a regulamentação do mercado e técnicas de monitoramento e mensuração florestal. As aulas, que contam com tradução simultânea português-inglês, ocorrem ao vivo aos sábados, das 8h às 12h, com duração de 18 meses. O curso inaugural começa dia 3 de agosto. As inscrições estão disponíveis em https://conteudo. pecege.com/universidade-do-carbono-mercado-eprojetos-de-carbono. Mais informações: universida dedocarbono@pecege.com ou (19) 2660-3337.

Energia na América Latina – A Olade – Organização Latino-Americana de Energia oferece um programa de formação executiva, que abrange diversos temas relacionados ao desenvolvimento energético da região através de 16 cursos, organizados em cinco eixos temáticos: tecnologias, hidrocarbonetos, transição energética, políticas energéticas e integração energética regional. Os cursos serão ministrados em diferentes modalidades (e-learning, virtuais e semipresenciais, webinars e oficinas de trabalho). Para mais informações, acesse https://capevlac.olade.org.

Elétrica e iluminação – A Tramontina realiza o Educa+, plataforma virtual de cursos e treinamentos gratuitos. A iniciativa está dividida em ambientes, entre os quais se destaca o Conectar+, com conteúdos sobre elétrica e iluminação. Os cursos e treinamentos EAD (Educação a Distância) disponíveis nessa seção são direcionados a eletricistas, instaladores, arquitetos, decoradores, estudantes e clientes da marca, abordando normas e especificidades de produtos utilizados em instalações elétricas residenciais, comerciais e industriais. Para participar dos cursos, basta acessar a plataforma e criar um login no site https://global. tramontina.com/educa.

Indústria e energia – A Siemens promove cursos presenciais e à distância com o objetivo capacitar clientes, estudantes e interessados em temas de indústria e energia. Para processos produtivos, com linha de produção de uma indústria que possui equipamentos ou sistemas Siemens, os cursos são ministrados no Sitrain, localizado na sede da companhia, em São Paulo. Na Power Academy, que fica na planta de Jundiaí, o cerne é o setor de energia, nos segmentos de geração, transmissão e distribuição com foco na digitalização

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Agenda

de subestações. Os treinamentos e cursos disponíveis podem ser conferidos nos sites https://www.siemens. com/br/pt/produtos/servicos/energia/power-academy-brasil.html e https://www.siemens.com/br/pt/ produtos/servicos/industria/servicos-treinamentos/ sitrain.html.

Proteção de sistemas de energia – A Universidade SEL oferece treinamentos em proteção de sistemas de energia, abrangendo tópicos que vão desde princípios fundamentais de sistemas de energia até aplicações e testes práticos de produtos SEL, em versões presenciais e on-line. O calendário completo 2024 está disponível em https://selinc.com/pt/selu/calendario.

Proteção – A Conprove Engenharia, de Uberlândia, MG, realiza treinamentos para qualificação profissional, dirigido a engenheiros, tecnólogos e técnicos, sobre vários temas, como geradores síncronos; transformadores e reatores de potência; subestações de média e alta tensão; relés de proteção; descargas parciais; transformadores de corrente e potencial convencionais e não convencionais; harmônicos, etc. Mais informações sobre os cursos podem ser obtidas em https://conprove.com.

Indústria – A Mitsubishi Electric promove diversos webinars gratuitos, com carga horária aproximada de uma hora. As sessões online abordam inteligência artificial em inversores de frequência, redes industriais, regeneração de energia elétrica, robôs industriais, certificação LEED, entre outras. Inscrições no site mitsubishielectric.com.br/webinars.

Capacitação técnica – Por meio da plataforma Centro de Treinamentos, a Schneider Electric oferece capacitações e cursos nas áreas técnicas para engenheiros, eletricistas, técnicos, operadores e estudantes da área de tecnologia. Os cursos – com duração média de dois dias – podem ser realizados no formato online (com aulas ao vivo), presencial (no Centro de Distribuição Inteligente e Innovation Hub de Cajamar – SP) ou nas locações dos clientes. São oferecidos cursos sobre controladores lógicos, interfaces gráficas, sistemas de supervisão, relés de proteção, equipamentos de média e baixa tensão, sistemas de energia ininterrupta e monitoramento e ar-condicionado de precisão. Mais informações sobre os treinamentos estão disponíveis em https://loja.se.com/software-e-servicos.

SPDA – A Termotécnica Para-raios realiza diversos cursos voltados a profissionais da área, como o curso de SPDA, que aborda, entre outros temas, estrutura e tabelas da nova norma, avaliação da necessidade de SPDA, análise do afastamento do SPDA das demais instalações e massas metálicas,

dimensionamento do aterramento para dispersão da descarga atmosférica no solo, etc. Outro curso ministrado é o de MPS, que trata de características de um raio nas instalações de energia e de sinal, efeitos e danos de um raio em equipamentos eletroeletrônicos, princípios básicos e níveis de proteção de equipamentos, características dos protetores, etc. Informações: www.tel.com.br.

No exterior

SNEC 2024 – A 17a Conferência e Exposição Internacional de Geração de Energia Fotovoltaica e Energia Inteligente será realizada em Xangai, China, de 13 a 15 de junho, com organização da Asian Photovoltaic Industry Association e outras entidades chinesas e internacionais. Em 2023, a feira teve mais de 270 mil m² de exposição com 3100 expositores de 95 países. Acesse: https://pv.snec.org.cn/.

The smarter E/Intersolar Europe – Principal evento mundial do setor de energia solar, composto por feira e congresso, a Intersolar Europe 2024 vai acontecer de 18 a 21 de junho no centro de exposições Messe München, em Munique, na Alemanha, sob a plataforma de soluções de energia The smarter E Europe. Mais informações podem ser obtidas em https://www. thesmartere.de.

RE+ – A exposição e conferência de energias limpas RE+ acontece de 9 a 12 de setembro em Anaheim, Califórnia, EUA. O evento reúne os predecessores Solar Power International, Energy Storage International e Smart Energy Week. Esperam-se mais de 40 000 profissionais e 1350 expositores. Realização da Smart Electric Power Alliance (SEPA) e Solar Energy Industries Association (SEIA). Website: www.re-plus.com. Transição energética – O Enlit Asia, composto por conferência e exposição para o setor de energia, vai ser realizado de 8 a 10 de outubro em Kuala Lumpur, Malásia. Sob o tema “Permitindo uma transição energética multidimensional na Associação das Nações do Sudeste Asiático”, o evento tem o objetivo de difundir conhecimento especializado, soluções inovadoras e visão de líderes da indústria para promover a transição para um futuro energético de baixo carbono no Sudeste Asiático. Pretende reunir desde representantes políticos e reguladores a fornecedores de tecnologia e consumidores de energia, e abordar a perspectiva internacional sobre o assunto. Mais informações em www.enlit-asia.com.

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Produtos

Monitoramento

A Alfa Sense fornece a solução Fence Lite , que tem o objetivo de proteger perímetros, detectar impactos, monitorar vibrações, proteger cabos e outras estruturas. Possui funcionamento standalone , sem necessidade de computador, monitor ou dispositivos adicionais para operação. Compatível com cabos de fibra óptica homologados pelo

fabricante, possui quatro zonas individuais. Segundo a empresa, a solução realiza a detecção por meio de algoritmos especiais, é imune a raios e a interferências

IME e RFI e conta com mais de 25 anos de vida útil. www.alfasense.com.br

Análise de óleos isolantes

A ACS e Laboil realizam diversas análises, como ensaios de rotina (rigidez dielétrica, teor de água, cor, fator de perdas, densidade, índice de neutralização, tensão interfacial, ponto de fulgor e

combustão, etc.) e ensaios especiais (PCBs NBR 13882 e IEC 61619, 2 Furfural e derivados, contagem de partículas, grau de

polimerização, metais em óleo isolante, etc.). As empresas oferecem análises químicas e físico-químicas para avaliação das condições do óleo isolante e do estado de operação dos transformadores. www.acslab.com.br www.laboil.com.br

Câmera termométrica

A Axis Communications lançou a câmera termométrica AXIS Q1961-XTE com proteção contra explosões, projetada e certificada para uso em locais perigosos da Zona e Divisão 2. Segundo a empresa, a câmera termométrica torna o monitoramento de temperatura mais acessível a áreas perigosas da Zona 2/21 e Classe I/II/III da Divisão 2 e também tem o potencial de monitorar a

temperatura dentro de locais perigosos da Zona/Divisão 1, mesmo quando instalada em uma área da Zona/Divisão 2, como resultado da faixa de detecção de temperatura efetiva. A câmera pode monitorar remotamente temperaturas na faixa de -40 °C a 350 °C (-40 °F a 660 °F), e fornece alertas automáticos se a temperatura exceder ou cair abaixo de um limite definido e pode enviar uma notificação se a temperatura aumentar ou diminuir muito rapidamente. Apresenta 10 áreas

de detecção configuráveis com alertas automáticos, e leituras de temperatura pontuais podem ser feitas em qualquer lugar dentro do campo de visão da câmera, para identificar temperaturas exatas em áreas específicas. O sensor de imagem da câmera é um microbolômetro não resfriado com 384x288 pixels, com um tamanho de pixel de 17 μm na faixa espectral de 8-14 μm. A lente termalizada apresenta um campo de visão horizontal de 55° e uma distância focal de F1.18. A AXIS Q1961-XTE oferece uma precisão térmica de ±5 °C (±9 °F) abaixo de 120 °C (248 °F) e ±15% acima de 120 °C (248 °F). https://www.axis.com/products/axisq1961-xte

Motor trifásico

A Hercules Motores Elétricos lançou recentemente um motor elétrico trifásico de indução com rendimento IR3 (Premium), com aplicação para motobombas de combate a incêndios. Segundo a empresa, o motor é projetado para garantir alta eficiência e desempenho em situações de emergência, ajudando a fornecer a pressão e o fluxo de água necessários para prevenir a propagação do fogo e minimizar danos. O motor é projetado em carcaça de alumínio, para evitar oxidação e torná-lo mais leve,

ecológico e fácil de manusear. O equipamento possui pintura vermelha para rápida identificação, alinhando-se visualmente com outros equipamentos de combate a incêndio, como tubos e hidrantes. www.herculesmotores.com.br

Interruptor Diferencial Residual

A Steck fornece o IDR (Interruptor Diferencial Residual) Classe A para proteção em instalações que possuam carregadores veiculares. O IDR, cuja função principal é detectar e evitar acidentes ocasionados por fugas de corrente elétrica, que podem resultar

em choques elétricos perigosos, visa oferecer uma proteção avançada para o usuário durante a recarga do seu veículo elétrico. É projetado para operar em locais com umidade constante ou ocasional, e possui recursos que incluem capacidade de detectar vazamentos de corrente elétrica em redes alternadas e contínuas pulsantes, garantindo a proteção nos circuitos que alimentam dispositivos elétricos e eletrônicos. Entre as características do equipamento estão: corte rápido no fluxo de corrente em caso de fuga de eletricidade em 0,1s; capacidade de curto-circuito de 6 kA; grau de proteção IP20; e atuação mesmo com a manopla bloqueada na posição de ligado. www.steck.com.br

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Segurança intrínseca

A Editora Blucher publicou o livro Segurança Intrínseca - Equipamentos e instalações em atmosferas explosivas, que aborda diferentes aspectos dos equipamentos e das instalações intrinsecamente seguras, desde o histórico de evolução desse tipo de proteção ao longo do último século, incluindo o desenvolvimento dos conceitos de avaliação dos componentes dos produtos Ex “i”, até as normas técnicas aplicáveis para dimensionamento, ensaios e certificação dos produtos, bem como para as atividades e serviços “Ex” de campo, que visam proporcionar segurança aos equipamentos e instalações Ex “i” quando instalados em áreas classificadas contendo gases inflamáveis (zonas 0, 1 ou 2) ou poeiras combustíveis (zonas 20, 21 ou 22). A obra conta com mais de 1000 páginas e, a partir do conhecimento dos autores, Diego Oliveira, Giovanni Hummel Borges, Ricardo Rossit e Roberval Bulgarelli, tem o objetivo de ser uma fonte compilada de informações para os profissionais envolvidos com equipamentos e instalações em áreas classificadas. O livro apresenta detalhes de aplicação, funcionamento, dimensionamento, avaliação e ensaios de componentes eletrônicos e equipamentos intrinsecamente seguros e de equipamentos associados (Ex “i”), como as barreiras de segurança intrínseca, inclusive com isolação galvânica entre circuitos de campo e da barreira, aplicáveis no processo de certificação de conformidade “Ex”. Tam-

bém aborda os requisitos de serviços de campo de equipamentos e instalações Ex “i” em áreas classificadas, incluindo as atividades de seleção, montagem, inspeção, manutenção e recuperação de equipamentos intrinsecamente seguros, de acordo com os requisitos apresentados nas normas técnicas brasileiras adotadas da série ABNT NBR IEC 60079 - Atmosferas explosivas. A publicação é destinada a técnicos, engenheiros e demais profissionais envolvidos nas atividades de fabricação, ensaios, avaliação da conformidade, certificação, comercialização, especificação técnica, seleção de produtos, montagem, inspeção, manutenção e recuperação de produtos e instalações ”Ex”. A obra foi elaborada para servir como guia e material de consulta rotineira de fabricantes de produtos “Ex”, laboratórios de ensaios de produtos desse tipo, organismos de certificação de produtos “Ex”, empresas de serviços de projeto, montagem, inspeção, manutenção e recuperação de produtos “Ex”, bem como empresas usuárias finais e proprietárias desses equipamentos, tanto em instalações terrestres como marítimas em atmosferas explosivas. Mais informações sobre o livro em https://www.blucher.com.br/ seguranca-intrinse ca-9788521221357

Melhores empresas para trabalhar

A consultoria Great Place To Work divulgou a pesquisa Melhores Empresas Para Trabalhar –Energia. A 4a edição do ranking (referente ao ano 2023) contou com 78 empresas inscritas, que juntas representam 56.649 funcionários. Neste ano, 20 companhias foram premiadas, sendo dez empresas de geração, distribuição

e transmissão; cinco de comercialização; e cinco da cadeia de valor. Entre os funcionários que trabalham nas empresas vencedoras, 31% têm entre 35 a 44 anos; 26% entre 26 a 34; 17% entre 45 a 54; 16% até 25 e 10% acima de 55. O nível de escolaridade apontou que 74% têm o ensino médio completo ou menos, 16% o superior completo, 6% ensino superior incompleto e 4% pós-graduação. Quanto ao gênero dos colaboradores, 20% das empresas é composta por mulheres e 80% por homens. Nos cargos de alta liderança, 84% são ocupados por homens e 16% por mulheres; na média liderança, homens representam 77% e mulheres 23%; e em outras posições, 72% são ocupados por homens e 28% por mulheres. Dentre as 20 empresas premiadas, a idade média dos presidentes está na faixa dos 51 anos, o tempo médio de ocupação do cargo é de 11 anos e 10% das mulheres exercem a função. O estudo também destacou que a média do tempo de existência (fundação) das empresas premiadas é de 24 anos. Outra informação é de que 55% das companhias possuem estratégias, políticas e/ou práticas estruturadas ESG (Meio ambiente/ Social/ Governança). A 4ª edição da pesquisa pode ser conferida em https://conteudo.gptw.com.br/ estudo-ranking-energia-2023?utm_source= site&utm_medium=banner&utm_campaig n=estudo_energia

57 EM | Maio / Junho | 2024 Publicações Índice de anunciantes AMC 27 Clamper ............................................................................................. 45 Cobrecom 25 Dutoplast 3a capa EC Componentes ............................................................................ 16 Edentec 47 Embrastec ......................................................................................... 51 Equacional 15 Exatron 14 Galfogo ............................................................................................. 38 Gimi 23 Inpol ................................................................................................... 34 Instituto Mi Omega 43 Instrumental 36 Ipetech .............................................................................................. 31 Kanaflex 39 KRJ 9 Masster ............................................................................................. 13 Merax 10 Mi Omega 53 Novemp.................................................................................... 2a capa Pasco Painéis 50 Pextron.............................................................................................. 29 Reichembach 35 Romagnole 11 Santana Painéis ............................................................................... 36 Strahl 41 Termotécnica ................................................................................... 12 Trael 37 Weg 4a capa YOFC ................................................................................................... 5

Quem defenderá o consumidor?

O atual governo do presidente Lula acredita que pode negociar tudo. Crê num cacife interminável. No exterior, acredita que: 1) a Ucrânia pode negociar a retomada de seu território pelos russos; 2) que Israel possa conversar com o Hamas, cujo mandamento é erradicar o país do mapa; e 3) que o Paraguai chegaria a um acordo sobre o pagamento da energia da Itaipu Binacional. Embevecido, Lula vai tecendo um emaranhado de confusões, numa teia que já era difícil de desembaraçar. Ele posterga o dia em que o consumidor pagará o exato preço econômico de cada kWh que necessita. Os interesses econômicos e geopolíticos do Brasil no Paraguai devem ser imensos para Brasília admitir a nova concessão de gastos com a energia que compramos do sócio e vizinho. Ele nos vende uma fração da sua metade de Itaipu, aquela que sua economia não absor-

Importa que o setor elétrico brasileiro é um cipoal de puxadinhos cada vez mais difícil de descomplicar. Lembra aquelas dezenas de fios da Light do Rio de Janeiro, onde até 50% da energia é roubada, e o crime organizado ou as milícias impedem a erradicação. Os consumidores pagantes assumem as custas do roubo.

O presidente Lula produz a imagem de que sentado num boteco com os presidentes da Rússia e da Ucrânia lubrifica o entendimento. Ledo engano. As intervenções fantasiosas no mundo real não conduzem a bons resultados. Os puxadinhos de Lula em energia elétrica, suportados ou induzidos pelo Congresso Nacional, são crescentes fardos sobre o consumidor, via encargos e invenções, que substituem o ônus dos erários para cima dos consumidores e dos contribuintes (no Brasil se confundem muito os papéis de uns e outros). Várias responsabilidades do Estado estão nas contas de luz.

“A interferência do Poder Legislativo no setor elétrico frequentemente visa interesses paroquiais, adiciona puxadinhos”.

Paulo Ludmer é jornalista, engenheiro, professor, consultor e autor de livros como Derriça Elétrica (ArtLiber, 2007), Sertão Elétrico (ArtLiber, 2010), Hemorragias Elétricas (ArtLiber, 2015) e Tosquias Elétricas (ArtLiber, 2020). Website: www.pauloludmer.com.br.

ve inteiramente, como se a usina não estivesse completamente amortizada, e pede reajustes altistas.

Pagaremos mais em dólares para Assunção, e Itaipu abaterá US$ 900 milhões de seu caixa, em favor da redução do impacto sobre o consumidor brasileiro. Porém, não há almoço grátis, todo artifício volta sob faturas de uma hidrelétrica que deveria simplesmente reduzir à metade o preço de seu kWh. Itaipu cobra do Brasil investimentos feitos e que fará nas economias do Paraná e Mato Grosso do Sul.

Há uma desastrosa gestão do fornecimento de energia no Norte do país, em sistemas isolados que desviam diesel para garimpos, serrarias, pecuária, transporte aquático; mais a escandalosa situação de Manaus, onde roubam energia em níveis de Rio de Janeiro. Essas contravenções reunidas recebem, a cada novo ano, uma parcela das adições de milhões e milhões de Reais via CDE –Conta de Desenvolvimento Energético, incidente sobre as faturas de energia dos usuários no resto do Brasil.

A ruína da distribuidora de energia elétrica do Amapá demandaria uma concertação com um

magistral aumento da tarifa de energia na área de concessão. Para evitá-la, todo resto da Nação arcará com uma ajudazinha milionária à terra dos Alcolumbre. Socorros parecidos se deram em Goiás e no Maranhão, em governos anteriores. Vale prestar atenção que há décadas o esforço governamental foca mais o bem-estar do empreendedor. Assim, algumas usinas eólicas na esfera do Proinfa – Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica desejam ver prorrogados os prazos benevolentes da iniciativa, em votação pelo Congresso, para preservar projetos que atrasaram.

Para a geração de energia solar estão dilatando os prazos de incentivos representados pela dispensa de gastos junto a distribuidoras que lhes oferecem backup. Os consumidores cativos dessas concessionárias ratearão os ônus não pagos pela geração distribuída. Os produtores de bens e serviços atrelados à solar respirarão aliviados. Mas sufocaram as eólicas, dispensando milhares de funcionários sem demanda.

Uma parcela do Poder Executivo discursa sobre transição energética e os parlamentares prorrogam os subsídios à produção de energia elétrica e de carvão mineral no Sul no País. A interferência do Poder Legislativo no setor elétrico frequentemente visa interesses paroquiais, adiciona puxadinhos.

Para a fabricação de carros elétricos tudo, para os fora do elenco, a justiça tributária. Se essa modalidade vingar, haja oferta nova de energia no País, e eletropostos e todos os satélites para manter a frota funcionando. As margens dos investidores continuam oficialmente defendidas.

As eólicas offshore, mormente as direcionadas para sustentar no mar a eletrólise do hidrogênio verde e sua exportação, também estão à espera de seus puxadinhos estatais. O tempo passa e elas não se movem na ficção.

Entidades que gerem o setor arrecadam, via encargos nas faturas de energia elétrica, proventos abundantes para sustentar a Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica e a EPE - Empresa de Pesquisa Energética. No entanto, há muitos anos o Tesouro se apropria de polpudas parcelas desse dinheiro “carimbado” para ajudar a estabelecer o equilíbrio fiscal. É um verdadeiro imposto disfarçado em encargo para o consumidor.

“O setor elétrico merece uma completa reordenação, a governança está fragilizada e deverá piorar nos próximos anos. Pagando mais caro, o consumidor cativo suporta as ineficiências”, ensina Edvaldo Santana, ex-diretor da Aneel.

Momento 58 EM | Maio / Junho | 2024

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Sem a presença de postes e fios suspensos, as redes de distribuição subterrâneas de energia elétrica estão menos expostas aos efeitos das descargas atmosféricas, são mais protegidas contra atos de vandalismo e não causam poluição visual, contribuindo com a estética do ambiente urbano. Os Transformadores Pad Mounted e Subterrâneos são especialmente concebidos para este tipo de aplicação e contam com toda a segurança, eficiência e qualidade dos produtos WEG.

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